sexta-feira, 25 de julho de 2014

MANIFESTAÇÕES VIOLENTAS: Desembargador do Rio liberta baderneiros acusados de crimes graves. Eles se beneficiam de um Estado de Direito que desprezam — e que querem derrubar


(Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo)
A musa da baderna “Sininho” é libertada da prisão enquanto admiradores seus batem em jornalistas (Foto: Domingos Peixoto/Agência O Globo)
O desembargador Siro Darlan, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, sempre foi um personagem midiático — para o bem e para o mal — desde seus tempos de Juiz de Menores.
Voltou para as manchetes ao libertar, por meio de habeas corpus, 23 “ativistas” — desordeiros e baderneiros indiciados pela Polícia e denunciados pelo Ministério Público sob acusação de associação criminosa armadas — que estavam presos no Complexo de Bangu por ordem de um juiz de Direito, a começar por uma das líderes de manifestações de rua violentas, Elisa de Quadros Pinto Sanzi, a “Sininho”.
A soltura foi no estilo dos presos: outros “ativistas” que compareceram para festejar provocaram uma grande confusão às portas do presídio, e bateram em jornalistas que ali cumpriam seu dever.
O desembargador certamente entendeu que não há perigo em deixar o bando solto. A libertação para que respondam a processo em liberdade significa que, do ponto de vista jurídico, eles não representam perigo à sociedade e aos demais.
Será que não?
A Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), não trabalhou em vão. Vejam só: as investigações começaram em setembro do ano passado — há 10 meses, portanto! –, depois que black blocs e outros baderneiros começaram a tumultuar manifestações de rua pacíficas, com atos de vandalismo e agressões a policiais.
A Justiça autorizou SETE MIL HORAS de escutas telefônicas e monitoramento de e-mails e postagens em redes sociais destinados à identificação dos cabeças da violência. Ficou claríssimo, pelos fatos levantados, que havia planejamento de ataques, incêndios e fabricação de explosivos e outros dispositivos perigosos — sem contar o fato de que pelo menos 11 “ativistas” deixaram a violência de lado e passaram a colaborar com as investigações.
O Ministério Público, debruçando-se sobre as evidências e provas, pediu a prisão dos principais arruaceiros.
É essa turma que o desembargador deixou livre.
Decisões judiciais são para ser respeitadas e acatadas, mas não são isentas de críticas.
O que gostaria de perguntar ao ilustre magistrado é se não ficou suficientemente demonstrado, pelos 12 volumes do inquérito — e por incontáveis declarações e atitudes públicas dos “ativistas” –, que eles DETESTAM o Estado de Direito que ora os beneficia, que eles DESPREZAM a democracia que agora os deixa livres, que eles pretendem DERRUBAR o arcabouço jurídico em que se basearam seus advogados para colocá-los em liberdade.
Livres, leves e soltos — não tenham dúvida –, “Sininho” e seus comparsas voltarão aos planos e ações violentos, mais cedo ou mais tarde.

Renan e Henrique Alves desfraldam a bandeira da vadiagem remunerada trimestral, Moreira Franco usa como trunfo o legado imaginário da Copa das Copas e Haddad já conseguiu o apoio de 47% dos paulistanos


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“Nada mais justo do que três meses de descanso depois da trabalheira que dá um mês de descanso”, argumentou um dos 322 assessores diretos de Renan Calheiros no lançamento da candidatura do presidente da Casa do Espanto ao título de Homem sem Visão de Julho. “O chefe disse que precisa estar em bom estado físico para continuar no emprego que lhe permite prestar serviço à pátria e defender os superiores interesses da nação”. Renan credenciou-se para disputar o troféu por não ver nada de mais na suspensão dos trabalhos parlamentares até a eleição de outubro.
Enciumado, o deputado Henrique Alves reivindicou a co-autoria da invenção da vadiagem remunerada trimestral e designou um dos 11.987 funcionários comissionados da Câmara para inscrevê-lo na briga de foice. “O chefe está magoado com o Renan porque eles vêm administrando com muita harmonia o que vocês chamam de Papuda sem grades”, confidenciou o emissário. Caso leve a taça, o presidente da Casa dos Horrores prometeu exibi-la no horário eleitoral em que vai explicar por que o povo do Rio Grande do Norte merece ser governado por um Henrique Alves”.
Fantasiado de piloto da falecida Vasp, um dos 247 servidores que trabalham no gabinete de Moreira Franco distribuiu o artigo publicado pela Folha de S. Paulo que já foi incorporado ao material de campanha do ministro da Aviação Civil. “O chefe acha que o legado imaginário da Copa das Copas não pode ser esquecido por causa de um acidente de percurso provocado pela Alemanha”, revelou o assessor. Moreira Franco pretende lembrar aos leitores-eleitores que enxergou nos puxadinhos uma solução rápida e barata para mostrar que é possível fazer com que um aeroporto cresça sem mudar de tamanho.
“Ainda dá tempo de lançar o Haddad?”, perguntou um miliciano do PT incumbido por Rui Falcão de inscrever o prefeito de São Paulo. “Atrasei porque queria pegar um ônibus”, explicou. “Esperei uma hora na faixa exclusiva e não passou nenhum. Parei um táxi que ficou parado no congestionamento na primeira esquina”. Fernando Haddad concorrerá ao título por ter achado uma boa ideia tirar a segunda temporada de férias em um ano e meio na semana em que foi divulgada a pesquisa Datafolha. “O poste companheiro está animado porque já largou com o apoio dos 47% que consideram seu governo ruim ou péssimo”, contou o miliciano.
São quatro candidatos para qualquer um botar defeito, leitores-eleitores! Felipão e Aldo Rebelo já estavam na briga! O segundo turno começa dia 27! Quem será o campeão? Que vença o pior!

