quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Livre pensar é só pensar (Millôr Fernandes)



Repaginação para vender rápido o imóvel


Pouco usada no País, consultoria de home staging é apontada como receita que acelera as negociações de apartamentos ou casas 

Um conceito americano de marketing aplicado à venda de imóveis usados pouco adotado no Brasil tem ganhado espaço no País. Chamado de home staging, a técnica consiste em preparar visualmente um imóvel para a venda. Mas não se trata apenas de corrigir pequenos vícios de uso presentes e que podem desvalorizar a casa ou o apartamento. Trata-se de ir além e decoraro espaço de modo a torná-lo atrativo aos olhos do público-alvo do produto, despertando nele o desejo pela compra. 

"Entrar em um imóvel à venda e se deparar com indícios da personalidade de quem mora ali, como fotos de família, quadro do time favorito etc., pode reduzir o interesse de quem vem comprar, pois a pessoa não consegue se enxergar ali, diz a diretora de venda de imóveis de terceiros do Sindicato da Habitação (Secovi), Roseli Hernandes. "Por outro lado, entrar em um imóvel vazio, com fios de iluminação à mostra e aquela impressão de abandono é igualmente prejudicial", acrescenta a especialista.

"O home staging busca justamente dirimir esse quadro e busca criar um ambiente decorado, mas sem marcas muito pessoais. Ou seja, tem o objetivo de criar uma sensação agradável para uma quantidade maior de pessoas e, assim, aumentar as chances de venda", explica Wanderley Revert, proprietário da Revert Realce Imobiliário, empresa especializada na prestação desse tipo de consultoria.

Segundo ele, estudos feitos por uma associação de corretores dos Estados Unidos dão conta de que a decisão de compra do imóvel ocorre apenas 30 segundos após o comprador entrar no local. "Se a pessoa entra em ambientes bem decorados, no lugar de um local bagunçado ou vazio, a chance de ele querer morar ali e fechar a compra aumenta", acredita Revert.

No Brasil, segundo Roseli, não há dados do impacto desse remodelamento na decisão nas vendas, já que se trata de um conceito novo no País. Porém, de acordo com ela, nos Estados Unidos a velocidade da venda aumenta em 78%. "E oito em cada dez imóveis vendidos no país são decorados por esse trabalho."

Além de aumentar a velocidade da venda, o investimento no home staging pode também valorizar o bem à venda, como ocorreu com a administradora de empresas Débora Campos. Após mudar para um novo imóvel, ela precisava vender a casa antiga, de 500 m², localizada em um condomínio fechado.

"Recebi uma indicação e decidi contratar o serviço, já que a casa estava vazia. Em menos de uma semana estava tudo pronto, e a venda ocorreu no início deste mês", conta. Mais do que a velocidade com que com que concretizou o negócio, Débora comemora a valorização de mais de 30% no preço que pediu inicialmente pelo imóvel, valor que cobriu com folga o investimento.

O home staging, no entanto, não se trata de algo acessível apenas aos imóveis de padrão elevado, afirma a arquiteta Susana Damy-Lacy, que se especializou na prestação desse trabalho no Brasil. De acordo com ela, o cliente determina o tamanho das mudanças a serem realizadas.

"A pessoa pode tanto reorganizar o imóvel com aquilo que ela já tem quanto fazer uma reforma maior", diz. Nos imóveis que já estão desocupados, o cliente aluga a mobília até que a venda do bem seja concretizada.

Pagamento

A cobrança pelo serviço pode se dar com base nas horas trabalhadas do profissional contratado ou de acordo com um porcentual do valor de venda do imóvel. Este tipo de negociação é mais frequente nos projetos maiores, que envolvem reforma e locação de mobiliário para o local.

Apesar dos resultados positivos, o conceito do home staging ainda não deslanchou por aqui, avalia Susana. Para ela, o público brasileiro é resistente a esse tipo de novidade, já que o costume por aqui é oferecer o imóvel totalmente vazio para o comprador.

Para Roseli Hernandes, do Secovi, faltam, ainda, profissionais especializados no assunto. Por isso, a entidade já estuda a criação de cursos de formação para que os corretores possam auxiliar seus clientes nesse sentido e reduzir assim o tempo de venda dos imóveis.

"O comprador cansa de ver vários imóveis. Ele tem a intenção de fechar a compra o quanto antes. Sendo assim, se o vendedor está apto a preparar o imóvel para a venda, ele reduz esse tempo de procura", afirma.

