segunda-feira, 15 de junho de 2015

HÁ ADVOGADOS DA LAVA JATO QUE ACREDITAM EM “ARQUIVAMENTO” - Carlos Newton


Tribuna da Internet

Está cada vez mais evidente a linha de defesa adotada por alguns dos réus da Operação Lava Jato, que parecem confiantes em seguir a “doutrina jurídica” consagrada pelo banqueiro corrupto Daniel Dantas: “Só tenho medo da Primeira Instância. Lá em cima, nos tribunais superiores, eu resolvo tudo”. E isso realmente aconteceu com ele.
No inquérito e no processo restou provado que ele era corrupto, mas no Supremo Tribunal Federal o banqueiro escapou da prisão e inacreditavelmente virou o jogo, passando de réu a acusador.
Foi realmente impressionante a manobra de Dantas para bloquear a Operação Satiagraha, desfechada pela Polícia Federal contra o Banco Opportunity, que nas instâncias inferiores levara o banqueiro a ser condenado a 10 anos de prisão por suborno.
No Supremo, a defesa alegou que o delegado Protógenes Queiroz colhera provas irregularmente (apenas algumas provas) e que a agência federal Abin havia colaborado ilegalmente na investigação.
Com isso, Dantas conseguiu anular a ação, mediante apoio público e notório do então presidente do tribunal, ministro Gilmar Mendes, e depois moveu processo contra o delegado, que era deputado federal em 2014 quando foi condenado no Supremo à prisão e à perda do cargo funcional e do mandato, mas apresentou recurso, que ainda não foi julgado.
Agora, advogados de vários réus da Operação Lava Jato tentam adotar a mesma estratégia da defesa de Daniel Dantas. É justamente por isso que o ex-diretor da Petrobras Renato Duque insiste em se declarar inocente, apesar das abundantes provas de enriquecimento ilícito já apresentadas contra ele. Da mesma forma, o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e os ex-deputados André Vargas, Luiz Argolo, Pedro Correa a Aline Correa (pai e filha) também se dizem inocentes e parecem dispostos a enfrentar os processos até o final. Ou seja, até o Supremo.
Desta vez, a estratégia é um pouco diferente. Ao invés de acusarem os delegados federais e os procuradores que integram a força-tarefa, os advogados farão carga contra o juiz federal Sérgio Moro, por decretar prisões preventivas injustificadas, visando a prender liminarmente os envolvidos, de forma a pressioná-los a aceitar delações premiadas.
Esta linha de defesa montada para demolir o juiz federal Sergio Moro foi apoiada na última terça-feira pelo ministro Marco Aurélio Mello, no programa “Espaço Público”, da TV Brasil, vejam a que ponto chegamos, em que um magistrado se julga no direito de criticar publicamente o procedimento de outro juiz, postura que é proibida pela Lei Orgânica da Magistratura. Mas no Brasil de hoje quem se importa pelo que dizem as leis?
A tese de Marco Aurélio é consistente, não há dúvida, mas terá dificuldades para sair vitoriosa, porque as prisões preventivas decretadas pelo juiz Moro têm sido mantidas pelo Tribunal Regional Federal, pelo Superior Tribunal de Justiça e pelo próprio Supremo. Apenas em uma oportunidade o ministro-relator Teori Zavascki revogou uma prisão preventiva determinada por Moro e mandou soltar Renato Duque. Algumas semanas depois, porém, surgiram novas provas contra o ex-diretor da Petrobras, o juiz federal mandou prendê-lo de novo, e tanto o STJ quanto o ministro Zavascki já se recusaram a revogar a preventiva.
Ou seja, a linha de defesa apoiada por Marco Aurélio pode se tornar suicida. Mesmo assim, há advogados que ainda apostam nela. Certamente, têm informações de cocheira, como se diz no Jóquei Club, num linguajar que até se adapta à situação do Supremo.

