terça-feira, 12 de agosto de 2014

Os jihadistas tupiniquins


Marco Antônio Villa, O Globo
O auge do jogo sujo será justamente na breve campanha do segundo turno, onde calúnia tem muito mais efeito eleitoral.
Estamos a menos de dois meses das eleições. Mas não parece. Há um clima de desânimo, de desinteresse, de enfado. Acreditava-se que, após o fim da Copa do Mundo, as atenções estivessem concentradas no processo eleitoral. Ledo engano. A pasmaceira continua a mesma. Agora, o divisor de águas é o horário gratuito que começa dia 19. Para o PT, este é o clima ideal para a eleição presidencial. Quanto menor o interesse popular, maior a chance de permanecer mais um quadriênio no poder. O partido tem, inclusive, estimulado discretamente campanha pelo voto nulo ou branco. Sabe que muitos eleitores estão desanimados com a política, justamente com as mazelas produzidas pelo próprio petismo.
A desmoralização das instituições foi sistematicamente praticada pelo partido. A compra de maioria na Câmara dos Deputados, que deu origem ao processo do mensalão, foi apenas o primeiro passo. Tivemos a transformação do STF em um puxadinho do Palácio do Planalto. O Executivo virou um grande balcão de negócios e passou a ter controle dos outros dois poderes. Tudo isso foi realizado às claras, sem nenhum pudor.
Não há área do governo que nos últimos anos tenha permanecido ilesa frente à sanha petista. Todos os setores da administração pública foram tomados e aparelhados pelo partido. Os bancos, as empresas estatais e até as agências reguladoras se transformaram em correrias de transmissão dos seus interesses partidários.
Imaginava-se que, após a condenação dos mensaleiros, o ímpeto petista de usar a coisa pública ao seu bel-prazer pudesse, ao menos, diminuir. Nada disso. Os episódios envolvendo a Petrobras demonstram justamente o contrário. E mais: neste caso levaram ao descrédito total os trabalhos de uma Comissão Parlamentar de Inquérito e desmoralizaram mais uma vez o Legislativo.
As ações seguem um plano de que o partido é o elemento central da política, nada pode ocorrer sem a sua anuência. Esta estrutura tentacular tem enorme dificuldade de conviver com a democracia, a alternância no governo e com o equilíbrio entre os poderes. A insistência em impor o projeto dos conselhos populares — uma espécie de sovietes dos trópicos — faz parte desta visão de mundo autoritária.
O maior obstáculo para o PT é a existência do Estado Democrático de Direito. O partido tem como objetivo estratégico miná-lo diuturnamente. Suas ações chocam-se com a “institucionalidade burguesa”.
O PT usará de todos os meios para se manter no poder. Manteve até aqui a campanha em banho-maria, como era do seu interesse. Mas com a permanência de Dilma em um patamar que vai levar a eleição para o segundo turno — isto hoje é líquido e certo —, o partido vai abrir a sua caixa de ferramentas, como o fez em 2006 e 2010.
O uso da internet para desqualificar seus opositores é realizado há um bom tempo. O PT tem um verdadeiro exército de jihadistas prontos para o ataque. O recente episódio de mudanças no perfil de jornalistas na Wikipedia é café pequeno frente ao que vem por aí. O auge do jogo sujo será justamente durante a breve campanha do segundo turno, onde uma calúnia tem muito mais efeito eleitoral, principalmente se divulgada às vésperas da eleição.
As modificações ocorridas no Tribunal Superior Eleitoral passaram em branco. É bom que a oposição fique atenta, pois quem vai presidir a eleição é um ex-funcionário do Partido dos Trabalhadores e ex-advogado de um sentenciado no processo do mensalão, José Dirceu. O presidente do TSE é o ministro Dias Toffolli.
Neste processo chama a atenção a ação de Lula, seu líder máximo — e único, na verdade. Tem se mantido — até o momento — discreto na campanha eleitoral. Visitou alguns estados e mesmo em São Paulo tem participado pouco das atividades. Pode ser que tenha sentido um cheiro de derrota no ar e está buscando preservar sua figura. No caso da eleição paulista, isto já é definitivo. Seu candidato já está derrotado. Esperto como é, pode já estar iniciando a campanha de 2018. E com o figurino de salvador da pátria.
Frente a este quadro é que a oposição precisa exercer o seu papel. Nesta eleição tem agido com mais consistência, buscando alianças regionais e um discurso mais simples e compreensível para o eleitor. Tem atuado melhor, mas distante do que se espera de uma oposição no grave momento histórico que vivemos.
Eduardo Campos tenta — mas tem muita dificuldade — de encarnar o figurino oposicionista. Afinal, permaneceu mais de um decênio apoiando o governo, inclusive exercendo função ministerial. Mas teve ousadia em se lançar candidato.
É Aécio Neves que tem de exercer o papel de opositor do petismo. Tem se esforçado, é verdade, porém a campanha ainda não empolgou. Conseguiu habilmente construir bons palanques estaduais. Diversamente de 2010 rachou o apoio petista no trio de ferro da política brasileira. Em Minas Gerais deve ter uma grande vitória. Em São Paulo, se conseguir colar a sua candidatura à de Geraldo Alckmin, pode ter a maior vitória do partido no estado desde o restabelecimento das eleições diretas. Conseguiu um raro feito no Rio de Janeiro, rachando o bloco de apoio à petista que foi importante em 2010. Deve surpreender no Nordeste tendo uma boa votação, rompendo com o domínio petista, como na Bahia. Mas ainda é pouco.
A máquina autoritária petista pode ser derrotada. Os dois próximos meses são decisivos. O PT vai usar todas as suas armas. Sabe que é uma batalha de vida ou morte, pois longe do aparelho de Estado não consegue mais sobreviver.

