quarta-feira, 4 de setembro de 2013

CHARGE DO Myrria




Esta charge do Myrria foi feita originalmente para o

Defesa preventiva?

LUIZ GARCIA


Deputados federais — assim como todos os políticos que ganham mandatos pelo voto popular — têm uma dívida permanente com quem os elege. Na verdade, são duas dívidas: uma, de votarem projetos que sejam do interesse público; e outra, de zelarem pela qualidade moral do Legislativo. E isso não aconteceu na votação da Câmara na semana passada, que manteve o mandato do deputado Natan Donadon, que no momento representa seus eleitores de Rondônia com alguma dificuldade, uma vez que cumpre pena — com provas impecáveis — pelos crimes de peculato e formação de quadrilha. É um ladrãozinho barato, mas talvez não seria absurdo dizer que alguns de seus companheiros de mandato já fizeram igual ou pior. 

Não é exagero, certamente, considerar que alguns dos deputados que votaram a favor de Donadon agiram em ilegítima defesa preventiva de seus próprios mandatos, beneficiados pelo sistema de votação secreta. O que é, em si, um absurdo. Membros do Legislativo deveriam, por respeito aos cidadãos que os elegeram, votar, em todos os casos, abertamente — numa permanente prestação de contas a quem lhes deu seus votos e sua confiança. 

A decisão da Câmara é obviamente escandalosa. Ministros do Supremo Tribunal Federal consideram-na inconstitucional. E reagiram com a necessária indignação, principalmente porque o STF não apenas condenara Donadon à pena de cadeia: também suspendeu os seus direitos políticos, o que, obviamente impede o exercício de um mandato no Legislativo. E com certeza membros do STF entendem mais de leis do que a grande maioria dos membros do Congresso. 

Os deputados, no momento, correm atrás do prejuízo. E se preparam para votar uma emenda à Constituição que determine a cassação automática de parlamentares condenados por crimes ou flagrados em falta de decoro. A opinião pública certamente gostaria que isso não fosse necessário. Mas, obviamente, o sistema atual, agravado pela votação secreta, favorece um inaceitável tipo de coleguismo no Legislativo — e, em alguns casos, com certeza, ele significa uma espécie de defesa ilegítima preventiva.
"É um ladrãozinho barato. Não seria absurdo dizer que alguns de seus companheiros de mandato já fizeram igual ou pior".
Publicado no Globo de hoje.

PSICANÁLISE D VIDA COTIDIANA O Casamento


CARLOS VIEIRA

Sem Contrários não há progressão. Atracção e Repulsão. 
Razão e Energia. Amor e Ódio são necessários à existência Humana”.
Citação de William Blake in “O Casamento do Céu e do Inferno.”
Casa-se por amor, por paixão, por um momento de atração fatal ou após longos anos de namoro e noivado. Casa-se por vingança, por avidez estratégica de uma herança. Casa-se então por canibalismo oral. Casa-se por desespero de ficar só, na solidão desamparada, sozinho abandonado. Ainda hoje, casa-se para sair de casa, para se livrar da absoluta prisão domiciliar; ou nunca se casa para não deixar o conforto da proteção “emocional” e financeira da família. Ou também por medo de assumir a própria liberdade, autonomia, responsabilidade. Antigamente se casava para que a sociedade não pusesse dúvida na moral da família e da filha. Mulher que não casava poderia ser confundida com “mulher de vida fácil”. Se fosse homem, a dúvida era na homossexualidade. Casa-se como poderia dizer Nelson Rodrigues: para apanhar e para bater. Há pessoas que sentem necessidade de prazer na dor e na violência. O casal sadomasoquista brinca de bater e apanhar, e ao contrário do que se pensa, o masoquista ( tido como vítima ) é tão importante que o sádico não sabe viver sem ele. Logo, se “masoca” não é infelicidade, é ser tão importante na vida de alguém quanto o sádico. E digo mais, é tão poderoso também! Casa-se por ódio porque se foi traído no noivado. Casa-se para disputar um lugar no famoso triângulo edipiano. Casa-se com quem? Com o outro, enquanto outra pessoa, ou consigo mesmo na outra pessoa? Essa história de procurar a “alma gêmea” é um grande engodo que a outra é considerada. Nada, a pessoa está procurando “a parte perdida” para ser alguém completo. Então casa-se por puro egoísmo, narcisismo ou egocentrismo. Casa-se para ter alguém consigo, junto; às vezes não para compor uma parceria, mas para ficar protegido no outro e nada mais. Casa-se somente com sentimento de ternura e não com desejo sexual. A sexualidade às vezes está mais fora do casamento do que dentro. “Com o tempo tornaram-se irmãos” diz a voz do povo. E agora, como fica? Freud, sempre o velho Freud já dizia que “a ternura” fica em casa e a “sensualidade e sexualidade” ficam no amante. Quando o amante propõe casamento o circulo vicioso se repete. Os poetas do Parnaso e do Romantismo poetavam em prosa e verso que “em casa ficava a santa e na rua se procurava a puta”. Nesse momento lembrei de ter lido numa crônica de José Castelo – “Que estranho viver”( in Sábados Inqietos, Ed.Leya) a seguinte frase atribuída ao escritor português Antônio Lobo Antunes: “Ainda no fecho, o romance trepida: “Não sei se tenho casa, mas é a casa que regresso”. Então casa-se com a mãe, ou com o pai? Psicanalítico isso, ou realístico? Casa-se por paixão, a paixão prossegue por um tempo e depois há que se está casado por amor, caso contrário procura-se outra paixão. Vinicius de Moraes chega a dizer que era amante da paixão! Então não era o outro que importava, era a paixão. Casa-se como negócio, como ajustes financeiros de famílias com “as melhores das vontades”. Casa-se por contrato, bem contratado, caso contrário um ou outro abre falência. Casa-se hoje rápido demais? Outro dia ouvi de uma jovem:” eu vou casar logo para separar depressa, pois dizem que o melhor casamento é o segundo”. Casa-se homem com mulher; mulher com mulher; homem com homem. Cuidado porque daqui a pouco teremos casamento de menino com menina, ou menino com menino e menina com menina! Apocalíptico, não? Casam-se e serão felizes para sempre, ou é coisa de antigamente pois as pessoas não passavam dos cinquenta? Para sempre hoje, no mínimo são noventa anos! Casa-se sempre pensando no “grande amor”, ou na realização da fantasia de Dante procurando por toda a vida sua “Beatriz”. Na realidade casa-se com alguém que se acredita ser para sempre, ainda que não seja, pois parece que as pessoas querem se reassegurar que jamais possam ser abandonadas. É uma ficção necessária, nem sempre realizada. Há um conto fantástico do nosso escritor Arthur Azevedo que se chama: “Sabina” e tem como subtítulo: ”Como ridículas artimanhas masculinas sucumbem à invencível argúcia feminina”. Tal conto, que não contarei, e sim convidarei para que comprem, imperdível, está no livro “Contos de Arthur Azevedo: os “efêmeros” e inéditos, Editora PUC-Rio e Edições Loyola. Casa-se de todo modo, enfim se casa para se casar pois o casamento é diário, é um exercício de tolerância às diferenças e cuidado constante com as qualidades de cada um. Numa de suas conferências no Brasil, o psicanalista indiano-inglês W.R.Bion escreveu algo assim: duas pessoas se conhecem, namoram, noivam e casam. Aí começam os conflitos normais da dinâmica de qualquer casal, e eles precisam desenvolver capacidade psíquica, emocional para sempre estarem se casando, dia a dia, como se fosse o último. O eterno e o para sempre são eternos enquanto duram, cantava Vinicius de Moraes. Então, casa-se pelos contrários na escrita de Blake, citado acima, pois “sem contrários não há progressão”. Casa-se em casa (quem casa quer casa), casa-se na beira do lago, no clube, na igreja, na sinagoga. Casa-se de branco! Nunca vi ninguém casar de preto. Será preconceito com a cor, associação com morte, ou será que ninguém vê beleza do preto? Seria interessante se casar de branco e preto, por que não? Casa-se, casa-se também com a poesia, com arte, com a música, com a literatura. Somos casados com nossos “brinquedos de adultos” porque casar é criatividade, é um permanente exercício de improvisação: às vezes a música demora muito tempo; às vezes a melodia se encerra após alguns compassos, e aí o improviso morre. Pode-se casar novamente! Na vida temos vários casamentos e o casamento entre uma mulher e um homem requer respeito aos outros casamentos dos dois. Ninguém minha vida, a pessoa faz parte da minha vida, caso contrário qualquer casamento seria uma morte. Casa-se para ter poder e, de repente se perde o poder. Casa-se quem sabe, o homem é um animal social mesmo que tenha direito de áreas de “autismo normal”. Os indígenas criam reservas, os civilizados odeiam reservas e invadem a privacidade do parceiro. Casar é estar “juntos-separados”.
Carlos.A.Vieira, médico, psicanalista, Membro Efetivo da Sociedade de Psicanálise de Brasília e de Recife. Membro da FEBRAPSI e da I.P.A - London.

