sexta-feira, 15 de junho de 2012

Na CPI do Ca-cho-ei-ra a ingratidão não vencerá!


Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - 
15.06.2012
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16h09m
POLÍTICA


Fiquei muito triste ontem. Ouvir críticas à atitude dos membros da CPI do Ca-cho-ei-ra! Onde já se viu confundir as coisas desse modo? Querer que a douta comissão se transformasse em patíbulo para homens honrados? Querer transformar a CPI do Ca-cho-ei-ra em CPI do Cavendish?
Onde já se viu? Isso lá é modo de retribuir a gentileza de Fernando Cavendish, empreendedor generoso e disposto a tudo para que todos vissem como o Brasil, depois do advento da Família PAC, ultrapassou o resto do mundo em progresso?
Olhem a calúnia de ontem: que senadores do ínclito bloco PT-PSB-PC do B teriam se unido para convocar o supracitado Cavendish a ir dizer o que não sabe na CPI do Ca-cho-ei-ra! Claro está que isso é lorota boa, mas se fosse verdade, alguém imagina que os admiráveis deputados petistas, liderados pelo egrégio Cândido Vaccarezza, iriam permitir tal ingratidão?
O deputado petista, que não se perca pelo nome, é Cândido, mas candura não quer dizer toleima. Ele cortou o mal pela raiz, aliás, perdão, cortou, não, apontou, com o dedo em riste, e muito zangado, para o dissonante deputado Miro Teixeira, aquele que não quer se calar.
Será que o deputado carioca se esquece que o colega baiano declarou ao Brasil que nós somos do Sergio Cabral? Será que ele não sabe o que isso significa? Será que o carioca pensa que baiano tem duas caras? Por Nosso Senhor do Bonfim, isso é um ultraje! Testar assim a lealdade do deputado Vaccarezza! Isso não se faz.
O que mais esses inimigos do povo querem do PT? Já não basta o sacrifício de levar gente sua a depor na CPI? Não se satisfizeram com o magnânimo gesto do governador de Brasília, a virtuosa? O político – médico de fantásticos serviços prestados à Medicina Goiana – deu prova de sua grandeza ao abrir seus sigilos e nada mais se pode exigir dele.
E ainda houve mais calúnias. Queriam que acreditássemos que deputados e senadores do PSDB, DEM, PDT, Psol e PPS iriam se acovardar e sair em bloco do palco? Tanto isso era peta que eles não saíram coisa nenhuma!
Nenhum ali é parvo, nem por palavras ou pensamentos... Já tinham passado pelo calvário de ver um seu representante, o governador goiano, seguir os passos do colega e também entregar seus sigilos ao Brasil! Mais sacrifícios? Em nome do quê?
Não em nosso nome, nós que não desempenhamos papeis importantes na vida nacional, a não ser contribuir com míseros tostões para o Tesouro.
Nem em nome da mentira, que a linda Andressa, pelo bem da Pátria, irá depor e assim desfará toda a terrível fabulação contra seu amado noivo. Ele é bom, generoso, amoroso. E suas águas só fizeram o bem.
Juntos, o casal e Cavendish, de mãos dadas com o cândido deputado Vaccarezza, levarão o Brasil para além do arco-íris. Quem viver, verá.
Enquanto isso, cantemos, irmãos:



Falta alguém na CPI



MERVAL PEREIRA15.6.2012 10h11m
Como todo mundo sabe, Paris é uma cidade pequena onde todo mundo se esbarra. Portanto, nada mais natural que o senador Ciro Nogueira, do PP, e o deputado Mauricio Quintela, do PR, que por acaso são membros da CPI do Cachoeira, encontrarem casualmente num restaurante da Avenue Montaigne (seria o de Alain Ducasse no Plaza Athené?) com o empreiteiro Fernando Cavendish. 

Estavam os nossos bravos parlamentares, e mais o deputado Eduardo da Fonte, também do PP, fazendo uma rápida baldeação em Paris, depois de uma exaustiva viagem a trabalho a Uganda, onde se encontraram com suas esposas, que preferiram os ares da capital francesa aos daquele país africano. 
O encontro foi denunciado ontem na reunião da CPI do Cachoeira pelo deputado federal Miro Teixeira, com requintes de crueldade: o senador Ciro Nogueira encaminhara momentos antes a votação para que o ex-presidente da Delta não fosse convocado a depor, e Miro usou uma expressão cunhada pelo ato falho do governador Agnelo Queiroz, do PT, ao depor na CPI no dia anterior. 

Ele se referiu, provocando gargalhadas gerais e muitos twitters, a uma “tropa de cheque”, quando pretendia dizer “tropa de choque”, o que é perfeitamente compreensível nas atuais circunstâncias, diria Freud. 
Ao fim e ao cabo, a votação apertada de 16 votos a 13 para adiar a convocação marcou uma vitória matemática, mas uma derrota moral petista, que dificilmente será confirmada em uma futura votação depois que ficou demonstrado que dois representantes partidários, membros titulares da CPI do Cachoeira, se encontraram com o ex-proprietário da Delta em Paris. (Aliás, como gosta de Paris esse Cavendish. Mesmo depois de tecnicamente quebrado, continua por lá, como se nada estivesse acontecendo). 

