quinta-feira, 28 de agosto de 2014

A estupidez antissemita da esquerda: Boaventura quer abolir o Estado de Israel


Por trás de muitos títulos acadêmicos, jaz um antissemita abjeto.
O anti-sionismo atualmente mascara o velho antissemitismo, mas ainda engana muita gente. Os críticos não seriam contra os judeus em si, “apenas” contra o Estado de Israel. O que fazer com os quase 8 milhões de judeus que lá vivem em um regime democrático parece um detalhe bobo que não entra nas reflexões desses “ungidos”. Ou, se entra, é ainda pior: pois desnuda suas reais intenções genocidas.
Foi o caso de um artigo do “respeitado” pensador de esquerda Boaventura de Souza Santos, que a Carta Capital divulgou. É um espanto! Vale notar que não estamos falando de um qualquer. Eis o currículo do homem:
É doutor em sociologia do direito pela Universidade de Yale, professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, Distinguished Legal Scholar da Faculdade de Direito da Universidade de Wisconsin-Madison e Global Legal Scholar da Universidade de Warwick. É também diretor do Centro de Estudos Sociais e Coordenador Científico do Observatório Permanente da Justiça Portuguesa - ambos da Universidade de Coimbra. Foi fundador e diretor do Centro de documentação 25 de Abril entre 1985 e 2011.
Portanto, o sujeito tem as credenciais acadêmicas, bem ao gosto da esquerda que adora apelar à autoridade em vez de focar nos argumentos. Como faço justamente o contrário, vamos aos argumentos, ou ao que parecem seus argumentos. Ele começa logo fazendo uma pergunta absurda e dando uma resposta ainda mais absurda:
Podem simples cidadãos de todo o mundo organizar-se para propor em todas as instâncias de jurisdição universal possíveis uma ação popular contra o Estado de Israel no sentido de ser declarada a sua extinção, enquanto Estado judaico, não apenas por ao longo da sua existência ter cometido reiteradamente crimes contra a humanidade, mas sobretudo por a sua própria constituição, enquanto Estado judaico, constituir um crime contra a humanidade? Podem. 
Ou seja, para Boaventura, Israel não tem o direito de existir, pois é um “crime contra a humanidade”. Vários países foram criados por decisões arbitrárias e nem por isso são alvos do ódio da esquerda. Mas Israel é criminoso em si, e não tem direito de existir. Para o doutor, Israel roubou as terras dos palestinos, o que é simplesmente falso. Muitas foram compradas, os judeus já vivem ali há séculos, não havia nada como um povo ou uma nação Palestina ali antes, e o avanço territorial se deu como reação aos ataques que Israel sofreu de seus inimigos, que desejavam, como Boaventura, sua destruição.
Mas Boaventura enxerga apenas “colonização”. Ora, Portugal colonizou de fato o Brasil. Vamos abolir o Estado Brasileiro então, para “libertar” o povo indígena? A esquerda quer defender isso? Tantos países são ex-colônias, mas não vemos ninguém pedindo sua abolição por aí. A esquerda quer abolir a Austrália? Um peso, duas medidas, deixando claro que o alvo é apenas Israel, e que isso não tem nada a ver com colonização, retórica enganosa que serve apenas para alimentar o ódio contra os judeus.
Diz o sociólogo, citando outro escritor socialista: “O controverso comentário de José Saramago de há alguns anos de que o espírito de Auschwitz se reproduz em Israel faz hoje mais [sentido] do que nunca”. Acusar os judeus de Israel de praticarem genocídio como o de que foram vítimas é algo não apenas ridículo, mas extremamente ofensivo!
Se Israel quisesse “exterminar” os palestinos, teria condições de fazer isso amanhã. Ao contrário: faz de tudo para preservar as vidas inocentes, mesmo que sacrificando seus próprios soldados nesta missão. Enquanto os terroristas do Hamas, que não são sequer mencionados pelo sociólogo português, usam os próprios palestinos como escudo humano, os soldados israelenses tentam mitigar o número de perdas civis em seus ataques. Não acredito que o autor seja ignorante, o que me leva a deduzir que se trata de falta de caráter mesmo, de uma patologia antissemita que leva a tal estupidez. Ele conclui:
A criação do Estado judaico de Israel configura um crime continuado cujos abismos mais desumanos se revelam nos dias de hoje. Declarada a sua extinção, os cidadãos do mundo propõem a criação na Palestina de um Estado secular, plurinacional e intercultural, onde judeus e palestinos possam viver pacifica e dignamente. A dignidade do mundo está hoje hipotecada à dignidade da convivência entre palestinos e judeus.
Se foi algum tipo de piada, confesso não ter achado muita graça. Talvez Gregório Duvivier possa me ajudar na interpretação do humor negro do socialista, ou pedir para algum camarada do PSOL, que também gosta de queimar bandeiras de Israel em praça pública, explique como seria isso na prática.
Israel seria extinto como país, haveria um Estado da Palestina secular, laico (risos), plurinacional e intercultural, e judeus e palestinos viveriam em paz para sempre, com dignidade. A eleição colocaria o Hamas no poder, como já ocorre hoje na Faixa de Gaza. Mas isso é um detalhe bobo. Outro detalhe insignificante é o fato de que o próprio estatuto do Hamas prega a destruição de Israel e dos judeus. Mas não devemos nos ater aos aspectos pontuais.
Cabe, ainda, indagar se os “bem-pensantes” da esquerda acham que só Israel deve ser abolido por “crimes contra a humanidade”, ou se Cuba, China e Coreia do Norte fariam parte da lista também. O duplo padrão de julgamento moral dessa turma deixa transparecer toda a hipocrisia de sua afetação seletiva em defesa dos “direitos humanos”.
Pergunto-me: como pode alguém que defende algo tão abjeto ser idolatrado pela esquerda? Isso não diz muito sobre os próprios valores – ou falta de valores – morais dessa gente? O que estão defendendo, aberta e escancaradamente, com divulgação indecente ou mesmo criminosa da revista de Mino Carta, é o extermínio de milhões de judeus inocentes. É de embrulhar o estômago mesmo. E serve para demonstrar que títulos acadêmicos não garantem nada, pois uma vez canalha, sempre canalha…
Em tempo: já há um lugar onde judeus e não-judeus árabes convivem em paz, e esse lugar é… Israel! É justamente sob a democracia israelense que há tal convívio pacífico, garantido pelo estado de direito e o império das leis. Fora dali, o domínio fica com os terroristas islâmicos que desejam exterminar os judeus e a paz, o que Boaventura parece aplaudir de pé.
Rodrigo Constantino

