terça-feira, 18 de setembro de 2012

Candidato do PT à prefeitura de Quixadá prova que o partido continua irrecuperável



O jornalista Wal Alencar acompanhava um encontro ilegal promovido pelo PT de Quixadá, a 174 quilômetros de Fortaleza, quando foi submetido à versão cearense do controle social da mídia. No domingo, em meio à narrativa da reunião eleitoral numa escola pública, o repórter do Sistema Monólitos de Comunicação foi agredido por Jacson Cabral, coordenador da campanha do candidato a prefeito Ilário Marques.
Preso em flagrante, o agressor espancou também a verdade. Primeiro, negou a presença do chefe na reunião. “Ele estava no aniversário de uma criança”, mentiu no depoimento prestado na delegacia. Também jurou que havia esbarrado acidentalmente em Wal Alencar. Na continuação da reportagem, o vídeo mostra o jornalista com seis pontos no rosto. Ainda estaria fora do ar se o esbarrão fosse intencional.
Confira a prova ─ mais uma ─ de que a seita lulopetista é irrecuperável.

Secretário de Saúde é alvo de ação de improbidade por suposta omissão no tratamento de hemofílicos




O Ministério Público, por meio da 1a Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde  (Prosus), ajuizou na tarde desta segunda-feira (17/09) uma nova ação de improbidade administrativa contra o secretário de Saúde, Rafael Barbosa, a presidente da Fundação Hemocentro de Brasília (FHB), Beatriz Mac Dowell Soares, e o diretor-executivo da FHB, José Antônio de Faria Vilaça. ...

Na ação, o Ministério Público acusa os gestores citados por "omissão no dever de dispensar correta e tempestivamente Fatores de Coagulação", o que segundo o MP estaria ofendendo os princípios constitucionais da Administração Pública e acabando por gerar graves ofensas aos direitos dos pacientes hemofílicos.

De acordo com a Prosus, as autoridades da área de saúde foram responsáveis pelo desmonte arbitrário do Núcleo de Coagulopatia do Hospital de Apoio de Brasília, o que teria exposto esses pacientes hemofílicos à dificuldade de tratamento e até à morte.

Ainda segundo o MP, a atual gestão optou por instalar o laboratório de hemostasia e concentrar a concessão dos fatores de coagulação na Fundação Hemocentro, o que no entendimento da Prosus racionou a oferta das doses de fator, o que estaria em descumprimento de ações judiciais, como ressalta o autor da ação de improbidade.

"O GDF aprovou um protocolo para tratamento das doenças da Coagulopatia, repleto de questionamentos. Em razão de todos esses fatos, não restou ao MPDFT outra alternativa, também, que não o ajuizamento de ação civil pública, demonstrando que o protocolo em vigor para o tratamento dos hemofílicos adultos e crianças no DF é nulo, desarrazoado e discriminatório".

Na ação assinada pelo promotor de Justiça Jairo Bisol, o representante do Ministério Público ainda destaca que os serviços de atendimento aos pacientes hemofílicos sofreram uma cisão e continuaram sendo em parte prestados ora pelo Hemocentro, ora pelo Hospital de Apoio de Brasília, o que gerou muitas críticas de pacientes e responsáveis. O MP transcreve na ação a qual o blog teve acesso o depoimento de 11 pacientes hemofílicos ou responsáveis por eles que reclamam da gestão pública no tratamento da doença.

Essa é a segunda ação de improbidade que a Prosus ajuíza contra o secretário Rafael Barbosa em menos de um mês. Na primeira ação, o MP acusa o gestor e seu adjunto, Elias Miziara, de cometerem erros na contratação da Metalúrgica Valença, empresa responsável pela construção das clínicas da família. Nesse caso, a Prosus levantou indícios de irregularidades na adesão de uma ata de registro de preços do Rio de Janeiro, que teria praticado pesquisa de mercado inidônea. O valor desse contrato é de R$ 32,1 milhões.

Veja o que disse Rafael Barbosa
O secretário de Saúde, Rafael Barbosa, disse ao blog que ao assumir o comando da área no DF encontrou um cenário de bagunça e desmandos na gestão do tratamento dos hemofílicos.

"Pacientes do Brasil inteiro buscavam o fator de coagulação no DF, a lista de pacientes era de 474 e nós fizemos um recadastramento em que essa lista passou a ser de 180 pacientes realmente sob a responsabilidade do Distrito Federal. Nenhum paciente morreu, muito pelo contrário, fomos elogiados por meio de uma carta que recebi nesta tarde da Associação Brasileira de Hemofilia pelo nosso trabalho com os pacientes hemofílicos".

Segundo Rafael Barbosa, o protocolo de atendimento aos hemofílicos foi discutido em audiência pública que ganhou o respaldo da Justiça, quando a Prosus sem sucesso derrubar a iniciativa da Secretaria de Saúde.

"Infelizmente os desmandos que encontramos não foram objeto de observação do Ministério Público e do promotor Jairo Bisol, que passou a fazer o enfrentamento quando decidimos moralizar o setor, demonstrando um claro interesse político, inclusive o de tentar manter o controle sobre a gestão da saúde, o que é prerrogativa do governo".

Rafael Barbosa disse que vai responder às ações de improbidade sem ter nada a temer. "Hoje a política de hemofílicos no DF é um exemplo para o país", assegurou Barbosa.
Fonte: Blog da Lilian Tahan - 18/09/2012