Reportagem de Leandro Costa

Fonte: Estadão 

Charge do Sponholz



Casa clássica gira em torno da biblioteca


Sala de leitura e escritório são as vedetes do projeto

15/10/2012 | POR REDAÇÃO; FOTOS DAVID DUNCAN LIVINGSTON

  (Foto: David Duncan Livingston)
Uma decoração clássica não implica, necessariamente, tons neutros e formalidade em excesso. Pelo contrário, o estilo aceita bem boas doses de cores e despojamento. Esse foi o maior desafio que os designers de interiores do escritório Lizette Marie tinham em mãos na hora de reformar e decorar esta residência em Willow Glen, bairro de San Jose, na Califórnia, recém-adquirida por uma família com quatro pessoas.
Como os moradores prezam os momentos de diversão e entretenimento, o projeto priorizou a criação de espaços onde adultos e crianças pudessem passar o tempo juntos, de forma confortável e descontraída. Para tanto, os decoradores criaram um refúgio para o casal, que  apelidaram de “sala da caverna”, devido à escassez de luz natural.
Trata-se da ampla biblioteca marcada por tons de roxo presentes no teto e nos divãs de veludo, em claro diálogo com o cinza das paredes. Localizada bem ao lado da entrada principal da casa, o espaço tornou-se o carro-chefe do projeto, e o ambiente preferido da esposa, por ser o canto onde ela se reconecta com sua paixão pela história e pelos livros. Além disso, a biblioteca também serve de escritório para o marido, onde ele pode trabalhar ou descansar após um longo dia.
  (Foto: David Duncan Livingston)
Outros detalhes, como o carrinho dourado que abriga um pequeno bar e o tapete estampado em preto e branco, dão um ar despojado ao imponente ambiente. Além de ilustrar a alma dos moradores, os inúmeros livros também servem de elementos decorativos, dispostos que estão em uma ampla estante preta que vai do chão ao teto. No meio dela, uma porta com suporte de vidro, recuperada de um celeiro, divide ou integra o espaço de trabalho e a sala de brinquedos destinada às crianças. Esta, por sua vez, apesar da falta de luz natural, revela-se mais leve do que a “sala da caverna”, devido ao espírito lúdico dos pufes multicoloridos, e às paredes brancas e à iluminação embutida no gesso.
Já na clássica sala de jantar principal da casa, o marrom é o protagonista, presente no papel de parede estampado e na cortina, além da mesa de madeira. Objetos em dourado e prata servem como centro de mesa, debaixo de uma moderna luminária pendente, suspensa a partir do teto pintado de preto.Toques sóbrios ditam o tom de outros ambientes da morada. Entre eles, destaque para o home theater, onde um caráter masculino reina absoluto, graças ao sofá de couro caramelo e à poltrona preta, móveis que dialogam com o papel de parede igualmente escuro, e com a mesa redonda na mesma cor que serve também de apoio para os pés.
Um toque irreverente e personalizado da morada fica por conta dos três mapas coloridos e semi-abstratos desenhados pelo artista Klari Reis, presentes no hall de entrada. Além de servirem de obras de arte, eles contam um pouco a história do casal, por representarem locais onde os dois já viveram juntos: Manhattan, em Nova York; Gottingen, na Alemanha; e Charlottesville, na Virgínia, Estados Unidos.
  (Foto: David Duncan Livingston)

  (Foto: David Duncan Livingston)

  (Foto: David Duncan Livingston)

  (Foto: David Duncan Livingston)

  (Foto: David Duncan Livingston)

  (Foto: David Duncan Livingston)

DONA DILMA, A MALVADA DO PLANALTO



Giulio Sanmartini
A durona dona Dilma não titubeou, demitiu sumariamente, nessa segunda feira (15), o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Mauro Luciano Hauschild .
O que de tão grave teria feito Mauro Luciano, para tornar-se alvo da conhecida e temida ira presidencial?
Simplesmente, como acontece num regime democrático, ele pediu licença do cargo para participar da campanha municipal no Rio Grande do Sul e também decidiu candidatar-se a deputado federal, em 2014.
Ora ele teve a decência de licenciar-se, enquanto a “presidenta” e sua caterva, com dinheiro do contribuinte fazem campanha despudoradamente para candidatos petistas.
Ela ocupando o cargo de presidente de todos os brasileiros, não pode ser dar ao luxo fazer uso de dois pesos e duas medidas, pois ao mesmo tempo que demite um,  faz  questão de manter no cargo José Genoino, que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal STF,como corrupto.
Cuidado Dona Dilma, que um dia a casa pode cair.
(1) Fotomontagem: Dona Dilma e Mauro Luciano, a imagem fala sozinha, não é mesmo?

UM SONORO BOM DIA!



