quarta-feira, 20 de junho de 2012

O que há por trás dos microsseguros




Com serviços agrupados e mensalidades a partir de 3,5 reais, bancos e seguradoras começam a explorar os seguros de baixo custo. Saiba mais sobre eles para não cair numa roubada

Bárbara Ladeia (redacao.vocesa@abril.com.br)  

Crédito: Ilustração: Marcelo Calenda
 - Crédito: Ilustração: Marcelo Calenda
Uma rápida passagem pela agência bancária e, quando se dá conta, você já sai de lá com um seguro de vida que traz no plano um sombrio auxílio-funeral. e, enquanto a sua hora não chega, você concorre mensalmente a um prêmio de alguns mil reais por um título de capitalização. O discurso de venda do gerente não demorou mais do que cinco minutos, mas aconteceu antes mesmo de você pensar em fazer uma poupança para o futuro da sua família. 

O baixo valor da contribuição mensal, a partir de 3,50 reais em algumas seguradoras, faz com que o negócio seja fechado quase que instantaneamente. No entanto, há necessidade de observar com cuidado quais são as condições e os valores oferecidos pela instituição financeira. de 2010 a 2011, o número de reclamações contra seguros de vida no Procon de São Paulo cresceu 34%, provando que nem sempre as regras estão tão claras. 

O interesse nos produtos de baixo valor é tão grande que logo os chamados seguros populares devem ganhar um nome formal com a aprovação do marco regulatório, no fim de abril, e passarão a se chamar microsseguros, com força para se espalhar ainda mais pelo Brasil. 

No caso dos seguros de vida, para um pagamento de sinistro entre 10 000 e 15 000 reais, a contribuição mensal não deverá ultrapassar 8 reais. 

Nas outras modalidades, como os seguros de residência, financeiro, prestamista, entre outros, a margem de variação é maior, mas a essência é mantida: o baixo custo. "O segurador deverá ter a obrigação de prestar um serviço de qualidade similar ao dos seguros tradicionais", afirma o advogado José Madson dos reis, professor da escola Nacional de Seguros e especialista em direito securitário do escritório Bastos & Schommer, em Curitiba.


O modelo dos microsseguros repete o conceito de microfinanças popularizado pelo economista bengali Muhammad Yunus, fundador do Grameen Bank, em Bangladesh. Segundo Luciano Portal Santanna, superintendente da Superintendência Nacional dos Seguros Privados (Susep), órgão do governo federal que regula o mercado de seguros no país, essa é uma tendência nos países em desenvolvimento. "Estamos estudando o assunto há anos", diz. 

O objetivo da Susep é encontrar ferramentas que possam baratear a operação das seguradoras, garantindo verba para o pagamento dos sinistros. "Somos conservadores quanto à sobrevivência desse modelo."



Função educativa 
Há pouco mais de dez anos, seguradoras vêm testando os seguros populares. A ideia inicial era atender a nova classe média, que vem atraindo a atenção de todos os setores da economia — de educação a seguros, passando por moda, turismo, entre outros. No entanto, não é raro encontrar pessoas que não se encaixam nesse perfil e aderem à modalidade, como forma de complementar um seguro já contratado ou iniciar seus investimentos nesse tipo de produto. 

De acordo com Eugênio Velasques, diretor da Bradesco Seguros, o seguro de baixo valor tem funcionado também como uma ferramenta educativa para quem quer separar um dinheiro para emergência. Embora ainda esteja sendo feito um monitoramento sobre o perfil dos contratantes, a população de jovens de até 25 anos é relevante, ocupando 35% do universo de clientes. 

Um dos produtos com conceito de microsseguro oferecidos pela instituição custa 3,50 reais mensais e oferece indenização de 20 000 reais no caso de morte acidental de segurados entre 14 e 70 anos. Até o final de 2011, havia sido vendido 1,3 milhão de apólices.

Enquanto o índice de sinistralidade é bastante similar em todas as categorias, o mesmo não acontece com a permanência do cliente. Eugênio explica que a necessidade de preservação do patrimônio familiar faz com que a taxa de retenção de clientes do perfil popular seja 30% maior. "Quem começou cedo e conseguiu conquistar um padrão de vida para a família não quer regredir." Outro diferencial está na participação do cliente, que chega a 14% dos contratantes. 

Já o Banco do Brasil tem produtos que garantem, a 6,70 reais por mês, indenização de 15 000 mais auxílio-funeral. Bento Zanzini, diretor de riscos de pessoas do Grupo BB Mapfre, conta que as diversas demandas desse público trouxeram novos produtos agregados, como cesta básica, descontos em redes de farmácias, entre outros. O volume maior de segurados garante o pagamento e a prestação de serviços de qualidade — são 2,5 milhões de clientes em seguros populares.


Antes de contratar
Hoje, a maior preocupação em torno dos seguros populares está na qualidade do serviço prestado. "Todos os direitos e condições devem ficar claríssimos para o consumidor", diz José Madson. A atenção ao contrato proposto pela instituição deve ser redobrada. 

"Toda informação inexata ou inverídica precisa ser devidamente penalizada", diz o advogado. Além do Procon, há outras instituições de defesa do consumidor, como a Susep e o Sindicato dos Corretores (Sincor) de seu estado. José Madson ressalta que é importante checar a idoneidade da seguradora antes de assinar o contrato. "Verifique junto à Susep se já houve algum problema com a instituição escolhida", aconselha. 

Assim como a instituição, a idoneidade do corretor de seguros também deve ser verificada. Ele será o seu braço direito no mundo dos seguros e tem por obrigação profissional mostrar toda a variedade de opções e aconselhar sobre qual é a alternativa mais adequada ao seu perfil, defende Adevaldo Calegari, coordenador do Sincor-SP.

O recado passado pelo BC dos EUA, que estendeu estímulos


Enviado por Valéria Maniero - 
20.6.2012
 | 
16h00m
ANÁLISE


Roberto Padovani, economista-chefe da Votorantim Corretora, acha que o BC dos EUA tomou uma decisão importante ao estender até o fim do ano a operação de estímulo monetário, que tem o objetivo de reduzir as taxas de juros de longo prazo e recuperar o crescimento econômico. 
Ele diz que o recado passado pelo Fed é de que está atento à evolução da economia mundial e que tem instrumentos para agir, se necessário.
- O BC dos EUA fez uma coisa importante: deu um recado, mostrou que está atento. Não muda o ambiente econômico, porque os juros de longo prazo já estão baixos. Nem resolve o problema, porque para isso, a Europa precisa melhorar. Mas mantém as expectativas sob controle e indica que está disposto a agir - diz o economista, explicando ainda que a decisão frustou alguns analistas, que esperavam, por exemplo, outro programa de relaxamento monetário. 
Pela Operação Twist, o BC americano vende títulos de curto prazo e, com o dinheiro, compra papéis de longo prazo. Desta vez, o Fed comprometeu-se a comprar US$ 267 bilhões em títulos do tesouro americano até o fim de 2012.
O Fed também manteve a taxa básica de juros entre zero e 0,25% ao ano, reafirmando que ficará em níveis baixos até o fim de 2014.