Médico desiste do programa de Dilma e afirma: “É uma aberração: teto caindo, muito mofo e infiltração, uma parede que dá choque, sem ventilação no consultório, sala de vacina em local inapropriado, falta de medicamentos”

04/09/2013
 às 5:55


Pois é… No ritmo em que vão as coisas, o país logo precisará de “Mais Médicos”… cubanos! As condições de trabalho no interior do país e nas periferias requerem mesmo a mão de obra escrava oriunda da ilha comunista. Os profissionais que conservam o seu direito de ir e vir e que são donos do próprio destino tendem a recusar os pardieiros que abrigam as unidades de atendimento. Leiam trecho de reportagem publicada nesta terça pela Folha. Volto depois.
Médicos questionam infraestrutura e exigências e abandonam programa
Por Daniel Carvalho e Nelson Barros Neto:
A carreira de Nailton Galdino de Oliveira, 34, no programa Mais Médicos, bandeira de Dilma Rousseff (PT) para levar atendimento de saúde ao interior e às periferias, durou menos de 48 horas e exatos 55 atendimentos. Alegando estar impressionado com a estrutura precária da unidade em Camaragibe (região metropolitana do Recife), onde atuou por dois dias, pediu desligamento. “É uma aberração: teto caindo, muito mofo e infiltração, uma parede que dá choque, sem ventilação no consultório, sala de vacina em local inapropriado, falta de medicamentos”, afirmou.
Casos de desistência como esse frustraram parte dos municípios que deveriam receber anteontem 1.096 médicos brasileiros da primeira etapa do programa (os estrangeiros só vão começar depois). A Folha encontrou exemplos espalhados pelo país, com justificativas variadas alegadas pelos profissionais –incluindo falta de infraestrutura, planos profissionais e pessoais e desconhecimento de algumas condições. Na prática, as desistências de brasileiros devem reforçar a dependência do programa por profissionais estrangeiros.
Um balanço da segunda rodada do Mais Médicos mostra baixa adesão de novos interessados na bolsa de R$ 10 mil por mês. Houve só 3.016 inscrições — mais de metade de formados no exterior. Enquanto isso, a demanda por médicos ultrapassou 16 mil — menos de 10% foi suprida na primeira etapa. O ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse que, após a nova fase, deve pensar “outras estratégias” para atrair mais médicos. Ele comparou as baixas às dificuldades cotidianas de contratação.
(…)
Voltei
Aí vai uma síntese do caráter deletério do programa Mais Médicos. O governo queria espalhar os doutores Brasil afora, mas sabia, e sabe, que inexiste a estrutura física para abrigar esses profissionais. Não é por acaso que o Ministério da Saúde não consegue a chamada “interiorização” dos médicos. Sentindo-se aviltados, acabam recusando o trabalho; outros tantos, como se lê acima, desistem quando constatam o cenário miserável em que terão de trabalhar.
Eis que surgem, então, os cubanos. Acostumados com situações até mais precárias do que as que encontrarão aqui; impossibilitados de dizer “não” ao regime que os exporta — a alternativa é ficar na ilha e receber US$ 35 por mês; impedidos de construir uma carreira no Brasil porque suas respectivas famílias ficaram em Cuba, e o visto provisório não lhes dá o direito de exercer outra atividade que não aquela do “contrato”; sabedores de que é inútil tentar desertar ou, como ameaçou o governo, serão “devolvidos”; submetidos ao regime férreo de obediência ao comunismo; postos, mesmo aqui no Brasil, sob a tutela de agentes cubanos, que são seus verdadeiros chefes, então os doutores de Fidel ficarão — com parede dando choque, mofo, sem ventilação… Mais: eles não reivindicarão nada. Ficarão longe de qualquer associação ou órgão de classe. Pronto! O modelo é perfeito. Na campanha do ano que vem, Dilma e Padilha se orgulharão do seu feito.
A ditadura cubana receberá, em valores de hoje (e tomando 4 mil médicos como referência) US$ 200 milhões por ano, na expectativa de que chegue a US$ 500 milhões, já que se fala lá em Brasília na contratação de até 10 mil cubanos — uma leva grande viria dos que atuam hoje na Venezuela. É um negócio bom para todo mundo, até para esses profissionais de Cuba — afinal, mesmo recebendo só uma pequena parcela dos R$ 10 mil, a alternativa é muito pior. Sem precisar prestar contas a quem quer que seja, a ditadura receberá a dinheirama. E sempre há, não custa relembrar, a chance de que parte dela volte na forma de financiamento de campanha, né? Será que os nossos patriotas fariam uma coisa feia como essa?
Informa ainda a Folha: “Em Vitória da Conquista (BA), dos cinco médicos que deveriam ter começado, três já desistiram. Na região metropolitana de Campinas, dos 13 selecionados, 5 pediram para sair. Na capital paulista, 1 de 6 voltou atrás. Em Salvador, 5 dos 32 convocados já abandonaram, assim como 11 dos 26 profissionais previstos em Fortaleza. No Recife, 2 desistências foram confirmadas de um total de 12 médicos selecionados.”
O sistema de saúde de que Padilha é o chefe máximo é incompatível com um regime de homens e mulheres livres.
Por Reinaldo Azevedo

Evo Morales não gosta de VEJA. E é muito fácil saber por quê!


