quarta-feira, 5 de março de 2014

Cartas de Londres: O grandioso hotel Budapeste, por Beatriz Portugal


O saguão do hotel está cheio de mensageiros uniformizados de roxo. Um deles direciona pessoas, a maioria com ar de curiosidade e expectativa, até o balcão para fazer o check-in, onde “formas modernas de comunicação” como celulares são confiscadas. Outro, ao reparar o tênis amarelo ovo de um dos hóspedes, comenta: “Sapatos interessantes. O senhor não é daqui, não é mesmo?”
O hotel, transplantado e recriado da cidade fictícia de Zubrowka para uma antiga fábrica de vidros em Londres, é obra da empresa Secret Cinema, que produz sessões de cinema de imersão. Nesse caso, o grupo trouxe à vida o The Grand Budapest Hotel, novo filme do diretor Wes Anderson que tem estreia mundial marcada para a quinta-feira, dia 7.
No entanto, desde 27 de fevereiro o filme está com uma pré-estreia diferenciada e até o dia 30 de março, pode-se pagar £53,50 (cerca de R$210) pela experiência de se sentir não como um telespectador mas como parte do filme. Por cerca de duas horas antes da sessão de cinema, os hóspedes podem circular pelos quatro andares do prédio de fachada de um rosa pálido descobrindo peculiaridades do hotel.
É possível fofocar com camareiras, dançar valsa, ouvir recitais de poesia, discutir política com damas e cavalheiros e até ser revistado por seguranças que investigam um assassinato.


Além de atores caracterizados, performances e comida temática, o que ajuda a recriar a atmosfera do filme é o fato que a maioria da platéia entra na brincadeira. Ao comprar o ingresso, recebe-se um e-mail com algumas sugestões, como encorajando as pessoas a vestirem-se a caráter, ou seja, na moda dos anos 30.
Homens de terno, chapéu e lenços nos bolsos e mulheres emperiquitadas com luvas e pérolas exploram quartos, salas de jantar, restaurante, bar, spa e teatro. Alguns quartos tem a placa de “não perturbe”, mas é possível espiar por buracos cenas variadas por trás das portas fechadas.
Apesar de sair uma ida cara ao cinema – a média do bilhete do cinema em Londres é £12 (cerca de R$45) – poder mergulhar no mundo colorido e peculiar de Anderson é uma oportunidade única para os fãs do diretor.
Afinal, onde mais se tem a chance de ouvir um conde recitar poesia, se deparar com um caixão coberto de flores e encontrar cavaleiros medievais enquanto se come schnitzel e chucrute?
Para aqueles que desconhecem Anderson e o culto de seguidores do seu trabalho, uma comparação que me ocorre é que seria como recriar Macondo para que os fãs de Gabriel García Márquez pudessem ao vivo e a cores passar algumas horas na cidade interagindo com personagens.
Para muitos, Anderson é um mestre em originalidade que, com uma maneira muito distinta, cria mundos mágicos repletos de humor, estranheza e perspicácia. O The Grand Budapest Hotel em Londres é, inegavelmente, um desses mundos.

Beatriz Portugal é jornalista. Depois de viver em Brasília, São Paulo e Washington, fez um mestrado em literatura na Universidade de Londres e resolveu ficar.

Cartas de Berlim: Carnaval para todos, por Albert Steinberger


Quando ouvi falar a primeira vez de carnaval na Alemanha, imaginei um bando de gringos com os dedos apontados para cima e rodopiando, enquanto tentavam dançar meio desengonçados samba, ou qualquer ritmo latino. Esta era a imagem que eu tinha quando somadas as palavras alemão e carnaval, que até então pareciam quase opostas na minha cabeça.
Isto foi há dez anos na primeira vez que morei na Alemanha, na cidade de Colônia, mais conhecida como a capital do carnaval germânico. Eu, a princípio meio descrente, fui cair na folia com meus amigos. Quando cheguei na estação de trem do centro da cidade velha, eu fiquei boquiaberto com o que vi.
Milhares de alemães se aglomeravam em bares e botecos, ou assistiam o desfile pelas ruas da cidade. Ao todo, um milhão de pessoas vão às ruas todos os anos para pular carnaval. Isto em um inverno com temperatura média de uns 5ºC.
Para esquentar, a receita é a mesma dos brasileiros, entornar a cerveja local. Não confunda com os canecos de um litro de Munique. Em Colônia, bebe-se a Kölsch(cerveja de lá) em copos de 200ml ou 300ml e ela é um pouco mais aguada, bem parecida com o que estamos acostumados em termos etílicos, como brasileiros.

