quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

PSICANÁLISE DA VIDA COTIDIANA Aos Políticos do Congresso Nacional



CARLOS VIEIRA
Sábado passado assisti ao programa de Rolando Boldrin, SR.BRASIL na rede SESCTV. Eis que me deparo com um belo poema de Catullo da Paixão Cearense – A Resposta de Jeca Tatu - Rolando com sua sensibilidade poética e sua dramaticidade de um declamador perfeito, chamou atenção como Catullo é atual, principalmente nesse momento de descrença na ética e compromisso dos nossos políticos da Praça dos Três Poderes. 
Catullo da Paixão Cearense (1863-1946), poeta, músico e compositor, nascido na cidade de São Luis do Maranhão viveu maior parte de sua vida no Rio de Janeiro, onde trabalhou como relojoeiro e fez parte da vida dos Chorões, juntamente com Anacleto de e Catullo reabilitou o violão nos salões da alta sociedade carioca, e deixou belas composições como Luar do Sertão e sua letra de Flor Amorosa, composição de Joaquim Calado, como também uma obra poética que canta a alma sertaneja do brasileiro. 
Hoje, resolvi transcrever alguns trechos do poema – A Resposta de Jeca Tatu – declamado por Rolando Boldrin com sua nota inicial, para lembrar aos nossos políticos um pouco da realidade desse Brasil Emergente! Nunca é tarde lembrar os “compromissos de campanha”.
A Resposta do Jeca Tatu
“Como diz o cabôco: “Diz qui”, há muito tempo, um tal Senadô andô falano num jornal qualquer, qui o rocêro, o caipira, é... um priguiçôso, um indolente, um que só vive incostado... um punhado de coisas, enfim. O grande poeta Catullo da Paixão Cearense colocou, então, na boca de um desses brasileiros, lá do sertão, uma resposta... bem assim:
Seu dotô, venho dos brêdo,/ Só pra mode arrespondé/ Toda aquela fardunçage/ Qui vancé foi inscrevê! 
Num teje vancê jurgano/ Qui eu sô argum cangussú!/ Num sô não, Seu Conseiêro./ Sô do norte, sô violêro/ e vivo naquelas mata,/ como veve um sanhaçu!/ Vassucê já mi cunhece: Eu sô o Jeca Tatu!...
Vancê só sabe de lêzes,/ Qui si faiz cum duas mão!/ Mais porém, nun sabe as lêzes/ Da Natureza, e qui Deus/ Fêiz prá nóis, cum o coração! 
Vancê nun sabe cantá/ Mais mió qui um curió,/ Gemeno à bêra da istrada!/ Vancê nun sabe inscrevê,/ Num papé, feito de terra,/ Quano a tinta é o do suó,/ E quano a pena é uma inxada! 
Preguiçoso? Madracêro?/ Nhão Sinhô, seo conseiero./ É pruquê vancê num sabe/ O que seje boiadêro/ Criá cum tanto cuidado/ Cum tanto amô e alegria/ Umas cabeças de gado/ E despois, a impedemia/ Carregá tudo com os diabo/ Em meno de quatro dia.
Pru mode a politicáia/ Vancê qué que um homi sáia/ Do sertão pra vim votá/ Em Juaquim, Pedro ou Francisco/ Quando vem a ser tudo iguá... 

Vassuncê sabe onde ta/ O buraco adônde véve/ O tatu esfomeado?/ Ta nos palaço da corte./ Dessa porção de ricaço/ Que fez aquele palaço/ Cum o sangue dos desgraçado.

Vancêis tem rio de açude/ Tem os dotô da higiena/ Que é pra cuidar da saúde.../ E nóis, o que que tem? Arresponda? No tempo das inleição/ Que é tempo das bandaiêra/ Nóis só tem uma cangáia/ Pra levá toda a porquêra/ Dos dotô puliticáia. 

Vancê qué ser presidente? / Apois seja meu patrão./ A nossa terra, o Brasil / Já tem muita intiligência./ Muito homi de sabença/ Que só dá pra espertaião./ Leva o diabo a falação./ Pra sarvá o mundo inteiro/ Abasta ter coração. 

Prôs homi de intiligência/ Trago cumigo essa figa – Esses homi tem cabeça,/ mas porém o que é mais grande/ do que a cabeça... é a barriga. 

Sêo conseiêro ... um consêio./ Dêxe toda a birbotéca/ Dos livros... e se um dia vancê quizé/ Passá uns dia de fome/ De fome e tarveis de sede,/ E drumí lá numa rede/ Numa casa de sapé./ Vá passá comigo uns tempo/ Nos mato do meu sertão./ Que eu hei de lhe abrir as portas/ Da choça e do coração. 
Eu vorto pros matagá 
Mas porém oiça premero: 
Vancê pode.
“Em um mundo em que a política foi destruída pelo poder transformado em violência, a solidão é o sintoma do medo do outro que ameaça o indivíduo... A solidão é, assim, a categoria política que expressa a nostalgia de uma vivência de si mesmo.” Fragmentos de um texto de Márcia Tiburi – “Política da Solidão”, colunista da Revista Cultura.
Prezado leitor, será que o Jeca Tatu só vive no sertão? Ou estamos todos nos transformando nessa persona triste, desamparada e só, sem fé, sem sentido de família, de Estado, política social, educação e Justiça? 
No momento que terminava essa matéria, um amigo meu, Professor, comunicou que o Brasil foi classificado em penúltimo lugar no mundo, num Programa de Assistência à Educação!
Carlos.A.Vieira, médico, psicanalista, Membro Efetivo da Sociedade de Psicanálise de Brasilia e de Recife. Membro da FEBRAPSI e da I.P.A - London.

POEMA DA NOITE A fonte do vale - Paulo Fichtner



Neste vale de cá nos encontramos, 
depois de tantos anos apartados, 
e, sob a sombra destes velhos ramos, 
amamo-nos quais dois desesperados.
Que ao fim do entardecer adormeçamos 
sob o farol da noite, embalsamados 
sobre a relva, dois corpos nus deitados 
no leito verdejante e frio dos gamos.
E, quando nasce a aurora e vem o sol, 
beijando-nos até que o arrebol 
se quede enfim atrás do antigo monte,
sentimos fome, nós sentimos sede, 
temos, das árvores, os frutos...vede 
que perto corre aluz do luar na fonte!