Ascensão e queda de uma nobre justiça



Roberto Monteiro Pinho
A saga das ações públicas no Judiciário Trabalhista parece não ter fim. Hoje, de cada dez ações, 6,5 são originárias da União, Estados e Municípios e de empresas públicas. As execuções previdenciárias que migraram para a especializada e os novos processos acabaram estagnando os serviços de serventia, e assoberbaram os juízes que precisam responder as interpelações dos procuradores públicos e promoverem milhares de despachos.
O resultado reflete nos milhões de processos empilhados nas prateleiras das Varas, sem a menor previsão de andamento, Com isso, a ação dilatou o tempo médio de solução de cinco para dez anos. Nesta congênita anomalia, o prejudicado é o trabalhador, que teve seu processo esquecido.
Como se não fosse pouco, uma corrente majoritária de juízes formou uma frente para defender a autovalorização das atividades do Estado/juiz, em flagrante desdenho ao compromisso social que caracteriza a Justiça Trabalhista.
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CONCILIAÇÃO
A ordem deste grupo é criar obstáculo para que essa relação empregador/empregado não fique no terreno da conciliação, até porque, data máxima vênia, conciliar não conta ponto para promoção do juiz. Hoje somado o tempo abarcado pelas ações públicas e a dificuldade que o juiz tem no processo executório, os indicadores apontam que uma ação, com todos os tramites em perfeita sintonia com o direito, podem levar de 10 a15 anos para chegar ao seu ponto final.
O fato é que os conflitos que chegam aos Tribunais do Trabalho dão indicação da premência por reformas, tema que remonta à era Fernando Henrique Cardoso, atravessou a gestão Lula e pode sair ainda no governo de Dilma Rousseff, Tudo indica que o Planalto pode anunciar medidas atualmente em estudo na Casa Civil, propondo a criação do Acordo Coletivo de Trabalho com Propósito Específico, com mais autonomia para negociação por meio de sindicatos.
Questões pontuais como jornada de trabalho, sua redução, compensação, alteração, horas extras e outros temas relevantes são a possibilidade de diminuição de salários em situações especiais. A Casa Civil estuda a proposta que autoriza também reduzir período de descanso e de almoço e permite retorno gradual da licença-maternidade. Na outra ponta está o Estado voraz com os tributos, porque o Brasil apresenta um dos custos mais altos do mundo, na faixa de 103% sobre o salário.

As fotos do Homem de Vermelho

David Coimbra

18 de setembro de 20121
O Kadão publicou fotos do Homem de Vermelho no Almanaque Gaúcho de ontem.
O Homem de Vermelho.
Eis aí um personagem que estampa com nitidez como o Brasil mudou, e em que direção foi a mudança. 
O Homem de Vermelho, como o nome diz, vestia- se todo de vermelho, sapato vermelho, calça vermelha, camisa vermelha.
Sobre a cabeça, usava um quepe também vermelho e, em letras brancas e faiscantes, levava impressa nas costas a palavra terrível:“ COBRADOR”.
A função do Homem de Vermelho era envergonhar o devedor inadimplente do comércio.
Quando o Homem de Vermelho batia à porta de uma casa, toda a vizinhança sabia que ali se homiziava alguém que devia e não pagava.
Um escândalo.
O maior medo de quem cevava uma conta em uma loja era ser acossado pelo Homem de Vermelho.
Esse recurso, obviamente, é abusivo.
Afronta os direitos do consumidor, do cidadão e tudo mais.
Certo.
Mas não seria por isso que, hoje, o Homem de Vermelho perderia o emprego.
Seria porque ninguém lhe daria bola.
Pela singela razão de que hoje ninguém sentiria vergonha de dever e não pagar.
Imagine, perplexo leitor, que hoje há escritórios de advocacia especializados nisso: em ajudar o devedor a não pagar.
O cara assina um contrato e, depois, questiona- o na Justiça.
Eu assinei, mas não posso pagar.
Por que o assinou? Meu avô, que já morreu, acharia errado.
Mas meu avô sentia medo do Homem de Vermelho.
Sentia vergonha, o que é uma coisa muito antiga.
Houve uma ruptura moral no Brasil.
Aconteceu no momento em que o brasileiro passou a ter mais consciência dos seus direitos, como o legítimo direito de o devedor não ser constrangido publicamente pelo credor com ações reprováveis como as do Homem de Vermelho.
É evidente que isso é uma coisa boa.
É ótimo que as pessoas saibam de seus direitos e lutem por eles.
Mas, no inconsciente coletivo do Brasil, essa evolução produziu uma distorção: o brasileiro passou a acreditar que pode tudo e não deve nada.
Ele é amassado pelos poderosos.
Logo, sua reação aos poderosos é justificada.
Quando ele afronta o pai, o professor, o Estado, o patrão ou o credor, ele é o certo, porque ele está afrontando o poder.
Não interessa a afronta.
Pode ser uma ofensa, um roubo ou uma agressão qualquer.
Importa é afrontar.
A autoridade, qualquer autoridade, foi desmoralizada no Brasil.
Para o brasileiro, toda autoridade é opressora e está a serviço dos grandes contra os pequenos.
Foi essa a ruptura, e ela se deu mais ou menos nos anos 70 – as fotos publicadas pelo Kadão são do final de 1960.
O futebol brasileiro acompanhou essa tendência.
Quando a Lei do Passe foi abolida, apregoou- se que ali se estava abolindo a escravidão do jogador brasileiro.
Era a Lei Áurea da bola.
Hoje, o jogador brasileiro conta com todos os direitos garantidos pela CLT.
Ele pode processar o clube por atraso de salários ou não pagamento de impostos trabalhistas, como qualquer proletário.
Mas é claro que ninguém aceitaria que um clube“ encostasse” o jogador na previdência em caso de lesão grave, como ocorre com qualquer proletário.
Enquanto vige o contrato, o clube tem de pagar o jogador, mesmo que ele não jogue – muito justo.
Mas o jogador, se não quer cumprir o contrato, se quer ir para outro clube, vai, e aí ele pode usar variados meios de pressão, entre eles alegar que está“ desmotivado” para jogar bem.
Nenhum jogador sente vergonha de dizer que está desmotivado, por mais centenas de milhares de reais que ganhe.
Nenhum.
Assim como ninguém mais sente vergonha de dever e não pagar.
Natural.
São os novos tempos do Brasil.

