segunda-feira, 15 de julho de 2013

Polícia aponta envolvimento de políticos de Rondônia com traficantes

A deputada, e outros políticos, são apontados, por uma detalhada investigação policial, como recebedores de dinheiro do crime.


Fantástico mostra aquilo que, segundo a polícia, é um novo tipo de corrupção: o caso da deputada que registrou, em cartório, os favores que faria para os traficantes que bancaram a campanha dela.
A deputada, e outros políticos, são apontados, por uma detalhada investigação policial, como recebedores de dinheiro do crime.
As escutas mostram o dinheiro do crime financiando políticos:
Beto Baba: Negócio de vereador aí, eu vou ajudar mais de um, que é pra 2014.
Outro integrante: Não, tem que ajudar vários, pô, porque no final, os cara fica amarrado contigo.
Beto Baba, que aparece nas escutas, segundo a polícia é Alberto Ferreira Siqueira. Ele foi preso, sexta-feira passada, acusado de ser um dos líderes de um esquema, montado por bandidos que dava dinheiro para campanhas políticas em troca de favores e cargos públicos.
“Eu sou inocente”, disse Beto Baba.
Os criminosos chegavam a escolher os candidatos que disputariam as eleições.
Beto Baba: Tu vai me dar essa lista dos que tem chance, chefe!
Integrante: Nós fazendo quatro vereador, nós manda na cidade, depois manda na Prefeitura.
Ao todo, 53 pessoas foram presas até agora, numa grande operação da Polícia Civil. Entre eles, estão empresários e funcionários fantasmas. Três vereadores de Porto Velho, a capital de Rondônia, também foram para a cadeia.
Além dos vereadores, cinco deputados estaduais foram afastados do cargo, suspeitos de participação no esquema. Hermínio Coelho, presidente da Assembléia Legislativa de Rondônia está entre eles. As investigações indicam que ele contratou, pelo menos, 10 funcionários fantasmas, no atual mandato.
Um taxista seria um deles. Ele foi seguido e filmado por vários dias pela polícia. Segundo as autoridades, o homem está registrado como assistente parlamentar do deputado. Mas no período em que foi gravado, nem passou perto da Assembleia Legislativa.

“No Legislativo, a maioria dos assessores dos deputados não trabalha dentro do gabinete, trabalha nas bases. Se alguém provar que eu tenho qualquer ligação criminosa com qualquer pessoa nesse estado, ou nessa cidade, ou nesse mundo, eu renuncio ao meu mandato”, disse o presidente da Assembléia Legislativa de Rondônia, Hermínio Coelho.
Segundo as investigações, a deputada Ana da Oito chegou a  registrar, em cartório, os benefícios que daria para a quadrilha, depois de eleita.
O documento está entre as provas da polícia. Nele, a deputada estadual ‘assume o compromisso de partilha do mandato’ com os criminosos. Ela se compromete a reservar 33% de todos os rendimentos para o traficante Alberto Ferreira Siqueira, o Beto Baba. E ainda dá poder a ele para indicar o chefe de gabinete e mais alguém para um cargo com salário de R$ 3 mil.
Em troca, a deputada teria recebido mais de R$ 150 mil reais do traficante para pagar despesas de campanha. O documento tem data de agosto, dois meses antes das eleições de 2010.

“Várias pessoas ligadas diretamente e até parentes desses indivíduos que fazem parte da quadrilha foram nomeadas em gabinetes da Assembléia Legislativa e da Câmara Municipal para serem nomeadas a cargos comissionados sem, no entanto, exercer suas funções naquela localidade, aquela função pública”, explica o secretário de Segurança Pública de Rondônia, Marcelo Bessa.
Ana da Oito, segundo a polícia, teria contratado quatro funcionários fantasmas, que recebiam salários e devolviam parte deles para deputada. Uma mulher, chamada Ana Cristina das Pontes, seria um desses funcionários. Policiais gravaram a rotina de Ana Cristina, e afirmam que ela é professora de dança,  em uma  academia de Porto Velho. Na Assembleia Legislativa de Rondônia, Ana Cristina está registrada como assistente parlamentar. Segundo a polícia, ela sabia do esquema. E foi presa.
“Todas as pessoas que se investigou, que se chegou por qualquer motivo, seja por uma testemunha, por uma prova de interceptação, essa pessoa foi investigada e acompanhada através dos seus atos devidamente documentados, fotografias, filmes”explica Pedro Mancebo, diretor-geral da Polícia Civil de Rondônia.
Um outro caso de contratação ilegal chama a atenção por um motivo geográfico. Uma funcionária fantasma contratada pelo deputado Claudio Carvalho nem morava em Rondônia. Atualmente, vivia no estado do Rio Grande do Norte. De acordo com a investigação, Andréia Macedo Braga recebia, como funcionária fantasma, um salário de quase R$ 6 mil por mês. Ela foi presa, junto com o marido, Fernando Braga Serrão, no apartamento onde moravam, de frente pro mar, em Natal.