Roque Sponholz – Charge e Texto
Sempre que entro no consultório de meu oftalmologista, saúdo as secretárias e os pacientes na sala de espera, com um sonoro “bom-dia” ou “boa-tarde”, dependendo do horário.
Só ouço retribuição das simpáticas secretárias. Os demais permanecem de cabeça baixa, concentrados em seus celulares de última geração.
Recuso-me a pensar que deveriam consultar uma professora de etiqueta e boas maneiras, (será que ainda tem? Antigamente tinha a SOCILA, alguém lembra?).
Prefiro acreditar que seus problemas serão resolvidos por um otorrinolaringologista, e que portanto, erraram de consultório, pois se conseguem enxergar aquelas letrinhas naquelas telinhas, a visão não deve estar tão ruim assim; já os ouvidos…

CRÔNICA Cartas de Berlim: A cerveja que é uma refeição



Cerveja no Brasil tem muito “milho”, enquanto alemã tem cevada pura
Já ouviu falar que na Alemanha “cinco cervejas equivalem a um Schnitzel”? Não só pelo tanto de calorias, e sim também pelo seu potencial de saciar. Isso nos leva ao tempo dos monges. Enclausurados, não podiam comer. Foi aí que veio Deus, ops, alguma alma caridosa e inventou...a cerveja. A bebida nada mais era uma refeição em forma líquida. Saciava que era uma beleza.
Toda essa embromação para declarar aqui que eu, apesar de não ser uma grande bebedora de cerveja, sou uma grande admiradora da cultura cervejeira na Alemanha - assim como gosto de tudo o que é de certa forma autêntico.
Depois de uma temporada aqui, já cheguei a conclusão que a cerveja chega a ganhar status de bebida não alcóolica. Quase uma refeição em si. Sem falar no rigoroso controle de qualidade.
Estou falando disso porque li essa semana uma notícia que constatava que as cervejas brasileiras contêm mais milho do que o permitido em suas composições. Peraí, milho?
A problemática é a seguinte: o malte com o qual a cerveja é produzida é obtido pela cevada, porém parte dele pode ser substituido, com inúmeras vantagens financeiras, por outros cereais, como por exemplo arroz ou milho. Uma cerveja sem malte de cevada ainda é uma cerveja, porém, se o cereal tiver sido o arroz é quase um saquê, você está sacando a jogada?
Na Alemanha, há uma lei que diz que as cervejas só podem ter 3 ingredientes: água, cevada e lúpulo. Nada de conservantes ou os chamados “adjuntos” ou cereais substitutos que não sejam a cevada. E eu juro até hoje olhar os rótulos esperando morbidamente que alguma dê uma escorregadinha. Mas não dão. É lei. A lei das cervejas. Até a mais mirradinha e barata das “brejas” obedece.

água, lúpulo e cevada = cerveja

Tradição, já ouviu falar?
Mas tudo bem, né? Quem liga para a lista de ingredientes? Se o gosto é bom, está valendo. Isso me lembra uma outra paranóia dos alemães que eu adotei também como minha: análise de listas de ingredientes. Na minha opinião, um hábito ao mesmo tempo saudável e perigoso.
Bem, se não é interesse da Ambev melhorar a qualidade das cervejas, que tal você, meu amigo, começar a comprar e apoiar as cervejarias regionais? Se isso significar um aumento no seu orçamento, que tal comprar menos refrigerante? Eles são caros e pesam no bolso do trabalhador. E se não quiser abrir mão do refrigerante, que tal abdicar do pãozinho? Lembre-se: cerveja de verdade substitui o jantar. E os carboidratos.

Tamine Maklouf é jornalista e ilustradora nas horas vagas. Mora na Alemanha desde agosto de 2009, onde se encontra na “ponte terrestre” Dresden-Berlim. De lá, mantém o blog www.diekarambolage.wordpress.com

OBRA-PRIMA DO DIA - ARQUITETURA Semana do Santuário Sagrado de Machu Picchu (3)



Apesar da descoberta arqueológica de Machu Picchu ter acontecido há cem anos, os historiadores ainda não sabem ao certo por qual motivo a cidadela foi construída. Não há registros e aos arqueólogos coube juntar pedaços de evidências para tentar saber para que servia a cidadela e porque foi evacuada tão rapidamente.
Mil hipóteses já foram levantadas. Até hoje, no entanto, nenhuma pode ser considerada definitiva, apesar de estudos mais recentes comprovarem que sua razão de ser mais importante era a função religiosa.
A abundância de ornamentos, a presença de 150 múmias, a planta arquitetônica da cidade, os templos e o observatório astronômico atestam que Machu Picchu era um importante centro ceremonial, o maior de toda a América.
Luis Lumbreras, históriador e arqueólogo contemporâneo, que já foi um dos diretores do Instituto Nacional de Cultura do Peru, descreve o local como "uma cidadela composta por palácios e templos, moradias e depósitos", que cumpria funções religiosas.
Formada por edificações, praças e plataformas interligadas por caminhos estreitos, tem um setor separado dos outros por muros, valas e uma espécie de fosso que Lumbreras concluiu não ter sido parte de uma fortificação militar mas sim uma maneira de isolar a área reservada para as cerimônias religiosas.
O que se tem como certo é que Machu Picchu foi erguida por Pachacútec, o 9ª soberano Inca, que foi também o idealizador dos terraços para a agricultura local.
Edificada em harmonia com a natureza que a cerca, a cidade se divide em duas grandes zonas : uma agrícola e a outra urbana

