domingo, 20 de julho de 2014

O último texto de João Ubaldo Ribeiro: uma ironia ao excesso de paternalismo


Alfredoooo será o burocrata fiscalizador do uso adequado do papel higiênico
É uma sensação estranha, meio melancólica (ainda mais em dia chuvoso aqui no Rio), ler um texto original e inédito de alguém que acabou de falecer. O GLOBO antecipou para hoje otexto de João Ubaldo Ribeiro, já pronto para publicação no domingo, dia de sua inesquecível coluna. Como não poderia deixar de ser, lá está sua fina ironia contra esse mal que assola nosso país: o excesso de paternalismo de um estado que nos trata não como cidadãos adultos, mas como mentecaptos, crianças indefesas, perfeitos imbecis.
João Ubaldo divaga sobre a possível regulamentação sobre o uso adequado do papel higiênico: “Por exemplo, imagino que a escolha da posição do rolo do papel higiênico pode ser regulamentada, depois que um estudo científico comprovar que, se a saída do papel for pelo lado de cima, haverá um desperdício geral de 3.28 por cento, com a consequência de que mais lixo será gerado e mais árvores serão derrubadas para fazer mais papel. E a maneira certa de passar o papel higiênico também precisa ter suas regras, notadamente no caso das damas, segundo aprendi outro dia, num programa de tevê”.
A gente ri para não chorar. Imaginar as Brigadas Sanitárias fiscalizando inúmeras regras sobre o uso do papel higiênico é algo cômico, hilário, e ao mesmo tempo trágico. Afinal, sabemos que, no Brasil, nunca é bom exagerar na piada, pois um dia ela pode muito bem se tornar realidade. É nossa própria realidade que desafia qualquer autor de histórias surreais, pois muitas vezes é impossível crer no que sai da caixola de nossos deputados e vereadores.
No restante do artigo, o escritor baiano menciona outras ideias “incríveis” de regulamentação de nossas vidas. Nem mesmo aquilo que comemos fica livre dos tentáculos pegajosos dos burocratas e governantes “ungidos”, aqueles que sabem melhor como cada um deve viver a própria vida. Sobre a Lei da Palmada, sua síntese é devastadora:
Ainda é cedo para avaliar a chamada lei da palmada, mas tenho certeza de que, protegendo as nossas crianças, ela se tornará um exemplo para o mundo. Pelo que eu sei, se o pai der umas palmadas no filho, pode ser denunciado à polícia e até preso. Mas, antes disso, é intimado a fazer uma consulta ou tratamento psicológico. Se, ainda assim, persistir em seu comportamento delituoso, não só vai preso mesmo, como a criança é entregue aos cuidados de uma instituição que cuidará dela exemplarmente, livre de um pai cruel e de uma mãe cúmplice. Pai na cadeia e mãe proibida de vê-la, educada por profissionais especializados e dedicados, a criança crescerá para tornar-se um cidadão modelo. E a lei certamente se aperfeiçoará com a prática, tornando-se mais abrangente. Para citar uma circunstância em que o aperfeiçoamento é indispensável, lembremos que a tortura física, seja lá em que hedionda forma — chinelada, cascudo, beliscão, puxão de orelha, quiçá um piparote —, muitas vezes não é tão séria quanto a tortura psicológica. Que terríveis sensações não terá a criança, ao ver o pai de cara amarrada ou irritado? E os pais discutindo e até brigando? O egoísmo dos pais, prejudicando a criança dessa maneira desumana, tem que ser coibido, nada de aborrecimentos ou brigas em casa, a criança não tem nada a ver com os problemas dos adultos, polícia neles.
Ficamos na dúvida: devemos rir, ou devemos chorar? Claro que Ubaldo está exagerando, forçando a barra, como ele mesmo reconhece; mas é a lógica do que vai na mente dos “fascistas do bem”, cuja sede de poder é insaciável.
Ontem, em minha página do Facebook, lamentei a irreparável perda do colunista:
O Brasil acorda hoje mais burro, mais pobre do ponto de vista intelectual, mais sem graça. R.I.P. João Ubaldo Ribeiro. Fará muita falta aos domingos!
Em seguida, sem saber qual seria o tema de sua última coluna, comentei sobre o excesso de leis criadas pelos parlamentares que servem apenas para dificultar nossas próprias vidas:
Muitos estão revoltados com o recesso parlamentar remunerado. Sou de opinião diferente. Acho que sairia mais barato para o país se pagássemos os deputados para ficarem em casa o ano inteiro, sem fazer nada, sem ter como dar vazão a esta obsessão legiferante que nos custa, sem dúvida, bem mais caro!
Pois bem: João Ubaldo Ribeiro foi, com todo o seu brilhantismo, um dos que mais atacaram essa obsessão legiferante de nosso país. Como fará falta! Ironia das ironias, agora será impossível pegar um pedaço de papel higiênico, enquanto houver oferta*, sem lembrar do imortal…
* Digo isso pois sabemos que na Venezuela bolivariana falta papel higiênico, como faltava na União Soviética também. Se Dilma vencer as eleições e o Brasil caminhar ainda mais na direção do “socialismo do século 21″, pode ser que o papel higiênico vire objeto de luxo por aqui também.
Rodrigo Constantino