Paulo Fichtner nasceu em Porto Alegre em 1971. Formado em História e Civilização Francesa pela Sorbonne. Começou a escrever aos 14 anos de idade, com a obraCemitério. Publicou O Despertar do Paraíso (1999), Tumulto Secreto (2005), Contra o Chão e o Vento(2007) e Como quem parte (2008). 

Deonísio da Silva: ‘Lula fez Rose teúda e manteúda com o meu, o seu, o nosso dinheiro. Esta é a questão’



O escritor e professor Deonísio da Silva, um mestre das palavras, escreveu um texto perfeito sobre o escândalo da hora. Trecho: “Se o bebezão de Rosemary quisesse refestelar-se ou refocilar-se com ela, este não seria um problema nosso. Mas tornou-se pelos métodos empregados. São tantos, mas tantos os indícios sobre o modo de proceder de Lula, que ninguém mais aceita as indulgentes versões que desabam em catadupa a cada novo escândalo”.

‘O estrago que ‘madame’ fez em nome de Lula’, por José Nêumanne



PUBLICADO NO ESTADÃO DESTA QUARTA-FEIRA
JOSÉ NÊUMANNE
Na entrevista coletiva em que foi apresentado como técnico da seleção nacional, Luiz Felipe Scolari fez uma brincadeira sobre a pressão sofrida por qualquer ocupante de seu novo emprego. “Se não quer pressão é melhor não jogar na seleção, vão trabalhar no Banco do Brasil”, disse ao completar a declaração de que ganhar a Copa de 2014 é uma obrigação. Bastou isso para que o mundo desabasse sobre sua cabeça. Apesar de ser esta notoriamente dura, seu dono, o autor da graçola, submetido a críticas de sindicatos de bancários e diretores e funcionários do BB, terminou pedindo desculpas em público.
O autor destas linhas é do tempo em que passar no concurso para o Banco do Brasil era quase como ganhar na loteria da Caixa Econômica Federal. Perceba que a sorte neste país está sempre sob chancela estatal. Emprego estável garantido, prestígio social e, como insinuou Felipão, vida mansa. Hoje já não se pode dizer o mesmo, mas também não é uma ocupação de que alguém venha a arrepender-se algum dia, principalmente diante das vicissitudes da economia, que às vezes provocam dores de cabeça nos assalariados da iniciativa privada, mas nunca prejudicam as evidentes vantagens de quem vive sob os auspícios da viúva.
De pouco adiantou o currículo do técnico, o último a dirigir uma seleção brasileira campeã do mundo, em 2002, na Ásia: ele teve de ajoelhar no milho e se penitenciar perante a corporação. Logo depois de seu triunfo, a gestão federal do Partido dos Trabalhadores (PT) empreendeu um esquema de compra de votos de bancadas aliadas para apoiar projetos no Congresso Nacional. E parte do dinheiro que usou foi surrupiado dos cofres do banco cuja honra foi agora defendida com tanto denodo por seus funcionários. O então diretor de Marketing nomeado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Henrique Pizzolato, mandou depositar R$ 73,9 milhões nas contas das agências publicitárias mineiras DNA, Graffiti e SMPB, que os repassaram em forma de propina a partidos e políticos da base.
Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 12 anos e 7 meses de prisão, o ex-funcionário de carreira e petista da linha de frente terá de amargar pelo menos 2 anos e 1 mês numa cela e pagar R$ 1,3 milhão de multa. É muito dinheiro, mas praticamente nada comparado com o total que se sabe que foi furtado. O companheiro pisoteou e jogou no lixo a credibilidade de uma instituição financeira com mais de 200 anos de existência e excelente reputação no mercado financeiro mundial. Seus colegas e correligionários, entretanto, preferiram execrar a Justiça pela sentença que condenou o ladrão à merecida prisão e reclamar do técnico da seleção pela piada, que nem é das mais pesadas.
Tão zelosa em negar os próprios privilégios, a corporação do BB nunca se mostrou particularmente interessada em salvaguardar a boa imagem dela. Ao desbaratar a quadrilha dos “bebês da Rosemary”, os irmãos Vieira, que compraram as graças da ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, a Polícia Federal (PF) comprovou isso. Pois constatou que essa senhora, acusada de desvio de conduta na Operação Porto Seguro, conseguiu que Luiz Carlos Silva, presidente da empresa Cobra, braço tecnológico do BB, contratasse a New Talent, de João Vasconcelos, marido da moça, e seu genro, Carlos Alexandre Damasco Torres. Assinado em maio de 2010, quando o vice-presidente de tecnologia do BB era José Luiz Salinas, o contrato levou em conta um atestado de capacidade técnica que os agentes federais presumem ser falso. Genuína mesmo era a ligação de Salinas com José Dirceu, o ex-chefe da Casa Civil de Lula, como Pizzolato condenado (por corrupção ativa e formação de quadrilha), e com o ex-presidente do PT Ricardo Berzoini, que o apadrinharam para o cargo. Salinas, hoje na Ásia, era também frequentador habitual do gabinete de “madame Rosemary”.
Ainda há tempo para a corporação do BB protestar contra a malsinada influência em créditos evidentemente desastrosos, que também comprometem a credibilidade do banco público, mas nem a Velhinha de Taubaté acredita nessa hipótese. Pois os indignados com a gracinha do sisudo Felipão nunca vieram a público reclamar do aparelhamento promovido pelo PT dos bancários Berzoini e Luiz Gushiken na antes respeitável instituição financeira. Ao contrário, todos neste momento estão empenhados em encontrar uma desculpa qualquer, similar à do caixa 2 de campanha, com a qual tentaram desacreditar o julgamento do mensalão.
Enquanto isso, dirigentes do PT, falsos ingênuos e blogueiros ditos progressistas fazem de tudo para desmoralizar pelo menos um dos responsáveis pela condenação dos companheiros Dirceu e José Genoino. A bola da vez não é o ex-presidente do STF Carlos Ayres de Brito nem o atual chefe máximo do Judiciário e relator do julgamento, Joaquim Barbosa, mas Luiz Fux.
O ministro está sendo acusado à boca pequena, como é comum no gulag de intrigas do PT, de ter-se comprometido a absolver os mensaleiros em troca da vaga no Supremo. A calúnia não se apoia em documentos nem na lógica e padece de um defeito de origem: quem mereceria recriminação, um jurista que aceita chegar ao topo da carreira renegando a independência e a honra de julgador ou um estadista que seja capaz de exigir dele tal promessa? A pergunta nem merece resposta, tão implausível é a injúria.
Mas há outras duas que não podem ser caladas. Qual a pior hipótese: a de uma secretária de luxo ter poderes para nomear e promover usando o santo nome do ex-presidente Lula em vão, sendo sempre atendida, ou a de este avalizar seus pedidos? Seria pior para a República o advogado-geral da União fazer tráfico de influência ou ele nunca ter percebido a quadrilha operando no gabinete ao lado, de um amigo que promoveu?
Pelo visto, o mensalão é pinto comparado com o estrago feito pela madame em nome de Lula.

