domingo, 5 de maio de 2013

O PRIMEIRO “VÉIO” A GENTE NUNCA ESQUECE



Marc Aubert
Coisa de vinte anos atrás fui ao borracheiro especializado em vulcanização de pneu rasgado, retirar o que eu havia deixado lá dois dias antes, porque não dava para comprar um novo. Sobrava mês no fim do salario. Atendeu um garoto de uns quinze anos, perguntou o que eu queria e depois, entreabrindo a porta que dava para a oficina, gritou: – Pai, tem um “véio” que veio buscar um pneu. fat-belly-222x300
Foi um choque, mas mesmo assim não pude conter o riso, pois pensei que esse tipo de coisa só ia acontecer dali a uns vinte anos. Acostumado a você, rapaz, moço, jovem, o primeiro choque vem com o primeiro senhor. Que eu me lembre, o meu veio quando virei gerente e ganhei uma secretária; não incomodou muito, mas concedo que a transição não se deu sem traumas. Senhor também é substituído, em geral pelas suas costas, por “aquele véio ali”, num momento de raiva ou desprezo, quando você não estiver ouvindo. Se você produziu filhos, assinou compulsoriamente o termo aditivo que lhe empurrará automaticamente o epiteto “véio” quando seus filhos  (netos também) alcançarem a adolescência, que é o extremo oposto desse estado de decadência galopante em que você se encontra, do ponto de vista deles, claro. Descobrirá por si mesmo que existe música de véio, dança de véio, roupa de véio e até gírias tão véias quanto você. Existe até um olhar que trocam entre si ou quando ouvem algo que não se enquadra em sua visão do mundo, meio que rolando o globo ocular para o alto e que, traduzido, lhe coloca de volta no mesmo lugar, a velhice ignorante e burra.
Os operadores de telemarketing nos legaram duas grandes mudanças vernaculares: frases com três verbos, tipo “A gente vai estar fazendo uma requisição técnica”, e o uso de senhor como forma de etiqueta no trato com o público, tipo “não posso fazer nada, senhor” recitado entre dentes e que na realidade significa “vai se foder, véio chato do carai”. E não adianta, a partir do momento que você é enquadrado na categoria de véio, não tem volta; tem atenuantes como véio charmoso se você for parecido com Sean Connery (depois de véio); véio simpático, se lembrar Ziraldo; véio bonito, se o seu tipo for o de Stewart Granger, que o leitor nem sabe quem foi, um famoso artista de Hollywood. Tem também agravantes: véio metido a besta, se dirigir um buggy; véio seboso, se você for careca e usar um rabo de cavalo e uma barba mal cuidada; véio enxerido, se resolver jogar charme em cima de ninfetas; e tem o imbatível: aquele véio barrigudo, auto explicativo.

Um técnico com métodos de treino muito duros



POR ET BARTHES

Mesmo que você não entenda inglês, vai ver as razões para o técnico Mike Rice ser demitido. O homem é uma fera... tem muita pancadaria para cima dos atletas durante os treinos. 



POBRE NORDESTE



Giulio Sanmartini
O miserável sertão do Nordeste brasileiro, foi é, e pelo andar da carruagem, continuará sendo o exemplo mais cruel da votação de cabresto e do anacrônico coronelismo.
Nas vitórias das eleições presidenciais do Partido dos Trabalhadores, foi de uma importância decisiva.???????????????????????????????
Antes de 2006 a distribuição de votos para presidente repetia no Nordeste a divisão nacional, com variações sempre abaixo de 6 pontos percentuais.
A partir desse ano o Nordeste passou a pesar de forma definitiva nas vitória do Partido dos Trabalhadores, como se pode contatar nas eleições presidenciais: no segundo turno a diferença entre Lula e Geraldo Alckmin (PSDB) foi de 20 milhões de votos, mas sem o nordeste está passaria a ser de 6 milhões. O fato continuou na mesma toado em 2010, quando Dilma Rousseff dos 12 milhões de votos a mais que José Serra, 10,7 milhões vieram do Nordeste.
Um exemplo que nos dá o espelho do que acontece no interior da região, pode ser constatado no município de Calumbi (PE), apesar de ter somente 6 mil habitantes, representa o que acontece em muitos outros município da região.
O PT domina 90% do eleitorado e a economia da região vem da agricultura, com lavouras temporárias de feijão, mandioca e milho e lavoura permanente de algodão herbáceo e banana. Todavia a grande entrada de dinheiro vem do Bolsa Família, que se transformou num moeda para comprar votos.
Assolado pela maior seca dos últimos 50 anos, o Nordeste está devastado. Mais de 1.000 municípios já declararam estado de calamidade pública, e 20 milhões de pessoas sofrem com a escassez de chuvas.
Situação que interessa ao PT pois é o estrume que servirá para adubar-lhe as urnas.
Hoje provoca frouxos de risos indignados o dístico do Partido quando chegou ao governo: “Vamos mudar tudo isso que está aí”. Certo que mudaram, mas para muito pior.
(1) Texto de apoio: Leopoldo Mateus.