sábado, 24 de maio de 2014

Justiça e Memória: a semana de Zavascki e Gabrielli

Vitor Hugo Soares
“- Doutor, tenho ao meu lado o Direito.
- É pouco - respondeu o juiz”.
(Raimundo Reis, antigo deputado do PSD e cronista do cotidiano na Bahia, no livro de memórias “Enquanto é Tempo”)
Diante de dois fatos cruciais nesta encrespada semana de maio (os recuos e vacilações do ministro Teori Zavascki, do STF, no julgamento do habeas corpus dos presos da Operação Lava Jato, e do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, no depoimento à CPI do Senado para “apurar” malfeitos na compra da refinaria Pasadena pela estatal brasileira) , recorri à releitura de "Enquanto é Tempo", de Raimundo Reis, citado acima.
"Enquanto é Tempo", escrito e publicado por conselho e insistência de um vaqueiro da fazenda do autor, que ainda deu a indicação do título genial para um livro de recordações pessoais, trata da vida, contada aleatoriamente ao correr do tempo e eventos.
Bem ao modo e estilo livre, original e sempre surpreendente de Raimundo, mas sem se levar demasiadamente a sério nem tomar a sério demais a muita gente "metida a besta" que o rodeava na política e no poder nos bons e maus tempos que ele atravessou.Principalmente nos bons.
O relato cobre décadas da história baiana e brasileira, principalmente o tempo em que - à moda da canção famosa de Gilberto Gil - "quem governava era Antonio Balbino" , então mestre do pessedismo estadual e nacional: vai do parto complicado na chegada ao mundo do neto do poderoso Petronilo Reis (o coronel Petro), respeitado até por Virgulino Ferreira, o Lampião, em suas incursões de temido cangaceiro pelo sertão do Rio São Francisco, em Santo Antonio da Gloria, até os anos 60/70.
Nos anos da ditadura, o autor já se transformara em inquieto parlamentar da Assembléia Legislativa da Bahia e brilhava, também, na condição de um dos mais cultuados intelectualmente e lidos cronistas do jornalismo impresso e radiofônico na sua terra. Citado até por Castelinho, na célebre coluna política do Jornal do Brasil.
O livro fala de coisas do amor, da imprensa, da família, da política, do direito e aplicação da justiça, da ética, retórica e atuação prática dos homens públicos na Bahia e no país. Registre-se que "Enquanto é Tempo" é um livro publicado em 1976, pela extinta Editora União, de Salvador.
Raridade que ganhei de presente de Claudio Leal, ex-repórter da revista digital Terra Magazine, atualmente cumprindo pautas de "frilas", entre São Paulo e Paris. Textos refinados do tipo do perfil do poeta Thiago de Mello, que ele produziu na Amazônia e publicou recentemente na Folha. Primoroso trabalho de jornalismo cultural, cada vez mais raro no Brasil das celebridades de estação e ídolos de barro.
Os ainda mal explicados fatos desta semana – protagonizados pelos sisudo e aparentemente inflexível ministro Teori, no Supremo, e o economista Gabrielli, atual secretário de Planejamento do governo Jaques Wagner (PT), ex-presidente da Petrobras no Governo Lula, na CPI da estatal no Senado, são emblemáticos deste tempo temerário. Igualmente exemplar (no pior sentido da palavra) é a própria CPI de fachada, tocada a muque pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros, e a maioria governista, sem contraditório, sem cobertura crítica da imprensa, sem reações firmes da oposição ou da sociedade, em complacente compasso de espera do começo da disputa da Copa do Mundo. Espaço amplo de esquecimento, apostam os sabidos da vez e os de sempre.