Quem tem medo dos eleitores?, por Marisa von Bülow


Mais do que nunca, os candidatos estão usando a Internet para fazer campanha. No entanto, uma olhada nas páginas no Facebook e no Twitter mostra que muitos não sabem (ou não querem) usar todo o potencial oferecido por essas redes sociais virtuais.
Por exemplo, mais da metade dos candidatos a deputado federal no Distrito Federal não tem conta no Twitter. No caso de outros colégios eleitorais, essa proporção é ainda maior.
O que mais surpreende, no entanto, é que muitos não têm página no Facebook, plataforma usada hoje por mais de 60 milhões de brasileiros.
E não é apenas o número de usuários que importa. Se lembrarmos da relevância do Facebook como espaço de mobilização durante as manifestações do ano passado, não estar presente é em si uma forte mensagem política. 
E mais: entre os que se fazem presentes, vários não se deram ao trabalho de criar uma página pública, e mantêm apenas a página do seu perfil pessoal, que não permite uma interação fácil e rápida com os eleitores.
Para esses candidatos, ou a Internet não é uma arena importante, ou é simplesmente um espaço a mais de comunicação unilateral com os eleitores.
Ora, o que diferencia as redes sociais da Internet de outros canais de comunicação, como a televisão e o rádio, é justamente a possibilidade de interação entre candidato e eleitores.
Claro que não faz sentido esperar que os candidatos gastem todo o seu tempo respondendo e comentando as infinitas demandas dos internautas, mas há várias possibilidades, já testadas, para obter uma maior proximidade – ainda que virtual – entre uns e outros.
Nas últimas semanas, alguns (poucos) candidatos experimentaram, por exemplo, organizar uma sessão de perguntas e respostas no Facebook, o chamado “face to face”.
Também é possível escolher alguns comentários para responder ou dúvidas para elucidar, abrindo assim pelo menos a possibilidade do debate de ideias (sem esquecer de explicitar se quem está respondendo é o próprio candidato ou alguém da sua equipe).
Finalmente, não é difícil criar fóruns de debate nas páginas oficiais das campanhas.
Parte da explicação para o uso limitado ou mesmo distorcido das redes sociais virtuais é que os candidatos ainda têm a pretensão de controlar o que se diz na Internet.
E o “corpo-a-corpo virtual” com os eleitores, principalmente se feito ao vivo, é considerado fonte de incertezas e armadilhas.
Seja qual for a razão, estão perdendo oportunidades para conseguir mais votos e para fortalecer a democracia brasileira.