A desmoralização das agências reguladoras, por Murillo de Aragão



Dois episódios comprovaram o fracasso do modelo de agências reguladoras implantado no Brasil. O primeiro e mais escandaloso foi a venda de pareceres técnicos com a intermediação de dois irmãos integrantes da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e da ANA (Agência Nacional de Águas).
O segundo refere-se à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que está demorando anos para autorizar o licenciamento de medicamentos no Brasil. A denúncia é da associação de fabricantes de medicamentos.
A criação das agências reguladoras foi uma boa ideia no papel que acabou não funcionando bem. As razões são muitas e variadas.
Faltam recursos e material humano. As agências são sabotadas pelos ministérios, que relutam em perder poder. Algumas, porém, extrapolam no seu poder de regulamentação. As indicações, que deveriam ser estritamente técnicas, são políticas e pouco transparentes, além de seguirem critérios duvidosos.
A indicação de dois irmãos por meio da ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo é uma vergonha e demonstra como o modelo padece da necessária seriedade e transparência.
Tampouco é adequado o papel de “proconzão” que as agências estão assumindo. Não custa lembrar que elas regulam setores estratégicos. E, como tal, não devem se comportar exclusivamente como agências setoriais de defesa do consumidor.
Na época em que foi instituído pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o comando das agências tinha um perfil mais técnico e independente. Ainda no governo FHC, a situação começou a piorar em termos de autonomia.
No governo Lula, sucederam indicações políticas de cunho técnico precário que só fragilizaram ainda mais o modelo.
O Senado Federal, responsável por analisar as indicações para as diretorias das agências, também tem seu quinhão de culpa, não dando o devido tratamento às sabatinas. O ideal seria que estabelecesse critérios técnicos que poderiam rejeitar a indicação de personalidades de perfil comprometido ou inadequado.
O Senado deveria cobrar, de todos os indicados e sabatinados, um relatório anual de suas atividades a fim de que este seja submetido a debate parlamentar. Já que referendou a indicação do Executivo, cabe aos senadores fiscalizar o desempenho do indicado.
Falta, também, uma espécie de ombudsman para as agências, ou seja, uma instituição na qual os desvios possam ser denunciados e investigados, e o denunciante seja protegido.
Ninguém, em sã consciência, critica abertamente uma agência reguladora, sob pena de ter seus interesses prejudicados na forma de uma retaliação. A existência de uma corregedoria seria ideal para fiscalizar a atuação das agências.
Além de serem fiscalizadas, elas deveriam também ter uma espécie de rating anual acerca de sua eficiência. Uma espécie de Enem para as agências. Tais avaliações deveriam ser divulgadas amplamente e submetidas a debate no Congresso.
Há anos tramita uma proposta na Câmara que redefine o papel das agências. Infelizmente, o projeto não avança.
Dias atrás, a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado aprovou o projeto que prevê a realização de auditorias periódicas do Tribunal de Contas da União nas agências reguladoras. Apresentada pelo então senador Gerson Camata, em 2007, a matéria seguirá para análise da Câmara dos Deputados. Apesar de vários projetos tramitarem na Casa, o avanço é lento.
Considero a existência de agências reguladoras um avanço frente ao modelo anterior. Mas, da forma como funcionam, é essencial reavaliar o modelo e aperfeiçoá-lo. Urgentemente.

Murillo de Aragão é cientista político

CRÔNICA Cartas de Paris: O mal-estar na civilização francesa



Saí de casa de manhã, ainda meio adormecida, apenas 5 graus, uma chuva fina caía. De repente, na curva da esquina, uma moto na calçada freou. O jovem condutor – sim, tenho que reconhecer que ele era pelo menos 10 anos mais jovem que eu – soltou um “desculpe, madame”.
Ainda que ele viesse devagar e pedisse desculpas, se tem uma coisa que eu não aceito é moto na calçada. Vendo a minha cara de descontentamento ele continuou, ainda pela calçada, e disse “oh-la-la”.
Não me contive. Comecei a rir sozinha com a situação: um francês, que cometia uma contravenção ficou horrorizado com o meu mau humor ao ouvir seu pedido de desculpas. Isso não seria uma inversão de papéis?
Normalmente não somos nós que ficamos chateados diante de tanto mau humor francês quando cometemos nossas pequenas infrações diárias às regras de boa convivência como falar baixo em lugares públicos e não fazer festas até altas horas da madrugada?
Se o mal-estar for realmente uma marca da civilização, vulgarizando de maneira selvagem Freud, podemos dizer que os franceses são extremamente civilizados. Aliás, os estrangeiros que moram aqui costumam ir mais longe na teoria psicanalítica afirmando que tal comportamento não passaria de “falta de amor”.
Com amor ou sem ele, o certo é que os pobres franceses ficaram conhecidos universalmente por esta eterna insatisfação.
O típico comportamento mal-humorado francês é: fechar a cara, bater o pé no chão e dar uma baforada, um tipo de expiração pela boca. Essas baforadas podem ser longas ou curtas. Quanto mais longa, maior a insatisfação.
Claro que esta descrição é bastante caricata. Os franceses não saem dando baforadas a torto e a direito. Eles costumam ser amáveis, gentis, desde que você não pise no calo deles, mas não dá para negar que existe um tendência cultural a ver o lado negativo das coisas. Nada é bonito ou bom, tudo é “pas mal”.
Mas eu acho que isso até tem um lado positivo. Na França ninguém é obrigado a viver 24 horas por dia com um sorriso no rosto, jogando o jogo do contente. Você pode dizer abertamente que “ça ne va pas”, ou que as coisas não vão bem, as pessoas convivem bem com diferentes estados de espírito e de humor.
Mas claro que para o estrangeiro é difícil entender como alguém que mora em Paris pode viver de mau humor.

