sábado, 18 de maio de 2013

Tragédia em Oruro - A farsa boliviana



09:54:21

Gravação comprova que tio e advogado de Kevin Beltrán Espada, morto por um sinalizador no jogo Corinthians e San José há três meses, quer dinheiro para inocentar, em depoimento, os 12 torcedores brasileiros presos na Bolívia

Em frente ao hotel Eden, na pequena Oruro, cidade a 3.700 metros de altitude, distante 230 quilômetros da capital boliviana, La Paz, há uma arborizada praça, a Plaza 10 de Febrero. Lá, em uma tarde ensolarada do mês passado, o advogado Jorge Ustarez Beltrán, figura de renome na cidade graças aos serviços prestados a senadores e ministros da Bolívia, colocou as cartas na mesa para o advogado brasileiro Sérgio de Moura Ribeiro Marques, contratado pelas famílias para defender os 12 brasileiros presos há três meses em Oruro. Os torcedores foram apontados como responsáveis pela morte do adolescente boliviano Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, alvejado por um sinalizador quando assistia a uma partida de futebol entre Corinthians e San José em fevereiro. “Estou consciente de que os 12 não são culpados”, disse Beltrán, tio de Kevin que assessora juridicamente a família, ao advogado brasileiro. ...

Na praça, a conversa entre os advogados se desenrolou por cerca de uma hora. Nela, o tio de Kevin insiste para que ele e o colega brasileiro trabalhem juntos para libertar os torcedores do Corinthians. Dias depois, em mais uma hora de diálogo, agora em um restaurante, Beltrán abre o jogo de vez e pede dinheiro para contribuir com a soltura dos brasileiros. “Doutor, te digo com muita sinceridade. Se estamos buscando libertar os 12 torcedores, o caminho não é esse que estamos seguindo. Não é pela pressão política, não é um tema diplomático”, afirma. “Se não trabalharmos juntos, não iremos solucionar nem o problema da família de Kevin nem libertar os 12. Praticamente, o que propomos a vocês é acabar de vez com esse processo. Os familiares (do adolescente morto) buscam uma reparação material, civil, e isso poderia ser assumido pelo Corinthians.” Ou seja, ele deixa claro que o caminho a ser trilhado para a libertação dos torcedores não é o da Justiça, mas o do dinheiro.


ISTOÉ teve acesso aos diálogos mantidos nos dois encontros e que foram gravados por Marques sem que Beltrán soubesse. Neles, os dois advogados costuram o seguinte acordo: o tio de Kevin, segundo Marques, produziria uma petição na qual declararia, entre outros pontos, a inocência dos 12 brasileiros presos pela morte de Kevin. E – mais importante – revelaria que o adolescente boliviano encontrava-se de costas para o campo quando foi alvejado pelo sinalizador. Além de Beltrán, Beymar Jonathan Trujillo Beltrán, primo de Kevin e única testemunha ouvida (em uma declaração de apenas cinco linhas) sobre a morte dele, assinaria o documento que seria incorporado ao processo de investigação. Por ser uma declaração contundente de uma nova testemunha intimamente ligada ao adolescente morto, seria aberta uma grande possibilidade de libertação para os brasileiros. Apesar de não ter se pronunciado legalmente ainda, o tio de Kevin estava no jogo Corinthians e San José.

A contrapartida do testemunho custaria US$ 220 mil – cerca de R$ 400 mil – a serem entregues à família de Kevin (conforme consta da anotação manuscrita por Beltrán acima) e que deveriam ser levantados pelo advogado Marques em 20 dias, assim que ele retornasse ao Brasil. “Esse é o momento adequado (para solucionar o caso), doutor. Mais para a frente, fica complicado... uma vez que se produz a acusação, aí não poderemos introduzir nenhuma prova que não as que o investigador já tenha determinado”, insiste o advogado Beltrán, como revelam as gravações (leia mais à pág. 74). A confissão sobre a real posição de Kevin na arquibancada poderia mudar o rumo da investigação e culminar com a libertação dos brasileiros, de acordo com o perito Ricardo Molina, da Universidade de Campinas. “Considerando-se que os torcedores corintianos estavam à direita de Kevin, se for verdade que o adolescente boliviano estava de costas para o campo, seria impossível que o sinalizador que entrou pelo olho direito e saiu pela jugular esquerda dele partisse da posição onde se encontrava a torcida brasileira”, diz ele.
REUNIÃO. À esq., o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, com familiares dos presos.Eles não têm ajuda financeira do clube para resolver a questão jurídica. Abaixo, o advogado Sérgio Marques (em destaque) e o procurador boliviano Alfredo Canavari (no centro) durante oitiva do menor H. A. M.
 
De volta ao Brasil, o Corinthians foi comunicado sobre a possibilidade de fechar o acordo com o tio de Kevin. “Fui informado sobre o fato. Mas o Corinthinas não dará dinheiro em troca de um depoimento do tio”, diz Luís Bussab, diretor do departamento jurídico do clube. O advogado Marques também comunicou o fiscal da promotoria de Oruro, Alfredo Canavari. O promotor boliviano esteve no Brasil no início do mês para uma oitiva com o menor brasileiro H. A. M., que assumiu ter lançado o sinalizador que aparece em algumas imagens na direção dos torcedores bolivianos. “Canavari concordou que eu fizesse o acordo. Ele me disse que, se fosse fechado, o ajudaria a tirar a pressão que vem sofrendo (das autoridades bolivianas)”, afirma Marques.

