quinta-feira, 27 de junho de 2013

17 dicas para fazer ligações ativas que dão resultados.




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Vence quem faz ligações ativas para clientes. A grande maioria dos vendedores que tem por ai estão cada vez mais com mais “medinho” de ligar para os clientes. 
Aproveite que os seus concorrentes estão com “mimimi” e voltados para estratégias furadas de vender por email, msn e skype, e passe a mão no telefone e LIGUE para os seus clientes atuais e potenciais. 
SEM MEDO!
SEM RECEIO!
SEM MIMIMI!
Pega o telefone e LIGA!
Confere algumas dicas para você arrebentar nas ligacões; e eu NÃO QUERO OUVIR desculpas que não dá para fazer:
1. Liga cedo. Se o seu público-alvo são gerentes, diretores ou acima, ligue cedo. Tipo sete ou oito horas da manhã. Os melhores do mundo acordam cedo. Você vai conseguir falar com um número maior de decisões na parte da manhã do que em qualquer outro horário do dia.
2. Ligue tarde. O mesmo acontece com o final da tarde. Faça as suas ligacões entre as cinco e sete da noite. Sério! Nesse horário as secretárias e assistentes já picaram a mula, e os decisores estarão curiosos para saber quem é o maluco que está ligando nesse horário. Experimenta ai! E pare de mimimi.
3. Faça uma lista MATADORA de clientes potenciais. Prepare uma lista de clientes potenciais que você tem que ligar. Deixe a lista sempre a mão no seu computador ou pendurado ao seu lado. Sempre que der um tempinho, ligue para um dos caras. Ao invés de ir tomar um cafezinho, ou fumar um cigarrinho, pega o telefone e LIGA! Ter uma lista ao seu lado vai aumentar a sua eficiência em 500%.
4. O cliente não está? Liga para o próximo. Essa dica parece besta, mas eu preciso incluí-la na minha lista porque a grande maioria dos vendedores são pangarés demais, e na primeira tentativa de contato frustrada já estão desistindo de ligar. Ligou, o cara não está, dane-se, desligue o telefone e ligue para o próximo da lista; aconteceu de novo? Dane-se, ligue para o próximo, e assim vai até conseguir falar com alguém.
5. Não fica viajando na preparação. Googla o nome do cara e da empresa para quem você vai ligar, checa se tem alguma novidade recente sobre eles, e pronto; a partir dai prepara a frase matadora que você vai usar, tipo “Bom dia João, aqui é o Ricardo da BIZREVOLUTION. Eu estou te ligando porque eu tenho uma proposta para te fazer sobre a renovação do seu web site.” O tom da sua voz no telefone tem 50% de influência no fato do cara continuar a te ouvir ou não.
6. Ligue primeiro para quem não decide nada. Tá inseguro sobre o que falar para o cara que decide? Então liga primeiro para quem não decide nada e peça por mais informações que possam te ajudar a matar a pau na ligação com quem decide. Diga ao cidadão o que você quer fazer pela empresa e peça por nomes, fones, endereços de e-mails e dicas sobre a melhor hora para ligar. De novo, se o tom da sua voz for FORTE e DECISIVO, a pessoa vai te ajudar. Se você soar como um vendedor de enciclopédia que está precisando de ajuda para bater a meta, ninguém vai te ajudar.
7. Escreve TUDO que você vai falar. Coloca no papel tudo que você vai falar. Imagine o tipo de reação que as pessoas terão ao ouvir o seu discurso, e já prepare as suas respostas. Liste as perguntas que você quer fazer, crie um gráfico de objeções, e esteja preparado para fechar.
8. Follow-up na galera! Além de ligar para novos clientes para abrir novos negócios, você provavelmente tem que fazer follow-up nos negócios que você já abriu. Use as regras acima para ser bem sucedido nos follow-ups que você tem que fazer!
9. Você vende enquanto está falando. Você acredita que você vende enquanto está falando???? Acredita mesmo??? Então prepare o seu discurso PALAVRA por PALAVRA. Diga o seu nome, empresa, a razão CLARA porque você está ligando logo no começo, e acima de tudo, deixe claro o BENEFÍCIO que o cliente terá com a sua oferta.
10. Nunca pergunte “se essa é uma boa hora para ligar?”. Nunca nunca nunca faça essa pergunta idiota para um cliente. Se ele atendeu o celular é porque ele pode falar. Então, seja objetivo e fale exatamente o que você tem a dizer. Se o cliente estiver em reunião e a sua proposta for bacana, o cara sai da sala para falar com você.
11. Não deixe mensagens na caixa postal quando estiver prospectando. Não adianta nada deixar a mensagem. O cara não vai retornar. Continue ligando em diferentes horários até conseguir falar com o cliente.
12. Preste MUITA ATENÇÃO ao tom da sua voz. De novo, 80% da sua mensagem é baseada na qualidade emocional da sua mensagem. As pessoas compram na emoção. Todo mundo compra na emoção. A sua voz + mensagem tem que emocionar. Você precisa ter CONVICÇÃO na voz. FIRMEZA, SEGURANÇA!
13. Não vomite em cima das secretárias. As secretárias e assistentes não são decisores de nada; e essa turma usa o seu discurso para te jogar na lata do lixo. Minha sugestão de discurso, “Joana, tudo bem? Como vai você? Aqui é o Ricardo da BIZREVOLUTION. O Pedro está? Eu preciso falar com ele sobre o projeto da renovação do web site da empresa.” e só. 
14. Pratique, pratique, pratique. Você tem que ligar TODOS OS DIAS para novos clientes. TODO vendedor DECENTE faz algum tipo de prospecção TODOS OS DIAS. Absolutamente TODOS OS DIAS. Portanto, ensaie o seu discurso todos os dias. A prática diária vai transformar o seu discurso decorado em um discurso internalizado que irá transmitir firmeza, segurança e credibilidade para quem está te ouvindo.
15. Consiga o comprometimento do próximo passo. Todas as ligações tem que terminar com o comprometimento do cliente com o próximo passo que vocês vão seguir. “Me liga na semana que vem” não é aceitável. Ao final da ligação você precisa chegar em um comum acordo com o cliente sobre a data, horário e pauta da próxima conversa.
16. Seja persistente. Não desista facilmente. 95% dos vendedores que tem por ai desistem muito fácil de um cliente. Diferencie-se da galera sendo persistente. Seja educado, mas seja persistente.
17. Torne-se uma fonte de informações para o seu cliente. Envie artigos, links, relatórios especiais, convites para eventos, qualquer coisa que ajude o cliente a trabalhar, comprar e valorizar o que você vende.
Gostou?
Você tem algum problema em fazer ligações ativas?
O seu FUTURO como vendedor depende da sua CORAGEM em fazer ligações ativas para os seus futuros clientes. 
ARREBENTA!

