domingo, 6 de julho de 2014

APOSENTADOS, UMA CAMADA SOCIAL QUE NINGUÉM DEFENDE

FAZ SUCESSO NA INTERNET O DESABAFO DOS  APOSENTADOS


Carlos Newton
O sempre atento comentarista Manoel Vidal, advogado, escritor e ex-Chefe de Polícia do Rio de Janeiro, não envia um texto-desabafo que está circulando pela internet, mostrando o desprezo com que os governos tratar os aposentados. Deem uma olhada:
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“Gente não sei como o povo aguenta isso calado, sem reagir. Este ano (2014), o governo deu os seguintes reajustes: 
Para Aposentados = 5,7% ( A cada ano a defasagem é maior, o aposentado vai ganhando menos) 
Reajuste para Trabalhador = 7,5% 
Reajuste para Bolsa Família= 10% (Só para garantir o voto de quem não tem compromisso com o trabalho) 
 É justo? Onde anda você, cara pálida! Somos mais de 30 milhões de aposentados! Não podemos admitir que distribuam o nosso  dinheiro com quem nunca trabalhou 35anos na vida (esta é a lei). Saiam do sofá e da cama, pelo menos no dia 05/10/2014, e vamos dar o troco nas urnas a este governo de desqualificados.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O desabafo está desatualizado. Falta incluir a informação de que o governo acaba de autorizar reajuste  de 9,65% para os planos de saúde, arrebentando ainda mais com o pessoal da terceira idade. (C.N.)

http://tribunadaimprensa.com.br/

O resgaste de Entebe 36 anos de um feito épico


Posted: 05 Jul 2014 10:32 AM PDT

O resgaste de Entebe 36 anos de um feito épicoHá 36 anos, no dia 4 de julho de 1976, o exército e a força aérea de Israel completaram uma de suas mais ousadas e bem sucedidas missões: Numa extraordinária operação militar, Israel resgatou 256 tripulantes de um vôo da Air France, mantidos reféns por terroristas Palestinos no aeroporto de Entebbe, em Uganda. Os tripulantes, inclusive os pilotos franceses, foram mantidos em cativeiro durante oito dias. A operação foi liderada por Yonatan Netanyahu – irmão do ex-primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu – que foi o único soldado Israelense morto durante o resgate. Ironicamente, as Nações Unidas condenaram Israel por ter violado a soberania de Uganda! A fantástica missão de resgate dos reféns israelenses e de judeus de diferentes nacionalidades, em Uganda, surpreendeu o mundo e provou que até o impossível pode ser feito no combate ao terrorismo. 

Kulam lishkvav! Todos no chão. Somos do exército Israelense”. Com estas palavras, o soldado Amos Goren anunciava às 103 pessoas mantidas como reféns por um grupo de terroristas, no Aeroporto Internacional de Entebe, que a história de seu trágico sequestro, iniciado no dia 27 de junho de 1976, poderia ter um final feliz.

O resgaste de Entebe 36 anos de um feito épico
Airbus A 300 da Air France
Inicialmente denominada “Operação Thunderball”, tornou-se internacionalmente conhecida como “Operação Yonathan” e foi tema de inúmeros filmes e livros. O nome da missão foi modificado em homenagem ao comandante da força-tarefa, o tenente coronel Yonathan Netanyahu (irmão do ex-Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu), único militar israelense morto durante a ação. Essa foi a missão mais famosa da unidade Sayeret Mat'kal.

O drama dos reféns começou com o seqüestro do Airbus A 300 da Air France durante o vôo AF 139, Tel Aviv-Paris, com escala em Atenas, na Grécia, com 258 pessoas a bordo. Oito minutos após a decolagem, a aeronave foi dominada por quatro terroristas, dois dos quais possuíam passaportes de países Árabes, um do Peru com o nome de A. Garcia e uma mulher do Equador de nome Ortega. Posteriormente, descobriu-se que os dois últimos eram membros da organização terrorista Alemã Baader-Meinhof (Wilfried Bõse "Garcia" e Gabriele Krõcher-Tiedemann "Ortega" ). O avião foi desviado para Entebe após aterrissar em Bengazi, na Líbia, para reabastecimento e chegou a Uganda na madrugada do dia 28.

Os quatro terroristas haviam vindo do Kuwait pelo vôo 763 da Singapore Airlines e iam com destino a Bahrein. Entretanto, ao desembarcar em trânsito, os quatro dirigiram-se ao check-in do vôo AF 139 da Air France.

Pilotado pelo comandante Michel Bacos, o avião francês decolou do aeroporto Ben-Gurion às 8h59, chegando em Atenas às 11h30.

Desembarcaram 38 passageiros e embarcaram 58, entre os quais, os quatro sequestradores. O total a bordo era então de 246 pessoas, mais a tripulação.

12h20, a aeronave já cruza os céus novamente rumo ao seu destino final: Paris. Oito minutos após a decolagem, enquanto as aeromoças preparam-se para servir o almoço, os terroristas assumem o controle do avião.

As autoridades aeroportuárias em Israel e a estação de controle da Air France percebem que perderam contato com o vôo AF 139, alguns minutos após a decolagem em Atenas. Os ministros de Transporte e da Defesa, que participam da reunião semanal do gabinete com o primeiro-ministro Yitzhak Rabin, são imediatamente informados. Apesar de não saber ainda o que acontecia a bordo, o setor de Operações das Forças de Defesa de Israel (FDI) prepara-se para um eventual pouso da aeronave em Lod.
O resgaste de Entebe 36 anos de um feito épico
Símbolos da FPLP e do RAF

14h00, o Airbus comunica-se com a torre de controle do aeroporto de Bengazi, Líbia, solicitando combustível suficiente para mais quatro horas de vôo, além de pedir que o representante local da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) seja encaminhado ao local. Descobriu-se então que a FPLP estava a frente do sequestro.

