segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Nos tempos de Juca Quaresma



Sebastião Nery
Dona Amélia é quem mandava em Bonito de Santa Fé, lá nos perdidos sertões da Paraíba. Chamou Manuel Sabugo, mandou matar Zeca do Riachão. De noite, se arrependeu. De manhã, não encontrou mais Manuel Sabugo. Despachou um portador para avisar a Zeca do Riachão. E ainda fez um bilhete para Zeca mostrar a Manuel Sabugo: “Manuel Sabugo, não puxe o gatilho contra Zeca do Riachão”.
Sabugo encontrou Zeca. Zeca lhe mostrou o bilhete:
– Sabugo, leia este bilhete de dona Amélia.
Manuel Sabugo leu e guardou:
– Tudo bem, Zeca. Está cumprida a ordem de dona Amélia. Não vou atirar em você. Mas eu já rezei pela sua alma. Então, você vai morrer na faca.
E Manuel Sabugo matou Zeca do Riachão na faca.
Esta é uma história de um século atrás. Do começo do século passado. De um tempo que hoje só existe nos livros. E de uma terra que há muito deixou de ser um perdido sertão da Paraíba. História de horror de uma morte gratuita, vista só por uma pessoa e sabida só por um punhado de gente.
###
CANDIDATO DO HOSPÍCIO
George Pires Chaves, comunista, advogado e cônsul do Piauí no Rio, voltou a Teresina para visitar um cliente. Encontrou-o louco, internado no Sanatório Meduna, fundado e dirigido pelo inesquecível Clidenor de Freitas.
O cliente, lúcido na sua chestertoneana loucura, não queria saber de processos nem de negócios. Só de política:
– Dr. George, nós estamos cansados de eleger governadores sãos. Nenhum deles prestou. Agora, queremos um doido para o governo do Estado.
– E quem é o candidato?
– É aqui nosso colega, o doutor Clidenor.
###
VOTE NO SOBRINHO
Juca Quaresma, PSD, amigo de Juscelino, era coronel de vastas terras e líder político em Águas Formosas, acima de Teófilo Otoni, lá para as bandas do Jequitinhonha, no norte de Minas. Eleição para ele não tinha mistério. Quando Kennedy derrotou Nixon, em 1960, o resultado saiu logo:
– Não vejo vantagem. Eles dizem que são desenvolvidos por isso. Quero ver é saber o resultado adiantado. Sei quem vai ganhar aqui daqui a dez anos.
Numa eleição para prefeito, o sobrinho dele, Líbio, saiu candidato contra ele. Juca Quaresma ficou uma fera. Mandou seu aliado Zé de Luca fazer uma pesquisa no município todo. Veio o resultado, e ele disse ao agrônomo José Maria Pimenta, cearense que trabalhava naqueles mundos, hoje deputado estadual (bom deputado) do Ceará e candidato a federal pelo PL:
– Doutor, não tem jeito. O povo quer. É o caso de dizer: é o meu candidato.
Apoiou e elegeu o sobrinho. O advogado Olinto Medrado, amigo dele, propôs uma campanha para Águas Formosas virar comarca. Juca não aceitou:
– Doutor, vamos trazer juiz para cá, para ser mais importante do que nós e prender nossa gente? Vamos ficar nós aqui com nós mesmos.
Dizem que hoje a política é mais transparente. Mas é tudo na base do dinheiro, do compra-compra, do governo que pode tudo porque compra tudo.

TV Globo tem 10 sócios, sem contar os 673 que tiveram suas ações usurpadas por Roberto Marinho a custo zero