Andréia Macedo Braga: Eu tô presa? Mas eu não mexo com nada.
Segundo a polícia, Fernando é mais conhecido como "Fernando da Gata". E também era um dos líderes do esquema que financiava políticos em troca de favores. Ele confirma que a esposa, mesmo morando em Natal, era registrada na Assembleia Legislativa de Rondônia.
Fernando Braga Serrão: Minha esposa é assessora do deputado Cláudio Carvalho.
Fantástico: Sua esposa recebe salário pela Assembleia?
Fernando Braga Serrão: Recebe, recebe. Ela é funcionária.
Para infiltrar integrantes da quadrilha na política de Rondônia, os bandidos movimentaram mais de R$ 33 milhões e abriram 500 contas bancárias nos últimos cinco anos. O dinheiro era arrecadado com o tráfico de drogas e estelionatos. E para tentar legalizar esse dinheiro, os bandidos compravam imóveis e carros.
Imagens mostram alguns dos carros que, segundo a polícia, a quadrilha comprou com o dinheiro do crime. São veículos de R$ 100, R$ 120, R$ 150 mil. Em um ano e meio o grupo teria negociado cerca de 200 carros. Um total de R$ 7,5 milhões.
“A pretensão de financiar a campanha de alguns políticos era de, uma vez esses políticos eleitos, eles pudessem retornar esse benefício em forma de algumas facilidades, de algumas benesses, como nomeação de cargos comissionados, como até mesmo participação em emendas parlamentares ou indicação de empresas ligadas ao grupo para que participassem de licitações”, explica secretário de Segurança Pública de Rondônia, Marcelo Bessa.
Em 2011, a mulher do vereador de Porto Velho, Jair Montes, que está preso, foi vítima de um assalto e procurou a delegacia. Nessa época, a polícia já investigava o envolvimento de políticos com o crime organizado. E questionou Maria Eliane dos Reis Soares sobre os gastos de campanha do marido. Ela acabou revelando que o dinheiro vinha do traficante preso esta semana, Beto Baba.
Maria Eliane dos Reis Soares: Esse Beto Baba já apoiava ele para vereador. Depois que o Jair começou a se envolver com ele, começou a entrar dinheiro lá em casa. Era malas de dinheiro, malas, malas e malas de dinheiro.
Além de dinheiro, a casa do vereador também era usada, para esconder drogas, segundo Maria Eliane.
Maria Eliane dos Reis Soares: De um tempo para cá começaram a guardar droga lá no forro de casa.

As escutas mostram que, depois de eleito, o vereador passou a estreitar a parceria com os bandidos, para conseguir uma vaga de candidato a deputado estadual nas próximas eleições.
Jair Montes: A esperança deles para 2014 é nós. A nossa eleição pra estadual é quase certa pra 2014, entendeu?
A mulher do vereador Jair Montes morreu um ano depois de prestar o depoimento. Ela suspeitava de estar sendo envenenada.
Maria Eliane dos Reis Soares: Eu acho que já fazia em torno de uns dois meses que eu tava comendo comida envenenada e não sabia. Daí, quando eu fiz um exame de laboratório, que eu fui internada. Fizeram exame e constataram que tinha veneno, que eu tava adquirindo porções de veneno, pouca, mas eu tava consumindo.
“É uma possibilidade de se investigar as causas da morte, porque as causas da morte são realmente muito suspeitas. E antes de falecer ela não queria mais falar com a polícia”, diz o secretário de segurança pública de Rondônia Marcelo Bessa.