A GRANDE OMISSÃO DOS CANDIDATOS


Carlos Chagas
A reforma social está sendo solenemente ignorada pelos candidatos presidenciais, começando pela presidente Dilma. Não adianta alegar que todos apoiam e prometem ampliar o bolsa-familia, o “minha casa, minha vida” e demais programas assistencialistas estabelecidos nos governos do PT e até anteriores. É claro que para os beneficiados esses programas constituem uma bênção, mas não passam de esmola. Do que se fala em termos de reforma social ignorada é daquilo a que todo ser humano tem direito e vem sendo negado à imensa maioria: salário mínimo justo, participação dos empregados no lucro e na gestão das empresas, estabilidade no emprego, aposentadorias capazes de permitir a todos os aposentados viver com dignidade, entre outros.
O salário mínimo é um deboche, apesar de pago a mais de 80 milhões de brasileiros. Pela Constituição, deveria bastar para o trabalhador e sua família enfrentarem despesas com habitação, alimentação, vestuário, saúde, educação, transporte e até lazer. Vá um dos candidatos presidenciais viver um mês que seja com essa miséria.
A participação dos empregados no lucro das empresas constitui, na teoria, um dos pilares da justiça social. Mas assusta muita gente. A consequência é que nem os dirigentes sindicais admitem discuti-la, quanto mais promovê-la. Serviria para elevar o padrão de vida do trabalhador.
Iguais resultados adviriam da cogestão, iniciativa acima de tudo benéfica para as empresas, pois engajaria o empregado nos mesmos objetivos do empresário. Afinal, quem, senão o trabalhador, conhece melhor os problemas com os quais convive todos os dias?
ESTABILIDADE
Da década de trinta até 1964 prevaleceu a estabilidade no emprego. Depois de um período de dez anos na mesma empresa, demonstração de ser um empregado eficiente e correto, o cidadão só era mandado embora por justa causa, ou seja, por falta grave. Nenhum empresário faliu por conta desse direito. Hoje, demite-se sem quaisquer restrições, até pelo mau funcionamento do fígado do patrão. Não se faz caso das necessidades do empregado.
Quanto às aposentadorias, vêm sendo gradativamente niveladas por baixo, graças ao fator previdenciário, iniciativa do governo Fernando Henrique. Em poucos anos a totalidade dos aposentados estará recebendo apenas o salário mínimo, cujo valor já referimos acima.
Em suma, os candidatos estão devendo, no item das reformas sociais. Preferem omitir as reivindicações imprescindíveis ao funcionamento de uma sociedade justa.

Sininho incitou black blocs a incendiar Câmara do Rio, diz promotoria


Denúncia a que o site de VEJA teve acesso acusa a ativista Elisa Quadros de participar do comando e da incitação a atos violentos durante protestos

Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
Sininho foi presa no RS
Sininho foi presa no RS (TV RBS/Reprodução)
Na denúncia apresentada ao juiz Flávio Itabaiana em que foi obtida a prisão preventiva e a abertura de um processo penal por associação criminosa armada contra 23 ativistas e black blocs, o promotor Luís Otávio Figueira Lopes descreveu que Elisa Quadros, a Sininho, incitou manifestantes a incendiar o prédio da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, durante a ocupação do local por baderneiros no ano passado - o ato foi impedido por outros participantes do protesto, de acordo com o documento a que o site de VEJA teve acesso.