Carlos Newton
Causaram boa repercussão e até admiração a forma e os critérios usados pelos herdeiros do empresário-jornalista Roberto Marinho para anunciar a nova governança do vitorioso conglomerado de comunicação. Carlos Henrique Schroder responderá pela Direção Geral da TV Globo, a partir de 1º. de janeiro de 2013, no lugar de Octávio Florisbal; Ali Kamel já assumiu a Central Globo de Jornalismo e Willy Haas responderá pela Direção Geral de Negócios e Comercialização da Rede Globo de Televisão também no início do próximo ano.
 Marinho lesou 673 acionistas
As muitas pessoas que temeram pelo êxito da organização, após Walter Clark, Boni e companhia e o falecimento do jornalista Roberto Marinho, devem estar se perguntando como os três filhos-herdeiros, Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto conseguiram manter a empresa, modernizá-la e garantir-lhe a incontestável liderança financeira e técnica, com produção e criatividade incomparáveis no cenário televisivo mundial.
No documento subscrito por Roberto Irineu Marinho, sob o título “O melhor modelo de gestão, transparência e responsabilidade” chama atenção a preocupação dos três irmãos com o futuro da organização e de seus administradores-herdeiros, dos quais vai se exigir requintada formação profissional.
De acordo com Roberto Irineu, as mudanças foram necessárias porque o número de sócios, atualmente apenas 10, deve se ampliar rapidamente nos próximos anos, quando novas gerações da família Marinho vão chegar aos seus 21 anos.
Ora, essa justa e plausível preocupação seria centenas de vezes maior se, com visão aguçada e falta de escrúpulo, não tivesse o jornalista Roberto Marinho, por meio de decisão em falsa assembleia geral extraordinária, em 30 de junho de 1976, transferido para o seu nome,  a custo zero, todas as ações dos 673 acionistas fundadores da Rádio Televisão Paulista S/A, depois TV Globo de São Paulo S/A.
Essa arrojada iniciativa, que feriu os estatutos da própria sociedade e violou a lei, contudo, já está prescrita. As irregularidades cometidas já se dissiparam juridicamente pelo passar do tempo, não podendo mais haver condenação e nem há mais risco ao patrimônio e ao controle da Rede Globo, competentemente dirigida pelos seus poucos e atuais comandantes.
###
MODO DE EXCLUSÃO
A propósito, em julgamento no Superior Tribunal de Justiça, no distante 1994, o eminente ministro Sálvio Figueiredo assim se posicionou sobre a aquisição feita pelo jornalista Roberto Marinho: “ O modo de exclusão escolhido pela unanimidade dos acionistas (explica-se o jornalista Roberto Marinho) que compareceram à assembleia é que foi sui generis, SEM PREVISÃO LEGAL OU ESTATUTÁRIA… O erro está em não ter sido adotada a providência prevista na lei PARA A ALIENAÇÃO DAS AÇÕES DOS FALTOSOS (673 ACIONISTAS QUE NÃO SOUBERAM DA A.G.E. E PORTANTO NEM COMPARECERAM A ELA): enquanto a lei autorizava APENAS A VENDA DAS AÇÕES EM BOLSA DE VALORES, a Assembléia de junho de 1976, permitiu sua aquisição pelos sócios remanescentes”, ou melhor, só pelo jornalista Roberto Marinho, daí a explicação para esse império de comunicações, sociedade anônima, ter apenas 10 sócios da própria família MARINHO.
O Tribunal de Justiça de São Paulo, ao julgar esse mesmo processo, não foi tão compreensivo e tolerante: “ Não pode ter subsistência um negócio jurídico cujo proprietário da coisa objeto sequer participou da cogitada alienação. A entender-se de outra forma estar-se-ia proclamando a legalidade do enriquecimento ilícito, o que não é possível sancionar-se, irrefutavelmente”.
Não fosse a visão e artifícios usados pelo jornalista Roberto Marinho e hoje os seus três herdeiros estariam se havendo com 673 outros acionistas, excluídos da empresa de comunicação sem pagamento algum, em nome de uma suposta “regularização societária”, cobrada pelo governo federal desde 1965 e nunca concretizada.
Essa incrível e nebulosa história estará logo retratada em livro intitulado “Irregularidades e trapalhadas na transferência do controle da TV Globo de São Paulo S/A”. Aguardem o lançamento nas livrarias e nas bancas de jornais.