O (falso) pai de santo, a mídia e o Conar



Por Rosiane Rodrigues em 19/06/2012 na edição 699
A prisão de Edmar Santos de Araújo – o pai Bruno – por extorsão e formação de quadrilha deveria servir para que os sacerdotes de matrizes africanas tomassem uma postura junto aos muitos classificados de jornais que publicam anúncios cada vez mais surpreendentes sobre os “trabalhos espirituais” que fazem e desfazem qualquer coisa. Edmar (ou pai Bruno de Pombagira) foi preso ao extorquir uma cliente. Ele prometia trazer o amor perdido de volta, em – pasmem! – cinco horas. E cobrava caro! O fato, veiculado por quase todos os veículos de comunicação do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (13/06), propõe que a mídia e os religiosos repensem sobre as ignorâncias e desconhecimentos que grassam sobre as muitas práticas religiosas de origem africana que permeiam o imaginário da população. Para muitos, é apenas menos um marmoteiro em ação.
Para quem não sabe o que significa marmoteiro, eu explico: na linguagem dos adeptos e iniciados dos cultos dos orixás, voduns e inkices (e também dos umbandistas), é aquele que se diz sacerdote, se faz passar por sacerdote, mas não é nem nunca foi um sacerdote. É um espertalhão que se aproveita da ignorância da grande maioria das pessoas sobre os princípios que regem a vida dos religiosos de matrizes afro. O objetivo? Cobrar por coisas que nem Deus se prontificaria a fazer. Em resumo, é um estelionatário das práticas ancestrais dos espíritos africanos.
Toda publicidade é passível de regulamentação
Há muito que os religiosos tradicionais da Umbanda e do Candomblé denunciam esses falsos sacerdotes. Nada incomoda mais uma iyalorisá, um ogan, uma ekedji – ou aqueles que conhecem um pouco mais de perto os ritos e práticas de matrizes africanas – que esses marginais do astral. E não adianta dizer que estou exagerando: marginais, sim! Uma corja que não apenas lesa os mais desavisados (em busca da resolução de seus problemas), mas que humilha os afro-religiosos com anúncios ridículos que prometem até teletransportar os amores perdidos. Pensa bem, gente! Ninguém com o trânsito caótico do Rio de Janeiro ou São Paulo chega a lugar algum em cinco horas. Só de helicóptero ou teletransporte (que ainda precisa ser inventado!). Acreditar que uma coisa dessas é possível, nem a falta de conhecimento básico sobre os princípios da Física ou do trânsito explica.
Mas, por que as pessoas acreditam nisso? Será que os sacerdotes da Umbanda e do Candomblé são tão poderosos e macabros que seriam capazes de realizações dessa natureza? Ou seriam eles (os sacerdotes) pessoas dotadas de um conhecimento transcendental tão absurdo que beiraria o cômico? Religião e/ou prática religiosa tem que servir para alguma coisa? Tem que dar resultado? Tem que resolver o problema de uma pessoa que foi desprezada por um amor perdido? Está certo que o sofrimento deixa muita gente com miopia ou falta de discernimento. E que as práticas rituais das religiões de matrizes africanas são envoltas de “mistérios” e “segredos”. Mas tem alguma coisa por detrás disso que precisamos refletir.
Não é apenas o desconhecimento da população sobre os princípios religiosos de umbandistas e candomblecistas que faz com que estelionatários abusem de religiões já tão historicamente vilipendiadas. Os veículos de comunicação precisam decidir se propaganda religiosa é igual à publicidade religiosa e/ou venda de serviços. Propaganda – como o próprio termo explicita – é propagandear ideias ou conceitos sobre determinado assunto ou produto. Ela pode ser feita para construir opiniões sobre partidos políticos, religiões, times de futebol... Publicidade é a venda de uma mercadoria ou serviço. E toda publicidade é passível de regulamentação. O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) existe para fiscalizar se um anúncio é idôneo ou não. Se não for, tanto a empresa que anunciou quanto o veículo que publicou são passíveis de pesadas multas. Ora, se um anunciante contrata um espaço de publicidade para vender um serviço religioso ele não está fazendo propaganda (construindo ideias). Ele está anunciando o seu produto para venda. E isso deveria fazer diferença.
O compromisso com a liberdade de expressão
Outra coisa que devemos pensar é sobre como controlar esse tipo de anúncio. Se os veículos de comunicação não têm como saber quem é ou não um sacerdote afro-religioso, deveriam perguntar a quem de fato deve ter este tipo de conhecimento. Se não existe uma instituição que represente todos os religiosos de matrizes africanas – como a diocese católica, por exemplo –, que os veículos, então, elejam um sacerdote reconhecido pela sociedade para que ele possa atestar que o possível anunciante dos classificados não é apenas mais um estelionatário. Mudança de atitude? Sim. Mas só porque a mídia – e as nossas relações com o que é divulgado nos veículos de comunicação, em tempos globalizantes – mudou. O que é informado – nos jornais, rádios, TVs e revistas – é entendido como verdade pelos leitores/ouvintes/espectadores. Mesmo que a informação esteja no caderno de classificados. Isso porque quem não é jornalista ou publicitário não tem a obrigação de saber o que é assunto noticioso ou o que é anúncio. Os informes publicitários são caríssimos porque fazem publicidade com ares de notícia... Este é um dos nós contemporâneos que os veículos de comunicação respeitáveis deveriam tentar desatar.
Se por um lado, a Umbanda e o Candomblé são expressões religiosas legítimas e autênticas dos brasileiros, por outro, a grande maioria da população desconhece o que efetivamente esses religiosos fazem. O problema é que desconstruir o senso comum – do estereótipo, do folclore, da discriminação – que ronda essas religiões deveria ser também assunto dos veículos de comunicação que efetivamente se comprometem com a liberdade de expressão – que não é sinônimo de irresponsabilidade com os leitores, suas fontes e anunciantes.
***
[Rosiane Rodrigues é jornalista]

A solução é alugar o Brasil?