O carnaval da cidade de Colônia, na Alemanha, também é conhecido pelas mensagens políticas em suas alegorias. Foto: "Samba en Kölle", 2013

O clima de brincadeira e animação também é parecido, com muita gente fantasiada. Um desfile acontece pelas ruas da cidade, quando pessoas vestidas de figuras da realeza em carros alegóricos jogam doces para a população. Depois fiquei sabendo que o desfile acontece desde 1823 e era uma crítica ao domínio prussiano, na época em que a Alemanha era dividida em vários reinos. Uma crítica que acabou virando tradição.
E tradições aqui não faltam. No Weiberfastnacht (algo como a noite das mulheres), na quinta-feira anterior, elas cortam as gravatas dos homens, algo que simboliza cortar o poder masculino. Com tantos costumes, eu que me senti como um iniciante carnavalesco.
Para mim, a experiência foi uma quebra daquela visão de que o Brasil tem praticamente os direitos autorais do carnaval. Confesso que morro de saudade da nossa festa tropical e queria muito estar no Rio, ou em Olinda nesta semana.
Mas me dei conta que o carnaval mexe com coisas genuinamente humanas, e não somente brasileiras. Afinal, independente da língua e dos costumes, tem coisas que nos unem, seja a vontade de quebrar algumas regras e convenções sociais, mesmo que por alguns dias, ou de festejar até a quarta-feira de cinzas.

Albert Steinberger é repórter freelancer, ciclista e curioso. Formado em Jornalismo pela UnB, fez um mestrado em Jornalismo de Televisão na Golsmiths College, University of London. Atualmente, mora em Berlim de onde trabalha como repórter multimídia para jornais, sites e TVs. 

O lado bom do pessimismo


Novos autores criticam os gurus da autoajuda e afirmam que o pensamento negativo pode ser um atalho para uma vida feliz

NATÁLIA SPINACÉ
o em 25/02/2014 14h46
ATITUDE Os otimistas diriam que este copo está meio cheio. Mas será que isso os torna mais felizes?  (Foto: David Arky/Corbis/Latin Stock)
Minutos antes de enfrentar a Sérvia na final do campeo­nato mundial de handebol feminino, em dezembro, a seleção brasileira ouviu uma preleção pouquíssimo animadora. “Vocês merecem a medalha de prata”, disse o técnico Morten Souback, ao entregar réplicas feitas de papel-alumínio às atletas. “A Sérvia entra na quadra com o ouro na mão. Vocês estão com medo delas.” Determinadas a desmentir Souback, todas se atiraram em cima do treinador, que carregava uma réplica da medalha de ouro. Derrubaram-no e, em seguida, entraram na quadra e venceram as adversárias. “Elas precisavam ser desafiadas”, diz Alessandra Dutra, a psicóloga do time. O pensamento negativo de Souback deu resultado.

Apesar de bem-sucedida, a preleção de Souback causaria arrepios nos gurus de autoajuda. Ela vai contra os dois principais pilares do gênero: o pensamento positivo em tempo integral e a autoestima inabalável, mesmo diante de situações difíceis. Por trás desses dois preceitos está a crença em que o Universo conspirará a nosso favor se acreditarmos que tudo dará certo. A ideia é antiga. No século XIX, uma corrente conhecida como Novo Pensamento já fazia essa pregação. Era uma reação aos calvinistas, que acreditavam que o trabalho duro e incessante era o caminho para a felicidade. Muito mais tarde, livros como O poder do pensamento positivo, publicado pelo pastor americano Norman Vincent Peale, em 1952, transformaram essa teoria num mercado bilionário de livros e palestras. O exemplo mais conhecido é o livro O segredo, da australiana Rhonda Byrne. Lançado em 2006, o livro prega que, para conseguirmos algo, basta imaginarmos o futuro que desejamos e reafirmarmos constantemente nossa crença nele.