Carta de uma brasileira que mora em Israel para a presidente Dilma - Rodrigo Constantino



Tel Aviv
Está circulando na internet uma carta assinada por Rita Cohen Wolf. Reproduzo aqui, com algumas pequenas edições apenas na forma, pois o conteúdo é importante:
Sra Presidente Dilma Roussef.
Na minha carteira de identidade de número XXXXXXXXXXX expedida pelo Instituto Felix Pacheco no Rio de Janeiro, ao lado do item nacionalidade está escrito “brasileira”.
Sim, sou brasileira e “carioca da gema”. Filha de pais brasileiros e mãe de filhas brasileiras. Gosto de empadinha de palmito, água de coco , feijão e farofa. Ouço Marisa Monte, Cartola, Caetano e Cazuza. Visto a camisa seja qual for o placar e posso mesmo declarar que tenho sangue verde e amarelo.
Sou dos “Anos rebeldes”, aqueles em que muitas vezes o máximo da rebeldia era cantar “Afasta de mim este cálice” enquanto ficávamos de olho se algum colega de escola “era sumido”. Aqueles anos em que Chico Buarque só podia ser Julinho da Adelaide. Saí às ruas pelas “Diretas Já” e, emocionada, vi o Gabeira e o Betinho finalmente voltarem do exílio arbitrário.
Nos anos 90, com mestrado em Psicologia e em Educação, fui honrosamente convidada a assessorar a Secretaria Municipal de Educacao do Rio de Janeiro. Cheia de entusiasmo, fazia parte de uma equipe profissional de primeira linha. À nossa frente, uma Secretaria de Educacao indicada pelo Prefeito não por suas ligações políticas, mas por sua competência profissional e comprometimento por uma Escola de qualidade para as nossas crianças.
E foi aí que comecei a perceber que algo de muito errado acontecia na minha cidade e no meu país. Mesmo ocupando um cargo de onde poderia “fazer acontecer”, percebi que apenas vontade política, profissionalismo e amor pelas crianças do Rio de Janeiro não eram suficientes para mudar a antiga engrenagem: emperrada, viciada, corrompida e perversa.
Foi depois de ter sido assaltada 8 vezes, uma delas com um revolver apontado para a minha cabeça… foi aí que a ficha caiu e percebi que nao poderia mais criar minhas filhas no meio da corrupção, suborno, mão-armada e com medo da própria sombra. Tinha que me despedir do meu País.
Com muita dor no coração eu resolvi fazer as malas. Por livre escolha, assim como tantos e tantos brasileiros. Meu País não podia me oferecer condições dignas de vida. Não se preocupava ou não agia com eficiência em nome do bem-estar de seus cidadãos. Fiz minhas malas e vim para o Oriente Médio.
Apesar de na minha carteira de identidade não constar o item “religião”, eu posso lhe contar. Sou judia.
“Judeu”, palavra que para muitos está diretamente associada a Judas, o traidor de Jesus Cristo (ele mesmo judeu) e também a Freud, Einstein, Bill Gates e Mark Zuckerberg e mais vários ganhadores de Prêmio Nobel.
Optei por viver em Israel. Tornei-me israelense. Quanta contradição, sair do Brasil por medo de assaltos e sequestros e vir para Israel…
Aqui, Sra Presidente, quando estamos em perigo, soam sirenes para que entremos em abrigos anti-bombas. Nunca mais estive a ponto de ser pega por uma bala perdida, assim como nunca mais tive que sentir a dor no peito ao ver famílias inteiras à beira da rua mendigando. Nunca mais tive que me pegar na dúvida do que sentir diante de um pivete: medo ou pena. Por que aqui não existem pivetes. A educação e a saúde são um direito de fato de todos os cidadãos, independentemente de cor, raça ou credo.
Sou uma dos cerca de 10 mil brasileiros que vivem hoje em Israel e que, hoje de manhã ao acordarem, deram-se conta de que o Governo brasileiro chamou o embaixador brasileiro em Israel para uma “consulta em protesto pela operacao do exército de Israel na Faixa de Gaza”. Pergunto-me se também foram chamados o embaixador na Síria, onde na última semana morreram mais de 700 pessoas. Ou talvez o embaixador no Iraque, onde está sendo feita uma “purificação étnica”. O próximo passo já bate na porta: cortar as relações diplomáticas do Brasil com Israel.
Dilma, muito preocupado com os “direitos humanos”…
Escrevo para lhe contar, Sra. Presidente, que tenho vergonha.
Num momento tão delicado para tantos de nós brasileiros que vivem em Israel, no momento em que Israel recebe a visita e o franco apoio da Primeira-ministra da Alemanha, do Ministro do Exterior da Inglaterra, do Ministro do Exterior dos Estados Unidos e da Ministra do Exterior da Itália… um dia depois que o Secretário Geral da ONU visita Israel e declara que o país tem todo o direito de se defender e a seus cidadãos do ataque de um grupo terrorista… depois disso, recebemos a notícia da chamada do Embaixador brasileiro.
A televisão anuncia a decisão brasileira e tenho vergonha.
A vergonha não é só pelo alinhamento do Brasil com os países islâmicos extremistas ao invés de se alinhar com a Democracia. Tenho vergonha também dos meios de comunicação tendenciosos do Brasil, que só enxergam ou só querem enxergar um lado da história. Mas isso já é outra conversa…
Hoje, junto com a notícia da chamada do embaixador brasileiro, vi também na televisão que o governo de Israel está enviando vários aviões para os quatro cantos do planeta para resgatarem israelenses que, por conta do embargo aéreo temporário das companias de aviação estrangeiras, não conseguem voltar para Israel. Uma verdadeira operação resgate. Por quê? Pois aqui a vida do cidadão tem valor.
Eu vivo num país em que a vida de um soldado foi trocada pela de mil terroristas presos por crime de sangue.
Na minha ingenuidade, cheguei a pensar que o Brasil tentaria verificar a situação de seus cidadãos em Israel nesse momento de guerra, se é que algum cidadão brasileiro estaria com alguma necessidade que pudesse ser atendida pela representação do Brasil em Israel. Que bobinha…
Mais fácil talvez seja mesmo vir a cortar as relações diplomáticas, pois não sei mais qual o valor do meu passaporte brasileiro.
Vergonha e desgosto por comprovar que mesmo depois de tantos anos, o brasileiro ainda vale muito pouco, para não dizer quase nada, para o seu próprio país.
E o verde-amarelo do meu sangue cada vez mais vai perdendo sua cor.