O advogado de Jair Montes, o vereador preso, não quis se manifestar. Em depoimento à polícia, Ana Cristina Dias Pontes preferiu ficar calada. Ao longo das últimas duas semanas, também tentamos falar com os deputados estaduais afastados: Cláudio Carvalho e Ana da Oito. Mas eles não atenderam, nem responderam às mensagens deixadas na caixa postal.

charge de Chico Caruso



Cartas de Londres: só agora as Olimpíadas chegaram ao comércio


Mauricio Savarese
Há um ano muitos londrinos faziam as malas: queriam estar longe antes da invasão de estrangeiros. Os visitantes já pairavam sobre a zona leste, a mais carente, onde foi erguido o Parque Olímpico. E isso deixava o centro da maior cidade da Europa completamente às moscas, deprimente.
Agora a história é diferente: poucos lugares estão mais elétricos do que aqui. Os comerciantes só agora entendem que se o evento afasta gente no ano em que acontece, multiplica a presença depois.
Meu restaurante preferido é o de uma armênia que vive na cidade há 30 anos. Só não teve prejuízo nas Olimpíadas porque fechava muito tarde. Fica ao lado de onde jornalistas desembarcavam já no fim de noite. Uma semana depois dos Jogos, fui o único cliente em um sábado de verão. Agora a situação é diferente.
“Se não fosse pela imprensa naquelas semanas, eu teria demitido garçonetes, fechado mais cedo. Agora eu estou pensando em contratar mais, estamos sempre cheios”, disse.
Uma caminhada pela praça Leicester, a mais turística da cidade junto da Trafalgar, dá a mesma impressão. Meninas do Leste Europeu torrando ao sol de 30 graus, filas de asiáticos cheios de compras, novos restaurantes com espera de até meia hora para entrar e, como não podia deixar de ser, britânicos caindo pelas tabelas de tão bêbados.

Praça Leicester. Foto: Dani Delanos

Tudo muito diferente do verão de 2012, quando os londrinos que ficaram ainda temiam terrorismo e novos confrontos como os que balançaram o país no ano anterior. “Eu vendi muito menos nas Olimpíadas. Eu entendo, se pudesse também teria saído daqui”, me disse Jawal, um sorveteiro que conheci exatamente naquela época.
Ainda assim, igual a outros britânicos que conheço, ele não entende que o movimento acelerado de agora também tem a ver com as memórias que as Olimpíadas deixaram. “Ano passado foi muito ruim. Preferiria um verão como o de sempre.” E este ano, teria sido tão bom sem os Jogos de 2012, pergunto?
“Ah, mas aí é porque a economia começou a melhorar.” A expectativa daqui é de pibinho de menos de um por cento de crescimento.
Esse verão londrino me dá uma sensação de Rio em janeiro de 2017. As mudanças provavelmente vão estar lá, mas é alta a chance de acharmos outras justificativas para não darmos o braço a torcer após as críticas que faremos nos próximos anos.

Mauricio Savarese é mestrando em Jornalismo Interativo pela City University London. Foi repórter da agência Reuters e do site UOL. Freelancer da revista britânica FourFourTwo e autor do blog A Brazilian Operating in This Area.Twitter: @msavarese

E a farra continua: Tribunal Militar de Minas tem assessora de imprensa com salário de 87 mil