O presidente da Bolívia, Evo Morales, está bravo com a VEJA. A cada vez que alguém como Evo ataca a revista, creio que está a convocar as pessoas a fazer uma escolha: ou se fica, com efeito, com ele, seus amigos e tudo o que representam, ou se fica com os fatos, compromisso inamovível da revista.
Por que Evo está furioso? Na edição de VEJA desta semana, há uma reportagem de Duda Teixeira intitulada “O embaixador da coca” (segue a íntegra neste post). Uma síntese:
1: O senador Roger Pinto Molina, que está no Brasil, começou a ser perseguido por Evo quando denunciou o comprometimento de membros do partido de Evo com o narcotráfico;
2: Consta das denúncias que o atual ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, e a ex-modelo Jessica Jordan entraram na casa do narcotraficante brasileiro Maximiliano Dorado, em Santa Cruz de la Sierra, no dia 18 de novembro de 2010. Os dois saíram cada um com duas maletas tipo 007;
3: Evo nomeou o advogado Jerjes Justiniano para embaixador no Brasil;
4: O embaixador é pai do advogado Jerjes Justiniano Atalá, que tem entre seus maiores clientes justamente funcionários do governo acusados de narcotráfico;
5: Atalá, o filho do embaixador, era sócio do também advogado americano Jacob Ostreicher, que investiu 25 milhões de dólares em plantações de arroz na Bolívia em parceria com a colombiana Cláudia Liliana Rodríguez, sócia e mulher de Maximiliano Dorado, o traficante brasileiro.
Achou pouco, leitor? Então mais uma:
6: Há um vídeo de quatro minutos que mostra o embaixador visitando a fábrica do narcotraficante italiano Dario Tragni, em Santa Cruz de la Sierra, no início de 2010. Na ocasião, Justiniano era candidato ao governo de Santa Cruz pela legenda do presidente Morales.
A braveza
Evo, como era de esperar, não gostou da reportagem. Ele é incapaz, porque não dá, de negar qualquer um dos fatos apontados na reportagem. Atuando em parceria com os “bolivarianos” da imprensa brasileira, regiamente financiados por dinheiro público, o presidente boliviano decidiu atacar a VEJA. Indagado nesta terça sobre o conteúdo da reportagem, o valente afirmou que nada tinha a dizer, a não ser fazer uma recomendação: que, “por higiene mental, as pessoas não leiam a VEJA”.
Evo, por óbvio, não é o tipo de crítico do qual os criticados devam necessariamente se orgulhar porque, para tanto, lhe falta, digamos, dimensão. Mas não se duvide de que é uma evidência de que a revista, entre dois campos, escolheu o moral (o outro, por óbvio, é o inverso). Quem está pedindo que não se leia VEJA?
- o homem que tomou dos brasileiros uma refinaria da Petrobras de armas na mão;
- o homem que incentivou e incentiva a expansão dos campos de produção de folha de coca, inclusive na fronteira com o Brasil;
- o amigo do “sacerdote” Valentín Mejillones, que abençoou sua posse em 2006, preso com 240 quilos de cocaína líquida;
- o homem que fez aprovar uma lei em seu país para legalizar os carros que foram roubados no Brasil;
- o líder que expandiu enormemente a produção de folha de coca no país, sob o pretexto de que a planta serve ao consumo ritual. Quando ele chegou ao poder, já se produzia o suficiente para que todos os bolivianos mascassem alguns quilos de folha por dia… E, como é sabido, boa parte da população urbana do país não pratica o tal “ritual”.
Assim, é compreensível que o presidente boliviano não goste de VEJA. Cá comigo, também acho que as pessoas devem fazer uma escolha entre o que Evo representa e o que VEJA representa.
Segue a reportagem que tanto desagradou a esse gigante moral.
*
O embaixador da coca
O motivo primordial da perseguição política que levou o senador Roger Pinto Molina a pedir asilo na Embaixada do Brasil em La Paz foi um dossiê que ele entregou no Palácio Quemado, sede do Executivo boliviano, em março de 2011. O pacote trazia cópias de relatórios escritos por agentes da inteligência da polícia boliviana em que se desnudava a participação de membros do partido do presidente Evo Morales, o Movimento ao Socialismo (MAS), e de funcionários de alto escalão do seu governo no narcotráfico. Alguns desses documentos posteriormente também foram obtidos por VEJA e serviram de base para a reportagem “A República da cocaína”, de 11 de julho de 2012. Neles, afirma-se que o atual ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, e a ex-modelo Jessica Jordan entraram na casa do narcotraficante brasileiro Maximiliano Dorado, em Santa Cruz de la Sierra, no dia 18 de novembro de 2010. Os dois saíram cada um com duas maletas tipo 007. A intenção do senador hoje refugiado no Brasil era que o presidente Morales mandasse investigar as denúncias, e assim contribuísse no combate à indústria da pasta de coca — matéria-prima contrabandeada para o Brasil para a produção de cocaína e crack — e à rede de corrupção ligada a ela.
Nenhum suspeito foi interrogado. Em vez disso, Morales iniciou a perseguição ao senador Pinto Molina e nomeou para o posto de embaixador no Brasil o advogado Jerjes Justiniano, que assumiu há um ano com a missão expressa de fazer frente às denúncias contra os narcofuncionários da Bolívia. Morales poderia ter escolhido alguém menos comprometido com o assunto para desempenhar esse trabalho. O filho do embaixador, o também advogado Jerjes Justiniano Atalá, tem entre seus maiores clientes justamente funcionários do governo acusados de narcotráfico. Pior do que isso. Atalá, que no passado dividiu o escritório com o pai, foi o advogado do americano Jacob Ostreicher, que investiu 25 milhões de dólares em plantações de arroz na Bolívia em parceria com a colombiana Cláudia Liliana Rodriguez, sócia e mulher de Maximiliano Dorado. Resumindo a história: o filho do embaixador defendeu o sócio da mulher do traficante brasileiro, aquele que recebeu em sua casa o ministro denunciado por Pinto Molina. Trata-se, no mínimo, de uma coincidência constrangedora para o papel que Justiniano veio desempenhar no Brasil.
Igualmente constrangedor é um vídeo de quatro minutos que mostra o embaixador visitando a fábrica do narcotraficante italiano Dario Tragni, em Santa Cruz de la Sierra, no início de 2010. Na ocasião, Justiniano era candidato ao governo de Santa Cruz pela legenda do presidente Morales. Ele foi derrotado na eleição, que ocorreu em abril. No tour pela fábrica de madeira Sotra, Justiniano percorreu as dependências do local ciceroneado por um Tragni falante e irrequieto. “Esta é uma das máquinas mais produtivas da América Latina”, disse Tragni, apontando para um de seus equipamentos. Justiniano perguntou: “Estão exportando para onde?”. O italiano respondeu orgulhoso que para Espanha, Itália, Estados Unidos e Alemanha. Participou também da visita amigável Carlos Romero, atual ministro do Governo da Bolívia e responsável pela segurança interna do país. O incrível desse episódio é que poucos meses antes, em novembro de 2009, a polícia encontrara na Sotra diversos recipientes com cocaína, somando 2,4 quilos. No quarto de Tragni, foram apreendidos uma balança e um liquidificador com vestígios de cocaína. Um dos conhecidos meios para transportar drogas usado pelos traficantes bolivianos é escondê-las dentro de compensados de madeira para exportação.
Em tempo: em outubro do ano passado, o ator americano Sean Penn foi nomeado por Morales como embaixador mundial da coca. Nem precisava. A Bolívia já tem Jerjes Justiniano despachando em Brasília.
Por Reinaldo Azevedo