5 dicas de negociação de Steve Jobs


Como anda o seu poder de negociação? Abaixo você vai poder ver Steve Jobs na prática e aprender com um dos maiores líderes de nosso tempo

Uma série de e-mails sobre preços de e-books entre a Apple e a HarperCollins, incluindo os e-mails de Steve Jobs foi utilizado pelo departamento de justiça americano contra a Apple.
Estes e-mails oferecem algumas ótimas lições sobre o estilo de negociação de Steve Jobs e pode ser útil para aprendermos a negociar melhor.
Os e-mails mostram como um excelente negociados usou uma série de princípios para criar as melhores condições possíveis para sair ganhando.
Vamos analisar em maior profundidade as conversas de Steve Jobs e James Murdoch e ver como Jobs conseguiu o que queria no final.
Primeiro, vamos definir o cenário. A Apple e a HarperCollins estavam discutindo trazer os e-books da editora para a iTunes, no lançamento do iPad.
A Apple apresentou o seu contrato padrão para a parceria e, a HarperCollins queria discutir as seguintes questões:
  • Flexibilidade de preços em uma base título-a-título fora dos níveis de preços da Apple.
  • Uma comissão inferior a 30% em novas obras.
  • Uma janela de 6 meses em vez de uma janela de 12 meses.
  • Preocupação de que a Apple queria preços muito altos, o que significava que a concorrência com a Amazon seria difícil.
E no entanto, Jobs finalmente prevaleceu. Aqui está como.