RADIODIFUSÃO DE ALUGUEL

Por Eugênio Bucci em 19/06/2012 na edição 699
Reproduzido do Estado de S.Paulo, 14/6/2012
O compositor Raul Seixas morreu no dia 21 de agosto de 1989, aos 44 anos. Deixou canções que acabaram se tornando clássicas, pois hoje nos acostumamos a chamar de “clássicos” os produtos da indústria cultural, assim como se dizem “clássicos” aqueles jogos de futebol em que se enfrentam times famosos. Raul Seixas, de todo modo, não é mercadoria barata. Merece ser ouvido até hoje. Principalmente hoje. Seus refrões ressoam como fundo musical irônico da cena política nacional.
Um desses refrões a gente escuta em “Aluga-se”, em que ele propunha, como num discurso de candidato, sua bandeira mais que satírica: “A solução é alugar o Brasil”. Naqueles tempos, o roqueiro baiano criticava o que se chamava de “entreguismo”, dizendo que era hora de “dar lugar pros gringo entrar”. Agora, o termo “entreguismo” saiu de moda. A conversa é outra. Nos dias atuais, a letra de Raul é evocada por uma prática que virou febre: o aluguel de horários em emissoras de televisão. Por brasileiros mesmo, ao menos por enquanto.
Antes de descortinarmos os mistérios da locação das ondas eletromagnéticas, porém, seria recomendável, para benefício da clareza, uma breve recapitulação das regras jurídicas desconexas que transformaram o setor numa mistura de rock baiano, carnaval, privilégio e macumba. Depois cuidaremos do aluguel do Brasil.
Breve recapitulação
Como todos sabem (e quase todos fingem não saber), não há marco regulatório que discipline essa área no Brasil. O que existem são retalhos de leis engruvinhadas e decretos estrábicos, embaralhados num cipoal que, sem trocadilho, é a própria selva. Desde 1962 (data do Código Brasileiro de Telecomunicações), passando pelos rearranjos autoritários de 1967, até os improvisos e puxadinhos jurídicos que se amontoaram com o fim da ditadura, o espectro eletromagnético nacional é uma terra de ninguém. A Constituição de 1988 definiu as emissoras de rádio e de TV como serviço público que deveria estar a salvo de oligopólios e monopólios. Como nunca houve lei que regulamentasse as boas intenções constitucionais, até hoje a administração pública não tem uma medida numérica do que seja monopólio. Sem essa medida, não se consegue regular o setor. Além disso, a mistura de igrejas com emissoras é um festim pagão, sem regra alguma. Para complicar um pouco mais, autoridades públicas e parlamentares são acionistas ou donos ocultos de redes de rádio e televisão, nas quais eles mandam como coronéis eletrônicos.
Em resumo, o que ocorre no Brasil é incompatível com qualquer modelo democrático e seria considerado ilegal nos Estados Unidos, na Europa ou no Canadá. E aqui terminamos nossa breve recapitulação histórica – que só se faz necessária porque, embora todos a conheçam, quase todos fingem não saber. Sigamos adiante.
Um atalho que subverte
Há pouco mais de uma semana, o jornal Folha de S.Paulo, em reportagem de Julio Wiziack, noticiou que o governo federal prepara um decreto para tentar pôr ordem – um pouco, pelo menos – no caos. O ponto mais forte dos planos do Palácio estaria na limitação do aluguel de horários, de horas e horas seguidas, dentro da programação de várias emissoras e de várias redes de rádio e de televisão.
O leitor, que também é telespectador, sabe do que se trata. O mecanismo tem servido para pastores evangélicos comprarem faixas fixas da programação. De posse de seus horários, eles difundem suas religiões e angariam fiéis contribuintes. O negócio dá sinais de ser bem sustentável, e prospera. No mesmo filão estão essas telelojas de quinquilharias, que vendem panelas, tapetes, brincos, relógios e armários embutidos nos horários que também alugam na TV. Com grande sucesso.
Embora a plateia não proteste (quem nunca comprou pela TV um jogo de facas Ginsu ou uma cartela de meias Vivarina que atire a primeira pedra), é necessário que a prática seja interrompida, pois ela ofende o princípio legal (e ético) da concessão pública. É um atalho privado que subverte a concessão pública. Ao outorgar uma frequência de TV a uma empresa privada, credenciando-a a explorar comercialmente aquele canal (que é um bem público), o poder público a transforma em prestadora de serviço público. Para ser concessionária, a empresa deve atender a vários requisitos, que dão ao Estado a segurança de que ela saberá cumprir ao menos o que a Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 221, exige das estações de rádio e televisão, de dar “preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas”.
Raul Seixas se diverte
Ora, se essa empresa, após ganhar a concessão, aluga o seu horário, ela abre mão de exercer o controle sobre aquela faixa da programação e delega esse controle a um terceiro que nunca passou por uma avaliação do Estado para prestar esse serviço público. De seu lado, aquele que obtém o horário mediante o pagamento de um aluguel está usurpando uma concessão pública que jamais obteve pelas vias legais normais. Claro que há justificativas jurídicas para essa locação – há justificativas jurídicas para tudo –, mas que ela agride o princípio da concessão pública, por favor, isso é mais do que evidente.
Por isso, enfim, é necessário que o aluguel de TV acabe ou, pelo menos, seja muito mais limitado do que é. Por isso, também, por alguns dias, o projeto do governo até soou como boa notícia. Mas aí veio o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), como este jornal noticiou na semana passada, e declarou que acabar com o aluguel de horário não está na agenda. Que pena. Que banho de água fria.
No Brasil, o espaço público é representado, mediado e muitas vezes contido pelo que se passa dentro das programações das redes de TV. Se elas podem ser alugadas assim, sem mais nem menos, estamos alugando o Brasil. Sem tirar nem pôr. O ministro não é maluco beleza, mas não acha ruim. E Raul Seixas se diverte.
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[Eugênio Bucci é jornalista, professor da ECA-USP e da ESPM]

DATA VÊNIA O ataque à defesa



Por Carlos Brickmann em 19/06/2012 na edição 699 - Observatório de Imprensa
Tortura nunca mais? Não se sabe: há cada vez mais críticas à anulação de provas obtidas por meios ilícitos. No momento, as críticas se concentram em interceptações telefônicas ilegais; mas, meios ilícitos por meios ilícitos, uns bofetões, um ou outro choque, algumas queimaduras de cigarro também o são. E uma pesquisa recentíssima de uma organização séria, o Núcleo de Estudos de Violência da Universidade de São Paulo, mostra que 47,5% da população do país são favoráveis à aceitação, pela Justiça, de provas obtidas via tortura.
Há um fato visível: em grande número de casos, a roubalheira é visível, mas a Justiça anula as provas ilegalmente obtidas. A opinião pública fica revoltada, e tem toda a razão. Joga-se então a culpa nos “bons advogados”, como se ser bom profissional fosse um defeito, na “leniência da Justiça” – e a imprensa tem papel importante nessa distorção da verdade. Porque o erro habitualmente não está na ação dos advogados, nem nas decisões judiciais, mas nas investigações preguiçosas ou malfeitas da polícia e do Ministério Público. A investigação foi substituída pelo grampo – como, nos tempos da ditadura, as investigações tinham sido substituídas pela tortura. Investigar dá trabalho e exige competência.
A última moda é criticar advogados por defender clientes cuja fonte de renda seja ilegal; portanto, os honorários da defesa seriam pagos com dinheiro ilícito. Há aí um erro de raciocínio: sem que o cliente seja julgado, como considerar que sua fonte de renda é ilegal? Como considerar que o dinheiro que irá pagar os honorários é ilícito? Essa decisão quem toma é a Justiça; e só o fará depois do julgamento, com o réu devidamente defendido, na forma da lei.
A moda da crítica aos advogados se avolumou com a informação (não confirmada: pode ser verdadeira, mas ninguém a assumiu) de que Márcio Thomas Bastos estaria cobrando R$ 15 milhões de Carlinhos Cachoeira para defendê-lo. Não é uma quantia tão fora assim dos padrões do mercado: há muitos e muitos anos, os advogados Eduardo Alckmin e Antônio Carlos “Kakay” de Almeida Castro receberam honorários de R$ 32 milhões, pela atuação num caso que terminou em acordo da Caixa Econômica Federal com um fundo de pensão. Um bom advogado amigo deste colunista disse que, para defender um dos possíveis alvos da CPMI, cobraria algo como R$ 10 milhões. E lembrou que esse dinheiro não se refere a um trabalho curto: são casos que podem ficar dez anos na Justiça, e os honorários devem remunerar o tempo que for consumido.
No caso Márcio Thomaz Bastos-Carlinhos Cachoeira, há entretanto um fato que merece maior discussão: a investigação foi efetuada pela Polícia Federal, cujo chefe era o então ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Não há impedimento legal para que Márcio, cumprida a quarentena legal, cuide do caso. Mas deveria existir algum impedimento, em casos desse tipo? Há gente séria que pensa assim e apresenta bons argumentos em defesa dessa tese.
Uma boa questão para a OAB discutir.