A estrela na lapela - Rodrigo Constantino


Por Lucas Berlanza, publicado no Instituto Liberal
Por esses dias esteve sob meus olhos a menção a um episódio que não poderia deixar passar, tamanho o seu caráter emblemático. Era o começo da malfadada era petista em que ainda vivemos (ardentemente desejando que sejam seus estertores). Lula chegava ao posto máximo de governo no Brasil, iniciando, com alguma cautela, uma década de populismos repulsivos, escândalos, intervencionismo e irresponsabilidade. Nada que não existisse antes na história tupiniquim, é sabido, mas tudo alçado a categorias extremadas e levando o país a uma situação-limite (em vias de; sim, ainda pode e deve ficar pior).
O presidente Lula foi recebido pela primeira vez pelo presidente George Bush, eleito para a Casa Branca pelo Partido Republicano. O relato está no livro “18 dias”, do estudioso brasileiro de Relações Internacionais Matias Spektor. A direita americana e o governo empossado começavam a olhar com mais atenção para o Brasil e havia o receio da formação de um Eixo do Mal, congregando o PT, a Cuba de Castro e a Venezuela chavista. Temia-se que as principais lideranças do Foro de São Paulo conduzissem a América Latina a um rumo desastroso de relativização da propriedade privada e da liberdade – um rumo antiamericano é claro. Independente de terem se deixado iludir depois pela aparente “moderação” petista, hoje, tendo a visão direta do processo, sabemos que a impressão não estava tão equivocada.
Segundo os entrevistados de Spektor, Bush simpatizou com Lula, apesar das diferenças notórias entre seus partidos, e o entendimento inicial foi muito bom – ao contrário do que se deu mais à frente, mas isso é outra história. O que nos interessa é um fato curioso que Spektor afirma ter acontecido na reunião da equipe diplomática da presidência dos EUA. Bush teria se virado para o assessor de assuntos latino-americanos, John Maisto, e indagado:
“E aquela estrela vermelha? Você viu aquilo na lapela dele?” perguntou o presidente a Maisto.
‘É o emblema do partido’ respondeu o assessor.
“Eu sei que é o emblema do partido!” exclamou Bush. “Mas agora ele é o presidente do Brasil, não do partido”.
A estrela vermelha na lapela é um detalhe muito pequeno? Podemos concordar em responder afirmativamente. Mas insignificante? Jamais. Pouco importa o que achemos de Bush, o questionamento que ele fez é provavelmente a mais perfeita síntese da confusão original de nossa esquerda mais canhota – mais especificamente a governista, a que se encampa sob a legenda do Partido dos Trabalhadores, mas isso se aplica também a todos os militantes de partidos nanicos que mantém fidelidade “farisaica” aos leninismos mais embolorados.
Eles não são capazes de distinguir seu partido, seu grupo, seu “coletivo”, da nação – ou melhor, da sociedade. Não compreendem a diversidade do povo, não a toleram, não concebem a discussão e a divergência de opiniões. A sociedade é o partido, a sociedade é a ideologia – e por esse símbolo de um sonho irrealizável, instrumentalizado pela corrupção e pelos interesses pessoais das lideranças, mas nutrido sinceramente pelos “idiotas úteis”, tudo vale. Mais por ele que bela bandeira nacional.
Vê-se isso, por exemplo, em muitas manifestações de rua que têm transcorrido desde o “fenômeno” de junho. Abundam bandeiras vermelhas e odes a Che. O pavilhão verde e amarelo, “símbolo augusto da paz” (como diz o belo hino em sua homenagem), se aparece, é muito timidamente, envergonhado pelas destrutivas companhias.
Vê-se isso no Estado aparelhado nas diversas instâncias possíveis, quase que em simbiose com o partido – só não mais por não ter sido possível. Ainda.
Vê-se isso na divisão do país entre “nós” e “eles”, como hoje gosta de ressaltar a oposição – porque não é um verdadeiro “patriota” aquele que não comunga de suas ideias, aquele que não dissolve sua individualidade em meio à “manada” dos entusiastas. Aquele é tão-somente um inimigo da nação.
Na cultura de ódio e segregação que eles disseminam, em suas retóricas e exibições burlescas, o povo se encontra artificialmente dividido em facções, sendo muito fácil cair na tentação de patrulhar e silenciar quem não se encampa sob a bandeira do “Brasil do PT” ou do “Brasil sem pobreza”, do “Brasil da Copa das Copas”, quem se atreve ao ato de traição de criticar a velhacaria reinante.
Bush poderia ter visto apenas uma estrela na lapela. Viu mais, decerto sem saber; viu um símbolo profético de um futuro cujo peso sentimos agora. Mais do que tirar a estrela da lapela, hoje é preciso cortar o elo que a mescla criminosamente com o Estado e, principalmente, com o monopólio de toda a virtude.