O depoimento contundente de um parente de Kevin em troca de dinheiro para a família do adolescente morto, juridicamente falando, pode até não significar a soltura imediata dos torcedores. Mas a revelação de que familiares da vítima tentam negociar a morte de Kevin, além de chocante, demonstra desinteresse em que se ache o verdadeiro culpado. “Um sujeito que propõe um acordo e negocia a imagem do parente morto antes de os fatos serem esclarecidos mostra que ele pode ter se omitido em relação à verdade anteriormente”, diz o advogado dos detentos brasileiros. Na gravação, o tio de Kevin diz não ser preciso tornar público o acordo financeiro. “Não necessito que o Corinthians diga que está compensando a família civilmente... tem de fazer um documento de solidariedade, comovido (com a situação financeira dos pais de Kevin), assumindo sua responsabilidade social e (os) repararia”, sugere Beltrán. Procurado por ISTOÉ e questionado se em alguma oportunidade chegou a pedir dinheiro em nome da família de Kevin a algum emissário dos torcedores presos, o tio do adolescente boliviano respondeu: “Formalmente, não.”


Marques não conseguiu avançar na negociação dos recursos com o Corinthians ao retornar ao Brasil. Pelo contrário, diz que passou a sofrer pressão política por parte do governo brasileiro e do clube paulista para que o escritório Maristela Basso advogados, do qual é sócio, fosse afastado do processo. É o que ele afirmou em entrevista exclusiva à ISTOÉ online na sexta-feira 10: “Querem que nós sejamos destituídos do caso e o governo colha o mérito da possível soltura dos torcedores.” A maioria dos familiares, porém, é contra a saída do advogado. Uma mãe e uma avó de um dos presos disseram que hipotecariam suas casas, se preciso fosse, para pagar os honorários do escritório. Os recursos passaram a ser bancados via empréstimos às famílias pela torcida organizada Gaviões da Fiel, mas por conflitos nos rumos da defesa os pagamentos cessaram.

Membro da Comissão dos Direitos Humanos da OAB/SP, o advogado Sérgio de Moura Ribeiro Marques, ex-professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), aceitou trabalhar para os familiares dos presos gratuitamente por viver um drama semelhante. Pai solteiro de Tales Porchat de Moura Ribeiro, 11 anos, ele possui a guarda do filho, mas há cerca de três anos concordou com a vontade do garoto de viver um breve período com a mãe, no interior de São Paulo. Desde então, Marques diz sofrer alienação parental e não consegue ter contato com Tales. No dia em que pediu ao pai para ir morar com a mãe, o menino revelou que havia decidido ser corintiano. Marques disse às famílias que sabe quanto é dolorido ter um filho longe e pediu um pagamento inusitado. Ao final do processo, quer que cada torcedor diga ao garoto: “Obrigado, Tales, pois seu pai ajudou a nos tirar de uma situação difícil e ele o fez porque o ama muito.”


As sérias divergências na condução do caso dos corintianos presos em Oruro podem protelar – e até mesmo complicar – uma possível libertação deles. Na oitiva com o adolescente H. A. M., realizada no início do mês no consulado boliviano em São Paulo, o advogado do menor, Ricardo Cabral, que também trabalha para a Gaviões, não queria que o seu cliente respondesse ao procurador boliviano se sabia onde o sinalizador disparado por ele teria caído, segundo o advogado Marques. Cabral defende a tese de que o menor brasileiro seria o responsável pelo disparo do sinalizador que alvejou o adolescente boliviano. Porém, usar H. A. M. como bode expiatório pode ser um tiro no pé. “A lei penal da Bolívia prega que uma pessoa que tenha participado de um crime, mesmo que não intencionalmente, é julgada como cúmplice”, diz Marques. Ou seja, apenas o fato de um dos corintianos carregar a mochila onde estava o sinalizador, mesmo não sabendo seu conteúdo nem conhecendo H. A. M., já seria indício de cumplicidade aos olhos das autoridades locais.

Para o procurador de Justiça e deputado estadual Fernando Capez, que participou da oitiva no consulado boliviano, há dúvida quanto à trajetória do sinalizador disparado pelo adolescente brasileiro e não é possível afirmar que aquele artefato acertou mesmo Kevin. “A investigação é uma vergonha, não prova nada”, diz ele, que se diz indignado com a postura do Itamaraty. “Sinto que eles estão omissos, não fazem nada de concreto. Tem de fazer pressão diplomática.” Procurado por ISTOÉ, Cabral, o advogado do menor brasileiro, preferiu não se manifestar. Na oitiva, depois de muita insistência, H. A. M. informou que o seu sinalizador teria caído na área verde da arquibancada, a mesma onde ele se encontrava, só que mais adiante. Os assentos do estádio Jesús Bermúdez, em Oruro, estão divididos em três faixas: a mais perto do campo é verde, depois vem a amarela e por fim a vermelha – Kevin estava nesta última. Se isso puder ser comprovado, o depoimento dado pelo menor brasileiro ao procurador boliviano o isenta da culpa da morte de Kevin e, por tabela, os 12 torcedores detidos. “Aquele vídeo que mostra um sinalizador sendo lançado da torcida corintiana não prova nada, nem mesmo que o disparo foi feito pelo menor brasileiro. Se estão usando o vídeo como prova, é chute”, diz o perito Molina.