Algo de muito estranho está em curso no tribunal, e a personagem-enigma, ou nem tanto, se chama Teori Zavascki. Ou: Como tentar melar o julgamento e salvar mensaleiros


Deus do céu!
Acompanhem.
1: Roberto Barroso acolheu um embargo de declaração de Breno Fishberg, certo? Certo! Ele me pareceu correto.
2: a defesa de Breno argumentava que ele e seu sócio, Enivaldo Quadrado, com as mesmas imputações, tudo em situação idêntica, haviam tido penas distintas;
3: estava caracterizada, sim, uma contradição, o que foi reconhecido pela maioria;
4: ao votar, Zavascki disse que não acolhia o embargo porque, se aceitasse esse instrumento para rever a pena, teria de fazer outras revisões;
5: muito bem, Zavascki perdeu, e aí se deu o espetacular;
6: o que fez Zavascki em seguida? Anunciou que estava revendo seu voto em outras situações e para outros réus;
7: quais situações e quais outros réus?;
8: aqueles que foram condenados por formação de quadrilha;
9: o doutor considerou, então, que procediam as alegações das respectivas defesas de que as penas por crime de quadrilha tinham sido propositalmente exacerbadas;
10: quem faz essa alegação? Todos os condenados por esse crime, o que inclui José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino;
11: para Zavascki, naquela que seria uma revolução do direito e da aplicação das penas, a exacerbação máxima da pena de quadrilha não pode ser superior à exacerbação da pena dos demais crimes cometidos por um mesmo réu — na sua opinião, isso caracteriza uma “contradição”;
12: anunciou, então, solenemente, que estava revendo o próprio voto, numa leitura que me parece escandalosa da decisão do tribunal, e acolheu todos os embargos de declaração interpostos pelos quadrilheiros. Ainda não fiz as contas para saber se isso muda alguma coisa. Com certeza, ele se junta pelo menos a Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. Haverá mais revisões?
13: Notem: o que Zavascki está chamando de “contradição” seria, na verdade, um novo julgamento — sem nem mesmo o embargo infringente. 
MAIS ESTRANHO DE TUDO – Zavascki, até onde acompanho, não tinha como saber que Barroso abriria a divergência do caso Fischberg. Em tese, então, a sua revisão de voto decorreu de um resultado da votação do plenário que ele não tinha como adivinhar. MESMO ASSIM, ZAVASCKI SACOU UM VOTO POR ESCRITO DE QUATRO OU CINCO PÁGINAS ANUNCIANDO QUE ESTAVA REVENDO A SUA DECISÃO SOBRE OS EMBARGOS DOS QUADRILHEIROS.
Tudo aquilo foi redigido ali, em coisa de 10 ou 15 minutos, ou se estava diante de uma lição de casa levada para o tribunal?
Por Reinaldo Azevedo

‘Atividade mora ao lado’, por Dora Kramer


Publicado no Estadão desta quarta-feira
DORA KRAMER
Se o plenário do Supremo Tribunal Federal concordar com o ministro Luís Roberto Barroso e acatar o pedido de anulação da sessão que preservou o mandato de Natan Donadon, estará dizendo que o presidente e os integrantes da Mesa Diretora Câmara poderiam ter livrado a Casa de um vexame. O maior que o deputado Henrique Eduardo Alves diz ter visto em seus 40 anos como parlamentar.
De acordo com o argumento de Barroso, condenados em ações penais transitadas em julgado e com penas a serem cumpridas em regime fechado por tempo superior ao restante do mandato devem ser cassados de imediato mediante declaração formal da Mesa.
Em miúdos: caso seja esta a tese vencedora quando o STF examinar o mérito da anulação, a cassação não precisaria ter ido a plenário, podendo a decisão ter sido resolvida no escaninho burocrático. Indagado na semana passada por que não o fez, o presidente da Câmara alegou que não tem poderes para isso.
“Não sou ditador”, disse, mas usou de suas prerrogativas (muito bem usadas) para decretar o afastamento de Donadon e convocar o suplente, a fim de tentar reduzir o prejuízo.
Ora, se estava autorizado a agir de maneira monocrática para afastá-lo de fato, natural que se sentisse também amparado para fazê-lo de direito. A Constituição é ambígua, mas dá margem à cassação automática como, aliás, resolveu o Supremo no caso dos deputados mensaleiros.
Henrique Alves optou pelo meio termo. Talvez para evitar reação de seus pares que, ademais, precisariam de muita coragem para recorrer ao STF para contestá-lo. Na essência, porém, seu gesto significou o mesmo, com a desvantagem de ter deixado aberto o espaço para o descalabro.
Henrique Alves conhece seu eleitorado. Quis dar uma satisfação ao colegiado que correspondeu da pior maneira e agora não pode dar um pio sobre o aludido ativismo judiciário. A Câmara perdeu a chance de escapar de mais um desgaste, o que teria acontecido se uma vez na vida tivesse sido tão ativa quando o Supremo tem sido.

A saúde como caos, por Ricardo Guedes


A saúde hoje no Brasil chegou a um verdadeiro caos.
O SUS se dilacerou, os Planos de Saúde viraram SUS, e a consulta particular virou Plano de Saúde quanto ao tempo de espera da consulta.
Hoje não há quem se diga satisfeito com o atendimento médico no país, em todas as classes sociais, seja na classe baixa, média ou alta. Todos mal atendidos.
Há falta de médicos, devido à falta de planejamento e de investimento na formação profissional, o que não ocorreu nos últimos anos.
Ao invés de se implementar uma política de desenvolvimento para as universidades, a prioridade se deu para a criação de cotas no ensino superior, e agora na importação de médicos.
A vinda de médicos estrangeiros é meritória como medida emergencial, com restrições ao seu formato em relação aos cubanos.
Os cubanos chegam ao Brasil sem atender às normas da CLT, e sem a necessidade de validar o seu diploma para a atuação, mesmo que em área específica.
Com relação à CLT, é digno se notar a discreta manifestação do Ministério Público em relação ao assunto, já que boa parte do crescimento do emprego formal nos últimos 10 anos deveu-se à mais intensa fiscalização do Ministério do Trabalho sobre as pequenas e médias empresas, convertendo forçadamente empregos nitidamente temporários em contratos CLT, muitas vezes em desajuste com os interesses de empregadores e empregados, com sucessivas comemorações do aumento do emprego formal.