Juliana Baeta  (O Tempo)
No Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais (TJMMG), uma funcionária do almoxarifado recebe mais do que o desembargador melhor remunerado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). No Tribunal Militar, em junho, uma funcionária do almoxarifado recebeu R$ 27.831,98, e o salário pago a uma bibliotecária foi de R$ 34.666,04. Além disso, a funcionária responsável pela assessoria de comunicação do órgão recebeu R$ 34.806,5. Sem os descontos, estes salários se tornam ainda mais exorbitantes, sendo R$ 36.960,98, R$ 45.613,90 e R$ 87.604,31, respectivamente.
Para se ter uma ideia da discrepância, o salário mais alto pago pelo órgão é de R$ 25.323,51. O caso se torna ainda mais grave se alguns desses salários forem comparados aos recebidos pelos ministros do Supremo Tribunal Federal, órgão máximo da Justiça brasileira. Atualmente, esses magistrados recebem cerca de R$ 30 mil mensais e este é, por lei, o teto que cada servidor público pode receber.
Pensionistas e aposentados da Justiça Militar também passam bem. Em junho, o valor de apenas uma aposentadoria paga a um dos ex-servidores gira em torno de R$ 25 mil. Já uma pensionista recebeu R$ 30 mil no mês passado. Um dos magistrados do órgão recebe, em média, um salário de R$ 70 mil mensais.
Todos estes dados estão disponíveis nos sites de ambos os órgãos, e é possível, através do Portal da Transparência do Tribunal Militar, ter acesso às folhas de pagamentos dos servidores, de todos os meses, a partir de julho de 2012. Como os valores são variáveis em cada mês, alguns salários podem chegar a valores ainda mais altos do que os citados, em outros períodos.
Investigação
O deputado estadual Sargento Rodrigues (PDT) já está colhendo as assinaturas necessárias para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O objetivo é investigar os salários exorbitantes pagos a servidores da Justiça Militar de Minas Gerais. De acordo com o deputado, apenas no mês de junho, foram pagos R$ 743 mil aos 13 juizes do TJMMG. “Com este valor dava para pagar 28 ministros”, disse.

“Assessora de imprensa ganhando uma média de R$ 62 mil por mês, pensionista recebendo o valor de R$ 127 mil em um mês, que mágica é essa?”. De acordo com Rodrigues, muitos dos magistrados – que são militares – nem possuem o curso de direito. “O coronel Sócrates, por exemplo, foi nomeado em 2007 como juiz do Tribunal Militar, quando ainda não era nem estudante de direito. E com o cargo, ele tem o direito de reformar sentenças de juízes com doutorado em direito. Imagina um médico que cometeu um erro em uma cirurgia, sendo julgado por um engenheiro? É a mesma lógica”, explica.
Além da CPI, o deputado também irá enviar uma proposta de emenda constitucional para extinguir o Tribunal Militar. “Qual a função dele, ou a necessidade de se ter um Tribunal de Justiça Militar, sendo que já há o Tribunal de Justiça, que cumpre a mesma função? Só em Minas, São Paulo e Rio Grande do Sul é que existe isso de Tribunal Militar. Em todos os outros 24 estados brasileiros, os militares são julgados pelos tribunais comuns”, destaca.

CHARGE DO SINFRONIO



Esta charge do Sinfrônio foi feita originalmente para o

SENTENÇA DO JUIZ: "Não se tratava de escolher entre brasileiros e uruguaios, mas entre o médico uruguaio ou nenhum."


Posted: 14 Jul 2013 06:50 AM PDT
Hospital de cidade de fronteira sobrevive com médico uruguaio
Contratação de estrangeiros sem diploma válido no Brasil foi decidida pela Justiça para suprir a falta de profissionais
Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul se opõe à medida e fala em exercício ilegal da profissão
FELIPE BÄCHTOLDENVIADO ESPECIAL DA FSP A QUARAÍ (RS)

Enquanto o governo federal compra briga com a classe médica --devido ao plano de flexibilizar a contratação de estrangeiros--, cidades gaúchas na fronteira com o Uruguai enfrentam a falta de profissionais de saúde contratando médicos do país vizinho sem diploma revalidado.
Municípios e hospitais ganharam na Justiça o direito de contar com médicos uruguaios e dependem deles para formar equipes mínimas.
Em Quaraí, cidade de 23 mil habitantes, a maioria dos 20 médicos do Hospital de Caridade, o único do município, é do país vizinho. O hospital tem há anos vagas abertas para diversas especialidades.
Com salários na faixa dos R$ 7.000, não consegue atrair profissionais de grandes centros do Rio Grande do Sul.
Assim como Quaraí, outras quatro cidades da fronteira que apelaram para a alternativa e tiveram aval da Justiça são pouco populosas, sem faculdades de medicina por perto e com orçamento limitado.
Um perfil muito próximo dos municípios que o governo pretende beneficiar com a contratação de médicos estrangeiros --projeto que virou bandeira da presidente Dilma Rousseff na saúde após as manifestações de junho.

EXERCÍCIO ILEGAL

O Conselho Regional de Medicina do RS, no entanto, se opõe à contratação de uruguaios sem registro e fala em exercício ilegal da profissão.