Comparado tudo isso, deste maio de 2014, das eleições gerais no Brasil, com alguns relatos do livro em questão, temos a constatação cristalina: além da enorme capacidade do autor de trafegar soberanamente entre o mítico e o real (a ponto de confundir seus biógrafos, como previa o escritor Guido Guerra antes de morrer), o livro surpreende, também, pela invejável atualidade de seus escritos e narrativas.
Para provar, vejamos o resumo de uma delas.
Num fim de tarde, no tempo em que a Assembleia baiana ainda funcionava na Praça da Sé, centro histórico de Salvador, onde hoje está a sede da Associação Baiana de Imprensa, o senador Pereira Moacir – "um dos filósofos do PSD"- fez uma observação ao autor, com ares de quem dá conselho. Isso, na hora em que Raimundo Reis era o centro das atenções de uma roda política na histórica Rua Chile, um dos lugares mais vigiados da cidade em tempos de mudanças dos ventos do poder e da política na Bahia e no País.
- Você tem um grave defeito como político. Possui uma memória privilegiada - alertou.
Pura verdade. Quando era deputado, o autor de "Enquanto é Tempo" sabia de cor e salteado o Regimento Interno da Assembleia Estadual. Assim, deu muito trabalho ao "amigo velho", presidente Orlando Spínola, "no encaminhamento de polêmicas e explosivas questões de ordem".
Conta Raimundo que foi, certa vez, de navio (Vera Cruz) ao Rio. No meio do caminho houve uma festa com muitas brincadeiras e participação dos passageiros. Cada um tinha que subir ao palco e fazer o que soubesse.
Chegando a sua vez, Reis anunciou que iria declamar "Os Lusíadas", a epopeia poética de Camões sobre os feitos dos navegadores portugueses, de fio a pavio. Muitos duvidaram, mas ele começou a plenos pulmões:
"As armas e os barões assinalados, que da ocidental praia lusitana, por mares nunca dantes navegados, passaram ainda além de Trabobana”... E foi em frente, sob olhares de incredulidade e admiração.
Resumo da história, que a ode é muito longa: Raimundo Reis saiu do palco nos braços de brasileiros e portugueses empolgados, passageiros como ele da incrível viagem do Vera Cruz. Todos gritavam: "Viva Portugal". "Viva o Brasil".
Sobrava então ao autor de "Enquanto é Tempo" a memória que faltou ao conterrâneo professor da UFBA, José Sérgio Gabrielli, ao falar na CPI do Senado sobre a efetiva participação e responsabilidade da companheira petista Dilma Rousseff, atual presidente da República, no nebuloso episódio da compra da Refinaria de Pasadena, quando ela presidia o Conselho Nacional de Petróleo.
Ou as informações que faltaram ao "duro" juiz Teori Zavascki, , motivo alegado para o recuo em julgamento de habeas corpus, da decisão de mandar soltar todos os presos pela Polícia Federal na escandalosa Operação Lava Jato, um dia depois de tirar da cadeia o ex-diretor da estatal metido no rolo. Este, continua em casa, leve e solto. Provavelmente, cuidando bem da memória (ou não?) para o caso de ter de contar o que fez e o que sabe.
Grande Raimundo Reis!