Arcebispo defende casamento de padre e diz que Papa não é infalível



Sérgio Fontenele (Folha)
Recém-nomeado arcebispo de Teresina (PI), dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho, 65, diz que o discurso do papa “não é infalível”. E, segundo o religioso, “o fato de que, para ser padre, precisa ser também celibatário, é uma disciplina da Igreja [Católica] que pode mudar”.
O recém-nomeado arcebispo de Teresina, dom Jacinto Furtado de Brito Sobrinho D. Jacinto quer mudanças
A opinião se choca com recentes declarações de Bento 16 a sacerdotes reformistas que desejam tanto a ordenação de mulheres como o fim da proibição do casamento de religiosos. O papa se refere ao celibato como “imprescindível” e, a essa ala contrária, como “desobediente”.
“O papa não é infalível quando fala tudo. A Igreja tem a convicção de que ele é infalível quando fala de fé e moral”, afirma dom Jacinto.
Para ele, a mudança de opinião em relação ao celibato é alimentada por vários segmentos da Igreja. “Isso é um desejo de muitos bispos.”
“O espírito vai soprar na Igreja, e o papa tomará uma decisão oficial, conjunta, de dar as duas alternativas para o Ocidente”, diz, sobre a opção de ser ou não celibatário.
O arcebispo lembra que há padres casados na Igreja. “No Oriente cristão católico há padres casados. Isso não é estranho. A Igreja sempre teve padres casados.”
O arcebispo de Teresina diz que “recentemente o papa Bento 16 acolheu padres que saíram da Igreja Anglicana, com suas famílias, e se tornaram católicos”. E afirma que existe espaço para que essa mudança seja aceita.
Ligado à Teologia da Libertação, linha que nos anos 80 ligava o catolicismo ao marxismo, dom Jacinto se considera um religioso que defende uma renovação de ideias.

Charge do Sponholz



Livro revela que Kadafi transformava estudantes em escravas sexuais


Terra

image002.jpg
Entre checar um email e outro, o ex-líder líbio Muammar Kadafi diariamente espancava e estuprava estudantes transformadas em escravas sexuais, revela a jornalista francesa Annick Cojean no livro Presas: No Harém de Kadafi, publicado na semana passada. Cojean reuniu relatos de garotas que foram forçadas a viver no harém do coronel. As informações são do jornal britânico Daily Mail.
Soraya, uma das jovens cujo relato está presente no livro, tinha 15 anos quando, em 2004, foi sequestrada por 'olheiros' de Kadafi após entregar um buquê de flores para ele durante uma cerimônia em sua escola. O ex-líder aceitou o presente e colocou a mão sobre a cabeça da menina. Soraya disse que só mais tarde percebeu que o sinal queria dizer "eu quero essa".
No dia seguinte, mulheres em uniformes apareceram no salão de beleza de sua mãe em Sirte e explicaram que Kadafi queria a menina para outra "cerimônia de buquê". Ela foi levada, viajou horas por um deserto, teve seu sangue tirado e os seios medidos antes de ser desnuda e depilada. Após ser vestida com uma pequena calcinha e um vestido justo de cetim branco, ela foi levada ao quarto de Kadafi, onde o encontrou já pelado.
"Ele segurou a minha mão e me forçou a sentar ao seu lado na cama", contou Soraya, acrescentando que não se atreveu a encará-lo. "Ele disse: 'não tenha medo. Eu sou o seu papai. Não é assim que vocês me chamam? Mas também serei seu irmão e amante, porque você ficará e viverá comigo para sempre'". A jovem afirmou que tentou resistir e foi então foi enviada para ter lições com Mabrouka, mulher responsável pelo harém de Kadafi, que recebeu ordens para educá-la e trazê-la de volta.
De acordo com o livro, Kadafi repetidas vezes estuprou, espancou e urinou em cima da adolescente nos cinco anos que ela passou em cativeiro. Algumas vezes outras garotas estavam presentes nos seus encontros com o líder. Quando alguma delas fazia sexo oral em Kadafi, ele dizia para Soraya "assistir e aprender". Mabrouka dava filmes pornôs para a jovem ver como "dever de casa".
Outra vítima, Houda, relatou à jornalista francesa que concordou em fazer sexo com Kadafi após ele prometer libertar o seu irmão. Ela tinha 18 anos na época do primeiro encontro. Kadafi teria abusado dela nos próximos cinco.
Famoso por sua tirania, os relatos no livro ajudam a trazer luz sobre o misterioso exército de mulheres em uniforme que sempre escoltava Kadafi em suas viagens. De acordo com a obra, em vez de fazer a segurança do líder, elas eram suas escravas sexuais e Kadafi adotava o estupro como prática diária. O ex-líder, morto em 2011 ao fim da revolução que tomou conta da Líbia, também estupraria meninos com frequência, segundo relatos de vítimas.
Cojean, repórter do jornal francês Le Monde, afirmou que os relatos presentes no livro foram a sua mais "dolorosa investigação". "Para Kadafi, o estupro era uma arma, uma forma de dominar os outros. As mulheres, obviamente, porque era fácil. Mas também homens, ao possuir suas mulheres e filhas", disse a jornalista em entrevista à rede de notícias France 24.
As informações são do jornal britânico Daily Mail.