O senador Ciro Nogueira diz que é amigo de Cavendish há muitos anos, e chegou mesmo a anunciar em seu twitter que iria ao casamento do amigo em Itaipava, mas deveria manter uma distância preventiva do empreiteiro, principalmente depois da revelação de uma gravação em que Cavendish garante: “Se eu botar 30 milhões na mão de um político, eu sou convidado para coisa para c... Pode ter certeza disso. Te garanto”. 
O interessante é notar que a maioria governista serve apenas para ações defensivas, isto é, não convocar Cavendish ou Luis Pagot, o ex-diretor do Dnit que anda falando pelos cotovelos e está louco para depor na CPI, que, no entanto, também adiou sua convocação, por motivos mais do que claros. 

Anteriormente, esse equilíbrio de forças real, mesmo que no plano virtual a base aliada seja maioria esmagadora no plenário, levou à quebra do sigilo nacional da Delta, que não interessava a ninguém da base aliada mas se impôs como uma necessidade para não desmoralizar de vez a CPMI. 

Depois que a própria Corregedoria Geral da União (CGU) passou um atestado de inidoneidade à empreiteira Delta, ficou mais ridículo ainda a operação comandada pelo PT e PMDB para blindar Cavendish. 
Aos petistas não interessa expor na CPI os óbvios problemas do governo ao transformar a Delta na maior empreiteira do PAC. E aos peemedebistas não interessa remexer na amizade polêmica do governador Sérgio Cabral do Rio com o empreiteiro Fernando Cavendish. 

O líder do PSOL, deputado Chico Alencar, resumiu ontem muito bem a situação: “Para entrar no fundamental dos seus trabalhos, que é a análise dos documentos e o cruzamento de dados, a CPI precisa receber da PF a lista dos numerosos aquinhoados com os telefones do ‘Clube Nextel’ de Cachoeira. E ainda ouvir outros depoimentos importantes, como o do dono ‘licenciado’ da Delta, Fernando Cavendish, e do ex-diretor do Denit, Luiz Antonio Pagot, cuja vontade de falar incomoda a ‘gregos e troianos’. Não a nós, nem à sociedade brasileira, que precisa de verdades”. 

O governo tem uma maioria defensiva na CPI e conta também com uma coincidência a seu favor em relação aos três principais investigados: os advogados Márcio Thomaz Bastos, de Cachoeira; Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, do senador Demóstenes Torres; e José Luiz de Oliveira, da Delta, contratado ainda na época de Cavendish, têm em comum ligações pessoais e profissionais com importantes membros do governo. 

Thomaz Bastos foi ministro da Justiça de Lula e continua sendo seu conselheiro. Kakay é amigo de José Dirceu, de quem José Luiz Oliveira é advogado no mensalão. Tudo está sendo feito para que a CPI acabe mesmo pegando apenas o governador Marconi Perillo, tucano de Goiás, que era um dos alvos preferenciais dos petistas ao pedirem a CPI. 

Frustrados os outros alvos, o Procurador-Geral da República e a imprensa na figura da revista Veja – só o senador Fernando Collor continua empenhado na sua campanha insana e solitária – só resta mesmo aos petistas tentar levar para o banco dos réus o governador tucano, e para tanto darão sem piscar a cabeça do governador petista do Distrito Federal Agnelo Queiroz. 

Os dois, aliás, estão ironicamente enrolados em transações financeiras difíceis de explicar envolvendo compra e venda de mansões, o que não deixa de ser sintomático. 

Falta alguém na CPMI do Cachoeira, e não é o empreiteiro Fernando Cavendish nem o ex-diretor do Dnit Luiz Pagot. Esses deveriam mesmo ser convocados. Mas, como já escrevi aqui antes, só surgindo uma ex-mulher ressentida, ou um ex-marido na mesma situação, um motorista ou uma secretária para essa investigação da CPI ir a algum lugar.

As razões de Tourinho Neto: “agora a poeira assentou” e jogos de azar são “um ilícito menor”


Adriana Vandoni

Para justificar a concessão do HC, o desembargador Tourinho Neto disse que agora a situação é outra diferente do momento em que a prisão foi decretada. Agora “a poeira assentou. A excepcionalidade da prisão preventiva já pode ser afastada.”
Para o desembargador, como a quadrilha foi desmantelada e as máquinas de jogo foram apreendidas, não há como Cachoeira voltar a cometer o mesmo crime. Ou seja, esses pouco mais de 100 dias funcionaram como uma espécie de purificação do contraventor.
Outra alegação de Tourinho Neto é que Cachoeira não poderá sequer participar das eleições como financiador de campanhas, pois os políticos, diz o desembargador, “estão fugindo dele como se fosse um leproso”. Além disso, com a instauração da CPMI e a vigilância da imprensa, “que conduz o povo para o bem e para o mau, como poderá o paciente [Carlinhos Cachoeira] abrir novas casas de jogo?”, argumenta Tourinho Neto para logo em seguida responder: “Impossível”.
O desembargador alegou também que jogos de azar não constituem crime, mas apenas uma contravenção, “um ilícito menor”.
Diante dos fatos expostos, Tourinho Neto conclui: “não há razão nenhuma para que Carlinhos Cachoeira continue preso”.