"Elisa foi vista comandando manifestantes no sentido de carregarem três galões de gasolina para a Câmara Municipal", diz a denúncia assinada por Lopes. A promotoria também afirma que Sininho foi uma das responsáveis, com outros seis líderes processados neste caso, por comandar e levar manifestantes a queimar um ônibus durante o Ocupa Câmara. Esses episódios foram destacados com o objetivo de explicar como funcionou a "associação criminosa" dos 23 ativistas denunciados com a conclusão do inquérito da operação Fire Wall.
Do grupo de 23 pessoas formalmente acusadas neste processo, apenas cinco estavam presas na noite de sexta-feira: três desde o último sábado (Elisa Quadros, Camila Jourdan e Igor D'Icarahy) e dois desde fevereiro (Fábio Raposo e Caio Silva). Outros 18 ativistas são considerados foragidos. Eles são acusados de participar da organização e realização de crimes durante protestos nos últimos meses e de planejar atos violentos para a final da Copa do Mundo no Brasil.
Do grupo, cinco adultos ficaram presos temporariamente na última semana, pela justificativa de não atrapalhar a conclusão das investigações, mas não foram acusados na denúncia da promotoria por insuficiência de provas. Dois adolescentes conseguiram o direito de responder às acusações em liberdade. A polícia informou que encontrou nas casas de alguns dos ativistas diversos materiais com capacidade de provocar ferimentos ou até a morte. Foram apreendidos um revólver, uma bomba caseira, fogos de artifício, garrafas e gasolina.

Explosivos - Outro caso mencionado pela promotoria é o da professora Camila Jourdan, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Ela e o namorado Igor D'Icarahy tinham mandado de prisão temporária por associação criminosa armada. Foram presos em flagrante no último sábado, pela posse de artefato explosivo, porque a polícia encontrou uma bomba caseira, com potencial letal, no apartamento onde estavam, conforme revelou reportagem do site de VEJA.
Ainda de acordo com a denúncia, escutas telefônicas, feitas com autorização judicial, permitiram acompanhar a participação de Camila na elaboração de artefatos explosivos e na entrega desse material para black blocs. Já Igor D'Icarahy é acusado de participar de atos violentos e da organização das atividades do grupo, especialmente no transporte de material a ser utilizado em manifestações e no repasse de informações sobre a movimentação de policiais.
Embora os 23 acusados respondam a um mesmo processo, eles estavam organizados em diferentes núcleos, detalha a denúncia. Durante as investigações, foram identificadas diversas organizações, "cujos objetivos declarados seriam lícitos - organização de protestos e difusão de ideias que contestam o status quo vigente - mas que conteriam indivíduos cuja atuação seria dirigida, de fato, para a prática de atos violentos e de confronto".
Mesmo com a conclusão do inquérito e o início de um processo penal na 27ª Vara Criminal da Capital do Rio contra 23 envolvidos, o promotor destaca que as investigações devem permanecer, inclusive em relação às cinco pessoas que não foram denunciadas, e que outras pessoas podem ser posteriormente acusadas como participantes dos grupos denunciados.

Falta luz nos postes, por Mary Zaidan


Um ano e meio depois da façanha de eleger o prefeito de São Paulo, com 55,5% dos votos, o ex-presidente Lula assiste à queda livre de Fernando Haddad, rejeitado por 47% dos paulistanos, segundo pesquisa Datafolha.
Com repetitivos ataques à imprensa, Lula tenta escorar o seu mal fincado poste para evitar que ele caia sobre o poste seguinte, Alexandre Padilha, estacionado em 4% das intenções de voto para o governo paulista.
Apagão cada vez mais difícil de impedir, com efeito danoso à campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, ela também poste precisando de esteio.
São Paulo sempre foi duríssimo para o PT, partido concebido, gerado e parido em solo paulista. Em eleições presidenciais, só venceu uma vez na capital, em 2002, ainda assim por 127 mil em quase 6 milhões de votos. Quatro anos depois, Lula perderia para Geraldo Alckmin na cidade – 53,6% a 46,4% - e no Estado, com mais de 2 milhões de votos pró-tucano. O mesmo ocorreu com Dilma, derrotada no primeiro e segundo turnos no maior colégio eleitoral do País, diferença que ela compensou em Minas Gerais e no Nordeste.