A frente socialista dos palestrantes milionários - GUILHERME FIUZA


REVISTA ÉPOCA

Enquanto a Polícia Federal descobre R$ 4,5 milhões pagos por uma empreiteira a Lula, o PT lança a candidatura presidencial do filho do Brasil com uma "guinada à esquerda". Coerência total: o dinheiro da empreite ira; segundo o Instituto Lula, era para "erradicar a pobreza e a fome no mundo". É um projeto ambicioso, mas pode-se dizer que já está dando resultado, com a erradicação da fome da esquerda por verbas e cargos. Uma fome de cada vez. 


O discurso preparado pelo PT para seu Congresso em Salvador inicia a arrancada para dar ao Brasil o que ele merece: a volta de Lula da Silva em 2018. Com sua consciência social e convicção progressista, o Partido dos Trabalhadores salta na trincheira contra o neoliberalismo, assumindo sua vocação de governo de oposição - o único no mundo. O truque é simples, e vai colar de novo: a vida piorou e o desemprego voltou por causa "da crise global do capitalismo", esse monstro que infiltrou Joaquim Levy no governo popular. Lula voltará à Presidência para enxotar novamente essa maldição capitalista (bancado pelo socialismo das empreiteiras amigas). 

O gigante se remexe na cama, mas a armação dos companheiros definitivamente não atrapalha seu sono. ÉPOCA mostrou o ex-operário trabalhando duro pelo sucesso internacional da Odebrecht, a campeã de financiamentos externos do BNDES.Revelou que o Ministério Público investiga o ex-presidente por tráfico de influência. Vem a Polícia Federal e flagra as planilhas da Camargo Corrêa, investigada na Operação Lava Jato, com uma média anual superior a R$ 1 milhão em transferências para Lula (Instituto e empresa de palestras) desde que ele deixou.a Presidência. E o gigante ronca. 

O Brasil não se incomoda com a dinheirama entregue a Lula. É uma ajudinha ao grande líder para que ele combata a pobreza no planeta,' qual o problema? Nenhum. A não ser para essa elite branca invejosa, que acha estranho - o dinheiro vir .de empreiteiras que têm como cliente o governo no qual Lula manda. 

Os petistas, como se sabe, são exímios palestrantes e consultores. Destacam-se nessa arte estrelas como o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, e o ex-ministro Antonio Palocci, ambos consagrados por suas consultorias mediúnicas milionárias. Lula deve ter passado seus oito anos no Palácio do Planalto treinando duro, porque saiu de lá em ponto de bala. Não é qualquer um que chega a Moçambique, faz uma palestra e embolsa R$ 815 mil- pagos à vista por uma empreiteira brasileira. Deve ser isso o paraíso socialista: empresários pagando fortunas a iluminados por palestras em outro continente, para a construção de um mundo melhor.  

Assim fica fácil salvar o Brasil da crise global do capitalismo, conforme a plataforma do PT no seu 5º Congresso Nacional. Com a assinatura da delação premiada de Júlio Faerman, ex-representante da empresa holandesa SBM, os brasileiros entenderão ainda melhor como o capital internacional elitista e malvado escorre docemente para o bolso dos defensores do povo - através das fantásticas operações socialistas envolvendo a maior estatal do país. A Petrobras é uma mãe - e se você não está na ninhada é porque não se filiou ao partido certo. 

A inflação bate 8,5%, e o milagre brasileiro (da miopia) permite que a presidente da República assegure, tranquilamente, o respeito à meta - que é de 4,5%. Quem quiser chamá-Ia de mentirosa assegurando o respeito ao que ela diz, portanto, estará dentro da margem de erro. Mas ninguém fará isso, porque o Brasil adormeceu de novo, em bloco. A recessão iminente, a escalada do desemprego e o consequente aumento da violência urbana - com tiros e facadas democraticamente distribuídos nas capitais do país - são problemas que a nova Frente Popular vai resolver em 2018,com Lula lá. Duvida? Então procure saber o tamanho do caixa que a frente de palestrantes e consultores formou nos últimos 12 anos, com o mais sórdido dos cúmplices: a opinião pública brasileira. 

A reeleição de Lula após o mensalão permitiu a ascensão de Dilma. A reeleição de Dilma após o petrolão permitirá a volta de Lula. A divertida gangorra prova que o crime compensa. A não ser que... Melhor não falar, para não perturbar o sono do gigante.