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO


“Foi rigorosamente adequado”
Ministro José Cardozo (Justiça), sobre ajuda dada a Maluf para trazer processo dos EUA ao Brasil


ALIADOS ATRIBUEM DESGASTE DE DILMA À REJEIÇÃO DO PT

Presidentes de siglas aliadas aconselharam Dilma a descolar sua imagem do Partido dos Trabalhadores na campanha em alguns Estados pela reeleição. Em reunião na terça (22) no Palácio da Alvorada, dirigentes alertaram que o PT enfrenta forte rejeição, o que respinga no desempenho eleitoral da candidata petista. Os partidos cobraram ainda a descentralização de coordenações regionais, muito controladas pelo PT.

GANHA FORÇA

Os dirigentes recomendaram que Dilma se apresente como candidata não só do PT, mas de nove grandes partidos, com representatividade.

MAU AGOURO

No encontro, Dilma reclamou de ação orquestrada para criar pessimismo, primeiro com apagão e, agora, com a Copa e a crise econômica.

DESCEU DO SALTO

Para estancar queixas por mais participação na campanha, Dilma marcou nova reunião com presidentes aliados para a próxima terça (29).

NUNCA ANTES

A equipe de campanha apostará na comparação entre 12 anos da gestão petista e os oito de FHC. PT garante que todos os índices melhoraram.

EMPREGADOS DA INFRAERO TEMEM DEMISSÃO

Os empregados públicos da Infraero que atuam no aeroporto do Galeão, no Rio, estão com medo de serem demitidos por conta da concessão feita pelo governo federal. A empresa deu apenas duas opções aos 909 ameaçados: remanejamento para outro estado ou aposentadoria. Ocorre que a maioria não chega a ganhar salário de R$ 1.500, o que inviabiliza a mudança com a família.

SEM VALIDADE

Acordo coletivo assegura o emprego do grupo até 2018, mas fora do Rio, onde seus familiares ficarão desempregados e desestruturados.

PEDE PRA SAIR

A Infraero começou um estímulo à demissão, mas a verba do governo não foi suficiente para os pagamentos e hoje há só uma fila de espera.

CALMA, GENTE!

Para acalmar os ânimos, a Infraero fez um “cadastro para possíveis oportunidades de trabalho”, mas todos temporários. Depois disso: rua.

PORTA-VOZ

O vice Michel Temer passou a manhã de ontem em João Pessoa acalmando o senador Vital do Rêgo (PMDB). Lá, anunciou que Dilma irá subir em seu palanque e já agenda uma visita a Paraíba para prestigiá-lo. Todo esforço decorre do temor de Vital incendiar a CPMI da Petrobras.

AMIZADE ‘ÍNTIMA’

No relatório em que arquivou o processo interno contra Luiz Argôlo (BA), o SD admite que há “amizade íntima” entre o deputado e o doleiro Youssef. O documento foi anexado à sua defesa no Conselho de Ética da Câmara.

INESPERADO

Aécio Neves foi surpreendido ontem com a renúncia do tucano Eduardo Tavares de disputar o governo. O alagoano alegou não ter recebido apoio do PSDB. O governador Teotonio Vilela anuncia o substituto nesta sexta.

CONTINUA DE PÉ

Presidente do DEM, José Agripino (RN), reiterou a confiança da sigla no trabalho do vice-governador Thomaz Nonô (AL) junto à coordenação de campanha do tucano Aécio, e confirmou sua manutenção no cargo.

PIRES NA MÃO

Deputados do PMDB discutiram em reunião na semana passada sobre tentar obter ajuda financeira do diretório nacional. A reclamação é geral sobre a indisposição de empresas em fazer doações eleitorais este ano.

DILMA MAKE-UP

Mestre em maquiar números, o governo brasileiro questiona a posição do País no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano da ONU. Nas contas tupiniquins, o Brasil deveria saltar da 79ª para 67ª colocação.

TERRITÓRIO INIMIGO

O presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE) confirmou para este sábado (26) a estreia de sua campanha em Minas Gerais, curral eleitoral do adversário Aécio Neves (PSDB), ao lado de Tarcísio Delgado, em Juiz de Fora.

ALTO LÁ

Depois do “a” em presidenta, Dilma Rousseff tem que tomar mais cuidado para a vogal não entrar onde não deve. Quem pagou o pato foi o finado Ariano Suassuna que, ao menos no Twitter da petista, virou Suassuana.

PENSANDO BEM...

... o título de “anão diplomático” dado por Israel ao Brasil, pelo menos dessa vez, nada teve a ver com um certo ex-chanceler megalonanico.



PODER SEM PUDOR

CORETO TOMBADO

A história é muito conhecida nas rodas políticas de Minas. Certa vez, na década de 50, a Prefeitura de Muzambinho recebeu uma advertência por escrito do órgão estadual de defesa e preservação do patrimônio histórico. Na mensagem, diante de murmúrios chegados a Belo Horizonte, a municipalidade foi avisada de que o antigo coreto da praça da cidade era considerado "de interesse histórico", e que uma comissão iria até lá para tombá-lo. O prefeito reagiu com um telegrama urgente:

- Desnecessária vinda da comissão. Já que era para tombar, mandei derrubar o coreto.