Lula e Alexandre Padilha, praça da Sé

Na sexta-feira, em ato pró-Padilha na Praça da Sé, Lula escancarou sua tática para, pelo menos, perder menos em São Paulo. Antecipar-se às críticas ao prefeito, atribuindo todos os males à mídia: “você liga a televisão e todo o dia você apanha às 8h, às 3h da tarde, às 7h da noite. Às 6h da manhã já está apanhando”.
Seu discurso vai além: transforma obrigações de governo em benesses que deveriam ser agradecidas.
Como o ministro Gilberto Carvalho, que confessou perplexidade após as manifestações de junho do ano passado – “fizemos tanto por essa gente e agora eles se levantam contra nós” -, Lula reclamou aplausos dos que andam de ônibus. "Eu às vezes estou de carro, fico vendo a faixa vazia e xingo ele [Haddad]. Mas quem está no ônibus ganhando 40 minutos não está defendendo ele.”
Não aprenderam nada. Assim como os protestos de 2013 não se limitavam aos R$ 0,20, será preciso muito mais do que minutos a menos - e que não chegam aos 40 mentidos por Lula – para que se reconheça algo de bom no transporte e nos serviços públicos em geral, a maior parte deles para lá de precário.
Na ânsia de salvar Haddad/Padilha/Dilma e arrumar culpados pelos fracassos de seus postes, Lula, absoluto no palanque da Sé, ensinou: “Aquilo que a gente faz a gente mostra; aquilo que a gente não faz, os adversários mostram”.
Quase acertou em cheio. Faltou só somar o que se faz de errado. Uma parte da equação que Lula diz querer discutir, mas da qual sempre escapole, preferindo a escuridão, onde não se identificam os gatos. Nem os ratos.

Mary Zaidan é jornalista. Trabalhou nos jornais O Globo e O Estado de S. Paulo, em Brasília, e na Agência Estado (SP). Foi assessora de imprensa do governador Mario Covas. Escreve aqui aos domingos. Twitter: @maryzaidan, e-mail: maryzaidan@me.com

VIDA BOA - Legislativo - A cor do recesso


LUIZ GARCIA
Está decidido que, até o fim do primeiro turno das eleições deste ano, Senado e Câmara dos Deputados simplesmente fingirão que trabalham.
Tudo bem — ou, melhor dizendo, tudo mal —, a Copa acabou e está na hora de o Brasil voltar ao batente. Na área dos poderes da República, isso significa tocar para frente este país que todos acreditamos ser maravilhoso e promissor; ou seja, ele tem ao mesmo tempo um belo futuro pela frente e não está ainda, digamos assim, inteiramente pronto.
É óbvio e indispensável que a decisão de arregaçar as mangas e mergulhar no tal batente seja visível e, digamos assim, realmente honesta. Assim deve ser — mas, lamentavelmente, não é o que nos contam as notícias de Brasília. Acabamos de ficar sabendo que as duas Casas do Congresso — pelo visto exaustas com os dias de patriótico esforço na torcida pela vitória que não tivemos no gramado — decidiram entrar num tal de recesso branco. A expressão, para quem ainda não sabe, tem lamentável significado: não se trabalha, mas, para efeito público, finge-se que há trabalho.
Talvez fosse mais honesto rotular o recesso branco com outra cor: talvez, chamá-lo de vermelho, que é a cor da vergonha. Está decidido que, até o fim do primeiro turno das eleições deste ano, Senado e Câmara dos Deputados simplesmente fingirão que trabalham. Fica a triste impressão de que os nossos ilustres representantes estão convencidos que este nosso país já está, digamos assim, pronto e descansado.
Só isso justificaria o que foi decidido: nos 80 dias que nos separam das eleições, os senadores trabalharão exaustivos dois, em agosto. Os deputados terão maior sacrifício, com dois dias em agosto e mais dois em setembro. Mas os eleitores não precisam se preocupar com o bem-estar daqueles em quem votaram: seus representantes não perderão um só tostão de seus vencimentos. Para quem não sabe, são R$ 26.700 por mês pelos seus patrióticos esforços.
O tal recesso branco seria aceitável, pelas normas do Legislativo, caso senadores e deputados tivessem votado a indispensável Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano que vem. Mas nem isso aconteceu. Em defesa do que foi decidido pelos nossos exaustos parlamentares, o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (do PMDB de Alagoas) teve uma admirável explicação: não se trata de recesso branco, mas de "compatibilização entre as atividades do Legislativo e as eleições". Ele reconheceu que não haverá ordem do dia, mas "sessões de discussão". Ou seja, uma oportunidade para discursos de eminentes representantes do chamado baixo clero, que não perdem a oportunidade de soltar o verbo para plenários vazios ou, simplesmente, desinteressados.
Publicado no Globo de hoje. Luiz Garcia é jornalista.