Magistrado da censura ao 'Estado' emprega filha



14:24:06

Corregedor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Dácio Vieira, mantém Marcella Vieira de Cabral Fagundes como assessora da Secretaria-Geral da Corregedoria

O corregedor do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT), Dácio Vieira, mantém sua filha Marcella Vieira de Cabral Fagundes como assessora da Secretaria-Geral da Corregedoria. O desembargador afirmou ser normal a contratação da filha. Perguntado pela reportagem, disse que ela deve deixar o tribunal até o fim do ano.

Dácio Vieira assumiu a Corregedoria do TJDFT no dia 23 de abril deste ano. Um dos primeiros atos foi trocar a filha de lugar na tentativa de evitar que fosse acusado de nepotismo. No dia 24 de abril, o Diário Oficial da União trouxe a exoneração de Marcella Vieira do cargo de Assessor Jurídico da Corregedoria e sua nomeação imediata como Assessora da Secretaria-Geral da Corregedoria. O salário foi mantido - R$ 10.352,52. ...

Dácio Vieira foi o autor da censura judicial ao Estado, em 31 de julho de 2009 - medida que completa hoje 1.050 dias. Ele atendeu, na época, ao pedido do empresário Fernando Sarney (filho de José Sarney, presidente do Senado), que queria impedir o jornal de divulgar informações da Polícia Federal sobre seu envolvimento com irregularidades. A censura foi recebida, no Brasil e no exterior, com fortes críticas ao Judiciário brasileiro. Fernando Sarney anunciou a desistência da queixa, mas o Estado preferiu esperar uma decisão da Justiça quanto ao mérito do caso, para que se esclareça de vez a questão da liberdade de imprensa no País.

Marcella é servidora concursada do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) e foi requisitada pelo Tribunal de Justiça do DF. Ao Estado, Dácio Vieira afirmou que sua filha já estava na Corregedoria do TJ antes de sua posse. Por isso não precisaria sair.

Conforme Dácio Vieira, há precedentes nos tribunais segundo os quais é perfeitamente possível que sua filha permaneça no órgão comandado pelo pai.
"Ela já estava lá na Corregedoria antes de eu assumir", disse. "Eu deixei o caso como está quando assumi. Ela apenas foi remanejada para que não ficasse diretamente submetida a mim", afirmou o desembargador. "Ela está lá de forma regular", acrescentou.

Dácio Vieira afirmou que sua filha tem currículo extenso e já passou por outros tribunais, como Tribunal Regional do Trabalho e Superior Tribunal de Justiça (STJ). Apesar de dizer que a situação da filha é regular, afirmou que ela permanecerá no Tribunal de Justiça até terminar um trabalho que havia iniciado e sobre o qual não deu detalhes. Após isso, afirmou o desembargador, sua filha deixará o TJ.

CNJ. A situação de Marcella foi alvo do Conselho Nacional de Justiça em 2010. Na época, o CNJ recomendou sua exoneração. De acordo com o TJDFT, ela permaneceu no tribunal em razão de liminar concedida pelo ministro do STF Celso de Mello.

A súmula do nepotismo, aprovada pelo plenário do Supremo, estabeleceu que é vedada pela Constituição a nomeação de "parente em linha reta (...)" de servidor "para o exercício de cargo em comissão ou de confiança". O texto não abre brecha para que situações anteriores sejam mantidas. Tanto é assim que o CNJ recomendou a exoneração de Marcella Vieira.


Em 2008, o advogado-geral do Senado, Alberto Cascais, também argumentou que os parentes contratados antes da posse dos senadores seriam mantidos no cargo. A Procuradoria-Geral da República questionou esse entendimento, e Cascais foi exonerado pelo então presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN).


Ao Estado, Marcella afirmou que sua situação no Tribunal de Justiça do Distrito Federal é regular e cumpre o que foi determinado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em mensagem encaminhada por meio da assessoria de imprensa, a servidora afirmou que ocupava o cargo de assessora jurídica da Corregedoria do TJ desde abril de 2006, antes que seu pai fosse eleito corregedor. Ela afirma ainda que uma liminar deferida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello suspendeu os efeitos do procedimento de inspeção do CNJ que determinou a "imediata exoneração" de servidores com parentesco com magistrados do TJ.

Marcela Vieira diz ainda que foi ela quem pediu para que fosse remanejada dentro da própria corregedoria. "Com a eleição do Exmo. Desembargador Dácio Vieira, meu genitor, para o cargo de Corregedor da Justiça do Distrito Federal, solicitei minha exoneração do cargo de Assessora Jurídica da Corregedoria, porquanto de subordinação direta ao Corregedor", alega.