Vitor Hugo Soares é jornalista, editor do site blog Bahia em Pauta. E-mail: vitor_soares1@terra.com.br


Judeus do gueto de Varsóvia esconderam relatos sobre a perseguição nazista em latas de leite


Posted: 19 May 2014 08:16 PM PDT
Judeus do gueto de Varsóvia esconderam relatos sobre a perseguição nazista em latas de leite
Júlia Matravolgyi 

O cenário era o pior possível: distribuídos em uma área mínima viviam quase 400 mil judeus, que antes habitavam a capital polonesa e regiões próximas. Era o gueto de Varsóvia.

Criado pelos nazistas em 1940, o maior gueto da Europa foi a moradia de judeus no período da perseguição nazista. Muitos foram assassinados no campo de extermínio de Treblinka. Para você ter uma ideia, em maio de 1943, calcula-se que três quartos dos habitantes originais do gueto de Varsóvia haviam morrido nas mãos dos nazistas ou por causa dos maus tratos.

Um dos habitantes do gueto era o historiador judeu Emanuel Ringelblum. Ele criou o grupo Oyneg Shabat (em tradução livre, a alegria do dia de descanso), com a intenção de narrar o dia-a-dia do campo. O grupo era composto por cientistas, escritores, desenhistas e rabinos, que contavam (a partir da vivência individual e de sugestões traduzidas por colegas) como era a rotina em uma sociedade reclusa. A intenção de Ringelblum e seus companheiros era escrever um livro quando a guerra terminasse.

O enredo provou-se pior do que o de muitos dramas. Com o passar do tempo, aumentavam as deportações para os campos de concentração, bem como o número de mortes por causa da fome. A expectativa de sair dali com vida se tornava menor a cada dia.
Para garantir que a história dos judeus no gueto sobrevivesse e não chegasse às mãos dos nazistas, os integrantes do Oyneg Shabat encontraram uma solução inusitada: esconderam toda a documentação dentro de 3 latas de leite e dez caixas de metal, como esta abaixo:

Judeus do gueto de Varsóvia esconderam relatos sobre a perseguição nazista em latas de leiteComo você já deve imaginar essa história não teve final feliz. Todos os membros do grupo foram assassinados ainda no gueto. Exceto Emanuel Ringelblum. Ele conseguiu escapar dos nazistas junto com a família e ficou dois anos escondido. Mas não adiantou. A Gestapo, a polícia nazista, descobriu o esconderijo do historiador, executou sua família e aqueles que haviam lhes dado abrigo.

Duas latas de leite e dez caixas metálicas com os relatos do grupo de Ringelblum foram encontradas enterradas pelo gueto. A terceira nunca foi achada.

Fonte: Histórias de La História.

Espaços amplos e fluídos para o casal


Tons neutros e móveis sem excessos ficam clean

21/05/2014 | POR JULIANA NAKAMURA; FOTOS DIVULGAÇÃO

Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)
Localizado em um condomínio na Barra da Tijuca, esse apartamento de 250 m² pertence a um jovem casal com dois filhos pequenos. Na hora de decorar o imóvel recém-entregue pela construtora, os proprietários buscavam um projeto de interiores que cuidasse para que a amplitude do espaço não se perdesse em meio ao excesso de móveis e objetos. Além disso, era desejável que a linguagem empregada tivesse uma pegada contemporânea, indo de encontro ao gosto da família.

Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)Para atendê-los, as arquitetas Patrícia Franco e Cláudia Pimenta recorreram a tons claros e bem iluminados, à marcenaria sob medida sem rebuscamentos e à uma seleção criteriosa de móveis, de modo a garantir o conforto dos usuários, sem entulhar visualmente os ambientes ou comprometer a fluidez.

A sala de 50 m² abriga diferentes ambientes integrados. Junto ao living composto por peças fornecidas pela Finish, há um espaço para bate-papo com adega, onde se sobressaem as poltronas Swan com suas formas orgânicas. Também há uma ampla sala de jantar com uma mesa com oito lugares.
Para adicionar textura e aconchego ao conjunto predominantemente branco, uma das paredes foi revestida com madeira de demolição, enquanto outra recebeu papel de parede Orlean. Complementam a ambientação os quadros da Almacém e o tapete da Santa Monica Jardins.

varanda integra-se ao estar por meio de uma porta de vidro que recolhe totalmente, deixando um vão livre. Para esse espaço, concebido como um convite ao relaxamento, as arquitetas utilizaram a mesma madeira de demolição da sala, conferindo unidade visual.

Em vários cômodos, como no living e no quarto do casal, foram criados nichos nas paredes com fundo espelhado para abrigar alguns trabalhos da dona do apartamento, que é fotógrafa. Com iluminação de galeria embutida no forro de gesso, a solução conferiu um novo status às imagens, que podem ser expostas e trocadas a qualquer momento.