#1. Compreenda a importância da negociação

De acordo com 1 dos e-mails, Steve Jobs ligou para Murdoch imediatamente. Jobs era um homem ocupado, mas sabia que algumas ofertas era críticas.
Para ter uma mostra credível de e-books, ele precisava de todas as grandes editoras e, isso incluía a HarperCollins.
No entanto, houve um outro aspecto de importância. Se ele dissesse que realmente precisava das editoras, as editoras poderiam endurecer no contrato.
Não foi apenas sobre a importância do negócio em si, mas também no efeito que o negócio poderia ter em cima de outros negócios.
Mesmo tendo o interesse de Steve Jobs desde o começo, James Murdoch precisou aceitar algumas condições da Apple.
Mesmo tendo o interesse de Steve Jobs desde o começo, James Murdoch precisou aceitar algumas condições da Apple.

#2. Mostre que você entende do contexto e que a sua proposta é a melhor

Jobs sabia, como todos no mercado editorial, que a Amazon estava focando muito no negócio de e-books.
Murdoch constatou que a Amazon pagava 13 dólares no atacado para um título vendido a 10 dólares – uma perda. Mas a Amazon queria ganhar mercado.
No entanto, comprar caro e vender barato não ia durar muito tempo, como Jobs ressaltou.
O atual modelo de negócios de empresas como a Amazon de distribuição abaixo do custo ou sem nenhum lucro não é sustentável por muito tempo.
Como os e-books estão ganhando mercado, as distribuidoras terão de ter pelo menos algum lucro, e você vai querer isso para poder investir em infraestrutura, marketing e etc.
Além disso, Jobs argumentou que os 9 dólares que a HarperCollins iria receber por título era realmente sustentável e que a única maneira de pagar mais seria aumentando os preços, o que ia irritar os consumidores.

#3. Mostre os 2 tipos de valor

Jobs mostrou os 2 tipos de valor em suas trocas de e-mail. Um deles era o valor positivo – que a HarperCollins iria trabalhar em conjunto com a Apple – e o valor negativo – o que a HarperCollins iria perder por não trabalhar com a Apple.
Por exemplo, Jobs escreveu que a Apple é a única empresa atualmente capaz de produzir impacto sério e nós temos 4 das 6 grandes editoras inscritas na iTunes.
Por um lado, ele oferece para a HarperCollins uma ferramenta para se opor à dominação da indústria pela Amazon. Por outro, ele oferece um toque suave de que, se a HarperCollins não jogar o jogo, pode ser passada pra trás pelos principais concorrentes.

#4. Coloque para fora a realidade

Quando Murdoch mostra sinais de compromisso, ao tentar, como Jobs fez, mostrar os benefícios positivos e negativos para a Apple, Jobs expõe uma dura realidade.
Ao meu ver a HarperCollins tem as seguintes opções:
1. Junte-se à Apple e veja tudo que podemos fazer para a partir disso criar um verdadeiro mercado de e-books no valor de 13 e 14 dólares.
2. Continuar negociando com a Amazon a 10 dólares. Você vai fazer um pouco mais de dinheiro no curto prazo, mas no médio prazo a Amazon não vai poder lhe pagar apenas 70% dos 10 dólares. Eles também têm acionistas.
3. Manter seus livros fora da Amazon. Sem uma maneira de vender seus e-books para os clientes, eles vão roubá-los. Este será o início da pirataria e, uma vez iniciado, não há como parar. Confie em mim, eu já vi isso acontecer com meus próprios olhos.
Talvez tenha faltado algumas opções, mas eu não vejo outras alternativas, e você?
Nesse ponto, as cartas estão na mesa e Jobs mostra que a HarperCollins e a indústria em geral enfrentam uma escolha difícil em que Jobs reconhece que ceder à Murdoch seria colocar a HarperCollins em uma situação difícil no médio prazo.
Steve Jobs tinha o objetivo de lançar e-books junto com o iPad e deu uma aula de como negociar com seus parceiros.
Steve Jobs tinha o objetivo de lançar e-books junto com o iPad e deu uma aula de como negociar com seus parceiros.