Por Felipe Recondo

Fonte: Estado.com - 15/06/2012

O hall da fama da corrupção




Um pouquinho de Brasil iaiá. O trio vive livre, leve e solto. Fotos: ABR, Evelson de Freitas/AE, Beto Barata/AE
O Banco Mundial acaba de lançar uma espécie de hall da fama da corrupção. O banco de dados batizado de The Grand Corruption Cases reúne 150 casos internacionais em que se comprovou a movimentação bancária de um valor igual ou superior a 1 milhão de dólares. Segundo o banco, a corrupção movimenta 40 bilhões de dólares por ano no planeta.
Na lista figuram alguns brasileiros ilustres, entre eles o banqueiro Daniel Dantas, o ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira e o ex-prefeito Paulo Maluf.
Dantas é citado por causa do bloqueio de 46 milhões de dólares em contas do Opportunity no Reino Unido e da condenação em primeira instância a dez anos de prisão pelo suborno de um delegado da Polícia Federal. O banqueiro tentava impedir a realização da Operação Satiagraha. O Superior Tribunal de Justiça anulou a sentença proferida pelo juiz Fausto De Sanctis, mas o Ministério Público Federal recorreu ao Supremo.
Maluf é mencionado duas vezes. Uma por ter sido acusado pela Promotoria de Nova York de ter movimentado de forma ilegal 140 milhões de dólares no Banco Safra entre 1993 e 1996. A outra por desviar dinheiro para uma conta nas Ilhas Jersey, no Reino Unido. Maluf e o filho Flávio tiveram 26 milhões de dólares bloqueados no paraíso fiscal britânico.
Edemar foi condenado em 2006 pela Justiça brasileira a 21 anos de prisão por crimes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro. Entre seus bens apreendidos estavam obras de arte avaliadas entre 20 milhões e 30 milhões de dólares.
Outro caso citado no hall da corrupção é o do propinoduto, um esquema de desvio de dinheiro no governo do Rio de Janeiro revelado em 2003. Liderado pelo funcionário público Rodrigo Silveirinha Corrêa, um grupo de servidores da Administração Tributária fluminense desviou 45 milhões de dólares e os enviou para a Suíça. O Brasil conseguiu repatriar até agora 30 milhões.
A quem interessar possa: Dantas, Maluf e Edemar estão livres, leves e soltos.

O mundo da bola redonda em Nova York



Por Luís Peazê em 12/06/2012 na edição 698 - Observatório de Imprensa
Reproduzido do blog do autor, 10/6/2012
No sábado (9/6), em Nova York, a bola rolou ou voou em todas as praças de esporte do marketing voltado para consumo de massa, competindo com eventos de outras modalidades sem bola; sobre cavalos, luta com punhos e maratona de rua; provando a incrível capacidade da Big Apple ser palco simultâneo de grandes eventos (incluindo uma passeata de protesto), impossível de se imaginar, por exemplo, no Rio de Janeiro. 
Brasil versus Argentina foi apenas um grande jogo naquele efervescente cenário.
A palavra “Brazil” no New York Times de domingo (10) aparece na primeira página apenas uma vez, relacionada a uma questão de índios sem terra aqui em nosso quintal. O grande clássico entre as seleções brasileira e argentina vem na página online de esportes, assim mesmo após rolá-la passando primeiro pelo beisebol, basquete, luta de boxe, maratona feminina e corrida de cavalos, e, quando chega ao futebol, Brazil e Argentina aparecem depois da Eurocopa e abaixo de uma notícia isolada sobre o Manchester. 
Como se isso não fosse o suficiente, para colocar o futebol no devido lugar, de acordo com a sua importância na América, a manchete que o NYT escolheu chamar a atenção para o movimentado sábado esportivo na Big Apple, e não somente para o megaevento no MetLife Stadium, casa do New York Jets e do Giants, ambos clubes da liga de football americano da bola oval.
Ok, o jogo foi em Nova Jersey, mas é como se fosse em Niterói, se a terra do Araribóia tivesse vencido o ressaibo provinciano (sotaque e comportamento), ligada ao Rio de Janeiro por uma ponte defasada e um serviço precário de travessia marítima. 
Nossa imprensa esportiva rasteja
O articulista do NYT, George Vecsey, angula seu artigo a partir da disputa entre Brasil e Argentina, destacando a sua importância para o mundo da bola redonda “pensado com os pés” (essa alusão é minha), registrando que as duas equipes tinham um contrato milionário com os organizadores, obrigadas a mandar para o campo suas estrelas principais, incluindo mantê-las o tempo todo em campo, caso de Messi e Neymar. A Argentina, como se sabe, jogou com tudo e todos, o Brasil jogou com tudo mas não com todos, utilizou uma equipe olímpica, limitada pela idade e pelos desfalques de lesões. 
Geroge Vescsey relata o que talvez sirva de inspiração para pelo menos uma parte da imprensa esportiva brasileira, que talvez puxasse para cima o interesse dos leitores. Sem risco de diminuir a nossa maior paixão: o futebol de Pelé, Garrincha, Zico, Romário, Ronaldo e galeria de lendas eternas, depois da novela das oito e do mau gosto musical; em detrimento de nosso estofo genial adormecido de músicos e artistas de toda a sorte.
Ele relata que em 1982 o NYT encarregou o renomado crítico John Leonardo para cobrir, num só dia, um jogo do Giants, outro dos Yankees, em seguida o Torneio Aberto de Tênis e ainda um jogo dos Jets. O jornalista pediu o apoio de um helicóptero e recebeu do jornal uma limousine com chauffeur exclusivo. 
Logo no início de sua maratona, John Leonard respondera rispidamente ao motorista que insistia em puxar assunto sobre futebol. “Não quero saber sobre esporte de estrangeiros”, teria dito ele. Entre um evento e outro ele deveria criar matérias, mas não vivia na era da Internet, então escolheu produzir um épico para publicar na quarta-feira, e caprichou, evocando Eliot, Cervantes e Homero. A propósito, uma entrada para Brasil x Argentina custou 200 dólares, mais caro do que para uma ópera.
Claro, Leonardo era um produto do tempo, e do espaço. Nem tanto aqui em nossas páginas de grama e chuteiras e fartura de imbróglios entre jogadores polêmicos e dirigentes de clubes, associações e órgãos de governo de conduta duvidosa. 
O Brasil de Mano Menezes perdeu de quatro mas de pé (o trocadilho tem amplo sentido), mas a nossa mídia vem perdendo ao longo do tempo rastejando com mesmices, parcialidades incensadas pelo poder dos anunciantes e pelo fácil atendimento da demanda de qualidade inferior dos leitores e audiências das várias mídias.
Por fim, não poderia deixar de registrar que o genial Messi fez dois gols com apenas dois toques na bola, em cada um, correndo entre atônitos jogadores brasileiros; o terceiro gol de placa ele fez correndo feito um ratinho elétrico de loja R$ 1,99 como se estivesse atravessando um salão de dança sem ser incomodado. Até quando o jogador brasileiro ficará penteando a bola antes de decidir o que fazer com ela?
***
[Luís Peazê é escritor, tradutor e jornalista]