O resgaste de Entebe 36 anos de um feito épico
      Gabriele Tiedemann e Wilfred Bose 
14h59, o aparelho desce em Bengazi e apenas uma mulher é libertada. Ela consegue convencer os terroristas e um médico líbio que está grávida e sob risco de aborto. Na verdade, está indo para o enterro de sua mãe em Manchester, Inglaterra. Após algumas horas, parte para seu destino.

Em Israel, terminada a reunião, Rabin convoca ao seu gabinete alguns ministros – Peres, da Defesa; Yigal Allon, das Relações Exteriores; Gad Yaakobi, dos Transportes; e Zamir Zadok, da Justiça. Fosse qual fosse o desfecho da história, esses homens teriam que tomar decisões e estavam-se preparando para isso, pois já sabiam que dentre os passageiros havia 77 com passaporte Israelense. Rígida censura é imposta aos meios de comunicação para que não divulguem listas de passageiros e para impedir a veiculação de informações que possam, de alguma maneira, ajudar os sequestradores. Iniciam-se, também, contatos com os familiares dos viajantes.

Em Bengazi o avião permanece seis horas e meia, durante as quais é reabastecido - "por preocupação humanitária do governo líbio para com os passageiros", segundo o coronel Kadafi.

21h50, o Airbus parte de Bengazi, voando à noite em direção ao sul, sobre o Saara líbio e o Sudão, afastando-se cada vez mais do Oriente Médio.

03h15, horário local em Uganda, 28 de junho, o avião aterrissa no aeroporto de Entebe. Em Israel, as unidades da FDI, em alerta no aeroporto, recebem ordens para retornar às suas bases. O que aconteceria dali em diante não exigiria medidas especiais em território israelense.

Ao amanhecer, paira em Israel e no mundo um clima cheio de dúvidas. Uganda seria o destino final dos seqüestradores ou apenas uma escala para abastecimento? Como estaria reagindo o governo de Idi Amin Dada diante dos acontecimentos – seriam anfitriões hostis ou parceiros no seqüestro? Afinal, desde 1972, as relações entre Israel e Uganda não eram amigáveis, pois o governo israelense havia-se recusado a fornecer jatos Phantom ao país, sabendo que Uganda pretendia usá-los para bombardear o Quênia e a Tanzânia. Idi Amin havia, então, expulsado todos os israelenses do país.

Oficialmente, o ditador de Uganda adotou uma atitude neutra em relação aos seqüestradores, mas na realidade eles eram bem-vindos. Líderes palestinos encontravam-se no aeroporto para receber o avião, bem como unidades do Exército de Uganda. Os reféns foram conduzidos para o prédio do antigo terminal do aeroporto.

Na terça-feira, dia 29, uma mensagem vinda de Paris, que primeiramente foi divulgada pela rádio de Uganda, revela os objetivos dos seqüestradores: a libertação até às 14h do dia 1 de julho de 53 terroristas – 13 detidos em prisões da França, Alemanha Ocidental, Suíça e Quênia, e 40 em Israel. Caso suas reivindicações não fossem atendidas explodiriam o avião com todos os passageiros.

Israel, a nação mais afetada, havia sempre deixado claro que nunca negociaria com o terrorismo e que estava preparado para derramar o sangue de seus cidadãos a fim de se ater a seus princípios. Em maio de 1974, por exemplo, terroristas tinham seqüestrado os alunos de uma escola de Maalot, na Galiléia; as Forças de Defesa de Israel (FDI) invadiram o edifício e fuzilaram os pistoleiros, mas à custa de 22 crianças mortas. Em Entebbe, entretanto, parecia impossível que Israel reagisse, pois apenas 105 reféns eram judeus - e o governo israelense seria criticado pela opinião pública mundial se pusesse em risco a vida dos outros.

Na quarta-feira, 30, França e Alemanha afirmam que não soltariam os terroristas, posição que se supunha seria a mesma de Israel. A França, no entanto, revela uma certa flexibilidade ao anunciar que seguiria a posição do governo israelense que, até então, mantinha-se em compasso de espera, aguardando o desenrolar dos acontecimentos.

Curiosamente, na mesma quarta-feira,foram os próprios terroristas que desperdiçaram sua maior vantagem. Sem atinar para as implicações de seu ato, separaram os reféns não-judeus e, aparentemente num gesto de consideração para com os outros países, permitiram que 47 reféns, – exceto israelenses ou judeus – retomassem sua viagem para a França. O capitão Bacos e sua tripulação recusam-se a acompanhar o grupo, afirmando que não abandonariam os demais passageiros. Uma freira francesa também insiste em ficar, mas é impedida pelos terroristas e pelos soldados ugandenses.

A libertação de alguns reféns e a evidência cada vez maior de que o principal alvo dos terroristas era pressionar Israel, aumentam a tensão em Israel e a pressão dos familiares para que o país atenda às exigências dos sequestradores. Nos círculos militares e altos escalões do governo, reuniões e mais reuniões são realizadas, além do levantamento de informações feito pela Inteligência em busca de dados que possam ser úteis a uma eventual ação de resgate. Novos nomes integram-se às reuniões entre as FDI e os ministros, entre os quais, o general brigadeiro Dan-Shomron, 48 anos, chefe dos pára-quedistas e oficial de infantaria; o general Benni Peled; e Ehud Barak, vice-diretor do Serviço de Inteligência das FDI.

Agentes secretos Israelenses do Mossad, interrogaram os reféns liberados a respeito dos sequestradores; número, nacionalidades, armamento, idioma, vestuário, rotina, e sobre as forças ugandenses no local e tudo que tivessem algum valor para uma possível missão de resgate em Entebbe. Uma fonte muito importante foi um passageiro Francês de origem judaica que havia sido erroneamente libertado com os reféns não judeus. O homem tinha treinamento militar e "uma memória fenomenal" segundo Muki Betzer, permitindo a coleta da inteligencia sobre o número de armas e dos sequestradores, entre outras informações úteis.