Hoje, para que um médico estrangeiro atue no Brasil, ele precisa ser aprovado no Revalida, considerado difícil.
Mas o CRM vem sofrendo derrotas. O hospital de Quaraí, mantido por fundação filantrópica e com atendimento voltado ao SUS, já ganhou em segunda instância o direito de contar com os uruguaios.
Um argumento considerado pela Justiça é um acordo entre Brasil e Uruguai para atendimento de saúde na fronteira. O texto não especifica o tema da contratação de médicos estrangeiros, mas, na interpretação dos juízes, autoriza o trabalho no Brasil sem revalidação do diploma.
Em 2011, o juiz federal Belmiro Krieger afirmou em decisão que não se tratava de escolher entre brasileiros e uruguaios, mas "entre o médico uruguaio ou nenhum."
Quaraí é ligada por uma ponte ao município uruguaio de Artigas, onde moram 40 mil pessoas. As cidades brasileiras mais próximas ficam a cerca de 100 km dali.
A diretora do Caridade, Daniele Garcia, diz que, se não fossem os uruguaios, o hospital iria "fechar as portas".
O hospital faz cerca de 2.000 atendimentos por mês. Sofreu intervenção da prefeitura neste ano e tem dívidas de R$ 10 milhões. Nos últimos anos, se inscreveu em um plano federal que visava atrair médicos ao interior, mas não houve interessados.

CONTRATEMPOS

A contratação dos uruguaios gera contratempos. Os gestores não conseguem pagar esses profissionais com repasses do Ministério da Saúde, já que eles não são reconhecidos. O dinheiro sai do caixa único da prefeitura.
"Atrapalha demais [as finanças]. Poderia fazer obras, mas passa para a folha de pagamento", diz o prefeito Ricardo Gadret (PTB).
Outro problema é que farmácias não aceitam receitas prescritas pelos uruguaios.
"Quando é preciso um remédio que não está na Secretaria da Saúde, pedimos que algum médico brasileiro valide a receita", diz o médico uruguaio Santiago de León, 27, que começou a fazer plantões em Quaraí neste ano.
Clínico geral formado em Montevidéu em 2012, ele diz que revalidar o diploma não é sua prioridade, devido à demora e porque já estuda para provas de residência médica.
Para o médico, além da remuneração no nível da oferecida em seu país, o interesse dos uruguaios pelo trabalho na fronteira também se explica pela demografia. O Uruguai não tem grandes municípios além de Montevidéu.

33 dos 58 refugiados colombianos que fogem das Farc serão asilados no RS


Além do ex-governador Olívio Dutra, as Farc possuem muitos amigos no RS, como o MST e o desembargador Rui Portanova, ao lado (leia entrevista que Portanova concedeu a Zero Hora em outra ocasião, destacando sua admiração pelos guerrilheiros narcotraficantes e comunistas da Colômbia).

- Estão todos fugindo dos guerrilheiros das Farc, cujos atos de banditismo são amplamente apoiados por setores de esquerda, inclusive do PT, que governa o Rio Grande do Sul. Esses refugiados virão para a boca do lobo, caso realmente desembarquem em Porto Alegre. No governo Olívio Dutra, do PT. 

A Agência Brasil, que é operada pelo governo federal de Dilma Roussef, confirmou neste domingo que no Rio Grande do Sul, ficarão assentados 33 dos 58  refugiados colombianos encaminhados com apoio da Associação Antônio Vieira. Por meio do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Guarulhos (CDDH), o estado de São Paulo receberá os demais colombianos.Os pedidos foram acolhidos pelo Acnur, cujo programa mundial de reassentamento e refúgio tem participação do Brasil, explicou o coordenador-geral do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Virginius Franca Lianza. “O Conare verifica as possibilidades de integração de cada caso em separado. O primeiro ano de moradia das famílias reassentadas é custeado pelo próprio Acnur. Já a sociedade civil realiza a integração local dos refugiados, e o governo brasileiro trata da legalização e proteção dessas pessoas no Brasil.”

