Esta charge do Myrria foi feita originalmente para o |
Helio Fernandes
O voto do ministro Luis Roberto Barroso sobre o ladrão Donadon, insosso, inseguro, inócuo, incipiente, até contraditório, nenhuma importância. Prolixo (cuidado com a leitura da palavra), complicado, tentativa de exibir cultura ou erudição, puro desperdício de tempo. Aquela elocubração, vá lá, cálculo de 1/6 da pena “maior do que o resto do mandato”, data vênia, não merece nem gargalhada.
A frustração fica mais do que visível, quando afirma: “Quem devia CASSAR o deputado presidiário (textual) era a Mesa da Câmara e não o plenário”.
Ora, ministro, o PLENÁRIO É SOBERANO. A Mesa, mais vulnerável, incompetente, maleável. Provavelmente livraria o deputado com muito mais facilidade, irresponsabilidade e até incredibilidade.
O relator Luis Barroso é que não podia deixar com mandato um cidadão (?) que teve os direitos políticos suspensos. Sem direitos, alguém pode disputar qualquer cargo? O próprio Barroso diz que não.
Mas apenas SUSPENDEU a sessão vergonhosa. O que é uma SESSÃO SUSPENSA? Pelo menos podia ANULÁ-LA, mais racional, compreensível e objetiva.
A Câmara logo se apressou em colocar na pauta uma das emendas à Constituição que acabam com todas as votações secretas no Congresso Nacional, nas assembleias legislativas, na Câmara Legislativa do Distrito Federal e nas câmaras municipais. A escolhida foi a PEC 349, que recebeu 452 votos favoráveis à proposta. Apenas o presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) se absteve, por questão regimental. A proposta segue agora para a apreciação do Senado Federal.
Mas a discussão do caso Donadon prossegue no Supremo, onde surgiu um desentendimento de certa gravidade entre dois ministros, Gilmar Mendes e Luis Barroso, que se aborreceu com as críticas à sua contraditória decisão.
Gilmar Mendes disse que Barroso criou o “mandato-salame” e reclamou da criatividade do mais novo ministro do Supremo. Barroso logo protestou, dizendo que o Supremo não deve debater suas decisões na imprensa, e sim no plenário. Hoje, os dois estarão frente a frente, votando o mensalão (Ação Penal 470), os ânimos estão exaltados e podem voltar a se desentender.
MINISTRO TOFFOLI INSUSPEITO
O Estadão, do alto de seus 5 mil anos de jornalismo, fez denúncias seriíssimas sobre a conduta do ministro Toffoli. E criticou o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, por não denunciar Toffoli.
1 – Toffoli comandou a Advocacia-Geral da União, antes de surpreendentemente ir para o mais alto tribunal do país.
2 – Adams, que agora ocupa o cargo, não quer quebrar o silêncio. Também foi acusadíssimo no caso das ilhas de São Paulo, ninguém sabe a razão de não ter sido demitido.
Explicação desnecessária-necessária: como coloquei no título dessas notas, “Toffoli insuspeito”, muita gente me perguntaria: por que apoio Toffoli? Nada disso, apenas respeito ao vernáculo: se ninguém acusa Toffoli de ser SUSPEITO, então ele é INSUSPEITO.
O Brasil é tão contraditório que Toffoli poderia até tentar ser incluído no magistral filme do italiano Elio Petri, “Um cidadão acima de qualquer suspeita”. Comprometidíssimo.
A EXTORSÃO DOS PLANOS DE SAÚDE
O governo suspendeu 246 “planos” de saúde, por excesso de irregularidades (centenas de milhares de possuidores desses planos, passando da casa dos milhões, pagam e não têm direito a coisa alguma. Levam semana e até meses para conseguirem atendimento, e muitas vezes são mandados para o SUS, que é estatal).
É um sistema criminoso, altamente rentável. E se os clientes não pagam no dia do vencimento, imediatamente são “desatendidos”, uma redundância, pois sempre foram desprezados. Esses “planos” custam caríssimo, os mais baratos (?) ficam entre 360 e 400 reais mensais, quase um salário mínimo.
O QUE FARÁ O GOVERNO?
“Proibiu” de contratarem novos clientes, POR 3 MESES. Explicam: “Os clientes atuais continuarão sendo atendidos”. Ninguém pode viver sem um plano de saúde, já que o SUS (uma boa ideia) não cumpre suas funções.
Esses planos (246 foram suspensos, mas 142 acabam de ganhar o direito de voltar a fazer vendas, através de liminar aceita pela Justiça) voltam mais ricos do que nunca. E muitos são multinacionais, vieram para o Brasil, sabem que somos a oitava maravilha do mundo em matéria de corrupção e subserviência.
APENAS DOIS EXEMPLOS
1 – Um riquíssimo e poderoso plano de saúde dos EUA mandou representantes para cá, compraram uma empresa, que na ordem de importância nem existia. Logo começou a comprar tudo, ficou importante. O Hospital Samaritano, o Pró-Cardíaco e outros passaram à sua propriedade.
Criminosa, irresponsável e impunemente, fizeram remanejamento entre os clientes. Quem havia comprado plano com 3 ou 4 hospitais, ficou com 1, e outro que ninguém sabe onde será.
2 – A cumplicidade é total entre médicos, hospitais e os que se dizem empresários. O grande cineasta americano Michael Moore (que havia feito “Tiros em Columbine” e faria o terrível libelo sobre as criminosas “SUB-PRIMES”, que deram início à crise atual, que começou no governo de George W. Bush) revelou que milhões perderam suas casas enriquecendo mais de 5 mil donos de bancos (Isso mesmo, MAIS DE 5 MIL).
O CRIME DOS PLANOS DE SAÚDE
“Sicko – SOS Saúde” é um filme que todas as autoridades do setor deveriam ver pelo menos uma vez por semana, até saber tudo de cor. O que Moore conta é vergonhoso. E não é só nos EUA, aqui também.
Só para que ninguém se engane: A Amil, que não existia no Brasil, depois de comprar tudo o que queria, foi “vendida” para os EUA por 2 BILHÕES.
Mas continua aqui, explorando milhões de brasileiros, que não têm quem os defenda. Os planos NÃO SERÃO PUNIDOS, o governo dirá: “Não houve IRREGULARIDADE, apenas IMPOSSIBILIDADE de atendimento”.
E continuarão roubando, é de ROUBO que se trata, os incautos e indefesos trabalhadores, M-I-L-H-Õ-E-S.
Não foi refutado, desmentido ou processado.
AGNELO, GOVERNADOR DO
PCdoB, PERDÃO, DO PT
PCdoB, PERDÃO, DO PT
Acusado de irregularidades, mas protegido, muitos falavam de seus bens, da linda mansão, restrições gerais. Queria ser governador do DF, pediu ajuda a Lula. Resposta: “Você é do PCdoB, não posso apoiá-lo”.
Rapidíssimo, falou: “Eu entro no PT imediatamente”.
O presidente disse que assim “talvez” fosse possível. Foi, se elegeu. Mas quase naufragou na CPI mista que começou barulhenta, acabou silenciosa para salvar o próprio Agnelo, Serginho (Cavendish) e o governador de Goiás Marconi Perillo.
Agora, Serginho não sabe o que fazer, atormentado pelo “fora Cabral”. O de Goiás tenta fingir que não existe nada contra ele. Agnelo volta às manchetes negativas. Pedem seu impeachment. Se conseguissem, que maravilha viver