A confirmação dada pelos reféns soltos, meticulosamente entrevistados pelos serviços secretos da França e de Israel, de que o governo de Idi Amin estava apoiando os terroristas foi fundamental para as medidas que seriam tomadas por Israel a partir de 1 de julho, quinta-feira, quando, 90 minutos antes de expirar o prazo dado pelos sequestradores, o gabinete se reúne e aprova o início de negociações com os terroristas. Estes, por sua vez, afirmam não estar interessados em negociações e sim no atendimento de suas reivindicações, estendendo o prazo até às 14h do dia 4 de julho. Esta prorrogação de prazo iria se revelar crucial para permitir que as forças Israelenses tivessem tempo suficiente para chegar a Entebbe.

É nesse 1 de julho que o Serviço de Inteligência descobre que o aeroporto de Entebe fora construído por uma empresa israelense – Solel Boneh, o que possibilita o acesso às plantas originais do local. Cada vez mais, após intensos encontros com oficiais do exército, Peres convence-se de que a opção militar é possível e que é apenas uma questão de tempo para que todas as peças do quebra-cabeça se encaixem. Tempo, no entanto, é algo que Israel não tem.

A opção militar desponta como caminho viável. A principio os israelenses trabalham com três opções:

a) Um lançamentos de pára-quedistas no Lago Victoria e um silencioso desembarque em Entebbe usando barcos de borracha;

B) Um cruzamento em grande escala do Lago Victoria, partindo da margem queniana - usando barcos que poderiam ser alugados, emprestados ou simplesmente roubados; 

c) Um pouso direto em Entebbe, seguido de um assalto rápido e uma remoção imediata dos reféns por ar por forças especiais da unidade Sayeret Mat'kal. 

Nos dois primeiros planos, após libertar os reféns, os israelenses iriam depender da ajudar de Idi Amin ou da intervenção da ONU para sair de Uganda. Porém nas próximas horas, as duas primeiras opções seriam descartadas por razões militares e porque os dados colhidos em Paris confirmavam que Idi Amin estavam apoiando os terroristas. Sendo assim o assalto direto a Entebbe seria a opção adotada.

O General-Brigadeiro Dan Shomron é nomeado comandante da missão em terra e Yoni Netanyahu, comandante da unidade Sayeret Mat'kal, comandante da força-tarefa que a executará. Uma réplica do antigo terminal de Entebe é construída para simulação da operação, com base nas plantas obtidas junto à Solel Boneh e em fotografias aéreas, e os comandos começam a treinar. Enquanto isso, um grupo de 101 reféns – excluindo-se israelenses e judeus de outras nacionalidades – chega a Paris. Trazem duas informações essenciais para Israel: a primeira, de que haveria menos pessoas para resgatar; a segunda, de que apenas judeus estavam sendo mantidos como reféns, além da tripulação, o que, para o governo, significava que os seqüestradores possivelmente acabariam matando a todos, mesmo que suas exigências fossem atendidas.

12h do dia 2 de julho, sexta-feira, os chefes dos comandos da missão, então denominada “Thunderball”, apresentam os planos detalhadamente para Shomron. Duas horas depois, Yoni reúne-se com os oficiais para as ordens finais, antes de mais uma simulação na réplica do aeroporto, incluindo o pouso dos aviões nas pistas sem iluminação de Entebe. O ensaio levou 55 minutos, do momento em que o avião aterrissou até a sua decolagem. A preocupação maior entre todos os envolvidos é obter o máximo do “elemento-supresa”.

O resgaste de Entebe 36 anos de um feito épicoO ponto fundamental do plano de Shomron era fazer aterrissar em Entebbe, no meio da noite, quatro aviões Hércules C-130 de transporte, que descarregariam tropas da unidade Sayeret Mat'kal e veículos. Para evitar que os aviões fossem detectados, o primeiro Hércules seguiria imediatamente atrás de um avião de carga inglês cujo vôo regular era esperado no aeroporto de Entebbe.

Pára-quedista israelense da unidade de reconhecimento de elite Sayeret Tzanhanim. Ele está usando um uniforme padrão das FDI, com o novo modelo de capacete, que teve sua estréia em Entebbe. Ele está armado com o novo fuzil-automático Galil de 5,56mm introduzido recentemente nas FDI. Ele carrega granadas de rifle HE do Galil nas costas e luzes de emergencia para serem usadas na pista de pouso.

As tropas que realizariam a ação em terra estavam divididas em cinco grupos de assalto:

Grupo de Assalto 1: se encarregaria da segurança da pista e dos aviões (era formado por 33 médicos que também eram soldados);

Grupo de Assalto 2: tomar o edifício do antigo terminal e libertar os reféns;

Grupo de Assalto 3: tomar o edifício do novo terminal;

Grupo de Assalto 4: impedir a ação das unidades blindadas de Idi Amin (estacionadas em Kampala, a 30 km de distância) e destruir os aviões de combate ugandenses Mig 17 e Mig 21 estacionados no aeroporto, para impedir uma possível perseguição. Este grupo também iria cobrir a estrada de acesso ao aeroporto, pois sabia-se que o Exército ugandense tinha tanques T-54 soviéticos e carros blindados OT-64 tchecos para transporte de tropas a aproximadamente 32 km da Capital Kampala;

Grupo de Assalto 5: evacuar os reféns, conduzindo-os para o Hércules que estaria à espera e seria reabastecido no local ou em Nairóbi, no vizinho Quênia - um dos poucos países africanos amigos de Israel.

Levando em conta que haveria inúmeras baixas, um Boeing 707, transformado em avião-hospital, voaria diretamente para Nairóbi durante o ataque. Ao mesmo tempo, outro 707 sobrevoaria Entebbe transmitindo informações ao quartel-general em Israel.

Na medida do possível, tudo foi feito para eliminar os riscos. Sabia-se, por exemplo, que Amin uma vez chegara a Entebbe num Mercedes preto escoltado por um Land Rover, e veículos como esses foram embarcados no Hércules que iria à frente, com o objetivo de confundir os ugandenses nos vitais primeiros minutos.

