sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Estrela sugada por buraco negro a 3,9 bilhões de anos-luz emite sinais pouco antes de desaparecer do universo Buraco negro tem de 0,5 a 5 milhões de vezes a massa do Sol, sinais de raio-X emitidos da borda do buraco negro foram captados recentemente pela Nasa


Cosmologia


Buraco negro
Concepção artística de como seria o momento em que a estrela se desfaz e é sugada pelo buraco negro (NASA's Goddard Space Flight Center/Conceptual Image Lab )
Uma estrela sugada por um buraco negro a 3,9 bilhões de anos-luz emitiu sinais pouco antes de desaparecer do universo, de acordo com os astrônomos da Nasa (agência espacial americana). Parte destes sinais de raios-X atingiu a Terra no ano passado. Agora, cientistas conseguiram decifrar do que se tratavam. A descoberta está descrita em um artigo online publicado hoje na revista Science, e foi divulgada pela Nasa.
Os sinais mostravam pulsos de raios-X que subiam e desciam de intensidade a cada 200 segundos. O que eles pensaram ser inicialmente a emissão de raios gama de uma fonte desconhecida acabou se mostrando um fenômeno inédito para os cientistas: era o primeiro pulso de raio-X detectado de um buraco negro supermassivo – calcula-se que tenha de 0,5 a 5 milhões de vezes a massa do Sol – e tão distante de nós. Estima-se que estes sinais tenham sido enviados da fronteira mais próxima do buraco negro: um milhão de quilômetros do centro.
Leia também

Perguntas & respostas

  • O que é um buraco negro?Uma região do espaço onde a gravidade é tão forte que nada consegue escapar, nem a luz — é por isso que eles são invisíveis.
  • Como nasce um buraco negro?Para brilhar, uma estrela cria uma força para fora, por causa das reações nucleares que a fazem funcionar, enquanto sua própria gravidade a empurra para dentro. Quando uma grande estrela deixa de funcionar, ela é esmagada pela própria força da gravidade e assim nasce o buraco negro.
  • Quantos buracos negros existem?A maioria dos astrônomos acredita que a Via Láctea — a galáxia onde está a Terra — possui milhões de buracos negros. Cientistas já encontraram muitos buracos negros na nossa galáxia, mas não sabemos ainda quantos existem em todo o universo.
  • Quais os tipos de buraco negro que existem?Os buracos negros galáticos existem por toda a galáxia e possuem uma massa dezenas de vezes maior que a do Sol. Há também os buracos negros supermassivos, com uma massa superior a 1 milhão de vezes a do Sol. Os cientistas acreditam que eles foram criados há bilhões de anos e existem no centro da maioria das galáxias, até da Via Láctea.
  • Existem buracos brancos?Existem apenas na teoria. Eles seriam a outra ponta do buraco negro, que expeliria todo o material absorvido.
  • Como se observa um buraco negro?É impossível visualizar um buraco negro, já que ele não emite luz. Mas, com telescópios de raios-X, é possível detectar a radiação emitida por um buraco negro. Isso acontece porque uma espiral de matéria é sugada por ele. Esse material se aquece e emite raios-X, captados por telescópios como o Chandra, que descobriu o buraco negro ‘bebê’.
  • Qual o buraco negro mais próximo da Terra?O objeto mais próximos e que mais se parece com um buraco negro está a 8.000 anos luz de distância. Fica dentro do sistema Cygnus X-1 e foi objeto de uma aposta entre o físico Stephen Hawking e Kip Thorne. Hawking apostou que não havia um buraco negro. Perdeu.
  • O universo está dentro de um buraco negro?O físico Nikodem Poplawski concebeu um modelo matemático segundo o qual até mesmo o nosso universo estaria dentro de outro, que estaria dentro de outro e assim por diante. Neste modelo, o material absorvido pelo buraco negro daria origem a estrelas e galáxias em outra dimensão. Atualmente, acredita-se que tudo que entra em um buraco negro é destruído.