 

Marisa von Bülow é doutora em ciência política e professora do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília. Estuda as relações entre Internet e ativismo político e movimentos sociais nas Américas. Escreve aqui sempre às quartas-feiras

POEMA DA NOITE Sob universos, por Fiama Hasse Pais Brandão


Por detrás desta porta,
uma de todas as portas que para mim se abrem e se fecham,
estou eu ou o universo que eu penso.
Deste meu lado, dois olhos que vigiam
os fenómenos naturais, incluindo a celeste mecânica
e as sociedades humanas, sedentárias e transumantes.
Mas podem os olhos fazer a sua enumeração,
e pode o pensado universo infindamente ir-se,
que para mim o que hoje importa
é aquela olhada vaga porta.
Que ela seja só como a vejo, a porta branca,
com duas almofadas em recorte,
lançada devagar sobre o vão do jardim,
onde o gato, por uma fenda aberta
pela sua pata, tenta ver-me,
tão alheio a versos e a universos.

Fiama Hasse Pais Brandão (Lisboa, Portugal, 15 de agosto de 1938 - Lisboa, 19 de janeiro de 2007) - Além de poeta, foi tradutora, dramaturga e ensaísta portuguesa. Recebeu o Prêmio Adolfo Casais Monteiro com seu primeiro livro Em Cada Pedra Um Vôo Imóvel (1957). Tornou-se conhecida através da revista/movimento Poesia 61. Traduziu obras de grandes autores de diversas línguas como Brecht, Artaud e Tchekov.

TRIBUNAIS DO FAZ DE CONTA


Old Man


A lei de responsabilidade fiscal, como tudo que é controlado pelo governo, virou uma piada de mau gosto. Este artigo  demonstra claramente como essa lei de grande alcance social foi deturpada pelos politicos venais e transformada em mais uma lei do faz de conta e que poderia ser reformada para melhor controle, mas ninguém  ousa mexer nesse vespeiro. País rico é país sério; nós continuamos na extrema miséria moral!

O jornal Estado de S. Paulo publicou um artigo de Suely Caldas neste último dia 17, também reproduzida no site ENDIREITABRASIL, para o qual chamo atenção dos leitores deste blog. Vale a pena prestar atenção.


Suely Caldas
Suely Caldas

Instrumento que se tornou vital para o controle da gastança dos políticos, a Lei de Responsabilidade Fiscal entrou na adolescência (completa 15 anos em 2015) produzindo resultados positivos: desde sua criação, em 2000, obriga presidentes, governadores, prefeitos e quem mais tem poder de manejar dinheiro público a frear o ímpeto gastador e adequar suas despesas às receitas.

Apesar disso, é uma lei que segue incompleta, porque a estrutura de fiscalização dos gastos públicos não acompanhou a lei e continua com os mesmos vícios e distorções de antes, deixando o caminho livre para contas reprováveis de políticos serem aprovadas (às vezes com louvor) e para a prática de corrupção de agentes que deveriam fiscalizar e punir.