Na área íntima do apartamento, a preferência por tons claros, por móveis de formas limpas e por adornos sem excessos se repete. Destaque para o espaço multiuso que funciona como escritório, sala de TV e quarto de hóspedes. Para esse ambiente, as arquitetas apostaram em peças-coringa, como o sofá retrátil que se transforma em cama (Finish), e na marcenaria executada pela Lacca, que assegurou espaço suficiente de armazenamento.
Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

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Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

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Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

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Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

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Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

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Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

Apartamento Barra da Tijuca (Foto: Divulgação)

Morada descolada e sob medida


Décor cria atmosfera descontraída e jovial

23/05/2014 | POR JULIANA NAKAMURA; FOTOS DIVULGAÇÃO

Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)
Compreender a personalidade dos proprietários, seu estilo de vida e gostos, foi o primeiro passo dado durante a concepção do projeto de interiores desse apartamento de 180 m² em Perdizes, zona oeste de São Paulo. Sob responsabilidade das designers Karina Salgado, Andréa Bugarib e Betina Barcellos, do estúdio In House, a intervenção buscou atender as necessidades de um jovem casal recém-casado que queria um apartamento com espaço e conforto para receber muitos amigos. Havia, ainda, outras particularidades da dupla que deveriam ecoar no décor. Ele tem grande interesse em tecnologia e adora passar horas jogando pôquer com os amigos. Ela é publicitária, descolada, tem personalidade leve e gosta de confraternizar.
Após compatibilizar todas essas demandas e analisar as características do imóvel, a solução encontrada foi buscar uma estética contemporânea, introduzindo pitadas de core estampas para romper com a neutralidade e deixar os espaços com uma personalidade mais marcante.

No living com piso e lareira em limestone, tem destaque o amplo painel de madeira de demolição que reveste paredes e portas, marcando o bloco de onde se acessa a cozinha, o hall de entrada e o lavabo. Móveis e tecidos foram escolhidos visando conforto, praticidade, e uma mescla de cores, texturas e formas interessantes. O sofá em L e o pufe (Decameron), a poltrona preta (Montenapoleone), as almofadas (Marcela Pepe) e as mesas de centro e lateral (Dpot) são alguns exemplos.
Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)
Integrada ao living, a sala de jantar mantém a mesma linguagem. À mesa branca da Dpot juntaram-se cadeiras Christie vestidas com tecido cinza. As peças das cabeceiras tiveram tratamento especial e receberam tecido com estampa floral da Studio In House. Pendentes Bossa da Lumini com pintura no teto do Ateliê Adriana e Carlota arrematam a ambientação.

No apartamento em Perdizes, o projeto de iluminação realizado pela Wall Lamps privilegiou o uso da luz indireta através de sancas. O imóvel conta também com sistema de automação projetado e executado pela Chyntron.
Para o escritório, as designers criaram uma ampla estante com direito a uma escada metálica que corre para os lados em um trilho. A preocupação com a funcionalidade levou à introdução de uma porta de correr em uma parte do móvel para deixar à mostra apenas os livros e objetos desejados. Já a necessidade de conforto foi atendida com o espaçoso sofá e o tapete de pele de carneiro, ambos da Micasa.

Para a alegria do marido, uma das varandas do apartamento foi fechada com painéis de vidro e se transformou em uma sala de jogos. Para esse espaço, as designers desenvolveram, em parceria com a Christie, uma mesa redonda com o tampo dupla face, em couro e madeira. Assim a mesma peça pode ser usada tanto para partidas de pôquer, quanto para servir aperitivos.
Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

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Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)


Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

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Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

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Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

Apartamento em Perdizes (Foto: Divulgação)

Cristiano Mascaro fotografa o próprio lar


A tranquilidade campestre da morada fora de SP

31/03/2014 | POR SILVANA HOLZMEISTER; FOTOS CRISTIANO MASCARO

A casa de Cristiano Mascaro  (Foto: Cristiano Mascaro )
Não é uma casa de montanha. Tampouco é um espaço urbano. Para o fotógrafo Cristiano Mascaro, esse é o grande trunfo de morar rodeado de verde, a menos de uma hora de São Paulo. Por lá, a atmosfera é bucólica, de uma calma inspiradora, principalmente em seuhome office: uma caixa de metal, vidro e drywall suspensa do solo, na altura das copas das árvores. É ali que ele passa a maior parte do dia. “Com a chegada das fotos digitais e os avanços da internet, saio menos. E, quando o faço, tem sabor de programa especial. Mas, definitivamente, não sou um sertanejo”, diz.