Do mestre ao mestre
Certa vez, o advogado Evaristo de Moraes escreveu a seu amigo Ruy Barbosa pedindo-lhe opinião sobre o convite que recebera para defender Mendes Tavares, inimigo político de Ruy. A resposta de Ruy Barbosa trouxe a seguinte recomendação: “Recuar ante a objeção de que o acusado é ‘indigno de defesa’ era o que não poderia fazer o meu douto colega, sem ignorar as leis do seu ofício, ou traí-las. Tratando-se de um acusado em matéria criminal, não há causa em absoluto indigna de defesa. Ainda quando o crime seja de todos o mais nefando, resta verificar a prova; e ainda quando a prova inicial seja decisiva, falta, não só apurá-la no cadinho dos debates judiciais, senão também vigiar pela regularidade estrita do processo nas suas mínimas formas”.

Erro de função
Duas cartas publicadas num grande jornal a respeito da atuação de Márcio Thomaz Bastos como advogado de Carlinhos Cachoeira chamaram especialmente a atenção deste colunista. Uma critica o jornal por ter publicado um artigo de Márcio – como se, entre as funções da imprensa, não estivesse a de abrir espaço para mostrar os diversos lados de uma questão. Outra critica Márcio Thomaz Bastos por “aceitar defender um suposto contraventor e, para tanto, receber um dinheiro cuja origem é duvidosa ou criminosa”. Se nem o leitor tem certeza de que Cachoeira seja um contraventor – tanto que o chama de “suposto contraventor” – como conclui, antes de qualquer decisão da Justiça, que a origem do dinheiro “é duvidosa ou criminosa”? Pior: no complexo de negócios de Carlinhos Cachoeira, há empresas legais. Também neste caso o dinheiro tem origem “duvidosa ou criminosa”?
Mas o que chama a atenção nesta carta, principalmente, é a conclusão: “O foco do Ministério da Justiça, que Márcio Thomaz Bastos comandou, não é exatamente julgar e condenar os criminosos e contraventores?”
Não, não é; e o jornal perdeu uma excelente oportunidade de esclarecer o tema. O leitor levado a erro tende a colocar culpas em quem não as tem e a absolver quem deveria ser o responsável por elas.
Quem “julga e condena” ou “julga e absolve” é o Poder Judiciário. O Ministério da Justiça faz parte do Poder Executivo. O nome Ministério da Justiça se presta a equívocos, e melhor seria se fosse “Ministério dos Assuntos Jurídicos” (aliás, quando foi criado, em 1922, seu nome era “dos Negócios da Justiça”. Sua função não é condenar e julgar: é tratar de temas ligados à ordem jurídica, cidadania e garantias pessoais – que passam por imigração, direitos de índios, política nacional de arquivos. No total, tem 16 atribuições diversas, nenhuma das quais invadindo a competência da Justiça, o que seria ilegal.

O risco da grande onda
Os meios de comunicação estimulam esse tipo de pensamento, às vezes por motivos ideológicos, às vezes por sensacionalismo, às vezes porque é mais fácil reagir com um “esfola” aos gritos de “mata!” em vez de tentar debater serenamente o tema. E ideias do tipo “a polícia prende mas a Justiça solta” são perigosíssimas. O problema é que boa parte da opinião pública só percebe esse perigo quando a Polícia prende e a Justiça já não pode soltar.

Mulheres na vanguarda, por Carlos Tautz



Quando foi tornada pública a absurda decisão do prefeito do Rio de Janeiro, de proibir manifestações no Centro da Cidade durante o período da Rio+20, coube às mulheres agir. E, de forma firme e serena, elas desafiarem a atitude antidemocrática do alcaide carioca, mais conhecido pela fraqueza de opinião diante de poderosos (vide o episódio em que o moço xinga Lula e, depois, na ânsia pelo apoio eleitoral do caudilho petista, muda de opinião) do que sua vontade de enfrentar os reais problemas da Cidade Maravilhosa.
O resultado desse desafio foi a passeata com mais de cinco mil mulheres e homens pelo Centro da Cidade, comandada só por mulheres, e os protestos contra o machismo, o racismo e a homofobia, que coloriram as ruas do Rio na tarde dessa segunda (18).
Tudo no contexto da Cúpula dos Povos, o encontro de organizações e movimentos sociais paralelo à Conferência da ONU sobre meio ambiente e desenvolvimento que corre no Riocentro sem qualquer controle social nem expectativa de resultado produtivo.
Os governos se reúnem lá, a mais de 40 km de distância do centro fervilhante da cidade, só para aprovar, após reuniões e reuniões diplomaticamente inúteis, aquilo que todo mundo já sabe: nenhum governo, muito menos o de Dilma, deseja realmente superar o modelo capitalista, que destrói diariamente todos os tipos de direitos, a começar pelos direitos específicos das mulheres.
A marcha das mulheres, que começou no Museu de Arte Moderna, sede da Cúpula, e terminou no Largo da Carioca, sede do BNDES (banco que financia grandes projetos econômicos violadores de direitos humanos), recuperou o protagonismo feminino diante do papel tradicional de centro da decisões que os homens ocupam.
Elas puxaram para si a responsabilidade de propor um mundo realmente novo. Rejeitaram o capitalismo, o patriarcalismo e sua consequência inequívoca, o machismo. E o fizeram como há muito não se via no Rio. 
A marcha das mulheres foi um aquecimento para os principais atos de protesto da Cúpula.
Nesta quarta, 20, duas novas passeatas vão dizer ao mundo o que o governo brasileiro recusa em dizer: o modelo econômico vigente no Brasil só é bom para as classes superiores que dele se beneficiam desde 1500. Para os demais, as sobras são dramáticas e absolutamente insustentáveis.

Carlos Tautz, jornalista, é coordenador do Instituto Mais Democracia – Transparência e Controle Cidadão Sobre Governos e Empresas.