1h da madrugada do dia 3 de julho, sábado, Motta Gur telefona para Peres e o informa que os homens estão preparados e que a operação pode ser executada.

13h20 do dia 3 de julho de 1976, sábado, o tenente coronel Joshua Shani inicia a decolagem do primeiro dos quatro aviões Hércules C-130, do Aeroporto Internacional Ben-Gurion, em Lod, com destino a Entebe. Poucos segundos depois, cada um dos outros aparelhos também parte, porém em direções diferentes. Afinal, a passagem de quatro Hippos (“hipopótamos”), como são descontraidamente chamados por suas tripulações, em horários semelhantes, não passaria desapercebida sobre os ensolarados céus de Tel Aviv, durante um verão que prometia ser tão quente quanto os anteriores. E o que menos se pretendia, naquele dia, era chamar a atenção e provocar especulações.

O resgaste de Entebe 36 anos de um feito épico
A bordo dos Hippos, a força-tarefa especial comandada por Shomron e Yoni tinha um objetivo bem definido: libertar os reféns em Entebe. Apesar de a missão de resgate não haver sido, ainda, aprovada pelo gabinete israelense, a partida dos aviões fora autorizada pessoalmente por Rabin, senão não haveria tempo hábil para sua execução. A permissão fora dada a Motta Gur.

O resgaste de Entebe 36 anos de um feito épicoEnquanto os ministros se reúnem para analisar as possíveis alternativas para a situação, incluindo a possibilidade de o país atender às exigências dos terroristas, os aviões aterrissam em Sharm el-Sheik, na região do deserto do Sinai, para abastecer e partem novamente rumo a Uganda, voando a baixa altitude sobre o Mar Vermelho para não serem detectados por sistemas de radares. 

O ponto fundamental no plano de Shomron consistia em fazer aterrissar o primeiro Hércules imediatamente atrás do avião de carga inglês que estava sendo esperado em terra, pois este não apenas absorveria a atenção dos operadores de radar ugandenses como também encobriria o ruído feito pêlos aviões israelenses. A precisão tinha de ser absoluta - e foi. Sete horas depois da decolagem, a força israelense aproximava-se de Entebbe, num céu carregado de chuva, sempre na escuta do comandante inglês, que recebia as instruções da torre de controle. O C-130 de Shomron colocou-se exatamente atrás do cargueiro.

Eram 23h e o tenente coronel Shani desce silenciosamente o seu Hippo em Entebe depois de sete horas e meia de vôo e a distância de quatro mil quilômetros desde a decolagem em Israel. A lendária capacidade de precisão de aterrissagem do Hércules foi bem explorada. O pessoal que deveria cuidar da segurança da pista desceu rapidamente. Os operadores de radar não perceberam o intruso e nenhum alarme foi dado. Por esse erro, seriam logo depois mortos pelo enraivecido e humilhado Idi Amin.

O Hércules seguiu para uma área mais escura da pista e, enquanto o cargueiro inglês taxiava, o Mercedes e dois Land Rover desceram a rampa, transportando o grupo que iria assaltar o velho terminal. O Hércules seguiu para uma área mais escura da pista e, enquanto o cargueiro inglês taxiava, dez membros da brigada de infantaria Golani saltam do avião e espalham sinais para orientar a aterrissagem das outras três aeronaves, que se aproximam rapidamente. A rampa de carga é aberta e por esta desliza um Mercedes preto, artifício considerado fundamental para a missão, dois Land Rover e 35 membros da força-tarefa, entre eles Netanyahu. Os militares que iam no Mercedes estavam vestidos com uniformes ugandenses. 


O resgaste de Entebe 36 anos de um feito épico
Momento dramático, troca de tiros com os Ugandenses
Mas os ugandenses logo perceberam a farsa e a 100 m do terminal duas sentinelas, com metralhadoras apontadas, ordenaram ao carro que parasse. Netanyahu e outro oficial abriram fogo com pistolas dotadas de silenciador, atingindo um dos homens, e o grupo seguiu em frente até uns 50 m do edifício, A partir daí, os israelenses foram a pé. Os reféns estavam todos deitados no salão principal e muitos dormiam. Quatro terroristas haviam sido deixados montando guarda, um à direita, dois à esquerda e um no fundo do salão. Todos estavam de pé e puderam ser identificados .por causa das armas que portavam. Apanhados de surpresa, foram mortos imediatamente, e o grupo de assalto subiu pelas escadas. Os reféns advertiram que havia mais terroristas e soldados ugandenses no andar de cima. As ordens eram para tratar os ugandenses como inimigo armado, se abrissem fogo; caso contrário, seriam poupados. Mas para os terroristas não haveria misericórdia. Diversos deles foram eliminados à queima-roupa enquanto dormiam. Ao todo, morreram 35 ugandenses e treze terroristas - entre os quais Bõse e Krôcher-Tiedemann. Cerca de sessenta soldados ugandenses fugiram do edifício. A ação no terminal antigo durou três minutos.

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Yoni Netanyahu
Sete minutos depois que o primeiro Hércules aterrissou, o segundo pousava, seguido pelo terceiro e pelo quarto. Logo que as rampas eram baixadas, jipes e veículos de transporte saíam em disparada, atravessando a pista. O grupo comandado pelo coronel Matan Vilnai assaltou o edifício do novo terminal, que havia sido apressadamente abandonado pêlos ugandenses. As tropas de Amin pareciam totalmente confusas e incapazes de esboçar uma reação coerente. A única resistência determinada vinha da torre de controle, de onde partiu a rajada que feriu mortalmente Netanyahu, postado do lado de fora do velho terminal. Mas a unidade de Vilnai eliminou esse núcleo de oposição graças ao fogo concentrado de metralhadoras e lança-granadas.