Marco Antonio Villa é historiador

POEMA DA NOITE Fatalidade, por António Tomás Botto

A fatalidade, 
Várias vezes, 
No meu caminho aparece; 
Mas, 
Não consegue perturbar 
A minha serenidade.
Somente, 
No meu olhar, 
Poisa e fica mais tristeza
Não me revolto,
Nem desespero.
-- Quero morrer em beleza.

António Tomás Botto (Casal de Concavada, Abrantes, Portugal, 17 de agosto de 1897 - Rio de Janeiro, 16 de março de 1959) - Poeta e contista português, causou polêmica nos meios religiosos conservadores em Portugal quando publicou o livro Canções. Também foi amigo de Fernando Pessoa. Mudou para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, onde morreu atropelado.

A Deturpação da Anistia


Posted: 12 Aug 2014 03:20 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja

Sobre a Anistia não há muito o que escrever. A Lei é curta e altamente objetiva. É interessante conhecer o artigo 11: "Esta lei, além dos direitos já expressos, não gera quaisquer outros, inclusive aqueles relativos a vencimentos, soldos, salários, proventos, restituições atrasadas, indenizações, promoções ou ressarcimentos".

O artigo acima, a partir do governo de Fernando Henrique, que criou a Comissão de Anistiados Políticos vem sendo solenemente ignorado, inclusive pelo então ministro da Justiça, Marcio Tomaz Bastos, que sugeriu a promoção de Apolônio de Carvalho, expulso do Exército em 1935, quando era tenente, a general!