A descoberta ajudará os astrônomos a entender melhor o que ocorre na “borda” do buraco negro antes de toda a matéria ser sugada, disse Rubens Reis, pós-doutor na Universidade de Michigan, que fez parte da equipe de cientistas que analisou os dados. 
Dados - A equipe analisou dados de dois observatórios de raios-X: Suzaku, um satélite nipo-americano, e XMM-Newton, que é gerido pela Agência Espacial Europeia. Os sinais de oscilações quase periódicas, conhecidos pela sigla QPO, foram detectados pela primeira vez em 28 de março de 2011 pelo satélite Swift da Nasa. 
Esses sinais são características de discos de acreção – nome dado a aglomerações de matérias que cercam os objetos mais compactos do universo, como as estrelas anãs branca, as estrelas de nêutrons ou os buracos negros. 
Até agora, o QPO só havia sido detectado um torno de um único buraco negro supermassivo e estava a 576 milhões de anos-luz da Terra, o que, segundo a Nasa, é uma distância relativamente próxima.  Agora, os sinais chegam de um buraco negro que está a 3,9 bilhões de anos-luz de nós.
Antes do fim - A estrela passou por uma intensa turbulência no momento em que chegou perto do buraco negro e logo foi destruída. Alguns dos gases foram expelidos na direção do buraco negro e formaram um disco em torno dele. A parte interna do disco aqueceu rapidamente a milhões de graus, o suficiente para emitir raios-X. 
Ao mesmo tempo, por meio de processos ainda não completamente conhecidos, formaram-se jatos perpendiculares ao disco do buraco negro, ejetando matéria a uma velocidade de cerca de 90% da luz. Um desses jatos apontou diretamente para Terra – são os sinais captados agora pelos astrônomos.
Teoria da Relatividade - A Teoria Geral da Relatividade de Einstein prevê que há uma distância mínima em que a matéria pode orbitar estavelmente um torno de um buraco negro, antes de ser engolida. Cálculos da equipe sugerem que os restos da estrela eram provavelmente a apenas um milhão de quilômetros do horizonte de eventos – a superfície para além da qual nada, nem mesmo a luz, pode escapar das garras de um buraco negro.
"Este é o último pequeno pedaço de sinal que somos capazes de detectar antes de o material ser completamente sugado”, disse Reis. A equipe Sinais semelhantes foram vistos em torno de pequenos buracos negros em nossa própria galáxia, mas Reis disse que este é o primeiro pulso de um buraco negro tão grande e tão longe

Julgamento do mensalão: O que Gurgel disse contra Dirceu

Durante as eleições de 2002, José Dirceu era presidente do Partido dos Trabalhadores e coordenador da campanha de seu partido à Presidência da República. Com a posse do presidente Lula, em janeiro de 2003, tornou-se ministro-chefe da Casa Civil e, em março do mesmo ano, renunciou ao cargo de presidente do PT.
Segundo o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, Dirceu associou-se aos dirigentes do seu partido e a empresários do setor publicitário e financeiro para corromper parlamentares em troca de apoio às ações do governo do PT. “As provas coligidas no curso do inquérito e da instrução criminal comprovaram, sem sombra de dúvida, que José Dirceu agiu sempre no comando das ações dos demais integrantes dos núcleos político e operacional do grupo criminoso. Era, enfim, o chefe da quadrilha”.
De acordo com o procurador-geral, Dirceu participou de reuniões suspeitas com membros dos núcleos publicitário e financeiro na época em que os crimes estavam sendo praticados. Uma delas teria ocorrido na Casa Civil entre Dirceu, Ricardo Espírito Santo, presidente do Banco Espírito Santo no Brasil, Marcos Valério e Delúbio Soares.
Segundo Gurgel, este encontro na Casa Civil tinha por objetivo dar continuidade ao assunto tratado em outra reunião ocorrida em Portugal entre Marcos Valério, Rogério Tolentino, Emerson Palmieri (primeiro secretário do PTB) e o presidente da Portugal Telecom. José Dirceu, na condição de ministro-chefe da Casa Civil, estava acompanhando as negociações do grupo Portugal Telecom, com a intervenção do Banco Espírito Santo, para a aquisição da Telemig.
Diz o procurador-geral que “no bojo dessas tratativas, surgiu a possibilidade de a Portugal Telecom doar 8 milhões de euros, equivalente, à época, a 24 milhões de reais, para o pagamento de dívidas de campanha do Partido dos Trabalhadores. Para viabilizar o recebimento desse valor, José Dirceu incumbiu Marcos Valério e Rogério Tolentino de irem a Portugal reunirem-se com Miguel Horta, Presidente da Portugal Telecom e acionista do Banco do Espírito Santo”.
O então deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB na época, conta em seu depoimento à Justiça que já não acreditava mais que Dirceu fosse cumprir a promessa de dar ao seu partido os 20 milhões de reais prometidos em troca de apoio político.
Para convencê-lo de que pagaria o dinheiro, Dirceu teria pedido a ele que indicasse alguém para participar dessa reunião em Portugal e, assim, comprovar que o PT teria, em breve, como pagar a dívida assumida com o PTB. Foi isso, segundo Jefferson, que o levou a indicar Palmieri para ir a Portugal.
Outra prova nos autos contra Dirceu seria a ajuda que ele teria recebido de Marcos Valério para solucionar problemas de sua ex-esposa, Ângela, que pretendia vender um imóvel, obter um empréstimo e arranjar um emprego.
Em seu depoimento Marcos Valério confirmou que houve o empréstimo à ex-esposa de Dirceu pelo Banco Rural e que ela foi empregada pelo Banco BMG. Ela pretendia trocar de apartamento e não tinha recursos. Além de conseguir o empréstimo e o emprego, como o crédito imobiliário dependia do pagamento de recursos em dinheiro, Marcos Valério conseguiu que seu sócio, Rogério Tolentino, comprasse o apartamento dela e a pagasse à vista.
O deputado Pedro Corrêa, que foi presidente do Partido Progressista (PP), afirmou em seu depoimento que as negociações políticas envolvendo o PP e o PT eram feitas com José Genoíno, Sílvio Pereira e com o próprio ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, e que as reuniões ocorriam no Palácio do Planalto.
Segundo o procurador-geral, “o depoimento de Pedro Corrêa desqualificou inteiramente as afirmações de José Dirceu, feitas ao longo do processo, de que ao assumir a Casa Civil, afastou-se do Partido dos Trabalhadores. Embora tenha afastado-se formalmente do Partido, manteve-se de fato no seu comando, utilizando-o para viabilizar o esquema ilícito de cooptação de apoio político no Congresso Nacional”.
Marcos Valério também confirmou, em seu depoimento, que José Dirceu comandava as operações que estavam sendo feitas para financiar os acordos políticos com os líderes partidários. Contou que no início de 2003 foi procurado por Delúbio Soares, que lhe pediu para que tomasse empréstimos para o PT em nome da sua empresa para ajudar a pagar as dívidas de campanha, prometendo restituir o dinheiro com juros.
Marcos Valério teria, então, alertado Delúbio sobre o risco da operação e perguntado quem garantiria o pagamento no caso de saída de Delúbio do partido ou qualquer outra dificuldade, pois se tratava de uma operação baseada na confiança, já que não seria e não foi documentada. Delúbio então teria lhe respondido que o ministro José Dirceu e o secretário Sílvio Pereira sabiam do pedido do empréstimo e garantiriam o pagamento em caso de alguma eventualidade.
Há, também, o depoimento de Roberto Jefferson ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, em 2 de agosto de 2005, em que ele afirma que Marcos Valério esteve com José Dirceu na Casa Civil por 12 vezes e que Dirceu era quem realmente comandava o Partido dos Trabalhadores: “Eu ratifico, eu reitero, eu reafirmo, senhor relator. José Genoíno era o vice-presidente do PT. O presidente de fato era o José Dirceu. Tudo que nós tratávamos no prédio da Varig, senhor relator, tudo que tratamos ali, na sede nacional do PT, tinha que ser fechado e homologado depois, na Casa Civil, pelo ministro José Dirceu. Tudo."