Operador da Sayeret Mat'kal em Entebbe, julho de 1976. Ele está armado com fuzil automático AK-47 de fabricação soviética e para confundir o inimigo, está usando um uniforme camuflado sírio. O ditador Idi Amin usava seguranças palestinos que vestiam uniformes camuflados com esta estampa.

O grupo do coronel Uri Orr encarregou-se do embarque dos reféns no avião que os aguardava. A equipe que tinha ordens de eliminar os Migs 21 e 17 ugandenses levou poucos minutos para transformar onze deles em bolas de fogo com rajadas de metralhadoras. O último dos quatro Hippos, com Shomron a bordo, parte de Entebe às 00h30 do dia 4 de julho – 90 minutos depois de o primeiro ter aterrissado.

Após uma breve escala em Nairobi, para reabastecimento e a transferência dos feridos para um Boeing com um hospital a bordo. Apesar de todos os esforços dos médicos – então chefiados pelo coronel Ephraim Sneh, Yoni não resiste aos ferimentos e falece. O saldo total de mortos da Operação Yonatan: 4 –Yoni e três reféns – dois mortos no fogo cruzado com os terroristas e uma senhora de idade, Dora Bloch, que havia sido transferida para um hospital de Uganda e que posteriormente foi assassinada por ordem de Idi Amin. Depois de reabastecer, os israelenses tomaram o caminho de volta, às 4h08.

Nas primeiras horas da manhã do dia 4 de julho, o Hippo pilotado por Shani sobrevoa Eilat e desce em uma base da Força Aérea de Israel (FAI) na região central do país. Enquanto os reféns são atendidos pelas equipes de terra, as unidades de combate descarregam seus equipamentos. Em seguida, retornam às suas bases e retomam suas funções de rotina, afastados da euforia que tomava conta de Israel e da admiração e respeito que haviam conquistado em todo o mundo pelo que haviam feito naquela noite. Para eles, mais uma missão fora cumprida... Era o seu dever, para o qual são treinados.

Ainda no dia 4, aproximadamente ao meio-dia, um Hércules da FAI aterrissa no Aeroporto Internacional Ben-Gurion. De suas portas traseiras, 102 pessoas - homens, mulheres e crianças - correm em segurança para se reunir a seus familiares e amigos. A Operação Entebbe permanecerá para sempre como um feito extraordinário na história da aviação, embora a sorte tenha sido um fator essencial. Mas esse resgate nem mesmo seria cogitado se, para executá-lo, não existissem homens motivados e treinados em um nível verdadeiramente fantástico.

Nota: Segundo algumas informações, o Coronel Ulrich Wegener comandante da unidade antiterrorista alemã GSG 9, estava entre os comandos israelenses durante a operação, possivelmente devido à presença dos dois terroristas alemães. Em 1977, esta unidade realizaria uma grande operação de resgate também na África em Mogadíscio na Somália, quando Boeing 737 da Lufthansa foi sequestrado. 

O resgaste de Entebe 36 anos de um feito épico
Mota Gur (esq) e Dan Shomron
Em 2001, Dan-Shomron, relembrou os fatos do resgate em Entebbe com naturalidade e não gostou muito de mencionar a palavra heroísmo quando falava da missão. Em uma entrevista publicada pela revista do The Jerusalem Post, no mês de junho de 2001, Shomron – que foi chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de 1987 a 1991 – afirma que vários fatores contribuíram para o êxito da missão.

O resgate foi planejado nos seus mínimos detalhes, considerando-se o tempo necessário para todas as etapas, incluindo as baixas que poderiam ocorrer. Segundo o ex-chefe das Forças Armadas, Entebe não foi uma missão suicida. Além dos dados precisos, o grupo era formado por cerca de 200 soldados escolhidos entre os melhores do país, dos mais altos escalões em cada unidade das FDI.

Shomron relembra que os estrategistas já sabiam que o aeroporto de Entebe fora construído por uma empresa israelense – o que permitiu o acesso às plantas do local; informações importantes também foram obtidas junto a diplomatas e empresários israelenses que, até 1972, viajavam freqüentemente a Uganda, além da própria FAI, que, em função das boas relações diplomáticas entre Israel e Uganda no passado, conhecia bem as instalações. Reféns soltos pelos terroristas antes do dia 3 de julho também forneceram detalhes essenciais sobre o número de seqüestradores e sobre o local no qual haviam sido mantidos presos, Um dos reféns libertados posteriormente foi o rabino Raphael Shamah, na época estudante de uma Yeshivá em Israel.

O resgaste de Entebe 36 anos de um feito épico
Reféns chegam a Israel
“Nós sabíamos que havia grandes probabilidades de o aeroporto ter passado por algumas modificações desde a sua construção. Mas estes dados também poderiam ser obtidos de alguma maneira. O elemento mais importante com o qual contávamos, no entanto, era a surpresa. Ninguém poderia imaginar que Israel tentaria realizar uma missão de resgate a quatro mil quilômetros de distância de suas fronteiras, sobrevoando o espaço aéreo de países hostis. Este elemento não poderia ser desperdiçado. Nós sabíamos que, se conseguíssemos chegar ao local sem ser descobertos, qualquer ação após o pouso em Entebe teria que ser muito rápida e deveria ser efetuada antes que os terroristas ou os soldados ugandenses que os apoiavam pudessem perceber o que estava acontecendo”, relembra Shomron. E acrescenta:

“O fato de não ser plausível era um ponto essencial para o sucesso”. Mais um fator contribuiu para o êxito da missão. Dos 13 terroristas envolvidos no sequestro, apenas oito estavam no local. Segundo Shomron, aparentemente os demais estavam fora do aeroporto. Os soldados Ugandenses também foram rapidamente dominados pelos comandos Israelenses.