Ao fazer exatamente o oposto do que livros como O segredo pregam, Souback  desafiou a hegemonia do pensamento positivo. E mostrou que está na moda. Alguns lançamentos recentes questionam a eficácia das técnicas defendidas pela indústria da autoajuda. Um deles é o Manual antiautoajuda (Paralela, 216 páginas, R$ 34,90), do jornalista britânico Oliver Burkeman, autor de uma coluna sobre psicologia no jornal The Guardian. Burkeman afirma que as técnicas defendidas pelos autores de livros motivacionais não nos ajudam em nada. Pior: elas atrapalham o caminho para a felicidade e a realização.
7 dicas para ser  um bom pessimista (Foto: ÉPOCA)
“A obrigação de ter de evitar pensamentos pessimistas e ser positivo o tempo todo é impraticável para a maioria das pessoas”, disse Burkeman em entrevista a ÉPOCA. “Quanto mais você tenta evitar um tipo de pensamento, mais ele aparece em sua mente.” Ele propõe um teste. Alguém chega até você e diz: “Nos próximos cinco minutos, pense em qualquer coisa, menos num urso- polar”. Segundo Burkeman, essa missão é impossível. Você poderá até tentar se concentrar em seu trabalho ou no que fará no fim de semana, mas certamente esses pensamentos virão acompanhados da imagem de um urso. As preocupações funcionam como o urso. A partir do momento em que você decide evitá-las e fingir que tudo dará certo, elas o assombrarão a cada instante.


O esforço de repetir que tudo dará certo, mesmo quando não acreditamos nisso, tende a piorar a autoestima. Essa é a constatação de um estudo feito sobre o pensamento positivo forçado – a velha técnica de repetir para si mesmo “eu posso” ou “eu sou capaz” – feito pela psicóloga Joanne Wood, da Universidade de Waterloo, no Canadá. Em sua experiência, Wood pediu que um grupo de pessoas com autoestima baixa escrevesse um diário. Toda vez que um sino tocava, eles tinham de repetir para si próprios a frase “sou uma pessoa amável”. Uma série de métodos de medição do humor constatou que as pessoas ficavam bem menos contentes depois de dizer a frase. Como não se sentiam bem, tentar convencer a si mesmas do contrário só reforçava sua negatividade. O pensamento positivo só agravou a situação.  

O otimismo também nos torna mais ansiosos. Qual o mérito de convencer a nós mesmos de que tudo dará certo quando há inúmeras evidências do contrário? Esse tipo de pensamento nos faz acreditar que, se algo der errado, por mais insignificante que seja, será uma catástrofe. Um otimista que segue os preceitos da autoajuda estará despreparado diante de qualquer adversidade.

Um dos principais méritos do pensamento negativo é nos preparar para o pior. “O fracasso faz parte da vida de qualquer ser humano”, diz Burkeman. “Se soubermos lidar com ele de uma maneira mais calma e elegante, só teremos a ganhar com isso.” O melhor é enca­rá-lo. Esse método serve como um antídoto para a ansiedade. Quando você imagina a pior coisa que pode lhe acontecer, percebe que mesmo o pior dificilmente é irremediável. Um exemplo: a hipótese de perder o emprego pode ser terrível. Mas, pensando friamente, há medidas que podem ser tomadas para encontrar outro. O fim de um relacionamento também pode parecer o fim do mundo, mas nada impede que sejamos felizes sozinhos ou encontremos um novo amor. Quanto mais pensamos num futuro sombrio, menos ele nos assustará.

O pessimismo também pode ser a chave para o sucesso pessoal e profissional. “Quem pensa negativo sempre sabe que tem uma possibilidade de ser vencido, então trabalha para reduzir ao máximo essa possibilidade”, afirma o treinador de basquete Bob Knight, maior vencedor na história da liga universitária dos Estados Unidos e autor de O poder extraordinário do pensamento negativo (Agir, 176 páginas, R$ 19,90). Para ele, reconhecer nossas fraquezas é o primeiro passo para aprender a superá-las. O pessimista cuidadoso, diz Knight, leva vantagem sobre o otimista que acredita que tudo dará certo – e, por isso, deixa de melhorar.