Conheça 10 cubas bonitas e diferentes para dar personalidade ao seu banheiro ou lavabo


O Pense Imóveis selecionou alguns modelos de cubas para inspirá-lo a investir nessa peça da casa que, muitas vezes, fica em segundo plano

Na hora de decorar a casa, os banheiros e lavaboscostumam ser deixados em segundo plano. Quartos, salas e cozinhas acabam ganhando mais atenção dos moradores quando chega o momento de decidir cores, planejar móveis e comprar acessórios. Para instigar o seu interesse neste ambiente da casa muitas vezes esquecido, selecionamos dez modelos de cubas atraentes e inusitadas, que poderão dar o charme especial que o espaço merece.


Origin Eco Logic é uma empresa preocupada com o tipo de material que utiliza. A cuba Assimétrica 320 é feita de madeira maciça certificada, para sobrepor em lavabo ou banheiro. Para garantir total impermeabilização, a peça é revestida por dez camadas de seladores e vernizes. A Origin também produz materiais para outras peças da casa. Informações aqui

Divulgação / Origin Eco Logic



As cubas artesanais de louça são em porcelana Stone Ware, o mais resistente dos porcelanatos, matéria-prima importada dos Estados Unidos. Totalmente moldadas a mão, podem ser customizadas. Texturas e esmaltações em prata, cobre, ouro, grafite, com padronagens delicadas, foram criadas pela artista Rejane Hirtz Trein. Vendidas exclusivamente na Spazio del Bagno

Divulgação / Spazio del Bagno



A cuba folha foi desenvolvida pela Brascor Countertops, assinada pelo designer de produtos Ricardo Antônio Studio. É fabricada em corian na cor Glacier White, mas há possiblidade de produção em outras cores. Mais informações no site.

Divulgação / Bascor Countertops


As peças abaixo são fabricadas pela empresa inglesa Victoria + Albert e importadas com exclusividade para o Brasil pela Doka - Bath Works. Com um designcontemporâneo, o modelo Barcelona traz curvas suaves é produzida em Quarrycast, material desenvolvido com uma rara rocha vulcânica misturada à resina, as cubas têm como cor natural o branco, possuem brilho intenso e não amarelam. Informações no site.

Divulgação / Doka Bath Works



A madeira usada nas cubas Samauma é o Louro Preto. As peças são elaboradas com pedaços de troncos e raízes revitalizados, deixados expostos ao tempo por mais de vinte anos. Nesse tempo, a ação do sol e da chuva esculpe fendas em sua superfície, produzindo irregularidades que conferem beleza e originalidade às peças. As cubas são revestidas em poliuretano. Mais informações aqui.

Divulgação / Spazio del Bagno



Fango, fábrica argentina, combina produção artesanal com um acabamento industrial. As cubas são feitas em um torno por um ceramista e são decoradas por um decorador que pinta uma por uma a mão. A fabricação artesanal oferece ao produto um alto valor adicional que o faz único e diferente. Há possibilidade de entrega no Brasil. Acesse osite para outras informações.

Divulgação / Fango



Outro modelo da Fango, feito de forma totalmente artesanal. Interior com pigmentos cerâmicos e esmalte transparente mate sem chumbo. Exterior com pigmentos cerâmicos dando aparência semelhante à pedra.

Divulgação / Fango



Outro produto importado exclusivamente pela Doka - Bath Works e projetado pela inglesa Victoria + Albert é a cuba Edge, linha 2012. O design tem estilo futurista, com linhas retas e marcadas. As peças são feitas em Quarrycast, uma mistura de rara rocha vulcânica e resina. No caso de riscos ou arranhões, basta um simples polimento para restauração do material. Outros produtos e informações pelo site empresa.