A lenda do intuitivo genial foi enterrado em cova rasa no jardim da mansão de Maluf


20/06/2012
 às 18:30 
Augusto Nunes


O intuitivo genial, reverenciado pela seita lulopetista desde a vitória na eleição de 2002, jaz desde segunda-feira numa cova rasa no jardim  da mansão de Paulo Maluf. Ansioso por garantir o apoio do dono do PP à candidatura de Fernando Haddad, como registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, Lula caiu na armadilha montada pelo parceiro mais esperto por ter esquecido duas velhas lições. A primeira ensina que, quando dois políticos se encontram na casa de um deles, o anfitrião está sempre em vantagem: é o visitante quem vai pedir-lhe alguma coisa. A segunda lição, antiga como a fotografia, avisa que certas imagens valem mais que mil palavras.
Se a aliança repulsiva fosse consumada no Palácio do Planalto, numa audiência concedida pelo presidente Lula ao deputado federal Paulo Maluf (e sem jornalistas por perto), Haddad não estaria hoje caçando algum substituto para Luiza Erundina. Se a reunião tivesse ocorrido no apartamento do ex-presidente em São Bernardo (longe da imprensa), os danos seria menores. Os estragos começaram a adquirir dimensões formidáveis quando Maluf exigiu que o casamento fosse celebrado em sua casa, avisou que só diria sim se Lula estivesse presente e decidiu convidar a imprensa para testemunhar a cerimônia. Deu no que deu.
As imagens da turma no jardim documentam a rendição do chefão do PT ao homem que passou a vida chamando de “ladrão” ─ e que o acusou mais de uma vez de agir como ave de rapina. Aos olhos da multidão, Lula foi lá para pedir desculpas e pedir 1min35 no horário eleitoral gratuito. Foi perdoado e atendido. Um se humilhou. Outro foi publicamente absolvido de todos os pecados passados, presentes e futuros. O resto é conversa fiada.
Portadores da Síndrome de Deus jamais admitem que erraram. Neste momento, rodeado de devotos genuflexos, Lula deve estar recitando que fez tudo certo, que quem errou foi Erundina, que a imprensa superestima o episódio para prejudicar o PT, que tudo será esquecido e que vai eleger Haddad. Nenhum dos áulicos em torno ousará contar-lhe que, por ter dado um passo maior que a perna, deu outro tiro no pé.
Uma coisa é a aliança no plano federal com um partido que muda de rosto conforme a região. Em Santa Catarina, por exemplo, o PP tem a cara de Esperidião Amin. No Rio, é parecido com Francisco Dornelles. Em São Paulo, a sigla é mais um codinome de um político promovido a símbolo da corrupção impune, do primitivismo eleitoreiro, do vale-tudo indecoroso, do “rouba mas faz”. Desta vez, Lula não pode balbuciar que ninguém é culpado antes de ser condenado. Se insistir no mantra, será convidado a visitar o site da Interpol. Há dez dias, o post que enumerou os recentes tiros no pé desferidos pelo ex-presidente lembrou que o SuperMacunaíma que engana todo mundo foi enganado por Gilberto Kassab. Acaba de ser tapeado por Paulo Maluf.
Sorte de José Serra, convém registrar. O candidato do PSDB, que sempre foi o maior adversário dele próprio, estava pronto para consumar um acordo com Paulo Maluf quando o proprietário dos cobiçadíssimos 95 segundos na TV resolveu trocá-los por um cofre no Ministério das Cidades e pelas fotos no jardim. Conjugadas, a ganância de Maluf e a soberba de Lula livraram Serra de mais um naufrágio prematuro. Tomara que consiga entender do que escapou.
A reação dos brasileiros que pensam e prestam foi um claro recado aos políticos convencidos de que todos os eleitores ignoram a diferença que separa um acordo partidário de uma fusão de quadrilhas. Há limites para tudo e para todos. Até para Lula ─ e para o rebanho que acompanha com balidos reverentes a marcha da desfaçatez.

Por que o eleitor de MT terá saudade do maior ficha-suja do País


by Fábio Pannunzio

Como se sente o eleitor matogrossense diante do fato inapelável de que o político mais poderoso do estado está definitivamente afastado do processo eleitoral por força da decisão unânime de uma das câmaras do Tribunal de Justiça ?
Não tenho resposta para esta pergunta, mas posso imaginar o que está acontecendo a partir do cotejamento de dados objetivos emandados das urnas nos últimos pleitos.
José Geraldo Riva é o político brasileiro com maior número de processos por improbidade administrativa, corrupção e outras imputações da mesma gravidade. Foi cassado duas vezes por compra de votos, e duas vezes afastado das funções administrativas e financeiras atinentes ao cargo que ocupa por votação quase unânime de seus pares (apenas uma deputada estadual não votou por sua última recondução à presidência da Casa).
Nada disso é novidade para o eleitor cuiabano e do Nortão de Mato Grosso, que o sufragaram em massa, a despeito do silêncio obsequioso da imprensa daquele estado sobre os malfeitos de Riva. Com todo esse passivo judicial, Riva amealhou 93.594 votos na eleição de 2010, que ele disputou na condição de ex-deputado cassado.
Quatro anos antes, havia sido sufragado por 82.799 eleitores. Ou seja: tudo o que lhe aconteceu -- cassação, o vexame de governar o parlamento sem poder assinar um cheque -- acrescentou 30,03% a seu cacife eleitoral. É inequívoco, portanto, que com sua leniência o eleitor matogrossense tornou-se uma espécie de avalista entusiasmado da bandalheira em que se transformou a política naquele grotão.
Tenho a impressão de que os novos vexames produziriam, se isso fosse possível, um aumento da incrível popularidade do rei dos ficha-suja brasileiros (agora novamente transformado em Rainha da Inglaterra, pois destituído de boa parte de seus poderes institucionais). Coloco o verbo no condicional porque a condenação em segunda instância por improbidade administrativa põe um ponto final à proeminente carreira do multiprocessado José Geraldo Riva, que agora está inelegível por oito anos.
Apesar de todos os seus problemas judiciais, Riva vinha se preparando para disputar o governo de Mato Grosso. Paralelamente, prepara a filha mais velha para dar continuidade à oligarquia com a qual pretende eternizar o controle político de seu estado. Não apenas em virtude da já materializada inelegibilidade. Riva também enfrenta problemas de saúde que produzem incertezas sobre seu futuro. Ele fala sobre isso apenas com quem preza de sua intimidade. Dependendo do interlocutor, agrava ou reduz a importância dos prognósticos. Mas cuida de manter o assunto longe da seara da opinião pública cuiabana, o que lhe é de direito.
Se há uma qualidade que se pode atribuir a ele é a disposição para o exercício do Poder. Imagine se isso fosse usado para o Bem! Nem a doença, nem as sucessivas derrotas judicias refrearam o ânimo para impor sua vontade aos eleitores e aos políticos matogrossenses.
Há uma explicação para isso. Riva enriqueceu na política, e enriqueceu muito. Amealhou um patrimônio invejável para quem começou como corretor de imóveis e chegou ao parlamento sem um tostão, tendo desde os idos dos anos 80 sobrevivido exclusivamente em função dos salários que recebe do Legislativo. Hoje, é um dos maiores proprietários de terras e gado do Centro-Oeste brasileiro, a ponto de ufanar-se de sua fortuna publicamente.
Mas os tempo passa. E no caso emblemático de Mato Grosso, a passagem dos últimos dia tem produzido notícias alvissareiras para a cidadania. A mais importante delas dava conta da aposentadoria compulsória de 3 desembargadores e 7 juízes. Determinada pelo CNJ, a punição máxima foi finalmente referendada pelo STF, o que levou ao saneamento do Judiciário matogrossense. Os julgadores afastados constituíam uma ponte entre a galhardia de Riva e sua aparente impundade, agora desafiada pela volta da altivez ao TJMT. O que vai dificultar ao extremo uma reversão da situação processual do político.
Bom para a institucionalidade, esse novo ambiente jurídico-político certamente vai provocar muitas dores  com a aposentadoria precoce  -- que ainda pode ser antecipada pela Justiça eleitoral -- de José Geraldo Riva.
Há sempre um bom punhado de eleitores dispostos a legitimar a pilhérie. Gente que se contenta com um boné, um tanque de gasolina ou um milheiro de tijolos como compensação ou partilha do butim.
Em Mato Grosso, são pelo menos 93,5 mil.
Até descobrirem um novo Riva, eles ficarão órfãos da velha política.