 O setor agrícola é composto por terraços abertos no flanco da montanha (foto acima), interligados uns aos outros. Esses terraços tinham dois objetivos: celeiro alimentar para os habitantes da cidade e reservatório para o recolhimento das águas da chuva de modo a evitar a erosão do terreno.
Um grande muro separa as duas zonas. A zona urbana é subdividade em três partes: uma dedicada à indústria dedicada às atividades domésticas; outra era área residencial onde moravam os habitantes da cidade em casas construídas em diversos níveis; e a área mais importante, dedicada ao culto religioso e da qual falaremos amanhã. Veja abaixo a passagem da área residencial para a dos cultos.

…a continuar…

Quase 500 brasileiros foram vítimas de tráfico de pessoas em seis anos, mostra diagnóstico



A maioria das vítimas tem como destino países como Holanda, Suíça e Espanha e são levadas para exploração sexual

Agência Brasil
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A maioria das vítimas tem como destino os países europeus Holanda, Suíça e Espanha e são levadas para exploração sexual
Em seis anos, quase 500 brasileiros foram vítimas do tráfico de pessoas. Desse total, 337 casos, que representam mais de 70% dos registros feitos de 2005 a 2011, referem-se à exploração sexual. Mais 135 ocorrências tratam de trabalho análogo à escravidão. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (16), em um diagnóstico preliminar sobre o tráfico de pessoas no Brasil elaborado pela Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc).
 
Os números revelados pelo documento podem ainda estar distante da realidade no país. O secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, admitiu que o registro de tráfico de pessoas ainda é deficiente no Brasil, principalmente, porque as vítimas não se apresentam ou não se reconhecem nessa situação.
 
O levantamento mostra que a maioria dos casos foi registrada nos estados de Pernambuco, da Bahia e de Mato Grosso do Sul. Segundo o diagnóstico, a maioria das vítimas brasileiras tem como destino os países europeus Holanda, Suíça e Espanha.
 
O Suriname, que funciona como rota para a Holanda, é o país com maior incidência de brasileiras e brasileiros vítimas de tráfico de pessoas, com 133 casos, seguido da Suíça, com 127. Na Espanha, o número de vítimas chegou a 104 e, na Holanda, a 71 pessoas.
A estratégia brasileira para combater o tráfico de pessoas tem se baseado em campanhas de conscientização e em uma rede nacional de apoio às vítimas. De acordo com informações da assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, o governo federal vai anunciar, nos próximos dias, um pacote de medidas para o enfrentamento ao tráfico de pessoas.
 
Os dados do diagnóstico parcial foram levantados a partir de estatísticas criminais sobre o tráfico de pessoas no Brasil, do Departamento de Polícia Federal, da Secretaria Nacional de Segurança Pública e de outros organismos como a Assistência Consular do Ministério das Relações Exteriores.
 
Ainda não é possível um consenso sobre o perfil dos traficantes a partir dos registros nos vários órgãos que tratam o problema. Dados da Polícia Federal revelam que as mulheres são as principais aliciadoras, recrutadoras ou traficantes, chegando a representar 55% dos indiciados. O Sistema Penitenciário Federal revela um número maior de homens presos por atividades criminosas relacionadas ao tráfico de pessoas. No Ministério da Saúde, cerca de 65% dos casos de agressão a vítimas de tráfico de pessoas foram cometidos por homens.
 
Informações do Ministério da Saúde mostram que, em 2010, 52 vítimas de tráfico de pessoas procuraram os serviços de saúde. Em 2011, foram 80 vítimas. De acordo com o órgão, a maioria dos registros é feita por mulheres, na faixa etária entre 10 e 29 anos. Nesse grupo, há uma maior incidência de vítimas entre 10 e 19 anos, de baixa escolaridade e solteiras.
 
A Secretaria de Políticas para Mulheres da Presidência da República recebeu 76 denúncias de tráfico de pessoas em 2010 e 35 em 2011.