Gaza, reflexão de um palestino no Brasil

http://www.brasilacimadetudo.com/2014/07/gaza-reflexao-de-um-palestino-no-brasil/#more-22456

Amigos do Brasil,
Meu nome é Achmed Assef, sou palestino e vivo no Brasil atualmente.
Desde que iniciou novamente os conflitos no Oriente Médio, não se fala em outra coisa a não ser nesta guerra infeliz que tanto vem fazendo vitimas dos dois lados.
Nasci na Palestina, um país que ainda não existe oficialmente e quando a situação ficou insustentável para minha família, tivemos o feliz e sagrado convite de um amigo de meus pais a virmos ao Brasil, e desde meus 5 anos de idade, moro neste lindo pais acolhedor.
Quando digo que a situação na Palestina ficou insustentável, não estou me referindo aos inúmeros conflitos com o exercito de Israel ou os religiosos judeus que mantinham suas casas lindas em território palestino, e que hoje essas mesmas casas foram tomadas a força pelos terroristas, mas sim de uma insustentabilidade provocada pelos próprios “governantes” palestinos em todos esses anos.
Para quem está no Brasil ou qualquer outro lugar do mundo, na segurança de seu lar e de sua vizinhança não vai conseguir imaginar nunca o que é viver em Gaza. Somente de lembrar minha breve infância nas cidades em que vivi, me da aperto no coração e vontade de chorar, porem, ninguém que esta no conforto de seus lares também recebendo milhares de informações, fotos e noticias do atual conflito pode imaginar também o que é sentir-se traído por aqueles que se intitulam lideres palestinos.
Os lideres palestinos nunca quiseram um Estado. E eu posso falar isso em alto e bom tom, porque é uma verdade. Se quisessem teriam criado antes de 1948, quando ainda não existia o Estado de Israel, se quisessem o teriam feito em 48 também quando a ONU decidiu pela criação de dois Estados, mas nossos grandes Líderes preferiram incitar o povo à violência de lutar contra os judeus do local a fazer lobby por um Estado palestino viável.
Não quiseram também os lideres palestinos quando os territórios, chamados “ocupados por Israel” e que hoje estão em sua grande maioria em nosso domínio, criar um Estado palestino. O que dizer então da mais recente escalada de violência, quando ocorreu a segunda intifada causada pelo grande líder Arafat que em 2000 rejeitou o melhor acordo de paz de todos os tempos propostos pelo então premiê israelense Ehud Barak e mais uma vez incitou o povo palestino a violência e a brutalidade através de homens-bomba, enquanto a família do Sr. Arafat vivia com regalias, mordomias e riquezas em Paris, tudo fruto de doações dignas estrangeiras mas que nunca chegaram ao povo sofrido da Palestina.
Ao invés de comprar comida, água, remédios e oferecer uma vida digna e boa ao povo palestino, nossos lideres preferiram o caminho da violência, da brutalidade e da estupidez de promover o ódio e a discriminação contra o povo judeu, que se não são anjos, também não são demônios como pregam nossos lideres.
As mesmas crianças que hoje morrem inocentemente no colo de suas mães, são as mesmas que recebem a criação e educação militar desde cedo a odiar Israel e o povo judeu, sabendo atirar com armas pesadas com menos de 5 anos de idade e ainda recebem a lavagem cerebral de se tornarem mártires explodindo-se para causar ainda mais vitimas do outro lado.
Os lideres palestinos não possuem nenhum sentimento humanitário como se espera para uma população cansada e calejada de sofrimento. Pois se tivessem, não mandariam para o suicídio seus parentes e suas crianças, enquanto esses covardes assassinos escondem-se em outros países ou ate mesmo utilizando escudos humanos dentro da população civil, como vemos hoje na faixa de Gaza.
O Hamas, que há muito tempo vem promovendo barbáries dentro e fora de Gaza, desde que em seu único ato inteligente na historia, transformou-se em partido político somente para dar legitimidade ao seu terrorismo praticado diariamente nas ruas de Gaza, matou, perseguiu, torturou e aniquilaram todos os “inimigos” do Fatah, o partido moderado que hoje é representado pelo incapaz Mahmoud Abbas.
Senhores; como pode um grupo terrorista, dizendo-se líder do povo palestino matar nossos irmãos? Como entender que eles não estão defendendo nosso povo, mas sim seus próprios ideais que não refletem a opinião da maioria desse meu povo palestino? Matar palestinos somente porque não concordam com seus atos e idéias é arcaico e acima de tudo terrorista. Sobrou a Cisjordânia para o Fatah e que se não tomarem cuidado, servirá de base para mais atos de violência dos terroristas do Hamas.
Vocês podem argumentar que os terroristas do Hamas praticam atos sociais e de solidariedade, mas não acreditem em tudo que vêem na mídia e muito menos em tudo que ouvem. Para que vocês consigam compreender, faço uma analogia com os traficantes no Rio de Janeiro, pois é legitimo o que eles fazem? Aliciar crianças inocentes para o trafico de drogas, colocando armas pesadas em suas mãos? Acredito que não, mesmo que os traficantes promovam atos sociais e atos solidários com os moradores dos morros onde estão alojados. Continuam desrespeitando o direito de crianças crescerem com educação saudável e não para a guerra, como os terroristas do Hamas fazem hoje.