Você vende para pagar as contas ou para ter prosperidade?




Você recebe o que deseja! Se sua meta é pagar as contas é isso que conseguirá. Modele sua mente para buscar os resultados que você espera.



Quando o fim do mês se aproxima, o vendedor olha para seus rendimentos e lamenta por não ter conseguido atingir a meta da empresa. Então ele respira fundo e agradece porque conseguiu, pelo menos, pagar as contas do mês.

Essa situação persiste por muito tempo na vida do vendedor e o ciclo de maus resultados gera o conformismo que faz com que ele tenha como meta pagar as contas e por isso, deixa de lado, seus sonhos, objetivos e metas para ter uma vida melhor e mais prospera.

E um dia você acorda e se pergunta: “Onde foi que eu errei?”, “Por que meus resultados são sempre medíocres?”, “Por que os outros prosperam e eu só consigo pagar as contas?”. Então você toma coragem e vai conversar com aquele vendedor, colega seu, que dia após dia, coleciona bons resultados. Ele te pergunta:

Quando você entrou neste segmento, no que você estava pensando: “Queria ser prospero ou pagar as contas?”. Você então diz: “meu objetivo é pagar as contas e honrar com meus compromissos”. Aí está a resposta para seu problema. Você entrou na área de vendas com o objetivo de apenas honrar seus compromissos e é isso que você conseguirá.

Seus pensamentos estão modelados para isto. Você não está no mercado para produzir acima do seu potencial, porque seu cérebro diz: “Você só precisa vender a metade disso para cumprir sua missão”. Então é isso que você conseguirá, porque sua menta está modelada para este resultado. Simples assim.

Quando você tem um compromisso com a prosperidade, sua mente dirá: “Você bateu a meta da empresa, mas seu objetivo é muito maior. Vamos! Continue vendendo. Você precisa vender mais para chegar ao seu objetivo. Se você não vender, a prosperidade que tanto almeja ficará mais longe”. Então você se empenhará muito mais até conseguir seu objetivo.

Então, qual é o seu objetivo: pagar as contas ou ter prosperidade? Eu fico por aqui e espero que pense em ganhar dinheiro para prosperar na vida e nas vendas. Se você só quer pagar as contas, é isso que conseguirá. Um grande abraço e vamos em frente!