Abaixo, é reproduzido um texto que demonstra como um instrumento criado com a finalidade de superar obstáculos para uma paz necessária ao país, foi totalmente descaracterizado para que oportunistas e revanchistas ganhassem muito dinheiro e pudessem humilhar as forças de segurança que lutaram contra o terror comunista no Brasil.
____________________
"Pela anistia se elimina não somente a punibilidade da ação, mas a sua própria existência como crime, isto é, as conseqüências penais que dele podem decorrer" (Mirador, Tomo 2, pg. 600 - Encyclopedia Britannica).
Essa máxima, que normalmente é respeitada em qualquer país que tenha conseguido pacificar sua população, não se aplica ao Brasil, embora o Congresso Nacional tenha aprovado a Lei 6.683/79, mais conhecida como "Lei da Anistia". Ou melhor: ela é aplicada sim, mas somente em benefício de antigos terroristas e "perseguidos políticos" de esquerda, nunca aos bravos cidadãos brasileiros que em passado recente defenderam o Brasil contra a sanha totalitária da hidra vermelha.
Criada pelo presidente Figueiredo, a Lei da Anistia cobre o período de 2 de setembro de 1961, data da renúncia de Jânio Quadros, a 15 de agosto de 1979, data da promulgação da referida Lei. Uma Lei que era para ser a base de uma confraternização da sociedade brasileira, hoje está inteiramente rota e suja, pisoteada por revanchistas marxistas raivosos, que a empunham apenas em proveito próprio, negando seu alcance aos adversários de ontem.
A mais nova vítima da safadeza esquerdista, que se prolonga há mais de uma década, foi o delegado aposentado da Polícia Federal, João Batista Campelo, proibido de ocupar o cargo de assessor jurídico da Procuradoria da Câmara Legislativa do Distrito Federal, 24 horas após ter sido nomeado. Motivo alegado: Campelo é acusado de tortura durante a ditadura militar contra o ex-padre José Antonio Monteiro.
É certo que o Brasil tipificou a tortura como crime hediondo, com a criação da Lei 9.455/97, aprovada após o episódio ocorrido na Favela Naval, em São Paulo, quando policiais foram filmados batendo em pessoas paradas em uma "blitz", ocasião em que o policial "Rambo" matou com um tiro um cidadão após este ser liberado.
Inocente ou culpado, Campelo não poderia ser enquadrado pela lei da tortura de 1997, pois a Lei da Anistia, publicada há mais de 40 anos, "elimina não somente a punibilidade da ação, mas a sua própria existência como crime". Além do mais, uma lei só pode retroagir para beneficiar um indivíduo, nunca para prejudicá-lo.
Grupos como “Tortura Nunca Mais” e o projeto “Brasil Nunca Mais” da Arquidiocese de São Paulo estão esquecendo que a anistia não é um ato unilateral; é geral - cobre os dois lados. “Repudio atos de ódio e revanchismo político de grupos como o Tortura Nunca Mais porque, quando o Congresso votou a anistia, virou a página autoritária no pressuposto de que não voltaria atrás senão como referência histórica" (Senador Jefferson Peres, in "Jornal do Senado", abril de 1998).
Muitos brasileiros de bem - e seus familiares - já foram prejudicados pela onda revanchista que ainda impera no Brasil. O coronel Ustra não foi promovido a general porque a então deputada petista Bete "Rosa" Mendes, outrora pertencente a um grupo terrorista, a VAR-Palmares – como a presidentA Dilma -,  sem nenhuma prova, acusou o militar de torturador, quando este era Adido Militar no Uruguai, durante o Governo Sarney. O coronel Avólio foi exonerado do cargo de Adido Militar em Londres durante o Governo FHC devido ao mesmo tipo de acusação, também sem nenhuma prova. O general Fayad foi impedido de assumir cargo de direção no Exército e de exercer sua profissão, como médico, devido ao mesmo tipo de revanchismo. Durante uma campanha para eleições presidenciais, o Ministro Costa Couto, candidato a vice na chapa de Ciro Gomes, foi covardemente afastado. Crime alegado: havia trabalhado como assessor do SNI.
Afinal, tivemos nos governos de Lula e Dilma antigos guerrilheiros, a exemplo do cubano-brasileiro José "Daniel" Dirceu, que no passado foi integrante do grupo terrorista Movimento de Libertação Popular (Molipo), criado pelo serviço secreto de Cuba e de Franklin Martins, guerrilheiro que agora coordena a reeleição da presidentA e que, como José Dirceu, recebeu treinamento em Cuba e que, quando do seqüestro do embaixador dos EUA no Brasil, ameaçou que o embaixador seria “justiçado” se os presos solicitados em troca de sua liberdade não fossem libertados.
Por que a Lei da Anistia beneficia apenas terroristas, verdadeiros traidores da Pátria, que estiveram a soldo de uma ideologia criminosa estrangeira, totalmente estranha à cultura, à tradição e à religiosidade dos brasileiros? E ainda mais: os que, constitucionalmente, combateram o terror, vêm tendo que se explicar para uma tal (c) Omissão da Verdade, criada pela presidentA, ex-terrorista!
Não pára aqui a safadeza cometida pelas esquerdas que sonhavam ontem implantar no Brasil um regime do tipo soviético ou cubano. Após muito conchavo político e muita pressão sobre os congressistas, a malta conseguiu aprovar a Lei 9.140/95, que reconhece como mortas as pessoas desaparecidas em razão de participação, ou acusação de participação, em atividades políticas, no período abrangido pela Lei da Anistia.
Com base nessa Lei dos "desaparecidos políticos", foram concedidas polpudas indenizações a "perseguidos políticos" e a parentes de terroristas mortos durante a chamada “ditadura militar”. Além do terrorista Carlos Marighela, autor do "Minimanual do Guerrilheiro Urbano", bíblia de cabeceira de grupos terroristas como asBrigadas Vermelhas e o grupo Baader-Meinhoff, o sanguinário Carlos Lamarca, torturador (mandou matar o capitão da PM de São Paulo, Alberto Mendes Júnior, a coronhadas), ladrão de armamentos do Exército que jurou honrar com a própria vida, também foi enquadrado na elástica interpretação da "Comissão dos Desaparecidos Políticos", recebendo as respectivas famílias gorda indenização paga pelo erário - vale dizer, por você, contribuinte.
Isso prova, categoricamente, o grau de imoralidade que norteia a Comissão inicialmente presidida por "Numerário" Miranda, em assaltos cada vez mais freqüentes aos cofres públicos. Calcula-se que o total das indenizações já ultrapassa os R$ 3 bilhões.
Um dos beneficiados pela "piñata" brasileira foi Luiz Carlos Natal, chefe do gabinete do deputado Luiz Eduardo Greenhalg (PT/SP). Embolsou R$ 1.015.384,42 e terá pensão mensal de R$ 10.931,51.
Quem foi o idiota que disse que o crime não compensa?

Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

A CONVERSA FIADA DO IDH CUBANO - Percival Puggina


Percival Puggina
Percival Puggina



É comum ouvir-se que o comunismo conseguiu produzir em Cuba um elevado Índice de Desenvolvimento Humano. São oferecidos, como evidência, uma boa posição no ranking mundial (44º lugar) e um IDH de 0,815 que situa a ilha dos Castro entre os países com elevado desenvolvimento humano.

 A informação contrasta com tudo que se vê na ilha. A vida, lá, é uma luta diária pelo alimento, onde pouquíssimos podem adquirir e manter uma geladeira, onde até recentemente era proibido importar ou adquirir equipamentos elétricos com maior consumo de energia, onde sabonete é preciosidade, e por aí vai. Há, em Cuba, um imenso catálogo de impossibilidades e proibições. Os que exaltam a superior qualidade de vida dos cubanos, ou nunca foram a Cuba, ou foram com os olhos vendados pela cegueira ideológica, ou estiveram acompanhados por guias oficiais de quem receberam resposta prontas, ou compraram como lebre, inadvertidamente, o gato da realidade, ou são comunistas comprometidos com a propaganda de um regime que vive de mesadas remetidas pelo exterior (soviéticos, cubanos de Miami, Chávez/Maduro e petismo).

Suponho que isto todos saibam: o comunismo fez da propaganda uma arte refinada. Depois do desmonte do mundo soviético, do feroz capitalismo chinês e do indisfarçável caráter genocida do regime norte-coreano, só lhes restou, para exercitar essa arte, aquela ilha caribenha onde os Castro instalaram sua monarquia comunista. “Sim, mas o que isso tem a ver com IDH?”, indagará o leitor. É o seguinte: Cuba não permite que instituições externas avaliem o país. Quem fornece os dados para as variáveis renda, expectativa de vida e educação, é o governo cubano. E ele faz o que quer com os números sob a alegação de que os salários são reduzidos (US$ 12/mês) porque o Estado fornece à população “educação”, atenção de saúde e uma ração a preços realmente baixos (dura 15 dias e não inclui proteína animal). Então, o governo joga na renda dos cubanos seus gastos com saúde e educação, levando o IDH do país para onde convenha à propaganda comunista.

Fonte: http://www.puggina.org/

Petrobras treina jurídico para não enviar documentos à CPI

http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/petrobras-treina-juridico-para-nao-enviar-documentos-a-cpi

O treinamento, com aulas ministradas pelo advogado Manoel Messias Peixinho, é parte de uma ofensiva da estatal para evitar mais desgaste