Pisando na Justiça - LUIZ GARCIA


O GLOBO - 25/07


O comportamento da deputada deveria merecer alguma reação do Legislativo. Ajudar foragidos da Justiça não é algo que se aceite de uma pessoa com mandato político



A advogada Eloísa Samy e David Paixão são conhecidos como “ativistas”. Esse curioso apelido — não sei se criado pela mídia ou por eles mesmos — identifica cidadãos que se dedicam a ações políticas não praticadas pelos chamados políticos profissionais.

Não procuram mandatos nem cargos públicos: sua ação se concentra nas ruas, em manifestações de protesto contra o que consideram vícios e defeitos do Estado e dos partidos políticos tradicionais. Têm a virtude de serem idealistas que não desejam cargos nem mandatos. Fazem parte de um fenômeno mundial e, certamente, são úteis e necessários intérpretes de uma generalizada insatisfação popular com o comportamento de pelo menos uma parte do universo político do país.

Ativistas têm, certamente, direito a existir e agir. Com a ressalva de que não lhes é dado o privilégio, negado a todos os cidadãos, de desobedecer as leis do país. Tudo isso é óbvio, mas precisa ser lembrado a propósito de um episódio desta semana. Seus personagens são a advogada Eloísa Samy, o cidadão David Paixão e a deputada Janira Rocha, do PSOL. Os dois primeiros eram, na ocasião, foragidos da Justiça, denunciados por formação de quadrilha armada — o que, vale a pena lembrar, é um crime bastante sério, se for verdade. Os tribunais decidirão, e neles devemos e podemos confiar.

Pelo visto, a deputada Janira Rocha não confia. Esta semana, Eloísa e David tentaram, sem sucesso, conseguir asilo político no consulado do Uruguai, em Botafogo. Com eles, estava Camila Nascimento, que não tem prisão decretada e, pelo visto, desejava um inédito asilo preventivo. Ao saírem, Janira deu carona ao trio em seu carro oficial. Mais tarde, ofereceu uma curiosa explicação: “Eu não facilitei a fuga. Quem facilitou foram o estado e sua polícia.” E terminou com uma curiosa tirada: “Estou vendo as leis serem pisoteadas e o processo legal ser pisoteado.” Lamentavelmente, esqueceu-se de informar quem seriam os pisoteadores. Serão, por acaso, os policiais e promotores que combatem a formação de quadrilhas?

O comportamento da deputada deveria merecer alguma reação do Legislativo. Ajudar abertamente foragidos da Justiça não é algo que se possa aceitar de uma pessoa com mandato político. Mas pode-se apostar que nada vai acontecer.

FREI BETTO Ariano Vilão Assassino


Em setembro de 2005 fui a Mossoró receber a Medalha da Abolição, concedida pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Na mesma solenidade, Ariano Suassuna mereceu o título de doutor honoris causa.

No voo entre Natal e Mossoró, falamos do que Ariano mais temia: viagem de avião. Conversa de corda em casa de enforcado. Contei-lhe que, um dia, perguntei ao meu mecânico se já havia viajado de avião. Seu Jorge parou de mexer no carburador e me olhou de banda:

— Então, seu Betto, eu vou lá entrar num veículo que anda lá em cima e a oficina fica aqui embaixo?

Ariano disse que amigos tentavam consolá-lo, afirmando que, segundo as estatísticas, há mais acidentes de carros que aéreos.

— Disraelli dizia — lembrou o autor de "Auto da Compadecida" — que há três tipos de mentira: a comum, a deslavada e a estatística. Se esta diz alguma coisa, que me mostrem quantos escaparam de acidente de carro e quantos de desastre de avião. Um amigo ponderou: "Você viaja de carro e, de repente, cai num buraco de estrada. Lá em cima não tem buraco". Ao que retruquei: "Lá em cima é pior, o avião avança e o buraco segue embaixo".

No discurso de agradecimento à universidade, Ariano reproduziu a nossa conversa aérea e discorreu sobre as cantorias do Nordeste.

Ariano nunca cedeu ao computador. Nem à máquina de escrever. Preferia tecer à mão os seus belos textos literários. Por isso, foi convidado a participar de um evento no Recife, onde seriam apresentados os avanços da informática e, de quebra, a presumível morte do livro, decretada pelo advento do maravilhoso e-book.

— Quando o japonês mostrou toda aquela parafernália — contou-me Ariano — eu indaguei: "Então é nisso que vou ler livros? E quando quiser ir ao banheiro, carrego junto essa joça? Levo isso para a cama a fim de ler antes de dormir? E se cai no chão? E se a energia acaba?". O japonês ficou apertado de costura, insistindo em justificar o avanço da tecnologia. Propus um teste: "Já que você diz que vamos fazer livros nesse troço aí, vamos ver como ele escreve textos. Redija aí o meu nome: Ariano Villar Suassuna". O japonês digitou o Ariano e o bicho aceitou. Digitou o Villar e o diabo fez aparecer o corretor apontando erro e sugerindo vocábulo aproximado — "Vilão". Em seguida, digitou Suassuna. Mesma coisa. O vocábulo aproximado era "Assassino". Eu disse: "Como vou escrever numa coisa que me chama de Ariano Vilão Assassino?".

Para azar do representante de um grande provedor nacional, quando no evento ele exibiu um verso de Camões, retirado da internet, Ariano recitou o poema inteiro. "Eu tenho memória de cão vingativo", confessou-me ele.
"Ariano não cedeu ao computador, preferia tecer à mão os seus belos textos"
Publicado no Globo de hoje. Frei Betto é autor de "Reinventar a vida" (Vozes), entre outros livros.