#5. Jogue com a emoção

Um dos maiores erros que os empreendedores fazem é assumir que o processo é racional e lógico.
Mas a negociação é quase sempre um jogo emocional. As pessoas tomam decisões por conta do ego, o medo, a ganância, a necessidade de agradar, e assim por diante.
Note que Jobs mostra os benefícios e riscos de pintar quadro sem enumerar riscos.
Por exemplo, ele cita os números de cartão de crédito de 120 milhões de clientes em arquivo. Ele deliberadamente deixou a imagem de todo dinheiro em potencial na mente de Murdoch.

Steve Jobs deu uma excelente aula de negociação

Não é sempre que costumamos ver um exemplo tão amplo de um processo de negociação na prática, manipulado por alguém com grande experiência no campo.
Vale a pena ler essas dicas várias vezes para descobrirmos como aplica-las efetivamente em nosso dia-a-dia de maneira assertiva.
___
Este artigo foi adaptado do original, “5 Negotiation Tips From Steve Jobs”, da Inc.

Autor

Enrico Cardoso – escreveu  posts no Jornal do Empreendedor.
Enrico Cardoso trabalha com storytelling para construção de marcas. Acredita que toda empresa tem uma única oportunidade de se transformar em uma grande marca: contando histórias.

Ressarcimento para FIFA sairia do Tesouro, explica professor


A possibilidade de cancelamento da Copa é remota, mas nesse caso, Tesouro arcaria com prejuízo financeiro

REUTERS/Kai Pfaffenbach
Copa das Confederaçãoes: bolas e luvas de goleiro em gramado do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
São Paulo – A possibilidade de cancelamento da Copa das Confederações, que está acontecendo neste mês, ou da Copa do Mundo, marcada para daqui um ano, é remota. Mas especulações sobre o assunto surgem em meio aos protestos que tomaram o país.
A FIFA já informou que isso não deverá acontecer. “Em nenhum momento a FIFA, o Comitê Organizador Local (COL) ou o Governo Federal discutiram ou sequer consideraram o cancelamento da Copa das Confederações da FIFA”, afirmou a federação por meio de sua assessoria de imprensa.
Se o fato se consumasse, porém, o governo precisaria ressarcir a federação. A possibilidade é prevista pela Lei Geral da Copa. No artigo que trata da responsabilidade civil, a lei prevê que no caso de cancelamento de qualquer um dos torneios (Confederações ou Copa do Mundo), a União deveria arcar com os prejuízos e pagar tudo à FIFA. “A lei prevê que essa despesa seria corrente do Tesouro Nacional”, explica Inaldo Soares, auditor e professor especializado em licitação e contrato.
Outra possibilidade, como ressalta o professor, é a contratação de um seguro, inclusive internacional, para cobrir possíveis despesas. “Não sabemos se foi feito seguro de garantia para cobertura de tal situação comentada”, ressalta Soares.
Ressarcimento completo
Segundo explica o professor, a lei prevê que o governo pague qualquer despesa à FIFA no caso de cancelamento da Copa das Confederações ou Copa do Mundo. “Por meio de processo administrativo, seriam mensurados todos os prejuízos, desde bilheteria do jogo até outras gerações de receita interrompidas”, explica.
Esse prejuízo viria mesmo se a decisão de cancelar a Copa partisse da FIFA.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou a responsabilidade da União, que poderia reaver prejuízo em alguns casos. "Eventuais danos causados por terceiros poderão ser cobrados regressivamente pela Advocacia-Geral da União, a exemplo do que ocorre hoje em questões previdenciárias e acidentárias trabalhistas", afirmou a AGU por meio de nota da assessoria de imprensa.
A responsabilidade civil é um dos pontos mais questionados da Lei Geral da Copa. Mesmo com um dos torneios já acontecendo, o item é um dos questionados pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o item.
Para a procuradoria, fazer com que o governo assuma qualquer risco sem defini-los bem é inconstitucional.
“Parece que o estabelecimento desta situação contra o Estado configura-se num direito generoso em favor da FIFA, deixando a União Federal numa situação compulsória embaraçosa nas realizações dos eventos em questão”, opina Soares.