OBRA-PRIMA DO DIA - OURIVESARIA Objetos de Arte: A Águia de Suger (1147)


Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - 
20.6.2012
 | 12h00m

Suger, conselheiro dos reis Luís VI e Luís VII, abade de Saint-Denis, cuidou muito para que o tesouro de sua abadia ficasse cada vez mais rico. Ao descobrir, nos cofres da velha igreja, um vaso em pórfiro vermelho que hoje se calcula ser proveniente ou do Egito ou do Império Romano, resolveu transformá-lo em vaso litúrgico.
Essa peça não difere muito de outros vasos em pedra dura encomendados por Suger a ourives que trabalhavam para Saint-Denis, neste caso específico, os ourives da Île de France.
O abade Suger, que mais tarde foi regente do Reino, encarregou-se da reconstrução daabadia e de seu embelezamento. A coleção que montou de incomparáveis vasos litúrgicos foi um dos pontos altos.
Inspirado pelas teses do Pseudo-Denys, o aeropagita, que na ocasião confundiam com São Denis, Suger acreditava que a contemplação de bens preciosos transcendia a alma humana e a aproximava de Deus.
Dessa suntuosa coleção subsistem o Cálice de Ágata, do acervo da National Gallery de Washington, a Jarra de Calcedônia e a Águia de Pórfiro, conservadas no Louvre.
Nunca se soube por qual motivo Suger mandou montar o vaso em forma de águia. É possível que tenha se baseado em vasos zoomórficos orientais ou que tenha copiado antigos tecidos bizantinos, com motivos representando águias estilizadas.
Pela espantosa naturalidade da cabeça da águia e a estilização de sua plumagem, a jarra é um belo exemplo do início da arte gótica.
Montada em vermeil, a peça mede 43 cm de altura e 27 cm de largura.

Acervo Museu do LouvreParis

MENSAGEM AO SR AHMADINEJAD

Melvinia e Sally, negras americanas, por Elio Gaspari



Elio Gaspari, O Globo
Confirmado: o trisavô da companheira Michelle Obama era branco. Exames de DNA provaram que ela descende do filho de um pequeno fazendeiro da Georgia. O rapaz deveria ter seus vinte anos e, por volta de 1860, acasalou-se com Melvinia, uma escrava de seus quinze.
Em 2009 a repórter Rachel Swarns, do “The New York Times”, revelou a existência de Melvinia, de quem Michelle nunca ouvira falar. Desde então, ela colheu amostras de DNA de três parentes de Michelle, de uma bisneta do filho de Melvinia e de uma descendente branca do filho do fazendeiro.
Agora publicou “American Tapestry” (”Tapeçaria Americana - A história dos ancestrais negros, brancos e multirraciais de Michelle Obama”). O e-book sai por US$ 14,99. De Malvinia sabe-se quase nada. Com as guerreiras negras de quem descende Michelle, aprende-se muito.
Numa ironia dos tempos, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos é produto da tenacidade de um casal branco do Kansas, que praticamente perfilhou o menino Barack, nascido de um casamento desajustado de sua filha com um queniano.
Negro mesmo é o ramo de Michelle, com um pai zelador e a mãe, Marion, dura como rocha. É ela quem descende de Melvinia. Mora na Casa Branca, onde cuida das netas e faz compras nos supermercados próximos.
O rastro de Melvinia é um pedaço vivo da História dos Estados Unidos. Quase todos os descendentes do sinhôzinho do século XIX evitam falar do assunto, pois não lhes fica bem entrar na Casa Branca pela porta da senzala. Antes de Melvinia, os descendentes de Thomas Jefferson contestavam que ele tivesse vivido maritalmente com a escrava Sally Hemmings, com a qual teve um número incerto de filhos, talvez seis.
Antes de ser eleito presidente (1801-1809), Jefferson, viúvo, levou Sally para Paris, como criada de sua filha. A moça tinha 14 anos e era mulata muito clara. Seu pai e um avô eram brancos. Retratando a época, Sally e Sinhá Martha, a mulher de Jefferson, tiveram o mesmo pai.
Em 1997 exames de DNA mostraram que um homem do ramo de Jefferson era ascendente de pelo menos um filho da escrava. Sally, seus irmãos e seus filhos viveram como criados na fazenda do patriarca, em melhores condições que Melvinia.
Dolly, a fenomenal mulher de James Madison, sucessor de Jefferson, teria dito que as mulheres dos fazendeiros americanos eram as “escravas-chefe” do “harém dos senhores”.
Pouco se sabe de Charles, o filho do fazendeiro. Melvinia morreu em 1938 e não falava do assunto. Dos Hemmings sabe-se mais, porque um filho de Sally contou seu caso em 1873. Pena que os Jeffersons tenham queimado parte da correspondência do ex-presidente.
A história de Jefferson com Sally e sua família está em “The Hemmingses of Monticello — An American Family”, um grande livro, ganhador do premio Pulitzer. O e-book sai por US$ 9,99.
O jovem professor brasileiro Bruno Carvalho escreveu na universidade Harvard em 2005 um brilhante estudo, intitulado “Cláudio Manuel da Costa e Thomas Jefferson, dois ‘Pais da Pátria’ e o tema das relações inter-raciais no Brasil e nos Estados Unidos”.
Ele mostrou como o poeta da Inconfidência tratou a escrava Francisca Arcangela Cardoso, com quem viveu por trinta anos, e cinco filhos, a “bela Eulina, que é todo meu amor, o meu desvê-lo”. Já os Jeffersons, deletaram Sally.

Mãe do presidente da CPI desconhecia doação da Delta


PMDB confirmou repasse de R$ 50 mil para campanha da deputada Nilda Gondim (PB)