Toffoli aparece envolvido no Mensalão. Banco Rural põe nos autos do Mensalão documento que cita Toffoli


O advogado Celso Serra comunica ao Blog da Tribuna que o jornalista Felipe Patury acaba de disponibilizar no site da revista Època uma corrosiva informação sobre o ministro Dias Toffoli, que abala ainda mais as suas condições de legal e eticamente prosseguir no julgamento do mensalão. É por isto que o ministro anda tão nervoso. Afinal de contas, o julgador irá julgar-se ? Vale a pena ler:

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CONSTRANGIMENTO
O Banco Rural juntou aos autos do mensalão um documento que cita Toffoli como delegado do PT
Uma certidão da comissão executiva do PT se destaca entre os documentos apresentados ao Banco Rural para compor o cadastro que o partido fez para obter o empréstimo de R$ 3 milhões, sob análise do Supremo Tribunal Federal. Na ata, constam nomes de dirigentes do partido que se tornaram réus no mensalão: José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares.
Aparece também, na condição de delegado do PT, o então advogado da legenda, José Antônio Dias Toffoli. O Rural inseriu a certidão nos autos do mensalão, analisados por Toffoli, agora na condição de juiz do Supremo Tribunal Federal. O ministro não se manifestou. Seus auxiliares dizem que a certidão foi expedida dois anos antes do empréstimo e que o fato de ele ter sido delegado do PT é conhecido.
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ANGUSTIADO
Ainda no site da Época, uma nota de Igor Paulin assinala o seguinte:
Aos amigos, o ministro do Supremo Tribunal Federal José Dias Toffoli tem dito estar angustiado com suas opções no processo do mensalão, que começa a ser julgado nesta quinta-feira pela Corte. O ministro acredita que sua imagem será arranhada em todos os cenários que se projetam para ele. Segundo suas projeções, considerar-se inepto para o julgamento ou votar pela condenação dos réus são situações que farão com que o ministro perca os amigos no PT. Se participar do julgamento e absolver os réus no processo, seu desgaste será com a opinião pública.

DÁ-LHE JOAQUIM!



Giulio Sanmartini.
Nessa segunda feira 17, a borduna do ministro relator da “Ação Penal 470″,  Joaquim Barbosa, continuou a bater firme e forte. Começou a desmentir a afirmação de Lula, de que o “mensalão” não existiu, que a trapalhada nada mais foi que uma “inocente caixa 2”.
Ele deixou bem claro que o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comprou votos de deputados e apoio de partidos para aprovar leis na Câmara dos Deputados. Foram pagos (subornados) deputados do PP, PMDB, PTB e PR (na época PL), sob a orientação de Jose Dirceu, para garantir votos favoráveis à aprovação das reformas da Previdência, Tributária e Lei de Falências na Câmara, projetos de interesse do governo Lula.
Barbosa garantiu que condenará por corrupção passiva e lavagem de dinheiro todos os parlamentares e ex-deputados acusados de receberem recursos do esquema. Também indicou que vai considerar culpados os acusados de serem os corruptores da Câmara dos Deputados: o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, esses dois últimos eram os pagadores. O esquema só cessou depois de vir à tona em 2005.
Finalizando afirmou que o governo Lula comprou o ingresso do PP na base aliada em 2003. O partido apoiou o adversário de Lula na eleição de 2002, José Serra (PSDB). “Independentemente da destinação dada aos recursos, as provas conduzem à conclusão de que os réus receberam o dinheiro em razão da função parlamentar e em troca da fidelidade do partido ao governo”.
A situação dos bandidos que continuam a formar cúpula petista a cada dia piora. O ministro relator, que sempre foi um homem discreto e avesso aos holofotes, surge, por sua seriedade e retidão, como o herói dos patriotas de bem, que estão cansados de ver a corrupção triunfar.
(1) Texto de apoio: Felipe Recondo “et alii”

Valorize a sua varanda e a deixe ainda mais acolhedora


Para momentos mais descontraídos, ao ar livre e com os amigos e familiares, a varanda é o espaço ideal. Muitas pessoas utilizam essa parte da casa para receber visitas ou simplesmente para momentos de descanso, seja durante o dia, seja durante a noite.
Com o objetivo de melhor aproveitar o local, a varanda deve ser organizada e decorada de forma a proporcionar mais conforto, deixando-a muito mais acolhedora. Para tanto, o Agente Imóvel elaborou algumas dicas especiais para que você, sua família e seus amigos possam ter momentos mais que agradáveis na varanda de sua casa. Confira!
Cada casa pode ter um estilo diferente de varanda, de acordo com o perfil da família e o local onde se vive. Uma casa no campo, por exemplo, geralmente tem um espaço mais amplo, aberto e verde, enquanto um apartamento tende a ter a varanda parcialmente fechada, em um espaço relativamente menor. Nos primeiros casos, costuma ser mais fácil decorar e deixar o local mais convidativo. Já nos segundos, alguns detalhes devem ser considerados para fazer toda a diferença.
Tanto as casas como os apartamentos que dispõem de uma área muito pequena para a varanda podem apostar na integração de ambientes para valorizar o local. No caso de quem tem a sala muito pequena para acomodar as visitas, uma solução simples é estender este espaço à varanda, deixando a sala e a área externa interligadas. Os móveis confortáveis e a plantas que transmitem frescor deixam esta parte da casa mais viva e acolhedora.
A varanda gourmet é a mais indicada para pessoas que gostam de receber os amigos e familiares em grande estilo | Foto: Casinha e companhia.
Uma ideia bacana, principalmente para quem gosta de reunir os amigos ou dar pequenas festas informais, é integrar a varanda a um espaço gourmet. A organização do espaço, nestes casos, não requer apenas móveis como bancada, poltronas e cadeiras, mas também a instalação de uma churrasqueira ou fornos elétricos.
No entanto, ao fazer da varanda também um espaço gourmet é importante ficar atento quanto à ventilação do local, para ter certeza de que a fumaça não irá invadir a casa, toda vez que a churrasqueira for usada. Além disso, para organizar melhor e também valorizar a decoração do ambiente, armários planejados podem ser instalados no local.
Uma atenção especial também é necessária em relação aos móveis. Como a área é externa e tende a receber mais luz do sol, em alguns casos até chuva, a mobília precisará ser mais resistente. Nesse sentido, as mesas, banquetas, cadeiras, poltronas ou o que mais for complementar o local devem ser de materiais sintéticos ou de madeira bruta.
Para finalizar, a sugestão é investir em plantas. Vasos com folhagens e flores ou um muro de plantas garantem frescor ao ambiente, lembrando que as espécies comuns em varandas e jardins já têm grande potencial decorativo.