Quando perguntado como via a missão 25 anos depois, respondeu: “Combater o terrorismo exige, antes de mais nada, vontade política. Não há dúvidas de que o resgate provocou um impacto muito grande em Israel e no mundo, pois mostrou que é possível enfrentar o terror onde quer que este se manifeste. Desde então, vários países criaram unidades de combate ao terrorismo e aumentou o intercâmbio entre os vários Serviços de Inteligência”. Mas ele faz uma ressalva:

O resgaste de Entebe 36 anos de um feito épico“O êxito criou a ilusão de que Israel sabe tudo e pode fazer tudo, em qualquer circunstância, o que não é verdade. Há situações em que se sabe muito e pode-se planejar quase tudo com exatidão. Em outras, não se sabe nada e, portanto, não se pode fazer nada. Por isso, quando me perguntaram qual dos participantes da ação poderia ser condecorado por heroísmo, respondi “nenhum”. Pois o resgate em Entebe foi uma missão planejada detalhadamente, treinada tantas vezes quanto possível dentro do pouco tempo que tínhamos e cuja execução foi tão semelhante ao nosso plano que não exigiu nenhum ato heróico para superar os problemas surgidos. Todos cumpriram com o mesmo empenho o seu dever de soldados”.

Fonte: itonsheli.blogspot.pt

Raça - by Miranda Sá

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

A tenebrosa estratégia lulo-petista de dividir para dominar, além de incentivar a luta de classes característica do hitlerismo, ativou através da sua propaganda fascista um antagonismo racial que vinha desaparecendo na realidade brasileira.
Eram tão pontuais as manifestações discriminatórias e tão intensa a miscigenação no Brasil, que levaram o antropólogo Darcy Ribeiro a projetar um povo bronzeado, produto de todas as nacionalidades aqui convergentes.
No seu livro “O Povo Brasileiro”, Darcy defende com lucidez a tese da nossa formação plural, e não é vão o estudo científico da benéfica e saudável composição do povo brasileiro de originários africanos, europeus, indígenas e orientais. É mais comum entre nós ver-se a mescla de casais de procedência diferente do que a discriminação declarada nos EUA e na Europa, mesmo em alguns países latino-americanos.
Entretanto, por força do estratagema político do PT, renascem manifestações racistas de brancos contra pretos, pretos contra brancos, anti-semitas e desprezo pelos emigrantes bolivianos, índios e até regionais, de nordestinos contra sulistas e sulistas contra nordestinos...
A última manifestação degenerada de racismo surgiu quando o diabólico chefe do lulo-petismo, Lula da Silva, assacou contra a “elite branca paulista”, culpando discriminatoriamente este estamento social pelas vaias e xingamentos de sessenta mil pessoas à presidente Dilma, num estádio esportivo de São Paulo.
É abrangente o epíteto “elite branca”, criada pela manobra marqueteira, lulista. Manobra nauseabunda, aliás, porque atinge um dos pilares mais produtivos da população brasileira. Para os arautos nacionais do “socialismo bolivariano”, ávidos por reescrever a História do Brasil, é desprezível a emigração européia e judaica.
As levas de brancos europeus fugidos de guerras, perseguições políticas e pogroms, aqui aportados viajaram, em sua maioria, em semelhantes condições subumanas dos africanos. Não as primeiras emigrações estimuladas ainda no Império.   
O ignorante pelego sindical que chegou ao poder por um estelionato eleitoral nunca estudou – e os seus comparsas “intelectuais” pendurados nas tetas do governo não lhe ensinaram que a imigração européia passou a fazer parte da política imperial, visando à ocupação de regiões despovoadas do Sul do País.
O próprio imperador, assessorado pelo genro francês, o Conde D’Eu, incentivou a formação de colônias do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, numa política de ocupação que deu certo, porque todos os núcleos prosperaram.
Alemães, seguidos pelos austríacos e italianos, exploraram e prepararam as terras inóspitas do Rio Grande do Sul e estenderam a ocupação seguindo o caminho dos rios. A região Sul recebeu então mais colonos germânicos e também poloneses, russos, tchecos, ucranianos e portugueses da Ilha da Madeira
No Sudeste, espanhóis, italianos e portugueses foram hegemônicos na migração. O Rio de Janeiro, Espírito Santo e principalmente São Paulo, ganharam com este surto, que promoveu a chegada de técnicos e artesãos que favoreceram as incipientes indústrias.
No desenvolvimento da agricultura, estavam os japoneses, e o progresso comercial deveu-se aos libaneses, sírios e turcos.
É esta a “elite branca” discriminada e esnobada pelos pelegos que ocupam o poder. Um governo que favorece e beneficia a entrada de bancos estrangeiros, privilegia a indústria automobilística e faz negociatas com empreiteiras, que, evidentemente, não estão nas mãos de negros, índios ou nordestinos.
A discriminação contra a “elite branca” tem a cara do PT e dos seus astutos roedores do Erário. Como mestiço que sou (e com muito orgulho) desprezo mais esta maquinação da pelegagem. E estamos conversados.

HUMOR - CHARGE DO DUKE


Depois da Globovisión, chegou a vez do mais importante jornal da Venezuela, El Universal, passar para as mãos de chavistas


Muro pichado em Caracas.



Depois da Globovisión, principal rede de TV,cujo dono exilou-se nos EUA, acaba de ser vendido o mais importante jornal diário da Venezuela, El Universal. Novo presidente do diário 'El Universal' afirma que ocomprador não tem vínculo com o chavismo e que não pretende mudar linha editorial da publicação.

. O que se sabe de verdade é que Globovisión e El Universal passaram para o controle do governo ditatorial de Caracas.

. A liberdade de imprensa na Venezuela é cada dia menor. 


. O jornal El Universal, um dos mais antigos da Venezuela e um dos poucos ainda críticos ao governo de Nicolás Maduro, foi vendido para um grupo de investidores espanhóis, segundo a agência de notícias Associated Press. A venda foi confirmada pela própria publicação nesta sexta-feira em sua versão digital, mas o nome do comprador não foi divulgado oficialmente. Segundo o texto, o novo presidente do jornal, o engenheiro civil Jesús Abreu Anselmi, assegurou que o grupo comprador “não tem nenhum vínculo com o governo” e que a linha editorial será mantida.