Cecília Ritto, do Rio de Janeiro
Graça Foster participa de audiência pública na Câmara dos Deputados
Graça Foster participa de audiência pública na Câmara dos Deputados  (Antonio Augusto/Câmara dos Deputados/VEJA)
A mobilização na Petrobras para minimizar os impactos da CPI criada com o objetivo de investigar os contratos da estatal incluiu um treinamento específico e detalhado para a área jurídica da empresa. Foram cinco aulas, cada uma de duas horas, de 26 de junho a 11 de julho, no quinto andar da empresa, no Rio de Janeiro. Todas ministradas pelo advogado Manoel Messias Peixinho, professor da PUC-Rio e autor do livro Comissões Parlamentares de Inquérito: princípios, poderes e limites. Os advogados estavam preocupados com as pressões feitas pela diretoria da Petrobras para ocultar, com uma tarja preta, informações consideradas sigilosas de documentos relativos à venda da refinaria de Pasadena, no Texas.
Muitos desconheciam o que poderia ser omitido e o que teria de ser mostrado. O grupo também não sabia como proceder diante das orientações para atrasar a entrega de alguns papéis e responder parcialmente às demandas da CPI, uma das questões centrais do curso. Segundo fontes da empresa, alguns advogados se mostraram totalmente despreparados – conceito como sigilo de justiça foi explicado à turma. Também foram exibidos e comentados vídeos dos depoimentos de Graça Foster e de Nestor Cerveró à CPI, para ajudar os "alunos" a melhor orientar seus chefes.

O treinamento é parte de uma ofensiva da Petrobras para evitar maiores desgastes à imagem da empresa. Mostra a extensão, também no Rio de Janeiro, da preocupação da estatal com a CPI, que, em Brasília, chegou ao cúmulo da montagem de um esquema de recebimentos antecipados das perguntas que seriam feitas pelos parlamentares, como revelado por VEJA.
A ação implicava em uma grande encenação na inquirição feita pelo congresso. As respostas dadas pela diretoria estavam na ponta da língua. Um vídeo divulgado na íntegra por VEJAnesta semana, com vinte minutos de duração, mostrou uma reunião na Petrobras, no escritório de Brasília, para organizar a armação. No Rio, a tentativa da empresa de travar documentos ao Congresso sobre os prejuízos da compra de Pasadena, nos Estados Unidos, é mais uma página dessa história de faz de conta.

Denúncias e provas da Lava Jato derrubam “factóides políticos” contra a Petrobras alegados por Dilma



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Não adianta a candidata-Presidenta Dilma Rousseff proclamar a demagogia defensiva de que a Petrobras está sendo alvo de “factoides políticos”. É justamente por culpa do desgoverno dela, que exerce uma influência desastrosa sobre a petrolífera, que a maior empresa estatal de economia mista do país vive sua maior e mais grave crise de imagem e gestão. A mistura de tantos escândalos e erros operacionais com a eleição apenas torna o problema politicamente mais explosivo.

Se o Brasil operasse em condições minimamente éticas, o estouro de uma operação policial, como a Lava Jato, fatalmente geraria um processo de impeachment da Presidente da República. Ainda mais por que ela comandou o Conselho de Administração da Petrobras e também porque a atual presidente da empresa, Maria das Graças Foster, é uma indicação pessoal da própria Dilma Rousseff. Alegar que nada sabe sobre tudo de errado que acontece na companhia é um atestado público de incompetência e cinismo. Dilma só não cai porque o Brasil é a terra da conivência com os erros, os vícios, os desmandos e a corrupção.

Já está claro que Paulo Roberto Costa é o elo mais frágil de uma já rompida corrente que liga e confunde os interesses políticos dos ocupantes do governo com os negócios estratégicos ou operacionais da Petrobras. No entanto, é muita ingenuidade supor que o ex-diretor de Abastecimento da empresa, que tinha o controle sobre 1832 contas correntes da petrolífera, seja o “chefão” e único responsável pelas falcatruas. Uma investigação séria e isenta sobre os contratos da Petrobras com outras empresas nas “Sociedades de Propósito Específico” deverá revelar os figurões de um dos maiores esquemas de corrupção nunca antes visto na história deste País.

Até o petista Marco Maia, relator da CPMI mista da Petrobrás, criada para ser uma mega-pizza, se vê obrigado a pedir a convocação da contadora Meire Bomfim Poza – que trabalhava para o esquema do doleiro Alberto Youssef (aquele que teria dito que, se abrir a boca, impede que haja eleição este ano). Na investigação da Lava Jato, Yousseff é apontado como “sócio” de Paulo Roberto Costa. Em depoimentos ao Ministério Público e à Polícia Federal, Miriam teria revelado (segundo a revista Veja) que a empreiteira Camargo Correa operava um esquema exclusivo de comissões de negócios acertados dentro da Petrobras com Paulo Costa. A empresa, claro, nega tudo...