Divulgação / Doka Bath Works



Cuba de apoio Licenza, levemente suspensa em relação à bancada. Possui fita de LED não aparente em sua parte inferior, permitindo a emissão de suave facho de luz através da borda. Produzida em corian, matéria-prima de altíssima resistência com a qualidade Du Pont. Disponível nas cores branco, bege claro ou cinza claro. Um fino disco perfurado se posiciona em sua base interna, encobrindo a válvula de escoamento da água. À venda pelo site.

Divulgação / Du Pont



Fabricada pela Tramontina em aço inox de alta durabilidade e com acabamento em alto brilho, a cuba Ronda foi concebida para gerar uma atmosfera elegante para os lavabos. A instalação pode ser feita tanto para apoio quanto para embutir no tampo com borda sobreposta. Acompanha válvula pop-up. Outras informações e modelos diferenciados no site da marca.

Divulgação / Tramontina

Suíte da Casa Cor SC 2012 tem cama que parece flutuar no ar


Projeto dos arquitetos Marila Filártiga e Beto Gebara, a Suíte do Casal é dividida em dois ambientes: quarto e banheiro, sutilmente integrados

Pode se dizer que uma das coisas que mais chama atenção no projeto Suíte do Casal da Casa Cor Santa Catarina 2012 é a cama. Na criação, de autoria dos arquitetos Marila Filártiga e Beto Gebara, a cama fica apoiada sobre um vidro transparente, dando a impressão de flutuar no ar.
Divulgação
O desafio dos profissionais do escritório Gebara & Filártiga Arquitetos era criar um espaço aconchegante para um casal de aproximadamente 40 anos e com ares atuais. Além da moderna cama, executada pela Portiere, o ambiente reúne peças de design, sustentabilidade, moda e tecnologia.
Divulgação
Buscando aconchego assim como requinte e funcionalidade, os arquitetos dividiram o espaço em quarto e banheiro, sutilmente integrados. Um tecido florido em tons marcantes reveste a parte baixa das paredes formando uma cabeceira com um espelho na parte mais alta.
Comumente usado para ampliar espaços, o espelho teve um papel diferente neste projeto. Ele reflete um conjunto de três quadros em branco-no-branco que formam a palavra "amor" ao contrário,obra da artista plástica Virgínia Filártiga do Rio de Janeiro.

A MÚSICA DO DIA Nó em pingo d' água & Cristóvão Bastos: Fabiano e sua turma



Nó em pingo d' água

Ouça Fabiano e sua turma, de Mario Sève

Leão que devora sigilo


Fisco recupera R$ 56 bi com cruzamento de dados bancários, mas prática é questionada