SEM PRAZO
O ministro Antonio Patriota, do Itamaraty:
morosidade do governo para libertar os brasileiros

Se o projétil que acertou o olho direito de Kevin e saiu pela sua jugular esquerda partiu da posição onde H. A. M. se encontrava no estádio, Kevin teria de estar agachado e com a cabeça levemente virada para a direita, de acordo com Molina (leia mais no quadro ao lado). Segundo o perito, esta seria a única possibilidade, considerando-se a posição do autor e da vítima, que estava quase protegida por uma tribuna. “É possível que isso tenha acontecido? É. É seguro que tenha ocorrido? Não. Se Kevin estivesse olhando para o campo ou para cima, o projétil teria de vir do alto”, diz Molina. “Não existe exame de necropsia para saber a trajetória do projétil na cabeça da vítima e não se sabe que tipo de sinalizador foi disparado, a força de propulsão e o curso que ele faz. A posição da cabeça do Kevin é determinante para saber a trajetória do sinalizador que o acertou. Não tem como resolver esse caso apenas com os elementos que existem no momento.”

Em resumo, o caso dos brasileiros presos na Bolívia não tem solução técnica. Sem ela, fica a dúvida sobre a autoria do disparo do sinalizador que matou Kevin. E, se não há como provar a culpa dos 12 torcedores do Corinthians, eles têm de deixar a prisão em Oruro. Passou da hora de o governo brasileiro arregaçar as mangas de verdade e, livre de interesses paralelos, priorizar uma solução rápida para a prisão arbitrária de 12 de seus cidadãos que, na Bolívia, vivem dias de criminosos sem sequer terem sido acusados legalmente.


Por Rodrigo Cardoso
Fonte: Revista ISTOÉ - N° Edição: 2270 - 18/05/2013

O vice-presidente Temer usa funcionária pública em negócios particulares



10:54:41

O curioso é que ainda nos surpreendamos com isso

Temer: a secretária, paga pelos cofres públicos, é também sócia de uma empresa sua, e trabalha para seus negócios privados (Foto: Antonio Cruz / Agência Brasil)
Engraçado como ainda tem gente que se surpreenda com fatos como este, divulgado hoje pelo site de VEJA: o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), usa uma funcionária pública de seu gabinete para administrar seus negócios privados, em São Paulo. Ela é ao mesmo tempo secretária do vice e administradora e gerente em uma sua empresa.

Gilda Silva Sanchez não trabalha no famoso escritório da Presidência na capital paulista, o mesmo e amaldiçoado lugar que Rosemary Noronha, a amigona do ex-presidento Lula, transformou em balcão de tráfico de influências, segundo apurou a Polícia Federal.

Ela opera no escritório pessoal de Temer em São Paulo. ...

Digo engraçado no sentido mais triste que a palavra possa ter. Melhor seria ter escrito “curioso”. Pois bem, é curioso que se estranhe o fato, uma vez que confundir o público com o privado é uma velha, antiquíssima prática de homens públicos “neztepaiz” — nem preciso lembrar o caso do impichado ex-presidente Fernando Collor. A lista é interminável, e inclui homens públicos federais, estaduais e municipais.

E, durante o lulalato, passou-se a achar a coisa mais natural do mundo a confusão público/privado — como comprovou o escândalo do mensalão, que incluiu desvio de dinheiro público para rechear bolsos de deputados da “base governista” — porque o lulopetismo considera que faz o “bem-estar” do povo a seu modo, que promove a “inclusão”, e que este valor justifica tudo e está acima de tudo, inclusive da lei. Não exagero: o lulopetismo vive dando provas disso.

Temer não é lulopetista, não entrou na roubalheira do mensalão, mas acabou adotando a prática de misturar público e privado.

Também é uma rotina a forma pela qual que se respondem a questões incômodas, como a de por que, afinal, uma funcionária pública que ganha mais de 7 mil reais por mês oriundos dos impostos que nós, brasileiros, pagamos, está a serviço dos interesses particulares do vice-presidente.

Sua nomeação foi “um lapso”, foi a desculpa esfarrapada esculpida pela Vice-Presidência.

O luxuoso edifício Spazio Faria Lima, no bairro do Itaim-Bibi: Temer possui um andar inteiro, que vale entre 12 milhões de reais (Foto: veja.abril.com.br
De minha parte, aqui de meu modesto ponto de observação, também acho bastante interessante que o patrimônio de Temer — membro de carreira do Ministério Público de São Paulo e político em tempo integral há duas décadas –, para citar apenas um único de seus itens, inclua um andar inteiro (700 metros quadrados) de um prédio moderno em uma das regiões de escritórios mais procuradas da capital paulista, com valor estimado em 12 milhões de reais.

Trata-se de dois escritórios conjugados com vinte vagas de garagem privativas dotadas de manobristas, alugados para o banco de investimentos BR Partners. Profissionais da área estimam que somente este imóvel renda ao vice-presidente de 80 000 a 100 000 reais por mês.