Defensores do pensamento positivo costumam dizer que o pessimismo nos deixa desmotivados. Quem não se sente animado em relação a seu futuro profissional, segundo eles, não consegue produzir resultados satisfatórios. Para os gurus do otimismo,  a motivação é um elemento fundamental para a vida funcionar. Burkeman afirma que a motivação é menos importante do que imaginamos, e que esperar por ela pode empacar nossa vida. “Quem disse que, para começar a fazer algo, você precisa esperar até sentir vontade?”, afirma. “A relutância em relação às tarefas chatas não precisa ser transformada em algo positivo. Você pode fazer algo, mesmo se reconhecer que tem vontade de deixar tudo para depois.” Se todos só fossem trabalhar apenas quando tivessem realmente com vontade de fazer isso, todas as empresas no mundo teriam problemas gravíssimos de produtividade, e a economia já teria entrado em colapso. A indústria da autoajuda superestima a motivação. 
 
EFEITO OPOSTO A equipe brasileira de handebol depois de conquistar o ouro no Mundial. Na preleção, o técnico disse que elas mereciam a prata (Foto: Srdjan Stevanovic/Getty Images)
Apesar da campanha de Burkeman, Knight e seus seguidores, os pessimistas ainda não têm motivos para comemorar. É otimismo demais acreditar que décadas de tradição de pensamento positivo seriam abandonadas só porque novos livros a criticam. O otimismo continua a ter seus defensores, mesmo com ressalvas. “O pensamento positivo serve para estimular a persistência”, diz Hélder Kamei, especialista em psicologia positiva da Universidade de São Paulo. “Mas acreditar que só o otimismo transformará objetivos em realidade é uma ilusão.”  Pesquisas científicas comprovam os méritos do otimismo. Um trabalho da Universidade Harvard analisou mais de 200 estudos sobre os efeitos do pensamento positivo na saúde e comprovou que os otimistas têm menos problemas cardíacos e um risco de derrame menor. Outro estudo, feito pelo Albert Einstein College of Medicine, nos Estados Unidos, investigou as personalidades de mais de 500 pessoas com idade superior a 95 anos e concluiu que ser otimista aumenta a longevidade. Mas ninguém se tornará centenário por repetir os mantras da autoajuda sem acreditar neles. Os benefícios à saúde só são observados em quem é verdadeiramente otimista.


O otimismo, quando sincero e espontâneo, tem o poder de nos tornar mais persistentes e bem-humorados. Ninguém duvida disso. O difícil é ser otimista de verdade, mesmo quando tudo parece dar errado. Entre reconhecer o pessimismo e fingir acreditar nas promessas da autoajuda, a primeira alternativa é a mais saudável. Os conselhos dos gurus do otimismo só funcionam para quem já é otimista (e provavelmente não precisa de conselhos). Ser pessimista não condena ninguém à infelicidade eterna. E, se a infelicidade eterna vier, ao menos os pessimistas terão um consolo. Eles estavam certos.

Cartas de Paris: O último metrô, por Danielle Legras


Antes de morar em Paris, vivi em cidades, onde meu meio de transporte se resumia ao meu Gol branco 1980. Seu motor era o de um fusca e o imenso volante, duas vezes maior que o original, é até hoje, um mistério para mim. O motor do Gol 1980 era conhecido por seu barulho peculiar, responsável pelo apelido, Gol Chaleira.
Mais do que uma barca velha destituída de charme, esse carro foi o companheiro de muitas aventuras. Éramos como Dom Quixote & Sancho Pança. Apesar do seu problema crônico de bateria, sempre acabava me deixando na porta de casa, sã e salva.
Ao chegar em Paris, órfã do meu fiel escudeiro, tive que adotar – como a maioria dos locais - o metrô parisiense. As primeiras experiências ficaram guardadas na memória até hoje. Nunca tinha visto tantas tribos diferentes reunidas num só espaço. Línguas extravagantes e até então desconhecidas, visuais surpreendentes. Me senti no centro do mundo, no ponto nevrálgico do universo. Um outro planeta.
As 302 estações do metrô parisiense acolhem mais de quatro milhões de viajantes por dia. Algumas estações são modernas, limpas e cheias de charme, como as de Saint-Germain de Près, ou Arts et Métiers (que mais parece um submarino). Outras são sujas, inóspitas e parecem concentrar todos os odores da humanidade.