BRASÍLIA - Nos últimos 11 anos, a Receita Federal tem usado um expediente polêmico no combate à sonegação. Desde 2001, já rompeu mais de 80 mil sigilos bancários no rastreamento de 16.142 contribuintes, que resultaram na recuperação de R$ 56 bilhões desviados do Fisco, segundo levantamento da Receita obtido com exclusividade pelo GLOBO. Mas, no fim do ano passado, essa prática foi colocada na berlinda: o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em recurso extraordinário, deu ganho de causa à empresa GVA Indústria e Comércio, que questionara o acesso a seus extratos bancários pelo Fisco sem autorização judicial prévia.
A partir dessa decisão, apesar da queda na arrecadação, o Fisco reduziu seus acessos a dados bancários dos contribuintes. A Receita teme que o método seja condenado pela Justiça e que tenha de devolver recursos pagos por contribuintes autuados dessa forma.
O uso da quebra de sigilo bancário pela Receita para investigar contribuintes suspeitos de sonegação fiscal vem sendo contestado em ações na Justiça e no próprio STF desde a adoção da prática, respaldada pela lei complementar 105, de 2001. Em breve, o STF deve apreciar uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) sobre a lei. Em agosto, o governo apresentou sua defesa.
Receita: risco de reembolso
Os dados da Receita mostram que, entre 2001 e abril deste ano, as ações com quebra de sigilo representaram 8% do total autuado com fiscalizações (R$ 700 bilhões). Só em 2009, mais de três mil procedimentos recuperaram R$ 9,2 bilhões para o Fisco. Naquele ano, a partir de extratos bancários, a Receita apontou indícios de evasão tributária de R$ 1,144 trilhão, quase um terço do Produto Interno Bruto (PIB).
Se o plenário do STF confirmar o entendimento no recurso da GVA, de que a quebra de sigilo para fiscalização necessitaria de aprovação da Justiça, a Receita corre o risco de ressarcir esses contribuintes.
— Se o STF confirmar que a lei é inconstitucional, quem pagou imposto a partir dessas fiscalizações terá direito a reclamar restituição — diz Antônio Glaucius de Morais, sócio do Meira Morais Advogados.
No fim de agosto, a Advocacia Geral da União (AGU) defendeu a quebra de sigilo bancário pelo Fisco. Para a AGU, é “inadmissível o ajuizamento de Adin para a impugnação de normas de caráter secundário”. Os técnicos da Receita torcem para que a ação seja julgada a favor do órgão e o mais rapidamente possível, para que as fiscalizações sejam retomadas.
— A Receita deve fiscalizar movimentações suspeitas, mas só pode ter acesso a dados bancários mediante decisão judicial e justificada, assim como ocorre com o Ministério Público. Os fins não justificam os meios. Para prender o bandido, o Estado tem de transgredir a lei? — diz José Carlos Cal Garcia, advogado da GVA.
Alvo é movimentação elevada
Com base na decisão do STF favorável à GVA, tribunais de primeira instância têm concedido mandados de segurança contra a quebra de sigilo, suspendendo as fiscalizações. Há casos em que a Justiça dá permissão à Receita para quebrar sigilos, mas, enquanto permanece a insegurança jurídica, mais processos de cobrança tributária, cujo prazo máximo é de cinco anos, caducam.
Segundo a Receita, a quebra do sigilo bancário só é adotada após processo com mais de dois mil tipos de análises, que não revelam a motivação para movimentação financeira incompatível. Em geral, só são investigados contribuintes com movimentação maior que dez vezes a renda informada na declaração anual.
O GLOBO teve acesso a documentos recebidos por contribuintes fiscalizados dessa forma. Inicialmente, eles recebem um Termo de Início de Procedimento Fiscal, no qual são intimados a entregar, em 30 dias, os registros bancários. Se o pedido não for atendido integralmente, meses depois chega um Termo de Intimação questionando a motivação de determinadas transações financeiras, o que já indica a quebra do sigilo. Se não houver explicação, a autuação é aplicada a todas as receitas acima de mil reais.

Vídeo mostra tumulto antes de professora chamar aluno de 'macaco'



Antropóloga faz gesto obsceno a alunos após agredir segurança no Pará.
Polícia apura o caso; professora se disse arrependida e pediu desculpas.

Do G1 PA, com informações do Fantástico

Imagens exclusivas divulgas neste domingo (23) pelo Fantástico mostram uma confusão na Universidade do Estado do Pará (Uepa) antes de uma professora brigar alunos e chamar um deles de "macaco", após já ter usado o mesmo adjetivo para agredir verbalmente um vigia da instituição.



O caso ocorreu dia 14 de setembro e a professora Daniela Cordovil, que dá aulas de religião africana na Uepa, foi indiciada pela polícia por injúria racial após ter ofendido o segurança da Uepa. A professora se disse arrependida do fato e afirma que reconhece o erro. Ela pediu desculpas aos envolvidos. Ao Fantástico, ela explicou que usou o termo "macaco" no sentido de "macaquice".
As imagens registram um tumulto no corredor quando a professora agride Rubens dos Santos, segurança da universidade há três anos. De acordo com os alunos, ao verem a movimentação, eles foram até a portaria defender o servidor e começaram a gravar a discussão.
As cenas mostram um dos estudantes, Paulo de Paula, chamando a polícia. "Olha só, aqui na frente da Uepa, tem uma mulher chamando o segurança, que é negro, de macaco! Isso é crime e eu gostaria que a policia viesse aqui prender pelo crime de discriminação e racismo!", diz o aluno ao celular.
Sem acreditar na situação, vários alunos interrogam a professora. "A senhora chamou ele de macaco!?", exige uma aluna. "É uma vergonha você ser educadora!", sentencia outro universitário.
Câmera de celular mostra momento em que professora xinga aluno de 'macaco' e faz gesto obsceno. (Foto: Reprodução / TV Liberal)Câmera de celular mostra momento em que
professora xinga aluno de 'macaco' e faz gesto
obsceno. (Foto: Reprodução / TV Liberal)
É nesse momento em que Paulo de Paula mostra a câmera do celular para Daniela Cordovil e a desafia a repetir o xingamento. ''A senhora chamou ele de macaco, foi isso? Fala agora, fala agora que eu tô filmando!".
Daniela Cordovil aparece fazendo um gesto e usando palavras obscenos contra o estudante e depois sentencia. "Palhaço! Tu é um macaco também, tu é um imbecil!", diz. Paulo reforça: "Eu sou um macaco? Imbecil?". E a professora repete uma vez mais. "É um macaco! Vai chamar de crime agora?".
Na mesma noite, o caso foi levado à Central de Flagrantes e um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi instaurado. Enquanto na universidade um inquérito administrativo foi aberto para analisar o comportamento da professora.