Ana Carolina Peliz é jornalista, mora em Paris há cinco anos onde faz um doutorado em Ciências da Informação e da Comunicação na Universidade Sorbonne Paris IV. Ela estará aqui conosco todas as quintas-feiras

Pró-mercado? (1), por Carlos Alberto Sardenberg



Carlos Alberto Sardenberg, O Globo
Vamos falar francamente: as relações do governo Dilma com o setor privado caíram no pior dos mundos. Há uma perversa combinação de hostilidade ideológica, negócios de compadres e corrupção. Nesse ambiente, só investe quem consegue um jeito de transferir o risco para o governo, obter financiamento e/ou subsídio e/ou acertar com funcionários na base da propina.
Por partes: a hostilidade é evidente. A presidente Dilma acha que não existe isso. Para ela, o que há é má vontade e hostilidade da parte do setor privado contra seu governo.
Mesmo, porém, os aliados mais próximos da presidente, como Delfim Netto, admitem que “agentes públicos”, em especial aqueles ligados ao setor de infraestrutura, “manifestam prepotência e muita idiossincrasia” — um jeito mais neutro, digamos, de falar ideologia estatizante.
Ou seja, a culpa não é da presidente, mas o problema existe. Haveria, em torno da presidente, um pequeno grupo de assessores de viés estatizante.
Será?
Começa que Dilma não exerce uma administração, digamos, frouxa e maleável.
Ao contrário, todos dizem que costuma impor seus pontos de vista. Considerem o caso da Eletrobras e a proposta de redução das tarifas. Dirigentes e técnicos da estatal comentaram diversas vezes, para quem quisesse ouvir, que a proposta simplesmente quebra a Eletrobras. Mostraram os números. Aí, reúnem-se diretoria e conselho — e dão apoio entusiasmado à proposta da presidente.
Além disso, a presidente manifesta com frequência, às vezes sem querer, sua visão negativa acerca dos empresários e banqueiros, estes alvos preferenciais.
“Ganharam muito dinheiro no mole, às custas do povo” — isto resume o sentido de várias manifestações.
Banqueiros, por exemplo, “perderam o último almoço grátis” com a redução dos juros, disse a presidente. Claro que os juros estavam muito elevados e que a rentabilidade dos bancos brasileiros era elevada — embora menos alta do que em diversos outros emergentes, Colômbia, por exemplo, países que, aliás, crescem mais que a gente.
Mas, vá lá, são governos liberais, não é mesmo?
Como a presidente Dilma não se cansa de lembrar, todos os empresários que iam lá reclamavam dos juros. Mas métodos contam. O movimento dos juros teve dois lados. De um, o BC reduziu fortemente a taxa básica, uma política meio contestada, meio apoiada, hoje vista como um risco razoável, mas cuja sustentabilidade está por ver (e com uma inflação que não vai para a meta de jeito nenhum).
O segundo movimento foi mais importante: o governo mandou o Banco do Brasil e a Caixa reduzirem drasticamente os juros ao consumidor e aumentarem a concessão de crédito. Ou seja, o setor público impõe forte concorrência ao privado.
Essa concorrência é claramente desleal. Os bancos privados, diante da queda da rentabilidade, precisaram segurar o crédito, torná-lo mais seletivo e dar um jeito de reduzir custos. Os públicos não estão nem aí.
Primeiro, porque não quebram. Quer dizer, quebram, como já quebraram antes, mas sempre contam com o dinheiro do contribuinte brasileiro, via resgates do governo. Seus dirigentes não correm riscos. O acionista privado, sim, este já está perdendo, mas o governo não está nem aí para eles.
A queda do valor das ações do BB teria sido “ataque especulativo” do mercado.
Além disso, BB e Caixa têm fontes de renda que os privados não têm: folhas de pagamentos dos servidores federais, depósitos judiciais e a prerrogativa de atuar como arrecadadores de tributos. No caso da Caixa tem mais: as tarifas caras espetadas no governo pela administração do FGTS e o quase monopólio do Minha Casa Minha Vida.
Ora, pensam os empresários que reclamavam dos juros altos: se ela faz isso com os bancos, pode fazer com qualquer outro setor da economia. E fez, com as elétricas, com o câmbio, com as regras sempre mudando.
Trataremos de cada tema desses nas próximas colunas.