O dia em que os franceses sentiram inveja dos brasileiros


Ana Carolina Peliz
Eu sempre admirei – e por que não dizer que invejei? – os franceses por sua incansável capacidade de se manifestar. Já falei sobre isso em várias cartas, para mim nada é mais francês do que pão, queijo, vinho e manifestação.
Por isso, nestes últimos dias, não consigo esconder minha enorme fierté (orgulho, em francês), com o que tenho ouvido deste povo, especialista em revoluções.
Desconhecidos em cafés, amigos, colegas e próximos me dizem: “lindo exemplo”, “estamos com vocês”, “continuem e o mundo inteiro acompanhará” e, finalmente, a frase que quase me faz explodir, “seria bom se a mesma coisa acontecesse na França”.
As manifestações no Brasil pegaram os franceses desprevenidos. Há algum tempo nosso país é visto por eles como um eldorado, um lugar onde todas as promessas são possíveis. Mas o “povo com um enorme coração”, como eles costumam se referir a nós, também é considerado passivo.
Talvez ainda seja cedo para dizer, mas nestas últimas semanas, acho que houve uma mudança. O jornal Libération chegou a falar de “Revolução?”, com letras garrafais, na primeira página. Claro que foi com um pontinho de interrogação para não se comprometer demais.
Sobre os protestos, os franceses dizem que são “polifônicos”, “irreverentes”, “contra o circo da Copa do Mundo”, “da juventude”. Vi alguém comentar até que as manifestações “conseguiram unir um Brasil antes polarizado”, fazendo referência ao fato de que pessoas que não utilizam o transporte público se manifestaram contra o aumento das passagens. Surpreendente? Eu não acho. Para eles, que chamam as manifestações pelo apelido carinhoso de manif, uma manif só pode ser positiva.

Foto: Fe Hinnig

Claro que não é segredo para ninguém que a França atravessa uma fase difícil: marasmo econômico, desemprego, recessão, além de escândalos recentes que mostram que a corrupção também é uma realidade por aqui. Para completar tudo isso, o país enfrenta um dos mais frios verões dos últimos tempos, com temperaturas abaixo de 18 graus. Em resumo, os franceses andam desanimados e descrentes.
Por isso, ver os jovens na rua no Brasil, com cartazes criativos, exigindo mudanças, mexe com a chama que não se apaga nunca no coração dos franceses. Eu acho que estes velhos revolucionários, que continuam brigando contra tudo e todos, sentem, bem lá no fundo, uma mistura de inveja e melancolia. Eles gostariam de ter um país que ainda pudesse ser revolucionado.

Ana Carolina Peliz é jornalista, mora em Paris há cinco anos onde faz um doutorado em Ciências da Informação e da Comunicação na Universidade Sorbonne Paris IV. Ela escreve aqui todas as quintas-feiras.

VERISSIMO - Cadê o De Gaulle?