Essa estrutura é formada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e mais 33 tribunais de contas de Estados (TCEs) e municípios (TCMs), responsáveis por fiscalizar, aprovar ou rejeitar a prestação de contas de presidentes, governadores, prefeitos, empresas estatais e órgãos sustentados com o dinheiro dos impostos.
Quem não se lembra do ex-governador Paulo Maluf proclamando “minhas contas foram aprovadas com louvor pelo TCE de São Paulo”, quando questionado sobre o dinheiro dos contribuintes paulistas que foi parar em 20 contas da família Maluf na Suíça e na Ilha Jersey?
E os casos dos conselheiros Robson Marinho (TCE-SP) e Domingos Lamoglia (TCE-DF), que respondem na Justiça por crimes de corrupção?
E tantos outros (para ficar só nos casos mais recentes) dos tribunais do Rio, Bahia, Mato Grosso, Espírito Santo, Rondônia e mais sete (quase o pleno inteiro) do pobre Amapá, acusados de desviar R$ 100 milhões do tribunal?

Os erros já começam pela lei: eles são parte do Poder Legislativo, quando deveriam pertencer ao Judiciário, já que sua função é fiscalizar e julgar a gestão financeira de deputados, senadores e vereadores que se tornaram governadores e prefeitos.

E o erro continua com os critérios para escolha de ministros do TCU e de conselheiros dos TCEs. Pela lei, 1/3 é escolhido pelo presidente da República ou por governadores e 2/3, pelo Congresso Nacional e Assembleias dos Estados.

Com esse modelo, obviamente, a escolha dos felizardos candidatos a ganhar, em média, R$ 37 mil (entre salário, auxílios alimentação e moradia e abono de permanência)resulta de acordos político-partidários que, invariavelmente, indicam para as vagas parlamentares aposentados ou derrotados em eleições.
E o acordo, claro, contempla a regra “aprova as minhas contas que eu aprovo as tuas”, já que eles fiscalizam a si próprios.

O critério, escrito na lei, de possuir conhecimento jurídico e reputação ilibada vira mera formalidade na decisão da escolha, vistos os inúmeros casos em que conselheiros são acusados de receber propina em troca de decisões favoráveis a envolvidos em processos. Ah, e tem mais: os cargos são vitalícios.

A mesma equipe que concebeu a Lei Fiscal preparou, em 2000, uma proposta de emenda constitucional (PEC) propondo as seguintes mudanças nos tribunais de contas:
1) como no Judiciário, os cargos de ministros e conselheiros seriam ocupados por técnicos de carreira concursados;
2) o mandato vitalício seria substituído por mandato fixo de seis anos;
3) criar um conselho nacional para controlar e fiscalizar os tribunais de contas;
4) vedar nomeações de funcionários sem concurso público (hoje o apadrinhamento inflaciona os tribunais);
5) extinção dos tribunais de contas dos municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo; e,
6) definir com mais rigor os critérios de notório saber e reputação ilibada na escolha de conselheiros.
Obviamente, o poder dos contrariados venceu e a PEC nem sequer tramitou no Congresso.

O presidente da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon), Valdecir Pascoal, reconhece o problema: “Não ganhamos confiança da população se isso não mudar, mas não posso sair por aí chutando feito um black bloc”, diz, referindo-se à resistência de parlamentares e de governadores.

Recente encontro da Atricon recomendou mudanças, mas sem poder de implementá-las.



Exército denunciou para Dilma esquema de venda de votos, com título de eleitor duplicado, no RJ



A grande duvida: Marina tem consistência ou é fruto das incríveis pesquisas?

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Em várias “comunidades” do Rio de Janeiro, principalmente no Complexo da Maré e na Baixada Fluminense, existem vários cidadãos com dois títulos de eleitores. Eles recebem dinheiro em troca do voto. Este mecanismo eleitoral do crime organizado foi denunciado, oficialmente, pela inteligência do Exército à Presidenta Dilma Rousseff – candidata à reeleição. Generais revoltados com tal escândalo já falam em “risco de ruptura institucional”, dependendo do resultado. Eis a verdadeira Zona Eleitoral... Ainda mais quando as pesquisas indicam até uma vitória de Marina Silva sobre Dilma Rousseff, com Aécio Neves ficando de fora.