André Vinícius é palestrante de vendas, consultor e escritor. Contrate André Vinícius para cursos de vendas e treinamento de vendas

Em carta a Dilma, HRW critica adesão da Venezuela ao Mercosul


by Fábio Pannunzio

A organização Human Rights Watch (HRW) enviou nesta sexta-feira, 3, uma carta para a presidente Dilma Rousseff e para o chanceler Antonio Patriota, em que critica a adesão recente da Venezuela ao Mercosul. Há duas semanas, a HRW publicou um extenso relatório sobre a situação de direitos humanos no país, classificando-a como "precária".
No documento, assinado pelo diretor para as Américas da HRW, José Miguel Vivanco, a entidade afirma que "se os países-membros do Mercosul ignorarem o compromisso de proteger e promover os direitos básicos e as instituições democráticas, transmitirão a mensagem infeliz de que os compromissos internacionais no Protocolo de Assunção são promessas vãs".
Segundo a entidade, sediada em Washington, a entrada da Venezuela no bloco é uma "oportunidade" para que o governo Dilma e os outros integrantes do Mercosul "enfrentem os graves problemas de direitos humanos na Venezuela atualmente". A HRW destacou ainda a "responsabilidade" dos países de lidar com o tema.

Essência da causa


Dora Kramer
Se o mensalão é o maior escândalo da história da República, só a invenção de artefato de medição comparativa seria capaz de dizer.
O documento importante aqui não é o tamanho, mas a essência da causa: o mercadão em que governos e partidos fazem suas operações de compra e venda pela primeira vez será submetido aos ditames do Código Penal e da Constituição.
Trata-se de um marco a partir do qual tais negociatas perdem o status de prática comum, aceita e tida como inevitável, para se tornar objeto de escrutínio criminal.
Isso faz toda a diferença. Impõe barreira ao desenfreado cinismo dos defensores da tese de que política sempre se fez com mãos sujas e que assim deve continuar a ser feito.
Ainda que as provas não sejam suficientes para condenar os réus, não será possível demonstrar a inexistência dos fatos como pretendem os acusados. Ao fim do julgamento, o máximo que poderão obter é a absolvição, nunca a anulação da realidade.
Esta está posta na trajetória a ser rememorada diariamente nas próximas semanas: desde a primeira notícia, desmentida, em setembro de 2004, até o início da apreciação formal da ação penal.
Entre esses dois momentos houve a delação de um integrante do esquema, as investigações de uma comissão parlamentar de inquérito, a inspeção do Ministério Público, o oferecimento da denúncia, a aceitação pelo Supremo Tribunal Federal de que havia base para a abertura de um processo e, finalmente, o momento da decisão.
Nada disso pode ser ignorado, bem como tudo isso deve ser visto sob a perspectiva de saúde das engrenagens institucionais que, obviamente, se assim decidiram que se chegasse até aqui não foi por se associarem a uma conspiração ou aderirem a uma fantasia da oposição em conluio com a imprensa.
A materialidade dos acontecimentos é que os fez transitar da boataria de corredores no Congresso até o julgamento no Supremo.
Se não houvesse substância, não haveria 50 mil páginas de processo sobre as quais a Corte se debruça desde ontem no exame daquele que pode ou não ser o maior escândalo da história da República.
Tanto faz como tanto fez seu tamanho ou denominação. Se a narrativa recebe o apelido de mensalão ou a designação jurídica e ultimamente considerada politicamente correta de ação penal 470, não importa.
Interessa menos o nome que as coisas têm se, na essência, elas são como são. E nesse caso são ações de apropriação do patrimônio público por grupos políticos que usam a delegação popular como salvo-conduto para prevaricar na execução de projetos de continuidade no poder.

Advogados já consideram Peluso fora do julgamento do mensalão


Eduardo Bresciani
Advogados de réus do julgamento do mensalão acreditam que o ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), não conseguirá votar no processo após analisar o andamento do primeiro dia de julgamento. Peluso, considerado um juiz duro, de forte formação no direito penal e que tenderia a votar pela condenação na maioria dos casos, se aposentará de forma compulsória do cargo no dia 3 de setembro por completar 70 anos.
Para antecipar o voto, Peluso teria que aguardar o posicionamento de Lewandovski e Joaquim Barbosa
Pelo cronograma definido pelo tribunal, Peluso conseguiria votar se antecipasse o seu voto. Ele só pode fazer isso, porém, após votarem o relator, Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandovski. Se o cronograma atrasar em um dia apenas, o ministro pode não conseguir manifestar sua posição antes da aposentadoria.
No intervalo do julgamento desta quinta-feira, alguns defensores já davam o cronograma como implodido. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, por exemplo, deveria fazer a acusação durante cinco horas, mas a fase foi adiada para a sexta-feira. Os advogados, porém, acreditam que isso não impedirá novos atrasos devido à tensão em plenário.
"Infelizmente ele (Peluso) não participará", disse Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que defende o publicitário Duda Mendonça. Ele ressaltou que o próprio voto antecipado já seria ruim porque no STF os ministros podem alterar o seu voto em meio ao debate em plenário.
Outro advogado, que pediu para não ser identificado, destacou as discussões entre Barbosa e Lewandovski. "Em 30 minutos o relator e o revisor já estavam discutindo. O cronograma é inviável. O Peluso está fora", sentenciou.