RIO - A deputada federal Nilda Gondim (PMDB-PB), mãe do senador Vital do Rêgo, presidente da CPI que investiga as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com parlamentares e empresários, virou protagonista de uma inoportuna coincidência. Numa das transferências de valores do partido para sua campanha em 2010 foram doados R$ 50 mil provenientes de repasses feitos pela Delta Construções.
Ao GLOBO, a deputada afirmou desconhecer ter recebido qualquer recurso da Delta e que as doações neste valor foram feitas pelo diretório nacional do PMDB.
Já o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp, disse ao GLOBO que seu partido, assim como o PT, recebeu da Delta na época da campanha um total de R$ 1.150.00,00 e que este valor foi repassado para campanhas de todo o Brasil.
- A deputada Nilda Gondim realmente não teria como saber de onde veio a doação. Nem ela e nem os outros que também receberam dinheiro proveniente das doações da Delta. Foram muitos e eles poderiam ter recebido muito mais, aliás. E para nós, peeemedebistas, não há problema algum nisso - afirmou o senador.
Nilda, que está em seu primeiro mandato, garantiu que suas contas de campanha foram aprovadas e estão disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujo levantamento não informa quem doou aos partidos, mas sim aos candidatos.
- Não conheço a Delta, nunca recebi nada desta empresa e nem nunca vi este senhor (Fernando Cavendish, ex-presidente da construtora).
Perguntada se a informação, publicada na terça-feira no jornal Folha de S. Paulo, havia causado algum constrangimento, a deputada negou:
- Não me sinto constrangida em momento algum porque a notícia não é verdadeira. Não recebi nenhum valor desta empresa. O que houve, sim , foi uma doação do PMDB nacional. Foi através do diretório do meu partido que recebi doações neste valor - garantiu.
Na prestação de contas disponível no site do TSE consta que a deputada gastou um total de R$ 472.794,06 em sua campanha. Deste total, R$ 150 mil foram doados pelo diretório nacional do PMDB por meio de três cheques de R$ 50 mil cada, depositados entre setembro e outubro de 2010.
Para a parlamentar, a informação partiu de alguém interessado em prejudicar o trabalho de seu filho à frente da CPI.
- Meu filho tem um nome a zelar e está conduzindo muito bem as investigações; e eu tenho certeza de que esta CPI vai apurar os culpados. Vai ver é isso que está incomodando.
Delta diz que doações estão dentro da lei
Em nota, a Delta admite ter contribuído para diversas campanhas nos termos da lei.
“No ano de 2010 a Delta Construcoes contribuiu com campanhas eleitorais nos termos da Lei. Essas doações foram devidamente declaradas à Justiça Eleitoral. Não cabe a empresa, neste momento, nominar individualmente essas doações. Elas podem ser atestadas e acessadas publicamente junto aos tribunais eleitorais”.

 

Farsa histórica


MERVAL PEREIRA20.6.2012 9h38m
A foto que incomodou Luiza Erundina e chocou o país, do ex-presidente Lula ao lado de Paulo Maluf para fechar um acordo político de apoio ao candidato petista à Prefeitura paulistana (o nome dele pouco importa a essa altura) é simbólica de um momento muito especial da infalibilidade política de Lula. 

Sua obsessão pela vitória em São Paulo é tamanha que ele não está mais evitando riscos de contaminação como o que está assumindo com o malufismo, certo de que tudo pode para manter ou ampliar o seu poder político. 

O choque causado por esse movimento radical pouco importará se a vitória vier em outubro. Mas se sobrevier uma derrota, a foto nos jardins da mansão daquele que não pode sair do país por que está na lista dos mais procurados pela Interpol será a marca da decadência política de Lula, que estará então encerrando um largo ciclo político em que foi considerado insuperável na estratégia eleitoral. 

Até o momento, as alianças políticas com Maluf eram feitas por baixo dos panos, de maneira envergonhada, como a negociação em que o PSDB paulista fechava um acordo com o PP em busca de seu 1m30s de tempo de propaganda eleitoral. 

A própria Erundina disse, candidamente, que o que a incomodara foi o excesso de exposição do acordo partidário. 

Maluf, do seu ponto de vista, agiu com a esperteza que sempre o caracterizou, mas com requintes de crueldade. 

Ao exigir que Lula fosse à sua casa para selar o acordo, e chamar a imprensa para registrar o momento glorioso para ele e infame para grande parte dos petistas, ele estava se aproveitando da fragilidade momentânea do PT, que tem um candidato desconhecido que precisa ser exposto ao eleitorado para tentar se eleger. 

Lula, como se esse fosse o último reduto eleitoral que lhe falta controlar, está fazendo qualquer negócio para viabilizar a candidatura que inventou. 

Já se entregara ao PSD do prefeito Gilberto Kassab, provocando um racha no PT talvez tão grande quanto o de agora, e acabou levando uma rasteira que já prenunciava que talvez o rei estivesse nu. 

Agora, quem lhe deu a rasteira foi uma dupla irreconciliável, que Lula tentou colocar no mesmo saco sem nem ao menos ter se dado ao trabalho de conversar antes: Luiza Erundina, que um dia foi afastada do PT por ter aceitado um ministério no governo de coalizão nacional de Itamar Franco, agora se afasta do PT malufista. 

E Maluf, que vinha minguando como força política, viu a possibilidade de recuperar a importância estratégica em São Paulo no pouco mais de um minuto de televisão que o PP detém por força de lei. 

A sucessão de erros políticos que Lula parece vir cometendo nos últimos meses – a escolha de Haddad, o encontro com Gilmar Mendes, a CPI do Cachoeira, o acordo com Maluf – só será superada se acontecer o que hoje parece improvável, uma vitória de Fernando Haddad. 

No resto do país, o PT está submetendo os aliados a seus interesses paulistas, fazendo acordos diversos para garantir em São Paulo uma aliança viável. 

A foto de Lula confraternizando com Maluf tem mais um aspecto terrível para a biografia do ex-presidente: ela explicita uma maneira de fazer política que não tem barreiras morais e contagiou toda a política partidária, deteriorando o que já era podre. 

As alianças políticas entre Lula, José Sarney, Fernando Collor e Maluf colocam no mesmo barco políticos que já estiveram em posições antagônicas fazendo a História do Brasil, e hoje fazem uma farsa histórica. 
Em 1989, José Sarney era presidente da República depois de ter enfrentado Paulo Maluf no PDS. Ante uma previsível vitória do grupo de Maluf derrotando o de Mario Andreazza, Sarney rompeu com partido que presidia, ajudou a fundar a Frente Liberal (PFL) e foi vice de chapa de Tancredo. 

Na campanha presidencial da sucessão de Sarney, Lula disse o seguinte dos hoje aliados Sarney e Maluf: "A Nova República é pior do que a velha, porque antigamente era o militar que vinha na TV e falava, e hoje o militar não precisa mais falar porque o Sarney fala pelos militares e os militares falam pelo Sarney. Nós sabemos que antigamente se dizia que o Adhemar de Barros era ladrão, que o Maluf era ladrão. Pois bem: Adhemar de Barros e Maluf poderiam ser ladrão (sic), mas eles são trombadinhas perto do grande ladrão que é o governante da Nova República, perto dos assaltos que se faz". 

Na mesma campanha, Collor não deixou por menos: chamou o então presidente Sarney de "corrupto, incompetente e safado". 

Durante a campanha das Diretas Já Lula se referiu assim a Maluf: "O símbolo da pouca-vergonha nacional está dizendo que quer ser presidente da República. Daremos a nossa própria vida para impedir que Paulo Maluf seja presidente". 

Maluf e Collor tinham a mesma opinião sobre o PT até recentemente. Em 2005, quando Maluf foi preso e Lula festejou, e recebeu a seguinte resposta: “(..) se ele quiser realmente começar a prender os culpados comece por Brasília. Tenho certeza de que o número de presos dá a volta no quarteirão, e a maioria é do partido dele, do PT". 

Já em 2006, em plena campanha presidencial marcada pelo mensalão, Collor disse que foi vítima de um "golpe parlamentar", do qual teriam participado José Genoino e José Dirceu,"enterrados até o pescoço no maior assalto aos cofres públicos já praticado nessa nação". 

E garantiu: "Quadrilha quem montou foi ele (Lula)", citando ainda Luiz Gushiken, Antonio Palocci, Paulo Okamotto, Duda Mendonça, Jorge Mattoso e Fábio Luiz Lula da Silva, o filho do presidente. 