.  O primeiro reassentamento de refugiados no Brasil foi feito em 2002, com a chegada de 23 afegãos ao Rio Grande do Sul. Segundo o Conare, atualmente, 467 refugiados estão reassentados em território brasileiro: 324 colombianos, 96 palestino, 27 equatorianos, nove afegãos, três venezuelanas, três apátridas, um congolês, uma costarriquenha, uma iraquiana, uma jordaniana e uma libanesa.

Na entrevista a seguir, o desembargador Rui Portanova, conta de que modo ele e muitas outras autoridades e militantes de esquerda, inclusive do governo do PT, encaram a atividade dos assassinos das Farc:

Zero Hora – Como começou seu contato com as Farc?
Rui Portanova – Foi quando o governador Olívio Dutra (PT) recebeu no Palácio Piratini um representante das Farc (Hernán Ramírez, em 1999). Pediram contato com algum juiz de esquerda, sobrou para mim. (Risos.) Sempre fui conhecido como alternativo, apesar de não ter vínculos com partidos. Afinal, sou juiz. Recebi o sujeito no meu gabinete no tribunal. Perguntei a ele como estavam, como viviam na selva, se tinha como ir. Disse que conhecia bem os acampamentos do MST…

ZH – O senhor se ofereceu para conhecer os acampamentos da guerrilha?
Portanova – Sim, sim. Queria ver como sobrevivem. Como eu tinha algumas milhagens de avião sobrando, me ofereci para bancar a própria viagem. Aí mantive contatos por e-mail, durante meses. Quando estava para sair a viagem, deu um problema de data, não lembro bem. Acabei nunca indo. Fiquei com um pouco de medo, para ser sincero. O revolucionário brasileiro e gaúcho aqui, que chamam de juiz comunista, acabou se borrando todo, tchê. (Risos.)

ZH – Por quê?
 Portanova – A coisa não estava boa por lá. A tal “zona liberada” tinha acabado. Aí não fui. Mais uma que perdi. Outro foi o Chávez, por quem assinei um manifesto em favor da reeleição. Ele esteve em Porto Alegre e até recebi convite para almoçar com El Gran Comandante. Mas aí estava na praia. Acabei não vendo o grande comandante.

ZH – O senhor acha normal um desembargador brasileiro manter contatos com uma guerrilha? O senhor contribuiu com dinheiro para as Farc?
Portanova – Acho normal, foi por curiosidade. Não contribuí com dinheiro, apesar de muito juiz de direita contribuir com deputados por aí.

CURIOSIDADES DA LÍNGUA PORTUGUESA 11 (final)


Magufrase-ultima-flor-do-lacio-inculta-e-bela-ouro-nativo-que-na-ganga-impura-a-bruta-mina-entre-olavo-bilac-136971
101 – Onde e aonde
Onde e aonde são advérbios com uma sonorização muito parecida. Na linguagem popular são constantemente trocados um pelo outro e por vezes nem se repara o emprego certo ou errado, porém nas redações, na forma culta da língua portuguesa deve-se prestar toda a atenção e usá-los corretamente.
Onde: Tem a função de indicar um local, um lugar, uma ideia de permanência ou estado. São acompanhados por verbos que seguem este mesmo seguimento. Exemplos: Onde Gabrielly está? Alguém sabe me informar onde fica o fórum da cidade? De onde você está falando? Onde deixo a encomenda? Atenção: O advérbio “onde” deve ser usado somente quando indicar idéia de lugar e nunca substituindo por “em que” e “na qual”. Exemplos: São nestas horas onde me sinto totalmente perdido (errado). São nestas horas em que me sinto totalmente perdido (correto)
Aonde: Fez-se a junção da preposição “a” + “onde” indicando deslocamento, movimentação. Emprega-se seu uso em verbos como chegar, ir, voltar, retornar dentre outros. Exemplos: Rafaela, aonde você pensa que vai?
Aonde esta carroça nos levará? De fato, eu não sei aonde ir neste final de semana. Faz duas horas que saiu do escritório, aonde retornará em minutos, acredito. Cristiane, não sei aonde você quis chegar com estas piadas.