A censura, pela Justiça, da biografia do campeão Anderson Silva é um absurdo


15/06/2012
 às 15:27 



O livro proibido: no Brasil democrático, quem censura é a Justiça
Decisões da Justiça em uma democracia não se discutem, cumprem-se.
Isso para as partes envolvidas.
Jornalista, especialmente de opinião, discute, sim, decisões da Justiça.
Como essa espantosa adotada pelo Tribunal de Justiça do Paraná que, em atenção a medida liminar impetrada por Rudimar Ferdigo, proprietário de uma academia de lutas marciais em Curitiba, mandou proibir a circulação do livro Anderson Spider Silva — O Relato de um Campeão nos Ringues da Vida (Editora Primeira Pessoa), biografia autorizada do grande campeão dos pesos médios do UFC escrita pelo jornalista Eduardo Ohata.
O motivo: ao longo do texto do livro, entre outras declarações, Anderson chama seu ex-treinador de pessoa “do mal”, diz que ele prejudicou pessoas e sugere que comprou sua faixa preta.
Pois então que  Ferdigo processe Anderson criminalmente, peça indenizações, faça e aconteça. Proibir um livro, num Estado de Direito democrático, é um absurdo! Anderson expressou, no livro, suas opiniões. É responsável por elas.
Que seja ele processado, se for o caso. Não é admissível que, uma vez mais em uma biografia, pessoas que se sentem prejudicadas acabem prejudicando o público leitor e a liberdade de opinião, assegurada na Constituição.
É aquela velha história: com a ditadura, foi-se a censura. O que resta de censura, hoje, reside no Judiciário, em casos como esse — como ocorreu, durante anos, com Estrela Solitária (Companhia das Letras, 1995), a excelente (e respeitosa) biografia que o jornalista Ruy Castro traçou do grande craque Garrincha, já falecido, contestada na Justiça por suas filhas.

OBRA-PRIMA DO DIA - PINTURA - Edward Hopper - Quarto no Brooklyn e Sete da Manhã


Hopper era, por temperamento, estoico e fatalista. Homem de maneiras francas e de apurado senso de humor,conservador em política, aceitava da vida o que recebia sem discutir e aparentava não ser idealista.

Culto, sofisticado, apaixonado por literatura, suas telas frequentemente mostram pessoas lendo ou com livros nas mãos.
Os que conviveram com ele o definiram como boa companhia, à vontade em momentos de grande silêncio, embora às vezes taciturno, às vezes resmungão.
Sempre sério a respeito de Arte em geral, a sua e a dos outros, se perguntado dava sua opinião muito francamente.
Apesar de dizer que conscientemente não tentava dar significados psicológicos às suas pinturas, ele se interessava muito pela leitura das obras de Freud e pelo poder do subconsciente. Em 1939 ele escreveu:
É tão grande a expressão do subconsciente em todas as manifestações artísticas que me parece que a maioria de todas as qualidades significativas foram ali colocadas pelo inconsciente, e muito poucas conscientemente.
Para encerrar a semana, mostramos duas telas muito representativas do espírito e evidentemente, do talento de Edward Hopper, que, afinal, esta seção é voltada para obras-primas...

Quarto no Brooklyn, de 1932 (acima), faz parte da série de quadros que ele pintou de c.de 1925 até a metade do século 20. Essa série tem obras muito reveladoras da alma das pessoas e do modo de ser da classe média americana.
Como técnica, chamam a atenção a luminosidade e a ocupação do espaço, mas o que nos emociona é a sensação de solidão da jovem mulher, voltada para uma janela que mostra uma paisagem feia e sem graça. Emociona e intriga: o que ela faz ali sentada?
É óleo sobre tela, mede 68.36 x 73.98 cm, e pertence ao Museu de Belas Artes de Boston, Mass.

 
Sete da manhã, de 1948 (acima): numa cidade pequena, a rua deserta, uma loja onde só se vê a caixa registradora, um relógio, umas garrafas, um calendário. É uma barbearia? Uma lanchonete? O que vendem ou fazem ali? Não dá para perceber se ainda há atividade naquele ambiente. Não há nada exatamente desanimador, ou sinistro, ou fora do lugar, mas há qualquer coisa que nos inquieta, talvez a sensação de calma aparente, desmentida pela agitação das árvores?
Óleo sobre tela, mede 76.7 × 101.9cm, e pertence ao Whitney Museum of American Art, Nova York
Edward Hopper faleceu aos 84 anos, em seu estúdio na Washington Square, Greenwich Village, Nova York.
Devo lembrar aos leitores que quem parte e reparte fica com a melhor parte: a escolha das telas. São muitas. É escolha muito individual. Aconselho quem gostou do pintor a dar uma lida em Hopper

A verdadeira pergunta a que o governador do DF deveria responder é: como alguém que faz só política há 22 anos pode viver numa mansão nababesca, digna de um banqueiro?