A falta de exigência da validação dos diplomas é outra afronta aos Conselhos de Medicina do país, órgãos reguladores do exercício da profissão, resguardando-se o governo na forma jurídica de contratação de consultoria do exterior. É legal, mas não é ético.
Quanto às cotas nas universidades, em pesquisa realizada com professores, técnicos e estudantes da UFRJ em 2005, 86% concordam que o melhor seria o governo investir em áreas pobres para o desenvolvimento social do que criar cotas nas universidades, contra 6% que apoiam a medida do governo; 55% acham que não é justa a criação de cotas nas universidades, contra 24% que acham que sim; e 58% acreditam que o sistema de cotas irá aumentar a descriminação social e racial no país, contra 32% que não.
Hoje, boa parte dos estudantes que entraram no ensino universitário de ponta através de cotas não conclui o ensino superior, tendo desempenhado um papel político atribuído e impedido a formação de mais um profissional qualificado para o mercado.
Quão longe estão as cotas dos ideais de excelência da Faculdade de Medicina da USP e de Zeferino Vaz na Escola de Medicina de Ribeirão Preto, na geração da capacidade hoje existente no Sírio Libanês, Albert Einstein, Beneficência Portuguesa, Hospital do Coração, Hospital das Clínicas de São Paulo, e tantos outros, para onde correm a classe política e a elite brasileira no caso de necessidade e emergência.
Urge uma política educacional de formação de qualidade para o país.

Ricardo Guedes, Ph.D. em Ciências Políticas pela Universidade de Chicago, é Diretor-Presidente do Instituto de Pesquisa Sensus.

Cartas de Londres: Cenas do metrô de Londres, por Beatriz Portugal


Éramos os dois únicos passageiros no vagão. Ele sentava à minha frente e comia um sanduíche no vão entre as pernas, com os braços apoiados nos joelhos. A atenção ia da comida ao jornal aberto no banco ao lado. Ele parecia adivinhar que eu espiava o jornal dele e virava a página exatamente quando eu terminava de ler. Só faltou comentar as manchetes gritantes que falavam da derrota vexatória do primeiro ministro em votação parlamentar sobre ação militar do Reino Unido na Síria.
Mas não trocamos palavras, pois aqui a regra tácita é manter a distância. As pessoas se evitam ao máximo, enfurnadas em livros e jornais ou nas telas de seus celulares. De vez em quando olhares se cruzam por um milésimo de segundo, mas a vergonha sempre vence. O que sobra é testemunhar pedaços da vida alheia, como daquele homem que seja lá por que comia com tanta pressa antes de chegar ao seu destino.
Tudo isso faz parte do charme do metrô londrino mas mais do que uma atração, o metrô é parte essencial da capital britânica. Alem de ser um excelente meio de transporte, é um microcosmo de Londres.
Do pedinte ao milionário, estão todos ali, ombro a ombro sofrendo igualitariamente no calor com a falta de ar condicionado e sempre atentos à malas ou pacotes que possam estar abandonados, prontos para avisar o policial mais próximo.
A primeira linha foi inaugurada há 150 anos, o que faz do metrô londrino o mais antigo do mundo. São mais de três milhões de passageiros por dia passando por suas 270 estações. Os trens percorrem a distancia equivalente a 1.735 voltas ao redor do mundo (ou 90 viagens de ida e volta até a lua). Não à toa, parece ter vida própria.


Nele há de tudo um pouco: cenas engraçadas, cenas tristes, cenas chocantes, cenas emocionantes. É lá que os londrinos muitas vezes mostram o que têm de melhor e de pior.
Foram nas idas e vindas no metrô que descobri que todo londrino que se preza acha um absurdo ter de esperar mais de três minutos por um trem. E também conheci o fenômeno tipicamente inglês de se concentrar nas portas ao invés de se espalhar pelo vagão. Já vi pombos que, sempre nas mesmas estações, sobem e descem de vagões como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Outro dia vi um moço que, na pressa de entrar, pisou em falso. Caiu de cara no chão, ficando com uma perna esticada na plataforma e a outra no vão entre plataforma e vagão. Duas pessoas se levantaram para ajudá-lo. Ele, muito sem graça, levantou e bateu nas coxas para tirar a sujeira. Entre perguntas se ele estava bem, o moço respondeu sério o que numa frase resume a beleza do humor britânico - contido, criativo e ao mesmo tempo irreverente, sempre usado para facilitar as interações sociais. Fazendo referencia ao constante anúncio de “mind the gap” (algo como, atenção ao vão), ele: “I didn’t mind the gap”.

Beatriz Portugal é jornalista. Depois de viver em Brasília, São Paulo e Washington, fez um mestrado em literatura na Universidade de Londres e resolveu ficar.

Ninguém responsabilizará Toffoli? Onde estão o presidente e o corregedor do CNJ? 246 Planos de saúde roubam milhões dos ‘segurados’. O ministro Barroso jogou tempo fora, a Câmara pode CASSAR logo o Donadon-ladrão. O fim do voto secreto já é um avanço.