Entenda o caso
A antropóloga já prestou depoimento à polícia neste sábado (22) e entregou um documento por escrito contando sua versão do caso à Uepa. Segundo o advogado da professora, ela não compareceu pessoalmente à Uepa por medo de represália. 
O vigilante, Rubens dos Santos, diz que o portão do Centro de Ciências Sociais e Educação da Uepa foi fechado no dia 14 de setembro a pedido da direção. Quando alguns alunos tentaram passar, ele os orientou a usar outra entrada. Barrados, os estudantes chamaram a professora Daniela Cordovil que estava dentro do prédio. Ela teria pedido que o portão fosse aberto e perdido o controle após a recusa do funcionário. 
"Ela falou pra mim: 'Você está recebendo ordem da pessoa errada, que aqui na universidade você não recebe ordem'. Aí, depois, ela falou pra mim assim mesmo...Começou a me difamar. Começou a me chamar de burro, guarda vestido de palhaço, macaco, idiota e que eu ia me ferrar", conta o segurança.
Três dias depois, a professora, pediu desculpas ao vigilante durante uma entrevista, disse se arrepender do que aconteceu, mas que não acreditava que merecesse punição. 
Professora compareceu a polícia neste sábado (22), para prestar depoimento (Foto: Reprodução/TV Liberal)Professora compareceu a polícia neste sábado
(22), para prestar depoimento (Foto: Reprodução
/TV Liberal)
"Reconheço que errei com ele. Me excedi. Não poderia ter discutido com ele, como professora e como profissional. Ele não era responsável pela situação", afirma Daniela. Perguntada se ela se arrepende do que disse, ela diz que "Me arrependo e por isso estou aqui pedindo desculpas para ele nesta entrevista", argumenta. 
"Acho que não mereço punição. Estou pedindo desculpas! Acho que quando se discute com alguém, se pede desculpas. A justiça tem de avaliar se é crime de injúria mesmo quando a pessoa volta atrás e pede desculpas", defende. 
Ela nega que o uso da palavra "macaco" tenha qualquer teor racista. "Macaco era justamente de macaquice, de palhaçada, do que estava sendo feito na universidade. Não tem relação com o fato dele ser negro. Estudo há 15 anos a questão racial e não tenho preconceito e nem teria como ter preconceito contra a raça de ninguém", assegura Daniela Cordovil.
 