Após ser banido, exposição sobre Chagall abre na Rússia

Transcrito de www.ruajudaica.com
Uma exposição sobre o artista Marc Chagall, cujas obras já foram proibidas na União Soviética, foi aberta na Rússia. A exposição de Moscou apresenta suas influências judaicas e da arte popular.  A Rússia comunista considerava as suas obras como "burguesas".
"Os visitantes costumam perguntar por que os animais de Chagall são azuis, amarelos ou rosas, por que a noiva está voando sobre os telhados e o homem tem duas faces", disse a curadora da exposição Ekaterina Selezneva, de acordo com a agência de notícias francesa AFP.
Chagall nasceu Moishe Segal em 1887 de uma família pobre judaica nas cercanias de Vitebsk, e suas pinturas lembram as imagens de Vitebsk.

Selezneva disse que a exposição "irá ajudar as pessoas a compreender o mistério de Chagall", que sempre olhou para a arte popular em sua busca de uma linguagem figurativa distinta e particular.
Chagall serviu por um curto período de tempo como comissário de arte em sua cidade natal, mas depois de uma discussão com o colega pintor Kazmir Malevich foi morar em Paris. A exposição vai até 30 de setembro.

Paraguai acusa Chávez de subornar senadores Presidente do Congresso diz que irmão de presidente venezuelano pagou US$ 100 mil a parlamentar 02 de agosto de 2012 | 21h 38


estadão.com.br

ASSUNÇÃO - O presidente do Senado paraguaio, Jorge Oviedo, acusou nesta quinta-feira, 2, um irmão do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de ter oferecido US$ 100 mil a uma senadora do país para acelerar o processo de adesão de Caracas ao Mercosul. A denúncia foi feita dois dias depois da adesão formal da Venezuela ao bloco.
Chávez é acusado de subornar senadores - Reuters
Reuters
Chávez é acusado de subornar senadores
O processo estava emperrado havia anos no Senado. Com a suspensão de Assunção do bloco, em razão do impeachment do presidente Fernando Lugo, a entrada da Venezuela foi aprovada. O novo governo paraguaio, chefiado Federico Franco, acusou Chávez de buscar retorno eleitoral com a adesão.
"O oferecimento do irmão de Chávez foi denunciado ao Senado em outubro pela senadora Zulma Gómez, que disse ter recebido US$ 100 mil", disse Oviedo. A denúncia é uma resposta à acusação do presidente venezuelano de que senadores paraguaios pediam dinheiro para aprovar a entrada do país no Mercosul.
De acordo com Chávez, com a suspensão de Assunção do bloco, a adesão venezuelana ocorreu sem chantagens. "Um grupo de senadores paraguaios me pediu dinheiro", afirmou Chávez na quarta-feira. "Pediram milhões de dólares."
Segundo Oviedo, no entanto, a oferta de propina partiu da Venezuela. "Até mesmo foi discutida uma maneira de trazer o dinheiro sem que houvesse fiscalização", declarou o senador. "Se é verdade que os senadores tentaram extorquir dinheiro dele, por que a Venezuela só entrou agora no Mercosul? É mentira."
Desde o impeachment de Lugo, as relações entre Paraguai e Venezuela pioraram. Poucos dias após o afastamento do presidente, o novo governo paraguaio acusou o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro, de incitar os militares paraguaios a resistir ao impeachment. O gabinete de Franco chegou a divulgar um vídeo no qual Maduro é visto em uma sala com o alto-comando militar paraguaio.
O governo venezuelano negou as acusações e disse que a reunião fez parte da missão da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que tentou, sem sucesso, pôr um fim negociado à crise paraguaia. A diplomacia venezuelana considerou o impeachment um golpe de Estado.
Com Efe

Lewandowski se diz perplexo com ataques de Barbosa, que mantém críticas ao colega

02/08/2012 - 22h56
Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF) está “perplexo, estupefato e horrorizado” com as críticas feitas a ele pelo colega Joaquim Barbosa durante o julgamento do mensalão nesta quinta-feira (2). Segundo a assessoria dele, o ministro classifica de “lamentável” a transferência de questões jurídicas para o campo pessoal.
A discussão entre os ministros começou durante o julgamento do pedido de desmembramento do processo apresentado pelo advogado Márcio Thomaz Bastos. Ele questionou o fato de todos os réus serem julgados pelo STF, quando apenas três deles têm essa prerrogativa – os deputados federais Pedro Henry (PP-MT), João Paulo Cunha (PT-SP) e Valdemar Costa Neto (PR-SP).
Barbosa votou contra o pedido, lembrando que o Tribunal já analisou o assunto várias vezes, mas Lewandowski divergiu do colega. Para o revisor, os argumentos trazidos hoje por Thomaz Bastos eram inéditos e mereciam análise mais detida da Corte. Foi aí que começou uma discussão acalorada entre os ministros.
Barbosa disse que Lewandowski foi “desleal” por não ter abordado a questão anteriormente, provocando indignação no colega. “Vamos manter o debate a nível civilizado. Vossa excelência se atenha aos fatos e não à minha pessoa”, rebateu Lewandowski. A discussão só parou com a intervenção do presidente Carlos Ayres Britto, mas os ânimos continuaram acirrados.
Segundo a assessoria de Lewandowski, “todo o país viu que foram os advogados que levantaram a questão de ordem”, e que o ministro se limitou a analisar a questão do ponto de vista jurídico, o que não justificava o “ataque pessoal indevido” de Barbosa.
Procurado pela Agência Brasil, o ministro Joaquim Barbosa respondeu os comentários do colega por meio de nota, encaminhada por sua assessoria. "Não fiz ataques pessoais. Apenas externei minha perplexidade com o comportamento do revisor, que após manifestar-se três vezes contra o desmembramento, mudou subitamente de posição, justamente na hora do julgamento, surpreendendo a todos, quase criando um impasse que desmoralizaria o tribunal. Note-se: a questão seria abordada por mim, relator, antes do voto de mérito, como preliminar. O fato é que perdemos um dia de trabalho, segundo cronograma pré-fixado."
 