Helio Fernandes
O voto do ministro Luis Roberto Barroso sobre o ladrão Donadon, insosso, inseguro, inócuo, incipiente, até contraditório, nenhuma importância. Prolixo (cuidado com a leitura da palavra), complicado, tentativa de exibir cultura ou erudição, puro desperdício de tempo. Aquela elocubração, vá lá, cálculo de 1/6 da pena “maior do que o resto do mandato”, data vênia, não merece nem gargalhada.
A frustração fica mais do que visível, quando afirma: “Quem devia CASSAR o deputado presidiário (textual) era a Mesa da Câmara e não o plenário”.
Ora, ministro, o PLENÁRIO É SOBERANO. A Mesa, mais vulnerável, incompetente, maleável. Provavelmente livraria o deputado com muito mais facilidade, irresponsabilidade e até incredibilidade.
O relator Luis Barroso é que não podia deixar com mandato um cidadão (?) que teve os direitos políticos suspensos. Sem direitos, alguém pode disputar qualquer cargo? O próprio Barroso diz que não.
Mas apenas SUSPENDEU a sessão vergonhosa. O que é uma SESSÃO SUSPENSA? Pelo menos podia ANULÁ-LA, mais racional, compreensível e objetiva.
A Câmara logo se apressou em colocar na pauta uma das emendas à Constituição que acabam com todas as votações secretas no Congresso Nacional, nas assembleias legislativas, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas câmaras municipais. A escolhida foi a PEC 349, que recebeu 452 votos favoráveis à proposta. Apenas o presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) se absteve, por questão regimental. A proposta segue agora para a apreciação do Senado Federal.
Mas a discussão do caso Donadon prossegue no Supremo, onde surgiu um desentendimento de certa gravidade entre dois ministros, Gilmar Mendes e Luis Barroso, que se aborreceu com as críticas à sua contraditória decisão.
Gilmar Mendes disse que Barroso criou o “mandato-salame” e reclamou da criatividade do mais novo ministro do Supremo. Barroso logo protestou, dizendo que o Supremo não deve debater suas decisões na imprensa, e sim no plenário. Hoje, os dois estarão frente a frente, votando o mensalão (Ação Penal 470), os ânimos estão exaltados e podem voltar a se desentender.
MINISTRO TOFFOLI INSUSPEITO
O Estadão, do alto de seus 5 mil anos de jornalismo, fez denúncias seriíssimas sobre a conduta do ministro Toffoli. E criticou o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, por não denunciar Toffoli.
1 – Toffoli comandou a Advocacia-Geral da União, antes de surpreendentemente ir para o mais alto tribunal do país.
2 – Adams, que agora ocupa o cargo, não quer quebrar o silêncio. Também foi acusadíssimo no caso das ilhas de São Paulo, ninguém sabe a razão de não ter sido demitido.
Explicação desnecessária-necessária: como coloquei no título dessas notas, “Toffoli insuspeito”, muita gente me perguntaria: por que apoio Toffoli? Nada disso, apenas respeito ao vernáculo: se ninguém acusa Toffoli de ser SUSPEITO, então ele é INSUSPEITO.
O Brasil é tão contraditório que Toffoli poderia até tentar ser incluído no magistral filme do italiano Elio Petri, “Um cidadão acima de qualquer suspeita”. Comprometidíssimo.
A EXTORSÃO DOS PLANOS DE SAÚDE
O governo suspendeu 246 “planos” de saúde, por excesso de irregularidades (centenas de milhares de possuidores desses planos, passando da casa dos milhões, pagam e não têm direito a coisa alguma. Levam semana e até meses para conseguirem atendimento, e muitas vezes são mandados para o SUS, que é estatal).
É um sistema criminoso, altamente rentável. E se os clientes não pagam no dia do vencimento, imediatamente são “desatendidos”, uma redundância, pois sempre foram desprezados. Esses “planos” custam caríssimo, os mais baratos (?) ficam entre 360 e 400 reais mensais, quase um salário mínimo.
O QUE FARÁ O GOVERNO?
“Proibiu” de contratarem novos clientes, POR 3 MESES. Explicam: “Os clientes atuais continuarão sendo atendidos”. Ninguém pode viver sem um plano de saúde, já que o SUS (uma boa ideia) não cumpre suas funções.
Esses planos (246 foram suspensos, mas 142 acabam de ganhar o direito de voltar a fazer vendas, através de liminar aceita pela Justiça) voltam mais ricos do que nunca. E muitos são multinacionais, vieram para o Brasil, sabem que somos a oitava maravilha do mundo em matéria de corrupção e subserviência.
APENAS DOIS EXEMPLOS
1 – Um riquíssimo e poderoso plano de saúde dos EUA mandou representantes para cá, compraram uma empresa, que na ordem de importância nem existia. Logo começou a comprar tudo, ficou importante. O Hospital Samaritano, o Pró-Cardíaco e outros passaram à sua propriedade.
Criminosa, irresponsável e impunemente, fizeram remanejamento entre os clientes. Quem havia comprado plano com 3 ou 4 hospitais, ficou com 1, e outro que ninguém sabe onde será.
2 – A cumplicidade é total entre médicos, hospitais e os que se dizem empresários. O grande cineasta americano Michael Moore (que havia feito “Tiros em Columbine” e faria o terrível libelo sobre as criminosas “SUB-PRIMES”, que deram início à crise atual, que começou no governo de George W. Bush) revelou que milhões perderam suas casas enriquecendo mais de 5 mil donos de bancos (Isso mesmo, MAIS DE 5 MIL).
O CRIME DOS PLANOS DE SAÚDE
“Sicko – SOS Saúde” é um filme que todas as autoridades do setor deveriam ver pelo menos uma vez por semana, até saber tudo de cor. O que Moore conta é vergonhoso. E não é só nos EUA, aqui também.
Só para que ninguém se engane: A Amil, que não existia no Brasil, depois de comprar tudo o que queria, foi “vendida” para os EUA por 2 BILHÕES.
Mas continua aqui, explorando milhões de brasileiros, que não têm quem os defenda. Os planos NÃO SERÃO PUNIDOS, o governo dirá: “Não houve IRREGULARIDADE, apenas IMPOSSIBILIDADE de atendimento”.
E continuarão roubando, é de ROUBO que se trata, os incautos e indefesos trabalhadores, M-I-L-H-Õ-E-S.
Não foi refutado, desmentido ou processado.
AGNELO, GOVERNADOR DO
PCdoB, PERDÃO, DO PT
Acusado de irregularidades, mas protegido, muitos falavam de seus bens, da linda mansão, restrições gerais. Queria ser governador do DF, pediu ajuda a Lula. Resposta: “Você é do PCdoB, não posso apoiá-lo”.
Rapidíssimo, falou: “Eu entro no PT imediatamente”.
O presidente disse que assim “talvez” fosse possível. Foi, se elegeu. Mas quase naufragou na CPI mista que começou barulhenta, acabou silenciosa para salvar o próprio Agnelo, Serginho (Cavendish) e o governador de Goiás Marconi Perillo.
Agora, Serginho não sabe o que fazer, atormentado pelo “fora Cabral”. O de Goiás tenta fingir que não existe nada contra ele. Agnelo volta às manchetes negativas. Pedem seu impeachment. Se conseguissem, que maravilha viver

Equívoco, uma ova!