Por isso, torna-se inócua a demagógica e temerária a recente declaração de Dilma Rousseff em defesa de seu governo e da Petrobras: “Se tem uma coisa que tem que se preservar, porque tem que ter sentido de Estado, sentido de nação e sentido de país, é não misturar eleição com a maior empresa de petróleo do país. Não é correto, não mostra qualquer maturidade. Acho fundamental que na eleição, nesse processo que estamos, haja a maior discussão. Agora, utilizar qualquer factoide político para comprometer uma grande empresa e sua direção é muito perigoso”.

Será que Dilma tem condições de classificar, como “factoide político” tantas evidências em uma lista enorme de problemas a serem investigados com seriedade e isenção? A perguntinha básica é: Dilma terá condições, na campanha, de falar abertamente sobre: Pasadena, BR Distribuidora, PFICO (braço financeiro internacional da companhia), Fundo BB Millenium 6 (e outros menos votados), refinaria Abreu e Lima (também a mais votada entre outras que merecem investigação por superfaturamento), o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (que corre o risco de ser tudo, menos petroquímico), Gemini e outras caixas pretas nas SPEs (Sociedades de propósito Específico) da Petrobrás?

É por tudo isso que, cansados de prejuízos, os acionistas minoritários vão recorrer à Corte Internacional Penal (CPI) – também conhecida como Tribunal Penal Internacional (TPI) -, sediada em Haia, na Holanda, partindo de provas obtidas pela Operação Lava Jato: lavagem de dinheiro obtido com contratos ilícitos que geraram prejuízos à empresa e a seus acionistas. Ação semelhante pode ser demandada na Corte de Nova York.

Ganhando ou perdendo a eleição, Dilma e demais companheiros menos votados não escaparão de tais ações judiciais previstas para um futuro bem próximo.

Releia nosso artigo de ontem: Chegando no Pai, nos filhos e na conta do Espírito Santo

O Mito do Presidente Lula



Historiador Marco Antonio Villa desmarcara Lula em entrevista a Augusto Nunes, da Veja.

Sujeira na calcinha


Carnavalescos em 1924


Na foto do lendário Augusto Malta, clicada há 90 anos, aparecem os espíritos fundadores da Confraria do Garoto. De cartola e vestidinho, o pai do Xerife Nelson Couro, Antonio Couto (o Lascada) aparece ao lado do irmão Oscar Barreiros (o Sarará, padrinho do Nelson) e do primo dele. Provas históricas de que a alegria carioca precisa superar as barreiras do tempo.

Desgoverno patético


Imortalidade Póstuma



© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 11 de Agosto de 2014.

charge do amarildo

Esta charge do Amarildo foi feita originalmente para o

POEMA DA NOITE A memória de Fernando Pessoa, por António Tomás Botto


Se eu pudesse fazer com que viesses
Todos os dias, como antigamente,
Falar-me nessa lúcida visão -
Estranha, sensualíssima, mordente;
Se eu pudesse contar-te e tu me ouvisses,
Meu pobre e grande e genial artista,
O que tem sido a vida - esta boémia
Coberta de farrapos e de estrelas,
Tristíssima, pedante, e contrafeita,
Desde que estes meus olhos numa névoa
De lágrimas te viram num caixão;
Se eu pudesse, Fernando, e tu me ouvisses,
Voltávamos à mesma: Tu, lá onde
Os astros e as divinas madrugadas
Noivam na luz eterna de um sorriso;
E eu, por aqui, vadio de descrença
Tirando o meu chapéu aos homens de juízo...
Isto por cá vai indo como dantes;
O mesmo arremelgado idiotismo
Nuns senhores que tu já conhecias
- Autênticos patifes bem falantes...
E a mesma intriga: as horas, os minutos,
As noites sempre iguais, os mesmos dias,
Tudo igual! Acordando e adormecendo
Na mesma cor, do mesmo lado, sempre
O mesmo ar e em tudo a mesma posição
De condenados, hirtos, a viver -
Sem estímulo, sem fé, sem convicção...
Poetas, escutai-me. Transformemos
A nossa natural angústia de pensar -
Num cântico de sonho!, e junto dele,
Do camarada raro que lembramos, 
Fiquemos uns momentos a cantar! 

António Tomás Botto (Casal de Concavada, Abrantes, Portugal, 17 de agosto de 1897 - Rio de Janeiro, 16 de março de 1959) - Poeta e contista português, causou polêmica nos meios religiosos conservadores em Portugal quando publicou o livro Canções. Também foi amigo de Fernando Pessoa. Mudou para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, onde morreu atropelado.