São muitas histórias e muita História para serem esquecidas simplesmente por que Lula assim decidiu.

Saiba como trabalhar o “cliente pescoço” no mercado imobiliário

Por: Guilherme Machado 

Você já ouviu falar do “Cliente Pescoço”? Essa é uma expressão muito utilizada pelos corretores de imóveis em meu Estado para se referir àquele famoso cliente “só vim dar uma olhadinha” ou quando ligam para escritório sem que um contato presencial seja efetivado.

cliente indecisa Muitas vezes, a resposta dada pelos clientes é interpretada pelos corretores como “não quero comprar” ou “não me incomode”, entre outras impressões que podem passar a sensação de perda de tempo ou de ter tido sua “chamada queimada” dentro de um rodízio de atendimento. Com isso, perdem-se as chances de construir novos relacionamentos e potenciais negócios.

Demorei um pouco para compreender a importância do “cliente pescoço” para o meu trabalho enquanto atuava como corretor de imóveis e por isso hoje, convido você a provocar-se para uma nova visão em relação a esse cliente que, na realidade, precisa ser melhor trabalhado no processo de atendimento.

Você está disposto a entender o “cliente pescoço” como um saudável desafio profissional e assim potencializar a sua atuação no mercado imobiliário?

A experiência me fez aprender que o cliente que hoje consideramos pescoço pode ser a concretização da sua venda amanhã. Motivar-se a entendê-lo e com ele construir um relacionamento são fundamentais para o êxito do seu negócio.

É lógico que existe aquele percentual que está, no momento, só dando uma olhadinha mesmo, sem nenhuma intenção, mas esse é um número bem reduzido e que não exige o desprendimento de muita energia, contudo a cortesia e o respeito devem sempre estar presentes nesse atendimento.

Porém, perceba que ao andarmos pelas ruas, normalmente somos atraídos por algo que nos interessa e quando resolvemos parar, por exemplo, em uma esquina é porque algo ali nos chamou atenção e ativou o nosso desejo de analisar com mais atenção.

O mesmo acontece no processo de vendas. Quando um cliente entra em contato com o corretor de imóveis, seja no ponto de vendas ou pelo telefone, é porque ele está interessado em algo e cabe ao profissional da intermediação identificar que desejo motivou tal comportamento.

O que, muitas vezes, é taxado como “cliente pescoço” pode trazer consigo várias motivações como uma análise do mercado, uma vontade de vender, um desejo de comprar, a oportunidade de um novo negócio entre tantas outras.

Se o corretor de imóveis se contenta apenas com o “só estou dando uma olhadinha” ou “só queria saber o preço de tal imóvel”, esse tipo de cliente será sempre considerado pescoço e a frustração será uma eterna companheira.

A diferença entre um mostrador de imóveis que interpreta esse tipo de cliente como um inconveniente a ser evitado e um Corretor de Imóveis preparado que enxerga nesse atendimento um perfil a ser trabalhado e potencializado está no comportamento profissional.

Um corretor preparado é capaz de superar os conceitos pré-estabelecidos e para isso é necessário uma postura diferenciada. Ao longo do tempo fui desenvolvendo formas de me relacionar com esses clientes e hoje, compartilho com você algumas que contribuíram para converter esses clientes em relacionamentos bem sucedidos e, posteriormente, em vendas na época em que atuava como corretor.

1. Provoque-se e questione-se 

A autoanálise é uma das mais poderosas ferramentas para o aprimoramento profissional. Ao ver os meus colegas de profissão reclamarem com frequência dos “clientes pescoço”, comecei a me questionar.

Será que existe mesmo o “cliente pescoço” ou eu não estou preparado para entender o meu cliente? Será que esse cliente se deu ao trabalho de pegar o telefone ou vir ao estande só para dar uma olhadinha? O que o motivou? Como deve ser o meu comportamento diante desse cliente que precisa ser melhor trabalhado, de forma que eu não seja invasivo e com ele consiga construir um relacionamento?

Faça você também essa análise. Nem todas as respostas surgiram prontamente, mas cheguei a algumas conclusões importantes e que mudaram a minha forma de relacionamento com esses potenciais compradores.

2. Envolva-se 

Muitas vezes, temos o mau hábito de pensar que é o cliente quem deve atender às nossas expectativas e ficamos cegos diante de algumas oportunidades de negócio pelo fato de estarmos tão focados em determinado empreendimento, seja pela comissão que ele nos renderá ou pela meta que precisa ser batida, que não enxergarmos a necessidade do cliente.

A lógica, na realidade, é totalmente inversa, e somente um profissional envolvido e comprometido com o seu cliente entende isso. São os corretores de imóveis que devem satisfazer as expectativas e necessidades dos clientes, identificando quais são os reais desejos que prenderam a atenção deles.

3. Mais que uma secretaria eletrônica 

Muitos corretores de imóveis ainda acreditam que o ato do cliente ligar para o escritório resultará, imediatamente, no fechamento de um negócio quando, na realidade, esse tipo de atendimento significa o início ou fim de um relacionamento.

O fim do relacionamento se o corretor agir como uma secretaria eletrônica e não como um profissional capacitado e, simplesmente, responder o valor de imóvel, por exemplo, sem que haja nenhum envolvimento com o cliente. Com esse tipo de postura, o cliente sempre será considerado um “cliente pescoço” pelo corretor.

E o início do relacionamento se dará se o objetivo do atendimento telefônico for conhecer o cliente e criar nele o desejo de se relacionar com o corretor. O profissional da intermediação deve mostrar interesse pelo cliente, deve estar capacitado para responder as dúvidas e, inevitavelmente, precisa conhecer o mercado onde atua.

4. Vá além do verbal 

Costumo dizer que existem duas verdades na afirmação “estou apenas olhando”. A primeira delas é aquela que o cliente fala e a segunda é aquela que ele sente. Na maioria das vezes, os corretores de imóveis se contentam com a primeira verdade, ou seja, a verbal, deixando de lado a verdade sensorial.

O ponto chave da questão para transformar o cliente taxado como pescoço em um cliente ativo está na postura do corretor de imóveis, em ir além da resposta verbal e buscar pela segunda verdade, identificando o real interesse do cliente, a sua motivação de compra e dessa forma, construir um envolvimento que converta essa intenção em um negócio efetivo.

Não podemos nos fechar e simplesmente rotular os clientes que nos exigem um pouco mais de empenho e dedicação. O papel de corretor capacitado é diagnosticar as necessidades dos clientes, identificar as ideias ditas e as sentidas e estar aberto a se relacionar com as pessoas.

Essa não é uma tarefa fácil, pois demanda comprometimento do corretor de imóveis, mas quem está nesta fascinante profissão e quer ser destaque precisa se desafiar a cada dia, buscando sempre a melhoria dos processos, rompendo preconceitos e, principalmente, entendendo e respeitando os diferentes tipos de clientes.

E você, já encontrou com algum cliente taxado “pescoço”? Está disposto a mudar essa concepção após a reflexão de hoje? Compartilhe conosco essas transformações e tenha excelentes negócios.

Guilherme Machado
Administrador com Pós em Gestão Empresarial. Expertise no desenvolvimento de equipes comerciais com foco em resultado. Palestrante e Coach.