Edição: Rivadavia Severo

Facebook tem 83 milhões de contas falsas



Posted: 02 Aug 2012 09:31 PM PDT
Monica CampiInfo Exame

Em um relatório divulgado pelo próprio Facebook a empresa revela que mais de 83 milhões de contas ativas na rede social são falsas.

Em seu primeiro relatório de ganhos como uma empresa pública, o Facebook anunciou que possui 955 milhões de usuários ativos por mês e 543 milhões de usuários ativos por mês em dispositivos móveis.

De acordo com o relatório, mais da metade dessas contas falsas são perfis duplicados, 2,4% são usuários não classificados (como animais e memes) e 1,5% é considerado contas indesejadas criadas por spammers.

No entanto, as métricas não são exatas. Um usuário ativo no Facebook não necessariamente significa alguém usando o site da rede social. Por exemplo, uma pessoa que marca um link como recomendado é considerada ativa pelo Facebook, não importando se o fez diretamente pela página da rede social.

Mas as revelações não deixam de ser alarmantes. A BBC divulgou que o modelo de negócios do Facebook em contar com publicidade direcionada falhou ao se constatar que 80% dos cliques nestes anúncios partiram de contas falsas

Quem é quem, por Merval Pereira


Merval Pereira, O Globo
A postura do ministro Ricardo Lewandowski no começo do julgamento do mensalão mostra bem a disposição dele de se fazer um contraponto ao relator do processo, ministro Joaquim Barbosa.
O papel de revisor não é o de contestar o relator, o que pode acontecer pontualmente, mas Lewandowski entrou no julgamento com a decisão de marcar sua posição a favor dos réus, sem que se saiba ainda se defenderá a absolvição generalizada ou se atuará em favor de penas brandas, admitindo que houve crime no episódio.
O protagonismo de Lewandowski serviu também para retirar o foco do ministro Dias Toffoli, que se mostrou à vontade para participar do julgamento.
A proposta de desmembramento do processo, levantada novamente pelo advogado de defesa Márcio Thomaz Bastos, não precisaria ser analisada tão detalhadamente quanto o fez Lewandowski se ele não estivesse querendo marcar o terreno da defesa, respaldando uma tese que já havia sido rejeitada nada menos que três vezes pelo Supremo.
Foi o que irritou o ministro Joaquim Barbosa, que sentiu na atitude do revisor uma “deslealdade” com ele, pois, nos dois anos em que atuam juntos, não foi avisado de que Lewandowski respaldaria um pedido da defesa para “ressuscitar” um assunto que já estava superado pelo plenário do Supremo.
O próprio Joaquim Barbosa deixou claro que, embora tivesse uma posição anterior igual à de Lewandowski, pelo desdobramento do processo, acatou a decisão da maioria e aceitou a sua integralidade, não sendo razoável voltar ao assunto pela quarta vez, logo no primeiro dia do julgamento.
O fato de ter lido um longo voto, que roubou três horas do julgamento, mesmo depois de o presidente Ayres Britto ter pedido que fosse breve, pois se tratava apenas de uma questão de ordem, mostra que ele, da mesma maneira que se comportou ao liberar sua revisão fora do prazo, não se importa em retardar o processo desde que garanta a publicidade de sua posição.
Seria leviano afirmar que Lewandwski se debruçou sobre o tema tão demoradamente dentro de estratégia de inviabilizar o calendário elaborado pelo STF, que permitiria que o ministro Cezar Peluso votasse antes de sua aposentadoria, em 3 de setembro.
Essa é certamente uma estratégia da defesa, e não foi outra a intenção de Thomaz Bastos ao pedir de novo o desmembramento do processo, embora a razão oficial seja de motivação técnica.
Na base da defesa do desmembramento está a tentativa de descaracterizar a conexão entre os diversos crimes, esvaziando a tese da Procuradoria-Geral da República de que houve formação de uma quadrilha para executar crimes contra o Estado brasileiro.
À medida que cada um dos 38 réus fosse julgado isoladamente, ficaria mais fácil manobrar as diversas instâncias de recursos processuais.
O ministro Gilmar Mendes foi direto ao ponto, lembrando que, se os processos fossem encaminhados isoladamente para a primeira instância judicial, quase certamente não teriam chegado a julgamento, e os crimes prescreveriam.
Também o ministro Peluso, lembrando uma reportagem do “Jornal das 10”, da Globo News, disse que um juiz que pegasse o processo pela primeira vez teria grandes dificuldades para colocá-lo em julgamento em curto prazo, pois suas muitas mil páginas não permitiriam que se inteirasse do assunto em pouco tempo, mesmo que fosse leitor tão rápido quanto um locutor de corrida de cavalos.
Tudo isso para demonstrar que a retomada da questão do desmembramento só levaria a um retardamento do processo.
A ministra Rosa Weber foi muito feliz ao dizer que os ministros estavam ali para levar adiante o processo, e não assumir posições que signifiquem um retrocesso. O cronograma inicial organizado pela presidência do Supremo já está prejudicado e, dependendo da leitura do voto do revisor, que tem mais de mil páginas de contraposições ao do relator, poderá ficar ainda mais inviabilizado.
A grande discussão será, então, sobre a possibilidade de o ministro Cezar Peluso antecipar seu voto, fazendo-o logo depois dos votos do relator Joaquim Barbosa e do revisor Ricardo Lewandowski.
É previsível que advogados questionem esse voto, pois Peluso não ouvirá o voto de vários de seus pares e não poderá mudar sua posição depois de aposentado; os demais ministros podem fazê-lo até o fim do julgamento.
Ficou claro que há na maioria dos ministros do Supremo uma decisão de levar o julgamento adiante, independentemente da posição pessoal de cada um. Voltar atrás no julgamento a esta altura seria uma desmoralização para a instituição.