A assessoria do vice-presidente telefonou para a coluna lembrando que Temer, além de sua carreira como funcionário e como político, também advogou por muitos anos, tendo sido sócio de escritórios de peso como o de Celso Antônio Bandeira de Mello. Da mesma forma, informa que parte do pagamento pelo imóvel, adquirido na planta, foi feito com a transferência à incorporadora de casas de sua propriedade então existentes no quarteirão do prédio.

Fico imaginando se, no tempo de FHC, se descobrisse algo semelhante envolvendo o vice-presidente Marco Maciel…
Fonte: Veja.com - Ricardo Setti - 18/05/2013

Repórter condenada a pagar Sarney tem conta bloqueada




O Tribunal Regional Eleitoral do Amapá determinou o bloqueio das contas da jornalista Alcinéa Cavalcante, condenada a pagar mais de R$ 2 milhões em indenização por danos morais ao senador José Sarney (PMDB-AP). A condenação já transitou em julgado e o processo se encontra atualmente na fase de execução. Alcinéa é colaboradora do Estado no Amapá.

Como Alcinéa não possui bens em seu nome para serem penhorados, a Justiça determinou o bloqueio de sua conta corrente. A jornalista precisou juntar seus contracheques para provar que sobrevive somente de sua aposentadoria como professora, de pouco mais de R$ 5 mil. "A lei não permite bloqueio de salário e esse é o único rendimento da jornalista. Ela vai ficar com o nome sujo e proibida de comprar qualquer coisa em seu nome", afirmou o advogado Ruben Benerguy, que passou a defender Alcinéa na fase de execução do processo. ...

A jornalista foi condenada por causa de uma nota publicada em seu blog (www.alcinea.com) durante as eleições de 2006. No blog, ela publica, além de notícias, fotos antigas, poesias, obras de artes e temas variados. Na eleição de 2006, Alcinéa lançou uma enquete: mande fazer um adesivo com os dizeres: "o carro que mais parece comigo é o camburão da polícia". Sugeriu aos leitores que dissessem o nome do político que deveria receber o adesivo. Vários políticos do Estado - um dos campeões em casos de corrupção, com prefeitos e governadores presos nos últimos anos - foram citados. Também citado na enquete, Sarney não gostou e decidiu processar a jornalista.

Alcinéa noticiava o processo em seu blog. A cada nova nota, recebia outro processo. Ela recorreu nos dois primeiros, mas foram outros 20 processos que determinaram sua condenação. "Acabei perdendo o prazo de recorrer e fui julgada à revelia. Não tinha dinheiro para pagar advogados", explica a jornalista.

No Amapá, os principais jornais e as concessões de rádios e TVs são ligadas a políticos. Por isso, blogs e Twitter costumam ser os meios de acesso a notícias com isenção e imparcialidade. Os jornalistas, no entanto, são processados com frequência e acabam tendo de arcar pessoalmente com os custos na Justiça.

Além de Alcinéa, sua irmã, Alcilene, também foi processada por Sarney e teve de parcelar o valor da indenização, pagando R$ 500 por mês ao senador. No Amapá, o jornalista Antonio Correa Neto, que faleceu mês passado, também foi processado 17 vezes e devia mais de R$ 1 milhão. Não pagou porque não tinha dinheiro nem bens para serem penhorados.

A assessoria de imprensa de Sarney informou ontem que o parlamentar estava em viagem internacional e, por causa disso, não poderia ser localizado para comentar o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Bruno Paes Manso
Fonte: Jornal Estado de São Paulo - 18/05/2013

Ponto final, por Ancelmo Gois


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18.5.2013
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12h58m
GOIS DE PAPEL



Karl Marx (1818-1883) deve estar se revirando em seu túmulo no cemitério de Highgate, em Londres. É que o Museu do Comunismo, em Praga, veja só, funciona entre um... cassino e uma loja do McDonald’s.

Recuo no Mercosul - Míriam Leitão


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18.5.2013
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9h00m
COLUNA NO GLOBO

Há uma convicção crescente entre os especialistas de que o Brasil deveria dar um passo atrás no Mercosul. O bloco deixaria de ser união aduaneira para ser área de livre comércio. A vantagem é que o Mercosul continuaria, mas não impediria novos acordos do Brasil com outras partes do mundo. Sendo união, os países têm que seguir a mesma tarifa externa e isso nos paralisa.

O presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, embaixador Luiz Augusto de Castro Neves, não teve dúvidas quando perguntei, na Globonews, se a Argentina atrapalha:
— Muito. A Argentina é o único país que se subdesenvolveu.
O retrocesso na Argentina é coisa antiga, mas houve piora recente com a crise cambial e as barreiras ao comércio até entre os países do próprio bloco.
O economista José Tavares, do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento, revelou que depois que fizemos do Mercosul uma união aduaneira não houve mais nenhuma união aduaneira no mundo e proliferaram zonas de livre comércio. Os dois explicaram que a nova modalidade de acordo integra cadeias produtivas e reduz custos de transações. São rápidas e eficientes.
— O Brasil está há 20 anos construindo o Mercosul — que aumentou o comércio e o investimento com a Argentina — mas tem concepção errada e partiu de patamar muito alto de tarifas ao comércio — diz Tavares.
Os dois acham que o Brasil é muito protecionista. Tavares explicou que durante 70 anos o país teve problemas de balanço de pagamentos. Agora não tem, mas continua com as mesmas medidas.
Castro Neves lembrou que a Argentina impõe aos sócios barreiras inaceitáveis, como a exigência de licença prévia de importação. A solução é deixar de ser união aduaneira. Para Tavares, a prova de que protecionismo não é remédio está em três setores brasileiros:
— Três setores que não têm medidas de proteção e estão muito bem: aviões, alimentos e cosméticos. Estamos entre os quatro maiores produtores do mundo de aviões, somos um dos mais competitivos na produção de alimentos, inclusive industrializados, e a área de cosméticos é dinâmica. Consumimos mais desodorantes e creme de enxaguar do que os americanos, em termos absolutos.
Tavares acha que o erro do país é ter tarifa alta para bens intermediários, que encarece custos industriais. Acha que os setores químico e siderúrgicos são competitivos e, se as tarifas fossem menores, pressionariam o governo por reformas:
— Há uma ideia errada sobre a abertura do Collor. Ela foi muito suave, e depois disso o Brasil continuou abrindo lentamente seu comércio.
Os dois acham que esse protecionismo não criará constrangimento ao novo diretor geral da OMC, Roberto Azevêdo, que terá que tirar a camisa de representante do país e ser um funcionário internacional.
O embaixador e o economista alertaram que esse é um momento decisivo do comércio internacional.
— Azevêdo terá que perguntar aos países se querem continuar com a Rodada Doha ou se vai por outro caminho. Não pode decidir sozinho — diz o embaixador.
Tavares aposta nas qualidades pessoais de Azevêdo:
— Foi uma escolha feliz não só para nós. Ele tem sensibilidade para o que é relevante no comércio internacionais, que não são essas bobagens que o Brasil anda fazendo, mas sim a inclusão dos novos temas como investimento, compras governamentais, serviços. O Brasil sempre foi contra a inclusão desses temas.
Seja como for, desde o início da Rodada Doha, há 12 anos, a tendência no mundo foi criar acordos de livre comércio, que não tratam de tarifas em si, mas de todas as outras formas de integração das cadeias produtivas. Segundo Castro Neves, esse é o futuro: integrar cadeias produtivas, como fez a China nos últimos anos, mas o Brasil tem relutado em se integrar. Um dos motivos é o Mercosul. O outro, o nosso velho protecionismo.

CASSIA ELLER - Ela não quer trabalhar





A casta dos dodóis, por Nelson Motta



Nelson Motta, O Globo
O país está muito preocupado com a saúde dos funcionários do Senado. Sobrecarregados de trabalho e estressados pelas pressões cotidianas, os combalidos servidores tiraram mais de 87 mil dias de licenças médicas em apenas dois anos, que custaram 50 milhões de reais. E quantos médicos trabalharam milhares de horas para examinar, diagnosticar, receitar e licenciar tantos servidores doentes?
Agora se entende por que o Senado precisa de tantos médicos concursados, terceirizados e comissionados. E por que os senadores voam para o Sírio-Libanês ao menor sintoma de qualquer coisa.
Talvez a saúde dos servidores do Senado seja mais frágil e sujeita a doenças do que a dos funcionários da Ford, da Ambev ou do Bradesco. Não seria o caso de contratar pessoas mais saudáveis para o Senado? Ou dar-lhes um adicional de insalubridade?


Imaginem se uma empresa privada com 10 mil funcionários — do tamanho do Senado, mas produzindo bens ou serviços para a população — tivesse esse volume de faltas. Falência ou demissão em massa? Nem dinheiro do BNDES daria jeito.
A verdade é que, mesmo com esse volume colossal de faltas, ninguém notou diferenças no funcionamento do Senado, nenhum projeto deixou de ser votado, nenhuma comissão deixou de funcionar, nenhuma determinação da Mesa deixou de ser cumprida. Ou seja, não fizeram a menor falta. Provaram que o Senado pode viver muito bem sem eles.
Já estou esperando a carta furibunda da associação dos funcionários do Senado, repudiando a crônica debochada, desclassificando o cronista, e enaltecendo a eficiência e probidade da corporação, exigindo respeito pelos servidores públicos. E o clássico “não é justo culpar todos pelas eventuais falhas de alguns poucos”, embora ninguém os tenha acusado coletivamente.
Podem até dizer, à la Mantega, que o índice de faltas é só um pouco mais alto do que os padrões da iniciativa privada, mas vai cair. E talvez tenha sido motivado pela secura do ar de Brasília, talvez por epidemias de gripe que assolaram o Planalto.
Mas não há remédio para falta de vergonha na cara e de respeito pelo dinheiro suado do contribuinte.

Nelson Motta é jornalista.

