segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A Polícia Federal descobriu que uma Erenice do Lula chefiava o Planaltinho


BLOG DO AUGUSTO NUNES

Por que Dilma Rousseff recebe Lula com tanta frequência no escritório da Presidência da República em São Paulo?, perguntavam-se desde janeiro de 2011 os brasileiros sensatos, intrigados com os constantes encontros entre a chefe de governo e seu antecessor no prédio na Avenida Paulista. Só nos últimos quatro meses foram sete: dois em agosto, dois em setembro, dois em outubro, um em novembro. Nenhuma das conversas durou menos de três horas.
Até para manter as aparências, por que Dilma não recebe Lula no Palácio do Planalto?, queriam saber os cérebros normais. Porque foi sempre ele o anfitrião, sabe-se agora. O padrinho nunca foi recebido: ele é quem recebe desde janeiro de 2003.  Até o fim do segundo mandato, recebeu a ministra Dilma no gabinete em Brasília. Depois de entregar-lhe a faixa, passou a receber a afilhada no escritório que inventou logo depois da chegada ao poder ─ e transformou numa extensão do Palácio do Planalto.
No fim dos anos 50, quando suspendia os despachos no Catete para visitar a nova capital em construção, Juscelino Kubitschek se hospedava no Catetinho, uma rústica casa de madeira improvisada por Oscar Niemeyer. Neste fim de novembro, o Brasil soube que Lula, desde a criação dessa inutilidade administrativa, tem um Planaltinho no coração da capital paulista. O Catetinho foi usado por um presidente no exercício do mandato. O Planaltinho continuou servindo a um político incapaz de desencarnar do cargo que deixou de ocupar há dois anos.
É muito mais confortável que o palácio de tábuas de JK. Desde 2005, disfarçada de “chefe de gabinete do escritório da Presidência da Repúblicada em São Paulo”, até governanta tem. Ou tinha: nomeada por Lula, que ordenou a Dilma que mantivesse a amiga no posto, Rosemary Nóvoa de Noronha perdeu o emprego um dia depois de revelada a descoberta da Operação Porto Seguro: há sete anos o Planaltinho era comandado por uma Erenice do Lula.
O relatório da Polícia Federal informa que Rosemary (ou só Rose, para os amigos e companheiros de delinquências) intermediou reuniões de integrantes da organização criminosa especializada na venda de pareceres técnicos com “autoridades públicas”, entre as quais o governador da Bahia, Jaques Wagner, e o onipresente Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Antes de tornar-se amiga de Lula, e em seguida presença quase obrigatória nas comitivas presidenciais em viagens ao exterior, Rose foi durante 12 anos secretária de José Dirceu. (Aliás, na madrugada em que os agentes da PF chegaram à sua casa para cumprir o mandado de busca e apreensão, ela ligou para Dirceu à procura de socorro. O telefonema deveria ser anexado às provas de culpa.) Agora indiciada por corrupção e formação de quadrilha, ela ampliou o prontuário agindo em parceria com outros ilustres filhotes do lulopetismo.
Figuram no comando da organização criminosa, por exemplo, José Weber Holanda Alves, advogado-geral da União substituto, Paulo Vieira, diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)  e seu irmão Rubens Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (Ana). “Há indícios de que, pelo menos, no período entre 2009 e 2012″, diz um trecho do relatório da PF, “Rosemary Nóvoa Noronha solicitou e recebeu, direta ou indiretamente, diversas vantagens para si, para amigos, familiares, tais como: viagem de navio, emprego para terceiros, serviços para terceiros, ajuda jurídica pessoal, pagamento de boletos”.
Arranjou bons empregos para a filha e o marido, ganhou passagens para um cruzeiro marítimo animado pela dupla sertaneja preferida, conseguiu financiar com propinas a cirurgia plástica que a fez parecer algumas horas mais jovem, coisas assim. “Coisas de chinelagem”, resumiu um agente da Polícia Federal, recorrendo à gíria que identifica a categoria que agrupa os corruptos baratos, gente que vende a alma em troca de miudezas, fregueses das lojas 1,99 do comércio de consciências.
Vista de perto, Rose é uma delinquente de quinta categoria. Por isso mesmo, é a cara da Era da Mediocridade. No Brasil que Lula reinventou e Dilma faz o possível para piorar, o governo federal escolheu para representar a Presidência da República em São Paulo uma vigarista desoladoramente medíocre. Caprichando na pose de quem não conhece ninguém no lugar onde trabalha e mora há dez anos, Dilma ordenou o afastamento dos quadrilheiros. Lula perdeu a voz de novo.
Devotos de confiança foram incumbidos de espalhar a lengalenga recitada pelo chefe supremo da seita: “Eu me senti apunhalado pelas costas. Tenho muito orgulho do escritório da Presidência, onde eram feitos encontros com empresários para projetos do interesse do país”. E os encontros que viraram caso de polícia? E os projetos do interesse da quadrilha? Sobre isso, Lula não tem comentários a fazer. Como sempre, ele nunca soube de nada.