PAC - Programa de Aceleração de Cuba


Posted: 05 Jul 2014 07:05 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Celio Pezza

Recentemente, falei sobre os investimentos em Cuba do governo brasileiro, em especial no porto de Mariel, perto de Havana, com mais de US$ 700 milhões do BNDES, ou seja, nosso dinheiro sendo desviado para a ditadura cubana.

Agora, falo sobre uma nova ideia do governo petista: a ida de indústrias farmacêuticas brasileiras para Cuba, para produzir remédios genéricos em solo cubano e exportar para o Brasil. Essas empresas seriam instaladas na Zona Especial do Porto de Muriael (ZEDM), com tecnologia cubana e dinheiro brasileiro. De acordo com o vice-presidente da BioCuba Farma, Dr. José Luiz Fernandes Yero, esse programa irá favorecer o estabelecimento de industrias de suporte para o desenvolvimento da BioCubaFarma  e gerar milhares de empregos em Cuba.

Na verdade, seria uma espécie de PAC (Programa de Aceleração de Cuba), financiado com nosso dinheiro, para produzir remédios em solo cubano. As empresas farmacêuticas brasileiras vêm sendo procuradas há mais de um ano, sendo que os primeiros contatos foram através da própria Odebrecht, responsável pela construção do porto cubano.

Desde o início de 2014, o governo brasileiro está empenhado na busca dessas empresas, o que vai contra o plano que o próprio governo brasileiro traçou para o desenvolvimento do setor farmacêutico interno. O Brasil acaba de criar um parque nacional e não tem sentido deixar tudo de lado e partir para novos investimentos em Cuba. As empresas convidadas são alvo de tanta insistência da própria presidenta Dilma que devem ter benefícios econômicos fantásticos.

Recentemente, o próprio José Serra, criador do programa dos genéricos no Brasil, escreveu um artigo na Folha de São Paulo, denunciando como o atual governo está dificultado o crescimento do programa dos genéricos no Brasil através da própria ANVISA. Agora, se fomentarmos uma transferência dessas indústrias para Cuba, passaremos de produtores para importadores de remédios genéricos, o que é péssimo para a saúde do brasileiro, sem falar nos postos de trabalho, receitas e impostos.

A verdade é que a ilha dos irmãos Castro está levando nosso dinheiro e não sabemos a troco de que. No meio de tudo isso, volta o ex-presidente Lula com seu já conhecido discurso de que existe uma conspiração contra o PT, pela elite conservadora e pela imprensa, essa mesma que o partido faz de tudo para calar.


Célio Pezza é colunista, escritor e autor de diversos livros, entre eles: As Sete Portas, Ariane, A Palavra Perdida e o seu mais recente A Nova Terra - Recomeço. 

As Elites vermelhas



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Nelson Motta

Lula inventou uma bizarra luta de classes, em que não são os pobres que odeiam os ricos por sua opressão, exploração e privilégios, são os ricos que não suportam que os pobres comam, tenham um teto e, suprema afronta, viajem de avião pagando em dez vezes.
E não se contentam em explorá-los e desprezá-los, amam odiá-los, logo eles, que vão consumir os bens e serviços que os ricos produzem para ficarem ainda mais ricos. Isso não é coisa de rico, é de burro, e Lula, rico, de burro não tem nada.
Com o país vivendo uma era de prosperidade desde o Plano Real, os três governos petistas não só tiraram milhões da miséria e alçaram milhões da pobreza à classe média, como criaram uma nova classe de ricos, ocupando milhares de cargos no governo, nas estatais, nos estados e nas prefeituras. É o pleno emprego, partidário.
Apenas com os altos salários e vantagens, sem falar nas infinitas possibilidades de intermediações, roubos e achaques, são legiões de novos ricos que formam uma “elite vermelha” — que ama os pobres, mas adora o luxo porque ninguém é de ferro, e não xinga presidentes, a não ser Sarney, Collor e FH. Nos anos 60, havia a “esquerda festiva”, mas hoje a esquerda é profissional. É o povo no poder… rsrs.
Pior do que ser pobre, que pode ficar rico, é ser burro, que não vira inteligente, ou fanático, para acreditar nisso. Mesmo rico e inteligente, Lula não está percebendo que velhos truques não estão mais funcionando — e está difícil criar novos bordões e bravatas.
Essa de odiar os pobres não colou, porque os ricos agora “é nóis”. Como um Felipão atordoado, Lula volta ao velho “nós contra eles”, que o derrotou três vezes e o obrigou a fazer a “Carta aos brasileiros” para ganhar a eleição.
Doze anos de governos de um partido, até de bons governos, de qualquer partido, produzem profundo e inevitável desgaste e provocam desejos de mudança no eleitorado que progrediu nesse tempo, que está mais informado e exigente, e quer mais e melhor. Mas quando um governo é mal avaliado, com crescimento baixo e inflação alta, vítima de seus próprios erros...
É o eles contra eles.

Nelson Motta é Jornalista e Crítico Musical. Originalmente publicado em O Globo em 4 de Julho de 2014.

O DINHEIRO É SEU, MAS É DELES


Coluna do Carlos Brickmann

Carlos Brickmann
Carlos Brickmann

Ninguém precisa explicar, a gente sabe. Os bancos e seguradoras são excelentes anunciantes, logo não há muito incentivo para que os meios de comunicação mostrem como é que funcionam no mundo real. Acontece que os anúncios nos meios de comunicação existem, na maioria esmagadora dos casos, para atingir aos consumidores de informação e convencê-los de sua excelência e solidez. Se o leitor, ouvinte, telespectador ou internauta não for buscar informações nos meios de comunicação, por que é que os anunciantes irão botar lá seu dinheiro?