Quando o réu é padrinho, por Demétrio Magnoli



Demétrio Magnoli, O Globo
Luiz Fux é o centro do mundo de Luiz Fux. Na momentosa entrevista que concedeu a Mônica Bergamo (“Folha de S.Paulo”, 2/12), o ministro do STF revela suas peripécias rumo à meta obsessiva de ocupar uma das 11 cadeiras da mais alta Corte.
Fux procurou fidalgos da nossa pobre república, como Delfim Netto, um signatário do AI-5, Antonio Palocci, o ministro que violou o sigilo bancário de uma testemunha, e João Pedro Stédile, líder de um movimento social pendurado no cabide do poder, além de “empresários” que prezam tanto o acesso aos palácios quanto o conforto do anonimato.
O juiz não diz, apenas, que fez política, como sempre fazem os candidatos ao Supremo. Confessa — é essa a palavra! — que procurou padrinhos entre os poderosos réus do caso mais importante que julgaria, caso sua empreitada fosse exitosa.
José Dirceu e João Paulo Cunha apadrinharam a candidatura de Fux — o magistrado que, no ano seguinte, ajudaria a condená-los a penas de prisão em regime fechado.
Não é uma confissão espontânea, longe disso. “Querem me sacanear”, disse Fux a uma repórter na cerimônia de posse de Joaquim Barbosa. Dias depois, procurou o jornal para conceder a entrevista.
A iniciativa é uma reação à ofensiva da quadrilha incrustada no PT que, desde a proclamação de seus votos sobre o núcleo político do mensalão, começou a vazar uma mistura de informações e lendas sobre a heterodoxa campanha do juiz pela indicação presidencial.
“O pau vai cantar!”, avisou Fux à repórter, ajustando sua linguagem aos costumes do meio político no qual habitualmente circula.
No mundo de Fux, jornais devem ser instrumentos a serviço dos interesses de Fux. Ele sabe escolher. A imprensa independente serve-lhe, hoje, para apresentar sua versão das conversas perigosas que manteve com os réus.
A imprensa chapa-branca serviu-lhe, anteontem, para cristalizar relações com os padrinhos, que já eram réus. O jornal “Brasil Econômico” pertence à Ejesa/Ongoing, que tem Evanise Santos, namorada de José Dirceu, como diretora de marketing institucional. Em 2010, o juiz em campanha combinou com Evanise uma entrevista “de cinco páginas” à publicação.
Comenta-se no mercado de mídia que a entrada do grupo português Ongoing no Brasil teria sido intermediada por Dirceu e obedeceria à estratégia de montagem de uma rede de veículos de comunicação alinhados ao governo.
O enigma de Capitu pertence ao domínio da grande arte; o de Fux, ao da baixa política. Mas, assim como nunca saberemos se Capitu traiu Bentinho em “Dom Casmurro”, não se esclarecerá jamais se o magistrado traiu os padrinhos quando proferiu suas sentenças no caso do mensalão.
Naturalmente, Fux nega ter discutido o processo nas conversas de apadrinhamento, mas admite a hipótese do intercâmbio de frases de duplo sentido num encontro com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Sobre o fato incontroverso de que se reuniu com o réu José Dirceu para solicitar apoio, suas explicações oscilam, contraditoriamente, entre os excessos da implausibilidade (”naquele momento, eu não me lembrei” da situação jurídica do interlocutor) e os da candura (“a pessoa, até ser julgada, é inocente”).
Durante o julgamento do mensalão, o Planalto e a cúpula petista fizeram chegar à imprensa os sinais de sua fúria com os votos de ministros que, na tóxica visão do governo, seriam devedores do favor da indicação.
No caso de Joaquim Barbosa, insinuou-se que haveria favor associado à cor da pele, uma sugestão asquerosa que emana da natureza das políticas de preferências raciais consagradas pelo mesmo Barbosa.
No caso de Fux, que o juiz-candidato assumira um compromisso informal de “matar no peito” o espectro da condenação do núcleo político da quadrilha. Agora, pela boca de Cândido Vacarezza, ex-líder do governo na Câmara, interlocutor do juiz e de João Paulo numa “reunião que me parecia fechada”, a insinuação contra Fux roça a fronteira da acusação.
Combinam-se, na operação difamatória, o impulso cego da vingança e um cálculo político racional. A quadrilha e sua esfera de influência pretendem manchar a reputação do juiz, mas também contestar a legitimidade do Supremo na arena da opinião pública.
Os condenados e seus porta-bandeiras estão seguros de que o vício é idêntico à virtude. Por isso, não se preocupam com os estilhaços lógicos desprendidos por seu bombardeio: segundo a versão que semeiam, o governo Dilma Rousseff trocou a indicação de Fux pela promessa de um voto favorável a réus do alto círculo do lulopetismo, algo que configuraria crime de responsabilidade.
No Antropologia, Immanuel Kant define a virtude como “a força moral da determinação de um ser humano no cumprimento de seu dever”, e o vício como transgressão dos princípios da lei moral.
A trajetória de Fux, das reuniões com os padrinhos que eram réus até as sessões de julgamento do mensalão, esclarece os dois conceitos kantianos. Na campanha promíscua de candidato ao Supremo, o juiz pode até não ter violado nenhuma lei, mas transgrediu a “lei moral” que manda separar os interesses privados do poder associado a uma posição pública ocupada ou almejada.
Nos votos sobre o núcleo político da quadrilha, os melhores proferidos no STF, o magistrado não se limitou a aplicar a lei com competência e brilhantismo: ele revelou, junto com a maioria de seus pares, a “força moral” incomum de cumprir o dever fundamental dos juízes, que é o de submeter os poderosos à ordem jurídica geral.
A ofensiva difamatória da quadrilha é uma nova, repetitiva, descarga do lixo produzido por figuras deploráveis que, sem corar, exibem-se como arautos de sacrossantas causas políticas e sociais.
A reação de Fux tem suas utilidades. Serve como vacina contra a crença ingênua nos discursos líricos do próprio Fux e como exposição involuntária do arcaísmo do Brasil oficial, que ainda não sabe o significado de “coisa pública”.