Charge do Sponholz



OBRA-PRIMA DO DIA - OBJETOS DE ARTE Pedro, o Grande - (Semana das Bengalas)



O uso de cajados, ou bastões, vem de longe. Da antiguidade. O objetivo inicial era ajudar na caminhada e no pastoreio. Com o correr do tempo foi se transformando e ao passar a ser usado pelos moradores das cidades, foi deixando de ser rude, foi ficando mais parecido com as roupas de suas usuários e com a vida que levavam.
Nunca perdeu a utilidade de ajudar na caminhada, no entanto, pois as cidades, muitas vezes, ofereciam tantos perigos quanto o campo.
A grande mudança ocorreu lá pelos séculos 18 ou 19 quando passou a ser encarado como um item do guarda-roupa de um elegante, um símbolo do status de seu proprietário. E até mudou de nome. Passou a ser referido como walking stick ou caneem inglês, por ser feito, na maioria das vezes, de cana-da-índia. Em francês, de baston. Em português, bastões de caminhada ou bengala.


Acredita-se que na Rússia de Pedro, O Grande, dado seu conhecimento da vida diária na Europa e das coleções dos museus europeus, o interesse se desenvolveu mais rapidamente já que a corte de São Petersburgo se inspirava nas demais cortes europeias em assuntos de gosto e refinamento. 
Considerado o pai da Rússia moderna, Pedro nasceu em Moscou no dia  9 de Junho de 1672 e faleceu em São Petersburgo, no dia 8 de Fevereiro de 1725. Ei-lo acima em toda a sua pompa, em um quadro que faz parte do acervo do Hermitage.
Grande colecionador, inicio a semana com algumas das bengalas de sua coleção:

 
Da esquerda para a direita:
1) A bengala feita de junco espanhol, oco, tem o cabo em marfim. O cabo pode ser desatarraxado e dentro estão guardados alguns instrumentos de medição. Pedro, O Grande usava esses instrumentos quando visitava prédios em construção ou estaleiros.
Origem: Russia, início do século 18, mede 90 cm
2) Feita em marfim e belissimamente esculpida com se fosse um galho de loureiro. O cabo tem o formato de um cubo encimado por uma coroa. 
Russia, século 18, mede 92 cm
3) Uma bengala feita com junco muito claro tendo o cabo decorado com anéis de prata. No cabo está montado um pequeno óculo. 
Russia, início do século 18, mede 101,5cm
4) A presa de uma baleia do Ártico, muito rara, é o corpo dessa bengala. Qualquer coisa feita com esse osso é considerada uma raridade, com um valor muito alto, além de extremamente prezada por seus donos. Pedro, O Grande tinha especial apreço por essa bengala. O cabo é em madeira, com anéis de prata. A mim me parece que essa é a bengala que ele tem na mão direita no quadro acima.
Russia, inìcio do século 18, mede 86 cm
5) Essa bengala-óculo é feita de junco espanhol, oco. Tem um cabo em marfim e uma ponteira de cobre para proteger as lentes, que estão intactas. 
Russia, início do século 18, mede 91.5 cm.

Acervo Museu Hermitage, São Petersburgo