O número crescente de sem abrigos que se refugiam no metrô é um fator eloquente sobre a crise que o país enfrenta. Eles são jovens, velhos, franceses, estrangeiros, e inofensivos. São os abandonados pelo sistema, os esquecidos, os invisíveis.
Mas o metrô não é somente palco de tristezas. Nesse cenário urbano acontecem também alguns momentos de delicadeza. Na maioria das vezes, graças aos músicos que conseguem atingir, apesar da dura carapaça, a sensibilidade dos passantes.
A vida dos habitantes é condicionada pelo último metrô. Essa viagem derradeira, pode ser (porquoi pas ?), um agradável momento. Tudo depende do estado de espírito do passageiro e dos momentos vividos antes. Acrescenta-se a isso, a quantidade de álcool ingerida. Em função desses elementos, o que era um momento obrigatório, pode se transformar num efêmero momento de poesia.
Na maioria das vezes, esse "último metrô" é uma pedra no sapato. A noite está agradável e a vontade de que ela perdure é grande. Mas por volta da meia noite e meia, tal qual Cinderela, é preciso abandonar a festa e correr para alcançar o último metrô.
Entra-se no vagão com aquela sensação amarga de que tudo o que é bom dura pouco, e o músico, já cansado, oferece uma última canção e seu pó de pirlimpimpim. Você reconhece imediatamente as notas de All of me de Billie H. Como num passe de mágica, você se reconcilia com o último metrô, que te leva, como meu velho Sancho Pança, são e salvo pra casa.

Danielle Legras é jornalista e tem duas grandes paixões, seu métier e Paris. Há dez anos, decidiu unir o útil ao agradável.

Sem policiamento, Porto Alegre virou território de bandidos ousados. Agora eles assaltam até restaurante e roubam picanha para fazer churrasco.

Blog do Polibio Braga

Sem medo da polícia, que sumiu, preciosistas, os bandidos só escolheram cortes nobres, sobretudo picanha, porque queriam churrasco de primeira qualidade. 

A Polícia liberou as informações, mas o site www.zerohora.com.br foi além e ouviu tamém o dono da churrascaria gaúcha. Em Porto Alegre não se encontra policiais nas ruas durante toda a noite. Mesmo de dia isto é impossível. O editor cruzou esta tarde de Nova Petrópolis até o bairro Petrópolis, Porto Alegre, 13h30min, e não encontrou um só policial em todo o trajeto de duas horas, nem mesmo nas rodovias. Leia a reportagem:
Dois homens arrombaram nesta madrugada a Churrascaria Braseiro, na esquina das avenida Pernambuco e Farrapos, no bairro Navegantes, zona norte de Porto Alegre. A dupla furtou 140 quilos de carnes nobres após entrar no estabelecimento pelo telhado. Câmeras de segurança registraram o furto a 1h30min. Um dos ladrões subiu no muro, arrebentou uma cerca elétrica e escalou o telhado do depósito do estabelecimento. Um telha de fibra de vidro foi quebrada. Depois, o bandido desceu para o pátio interno onde entortou uma grade de ferro. Em seguida, chegou à porta do açougue onde as carnes são cortadas e preparadas para assar. Na câmara fria, o bandido deparou com centenas de quilos de frango, salsichão, costela e outros tipos de carnes, mas não tocou em nenhum deles. Preferiu os pacotes dos cortes especiais, mais caros e macios. Um saco foi usado para embalar 140 quilos de picanha e filé mignon, causando um prejuízo de cerca de R$ 2,8 mil. Do lado de fora, o comparsa o esperava e minutos depois a dupla fugiu, atravessando, correndo, a Avenida Farrapos em direção a Avenida A.J. Renner. Nas paredes, ficaram marcas de barro das pegadas do ladrão.
- A insegurança pública é notória no RS. Restaurantes como Braseiro também sofrem. Há duas semanas, a Cantina do Toco, Ipanema, Porto Alegre, foi assaltada por 5 bandidos, que renderam clientes e proprietários. 