Demétrio Magnoli é sociólogo

Privilégio às avessas


Dora Kramer - O Estado de S.Paulo
O exemplo de um deputado federal condenado em outubro de 2010 pelo Supremo Tribunal Federal, até hoje solto e no exercício do mandato, pesa contra dois pedidos feitos pelo Ministério Público aos juízes do mensalão: a prisão imediata dos réus e a cassação automática dos parlamentares condenados.
Natan Donadon foi condenado a 13 anos, quatro meses e dez dias de prisão por peculato e formação de quadrilha na Assembleia Legislativa de Rondônia, mas a execução da pena ainda aguarda o julgamento de um embargo de declaração.
Aplicado o conceito de mesmo peso e igual medida, a princípio nem seria lógico todo esse debate sobre prisão e perda de mandatos de imediato em relação aos réus da Ação Penal 470.
Donadon não teve questionado o mandato nem se cogitou de sua prisão porque a sentença não transitou em julgado, faltando o exame de um último recurso.
Por que os culpados por arquitetar e participar do esquema do mensalão receberiam tratamento diferente?
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, argumenta que por se tratar de ação julgada na última instância, os recursos possíveis (embargos infringentes e de declaração) não modificarão as decisões já tomadas e, portanto, não se justificaria a espera.
Na opinião dele são muito otimistas as previsões de que as penas serão cumpridas a partir de 2013. "Se não houver prisão imediata o meu horizonte é 2014 ou bem depois, porque temos um grande número de réus que poderão interpor recursos durante muito tempo", pondera Gurgel.
Ora, havendo a possibilidade de recursos, como ignorá-la? Fica difícil aceitar o raciocínio de que o mensalão é um caso exemplar e por isso a execução das penas deve ser feita desde logo, pois a punição desses condenados representa "um marco na história de Justiça brasileira". É o que diz o procurador, mas não necessariamente é o que aconselha o bom senso.
O STF estaria dando razão às acusações de que atua como "tribunal de exceção" se agora determinasse prisões, decretasse a cassação de três deputados e deixasse o colega Donadon, condenado muito antes, na posse de suas prerrogativas legais.
Um questionável privilégio às avessas.
Rede. Em seus depoimentos no Congresso, o ministro da Justiça nada acrescentou que possa ajudar a esclarecer as atividades da quadrilha dos pareceres técnicos, tráfico de favores e peripécias outras.
O que confirma a impressão de que esteve lá para aplacar cobranças de explicações e ganhar tempo a fim de impedir que Rosemary Noronha seja convocada.
José Eduardo Cardozo disse que ela não foi protegida nas investigações da Polícia Federal. Como se viu pelo resultado da Operação Porto Seguro, não parece mesmo ter sido.
No entanto, agora que o caso passou à administração política do Planalto, na prática a moça está sob a proteção do Estado a fim de se preservar o ex-presidente Lula.
Infantaria. Governadores de um lado, prefeitos de outro e a maioria da Câmara atuando de perto na pressão, será pesado o movimento em favor da derrubada do veto da presidente à nova lei de distribuição dos royalties do petróleo.
Raras vezes um assunto reuniu tantos interesses contrariados.
Vetos presidenciais não costumam ser derrubados. Aliás, nem costumam ser examinados. Até outro dia ainda havia - e talvez ainda haja - vetos do governo Itamar Franco na fila da pauta.
A votação é conjunta do Congresso e por isso cabe ao presidente do Senado a decisão de levar vetos ao plenário.
Devido à proximidade do recesso parlamentar, o assunto talvez fique para a próxima legislatura e o abacaxi transferido ao sucessor de José Sarney.

FALOU E DISSE




Giulio Sanmartini
O leitor e comentarista contumaz que assina Joseph Janosek, sobre me artigo Casal 25 (milhões) – 5/12. escreveu tudo  com poucas e irônicas  palavras:janosk
“…Como disse o ex-Presidente francês Jacques Chirac: Para o Presidente Lula, o que é dele é dele, e o que é dos outros pode ser dividido”.
Esperidião Amim (ex-governador), asseverou: “O pior atentado que se pode cometer contra o Lula, além de alvejá-lo com um Mortífero Dicionário, é atirar-lhe uma Carteira de Trabalho”.
Nada a acrescentar!

A FOTO DIZ TUDO



Ancião
A descortesia da presidente Dilma Rousseff, não conhece limites. Ela fez  questão de mostrá-la cruamente durante a posse do ministro Joaquim Barbosa, no Supremo Tribunal Federal STF.
Segundo uma pesquisa de opinião Joaquim só não ocupará o lugar em que ela está sentada, se não quiser.DilmaeJoaquim
Caso aconteça assim, o sorriso sincero desse negro honrada, que se fez na vida sem precisar das demagógicas cotas raciais, e sem jamais ter-se vendido, será apreciado por todo o Brasil, quando receber a faixa presidencial, para desesperos do lixo humano da “cumpanheirada petista”.
Aí sim voltaremos a ver este olhar de ódio animalesco, de desprezo, dando-lhe um aperto de ponta dos dedos, mas nesse ponta a ex-presidenta, estará começando a ouvir o trombetear forte  do juízo universal.
O jornalista Augusto Nunes, escreveu sobre o assunto com muita propriedade, em seu artigo “O sorriso e o esgar”:
“A foto de Dida Sampaio é mais que o registro do momento em que Dilma Rousseff, presidente da República há quase dois anos, cumprimentou o ministro Joaquim Barbosa, que acabara de assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal. A imagem documenta a colisão frontal, consumada em estridente silêncio, entre um homem e uma mulher assaltados por sentimentos opostos e movidos por antagônicos estados de ânimo.
O chefe do Poder Judiciário está feliz, de bem com a vida. A chefe do Poder Executivo está contrafeita, nas fímbrias da amargura. Joaquim Barbosa é o anfitrião de uma festa. Dilma Rousseff é a convidada que nada tem a festejar. Está lá por não ter conseguido livrar-se do convite.
Ele se sente em casa e pensa no que fará daqui por diante. Ela pensa no que ele fez e anda fazendo. E se sente obrigada a enviar um recado fisionômico ao padrinho e aos condenados no julgamento do mensalão: se pudesse, estaria longe dali”. (Leia mais: O sorriso e o esgar « Augusto Nunes).