Amigos brasileiros que tanto respeito e tanto quero bem, faço um apelo como palestino, como muçulmano, mas acima de tudo como um ser humano que não agüenta mais ver a ignorância e a falta de conhecimento por parte de muitas pessoas neste lindo Brasil: Parem de atacar Israel, parem de atacar os judeus e também parem de achar que o povo palestino é somente de terroristas. Há muita gente boa, inocente e que não quer mais conflitos com os israelenses e não os odeiam, assim como não odeiam os americanos.
Muita gente lá, incluindo minha família está cansada de tanta dor e sofrimento e sabemos que devemos ter uma convivência pacifica com Israel, afinal, é de Israel que vem nossa água, nossa comida, nosso trabalho e nosso dinheiro.
Israel inclusive nos oferece ajuda militar sabiam? Quando houve acordo com a Autoridade Palestina no governo de Arafat; a polícia de Israel treinou muitos de nossos homens que não queriam envolvimento com o conflito para que pudessem trabalhar na ordem de nossas cidades. Israel ofereceu treinamento para seus supostos inimigos, inclusive com armamento para que tivéssemos nossa própria segurança.
Terroristas que tentaram e não conseguiram se explodir nas cidades de Israel, receberam atendimento medico nos hospitais israelenses!! E muitas das escolas em Israel promovem a educação igualitária com alunos palestinos e judeus, convivendo em perfeita harmonia e recebendo educação sadia e de respeito ao próximo. Diferentemente do que acontece em Gaza, por exemplo.
Se nossos lideres não fossem tão burros e estúpidos, nosso povo sofrido não teria mais o que reclamar, pois em Israel estão as maiores oportunidades para um palestino que vive em gaza ou Cisjordânia e quem tem um mínimo de inteligência la sabe que não vai conseguir nunca varrer Israel do mapa ou exterminar todos os judeus, como apregoam certos lideres maníacos do nosso lado.
Quanto ganharíamos se estivéssemos do lado de Israel e dos judeus? Por que aqui no Brasil a convivência entre os dois povos sempre foi motivo de orgulho e quando estamos em sociedade ganhamos em tudo?
Meu tio recebeu visto de trabalho em Israel. Todos os dias levantava cedo e ia trabalhar em Israel e voltava de noite para sua casa em Gaza. Quando o Hamas tomou o poder à força e iniciou seus diários ataques as cidades israelenses, meu tio perdeu o emprego e a fronteira foi fechada. A culpa é de Israel? A culpa é do meu tio que nunca odiou os judeus? Não, a culpa é dos terroristas do Hamas. Meu tio hoje continua não odiando os israelenses nem os judeus. Vive na Síria, onde a situação não é das melhores, mas lá não há grupos terroristas como o Hamas ou o Hezballah que somente acabam com a vida dos cidadãos de bem.
O povo palestino foi expulso de diversos paises chamados “amigos dos palestinos”, incluindo Jordânia, Líbano, Síria e Líbia. O Egito fecha sua fronteira com Gaza porque não nos querem por la, inclusive no tratado de paz com Israel, na devolução do Sinai ao Egito, foi oferecido por Israel devolver Gaza também e os egípcios não quiseram porque chamaram de terra sem lei e o pior lugar do mundo para se viver.
Por que paises fortes e com um território gigantesco como Arábia Saudita, Jordânia, Irã e outros não tão grandes, mas muito ricos, como Kweit, Emirados Árabes ou Catar não nos recebem de braços abertos? Preferem somente financiar atentados terroristas e mandar todo seu dinheiro para lideres palestinos terroristas e que não pensam no bem estar da população, mas somente em enriquecimento próprio e incentivo ao ódio e intolerância?
Por isso, meus amigos, escrevo esta mensagem. Sei que esta carta não vai fazer nenhum dos dois lados pararem com o atual conflito e muito menos mudar o pensamento dos lideres que hoje determinam o rumo do meu povo palestino, mas se servir para fazer o povo brasileiro pensar nisso e entender que não precisamos importar um conflito que não serve pra nada aqui e também para que todos vocês realmente entendam quem são os principais responsáveis pela matança generalizada que ocorre atualmente em Gaza, fico feliz.
Israel não é culpado, está se defendendo dos irresponsáveis lideres terroristas palestinos que diariamente atacam nosso vizinho com seus nada caseiros foguetes para depois se esconderem atrás de mulheres e crianças, colocando toda a culpa nos israelenses, enquanto esses terroristas que infelizmente também são palestinos covardemente se escondem em áreas altamente populosas para causar ainda mais mortes e ganharem fotos sensacionalistas nos jornais do mundo todo.
O povo palestino também não é culpado, o povo palestino, tirando esses terroristas que são minoria quer a paz, quer o convívio pacifico com Israel e com os judeus. Quer uma vida digna e viver em seu território chamando-o de lar, sem precisar fugir para qualquer outro país maravilhoso como o Brasil como eu fiz, pois a Palestina é o melhor lugar para viver um palestino.
Pensem nisso antes de escolher algum lado no conflito, mas acima de tudo, escolham o lado da paz, da tolerância e do respeito com quem quer que seja.
Grato,
Achmed Assef