GUIDO MATEGA, O PIADISTA



Giulio Sanmartini
Durante os oito anos que esteve frente ao governo no país, Luiz Inácio Lula da Silva, não poupou afirmativas demagógicas e mentirosas Sobre os feitos de seu governo, valendo-se  do bordão: “nunca ninguém viu na história desse país…”
Parece que esse danoso sistema contaminou todo o Partido dos Trabalhadores. Por exemplo, Guido Mantega, que assumiu o importante ministério da Fazenda  em março de 2006, quando da defenestração  do ladrão Antonio Palocci. Agora com o Brasil em visível crise econômica, começou a dizer besteiras, tentado dar a idéia de um falso otimismo.
Em junho, quando Credit Suisse, disse que a economia do Brasil cresceria apenas 1,5% no ano em curso, Mantega imediatamente rebateu, dando-se ao luxo de fazer ironia ao classificar a previsão como sendo uma “piada”.
O ministro perdeu uma ocasião de ficar calado e deveria ter levado o Credit Suisse a sério, pois na última sondagem o Banco Central previu um crescimento do PIB, no máximo de 1,57%.
O governo vem anunciando novas medidas de estímulo à industria, mas a produção nessa ano era uma queda de 1,92%, haja vista, que essas medidas estão apresentando um escasso efeito.
Outros paises da América Latina: Chile, Peru e México estão crescendo mais rapidamente que o Brasil, pois suas normas são mais abertas e menos politicamente protecionistas. A relutância do  Brasil de andar na mesma estrada desses outros países está lhe custando caro.
(1) Texto de apoio:  Jonathan Wheatley (Financial Times 17/9/2012).

AS ESPOSAS E AS MALAS


Marc Albert
Mais um delinqüente geriátrico deste clube, que se atreveu a enviar uma matéria. Que bom, um comentarista se transformando em redator. É um suiço eventualmente arribado em Ilhéus, que uma Gabriela da vida pescou, e ele não foi mais embora. Também pudera. Se eu estiver errado, ele corrigirá as más informações. Enviou-nos uma constatação imperdível:
“Até a década de 1970, se a mulher descobrisse uma traição, ela perdoava e cuidava do marido com medo de ser abandonada.. Na década de 1980, se a mulher descobrisse uma traição, juntava as próprias coisas na mala e ia embora. Na década de 1990, se a mulher descobrisse uma traição, juntava as coisas do marido na mala e o mandava embora. Agora, tendo entrado o ano 2000, quando a mulher descobre a traição, junta os pedaços do marido numa mala e joga fora, como a mulher do Japa. Vê se te cuida, galo velho.”
Aproveitando a chance, temos um filme que representa bem a situação da década de 1990. A mulher estava tão irritada que nem se preocupou com a mala. Começou a jogar as coisas dele pela sacada. O único problema é que, às vezes, pode dar errado…
(http://www.youtube.com/watch?v=yyO7-BcojYY)

QUANDO O CALO APERTA



Walter Marquart
O INSS encontrou a varinha mágica de “garantir” as reposições só depois que o assegurado morrer. Um pouco de IBGE: A expectativa de vida para os homens gira em torno de 69,4 anos e para as mulheres, 77 anos. O censo de 20l0 acusou 96 homens para 100 mulheres. Quando o sistema previdenciário foi criado, em 1942, a mágica de hoje, “pagar” o assegurado só depois que ele morrer, foi implantado.
Para os homens a expectativa era de 50 anos, mas só poderia aposentar-se aos 60. A expectativa de vida das mulheres era de 45 anos, mas para aposentar-se, só aos 55. Nas contas atuais, guiadas pela varinha mágica, implantaram o fator previdenciário, calculado na expectativa de vida de 72 anos. A morte é o preço da vida e, para o INSS, um fator desejado. Quando o feroz INSS cumprir o contratado, o diabo da Tasmânia reaparecerá mais fraco, menos feroz. Ato jurídico perfeito e coisa julgada é uma ordem Constitucional que o INSS não acolhe. Direitos adquiridos dos assegurados foram anulados e, tudo parece, para todo o sempre. Os dependentes do INSS pagaram ouro e estão recebendo barro, estão sendo lesados, roubados ou KGdos. Clovis Bevilaqua “Leis de ordem pública são aquelas que, em um Estado, estabelece os princípios, cuja manutenção se considera indispensável à organização da vida social, segundo os preceitos do direito” Para o governo, o direito dos aposentados não fere a ordem pública.
Do Ministro Moreira Alves, no plenário do STF, firmou o seguinte entendimento: “o tal e tal, da Constituição Federal, se aplica a toda e qualquer lei infraconstitucional, sem qualquer distinção entre lei de direito público e lei de direito privado, ou entre lei pública e lei dispositiva”. Os contribuintes do INSS cumpriram o contrato, contribuíram todos os meses na expectativa de gozar dos direitos prometidos; o direito adquirido, confessado pelo próprio INSS, portanto, não previa tungar os aposentados. Em suma: estão obrigando os aposentados a lamber ossos e querem consolá-los dizendo que faltará osso. Além do lulopetismo, a IURD e a IMRD, diletos concorrentes pregam mensagens “diferentes”: A 1ª, que os infiéis serão consumidos pelo fogo eterno e a 2ª, que o fogo eterno consumirá o infiel. A lição do INSS reza que o assegurado morrerá à míngua e se reclamar, a míngua o consumirá. Faz parte do socialismo implantado em 1985. O fator previdenciário é inconstitucional. Foi uma medida planejada por lobos sociais, sedentos de sobras do orçamento. Se for desejável que o assegurado continue na ativa, deveriam tê-lo premiado e nunca impor-lhe castigos. No passado próximo o assegurado recebia um documento na ocasião da sua aposentadoria, indicando estar se aposentando com X % do saláriomínimo. Portanto, o contrato reza X % do salário mínimo, ponto. Com a política dos lobos famintos inventaram o salário referência, embasado no princípio da varinha mágica. Para os deuses e seus afilhados, para os filhos de Fidel de 1964 ou sindicalistas que perderam um dedo, garantem aposentadorias que ultrapassam o abuso. E para os funcionários públicos? Emenda Nº 20: serão aposentados com o valor igual ao que receberia se estivesse na ativa. Se a Constituição veda a adoção de critérios diferenciados para a concessão de aposentadorias do regime geral, porque introduziram o salário referência e o fator previdenciário? E porque tornou letra morta o disposto na lei que ao assegurado é garantido o reajustamento dos benefícios para preservar-lhe, em caráter permanente, o valor real? Quem inventou o fator previdenciário e o salário referência está sempre presente nas reuniões da Comissão dos Socialistas Aloprados, que prega o socialismo com “justiça”, que garante ao setor público as garantias que são negadas ao setor privado. É o costumeiro socialismo que impõe a teoria dos direitos adquiridos, mas não para os dependentes do INSS, este é regido pela varinha mágica. Senado, Câmara Federal, Estadual e Municipais, Executivos, Empresas estatais e similares fazem parte da Comissão de Aloprados. Defensores do socialismo venha tudo para mim, praticado pelos reppresentantes de Deus da IURD e da INRD. O INSS está impondo aos seus assegurados, que apertem, mais ainda, os calos.
(1): Fotomontagem: Lobo da Tasmânia ataca um aposentado.