Pinterest: o seu painel de imóveis na internet


05/12/2012


Com a quebra de barreiras ocasionada graças à internet, interagir e se comunicar com pessoas do outro lado do mundo faz parte da realidade de muitas pessoas, facilitando também áreas como a pesquisa e o comércio. A palavra de ordem para negociações, de qualquer tipo, seja em ambiente físico ou virtual, portanto, é: relacionamento.
No setor imobiliário, a história não é diferente. O relacionamento continua sendo um dos pilares para a construção de boas negociações, especialmente quando o assunto é compra e venda de imóveis pela internet. O ramo seguiu a tendência das redes sociais virtuais e passou a utilizar sites como o Pinterest para ampliar o seu mercado.
Funcionando como uma rede social dedicada ao compartilhamento de fotos, o Pinterest é uma espécie de painel virtual onde os usuários cadastrados podem organizar e compartilhar imagens. O conteúdo pode ser dividido por categorias, destacando temas segmentados como arquitetura, design e decoração de interiores.
Seu papel se baseia em um verdadeiro “quadro de inspirações”. Os usuários podem reunir, divulgar e comentar as imagens que julgarem mais interessante, interagindo com outros perfis e descobrindo novas fontes de conhecimento.
Em meio a tantas possibilidades, a rede social abre as portas para profissionais do mercado imobiliário se aproximarem de seu público, gerando conteúdo relevante para clientes em potencial.
Perfil do portal imobiliário Agente Imóvel mostra como o setor de imóveis pode usar o Pinterest a seu favor.
Trabalhando temas como dicas de decoração, arte, paisagismo, sustentabilidade, entre outros, perfis de imobiliárias e, até mesmo, construtoras têm ganhado o seu espaço, fazendo do Pinterest um meio eficaz para criar relacionamentos. Além disso, a opção é usada, ainda, para postar fotos de lançamentos, cômodos decorados, imóveis reformados, técnicas de design diferenciado e muitas outras possibilidades.
Somando aos benefícios do compartilhamento de imagens e interação com públicos segmentados, o Pinterest conta com o diferencial de redirecionar as imagens postadas para outros sites. Ou seja, é possível gerar links diretos para o seu próprio site ou blog, aumentando suas referências e favorecendo o aumento de visitas.
A dica para o bom uso da ferramenta, porém, é não utilizar a rede social como simples método de autopromoção. Afinal, como já foi dito anteriormente, a ordem da vez é criar relacionamento a partir da interação e criação de conteúdo de qualidade. Dessa forma, o Pinterest pode ser encarado como um novo aliado do marketing imobiliário, inovando no modo de atrair clientes e fechar negócios.
Para fazer parte da rede social, basta acessar o site do Pinterest e clicar no ícone “Participe do Pinterest”, localizado na parte superior da página. Você pode se registrar usando o seu endereço de e-mail, Twitter ou Facebook, ampliando suas chances de interação com outras comunidades virtuais.

Lei dos Meios: Governo Kirchner veta juízes que julgarão caso ‘Clarín’


Magistrados deveriam decidir sobre aplicação da Lei de Meios


BUENOS AIRES e BRAsÍLIA – No que foi considerado o maior ataque à independência judicial já cometido por um governo desde o retorno da democracia à Argentina, em 1983, a Casa Rosada recusou nesta quarta-feira todos os membros da Câmara Civil e Comercial, âmbito em que deve ser resolvida sua disputa com o ‘Clarín’ sobre a Lei de Meios.
Poucas horas depois, importantes dirigentes kirchneristas, entre eles o deputado Carlos Kunkel, acusaram a Justiça de “estar gestando um golpe institucional para romper a continuidade da democracia”.
Os magistrados recusados pelo governo deveriam decidir se prorrogam ou não liminar obtida pelo Clarín, que suspendeu a aplicação dos artigos 45 e 161 da lei, considerados inconstitucionais pelo grupo por suposta violação de direitos adquiridos. Só que os próprios juízes deverão aceitar ou não a recusa do Executivo.
— Esta é uma manobra sem precedentes em nosso país. Nunca vimos, desde 83, uma pressão tão forte do governo sobre a Justiça — disse ao GLOBO o gerente de comunicações do grupo Clarín, Martin Etchevers.
A Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) participará amanhã de manifestações em Buenos Aires em apoio aos grupos de comunicação locais pressionados pelo governo da presidente Cristina Kirchner.
O representante brasileiro na missão da AIR será o advogado Alexandre Jobim, integrante do Conselho Diretor da entidade e também conselheiro da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert).
A Casa Rosada promete aplicar integralmente a partir desta data a Lei de Meios, aprovada em 2009 pelo Congresso. A “adequação compulsória” de empresas privadas a novos limites de concessão e cobertura significará que nenhum grupo privado poderá cobrir mais que 35% da população do país.
O envio da missão foi decidido na última Assembleia Geral da AIR, no fim de outubro, em Montevidéu. A entidade representa 15 mil emissoras de rádio e televisão privadas, a maioria nas Américas. (Colaborou Mônica Tavares)

Romário reúne 188 assinaturas em 24h e protocola CPI da CBF



05 de Dezembro de 2012 
Romário começou coleta de assinaturas às 15h de terça-feira e reuniu 188 nomes Foto: Fabrício Escandiuzzi / Terra
Romário começou coleta de assinaturas às 15h de terça-feira e reuniu 188 nomes
Foto: Fabrício Escandiuzzi / Terra

O deputado Romário (PSB-RJ) anunciou nesta quarta-feira que reuniu o número de assinaturas necessárias para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Confederação brasileira de Futebol (CBF). Ele protocolou o requerimento na Secretaria Geral da Mesa, no subsolo do anexo principal da Câmara dos Deputados, às 18h30.
Em seu perfil no Facebook, Romário exaltou o recolhimento das assinaturas em tempo recorde. Para abrir uma CPI, a Câmara exige apoio de um terço dos deputados, ou seja, 171. O ex-atacante conseguiu 188 nomes em cerca de 24h – fez tudo pessoalmente, conversando com os deputados desde as 15h de terça-feira.
“Nós aqui da Câmara não estamos admitindo mais este tipo de sacanagem com o povo”, afirmou Romário, que denuncia irregularidades na exploração e administração do futebol brasileiro e, ao longo dos anos, tem sido crítico e opositor de Ricardo Teixeira, que presidiu a CBF de janeiro de 1989 a março de 2012.
Romário pede investigação de contratos firmados pela CBF com empresas patrocinadores que beneficiam outras empresas de propriedades de amigos ou "laranjas" de Ricardo Teixeira. Ele também contesta a sucessão de Ricardo Teixeira, que colocou José Maria Marin como presidente da entidade.
A CBF já foi alvo de um CPI, em 2000, que investigou a ligação da entidade com a Nike sob a suspeita de desvios de recursos e ingerência. Os trabalhos da CPI foram encerrados sem conclusão ou punições. Em 2011, o deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) tentou protolocar pedido e chegou a alcançar 146 nomes, mas deputados retiraram apoio.