AGU e Lula pressionam TCU - MERVAL PEREIRA


Merval Pereira, O Globo
Houve uma articulação do governo, que envolveu o advogado-geral da União (AGU), Luís Adams, e até mesmo o ex-presidente Lula, para tentar engavetar o processo do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
A decisão do tribunal acabou isentando o Conselho de Administração, presidido na ocasião da compra pela hoje presidente Dilma Rousseff, de culpa pelo prejuízo causado à Petrobras, mas condenou os 11 diretores da estatal brasileira a ressarcirem os cofres públicos em quase US$ 1 bilhão.
O primeiro relato sobre essa manobra governamental, que se assemelha em tudo às pressões que o ex-presidente Lula fez sobre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para que o processo do mensalão não fosse a julgamento, foi feito pelo jornalista Reinaldo Azevedo, ontem, em seu blog na “Veja”.
Fui a campo para esmiuçar o caso e descobri que na terça-feira, dia 22, véspera da análise do processo, às 17h, o advogado-geral da União foi ao TCU para uma audiência com o relator, ministro José Jorge (ex-senador do DEM e ex-candidato a vice-presidente da República na chapa tucana em 2006) e pediu para tirá-lo de pauta.
Não é um procedimento incomum, e normalmente os pedidos são atendidos para dar mais tempo aos advogados de se prepararem. Mas, como esse é um caso muito complexo e com delicadezas políticas, o ministro José Jorge tomou a precaução de publicar seu voto na intranet do TCU na véspera. Adams alegava querer fazer uma defesa oral, e não tivera tempo suficiente de analisar o relatório, divulgado no dia anterior.
Mas como o relatório fazia parte do processo, que já era público há muito tempo, o ministro José Jorge não viu razão para adiar o julgamento. Nessa conversa, José Jorge perguntou a Adams: “Você vai fazer a defesa de quem? Nós estamos aqui defendendo a Petrobras, condenando as pessoas a devolverem o dinheiro à Petrobras”. 
Ao mesmo tempo, o ministro do TCU José Múcio, que foi ministro de Articulação Política de Lula, foi chamado pelo ex-presidente para uma conversa em São Paulo.
No relato que fez a seus pares, disse que encontrou o ex-presidente muito preocupado, relatou que nunca vira antes Lula de moral tão baixa.
O ex-presidente criticou a campanha de reeleição de Dilma, a indefinição do ministro Gilberto Carvalho, que não sabe se fica no Planalto ou se vai para a campanha. E se mostrou especialmente preocupado com a repercussão do processo do TCU sobre a Refinaria de Pasadena na campanha.
A preocupação era tão grande que Adams não fez a defesa oral e articulou com alguns ministros para que um deles, Benjamin Zymler, pedisse vista do processo. Quando José Jorge terminou de ler seu voto, Zymler alegou que a estimativa dos prejuízos precisava ser revista e pediu vista.
O relator esclareceu então que seu voto ficaria computado, o que significava que o pedido de vista seria na votação já começada.
Imediatamente, o ministro Weder de Oliveira anunciou que votaria com o relator, alegando que aquela era uma etapa intermediária do processo, que a decisão definitiva só sairá mais adiante, quando fossem ouvidas as partes.
Vários ministros, entre eles Ana Arraes, mãe do candidato do PSB Eduardo Campos, deram o voto a favor do relator, que ficou com a maioria.
Foi então que o ministro José Múcio pediu que o assunto fosse logo à votação “já que a presidenta não está colocada”, e Zymler retirou o pedido de vista, tendo o relatório sido aprovado por unanimidade.
Nos contatos mantidos por emissários do governo com ministros do TCU, houve um momento em que foi jogada na mesa a carta da nomeação para o STF, cargo a que Adams aspira e também o ministro Benjamin Zymler.
Por isso, a decisão de excluir os membros do Conselho Administrativo da Petrobras do rol dos culpados foi tão comemorada pelo Palácio do Planalto. Mas é preciso compreender que esse processo vai por etapas.
Neste momento, o relator entendeu que seria mais útil concentrar a investigação e a responsabilização na Diretoria Executiva, que foi quem realmente operou o negócio. Se abrisse muito o leque, alega José Jorge, perderia o foco nas investigações.
Nada impede, porém, que, ao abrir a Tomada de Contas Especial (TCE) e ao ouvir os envolvidos no caso, membros do Conselho de Administração, inclusive a própria presidente da República, sejam convocados a depor e eventualmente incluídos no rol dos culpados.

Cartas de Seattle:Tecnologia é coisa de mulher, por Melissa de Andrade


 Tem tanta gente de ciência da computação e engenharia de software em Seattle que diferente é ser de outra área. Mas o número de mulheres em cargos mais técnicos ainda é limitado, mesmo em uma cidade que vive para a tecnologia.
Deus sabe o que essas mulheres têm que enfrentar para sobreviver em equipes predominantemente masculinas. Por isso é que iniciativas como a Ada Developers Academy ou a LadyCoders surgiram: para apoiar mulheres que queiram seguir uma carreira na área de programação.
A Ada, por exemplo, oferece treinamento gratuito seguido de estágio em empresas de tecnologia de Seattle, que pagam à ONG para participar dos seus programas. Profissional bem treinado, homem ou mulher, é artigo de necessidade para empresas da indústria do conhecimento.
Os mais desinformados – ou mais cínicos – questionarão a necessidade de organizações que fomentem a participação feminina em empregos de tecnologia ou engenharia.
Só que a carreira de mulheres que decidem por áreas de trabalho historicamente mais masculinas pode enfrentar muitos empecilhos. Pra começar, vencer o descrédito dos colegas em relação a saberem mesmo programar. Antes de começarem, já existe a resistência. O preconceito é grande.
Diante da informação de que sua empresa vai investir em programas de diversidade, já ouvi comentários do tipo "Acho um absurdo um cara perder uma vaga só porque querem contratar mulher".
Essa linha de pensamento pressupõe que "qualquer cara" é necessariamente mais qualificado do a melhor candidata mulher que possa aparecer. E revela que esse tipo de pessoa vai achar que a nova colega só pode ter passado na entrevista porque é... mulher. E não porque estudou muito, estagiou muito, programou muito e ralou muito para chegar até ali, sem passar por cima de ninguém. Com as exceções de praxe.
Enquanto o título desta crônica precisar ser usado para chamar a atenção para a necessidade de dar oportunidades semelhantes para ambos os gêneros, significa que ainda não chegamos lá. Principalmente no mundo modernoso e prafrentex de Seattle.