Louis Armstrong: Basin Street Blues




Idiota, por Elton Simões



Nomes são os fios condutores que ligam o abstrato ao concreto. Nomes têm o poder de atestar e reconhecer a materialidade, existência, tangibilidade a ideias, conceitos, pessoas, organizações, grupos e instituições.
Os antigos gregos, por exemplo, enquanto inventavam a democracia, sentiram necessidade de criar um nome pelo qual poderia ser identificado um grupo de pessoas que não se interessava em dela participar. Estas pessoas eram chamadas “idiotas”.
A palavra “idiota” nasceu na antiga Grécia para nominar aquelas pessoas que não estavam integradas na Polis grega. Idiotas eram aqueles que não se interessavam ou não participavam dos assuntos públicos e só se ocupavam de si próprios. Para os gregos, os idiotas eram os grandes inimigos da democracia.
”Idiota” vem da raiz "Idio", que significa próprio. Idiotas seriam, por exemplo, aquelas que somente se interessavam por assuntos privados. Eram aquelas que viviam em estado de ignorância optando por não perseguir a educação, considerada o único caminho para a cidadania. Os idiotas seriam os grandes obstáculos à cidadania.
Na definição grega, os idiotas não buscavam a informação como forma de absorver valores e comportamentos adequados a pratica democrática. Uma vez que não participar da vida publica e da democracia era considerado desonra, o idiota era visto como alguém que possuía julgamento pobre e não confiável em relação a assuntos públicos e/ou privados.
Do lado positivo, na Grécia antiga, a condição de idiota é reversível. A cura pode ser alcançada pela combinação de interesse e envolvimento em assuntos de interesse público, com a busca da educação, da informação e do conhecimento. Ser idiota, portanto, não é destino. É escolha.


 Elton Simões mora no Canadá há 2 anos. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria). Email: esimoes@uvic.ca. Escreve aqui às segundas-feiras.

HUMOR A Charge do Amarildo




Oposição quer compromisso de novo ministro de não votar no mensalão


Parlamentares chegaram ameaçar obstruir a sabatina de Teori Zavascki no Senado


O líder tucano Álvaro Dias (PSDB / PR) Foto: André Coelho / O Globo
O líder tucano Álvaro Dias (PSDB / PR)ANDRÉ COELHO / O GLOBO
BRASÍLIA - Depois que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), garantiu à oposição que não há relação entre a celeridade no processo de votação da indicação do ministro Teori Zavascki, do Superior Tribunal de Justiça, para o Supremo Tribunal Federal, com o julgamento do mensalão, senadores oposicionistas querem uma garantia de que ele não votará nesse processo. Mais cedo a oposição ameaçou obstruir a sessão.
Caso Zavascki não assuma esse compromisso, esses senadores pretendem obstruir a sabatina. Eles tentarão adiar a votação da indicação do ministro para depois das eleições. Tanto os oposicionistas quanto os independentes ressaltam que não há nada contra Zavascki e que pretendem votar a favor de sua indicação. O único problema seria a pressa.Agora, oposição e senadores independentes da base aliada querem que Zavascki, indicado pela presidente Dilma Rousseff para o STF, assuma o compromisso, em sabatina nesta terça-feira, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de que não votará no mensalão. O temor é que ele peça vista e suspenda o julgamento que está em andamento.
- Se ele se comprometer a não votar no mensalão, suspendemos a obstrução - afirmou o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR).
- Ele tem um currículo que atende os pressupostos básicos para ser indicado para o Supremo. O problema é a pressa, que autoriza a suspeição sobre o objetivo de sua indicação quanto ao julgamento do mensalão - acrescentou .
A sabatina está marcada para 14h na CCJ e a sessão no plenário, para votar a Medida Provisória do Código Florestal, 16h. A oposição pretende estender a sabatina para que a sessão da Comissão de Constituição e Justiça seja suspensa antes da votação da indicação de Zavascki. Pelo regimento do Senado, as comissões têm que suspender os trabalhos quando começa a ordem do dia no plenário. O governo tem pressa em votar a MP do Código Florestal porque ela perde a validade no dia 8 de outubro.
Diante desse clima, Zavascki desistiu de ir ao Senado nesta segunda-feira se apresentar a senadores, em busca de apoio. Segundo Dias, ele desmarcou a conversa temendo passar a impressão de que estava pressionando a Casa.
Da ala independente do PDT, o senador Cristovam Buarque (DF) também criticou a celeridade do processo de apreciação da indicação de Zavascki, embora tenha elogiado o ministro. Cristovam não faz parte da CCJ.
- Essa rapidez está conspurcando um dos melhores nomes para a Corte Suprema. A presidente indicou um nome que não poderia ser melhor, em um momento que não poderia ser pior. É uma maldade com o Teori, que em vez de chegar lá ungido, chega com a pergunta se vai vota ou não, pedir vista ou não do processo do mensalão.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) é outro que está junto com a oposição na estratégia de obstruir a sabatina, caso Zavascki não deixe claro que não votará no mensalão.

Pérolas de velhas campanhas eleitorais


POLÍTICA