14/06/2012
 às 16:57 
Ricardo Setti


A mansão do governador do DF, vista de cima...
Foi patético, e seria de morrer de rir se não revelasse a escuridão e falta de transparência que rege a vida de boa parte dos políticos “deste país”: o governador do Distrito Federal, o petista egresso do PC do B Agnelo Queiroz, passou quase dez horas depondo ontem na CPI do Cachoeira, se enrolou e enrolou os parlamentares diante de uma pergunta que qualquer brasileiro normal e probo responderia de bate-pronto.
Qual foi, afinal de contas, a forma de pagamento utilizada para comprar a espetacular mansão em que vive no Lago Sul, em Brasília? (Um portento de 550 metros de área construída, em meio a um gigantesco terreno e dispondo de todos os confortos possíveis e imagináveis, no valor estimado de 4 milhões de reais).
... e vista de outro ângulo, no esplendor de 550 m2 de construção e de todos os confortos e mordomias
Queiroz teria pago 400 mil reais pela casa em 2007, com a interessante circunstância de que, no ano anterior, o total de seu patrimônio declarado à Receita mal passava de 200 mil.
A principal pergunta que se impõe, porém, não é como pagou — se por cheque, em dinheiro, por meio de TED bancária.
É como um ex-médico do serviço público que há 22 anos só faz, única e exclusivamente, política — foi deputado distrital, deputado federal, diretor da Anvisa e ministro do Esporte, antes de ser governador — pode ser dono de uma mansão nababesca, digna de um industrial, de um potentado do agronegócio, de um banqueiro?
Esta é a pergunta — e pode e deve ser dirigida não apenas a Agnelo Queiroz, mas a muitos políticos que ostentam mansões e outros bens em nada condizentes com o que recebem dos cofres públicos.

Mesmo com habeas corpus, Cachoeira continurá preso por ordem da Justiça do DF


15/06/2012
 às 18:53


Por Laryssa Borges e Gabriel Castro, na VEJA Online:
O desembargador federal Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, concedeu nesta sexta-feira um habeas corpus ao contraventor Carlinhos Cachoeira. A informação foi confirmada pela advogada Dora Cavalcanti, que integra a banca de defesa do bicheiro. Mas a decisão não significa que o chefe da quadrilha dos caça-níqueis em Goiás ganhará liberdade: como também existe um mandado de prisão contra ele expedido pela Justiça do Distrito Federal, ele permanece detido - será apenas transferido.
O contraventor está detido na ala federal do presídio da Papuda, em Brasília. Agora, deve ser removido a uma detenção sob responsabilidade da Polícia Civil do Distrito Federal. Cachoeira foi preso em 29 de fevereiro, durante a operação Monte Carlo - deflagrada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal. Cerca de um mês depois, o Ministério Público do Distrito Federal realizou a operação Saint Michel, que também tinha como alvo o grupo do contraventor. Por causa disso, Cachoeira seguirá preso.
De acordo com a advogada do contraventor, a decisão desta sexta-feira é resultado de um pedido de extensão da liberdade concedida nesta semana a José Olímpio de Queiroga Neto, sócio de Cachoeira na exploração de caça-níqueis em Goiás e no entorno do Distrito Federal.
Por Reinaldo Azevedo

A cara de palerma apaixonado confirma que a CPI é uma Confraria de Pilantras e Idiotas


15/06/2012
 às 17:35 \ Direto ao Ponto

Augusto Nunes

O que será que ele está vendo?, intrigaram-se nesta quinta-feira incontáveis leitores da Folha confrontados com a foto na primeira página. A expressão superlativamente embecida do deputado federal Jilmar Tatto grita que o líder da bancada do PT está cruzando, a bordo de um floco de nuvens multicoloridas, a difusa fronteira que separa o deslumbramento do êxtase. O que faz bater em descompasso o coração do companheiro?
Os olhos rútilos e os lábios trêmulos, na grande imagem de Nelson Rodrigues, avisam que Jilmar está grávido de admiração, orgulho e felicidade. O que estará acontecendo? O grupo de candidatas a miss em visita a seu gabinete resolveu homenageá-lo com um striptease coletivo? A ex-primeira dama Carla Bruni irrompeu no plenário para sussurrar-lhe que topa trocar Paris por Brasília? Andressa Mendonça, mulher de Carlinhos Cachoeira, apareceu de repente para comunicar que só aceitará depor na CPI se tiver a seu lado, e de mãos dadas, aquele parlamentar tão sensível?
Nada disso. Jilmar ficou assim sem que fosse apresentado a alguma singularidade assombrosa. Para exibir essa cara de palerma apaixonado, bastou-lhe testemunhar, sentado na fila do gargarejo da CPI, o momento em que o governador Agnelo Queiroz propôs a quebra do sigilo telefônico, bancário e fiscal já quebrado pelo Supremo Tribunal Federal. “Você é nosso e nós somos teu”, parece murmurar a fisionomia do líder do PT. O recado endereçado a Sérgio Cabral pelo torturador gramatical Cândido Vaccarezza é a mais perfeita tradução da CPI de araque.
Reveja a foto no alto da página. Contemple sem pressa a imagem que levou Jilmar Tatto a flutuar na estratosfera. Fica mais fácil entender por que a CPI do Cachoeira virou uma chanchada pornopolítica que finge investigar coadjuvantes para manter longe da cadeia os protagonistas de outro escândalo calculado em bilhões de reais. O deputado Miro Teixeira tem razão: abstraídos os raríssimos homens honrados, o que se vê é um duelo travado por tropas do cheque tão patéticas e desprezíveis quanto as velhas tropas de choque.
Governistas e oposicionistas aplaudem os bandidos de estimação e fazem de conta que estão bravos com os meliantes do lado de lá. A simulação ficou perigosa depois que a cachoeira desaguou na Delta. Nesta quinta-feira, o PT e a base alugada se juntaram para conjurar o perigo e excluíram  Fernando Cavendish da lista de depoentes. Melhor encerrar os trabalhos antes que o Brasil inteiro enxergue na CPI o que ela é: uma Confraria de Pilantras e Idiotas.