Melissa de Andrade é jornalista com mestrado em Negócios Digitais no Reino Unido. Ama teatro, gérberas cor de laranja e seus três gatinhos. Atua como estrategista de Conteúdo e de Mídias Sociais em Seattle, de onde mantém o blog Preview e, às sextas, escreve para o Blog do Noblat.

Justiça bloqueia bens de empresas que não entregaram imóveis


O prazo da entrega do imóvel não foi cumprido, razão a qual o contratante resolveu realizar um distrato
Justiça-bloqueia-bens-de-empresas-que-não-entregaram-imóveisA juíza Uefla Duarte Fernandes, da 3ª Vara Cível de Mossoró, determinou o bloqueio de bens da Cerâmica Top Line Ltda. e da Casa Bela Representações Ltda, suficientes para garantir o futuro ressarcimento do valor de R$ 15 mil para um consumidor que adquiriu um imóvel junto àquelas empresas e que ainda não o recebeu.
Na ação judicial, o autor alegou ter adquirido junto às duas empresas em 6 de março de 2012, mediante contrato de compra e venda, um imóvel no loteamento Alto das Brisas no bairro Rincão, tendo sido exigido, no ato, o pagamento adiantado da importância de R$ 15 mil.
Afirmou que o prazo da entrega do imóvel não foi cumprido, razão a qual o contratante resolveu realizar um distrato, sendo acordado entre as partes que o valor pago seria ressarcido em três parcelas de R$ 5 mil a partir do dia 25 de abril de 2013, a qual não foi quitada até a presente data.
Salientou ainda, que o representante da empresa, no momento em que o comprador exigiu adevolução integral dos valores pagos (obrigação do primeiro distrato), rasgou o contrato. Sendo necessário firmar um novo acordo para dividir os valores.
Narrou também que, tentou de todas as formas perceber seu dinheiro, não obtendo êxito, tendo em vista que não conseguiu contatar o representante da empresa nos endereços disponibilizados. Pediu o bloqueio de contas e bens dos réus no valor pago pelo imóvel e, assim, garantir a exequibilidade da sentença na fase oportuna.
Arresto
Ao analisar os autos, a magistrada verificou que a verdadeira intenção da autora é obter uma medida cautelar de arresto, posto que se dirige com o objetivo de assegurar posterior fase processual de cumprimento de sentença, caso venha a ser julgada procedente a ação.
Neste sentido, entendeu que merece prosperar o pedido autoral, tendo em vista que os documentos anexados ao processo demonstram a existência de um contrato entre as partes e em seguida um distrato entre o autor e a Cerâmica Top Line Ltda., existindo assim umaobrigação a ser cumprida pela empresa, ou seja, ressarcir o autor na quantia de R$ 15 mil, fato esse que não ocorreu.
Fonte: TJRN

HUMOR - CHARGE DO SPONHOLZ - Sarney e a ABL



O que importa - JOÃO BOSCO LEAL


Entre as fantásticas obras escritas por Fernando Pessoa uma das frases que mais gosto é: "Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto".

Em determinado período de minha vida comecei a escrever sobre um assunto específico - o direito de propriedade -, que me interessava ideologicamente e ao qual me dedicava, em função de um cargo que ocupava.

Há alguns anos, porém, tenho escrito a respeito do que penso ou sinto sobre os mais variados assuntos. Essa mudança ocorreu principalmente após um acidente, que me levou à cama por praticamente dois anos e então, tinha tempo de sobra para refletir sobre minha vida e as pessoas que me cercavam.

Como poli traumatizado, por diversas vezes fui questionado sobre as dores dos ferimentos, mas elas sempre foram muito menores daquelas sentidas pelas descobertas que realizava com minhas observações e pensamentos.

Quando comecei a escrever, os comentários das pessoas eram realmente intrigantes, como o de um conhecido, que ao saber que havia escrito o texto "O homossexualismo na sociedade brasileira" me questionou: "Uai João, mas você entende sobre esse assunto?".

Explicar para uma pessoa que meu texto tratava do comportamento social de forma histórica, no decorrer de séculos, narrando inclusive trechos bíblicos, criaria situações até constrangedoras, pois para algumas pessoas, é difícil entender que foi por meio da história, da literatura universal e das observações que possuímos todo o conhecimento hoje existente.

Mesmo antes da invenção da escrita, o conhecimento adquirido através das observações foi passado por gerações, mas a com a escrita tudo ficou mais fácil. Ela não transmite apenas conhecimentos. Pode transmitir muitas outras coisas, como os sentimentos e é nesse campo que muitos se realizam, pois escrevendo, conseguem expressar melhor o que pensam ou sentem.

Com as novas tecnologias da comunicação, abriram-se espaços inimagináveis uma década atrás. Atualmente, qualquer um pode escrever o que pensa sobre qualquer assunto e em segundos poderá estar sendo lido e debatido em outro continente.