Escolha: inimigo do PT. Ou bobo, por Ricardo Noblat



"Chegou a hora da verdade para Lula e o PT! É preciso ter a grandeza de vir a público para tratar francamente tanto do caso do mensalão como do esquema de corrupção denunciado pela Operação Porto Seguro, a partir do escritório da Presidência da República em São Paulo, pois não podemos eternamente apenas culpar os adversários pelos males que nos afligem. Isso não resolve." (Ricardo Kotscho, ex-secretário de Imprensa do primeiro governo Lula)

A cobrança bem-intencionada, mas um tanto ingênua de Kotscho terá o mesmo destino daquela formulada por Tarso Genro, ministro do governo Lula em meados de 2005. Na época, o mensalão denunciado por Roberto Jefferson arrastava reputações morro abaixo, como a chuva costuma fazer no Rio de Janeiro entre dezembro e janeiro. Ou de repente.
Por duas vezes, pelo menos, cercado de poucos amigos e sob o efeito de algumas doses de álcool a mais, Lula ameaçara renunciar à presidência da República.
Marcos Valério, um dos operadores do mensalão, mandara dizer que estava disposto a contar tudo - salvo se fosse socorrido com uma quantidade razoável de dinheiro.
- É preciso refundar o PT - conclamou Tarso, hoje governador do Rio Grande do Sul.
José Dirceu havia perdido a chefia da Casa Civil, mas ainda conservava o mandato de deputado federal e o prestígio dentro do partido que ajudara a montar.
O que Tarso sugeriu pintava como uma nota de pé de página na história futura do PT.
Por decisão de Lula, Tarso largou o ministério da Educação para substituir interinamente José Genoino na presidência do PT. Instalou-se ali no início de julho de 2005.
Seu trato com Lula: transferir de setembro para o primeiro trimestre de 2006 a eleição do novo comando do PT. E livrar-se de Dirceu, que seria cassado pela Câmara.
Cinquenta dias depois, Tarso abdicou da missão que Lula lhe confiara. Poucas boas almas haviam comprado a ideia de refundar o PT.
Dirceu, por exemplo, não comprara. E mais: garantira que jamais deixaria o Diretório Nacional do PT como era desejo de Tarso. Mais do que desejo: condição para que Tarso entrasse 2006 à frente do PT.
O gato comeu a refundação do PT e nunca mais se falou dela.
Como refundar o PT se o partido nada fizera de mais?
Mensalão? Mentira de Jefferson! Caixa 2, isso sim, como antecipara Lula, orientado por Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça e sujeito esperto. Que partido não se valia de Caixa 2 para financiar despesas de campanha?
"Como na Inquisição, nós fomos para a condenação. Não era para ter julgamento", provocou Dirceu esta semana, entre uma e outra manifestação de desagravo a ele animada por militantes do partido.
Antes de Dirceu dizer o que disse, Lula dissera: "Não serão juízes que escreverão o último capítulo da minha biografia. Mas o povo".
Algum sinal de que Dirceu e Lula possam escutar o conselho de Kotscho? Sim, sei... É claro... Compreendo...
O estatuto do PT determina a expulsão de filiados que tenham sido julgados e condenados em última instância. Os mensaleiros foram. A direção do partido adiantou que mesmo assim não serão expulsos. Ora, por que não?
Simples: porque o PT não dará a ninguém, nem mesmo à mais alta Corte de Justiça do país, o gostinho de admitir que os seus mais notáveis membros são criminosos.
Não tem como impedi-los de ir para a cadeia, é verdade. Mas tem como impedi-los de ser expulsos. Basta rasgar uma das páginas do seu estatuto. Sem dramas.
Lula não obrigou o Senado a rasgar uma das páginas do seu regimento interno?
Estava lá na página: se o Senado rejeita para qualquer cargo a indicação de um nome feita pelo presidente da República, o nome não pode mais ser apreciado.
O Senado rejeitou em dezembro de 2010 o nome de Paulo Vieira para a Agência Nacional de Águas (ANA).
Em abril do ano seguinte, contra um parecer da Comissão de Constituição e Justiça, o Senado aprovou o nome de Paulo Vieira. Por insistência de Lula. Que por sua vez se rendera à insistência de Rosemary Noronha, chefe do gabinete da presidência da República em São Paulo, acostumada a se apresentar como se fosse namorada dele.
Anote aí: favorecida por Lula, Rose empregou Paulo, Ruben, irmão de Paulo, o ex-marido dela, o atual marido, a filha, e sabe-se mais quem...
Juntou empresários interessados em negócios com governadores interessados em empresários. Fez lobby em favor do presidente do Banco do Brasil. Em troca ganhou presentes, respeito e medo.
Se todo mundo achava que ela namorava Lula, se ela só viajava com ele ao exterior quando dona Marisa não ia, se muitas vezes seu nome era omitido da lista normal de passageiros, se visitava Lula na cabine do avião presidencial e depois avisava aos convidados para deixá-lo descansar - quem se arriscaria a ignorá-la? Ou a enfrentá-la?
O PT foi capaz de levar sete anos negando por todos os santos a existência do mensalão. Admitirá que o mensalão existiu e que Rosemary pintou e bordou com Lula?

A Nau dos Insensatos - xilogravura, Sebastian Brant, 1549

Escreva aí por fim: Lula foi apunhalado pelas costas no caso do mensalão e também no caso de Rosemary. Quem diz ou pensa o contrário é inimigo do PT. Ou bobo.
Bola pra frente.