Miro Teixeira denuncia encontro secreto da “tropa do cheque” com Cavendish


15/06/2012
 às 17:19 


Vaccarezza discute com o deputado Miro Teixeira: quem é da "tropa do cheque"? (Foto: André Coelho / O Globo)
Demetrio Weber e Chico de GoisO Globo
Dois dos integrantes da CPI do Cachoeira estiveram em um restaurante em Paris, na Semana Santa, com Fernando Cavendish, então presidente da Delta. O encontro reuniu o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado Maurício Quintella Lessa (PR-AL). Estava com os dois o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), que não faz parte da comissão de inquérito. Nesta quinta-feira, por 16 votos a 13, a CPI barrou a convocação de Cavendish numa sessão tumultuada. Ciro Nogueira fez discurso e votou contra a convocação. Maurício Quintella Lessa não estava presente.
O encontro do empreiteiro com parlamentares foi denunciado pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) e publicado em 1ª mão pelo site do GLOBO. Indignado com o adiamento da convocação do ex-presidente da Delta, Miro, sem citar nomes, pediu que a CPI investigasse se algum parlamentar tinha se encontrado com Cavendish na França. E alertou que poderia haver uma “tropa do cheque” em ação.
O encontro em Paris ocorreu na volta dos três parlamentares da 126ª Assembleia Geral da União Interparlamentar, realizada entre 30 de março e 5 de abril, em Kampala, Uganda. Hugo Napoleão (PSD-PI), Átila Lins (PSD-AM) e Alexandre Santos (PMDB-RJ) também integravam a comitiva para a África. A viagem foi uma missão oficial e cada um dos parlamentares recebeu US$ 350 de diária, para cinco dias, num total de US$ 1.750 cada. O dinheiro serve para refeições e pagamento de hotel. A despesa aérea, em classe executiva, foi paga à parte pelo Congresso.
Depois da Assembleia, Ciro Nogueira, Maurício Lessa e Eduardo da Fonte voaram para Paris para passar a Semana Santa. As mulheres já os aguardavam lá. À época, a CPI não havia sido criada, mas o escândalo envolvendo o bicheiro Carlinhos Cachoeira e a Delta já tinha vindo à tona.
Ao GLOBO, Nogueira confirmou o encontro, mas disse que foi casual:
— Conheço Cavendish, tenho relação com ele há uns cinco anos. Mas nada que envolva doação de campanha. (Em Paris) Nós só o cumprimentamos. Foi um encontro totalmente casual.
Encontro foi em restaurante famoso 
Ele afirmou não recordar o nome do restaurante, mas lembra que ficava na Avenue Montaigne. Essa avenida, junto com a Champs Elysées e a George V, é um dos endereços mais chiques — e caros — de Paris, conhecidos como Triangle D’Or (Triângulo de Ouro). Embora a Champs Elysées seja mais conhecida dos turistas, é na Montaigne que estão as lojas e restaurantes mais exclusivos.
Segundo Nogueira, os três parlamentares e as mulheres apenas cumprimentaram Cavendish, que, recorda o senador, estava com uma namorada nova, “muito bonita”. Ciro Nogueira confirmou a amizade com o ex-presidente da Delta. Em 12 de dezembro de 2009, ele postou no Twitter: “hoje vou ao casamento do meu amigo Fernando Cavendish”.
A Delta Construções negou nesta quinta-feira qualquer pagamento a parlamentares no Congresso, bem como eventual encontro de parlamentares com Cavendish “em qualquer lugar que seja”. Outra viagem de Cavendish a Paris já causou polêmica: a que ele apareceu em fotos num jantar ao lado do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e secretários do governo do Estado.
O Globo procurou falar com Maurício Lessa, mas não o localizou. De acordo com o atendente do gabinete, o parlamentar estava em audiência. O Globo telefonou para o gabinete do deputado Eduardo da Fonte, mas sua assessoria informou que ele estava voando para Pernambuco e que não seria possível localizá-lo.
Na sessão da CPI, Ciro Nogueira afirmou que não adiantava trazer Cavendish porque ele nada acrescentaria ao trabalho de investigação.
— Será que o doutor Fernando Cavendish vai chegar aqui e vai falar, vai entregar qualquer tipo? Não vai. Ou nos preparamos para a arguição dessas pessoas, ou nós vamos ser desmoralizados, como nós fomos ontem e anteontem — argumentou.
Miro disse que era necessário levar Cavendish à CPI porque a CGU declarou a Delta inidônea:
— Essa comissão se recusa a convocar o presidente da companhia que o governo declarou inidônea. Isso é incompreensível. Isso revela uma tropa do cheque — afirmou Miro.
Ciro Nogueira mostrou-se contrariado com Miro:
— Achei uma maldade extrema. Fiquei surpreso com Miro, porque ele podia ter identificado publicamente as pessoas.
Cândido Vaccarezza (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara, reagiu:
— Quero me dirigir ao deputado Miro Teixeira. Vou ficar em pé como ele costuma fazer. Não assaque acusações genéricas. Se Vossa Excelência acha que tem um deputado que é da bancada do cheque, vire para o deputado e diga: “É fulano”. Eu não sou da bancada do cheque.
Ao site do Globo, Miro disse que a “luta contra a blindagem do senhor Cavendish, nós vamos ganhar”:
— É injustificável não convocar uma pessoa que diz que compra político. E que varia de 6 milhões a 30 milhões de reais. Isto é injustificável.