O "Journal du Dimanche" de Paris de domingo trazia uma entrevista com Daniel Cohn-Bendit, um dos lideres da sublevação popular que quase derrubou o governo francês em maio de 1968 e que continua atuando, como ativista e analista politico, com o nome que conquistou naquela primavera. Não é mais o irreverente Dani Vermelho de 45 anos atrás, mas ainda é o remanescente mais notório daquela geração que fez o então presidente de Gaulle pensar em largar tudo e se mandar. Só mais tarde ficou-se sabendo como o velho general chegara mesmo perto de renunciar. De Gaulle não era a única causa da revolta que começou com os estudantes e empolgou Paris, mas era um símbolo de tudo que os revoltosos não queriam mais. Se maio de 68 não sabia definir bem seus objetivos, pelo menos tinha um ícone vivo contra o qual concentrar seu fogo. Um conveniente símbolo com dois metros de altura, um nariz dominador e a empáfia correspondente.
A chamada de capa para a entrevista de Cohn-Bendit era "Um perfume de Maio de 68" e a matéria fazia uma comparação mais ou menos óbvia do que acontece no Brasil com o que acontece na Turquia e o que aconteceu nas recentes "primaveras" árabes e em 68 em Paris. Óbvia e inexata. Nos países árabes a rua derrubou ditadores, na Turquia a revolta é, em parte, contra um governo autocrático e inclui, como complicadora, a luta antiga pela hegemonia religiosa. E, diferente do maio de Paris, a combustão instantânea no Brasil ainda não produziu seus Cohn-Bendits nem tem um De Gaulle conveniente como um símbolo que resuma o que se é contra. Ser contra tudo que está errado despersonaliza o protesto. Qual é a cara de tudo que está errado? No Brasil tanta coisa está errada há tanto tempo que qualquer figura, atual ou histórica, serve como símbolo da nossa desarrumação intolerável, na falta de um de Gaulle. Renan Calheiros ou Pedro Álvares Cabral.
Na sua entrevista, forçando um pouco a cronologia, Cohn-Bendit diz que 68 foi o preâmbulo de 81, quando a esquerda chegou ao poder na França. Junho de 2013 será o preâmbulo de exatamente o quê, no Brasil? Aqui a esquerda, ou algo que se define como tal, já está no poder. O que vem agora? O Marx tem uma frase: se uma nação inteira pudesse sentir vergonha, seria como um leão preparando seu bote. Uma nação envergonhada dos seus políticos e das suas mazelas está inteira nas ruas. Resta saber para que lado será o bote desse leão.
Tempos interessantes, tempos interessantes.
Uma nação envergonhada dos seus políticos e das suas mazelas está inteira nas ruas.
Publicado no Globo de hoje.

Mais um escândalo: Sergio Cabral vai pagar precatórios com o dinheiro dos outros


Esta semana, os deputados estaduais aprovaram o Projeto de Lei Complementar 19/2013, de autoria conjunta do Poder Judiciário e Poder Executivo, pelo qual o Judiciário transfere 25% do saldo dos depósitos judiciais para o Poder Executivo. Como todos sabem, o depósito judicial é um dinheiro que pertence às partes e não ao Tribunal ou ao governo.
Para que setenha ideia do que foi aprovado nesta tarde, o saldo atual dos depósitos judiciais é de R$ 13,7 bilhões. Com a aprovação da lei, o Tribunal está repassando para o governador 25% deste total, ou seja, R$ 3,4 bilhões. E, a partir de agora, sempre que entrar novo depósito judicial, automaticamente 25% serão destinados ao Poder Executivo, à guisa de pagar precatórios. E isso porque não passaram algumas emendas de alguns deputados da base do governo que queriam aumentar este repasse para 35%.
DINHEIRO NÃO É DELE
Lamentamos que o TJ tenha cedido mais uma vez à sanha do Poder Executivo por verbas que não lhe pertencem, o que já vem acontecendo há anos quando o Governador não repassa ao TJ os 6% do repasse constitucional que nos é devido, com a complacência dos administradores do Tribunal de Justiça, o que vem nos causando um prejuízo anual da ordem de 300 milhões de reais.
Outro lado ruim da história é que nos bastidores da Alerj não se falava em outra coisa a não ser nos nomes dos escritórios que, com informação antecipada e privilegiada da negociação, dedicaram-se a comprar precatórios no mercado, com enorme deságio, e que agora receberão do Estado o valor integral destes precatórios que, até então, eram moeda podre.
Apenas para exemplificar, se o deságio praticado por estes escritórios na compra recente de precatórios foi da ordem de apenas 30% (numa previsão conservadora, porque os percentuais costumam ser bem maiores), estamos falando de lucros imediatos da ordem de R$ 1 bilhão de reais. Mas, com certeza, houve quem comprasse precatórios com deságio de até 70%.Tudo isso com uma lei que nasceu, tramitou e foi aprovada em uma semana.