Os Herdeiros, por Maria Helena RR de Sousa



Desde 2003, na arena política, há uma palavra que se repete continuamente: herança. Ora é a herança maldita, ora é a herança bendita. Como não há herança sem herdeiros, falemos um pouco dessas figuras.
Não pensem, nem por um minuto, que somos nós, o povo, os herdeiros! Não, longe disso. Nós somos a argamassa, a base que sustenta os herdeiros. Os principais herdeiros do monte são Lula e Dilma, pois no Brasil de hoje quem herda a caneta, herda o poder. Todo o poder.
Há muitos outros herdeiros, congressistas, governadores, prefeitos, ministros, assessores, presidentes de estatais e de institutos, são muitos, o que não espanta diante do tamanho da herança. Mas eles não herdaram a caneta com tinta indelével. Quando muito herdaram canetas com tinta mágica...
O que não diminui sua alegria. A herança, gigantesca, faz a felicidade dessa geração política e de seus filhos e netos. Mas assim mesmo, não basta: eles estão se desentendendo como uma família de 10 filhos que herdou um terreno de 10X10 e começa a brigar já na saída do cemitério.


Não é necessária prova maior do que essas últimas 50 horas. O Congresso esteve em reunião quase que permanente para apreciar e votar a Medida Provisória dos Portos. Uma medida que é, por todos os aspectos que se olhe, da maior importância. O Brasil depende de seus portos como nós, seus habitantes, dependemos de oxigênio.
Todos concordam com isso. O que assustou foi o Executivo tirar as luvas e mostrar, abertamente, suas mãos de ferro.
Deixou a impressão que se o Congresso não votasse Sim à MP, nosso país definharia em poucos dias.
Não consigo compreender porque assunto dessa importância recebeu um tratamento aligeirado, para ser votado com a pressa de quem foge de um incêndio. E não é apenas votar. É votar favoravelmente à vontade de dona Dilma!
Não ouvi nem uma palavra que justificasse a urgência da votação. Pergunto: se os deputados e senadores resolvessem se portar com altivez e independência, como disseram que o fariam, e derrubassem a MP, o que aconteceria?
Nada justifica essas noitadas na Câmara dos Deputados, nada. Foi um espetáculo deprimente, de cabo a rabo. Se houvesse um modo de selecionar o que foi importante dizer do que foi totalmente inútil, não teria sido necessária a galinhada servida para alimentar os pobres membros da Câmara dos Deputados, insones e famintos.
Não sendo herdeira, sendo parte da argamassa, só tenho direito a palpitar. E palpito: eu voltaria a me orgulhar de ser brasileira se o Senado resolvesse, desabridamente, derrubar a MP, mas dizendo claramente porque o faria. Porque este país não pertence à Dilma ou ao Lula. Este país nos pertence.
Para votar em outra ocasião, depois de estudar o assunto como deve ser estudado. Seria uma lição que Dilma Rousseff não esqueceria!

CHARGE DO AMARILDO

Lula e a falta de ética (Editorial)



O Estado de S.Paulo
Sob o comando de Lula, o PT antecipou o início da campanha presidencial, cuja eleição se realiza daqui a 17 meses, de modo que tudo o que as lideranças do partido e do governo fazem e dizem deve ser considerado de uma perspectiva predominantemente eleitoral.
E desse ponto de vista ganham importância as mais recentes declarações do chefe do PT que, do alto de seu irreprimível sentimento de onipotência, anda sendo acometido por surpreendentes surtos de franqueza.
No lançamento de um livro hagiográfico dos 10 anos de governo petista, Lula garantiu que não existe político "irretocável do ponto de vista do comportamento moral e ético". "Não existe", reiterou. Vale como confissão.
Lula está errado. O que ele afirma serve mesmo é para comprovar os seus próprios defeitos.
Seus oito anos na chefia do governo foram de uma dedicação exemplar à tarefa de mediocrizar o exercício da política, transformando-a, como nunca antes na história deste país, em nome de um equivocado conceito de governabilidade, num balcão de negócios cuja expressão máxima foi o episódio do mensalão.
É claro que Lula e o PT não inventaram o toma lá dá cá, a corrupção ativa e passiva, o peculato, a formação de quadrilha na vida pública. Apenas banalizaram a prática desses "malfeitos", sob o pretexto de criar condições para o desenvolvimento de um programa "popular" de combate às injustiças e à desigualdade social.
Durante oito anos, Lula não conseguiu enxergar criminosos em seu governo. Via, no máximo, "aloprados", cujas cabeças nunca deixou de afagar. O nível de sua tolerância com os "malfeitos" refletiu-se no trabalho que Dilma Rousseff teve, no primeiro ano de seu mandato, para fazer uma "faxina" nos altos escalões do governo.
O que Lula pretende com suas destrambelhadas declarações sobre moral e ética na política é rebaixar a seu nível as relativamente pouco numerosas, mas sem dúvida alguma existentes, figuras combativas de políticos brasileiros que se esforçam - nos partidos, nos três níveis de governo, no Parlamento - para manter padrões de retidão e honestidade na política e na administração pública.
O verdadeiro espírito público não admite mistificação, manipulação, malversação. Ser tolerante com práticas imorais e antiéticas na vida pública pode até estigmatizar como réprobos aqueles que se recusam a se tornar autores ou cúmplices de atos que a consciência cívica da sociedade - e as leis - condenam.
Mas não há índice de popularidade, por mais alto que seja, capaz de absolver indefinidamente os espertalhões bons de bico que exploram a miséria humana em benefício próprio.
Aquela tolerância, afinal, caracteriza uma ofensa inominável não só aos políticos de genuíno espírito público que o País ainda pode se orgulhar de possuir, como à imensa maioria dos brasileiros que na sua vida diária mantêm inatacável padrão de honradez e dignidade.
Não é à toa que as manifestações públicas de Luiz Inácio Lula da Silva, além das manifestações de crescente megalomania, reservam sempre um bom espaço para o ataque aos "inimigos".
A imagem de Lula, o benfeitor da Pátria, necessita sobressair-se no permanente confronto com antagonistas. Na política externa, são os Estados Unidos. Aqui dentro, multiplicam-se, sempre sob a qualificação depreciativa de "direita". Mas o alvo predileto é a mídia "monopolista" e "golpista" que se recusa a endossar tudo o que emana do lulopetismo.
Uma das últimas pérolas do repertório lulista é antológica: "Acho que determinados setores da comunicação estão exilados dentro do Brasil. Eles não estão compreendendo o que está acontecendo".
Essa obsessão no ataque à imprensa, que frequentemente se materializa na tentativa de impor o "controle social" da mídia no melhor estilo "bolivariano" - intenção a qual a presidente Dilma, faça-se justiça, tem se mantido firmemente refratária -, só não explica como, tendo a conspirar contra si todo o aparato de comunicação do País, o lulopetismo logrou vencer três eleições presidenciais consecutivas.
O fato é que Lula e seus seguidores não se contentam com menos do que a unanimidade.