MPF responsabiliza Lula por prejuízo de R$ 10 milhões e autopromoção


Em defesa de ex-presidente, AGU nega favorecimento a banco e fala em prescrição


BRASÍLIA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de ser responsável por um prejuízo de R$ 10 milhões aos cofres públicos, buscar autopromoção, fazer publicidade pessoal e favorecer o Banco BMG, ao enviar a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) uma carta com informações sobre o programa de crédito consignado do governo federal. As acusações foram listadas pelo Ministério Público Federal em documento anexado ao processo que investiga atos de improbidade administrativa atribuídos a Lula.
A denúncia pede que o ex-ministro da Previdência Social Amir Lando devolva os R$ 10 milhões ao Erário. Lula e Lando são réus no processo, que começou a tramitar na Justiça Federal no Distrito Federal em janeiro de 2011. O documento do MPF, de agosto deste ano e ao qual O GLOBO teve acesso, é uma réplica da procuradora da República Luciana Loureiro à defesa preliminar apresentada por Lula, por meio da Advocacia Geral da União (AGU). O juiz Paulo César Lopes, diz que decidirá até o fim deste mês se dá prosseguimento à ação.
Lula e Lando assinaram as cartas enviadas a aposentados e pensionistas em 2004. O MPF ofereceu a denúncia à Justiça sete anos depois; o processo está prestes a ter uma primeira decisão judicial. Na réplica anexada, a procuradora rebate os argumentos da AGU. Segundo Luciana, ele não tem direito a foro privilegiado no caso da ação de improbidade nem pode ser beneficiado pela prescrição da pena, ao contrário do que requereu a AGU.
Segundo a procuradora, Lula e Lando tiveram responsabilidade na ordem dada à Dataprev (empresa pública responsável pelos dados da Previdência Social) para a execução do serviço. Para o MPF, os serviços foram feitos sem contrato.
A AGU, que fez a defesa de Lula, afirma que a ação civil pública não pode se somar à acusação de improbidade e que a lei de improbidade administrativa não se aplica a agentes políticos, caso de Lula. Os advogados dizem que ele, por ser ex-presidente, deve ter foro privilegiado e só ser processado no Supremo Tribunal Federal. O caso, diz a defesa, estaria prescrito. Para a AGU, a carta dirigida a pensionistas “tem caráter informativo. O texto não enaltece a figura do governante”.
A ação de improbidade sobre o envio das cartas tem conteúdo semelhante a um inquérito sigiloso em tramitação no Supremo, aberto a partir da denúncia principal do mensalão. O inquérito apura “fatos relacionados às irregularidades no convênio firmado entre o Banco BMG e o INSS/Dataprev para a operacionalização de crédito consignado a beneficiários e pensionistas”. O procurador-geral da República ainda não apresentou denúncia nem revela os investigados.
Para o MPF, o prazo para prescrição (cinco anos após o fim do mandato) deve ser contado a partir do fim do segundo mandato de Lula, e não do primeiro, como quer a AGU. A Lei de Improbidade Administrativa prevê perda dos direitos políticos por até dez anos e ressarcimento. Lando não foi localizado.