Gen. Clovis Bandeira (JB)
Numa mudança de posição drástica, o jornal O Globo acaba de denunciar seu apoio histórico à Revolução de 1964. Alega, como justificativa para renegar sua posição de décadas, que se tratou de um equívoco redacional.
Dos grandes jornais existentes à época, o único sobrevivente carioca como mídia diária impressa é O Globo. Depositário de artigos que relatam a história da cidade, do país e do mundo por mais de oitenta anos, acaba de lançar um portal na Internet com todas as edições digitalizadas, o que facilita sobremaneira a pesquisa de sua visão da história.
Pouca gente tinha paciência e tempo para buscar nas coleções das bibliotecas, muitas vezes incompletas, os artigos do passado. Agora, porém, com a facilidade de poder pesquisar em casa ou no trabalho, por meio do portal eletrônico, muitos puderam ler o que foi publicado na década de 60 pelo jornalão, e por certo ficaram surpresos pelo apoio irrestrito e entusiasta que o mesmo prestou à derrubada do governo Goulart e aos governos dos militares. Nisso, aliás, era acompanhado pela grande maioria da população e dos órgãos de imprensa.
Pressionado pelo poder político e econômico do governo, sob a constante ameaça do controle social da mídia, no jargão politicamente correto que encobre as diversas tentativas petistas de censurar a imprensa, o periódico sucumbiu e renega, hoje, o que defendeu ardorosamente ontem.
Alega, assim, que sua posição naqueles dias difíceis foi resultado de um equívoco da redação, talvez desorientada pela rapidez dos acontecimentos e pela variedade de versões que corriam sobre a situação do país.
DUPLA MENTIRA
Dupla mentira: em primeiro lugar, o apoio ao Movimento de 64 ocorreu antes, durante e por muito tempo depois da deposição de Jango; em segundo lugar, não se trata de posição equivocada da redação, mas de posicionamento político firmemente defendido por seu proprietário, diretor e redator chefe, Roberto Marinho, como comprovam as edições da época; em segundo lugar, não foi, também, como fica insinuado, uma posição passageira revista depois de curto período de engano, pois dez anos depois da revolução, na edição de 31 de março de 1974, em editorial de primeira página, o jornal publica derramados elogios ao Movimento; e em 7 de abril de 1984, vinte anos passados, Roberto Marinho publicou editorial assinado, na primeira página, intitulado “Julgamento da Revolução”, cuja leitura não deixa dúvida sobre a adesão e firme participação do jornal nos acontecimentos de 1964 e nas décadas seguintes.
Declarar agora que se tratou de um “equívoco da redação” é mentira deslavada. Equívoco, uma ova! Trata-se de revisionismo, adesismo e covardia do último grande jornal carioca.
Nossos pêsames aos leitores.

No Facebook, juiz de São Luís se declara impotente diante das drogas


Posted: 03 Sep 2013 10:52 PM PDT

Todo dia recebo condenados por crimes derivados do uso de drogas. Dependentes químicos vitimizados primeiro pela omissão do Estado incapaz de combater o tráfico; em segundo pela omissão do Estado em tratá-los; e, em terceiro, pela insensibilidade de nós, julgadores, que não olhamos além dos papéis de um inquérito policial. Hoje recebi de volta, após nova soltura, um prestador de pena alternativa na vara, com três ações pelo mesmo motivo (furto), que é amado pela mulher e os filhos adotivos, um doce de pessoa, que trava um luta inglória contra crises de abstinência. Um ser humano singular, tranquilo, pacifico e tratado por essas pessoas como uma criança. Bate uma sensação de impotência!

Ladeira abaixo: Brasil cai oito posições em ranking de competitividade internacional


Falta de reformas, qualidade ruim das instituições e piora de indicadores macroeconômicos leva país a passar do 48º lugar para 56º

A piora de indicadores macroeconômicos, o aperto no crédito e a falta de reformas estruturais fez o Brasil cair oito posições no ranking de competitividade internacional. De acordo com o Relatório de Competitividade Global de 2013-2014, divulgado nesta terça-feira pelo Fórum Econômico Mundial, o Brasil ficou na 56ª posição entre 148 países analisados. No relatório anterior, o país tinha subido cinco posições e ficado em 48º lugar.

Entre os membros do Brics, grupo que reúne as cinco principais economias emergentes do planeta, o Brasil perdeu a segunda posição para a África do Sul, que ficou em 53º lugar. Em 29º, a China continua o país mais competitivo do bloco.

De acordo com o documento, o Brasil precisa melhorar a qualidade das instituições, quesito em que está em 80º lugar, uma posição atrás do resultado do ano passado. Entre os principais desafios do Brasil nessa área, o relatório cita a queda na eficiência do governo, cujo indicador caiu da 111ª para a 124ª posição, o combate à corrupção (114ª posição) e a baixa confiança nos políticos, que passou do 121º para o 136º lugar de um ano para outro.

Além do ambiente institucional, o Brasil precisa avançar nos principais gargalos econômicos. O documento cita a baixa qualidade da infraestrutura, em cujo ranking o país caiu da 107ª para a 114ª posição, e da educação, que passou do 116º para o 121º lugar. O relatório também considera o país fechado à competição estrangeira, atribuindo a 144ª posição na abertura de mercado ao Exterior.

Em relação ao ambiente macroeconômico, o Brasil caiu da 62ª para a 75ª posição. Entre os fatores que puxaram o indicador para baixo, o relatório cita o aumento do déficit nominal de 2,6% para 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB), o que fez o país descer do 64º para o 72º lugar nesse quesito. O déficit nominal representa o rombo nas contas do governo após o pagamento dos juros da dívida pública, e aumentou, de um ano para outro, porque o Executivo reduziu o superávit primário.

O estudo também menciona a queda na taxa nacional de poupança, de 18,4% para 15,4% do PIB. Nesse item, o país caiu da 78ª para a 93ª posição. Apesar de a inflação oficial ter caído de 6,5% em 2011 para 5,4% em 2012, o país recuou uma posição nesse quesito, de 97º para 98º lugar.

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, a dificuldade do Brasil em avançar no ambiente institucional e econômico foi a principal responsável pela queda no ranking da competitividade internacional. "A falta de progresso em melhorar a qualidade da infraestrutrura e da educação, combinada com uma economia fechada à competição estrangeira, limita o potencial competitivo do Brasil", ressalta o documento.

O país com a economia mais competitiva do mundo é a Suíça, seguida de Cingapura e Finlândia. As três nações obtiveram a mesma classificação do ano passado no relatório atual. Na América Latina, Porto Rico (30º lugar), Chile (34º), Panamá (40º) e México (55º) estão à frente do Brasil. De um ano para outro, o país foi superado pelo México, que passou a ocupar a quarta posição entre as economias da região.
(Fonte: Agência Brasil)

OS RATOS DO CONGRESSO


Posted: 03 Sep 2013 05:55 PM 
     (Diego Casagrande - 03.09.2013 - jornal METRO Porto Alegre)
 
     
Na década de 90 morei um período em Nova Iorque. Usava diariamente o metrô. Certo dia, uma pessoa contraiu leptospirose e o caso foi associado ao elevado número de ratos no subsolo da cidade. Em poucos dias, cerca de quatrocentos agentes de saúde pública invadiram, munidos de equipamento, os mais de 400 quilômetros de extensão do subway nova-iorquino. Eles não esperaram a doença e seus vetores se proliferarem para então agir. Aqui, como não fazemos nada os ratos se reproduzem.
   
     Na semana passada, presenciamos um dos episódios mais deletérios e deprimentes nestes pouco mais de 20 anos de nossa democracia. Condenado a treze anos de prisão por formação de quadrilha e peculato, o deputado federal Natan Donadon – expulso do PMDB, hoje sem partido - tornou-se o primeiro Congressista preso no exercício do mandato sob a égide da atual Constituição. Há dois meses, como delinquente de colarinho branco que é, está vendo o sol nascer quadrado. O pilantra já reclamou do chuveiro, do colchão e da comida do presídio, o que não chega a surpreender. Poderia e deveria ter pensado nisso antes de desviar, junto com seu irmão, R$ 8,4 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa de Rondônia ainda nos anos 90. Mas as lamúrias do presidiário não chegam a surpreender. O que espanta é que, mesmo preso, ele continua deputado federal. Dá para acreditar?
 