Declarar operações de compra e venda de imóveis no Imposto de Renda requer cuidados




Prazo para transmissão das declarações começa nesta quinta-feira. Transações imobiliárias sempre geram dúvidas na hora de enviar os dados à Receita


Começa, nesta quinta-feira, o prazo de transmissão da declaração do Imposto de Renda, ano-base 2013. Entre as diversas dúvidas que pairam sobre o pagamento do tributo, aquelas relativas às operações de compra e venda de imóveis certamente estão entre as mais frequentes. Para o diretor da Matur Organizações Contábeis, Mário César de Magalhães Mateus, um dos erros mais comuns é a forma como os empreendimentos adquiridos na planta ou financiados por uma instituição financeira são lançados. “As pessoas costumam colocar como dívida e ônus, mas está equivocado”, alerta.

O correto é ir até o campo “Bens e direitos” e, na área destinada à discriminação, detalhar toda a operação realizada. “A pessoa deve colocar o endereço do imóvel, a data de aquisição, a empresa que vendeu o bem e o detalhamento da forma de pagamento com os valores de entrada, parcelas e uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)”, orienta Mário.

É preciso informar os valores quitados no ano-base e no anterior, lembrando que esses valores serão sempre somados. O que significa que, se em 2012 foi declarado pagamento de R$ 50 mil e em 2013 o valor quitado foi de R$ 100 mil, no campo “Situação em 31/12/2013 (R$)” deverá ser informado o valor total de R$ 150 mil. “Ocorre, portanto, o acréscimo patrimonial todos os anos”, afirma Márcio. A orientação vale tanto para bem na planta como para aqueles que já estão prontos e foram financiados pelo Sistema Nacional de Habitação (SNH).

No caso de quem vendeu o imóvel, há uma série de outras variáveis. A começar pelo pagamento do ganho de capital. O primeiro passo é identificar se a negociação é ou não passível de isenção desse imposto. Se o bem vendido é o único em nome do contribuinte – vale lembrar que lote e até sala comercial contam como patrimônio – e o valor da venda é menor ou igual a R$ 440 mil, não há necessidade de pagamento do tributo. “Lembrando que só se beneficia quem não realizou transação semelhante nos últimos cinco anos”, alerta Márcio Reis, contador e proprietário da Creditar Contabilidade.

Se o bem for vendido para alienação de um outro imóvel – independentemente do valor –, também é possível se ver livre da cobrança. “A transação deve ocorrer no prazo de 180 dias. Nesse caso, a pessoa pode ter mais de um imóvel, mas a operação para aquisição de outro sem que incida pagamento de ganho de capital fica novamente restrita a uma a cada cinco anos”, lembra Mário Mateus.

GANHO DE CAPITAL 

Erro comum, o ganho de capital fixado em 15% sobre a diferença entre o valor de compra e venda do empreendimento não deve ser pago somente no ato da declaração do Imposto de Renda. “É muito comum o cliente esperar esta época do ano para quitar a dívida com a Receita, mas esse valor deve ser pago no mês subsequente ao recebimento dos recursos da venda”, lembra Márcio Reis. Se a entrada do apartamento foi depositada em fevereiro, por exemplo, o contribuinte tem até 31 de março para quitar o ganho de capital sobre esse montante.

“Há um sistema de cálculo no site da Receita que pergunta se os valores serão pagos à vista ou parcelados. Nesse último caso, ele calcula os valores proporcionais à parcela para que seja emitida o documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf)”, afirma Márcio. Se não seguir essa orientação, o contribuinte está sujeito à multa limite de 20% sobre o valor do imposto devido, além de juros atrelado à taxa Selic, atualmente em 10,5% ao ano.