O Mensalão de Ravel, por Sandro Vaia



O dia da estréia do julgamento do Mensalão no STF foi mais emocionante do que a estréia de Rafinha Bastos no Saturday Night Live.
O ministro Lewandowski - que nao se perca pelo nome - gastou uns bons 70 minutos para executar o seu Bolero de Ravel, uma variação longa e mortalmente entediante sobre um mesmo tema: a defesa do desdobramento do julgamento, que havia acabado de ser pedido pela milionária verve do ex-ministro da Justiça Márcio Thomas Bastos, defensor de alguns réus do mensalão, e agora livre dos incômodos liames com o contraventor Cachoeira.
Detalhe: o próprio Lewandovski, o que foi lembrado com inusitada irritação pelo relator Joaquim Barbosa, já havia votado anteriormente contra o desdobramento do processo.
O truque era tão engenhoso quanto barato: o desdobramento, se aprovado, significaria mandar para a primeira instância o julgamento de todos os réus que não dispõem de mandato parlamentar e consequente direito a foro especial: ou seja, dos 38 réus, 35 seriam julgados em primeira instância, inclusive o denominado (pelo Procurador- Geral da República) “chefe da quadrilha”, José Dirceu.
O que isso significaria em termos de prescrição, de adiamento, de procrastinação, de recursos e de enrolações em geral, é incalculável. Para os réus, seria simplesmente algo parecido com o paraíso.
A decisão, que em condições normais de temperatura poderia ser tomada em meia hora, com os ministros respondendo à questão com um simples “sim” ou “não”, foi soterrada por uma avalanche de bacharelismo mais entediante do que uma partida de biriba com a sogra surda.
Mas, enfim, é a vida. O primeiro truque que o imbatível Thomaz Bastos tirou de sua inesgotável cartola foi soterrado por 9 votos a 2, o que comprova que nem no Olimpo do Direito os deuses são infalíveis.
O strike visivelmente combinado com o parceiro Lewandowski falhou, mas a dupla ainda pode tentar ganhar o jogo com algum “spare”.
O ministro Dias Toffoli, cuja isenção é arguida em off pelo Procurador-Geral da República e em “on” por vários advogados judiciosos, acabou votando contra os interesses de quem em tese estaria inclinado a defender, e deu uma demonstração de independência - que por sinal não é a primeira - mas estará, justamente ou não, sob suspeição até o final do julgamento, e agiria com correção e lisura se se abstivesse de participar.
Logo depois, Joaquim Barbosa leu um resumo de seu relatório e o primeiro dia de julgamento perdeu-se num vácuo de inutilidade que promete estender-se numa interminável procissão de filigranas jurídicas.
Isso quer dizer que levará ainda um bom tempo até que possamos medir a profundidade das cicatrizes que o mensalão deixou tatuadas nas instituições políticas brasileiras.

Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez. E.mailsvaia@uol.com.br

OBRA-PRIMA DO DIA - CATEDRAIS BIZANTINAS Arquitetura - Catedral de São Basílio, Moscou



A inacreditavel Catedral de São Basílio, cartão postal mais conhecido de Moscou, foi encomendada por ninguém menos que Ivan, o Terrível e construída num dos lados da Praça Vermelha, entre 1555 e 1561.
A catedral foi erguida para comemorar o sucesso da campanha militar do czar contra os Tártaros, em 1552, na sitiada cidade de Kazan. A vitória foi alcançada no dia da festa da Intercessão da Virgem e por isso o czar escolheu que seu nome fosse Catedral da Intercessão da Virgem do Valado (ou Fosso Defensivo), por conta do fosso que margeava a fortaleza do Kremlin.
O apelido “São Basílio” lhe foi dado em homenagem ao “santo tolo”, Basílio, o Bem-Aventurado (1468-1552), que era imensamente popular com a população de Moscou e com o próprio Ivan, e assim ficou para sempre conhecida.
São Basílio é uma encantadora mistura de cores e torres em tijolos vermelhos. Compreende nove capelas separadas, cada uma delas com sua cúpula e cada uma comemorando um dos oito assaltos vitoriosos à cidade de Kazan. A nona capela foi erguida em 1588, para abrigar o túmulo de Basílio.

A planta da igreja foi baseada em muitos símbolos religiosos e pretendia ser uma representação da Nova Jerusalém – O Reino dos Céus, descrito no Livro das Revelações de São João Divino. As oito torres em espiral que culminam nas belas cúpulas em forma de bulbo, circundam a nona com a espiral mais alta, formando uma estrela de oito pontas.
A planta em forma de estrela carrega mais um símbolo: a estrela consiste em dois quadrados superimpostos, o que representa a estabilidade da fé, os quatro cantos da terra, os quatro Evangelistas e as quatro muralhas da Cidade Celestial.
 
 Nem o manto branco da pesada neve que cai sobre Moscou lhe tira os encantos. Ao contrário, lhe acrescenta outros...

O exterior extravagante contrasta com seu interior modesto. As capelas são mal iluminadas e as paredes e corredores labirínticos são cobertos por delicados desenhos florais que datam do século XVII.
uma porta interior

A igreja resistiu bravamente à vida tumultuada de sua cidade. Dizem que Napoleão ficou de tal modo apaixonado que queria levá-la para Paris. Por duas vezes São Basílio escapou de destruição total, já no tempo dos soviéticos. Prevaleceu o bom senso e o mundo hoje pode conhecer essa maravilha da arquitetura bizantina.

Moscou, Rússia

Cartas de Seattle: Conhecer vizinho aumenta segurança pública


CRÔNICA

De vez em quando eu lia notícias no Brasil sobre alguma rua sem saída que havia sido fechada pelos moradores, numa tentativa desesperada de conter a violência. Se fosse considerado um ato ilegal, e se não tivesse alguém poderoso morando na rua, o portão era colocado abaixo.
Aqui as comunidades são convidadas a fechar suas ruas. Pelo menos por uma noite no ano. O evento que marca a primeira terça-feira de agosto serve para promover a conscientização e a prevenção ao crime. A ideia é que comunidades e polícia atuem juntas para termos cidades mais seguras.
Chamou minha atenção que um elemento fundamental do evento é fazer com que os vizinhos saiam de suas casas e vão às ruas para se conhecerem. Eu supunha que ficar trancado dentro de casa e não interagir com quem mora ao lado era característica de cidade violenta, em que a gente não confia em ninguém, e que nunca aconteceria numa rua cheia de casas que mais parecem de boneca. Mistura de alívio e decepção perceber que alguns problemas são internacionais.
Piqueniques e brincadeiras para as crianças são as atrações para que as comunidades se engajem no chamado “Night Out Against Crime”, um evento nacional que reuniu 37 milhões de pessoas no ano passado. Só em Seattle, foram 1.200 comunidades.
O departamento de polícia diz que o evento da próxima terça-feira é uma oportunidade de levantar questões importantes para a segurança: prevenção ao crime e às drogas, patrulhamento de rua, desenvolvimento de programas locais. E manda uma mensagem aos criminosos de que a comunidade está organizada, ativa, e pronta para o combate.
Foto: Quinn Dombrowski @CC

Já contei aqui que Seattle tem até super-heroi para garantir a segurança de suas ruas. Mas o patrulhamento realizado por civis ficou na berlinda por aqui quando o adolescente Trayvon Martin foi morto por George Zimmerman, em fevereiro. Zimmerman liderava a patrulha na sua comunidade e acabou atirando em Martin, que era negro, num conflito ainda não totalmente esclarecido.
O Brasil já é familiarizado com o conceito de polícia comunitária: população e instituições de segurança pública e defesa social juntas pela resolução de questões relacionadas à promoção de cidades mais seguras para todos.
Acho importante essa mudança de mentalidade. Metanoia, para referenciar a palavra de origem grega. Em vez de se trancar em casa e reclamar que está tudo ruim e ninguém faz nada, assumir seu papel de participante da sociedade e atuar. Em qualquer nível que seja.

Melissa de Andrade é jornalista com mestrado em Negócios Digitais no Reino Unido. Ama teatro, gérberas cor de laranja e seus três gatinhos. Atua como estrategista de Mídias Sociais em Seattle, de onde mantém o blog Preview e, às sextas, escreve para o Blog do Noblat.