Matrioska, por Rodrigo Constantino



“Ninguém pode usar uma máscara por muito tempo: o fingimento retorna rápido à sua própria natureza.” (Sêneca)
Rodrigo Constantino, O Globo
Ganhei de presente uma daquelas bonecas russas que é a cara da presidente Dilma. Não seria minha escolha natural, mas não havia como trocar, então fui tentar apreciá-la. A impressão inicial que ela causou foi a de firmeza, alguém com bastante autoconfiança. Uma boa gestora, enfim.
Resolvi ver se tinha algo por trás daquela imagem, e qual não foi minha surpresa ao descobrir que era apenas uma camada superficial e oca! A presidente jamais tinha gerido coisa alguma com eficiência para colocar no currículo, só uma loja de produtos baratos que foi à falência. Mas nem tudo estava perdido.
A nova imagem que me saltava aos olhos era a de uma resoluta faxineira da ética. Agora sim, pensei, essa mulher corajosa vai bater de frente com todos os corruptos que circulam em volta do governo como moscas ao redor do mel.
Doce ilusão. Era apenas mais uma camada oca. Lembrei de que Erenice Guerra, ex-braço direito de Dilma e acusada de nepotismo, estava lá, bem ao lado da presidente, no dia de sua posse.
Todos os ministros (escolhidos por Dilma) que saíram no começo de seu mandato por escândalos de corrupção foram expostos pela imprensa. Não havia um combate ativo à corrupção por parte do governo.
Desiludido, arranquei mais esta camada fora, e consegui esboçar um sorriso. A nova figura tinha pinta de que, se não faria uma faxina ética, ao menos não iria compactuar com o fisiologismo de seu antecessor.
A empolgação durou pouco. Um bispo que só entende de fisgar crentes foi apontado como ministro da Pesca, e uma sexóloga “progressista”, ícone da tal esquerda caviar, foi brindada com o Ministério da Cultura em troca de apoio ao candidato a prefeito em São Paulo. Toma lá da cá, como sempre.
As camadas ocas iam sendo retiradas como uma cebola descascada, e lágrimas de desapontamento surgiam em meus olhos.
Mas pude vislumbrar na nova face uma ponta de esperança: aquela era a imagem de alguém disposta a enfrentar os grandes desafios para colocar nossa economia na rota do crescimento sustentável.
Esperei, em vão, pelas reformas estruturais, como a previdenciária, a trabalhista e a tributária. Nada. Parecia que o único instrumento conhecido pela presidente era o estímulo ao consumo por meio do crédito público. Trata-se de um modelo esgotado, pois o endividamento das famílias chegou ao seu limite. Resultado: crescimento medíocre, inflação elevada.
Triste, joguei fora esta camada, mas vi que talvez nem tudo estivesse perdido. Privatização! Era o que aquela nova imagem irradiava para a alegria de todos aqueles cansados da incompetência e da roubalheira nas estatais. Finalmente, comemorei. Antes tarde do que nunca! Mas o diabo está nos detalhes...
Dilma é do PT, e privatização não combina com o petismo. Fizeram tudo de forma acanhada, envergonhada e, portanto, repleta de equívocos.
O intervencionismo estatal ainda estaria presente em demasia, no financiamento, na regulação, na limitação do retorno ao investimento, na garantia de compras do que não tivesse demanda no setor privado. Enfim, uma onda de privatização com ares de estatização.
Com visível mau humor, tirei fora mais esta camada e me lembrei da caixa de Pandora: a esperança é a última que morre. Lá estava um rosto impávido, que passava a determinação de quem não teme enfrentar as máfias sindicais e os marajás do setor público.
Greves daqueles que já ganham bem mais que os trabalhadores da iniciativa privada e gozam de inúmeros privilégios, como estabilidade de emprego e auxílios até não poder mais? Nem pensar! Thatcher iria se incorporar em Dilma e desafiar essa gente que transformou o povo em refém.
A esperança pode ser a última que morre, mas ela também é mortal. O governo sucumbiu e os grevistas ganharam bons aumentos de salário, indexando sua renda à inflação que o próprio setor público produz com seus gastos excessivos.
Os gastos públicos sobem sem parar desde que o PT assumiu o poder. É a principal causa do tal Custo Brasil: falta dinheiro para investimento, impede redução dos impostos e pressiona a taxa de juros.
Melancólico, retirei feito um autômato aquela que parecia a última camada da minha matrioska. Que susto!
Confesso que tive até de pegar uma lupa para verificar se meus olhos não me traíam. Aquela pequena boneca não se parecia mais com a presidente Dilma. Olhei bem perto para confirmar: era a cara do ex-presidente Lula! Embaixo, em letras minúsculas, estava escrito: “Made in Russia.”

Rodrigo Constantino é economista

Os sinais de melhora, por Miriam Leitão


ECONOMIA


Miriam Leitão, O Globo
A economia brasileira está dando seguidos sinais de que vai confirmar a previsão de melhoria do ritmo de atividade no segundo semestre. Todos os indicadores preliminares do terceiro trimestre mostram que ele será melhor do que o segundo. A dificuldade será a economia internacional, que continua em compasso de espera. Nos Estados Unidos, ainda paira a ameaça do impasse fiscal.
O Banco Central está no mais longo período de queda de taxa de juros. Em um ano, houve redução de cinco pontos. A Fazenda fez vários incentivos, com redução setorial de impostos e medidas mais estruturais, como a mudança da forma de cobrança da contribuição previdenciária. Tudo isso estimula a economia.
O Boletim Focus mostrou que o mercado continua reduzindo o crescimento do PIB de 2012. Foi para 1,57%, na sétima semana de redução. Mas até o final do ano as notícias serão melhores. Não em todas as áreas. A projeção para a inflação continua subindo. O dado de ontem foi a 5,26%. Há poucas chances de queda da inflação porque os preços de alimentos permanecerão pressionados.
A previsão de colheita de milho no Estados Unidos da safra 2012/2013 foi reduzida de 375 milhões de toneladas, em junho, para 272 milhões, em setembro, ou seja, 103 milhões a menos. Uma redução de 28%. Isso significa uma oferta menor do grão nos próximos 12 meses.
No caso da soja, a previsão foi reduzida de 87 milhões de toneladas para 71 milhões. Queda de 19%. Para a economista Ana Laura Menegatti, da MB Agro, Brasil e Argentina vão conseguir repor a oferta menor de soja dos EUA, mas isso significa que não haverá recomposição de estoques até 2014.
— As commodities agrícolas estão em alta e há fundamentos para isso. Será difícil separar o que é aumento de preço por razões de mercado do que é alta por especulação financeira. O repasse de preços para o Brasil tem sido imediato por causa da desvalorização do real — afirmou.
O cobre subiu 5,4% na semana passada, o ouro atingiu a maior cotação em seis meses. O petróleo está no maior preço em quatro meses. Tudo isso pode se acentuar com a nova rodada de estímulos nos EUA.
O economista Fábio Silveira, da RC Consultores, acredita que pode haver sim um aumento de preços de commodities metálicas por conta da injeção de dólares do Fed. Mas avalia que o baixo crescimento na Europa e nos EUA vai mudar essa tendência ao longo do ano que vem.
A incerteza externa continua, enquanto aqui a situação começa a melhorar. O desafio das autoridades brasileiras será evitar a alta da inflação e manter o crescimento com a economia externa ainda fria.