Equilíbrio, pois. Não é questão ideológica, como a tratada por Proudhon em A propriedade é um roubo; é questão pura e simples de prestação de maus serviços, sempre em prejuízo do cliente – que, por sinal, é também o consumidor de informações, e que vem sendo privado delas em benefício dos anunciantes.

Compre um celular, desses bem caros, e coloque-o no seguro. O pagamento da conta é imediato. Se o aparelho for roubado – bem, depois que o caro colega apresentar toda uma série de documentos, a seguradora se reserva o prazo de dez dias úteis para analisá-los. E, concluída a análise, o pagamento é prometido para daí a 15 dias úteis. Ou seja, durante mais de um mês o segurado é privado de sua propriedade, embora tenha pago caro por ela, embora tenha feito o seu seguro (e, no caminho, sempre surgem outros obstáculos, dúvidas, quedas do sistema, que fazem com que o prazo do pagamento seja ainda maior). Reclamar à supervisão da seguradora? Perfeito – mas a análise feita por eles demora mais que o tartarugal procedimento para pagar o que devem. Susep, Superintendência dos Seguros Privados? Sim, claro: deve-se procurar diretamente o Saci-Pererê.

Um leitor desta coluna tem conta num grande banco estatal, aberta já há algum tempo. Mudou-se para uma cidade a 3.200 km de distância da anterior. E perdeu o cartão da conta. Que fazer? Simples: tem o direito de sacar R$ 100,00 por dia com cheque avulso, com limite de seis saques por semestre. O novo cartão, já solicitado, leva os famosos 15 dias úteis – se não houver problemas. Abrir uma nova conta no novo domicílio e pedir transferência da conta? Quando tudo estiver pronto, a transferência do seu dinheiro demora de 10 a 15 dias úteis.

Por que? Na era da Internet, da computação, da nuvem, que é que explica a velocidade de diligência dos serviços que lidam com seu dinheiro? Simples: a gerente da agência onde o nosso leitor quer abrir a conta (agência do mesmo banco) diz que não tem como saber se ele é ele mesmo, embora apresente seus documentos. Afinal, o documento pode ser falsificado, sabe como é. E, na era da digitalização, da comunicação imediata on-line, diz a gerente que não há comunicação entre as agências. Por que ele não viaja 3.200 km para tratar desse assunto na agência anterior?

Dizem que os bancos estatais são mais lentos; mas, na verdade, são tão lentos quanto os privados. Tente resgatar um investimento. O dinheiro cairá na sua conta uns cinco dias (úteis) mais tarde. Dia útil? Computador tem folga? Pois é.
Na verdade, é óbvio: estão usando seu dinheiro para ganhar mais algumas quireras, à sua custa. O dinheiro não fica parado: é aplicado. Mas na conta deles, jamais na sua.
Para os meios de comunicação, é complicado brigar com anunciante. Mas será uma boa opção deixar de fazer a matéria e abandonar seus clientes mais fiéis, aqueles que buscam o veículo para obter informação e opinião?

São as normas

Outro leitor desta coluna, que tem problemas crônicos e irreversíveis de saúde, recebeu uma mensagem absolutamente surreal: de acordo com ofício da Secretaria da Fazenda de seu Estado, ele se livrou do imposto de renda e teve isenção parcial de contribuição previdenciária, “com vigência definitiva, tendo em vista tratar-se de doença de caráter permanente”.

Certo? Mais ou menos. Segue-se a seguinte e notável frase: “Em caso de continuidade da patologia que originou a referida isenção, é necessário o requerimento de nova perícia com antecedência de 60 dias do término de vigência do laudo atual”.

Se a doença é, como diz o ofício, “de caráter permanente”, que história é essa de “em caso de continuidade da patologia”, etc., etc.? E quando é que termina a vigência do tal laudo, se em nenhum trecho se faz referência a qualquer prazo que não seja permanente?

Complicado? Pois é. Mas deve haver muita gente que vive de criar essas complicações e administrá-las. Houve época em que jornais e emissoras de rádio cobriam bem essas loucuras burocráticas – numa época em que não havia Internet nem patrocínios maciços de governos aos meios de comunicação. Seria muita maldade imaginar que as compras oficiais, os patrocínios, as gordas verbas publicitárias estatais têm algo a ver com esse esquecimento dos procedimentos que servem apenas para aborrecer os contribuintes (que são, a propósito, os principais clientes dos veículos de comunicação)?

O pior é que nós pagamos – pagamos serviços malfeitos, atendimento pífio. E pagamos também as montanhas de publicidade sobre as virtudes oficiais, montanhas essas que, em nossa cabeça malvada, imaginamos que tenham a propriedade de tapar a visão jornalística dos problemas impostos aos contribuintes.

Colabore! 

Este colunista está reunindo material a respeito do pouco conhecido universo dos planos de saúde, convênios, etc. Há de tudo: anúncios da Agência Nacional da Saúde Suplementar dizendo que é proibido rejeitar clientes por causa da idade (e depoimentos de clientes que foram rejeitados por causa da idade), a farra dos descredenciamentos (que uma nova lei, aprovada há poucos dias, tenta resolver), a luta de seguradoras para não pagar aquilo que deveria ser pago, o estranho fato de empresas do setor passarem incólumes pelos meios de comunicação embora estejam entre as mais citadas nos organismos de defesa do consumidor.

Por que é tão difícil, hoje, fazer um seguro-saúde individual? Por que empresas evidentemente lucrativas, cujos proprietários oferecem grandes recepções a autoridades, ficam tão mal nas listas de atendimento precário e de baixa qualidade? Mandem seus casos para esta coluna (carlos@brickmann.com.br)- casos de mau atendimento, casos de erros, casos de acertos.

E análises (para evitar que só este colunista dê palpite sobre uma área tão complexa) que demonstrem por que os meios de comunicação praticamente ignoram uma área tão importante para seus clientes. Ou comprovem que, apesar da opinião deste colunista, o setor tem ampla e minuciosa cobertura jornalística.