Prova do atraso, por Cristovam Buarque


Em 1961, os EUA definiram a meta de enviar um homem à lua no prazo de dez anos. Cinquenta e dois anos depois, o governo brasileiro definiu a meta de alfabetizar suas crianças de oito anos até 2022.
Talvez nada demonstre mais o nosso atraso do que a diferença entre essas duas metas. E o governo comemora com fanfarras, ao invés de pedir desculpas pelo atraso do Brasil.
Nesta segunda década do século XXI, os países que desejam estar sintonizados com o futuro têm como metas, entre outras, a conquista do espaço, o entendimento das ciências biológicas, o desenvolvimento de técnicas nas telecomunicações, a implantação de sistemas industriais sintonizados com os avanços técnicos.
Fica impossível imaginar uma sociedade do conhecimento sem centros de pesquisa e um amplo sistema universitário com qualidade. Isto só é possível se a educação de base for de alta qualidade para todos. E isto é impossível sem a alfabetização universal e completa em idades precoces, que garantam não apenas o controle dos códigos alfabéticos, mas também leituração e domínio das bases da matemática.
Na economia do conhecimento, nenhuma sociedade pode deixar de desenvolver o potencial do cérebro de cada um de seus habitantes desde os primeiros anos, desde a alfabetização.
Mas não é isso o que vem acontecendo com o Brasil. Ao não fazer a universalização da educação completa o país tapa poços de conhecimento.
Igualmente atrasado é o caminho usado para enfrentar o problema da deseducação, com o velho truque publicitário: um pacto entre partes incapazes de levar a meta adiante. Imagine os EUA fazendo um pacto entre seus estados para ver qual deles chegaria à lua, ao invés de usar a NASA federal.
Se o Brasil deseja recuperar seu atraso, deve definir metas nacionais ambiciosas: todas as crianças na escola em horário integral, com professores muito bem preparados e dedicados, o que exige elevados salários, em escolas com os mais modernos equipamentos pedagógicos, em todo o território nacional, desde os mais ricos aos mais pobres municípios, atendendo igualmente as crianças mais ricas e as mais pobres.
Isto não se consegue por meio de pactos ilusórios, assinados sem qualquer compromisso real das partes, especialmente entre partes tão desiguais, que levam os pactos a parecer caricaturais.
A única maneira de recuperar os séculos perdidos no passado para dar o salto que o Brasil precisa no futuro é envolver diretamente a União na implantação de um novo sistema educacional para, ao longo de poucos anos, substituir o atual sistema estadual e municipal por um sistema federal.
Isto exige mais do que um pacto ilusório. Exige uma espécie de federalização da responsabilidade e da construção do novo sistema educacional.
O Brasil não dará o salto educacional, e sem este não haverá os outros, sem um governo federal que empolgue o país com a meta de, em 20 ou 30 anos, ter uma educação de qualidade comparável à dos países mais educados do mundo. Isto é possível e é preciso.

Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT-DF.

Cartas de Buenos Aires: O grande ditador, por Gabriela Antunes



Seu currículo de vilão é extenso: genocida, torturador, ladrão de bebês, repressor, sicário, cínico, chantagista, entre outras “qualidades” pouco louváveis. Mas, acima de tudo, Jorge Rafael Videla era um homem orgulhoso de sua obra macabra, carente de remorso. Podemos dizer que é pobre a etimologia vigente para descrever a extensão da escassez de seu caráter.
“Não estão mortas nem vivas. Estão desaparecidas”, disse uma vez o ex-ditador, quando indagado sobre as milhares de pessoas que sumiam na calada da noite na Argentina controlada pela junta militar que ele liderou de 1976 a 1981.
“Zumbis” de um planeta etéreo sonhado pelo tirano, 30 mil nem vivos nem mortos são “perdas colaterais” e peças de uma engrenagem criada por Videla, em uma máquina azeitada em sangue para combater o “terrorismo”.
Videla via a Argentina de um bunker em sua guerra particular contra a subversão. “Como em toda guerra, tem pessoas que sobrevivem, outras que ficam deficientes físicos, outros morrem e desaparecem”, costumava pregar o ditador.
Videla faleceu às 08h25 de ontem na prisão, depois de se recusar a jantar, de morte natural, cumprindo prisão perpétua por crimes contra a humanidade. No ano passado, Videla foi condenado a 50 anos pelas atrocidades cometidas por seu regime.