     No dia da cassação, que deveria ser mera formalidade em parlamentos onde a maioria tem vergonha na cara, Donadon foi levado de camburão para a Câmara e teve até direito de subir à tribuna e discursar antes que fosse votada a perda do mandato. Muitos deputados, ao ouvir as lamúrias do assaltante dos cofres públicos, choraram por dentro. Identificaram-se com o bandido. O que não falta por lá são canalhas travestidos de homens sérios. Quando a votação acabou, a surpresa: Donadon manteve o mandato porque faltaram 24 dos 257 votos necessários para cassá-lo. Sem falar que 131 deputados votaram contra. Parlamentares de vários partidos, principalmente do PMDB, PT e PP trabalharam com afinco para impedir que a moralidade fosse instalada. Pior foram os 14 gaúchos ausentes que justificaram a Expointer, consultas médicas e mal estar para não ficar em plenário.
   
     Chamem logo os agentes de saúde. O Congresso está infestado de ratos.

A FACE OCULTA DO PT CONTRA OS MÉDICOS, por Old Man


Corajoso artigo de Luiz Felipe Pondé, relatando com propriedade o plano maquiavélico do PT contra os médicos, partindo para a difamação, como os nazistas fizeram na segunda guerra mundial, contra os Judeus. Como regra geral os brasileiros, tem dificuldade, de interpretar e assimilar as informações, sendo assim presa fácil  das artimanhas do PT, que vendem até a alma para ganhar de forma ilícita as eleições, pois a alternância no poder, não consta da cartilha do PT.
Por Luiz Felipe Pondé, pernambucano, filósofo, escritor e ensaísta, doutor pela USP, pós-doutorado em epistemologia pela Universidade de Tel Aviv, professor da PUC-SP e da Faap, discute temas como comportamento contemporâneo, religião, niilismo, ciência. Autor de vários títulos, entre eles, “Contra um mundo melhor” (Ed. LeYa)
imagesO PT está usando uma tática de difamação contra os médicos brasileiros igual à usada pelos nazistas contra os judeus: colando neles a imagem de interesseiros e insensíveis ao sofrimento do povo e, com isso, fazendo com que as pessoas acreditem que a reação dos médicos brasileiros é fruto de reserva de mercado. Os médicos brasileiros viraram os “judeus do PT”.  Uma pergunta que não quer calar é por que justamente agora o governo “descobriu” que existem áreas do Brasil que precisam de médicos? Seria porque o governo quer aproveitar a instabilidade das manifestações para criar um bode expiatório? Pura retórica fascista e comunista. E por que os médicos brasileiros “não querem ir”? A resposta é outra pergunta: por que o governo do PT não investiu numa medicina no interior do país com sustentação técnica e de pessoal necessária, à semelhança do investimento no poder jurídico (mais barato)? O PT não está nem aí para quem morre de dor de barriga, só quer ganhar eleição. E, para isso, quer “contrapor” os bons cidadãos médicos comunistas (como a gente do PT) que não querem dinheiro (risadas?) aos médicos brasileiros playboys. Difamação descarada de uma classe inteira.
A população já é desinformada sobre a vida dos médicos, achando que são todos uns milionários, quando a maioria esmagadora trabalha sob forte pressão e desvalorização salarial. A idéia de que médicos ganham muito é uma mentira. A formação é cara, longa, competitiva, incerta, violenta, difícil, estressante, e a oferta de emprego decente está aquém do investimento na formação.  Ganha-se menos do que a profissão exige em termos de responsabilidade prática e do desgaste que a formação implica, para não falar do desgaste do cotidiano. Os médicos são obrigados a ter vários empregos e a trabalhar correndo para poder pagar suas contas e as das suas famílias. Trabalha-se muito, sob o olhar duro da população. As pessoas pensam que os médicos são os culpados de a saúde ser um lixo. Assim como os judeus foram o bode expiatório dos nazistas, os médicos brasileiros estão sendo oferecidos como causa do sofrimento da população. Um escândalo. É um erro achar que “um médico só faz o verão”, como se uma “andorinha só fizesse o verão”. Um médico não pode curar dor de barriga quando faltam gaze, equipamento, pessoal capacitado da área médica, como enfermeiras, assistentes de enfermagem, assistentes sociais, ambulâncias, estradas, leitos, remédios.  Só o senso comum que nada entende do cotidiano médico pode pensar que a presença de um médico no meio do nada “salva vidas”. Isso é coisa de cinema barato. E tem mais. Além do fato de os médicos cubanos serem mal formados, aliás, como tudo que é cubano, com exceção dos charutos, esses coitados vão pagar o pato pelo vazio técnico e procedimental em que serão jogados. Sem falar no fato de que não vão ganhar salário e estarão fora dos direitos trabalhistas. Tudo isso porque nosso governo é comunista como o de Cuba. Negócios entre “camaradas”. Trabalho escravo a céu aberto e na cara de todo mundo. Quando um paciente morre numa cadeira porque o médico não tem o que fazer com ele (falta tudo a sua volta para realizar o atendimento prático), a família, a mídia e o poder jurídico não vão cobrar do Ministério da Saúde a morte daquele infeliz. É o médico (Dr. Fulano, Dra. Sicrana) quem paga o pato. Muitas vezes a solidão do médico é enorme, e o governo nunca esteve nem aí para isso. Agora, “arregaça as mangas” e resolve “salvar o povo”. A difamação vai piorar quando a culpa for jogada nos órgãos profissionais da categoria, dizendo que os médicos brasileiros não querem ir para locais difíceis, mas tampouco aceitam que o governo “salvador da pátria” importe seus escravos cubanos para salvar o povo. Mais uma vez, vemos uma medida retórica tomar o lugar de um problema de infra estrutura nunca enfrentado.  Ninguém é contra médicos estrangeiros, mas por que esses cubanos não devem passar pelas provas de validação dos diplomas como quaisquer outros? Porque vivemos sob um governo autoritário e populista.
Comentário do Jornal dos Amigos
Os grandes pensadores como Pondé estão tocando o dedo na ferida: “Porque vivemos sob um governo autoritário e populista”. Está pior que a ditadura de 64. E por falar na dita, que coisa mais estúpida a TV Globo pedir desculpas pelo apoio aos militares na ocasião. Coisa de puxa-saco com medo de perder a concessão. Ficasse calada, neutra e atendo-se aos fatos históricos. A única rede de macho é a Bandeirantes, que coloca no ar aquilo que precisa ser dito. E o momento é agora. Depois não dá mais. Que a informação se multiplique para que  a verdade prevaleça.
Fonte: Folha de S. Paulo