Até então guardada sigilosamente pelo governo e pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, a informação sobre a vergonhosa manipulação de votos no Rio de Janeiro vazou no final da tarde de ontem. O grupo político de Aécio Neves tomou conhecimento. Espera-se que parta para alguma denúncia mais consistente e formal. Do contrário, ficará o informado pelo não dito. Concretamente, por falta de poder ofensivo, a candidatura do neto de Tancredo Neves corre tanto risco de naufrágio quanto o PTitanic.

Como de hábito no atual desgoverno, se for questionada sobre o explosivo tema, Dilma dirá que é “invenção” e que nada sabia sobre tal denúncia. Independentemente do que for dito, o resultado eleitoral já não merecia muito crédito – por causa da urna eletrônica, da transmissão de dados e do processamento de votos sem chances de auditoria externa. Agora se torna absolutamente inconfiável.

A descoberta concreta de fraude eleitoral, até agora mantida em “sigilo de Estado”, ocorreu durante as ocupações militares. Foram encontrados títulos eleitorais duplicados. Este mesmo golpe é aplicado em alguns estados do Nordeste e do Norte. No Maranhão, por cada voto a mais, o eleitor duplicado recebe até R$ 300 reais. O mesmo valor seria negociado nas áreas carentes do Rio de Janeiro – ainda dominadas por milícias urbanas.

Só a identificação biométrica, individualizada, do eleitor, cruzando dados do número do cadastro do eleitor, da carteira de identidade e do CPF, poderia evitar tal duplicidade de títulos ou a chance de alguém votar no lugar de alguém que já morreu – mas continua eleitoralmente ativo. Mas o Tribunal Superior Eleitoral não agiu com a necessária velocidade para fazer o recadastramento geral dos eleitores. Mais grave ainda: a oposição sequer cobrou tal celeridade que deveria ser prioritária e urgente para impedir a fraude eleitoral na hora da votação. A urna só é liberada para o voto se reconhecer as digitais do eleitor.

No Rio de Janeiro, por exemplo, só os 402.146 eleitores de Armação de Buzios e Niterói (universo ínfimo de 3,3% do total) usarão o sistema de identificação biométrica para votar. O eleitorado total fluminense, agora sob suspeita, é de 12.141.145 cidadãos. Quem não se recadastrou até 7 de maio não poderá participar da eleição. Em todo o Brasil, o recadastramento é feito gradualmente, obedecendo à Resolução 23.335 do TSE, atualmente presidido por José Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal e, em um passado não muito distante, advogado do Partido dos Trabalhadores.

A meta do TSE era contar, neste ano, com 22 milhões de eleitores identificados pela impressão digital. Em julho, chegou a um total de 23.851.673 aptos a votar com biometria. O eleitorado brasileiro total habilitado a votar este ano é de 142.822.046 eleitores – conforme as estatísticas eleitorais de 2014 do TSE. 

A equipe treinada da Justiça Eleitoral realiza a coleta das impressões digitais, além de fazer a fotografia dos eleitores de maneira rápida e fácil. Um escâner de altíssima resolução permite uma leitura de qualidade das impressões digitais. Um programa de computador faz o controle de qualidade automaticamente. Na prática, os “fantasmas” devem desaparecer com o recadastramento.

Banqueiragem

Os bancos continuarão obtendo lucros recordes, com juros altos, carga tributária elevada como sempre e custo de vida aumentando ligeiramente. Eis a única previsão concreta para a economia brasileira em 2015, seja quem for eleito para o trono do Palácio do Planalto. Os demais prognósticos são uma grande incógnita. Cartomantes têm mais chances de acerto que os economistas que embarcam na conversinha nada fiada do desgoverno.

Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio indicou um recorde de brasileiros endividados. Ao mesmo tempo, outro estudo do Banco Central revela que a inadimplência está no menos nível desde 2011. No final das contas, os bancos continuam faturando em cima de quem é forçado ou induzido a pegar dinheiro emprestado. Passam sufoco os encalacrados com juros e taxas dos cartões de crédito e os que incorporam o cheque especial ao cada vez mais apertado orçamento mensal, corroído pela “inflação”. No fundo, o brasileiro se vira na economia informal – o que minimiza os efeitos diretos das crises midiaticamente anunciadas.

Quem deve nem sempre teme, No entanto, se aporrinha muito. Bancos, financeiras e escritórios de advocacia contratados para recuperação de dívidas dadas como perdidas promovem um ataque constante, via telefone, SMS e cartas para a residência dos inadimplentes. Não há facilidades nas negociações – a não ser quando o “calote” já é dado como certo e a dívida já foi contabilizada pelo banco como “perda”. O termo é um humor econômico de baixo calão, já que as tarifas e os juros embutidos nos empréstimos já renderam muita coisa até se transformar no suposto “prejuízo”.

Curiosamente, tal cenário não é devidamente tratado na campanha presidencial. O Brasil desenhado pelos marketeiros não tem gente encalacrada. Além disso, comprometidos com o sistema financeiro, a maioria esmagadora dos candidatos (pelo menos aqueles com alguma chance concreta de vencer a eleição) fogem do polêmico assunto. Na vida real, todos bem de vida, não sabem a pressão psicológica sofrida por quem fica devendo ao banco ou tem o nome “negativado” nos serviços de proteção ao crédito.

As soluções concretas para os problemas do Brasil Capimunista (carestia, cartelização, cartorialismo, corrupção e canalhice) continuam fora da agenda dos candidatos. Por isso, pouco se pode esperar do resultado das urnas, seja ele qual for.   

Ameaçado pela promessa alheia



Soma fatal





© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 27 de Agosto de 2014.