A casa de Cristiano Mascaro  (Foto: Isabel Mascaro)Arquitetos de formação, ele e a mulher, a estilista Satiko Nakata, projetaram e construíram o refúgio no final dos anos 1970. Recentemente, a filha Teresa, que seguiu a mesma profissão, vem atualizando e ampliando o espaço físico. Além do escritório anexo, ela assina o jardim de inverno e a reforma da cozinha, que ganhou nichos de concreto combinados com mobiliário rústico. “Adoro um puxadinho”, diverte-se Mascaro, referindo-se a outras mudanças sofridas pelo projeto original. “Abrimos a sala de jantar para a de estar e trocamos quase todas as paredes externas por painéis de vidro”, conta. Essas atualizações deixaram o ambiente interno mais espaçoso e permitiram que o colorido das primaveras que cercam a área externa integrassem a decoração do lado de dentro.
Para quem está acostumado como cinza e a adrenalina da capital paulista, a conexão como verde é um convite a desacelerar o ritmo e a bater longos papos sobre fotografia, arte ou qualquer outro assunto – Mascaro adora uma boa conversa –, enquanto saboreia-se um bolo caseiro com café. “Esta casa é meu primeiro e único trabalho como arquiteto, e me orgulho do que temos aqui”, afirma. O casal, que hoje mora sozinho, ganha nos fins de semana a companhia dos três filhos, e a calmaria dá lugar ao clima festivo.“É muito gostoso. Satiko cozinha, ou fazemos um belo churrasco.” A piscina, por sua vez, tem sido ponto alto nesses dias de superverão.

Dentro da morada, tudo gira em torno da sala de estar, dividida em quatro ambientes. No centro, a poltrona de Le Corbusier – a preferida de Mascaro – e um banco africano garimpado em uma exposição de Sergio Fingermann dividem espaço com a imensa estante, os ex-votos nordestinos, uma tela de Baravelli e a escultura de jacaré comprada em Crato, CE. Ali, ao lado, próximo da lareira, o banco de uma antiga charrete, a cadeira de balanço Thonet e a poltrona Butterfly convidam a momentos aconchegantes. No terceiro nicho, a mesa adquirida em um depósito faz composição com o banco desenhado por Yasu Sasamoto e com a coleção de cliques de amigos fotógrafos, como Mario Cravo Neto, Sebastião Salgado e Thomaz Farkas. No último conjunto de estar, o destaque é o patchwork de fotos em preto e branco da família.

Na sala de jantar, a geladeira Philco de 1948 – a primeira comprada pelo pai do fotógrafo – divide a atenção com outros objetos de valor sentimental: a mobília contemporânea de Michel Arnoult, o díptico de Fingermann e o jarro art noveau – herança da bisavó de Mascaro. De lá, o jardim de inverno funciona como extensão fresh da casa. Definitivamente, um lugar para curtir de perto a natureza e olhar São Paulo através de uma grande-angular.

* Matéria publicada em Casa Vogue #343 (assinantes têm acesso à edição digital da revista)
A casa de Cristiano Mascaro  (Foto: Cristiano Mascaro )

A casa de Cristiano Mascaro  (Foto: Cristiano Mascaro )

A casa de Cristiano Mascaro  (Foto: Cristiano Mascaro )

A casa de Cristiano Mascaro  (Foto: Cristiano Mascaro )

A casa de Cristiano Mascaro  (Foto: Cristiano Mascaro )

A casa de Cristiano Mascaro  (Foto: Cristiano Mascaro )

A casa de Cristiano Mascaro  (Foto: Cristiano Mascaro )

A casa de Cristiano Mascaro  (Foto: Cristiano Mascaro )

A casa de Cristiano Mascaro  (Foto: Cristiano Mascaro )

A casa de Cristiano Mascaro  (Foto: Cristiano Mascaro )