102 – Diferença entre isto e isso
A melhor maneira de saber qual a diferença entre os pronomes “isto” e “isso” é exemplificando: A doença do pai é grave, e isso angustia a filha. Isto angustia a filha: a doença do pai. Embora sejam frases semelhantes a diferença está quanto ao termo que já foi dito, ou seja, se a palavra utilizada já teve referência no texto usa-se o pronome “isso”. Se a palavra ainda vai ser utilizada no texto, usa-se “isto“. Mais alguns exemplos para fixação: Isto é para você fazer agora: lição de casa. E isso é para ser feito ainda hoje. Os pronomes “isto” e “isso” indicam também o posicionamento no espaço. Ex: Usa-se “isto” para indicar que algo está perto da pessoa que está falando: “Istoaqui é para você”. E “isso” para indicar que algo está perto da pessoa que está ouvindo a frase: “Isso aí é para você”.

103 – Este ou esse?
Este” e “esse” são pronomes demonstrativos e devem ser utilizados de acordo com o gênero ou número. Simplificando, se o pronome se refere à 1ª pessoa utiliza-se este, estes, esta, estas. Se referir-se à 2ª pessoa utiliza-se esse, esses, essa, essas. Exemplos: Esta colher na mesa é minha, essa é tua.
Também podem ser utilizados para diferenciar tempo presente ou futuro e passado. Exemplos: Este mês promete, estamos vendendo muito bem (mês atual). Janeiro? Esse foi ruim.
O truquezinho da distância também pode ser empregado: Se estiver perto de quem fala, este, esta e seus plurais. Se estiver mais perto de quem está ouvindo, esse, essa e seus plurais.

104 - Qual será o correto?  Dizer “Fui eu que fiz”, “Fui eu quem fiz” ou “Fui eu quem fez”?
Para entendermos melhor cada uma das orações, vamos analisá-las separadamente:
Fui eu que fiz – Nesta oração o verbo “fiz” tem como sujeito o pronome relativo “que”. Logo, não há como o verbo fazer concordância com seu sujeito, uma vez que este é um pronome. Então, o verbo é remetido ao antecedente do pronome relativo “que” para que haja concordância em número (singular/plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª). Qual é o antecedente do “que” nesta oração? “Eu”. Logo, a concordância “eu fiz” está correta, bem como a oração “Fui eu que fiz.”. O verbo “fiz” concorda com “eu”, antecedente do pronome “que”. Da mesma forma será nestes exemplos: a) Foi ele que te lembrou de pegar a carteira! b) Fui eu que ajudei você a estudar!
c) Somos nós que temos que pedir perdão!
Fique atentoFoi eu que fiz está errado, pois não se fala “foi eu” e sim “fui eu”. O certo seria “Foi ele que fez.”, o verbo “foi” concordando com “ele” em pessoa e número.
Fui eu quem fiz – Não está errado, pois responde a pergunta: Quem fez isso? Fui eu. Observe que o verbo “fiz” concorda com o sujeito anterior “eu”. Essa construção é comum, pois a tendência é que o falante concorde o verbo com o antecedente do pronome relativo “quem”, assim como acontece quando é o outro pronome relativo “que”. As seguintes orações são exemplos: a) Somos nós quem convidamos você. b) Sou eu quem estou com fome. c) Fui eu quem li este livro.
Fui eu quem fez – No caso do sujeito ser o pronome relativo “quem”, o verbo fará concordância em terceira pessoa, já que trata-se de um pronome de terceira pessoa. Dessa forma, a frase “Fui eu quem fez” está correta, assim como as seguintes sentenças: a) Somos nós quem convidou você. b) Sou eu quem está com fome. c) Fuieu quem leu este livro.
Encerramos aqui a série, pois num jornal virtual não se deve tornar os assuntos cansativos.