Outra prática comum no mercado é registrar o apartamento com preço menor para burlar os cálculos de ganho de capital. Para quem está adquirindo o patrimônio, a dor de cabeça virá na hora da venda. “Cria-se um problema a longo prazo, já que a diferença entre o valor que pagou e o preço de venda será maior e o ganho de capital também”, observa Márcio. Tudo isso porque o valor do bem não pode ser reajustado anualmente, salvo quando é realizada alguma benfeitoria no imóvel. “Ampliação, reforma, pintura, enfim, gastos que justifiquem a valorização. Mas é preciso guardar toda a documentação que comprove as melhorias.”

E não é apenas por cinco anos, como se acredita. “Esses cinco anos passam a contar no ano subsequente ao da entrega da declaração. Portanto, no caso de declaração deste ano, a pessoa está detalhando as benfeitorias realizadas em 2013, mas o prazo para comprovação das benfeitorias passa a contar somente em 2015. O que significa que as notas fiscais devem ser mantidas durante sete anos”, orienta Márcio.

Por: Paula Takahashi
Fonte: Estado de Minas

Musas de cervejas no carnaval podem estar com dias contados


Este ano, pelo menos três marcas de cerveja tiraram as musas de cena e investiram em outros assuntos em suas campanhas; entenda os motivos


CHARGE DO JARBAS


Pajelança com dinheiro público


Posted: 05 Mar 2014 06:02 AM PST
Governo Dilma bate recorde de gastos com festividades e homenagens

RIO - Levantamento do site Contas Abertas mostra que, em três anos, o governo da presidente Dilma Rousseff gastou 71% a mais com festividades e homenagens do que o desembolsado nos quatro anos do segundo mando do governo Lula.

Em valores constantes (atualizados pelo IGP-DI, da FGV), governo Lula desembolsou R$ 153,4 milhões entre 2007 e 2010. Já a gestão da presidente atual utilizou R$ 214 milhões. Segundo o site, em comparação com anos anteriores, o governo Dilma foi o que gastou mais com festas e homenagens desde 1999.

De acordo com levantamento, o segundo mandato do governo de Fernando Henrique Cardoso somou gastos de R$ 61,9 milhões. Já os mandatos do presidente Lula somaram R$ 50,4 milhões e R$ 153,8 milhões, respectivamente. (fonte: O Globo)

O bem de família e seu reconhecimento na Justiça do Trabalho


Marcelo Mascaro Nascimento
A impenhorabilidade do bem de família pode ser alegada em qualquer processo de execução.
sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014
Tem sido cada vez mais recorrente, no âmbito da Justiça do Trabalho, excessos e até ilegalidade nos processos de execução.
Com efeito, predomina uma mentalidade, em parte de nossos magistrados, no sentido de que a execução deve prosseguir contra bens de sócios e ex-sócios sem que sejam atendidos os requisitos para a desconsideração da personalidade jurídica.
No entanto, muitas vezes, sequer o imóvel que tem natureza jurídica de bem de família tem sido respeitado. Conforme dispõe a lei 8.009/90, que regula e protege o bem imóvel destinado à moradia do casal ou da entidade familiar:
"Artigo 1º O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei.
Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados".
Importante lembrar que a impenhorabilidade do bem de família pode ser alegada em qualquer processo de execução, seja civil, fiscal, previdenciária, trabalhista ou de qualquer outra natureza, inteligência do artigo 3º, "caput", da mesma lei.
Não se pode afirmar, como muitas vezes se vê, que a ausência do registro em cartório da condição de bem de família do imóvel seja um óbice para o reconhecimento de sua natureza jurídica. Deve-se destacar que, na linha da jurisprudência já pacificada, é totalmente desnecessário o registro em cartório para que haja a configuração do bem de família.
O direito à moradia, reconhecido como direito fundamental no artigo 6º da CF/88, deve ser conjugado com o direito a créditos de natureza alimentícia. Aliás, diversos precedentes da Justiça do Trabalho já esclarecem que a natureza alimentar dos créditos trabalhistas não constitui uma exceção à impenhorabilidade do bem de família.
A proteção ao bem de família é tão valorizada em nosso ordenamento constitucional que até mesmo quando o único imóvel não esteja sendo ocupado por razões alegadas e comprovadas, como uma reforma, as garantias legais permanecem vigentes e a impenhorabilidade se impõe.
No que se refere aos documentos e demais tipos de provas necessários para atestar a natureza jurídica de um bem de família, além da certidão de cartórios de registro de imóveis e da declaração de imposto de renda, fundamental é a apresentação de declarações de zelador, vizinhos e outras pessoas que possam indicar que o bem é utilizado como moradia do núcleo familiar. Nessa linha, são importantes contas e correspondências em nome de todos os moradores do apartamento.
Assim, os magistrados precisam começar a ter maior cautela e atenção nos casos em que está envolvida a alegação de bem de família. Sem dúvida, é louvável a persistente tentativa de realização de Justiça no nas diversas outras reclamações trabalhistas que permanecem emperradas na fase da execução. No entanto, é um contrassenso efetivar um direito violando outros de mesma importância e de estatuto constitucional.
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Marcelo Mascaro Nascimento é advogado do escritório Mascaro Nascimento Advocacia Trabalhista.