OBRA-PRIMA DO DIA - ARQUITETURA Veneza e 'el parón de casa'



Campanile di San Marco é um dos símbolos de Veneza. Os venezianos o chamam, carinhosamente, de el paròn de casa (o dono da casa, ou senhorio). Com 98,6 m de altura, é um dos mais altos campanários da Itália. Ergue-se soberano, em um ângulo da praça, bem em frente à Basílica.
Simples, em tijolos que se encaixam, é uma torre quadrangular que mede 12 metros de cada lado; a 50 metros do solo ficam os cinco sinos, cercados por belas arcadas. Em cima da câmara dos sinos fica um cubo sobre cujas faces estão representadas, alternadas, as figuras de dois leões andantes e a de Venezia (a Justiça), em forma de mulher. O conjunto é coberto por uma pirâmide em cujo topo está a estátua dourada do arcanjo Gabriel.
A base desse monumento é embelezada pela Loggetta del Sansovino que é uma pequena arcada voltada para a Basílica, formada por três arcos; em quatro nichos entre as colunas que sustentam os arcos vemos, em bronze, as estátuas de Minerva, Mercúrio, Apolo e da Paz. Em 1663, foi erguido, sobre a arcada, um balaustre também em mármore.
A decoração dos frisos que contornam o pequeno edifício fala da ligação da cidade com essas figuras. Construída como arco monumental, a partir de 1569 passou a ser um posto de guarda das Procuradorias. A cancela em bronze que cerca a balaustrada é de 1737.
O campanário foi construído para servir de posto de vigia e farol. Sua construção foi iniciada no século IX, mas ele sofreu muitas modificações, até o século XIV. No grande terremoto de 1511 sua estrutura foi muito danificada; as obras de restauro deram a ele sua fisionomia atual.
Em 1609 Galileo Galilei utilizou o campanário para fazer uma demonstração de seu telescópio.
Sua história não se encerra aí: sofreu muito com raios até que em 1776 recebeu um para-raios. O pior ainda viria a acontecer. Em julho de 1902 foi notada em sua parede norte uma rachadura que nos dias seguintes aumentou de dimensões até que na manhã do dia 14 o campanário desmoronou.
Não houve vítimas, nem danos maiores às construções vizinhas. A Basílica foi poupada pelo chamado Pietro del Bandoou Pedra das Proclamações (foto à esquerda), um grande pedaço de antiga coluna em pórfiro, sobre o qual eram lidos os editais e decepadas as cabeças dos criminosos nos tempos da República e que fica na frente da face sul da Basilica.
Levada para Veneza em 1296, originária de Acre, cidade da Galileia ocidental, uma das mais antigas localidades continuamente habitadas daquela região, foi ela que recebeu o impacto da alvenaria, poupando a monumental basilica.
Dos cinco sinos somente o maior escapou da queda brutal sem danos . Os outros foram refeitos com os pedaços de bronze retirados do entulho que foram derretidos e fundidos novamente para a feitura dos quatro sinos menores. Esse trabalho foi presente do papa Pio X à cidade.
Na mesma tarde em que tombou, o Conselho Maior se reuniu e foi decidido que iriam reerguer o campanário. Talvez para se redimirem de não ter acreditado nos que diziam que algo estranho acontecia com o 'parón'...
Ficou famosa a frase do prefeito de então, repetida inúmeras vezes: será erguido“dov’era e com’era” – onde era e como era. A reconstrução que começou em 25 de abril de 1903 só terminou em 25 de abril de 1912, não por acaso o dia de São Marcos.

 
 A praça vista do alto do Campanile (as mesinhas à direita são do Florian...)

Veneza, Itália

Nem-nem, ni-ni... , por Ateneia Feijó


POLÍTICA


Por que tanta apatia? Neste século, grande número de jovens brasileiros nem estudam, nem trabalham. É a geração nem-nem. Sem ideias ou realizações. Sem ambições? Ela também existe em outros países, como Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália... Uma geração formada por uma juventude, com diferentes níveis de renda, que não está nem aí.
Seu comportamento pode até variar um pouco em função de cultura, classe socioeconômica, gênero, etnia, religião, país em que vive. Mas sua característica, em geral, é a inexistência de motivação para buscar uma ocupação profissional, um curso de formação ou qualquer coisa que envolva comprometimento para se tornar ativa e independente.
Foram-lhe negadas condições? Este século nada tem a ver com tempos recentes em que pais e mães avisavam os seus rebentos: “Se não quiser estudar, vai trabalhar!”
Porém, diga-se de passagem, a prioridade da família estava na educação. Se um filho estudioso chegasse, inesperadamente, dizendo que havia arranjado um emprego, era aconselhado a desistir dele para não perder a oportunidade de se dedicar com exclusividade aos estudos. Quando essa oportunidade existia, óbvio.
Então havia jovens que somente estudavam, estudavam e trabalhavam, só trabalhavam; e pouquíssimos nem-nem. Agora, como demonstra a reportagem de Fabiana Ribeiro (O Globo, 16/9), um quinto dos brasileiros entre 18 e 25 anos nem estuda, nem trabalha, nem está interessado em emprego.
Essa fração corresponde a 5,3 milhões de jovens (quase a população da Dinamarca). Isso, com base no censo demográfico do IBGE de 2010, quando a economia do Brasil cresceu 7,5%. Em 2012, as taxas de desemprego se mantêm baixas e os empresários continuam a se queixar de escassez de mão de obra qualificada.
Grande parte dos nem-nem não aceita trabalhar por pouco dinheiro, nem admite a necessidade de aprender mais para ganhar melhor. Quer menos responsabilidade e mais liberdade. Quase sempre para curtir, deixando de lado as “chateações”. Do mundo real, apenas o que é prazeroso. Pensar no amanhã? Como assim? E o dia de hoje?
Não é à toa que o economista Paulo Levy, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, adverte que essa geração perdida vai fazer falta para um crescimento sustentado.
Perigosamente despreocupados ou indiferentes com o próprio futuro, os maiores prejudicados serão os jovens nem-nem da classe média baixa e da classe pobre. Eles poderão ficar eternamente dependentes. Na melhor das hipóteses, da família ou do Estado.