Cena do filme de 1940 “O Grande Ditador”. Videla, como tantos outros ditadores conhecidos da história, instaurou uma violenta máquina de ódio e repressão.

Como foi o caso com a ex- primeira ministra britânica Margaret Thatcher, na lista negra argentina pela guerra das Malvinas, a reação à morte do ditador também causou contenda. Por um lado, muita gente diz não parecer correto celebrar um falecimento; por outro, muitos não puderam conter o júbilo. Celebrar ou não a morte de figuras nefastas para o país não é assunto de hoje.
A intelectual Beatriz Sarlo se perguntava em seu livro “La pasión y la excepción” o motivo pelo qual ela e colegas festejaram o assassinato do líder da ditadura Aramburu, imolado pela resistência ao regime formada pelo grupo“montoneros”.
O passado é inexorável, irreparável, mas a postura diante dele parece ainda causar controvérsia. “A morte deste homem nos deixa aliviados”, disse a titular das Abuelas de Mayo, Estela Carlotto. “A morte não deve alegrar ninguém”, afirmou o Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel.
Na verdade, se há algo a celebrar, está no fato de que Videla não gozava de sua liberdade quando desencarnou de um mundo que ficou pior depois de sua presença. Morreu julgado e condenado.
“O Estado não deveria celebrar a morte de ninguém e sim consagrar que houve justiça”, explicou o Secretário de Direitos Humanos do país, Martín Fresneda.
Quantos repressores ainda morrerão em camas quentinhas de pura velhice e em pleno gozo de suas liberdades?

Gabriela Antunes é jornalista e nômade. Cresceu no Brasil, mas morou nos Estados Unidos e Espanha antes de se apaixonar por Buenos Aires. Na cidade, trabalhou no jornal Buenos Aires Herald e mantém o blog Conexão Buenos Aires. Escreve aqui todos os sábados.

Sala de Jantar.



Você caprichou no almoço da família, preparou um jantar romântico ou mesmo casual, mais quando chega á mesa percebe que perdeu um pouco do encanto, a culpa pode ser da decoração! 

Veja alguns projetos e mobiliários para Sala de Jantar que vão destacar qualquer encontro á mesa.


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Por: Equipe Morar Melhor

CHARGE DO JORGE BRAGA



Esta charge do Jorge Braga foi feita originalmente para o

Em dois meses, Caixa Econômica Federal recebeu 3,6 mil reclamações sobre danos em imóveis do "Minha Casa, Minha Vida"


Posted: 17 May 2013 08:06 PM PDT

Desde que foi criada, em março deste ano, a central telefônica da Caixa Econômica Federal para o "Programa Minha Casa, Minha Vida" já recebeu 7.907 reclamações, das quais 3.624 se referem a danos em imóveis financiados com verbas do programa do governo federal. Segundo o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, o número é muito pequeno diante do universo de cerca de 1,2 milhão de casas já entregues pelo "Minha Casa, Minha Vida". “Danos físicos podem ser pequenas rachaduras, uma janela que não está fechando direito, infiltrações. E isso não quer dizer que a pessoa tenha razão quando ela reclama. Ela diz que tem um dano físico na casa, mas isso ainda tem que ser verificado para ver se a reclamação é verdadeira. Ainda assim, é menos da metade das quase 8 mil reclamações”, disse o presidente da Caixa Econômica Federal. Das reclamações, 1.372 são em imóveis da faixa 1 do "Minha Casa, Minha Vida", cujas obras são fiscalizadas diretamente pelo banco estatal. O restante (2.252) se refere a imóveis das faixas 2 e 3, que são apenas financiados pela Caixa Econômica Federal, sem um acompanhamento da obra. Segundo Hereda, mesmo as residências das faixas 2 e 3 do programa são vistoriadas antes de o imóvel ser entregue ao proprietário: “É lógico que a vistoria da Caixa já elimina um primeiro nível de problemas. Se o engenheiro da Caixa chega lá e encontra um problema visível, aquilo não pode ser vendido. Mas não tem como saber como uma viga foi construída, porque ele não pode quebrar a viga e ele também não acompanhou a obra para saber". De acordo com o o presidente da Caixa Econômica Federal, danos físicos não são um problema exclusivo do "Minha Casa, Minha Vida", mas ocorrem em todo tipo de construção: “Essa é uma regra no mercado. Não tem nada a ver com o Minha Casa, Minha Vida. Sempre vai haver reclamação nesse setor”. Isso é uma profunda boçalidade dita por uma autoridade pública. Não pode haver nenhum problema em obra construída e fiscalizada por recursos públicos. O serviço telefônico da Caixa Econômica Fededral recebeu reclamações ainda sobre problemas envolvendo questões como entrega (639) e invasão e ociosidade de imóveis (264).O número da central telefônica da Caixa para o Programa Minha Casa, Minha Vida é 0800 721 6268.