Corrupção agora é crime hediondo, mas punição de desembargador corrupto é aposentadoria com salário integral


Jorge Wamburg
(Agência Brasil)
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou hoje (27) a aposentadoria compulsória, com proventos proporcionais ao tempo de serviço, do desembargador Carlos Luís de Sousa, do Tribunal de Justiça do Tocantins, acusado em processo administrativo de receber propina para proferir decisões em processo judicial.
Segundo a investigação realizada pelo CNJ, o desembargador rateou R$ 350 mil com dois magistrados do tribunal e advogados que trabalhavam no processo, por meio de precatórios pagos indevidamente. Conforme a apuração, Sousa ficou com R$ 50 mil. A decisão foi tomada por unanimidade pelo plenário da Corte.
Na época (2007), Carlos Luís de Sousa era vice-presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins e, segundo a sindicância realizada pelo CNJ, desrespeitou a ordem cronológica de pagamento dos precatórios para obter vantagem financeira indevida. O caso foi apurado pela Polícia Federal, na área criminal, e foram gravadas conversas comprometedoras dos envolvidos no caso, diz o relatório apresentado ao CNJ pelo conselheiro José Guilherme.
Embora a defesa tenha sustentado que não havia no processo administrativo provas suficientes para condenar o desembargador, o plenário acompanhou o voto do relator e decidiu aplicar a ele a pena administrativa mais grave para o caso, que é a aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. A defesa do desembargador diz que, em 30 anos de magistratura, ele nunca tinha recebido qualquer punição.

Custo da construção acumula alta de 7,88% em 12 meses, diz FGV


De maio para junho, o INCC-M acelerou, de 1,24% para 1,96%.
Grupo mão de obra registrou variação de 3,24%, em junho, contra 1,88%.

Do G1, em São Paulo
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Construção civil pedreiro (Foto: Reprodução/TV Rio Sul)Construção civil
(Foto: Reprodução/TV Rio Sul)
O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) acelerou de 1,24% em maio para 1,96% em junho, segundo aponta pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgada nesta terça-feira (25). No ano, o índice acumula variação de 5,61% e, nos últimos 12 meses, de 7,88% - acima do teto da meta de inflação definida pelo governo, de 6,5%, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Na decomposição do indicador, o índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços ficou em 0,58%, contra 0,56% no mês anterior. O índice referente à Mão de Obra registrou variação de 3,24%. No mês anterior, a taxa foi de 1,88%.

No grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, o índice correspondente a Materiais e Equipamentos teve alta de 0,54%, contra 0,65% no mês anterior. Dos quatro subgrupos componentes, apenas materiais para estrutura apresentou decréscimo em suas taxas de variação, passando de 0,98% para 0,62%.
ENTENDA A INFLAÇÃO, SUAS CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
A inflação é uma alta persistente e generalizada dos preços. Provocada pelo desequilíbrio entre oferta e demanda, pelo excesso de moeda ou por gastos públicos elevados, entre outras causas, ela provoca perda do poder de compra e reduz a eficiência da economia. Leia mais
 O índice relativo a Serviços passou de 0,19%, em maio, para 0,71%, em junho. Neste grupo, o destaque ficou com a aceleração do subgrupo vale transporte, cuja variação passou -0,40% para 2,24%.
O grupo Mão de Obra registrou variação de 3,24%, em junho, contra 1,88% em maio. A aceleração foi consequência das datas bases ocorridas em São Paulo e Brasília, cujas taxas passaram de 3,45% para 6,18%, e de 0,00% para 5,28%.
Capitais
Três capitais apresentaram aceleração em suas taxas de variação: Brasília, Porto Alegre e São Paulo. Em contrapartida, Salvador, Belo horizonte, Recife e Rio de Janeiro registraram desaceleração.
Confiança
Pelo terceiro mês consecutivo, o Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas, apresentou relativa melhora, considerando-se comparações interanuais trimestrais. No trimestre findo em junho, o índice registrou queda de 3,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na mesma base de comparação, a queda havia sido de 6,6% e 4,3%, respectivamente, nos trimestres findos em abril e maio.
"O resultado deve ser interpretado com certa cautela. Em primeiro lugar, no segundo trimestre do ano passado, período base de comparação, o ICST havia registrado tendência de queda acentuada. Além disso, analisado na métrica trimestral, o resultado vem sendo beneficiado pelo avanço expressivo pontual de abril passado. Se for considerada a comparação interanual em termos mensais, o ICST teria registrado variação de -2,6% naquele mês, passando a -3,4% em maio e -4,8% em junho", disse a FGV, em nota.

CHARGE DO FRANK



Esta charge do Frank foi feita originalmente para o