A SAÚDE VAI DE MAL A PIOR


Plínio Zabeu
Impressionante a força da demagogia no governo brasileiro particularmente nos últimos 10 anos! Um opositor, que durante décadas lutou contra tudo o que considerava ruim ou bom, agiu estranhamente quanto às necessidades do país. Vários setores foram prejudicados. A começar pela seriedade  no trato com o setor público. Corruptos investigados, julgados  mas os  resultados continuam duvidosos.SONY DSC
Entre os setores que mais regrediram  destaca-se o da saúde. O governo não investiu e não se importou com as conseqüências. O resultado está aí bem evidente. Um exemplo do descuido total:  Entre 2005 e 2012 o SUS  cancelou 41 mil  leitos hospitalares em todo o pais. E pouco investiu  para a melhora dos serviços. O SUS paga aos hospitais conveniados apenas 60% dos gastos. Como não há compensação financeira os contratos vão sendo cancelados.  E o problema se agravando.
A presidência tem tomado ou tentado tomar medidas estranhas e demagógicas. Primeiro foi a de “importar” 6000 médicos cubanos para atender no Brasil em áreas desprovidas de profissionais.
Não levou em conta a péssima qualidade da formação médica naquele país evidente desde o fim da União Soviética em  1988. De 600 médicos brasileiros lá formados que prestaram exame de revalida, apenas 2 foram aprovados.
Agora vem com o absurdo de prolongar o curso médico no Brasil de  6 para 8 anos, além de obrigar o formando a atuar em áreas sem recursos para uma boa prática médica. Isso é ilegal, fere os direitos constitucionais de um país democrático.
Mas eles não se importam.  Já decidiram que a medicina agora será assim: Ruim para todos os brasileiros, médicos e doentes.
Contamos com as ações dos representantes legais da classe médica bem como os direitos legais para que essa tragédia não aconteça. Quando o grito popular conseguirá acabar ou pelo menos diminuir a intensidade da corrupção no Brasil?

TWITTER ENTREGA DADOS SOBRE PUBLICAÇÕES ANTISSEMITAS

domingo, 14 de julho de 2013


O Twitter afirmou na sexta-feira que atendeu à determinação judicial e forneceu à Justiça da França informações suficientes para que sejam identificados os autores de postagens antissemitas que foram denunciados pela União de Estudantes Judeus da França. A confirmação veio em uma nota oficial, com os responsáveis pelo Twitter afirmando que os dados “permitem a identificação de certos usuários que a Procuradoria acredita que tenham violado a lei francesa”. A nota oficial aponta ainda que o site e a União de Estudantes Judeus da França (UEJF) "concordaram em seguir colaborando ativamente para lutar contra o racismo e o antissemitismo respeitando suas respectivas legislações nacionais". Os tuítes foram publicados em outubro de 2012, usando as hashtags #UnBonJuif (#UmBomJudeu) e #UnJuifMort (#UmJudeuMorto). Mesmo com as frases removidas rapidamente, a UEJF apresentou uma demanda judicial pedindo os dados dos responsáveis pela postagem. Em 24 de janeiro, a Justiça francesa determinou que as informações fossem reveladas, mas o Twitter se negou a fornecer qualquer dado, fazendo com que a UEJF apresentasse uma ação civil pedindo 38,5 milhões de euros em indenização para o Fundo Memorial da Shoá (palavra hebraica que é utilizada para definir o Holocausto). Em sua defesa, o Twitter alegava que era uma empresa norte-americana, sujeitando-se apenas à legislação dos Estados Unidos e da Califórnia, argumento negado porque, segundo o Tribunal de Grande Instância de Paris, os crimes foram cometidos em território francês. O site garante que a entrega dos dados representa o fim da longa disputa judicial com a entidade judaica.

Os 7 melhores livros de vendasCALOTE AMEAÇA 37 MILHÕES DE USUÁRIOS DOS PLANOS DE SAÚDE


domingo, 14 de julho de 2013


Sempre no topo dos rankings de reclamações dos consumidores, as operadoras de planos de saúde enfrentam cada vez mais dificuldade em gerenciar o próprio caixa. Levantamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostra que 575 empresas, o equivalente a 40% das 1.538 companhias presentes no mercado, estão inscritas na dívida ativa da União, ou seja, possuem débitos com o governo. Com isso, correm o risco de quebrar e de deixarem 37,1 milhões de clientes sem atendimento. O montante devido acumula, desde 2006, quase R$ 200 milhões. Só em 2012, foram inscritos R$ 110,3 milhões e, até março de 2013, somaram-se outros R$ 12 milhões. O principal fator gerador do débito é o ressarcimento que o plano deve fazer ao Sistema Único de Saúde (SUS) quando o usuário utiliza o serviço público em vez do convênio particular. Para se ter uma idéia, nos últimos 13 anos, R$ 1 bilhão deveria ter sido repassado ao SUS, mas apenas R$ 303 milhões retornaram ao governo, de acordo com a ANS.