Toque de midas


Sem respaldo na cúpula
Quintão: 2,6 milhões de reais só em dinheiro vivo
O notório Leonardo Quintão (PMDB-MG) viu seu patrimônio crescer quase sete vezes nos últimos quatro anos. Em 2010, declarou à Justiça Eleitoral bens que somavam 2,6 milhões de reais. Candidato à reeleição, agora Quintão informou ao TSE possuir 17,8 milhões de reais.
Segundo o deputado, parte dos muitos milhões a mais foi herdada de sua mãe, que morreu em 2013. Mas recusa-se a informar quanto.
Quintão mantém em dinheiro vivo o valor equivalente a tudo o que tinha quatro anos atrás, ou seja, 2,6 milhões de reais.
A propósito, o que faz uma pessoa ter tantos milhões de reais em espécie, seja dentro do colchão ou na conta-corrente?
Por Lauro Jardim

Pesos e medidas


Passadas quase 72 horas da derrubada do Boeing 777, com 298 pessoas a bordo, na fronteira da Ucrania com a Russia, o Itamaraty não soltou nenhuma nota se pronunciando sobre o assunto, a exemplo do que fez, no mesmo dia após a invasão israelense na Faixa de Gaza.
Por Lauro Jardim

HUMOR - CHARGE DO SPONHOLZ - Alianças espúrias