Miúcha, Chico Buarque & Tom Jobim - Turma do funil ( marchinha de carnav...

IR – custos com aquisição imóvel




em: FINANÇAS PESSOAIS   |  tags: Custos , Educação Financeira   |  fonte: Exame

Internauta questiona se despesas cartorárias podem ser incorporadas para fins de IR – custos com aquisição imóvel

noticias imposto de renda financas pessoais  : IR   custos com aquisição imóvel
Documentos: Além do preço pago pelo imóvel, alguns gastos relacionados também podem fazer parte do custo de aquisição – Stock.xchng / Karol Wiszniewski
Dúvida do internauta: Em uma reportagem de EXAME.com sobre o valor do imóvel declarado no imposto de renda eu vi a informação de que o valor de aquisição do imóvel é composto do valor constante na escritura e que podem ser acrescidos a essa quantia a corretagem (caso tenha sido pago pelo adquirente), e também o Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI). Minha dúvida é: podem ser acrescentados ao valor declarado também as despesas cartorárias (emolumentos)?
Resposta de Rodrigo Paixão*: 
Sim, é possível incorporar as despesas cartorárias e emolumentos pagos quando o ônus do pagamento é da pessoa que adquiriu o imóvel.
O assunto é regulamentado através da Instrução Normativa SRF nº 84 de 2001, que em seu artigo 17 lista todas as despesas que poderão ser incorporadas ao custo de aquisição do imóvel.
Veja a lista abaixo:
“Art. 17 . Podem integrar o custo de aquisição, quando comprovados com documentação hábil e idônea e discriminados na Declaração de Ajuste Anual, no caso de:
I – bens imóveis:
a) os dispêndios com a construção, ampliação e reforma, desde que os projetos tenham sido aprovados pelos órgãos municipais competentes, e com pequenas obras, tais como pintura, reparos em azulejos, encanamentos, pisos, paredes;
b) os dispêndios com a demolição de prédio construído no terreno, desde que seja condição para se efetivar a alienação;
c) as despesas de corretagem referentes à aquisição do imóvel vendido, desde que tenha suportado o ônus;
d) os dispêndios pagos pelo proprietário do imóvel com a realização de obras públicas, tais como colocação de meio-fio, sarjetas, pavimentação de vias, instalação de redes de esgoto e de eletricidade que tenham beneficiado o imóvel;
e) o valor do imposto de transmissão pago pelo alienante na aquisição do imóvel;
f) o valor da contribuição de melhoria;
g) os juros e demais acréscimos pagos para a aquisição do imóvel;
h) o valor do laudêmio pago, etc.;”
Note que a alínea “g” deixa claro que demais acréscimos pagos para a aquisição do bem imóvel poderão compor o custo de aquisição do imóvel, quando suportados pelo comprador.
Vale ressaltar que a inclusão desse tipo de gasto ao custo de aquisição reduz o imposto sobre o ganho de capital, pago quando há lucro na venda do imóvel
*Rodrigo Paixão é coordenador de Imposto de Renda de Pessoa Física na H&R Block Brasil. A H&R Block é líder mundial no preparo de declaração de Imposto de Renda, com atuação nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Índia e Brasil.
Fonte: Exame – Priscila Yazbek