quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

MANIFESTO DE PUGGINA, por Anhangüera

Percival Puggina publicou* em seu blog http://www.puggina.org a carta que transcrevo abaixo, e que passo à consideração dos colegas prosepoliticanos.  Lá vai, sem restrições, vejam se não é isso mesmo que temos defendido aqui. Se é verdade, há crimes denunciados e as autoridades têm de se manifestar, se não é, cabe aos acusados o processo judicial – sob pena de que nós todos tomemos seu silêncio como confissão de culpa. O que não se pode admitir é um silêncio que dure apenas até as eleições do ano em curso.
Percival Puggina
Percival Puggina
ÀS AUTORIDADES DA REPÚBLICA! – Percival Puggina
Excelências. Li, de capa a capa, o volumoso livro de Romeu Tuma Júnior que leva o sugestivo título “Assassinato de reputações“. A obra ganhou uma espécie de lançamento nacional através da revista Veja, no início de dezembro último, e consta entre as mais vendidas no país. Presumo, por isso, que milhares de cidadãos a estejam lendo. Assim como eu, hão de estar perplexos e alarmados com as denúncias que faz.
É na condição de cidadão que redijo esta carta. Parece-me conveniente fazê-lo assim, aberta, para tornar pública a inquietação da maioria dos leitores que já percorreram as exaustivas páginas desse livro. Dirijo-a às autoridades porque são várias as que podem agir neste caso. Não alinharei, aqui, as acusações e denúncias descritas em “Assassinato dereputações“. De um lado porque muito pouco sei sobre o autor e, como simples cidadão, não tenho como averiguar a autenticidade do que dele se diz e do que ele relata. De outro, porque a honra alheia não encontra em mim alguém disposto a assassiná-la. A prudência exige que sobre ela só se emita juízo público negativo após sentença transitada em julgado.
No entanto… milhares estão lendo esse livro. Como eu, se fazem perguntas civicamente inquietantes. Por que persiste, decorrido um mês inteiro de seu lançamento, o perturbador e coletivo silêncio de quantos deveriam agilizar-se para contestá-lo? Por que, mais grave ainda, as próprias instituições tão fortemente atacadas e apontadas como objeto de aparelhamento político-partidário não bradam em sua própria defesa? As denúncias são graves e, se verdadeiras, descortinam a gênesis de um Estado policial e totalitário. Há crimes noticiados no livro. E o de prevaricação não me parece o maior deles.
Em meio ao inquietante silêncio de quem deveria falar, as solitárias reações que encontro ao explosivo texto são disparos laterais dirigidos ao seu autor, que se apresenta, na obra, como uma das vítimas dos assassinatos em série que menciona. Convenhamos que desacreditar o livro com uso do argumentum ad hominem, mediante ataque pessoal ao autor, não é satisfatório ou suficiente ante a torrente de denúncias que formula, relatando episódios que diz ter pessoalmente vivido.
Aos cidadãos brasileiros interessa saber se o que está dito no livro é verdade ou não. E quais as providências adotadas por quem as deve adotar. Inclusive contra o autor se for o caso. Num Estado de Direito, os fatos descritos exigem investigação e cabal esclarecimento. Não podem ser varridos para baixo do espesso tapete do tempo. Não são, também, prevaricação, o silêncio de quem deveria falar e a omissão de quem deveria agir?
Bem sei que a promiscuidade entre as funções de governo e as de Estado decorre do vício institucional que as vincula ao mesmo centro de poder. Nosso lamentável presidencialismo faz isso. É tentador, nele, confundir os espaços partidários (por isso provisórios) próprios do governo, com os espaços permanentes (e por isso não partidários) da administração pública e do Estado. No entanto, por mais que o modelo favoreça o aparelhamento das instituições, não é aceitável a ideia de que vivemos num país onde algumas delas servem para investigar ou não investigar, dependendo do lado para onde sopra o vento das más notícias. Gerar dossiês por encomenda política é coisa de Estado policial, totalitário.
* Também no Jornal Zero Hora, 12 de Janeiro de 2014

Corretor- Entenda as tribos e ganhe tempo nas vendas


Um olhar mais atento à sociedade do século XXI nos permite perceber sua divisão em tribos urbanas. Os avanços tecnológicos dos últimos 20 anos resultaram no fim da chamada “sociedade de massa”. Em seu lugar, o conceito de “indivíduo” ganhou maior importância e, com isso, temos agora um novo agrupamento social que faz com que as pessoas sejam vistas em nichos. Ou tribos. No entanto, a pergunta é: até que ponto esta mudança interfere no trabalho do corretor de imóveis?
É uma alteração profunda na relação corretor/cliente. O trabalho do corretor deve agora ser personalizado, de acordo com a demanda específica daquele cliente. Para que o profissional seja bem-sucedido nesta empreitada, é fundamental que ele compreenda de que maneira se configuram as tribos urbanas neste novo século. O domínio das peculiaridades de cada grupo social fará com que o corretor ganhe tempo nas vendas.
As redes sociais são uma excelente fonte de pesquisa. Nela, o profissional pode aprofundar seus conhecimentos a respeito das preferências de diversas tribos. Cultura, estilo de vida, esportes, viagens… Todos os tópicos estão lá. Com base nesses dados, o corretor pode criar um atendimento personalizado, lembrando-se sempre que, apesar de pertencerem à mesma tribo, as pessoas têm necessidades específicas.
Ao lidar com um cliente que gosta de praticar esportes, por exemplo, o corretor deve levar em conta pontos importantes para quem cultiva uma vida saudável. Possivelmente, este cliente terá preferência por um imóvel com sol durante a manhã. Outro aspecto importante – que seria talvez irrelevante para outros grupos – é a proximidade com academias e centros de atletismo. Sendo ligado a esportes, o natural é que esta pessoa durma cedo. Portanto, o corretor deve buscar imóveis em bairros que não tenham uma vida noturna agitada.
Por outro lado, pessoas ligadas ao mundo das artes terão outras necessidades. Esta tribo tem uma vida noturna intensa e, logicamente, não ficará satisfeita com um imóvel em que o sol bate de manhã. Além disso, pessoas que vivem em função da arte darão prioridade a casas e apartamentos que fiquem próximos a teatros, cinemas e casas de show. Também optarão por bairros silenciosos durante a manhã.
Observar tais peculiaridades fará com que o corretor poupe um tempo precioso, pois, quando apresentar opções de imóvel para cada tribo, já terá feito esta pré-seleção. Daí por diante, basta fazer apenas a “sintonia fina”, ou seja, se adequar a algumas necessidades específicas daquele cliente.

A venda terá tudo para dar certo.