Quem gosta de escrever e hoje utiliza a internet, há alguns anos não imaginava que poderia, em segundos, transmitir a tantas pessoas, o que pensa ideologicamente ou o que sente em relação aos amigos, filhos, netos, um relacionamento, uma paixão ou um amor.

"Escrever é fácil, você começa com maiúscula e termina com ponto. No meio, você coloca ideias", escreveu Pablo Neruda.

"Buscamos, no outro, não a sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta"... "Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha"... "Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa"..., escreveu Rubem Alves. 

Consciente de que, mesmo com um texto transmitindo eletronicamente para milhões de pessoas, muito poucas terão interesse no que foi escrito, escrevo simplesmente porque escrevendo me sinto bem.

A importância do que escrevo pouco importa. O que importa é escrever sobre o pouco que importa.

João Bosco Leal*      www.joaoboscoleal.com.br
*Jornalista, escritor e empresário

Anões, unidos, jamais serão vencidos?

http://vespeiro.com/2014/07/25/anoes-unidos-jamais-serao-vencidos/

25 de julho de 2014 
aa9Depois de dar ao governo de Israel, diante de sua reação aos ataques com foguetes do Hamas, o tratamento que se recusou a dar a Bashar Al Assad, o envenenador, diante do massacre de sua própria população que prossegue ha mais de dois anos graças ao veto de que o Brasil é co-autor a qualquer ação com vistas a por um fim à matança, a “diplomacia” petista reage “indignada” ao coice que recebeu em troca do que desferiu.
Chamada de “anão diplomático” que “excluiu-se da comunidade dos países civilizados” para aderir à dos países “criadores de problemas”, a corrente marcoaureliana do Itamaraty, ao contrário da do chanceler Luis Alberto Figueiredo que procurou por panos quentes no episódio mostrando que ainda se lembra das lições de Rio Branco, houve por bem “iniciar consultas com os demais sócios do Mercosul”  instando-os a aderir à sua condenação de mão única.
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Anões, unidos, jamais serão vencidos”?
É mais fácil um raciocínio desse gênero estar inspirando esta ação do que a tradição de Rio Branco, que vem sendo sistematicamente banida de nossa prática diplomática, aquela que ainda chegou a ser alegada como resposta ao destampatório do porta-voz da chancelaria israelense à nota brasileira, seguida da convocação do embaixador em Israel de volta a Brasilia, contra o “uso desproporcional da força contra os palestinos por Israel” desacompanhado de qualquer menção aos ataques com foguetes do Hamas contra alvos civis israelenses ou de qualquer apelo pela trégua diversas vezes proposta e todas as vezes recusadas por esse grupo.
É sempre desagradável ouvir verdades sobre o seu próprio país na boca de um estrangeiro, mas o que disse o porta-voz israelense está longe de ser mentira.
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O episódio é, também, uma espécie de resumo da tragédia do Oriente Médio onde, além da expulsão de qualquer requício de racionalidade pelas reações figadais de parte a parte inspiradas pela vingança da vingança da vingança, está a manipulação ideológica estrangeira desse conflito que ajuda tanto a mante-lo infernal como é quanto a irracionalidade que move as vítimas mais diretas dele.
Na verdade esta é mais condenável que aquela pois que a irracionalidade toma suas vítimas à revelia de sua vontade enquanto essa manipulação é fria, calculada e eivada de dolo.
A realidade que está lá é que os foguetes não cessam de partir de ambos os lados, com a diferença de que os do Hamas não acertam o alvo porque são destruídos no ar por um aparato tecnológico que os palestinos não têm condição de replicar e os dos israelenses acertam, produzindo mais de um lado que do outro as vítimas que os dois lados se esforçam por produzir.

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Mas o que fazer? Deixar de revidar os ataques e passar apenas a tentar desbaratar passivamente a chuva de foguetes do Hamas antes que cheguem aos alvos para os quais foram apontados? É não só impensável como algo impossível de por em prática até por um governo que desejasse fazê-lo mas que, como todo governo democraticamente eleito, age mandatado pelos alvos desses ataques.
Fingir que esses foguetes, apenas porque não acertam os alvos, não estão sendo disparados? É de uma má fé que só é tida como assumível pelo Itamaraty marcoaureliano e seus inspiradores pelo mundo afora, ao qual o outro, do chanceler Figueiredo, retruca com luvas de pelica.
Resta pressionar os dois lados por uma trégua que dê uma chance à racionalidade e ponha de volta no isolamento tanto os radicais do Hamas que indubitavelmente usam sua própria gente despedaçada como a munição para a guerra de propaganda de que necessitam cada vez mais, quanto os radicais israelenses que, lá no fundo, torcem por mais um ataque para poder revida-lo.
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A guerra, como sempre, é o paraíso dos psicopatas e dos mutilados morais, e os há por toda a parte, especialmente numa região  conflagrada ha décadas, senão ha milênios .
Mas a manipulação da guerra não. A manipulação da guerra é só o cantinho dos canalhas.
É nesse cantinho escuro e mal cheiroso que se encontram para engendrar “soluções finais”, os extremistas do nacional socialismo com seu antisemitismo e os extremistas do socialismo internacionalista com seu antisionismo, de fronteiras tão sutis e que, conforme a hora do dia, as variações de temperatura e umidade do ar ou as fronteiras nacionais dentro das quais se instalam, transformam-se em anti-arabismo, em anti-islamismo ou em anti-ocidentalismo.
É a baba que essa gente distila que engraxa as engrenagens das guerras.
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