CPI avança sobre Perillo e Agnelo, mas poupa Delta


by Fábio Pannunzio

ANDREZA MATAIS, ERICH DECAT E RUBENS VALENTE
No dia mais tenso desde a sua criação, a CPI do Cachoeira aprovou ontem a quebra, por um período de dez anos, dos sigilos bancário, fiscal e telefônico dos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF).
Em maioria na comissão, porém, os governistas promoveram um cerco maior ao tucano, que teve cinco pessoas ligadas a ele convocadas.
PT e PMDB também se uniram para impedir que a CPI chamasse o dono da Delta, Fernando Cavendish, e o ex-diretor do Dnit Luiz Antonio Pagot.
Em resposta às manobras, a oposição ameaçou deixar a CPI e houve um racha na base aliada.
A empresa de Cavendish é acusada pela Polícia Federal de ser o braço financeiro do esquema de Carlinhos Cachoeira, e suspeita de repassar dinheiro para campanhas.
Pagot era o responsável pelo Dnit quando a Delta assinou grande parte dos contratos com o governo.
Em entrevistas, ele contou que existia um esquema de "caixa dois" para o PSDB e que, a pedido da campanha de Dilma em 2010, arregimentou empresas que faziam obras para o Dnit para levantar recursos.
Ele se colocou à disposição para falar, mas o pedido foi negado por 17 votos a 13.
No caso de Cavendish, a convocação foi derrubada por 16 votos a 13.
Os resultados referendaram a proposta do relator, Odair Cunha (PT-MG) para que os depoimentos fossem adiados por tempo indeterminado.
PT e PMDB votaram fechados com o relator, seguindo um acordo feito na madrugada pelas legendas.
O roteiro foi cumprido, mas a base aliada rachou: seis governistas (de PDT, PTB e PSD) apoiaram as convocações. O líder do PSDB, deputado Bruno Araújo (PE), ameaçou abandonar a CPI.
"Se essa comissão se portar da forma como vem fazendo, é melhor passar a chave e irmos cuidar de outras coisas". O senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que a CPI está sendo transformada em "café com leite".

Chitãozinho e Xororó dão dicas de empreendedorismo na ABF Franchising Expo


 14/06/2012


Cantores falaram sobre suas redes de franquias
Por Adriano Lira
Cláudio Andrade / Editora Globo
A dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó visitou hoje a ABF Franchising Expo, que ocorre até 16 de junho no Expo Center Norte, em São Paulo. Donos do Grupo Montana, que tem diversas franquias, os cantores contaram à Pequenas Empresas & Grandes Negócios um pouco de sua trajetória no empreendedorismo e deram dicas para quem quer ter seu próprio negócio.
“A ideia do negócio surgiu em 1994 por nossa vontade de montar uma churrascaria em Campinas. Não esperávamos que o empreendimento fosse crescer tanto. Hoje, 18 anos depois, temos uma rede de franquias”, afirma Chitãozinho.
Atualmente, o Grupo Montana conta com a churrascaria Montana Grill, a rede de restaurantes Montana Express, uma steak house, uma loja de carnes e uma rede de frozen yogurt, a Thathagurt.
Segundo a dupla, alguns passos são importantes para que um empreendedor seja bem-sucedido. “Fazer uma pesquisa de mercado é essencial, para investir em algo com a certeza do retorno. Também é preciso ter profissionalismo, perseverança e, por fim, muito trabalho”, diz Chitãozinho.
Para Xororó, o sucesso da rede não ocorreu apenas pela fama da dupla. “É claro que o nosso nome foi importante, mas, se não há qualidade agregada ao nome, é pior. Uma coisa atrapalha a outra”, afirma.
A feira abriga 470 marcas expositoras. De acordo com Ricardo Bomeny, presidente da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a expectativa é de que o evento receba 50 mil pessoas e movimente R$ 400 milhões em negócios.