O califado petista

ARNALDO JABOR - 0 GLOBO

Eles não confiam na 'sociedade'; só pensam no Estado, na interferência em tudo

As eleições para presidente não serão “normais” — apenas uma disputa entre dois partidos para ver quem fica com o poder. Não. Trata-se de uma batalha entre democratas e não democratas. Está na hora de abrirmos os olhos, porque está em curso o desejo de Dilma e seu partido de tomar o governo para mudar o Estado. Não tenho mais saco para tentar análises políticas sobre a “não política”. Não aguento mais tentar ser “sensato” sobre a insensatez. Por isso, só me resta fazer a lista do que considero as doenças infantis do petismo, cuja permanência no poder pode arrasar a sociedade brasileira de forma irreversível.
O petismo tem a compulsão à repetição do que houve em 1963; querem refazer o tempo do Jango, quando não conseguiram levá-lo para uma revolução imaginária, infactível. Os petistas querem a democracia do Comitê Central, o centralismo democrático, o eufemismo que Lênin inventou para controlar Estado e sociedade. Eles não confiam na “sociedade”; só pensam no Estado, na interferência em tudo, no comportamento dos bancos, nos analistas de mercado e principalmente no velho sonho de limitar a liberdade de opinião. Assinam embaixo da frase de Stálin: “As ideias são muito mais poderosas do que as armas. Nós não permitimos que nossos inimigos tenham armas, por que deveríamos permitir que tenham ideias?”. Nossa maior doença — o Estado canceroso — será ignorada e terá uma recaída talvez fatal. Não fazem autocrítica e não querem ser criticados. A teimosia de Dilma é total — vai continuar errando com galhardia brizolista. Sua ideologia é falha, mal assimilada nessa correria sindicalista e pelega. Até agora governaram um país capitalista com regras e métodos anticapitalistas — dá no desastre econômico a que assistimos. Eles odeiam a competência. Acham que administrar é coisa de burguês — vejam o estrago atual. Acham que planejam a História, que “fazem” a História. Por isso, adotaram a mui útil “mentira revolucionária”. Assim, podem ocultar tudo da sociedade para o “bem dela”. Aliaram-se ao que há de pior entre os reacionários brasileiros e vivem a volúpia de imitá-los, com um adorável frissonperverso ao cometerem malfeitos para “fins justos”. Aliás nem sabem o que são seus “fins”; têm uma vaga ideia de “projeto” que não passa de um sarapatel de “gramscianismo” vulgar com getulismo tardio e um desenvolvimentismo dos anos 1960. Foi assim que criaram a “roubalheira de esquerda”, que chamam de “desapropriação” de dinheiro da burguesia. Isso justificou o mensalão, feito para eleger Dirceu presidente em 2010. Fracassaram. Aliás, o PT abriga muitos fracassados porque, ao se dizerem “revolucionários” sentem-se superiores a nós, os alienados, os neoliberais, os direitistas, os vendidos ao imperialismo.
Não entendem o mundo atual e continuam com os pressupostos de uma política dos anos 1930 na URSS. Leiam os livros do período e constatem se um Gilberto Carvalho não pensa igualzinho ao Molotov. Para eles, a oposição é a união da “burguesia” contra o “povo” . No entanto, quem se aliou à pior burguesia patrimonialista foram eles; ou Sarney, Renan, Jucá, Maluf e Severino do macarrão são bolcheviques? Petistas só pensam no passado como vítimas ou no futuro como salvadores e heróis. O presente é ignorado, pois eles não têm reflexão crítica para entendê-lo. Adoram estar num partido que pensa por eles. Dá um alívio não ter de pensar — só obedecer. A mediocridade sonha com o futuro onipotente. A morte súbita de Eduardo Campos pirou os “hegelianozinhos de pacotilha” que descobriram que a História é intempestiva e não obedece ao Rui Falcão. Agora, rumam em massa para Pernambuco para elogiar quem chamavam de “traidor e menino mimado”.
Querem criar os tais “conselhos” sociais, para adiar os problemas, fingindo uma “humildade democrática” para “ouvir” a população, de modo a ocultar seu autoritarismo renitente. Vivem a ideia de um futuro socialista como o substituto do sonho de “imortalidade” dos cristãos. Comunista não morre; vira um conceito. O homem é um ser social, e o “ser social” nunca morre. Para eles (e para o Kim da Coreia do Norte), o indivíduo é uma ilusão que criou essa dor melodramática. Quem morre é pequeno-burguês. Muitos intelectuais e artistas que sabem dessas doenças infantis preferem cavalgar o erro a mudar de ideia. Consola a consciência ter uma estrelinha vermelha pendurada na alma.
Os petistas têm uma visão de mundo deturpada por conceitos compartimentados e acusatórios: luta de classes, vitimização, culpados e inocentes, traidores e traídos. Acham que a complexidade é um complô contra eles, acham a circularidade inevitável da vida uma armação do neoliberalismo internacional. Confundem simplicidade com simplismo. Nunca fazem parte do erro do mundo; sentem-se superiores a nós, tocados pelo dedo de Deus.
Agora, no mundo modificado pelo fim do socialismo real, pelos impasses do Oriente Médio, pela crise financeira do capitalismo, pela revolução digital, sentem falta de uma ideologia que os justifique e absolva. E como não existe nenhuma disponível (social-democracia, nem pensar...), apelam para o tosco bolivarianismo que nos contamina aos poucos. É inacreditável como batem cabeça para ditadores e criminosos, de Ahmadinejad a Maduro, de Putin a Fidel, tudo em volta do fascismo populista de Chávez.
Dilma se acha Brizola, Lula imita Getúlio: nacionalismo, manipulação da liberdade, ódio a estrangeiros, desconfiança dos desejos da sociedade. Nada pior do que o brizolismo-getulista neste momento do país. Estávamos prontos para decolar no mundo contemporâneo, mas seguraram o avião e voltamos para trás.
Por isso, repito a frase oportuna de Baudrillard:
“O comunismo, hoje desintegrado, tornou-se viral, capaz de contaminar o mundo inteiro; não através da ideologia, nem do seu modelo de funcionamento, mas através do seu modelo de desfuncionamento e da desestruturação da vida social”.
Este é o perigo.