Ateneia Feijó é jornalista

CRÔNICA Cartas de Buenos Aires: Gracias totales



Foram 172 colunas durante três anos e meio, abordando os mais diversos temas. Política, gastronomia, cinema, humor, tango, direitos humanos, ditadura militar, Malvinas, literatura. E até uma categoria que batizei de paixões portenhas, para incluir tópicos como os ônibus de Buenos Aires, o fileteado e a mania de contar contos.
Escrever todas as semanas, sem praticamente nenhum vácuo, foi uma experiência riquíssima. Um aprendizado escutar as opiniões divergentes dos leitores, que não foram poucas, além de um exercício de disciplina, tolerância e bom humor!
Somente agora, na minha despedida, me dou conta do quanto faltou.
Nenhuma coluna específica sobre Juan Jose Saer ou Piglia. Que absurdo! Nenhuma coluna sobre as empanadas e os assados, sobre a cadeira BKF, sobre a mania – estranhíssima - de colocar uma garrafa nos capôs dos carros que estão à venda, sobre os motéis, sobre o pânico dos argentinos de fazerem reservas em hotéis sem bidet nos banheiros! Nada sobre o pomelo ou o “tomate perita”.
É que para o estrangeiro não faltam temas: por mais que vivamos anos em outro país, sempre será um lugar desconhecido e isso nos convida ao olhar distinto, a olhar mais e a olhar melhor. O desejo de colocar em palavras o que vemos é forte, mas às vezes a quantidade de material observável nos deixa meio tontos. É preciso uma vida para contar a outra vida, “lejos” de casa.
Quando mudei para cá em 2008 era inicialmente para satisfazer um capricho pré-crise dos 40 anos: um ano sabático para estudar espanhol e tango. Nunca imaginei a revolução que se aproximava. Não sabia que era “para sempre”.
Diferente das minhas companheiras de coluna, não estou voltando para o Brasil – embora todos os dias sinta falta do meu queijo minas frescal, de correr no parque em Brasília, de ver a praia do Recife, dos amigos, do churrasco do pai.
No entanto, sinto que cumpri um ciclo e preciso estar mais livre para tocar projetos pessoais. Estou na metade do meu curso de professorado de tango, com monografia para terminar, com um estágio no Hospital de Clínicas para pacientes com Parkinson e escrevendo um livro sobre tango. A cabeça fervilhando de idéias. E essa é a parte boa de quando a gente vira a ampulheta. O que interessa são os desejos, o que nos faz feliz.
Não quero dedicar à coluna menos tempo do que ela merece, ou do que dediquei até agora. Por isso, me despeço, e agradeço. A todos.

Gisele Teixeira é jornalista. Trabalhou em Porto Alegre, Recife e Brasília. Recentemente, mudou-se de mala, cuia e coração para Buenos Aires, de onde mantém o blog Aquí me quedocom impressões e descobrimentos sobre a capital portenha

O projeto secreto por trás de Belo Monte, por Carlos Tautz

POLÍTICA


A revelação de que “Projeto bilionário de grupo canadense quer extrair ouro no Xingu” (Valor, 17/09) comprova o que vários opositores da construção da usina Belo Monte há anos vêm afirmando. A megahidrelétrica não é o único projeto que grandes grupos econômicos têm para a região onde está sendo erguida a planta energética mais polêmica do Brasil.
Vários especialistas afirmam que, sozinha e sem os subsídios governamentais, a usina não é viável economicamente.
Para fazer jus à montanha de dinheiro que o governo coloca no projeto (só o BNDES comprometeu-se com R$ 24 bilhões), é preciso haver razões ocultas, ou outros projetos “secretos” como este que agora vem à tona, o da corporação mineradora Belo Sun Mining, sediada em Toronto.
Os mesmos especialistas especulam que há outras usinas projetadas para o trecho a montante de Belo Monte. Assim, funcionando de forma articulada, garantiriam-lhe a viabilidade que isoladamente a usina não tem.
Com a revelação dos planos de mineração, vai-se explicando a insistência da direção do Ibama em contrariar seu próprio corpo técnico e aprovar uma licença ambiental manchada pela necessidade de seu consórcio construtor atender 40 condicionantes para emissão da licença.
Boa parte dessas condicionantes, que não estão sendo cumpridas em sua totalidade, são referentes justamente à região conhecida como Volta Grande, trecho de quase 100km de extensão que corre o risco de secar quando do barramento do Xingu.
Agora sabe-se para quê: “Nas terras indígenas da região do Xingu próximas aos canteiros de obras da UHE Belo Monte estão concentrados pedidos de autorizações de pesquisa e lavra de minerais nobres, como ouro, diamante, nióbio, cobre, fósforo, fosfato”, escreveu no jornal Correio da Cidadania a pesquisadora Telma Monteiro, antiga observadora dos megaprojetos na Amazônia.
Há muito os canadenses revelam sua intenção de explorar o ouro do Xingu. Em apresentação na Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro em 2010, a Belo Sun Mining já afirmava que planeja o início da mineração em 2015.
De tão ambiciosos e impactantes, é absolutamente impossível que os planos não fossem de conhecimento do governo federal, seja por informes dos arapongas da Abin, seja por força dos canais que o Ministério de Minas e Energia cultiva com grandes corporações internacionais.
Não basta que os grandes projetos, causadores de irreversíveis impactos negativos sobre a sociedade e o ambiente, cumpram a legislação ambiental brasileira. Apenas isso não os legitima. É necessário que eles deixem de fazer parte de agendas ocultas e passem a ser discutidos pela sociedade, que precisa ter a oportunidade de opinar e, eventualmente, até de vetar seu desenvolvimento.

Carlos Tautzjornalista, é coordenador do Instituto Mais Democracia – Transparência e Controle Cidadão de Governos e Empresas.

O IPI E OS VOOS DE GALINHA



18/09/2012

A incipiente recuperação da indústria e do varejo e o recrudescimento da crise na Europa, com o risco de um provável pedido de resgate da Espanha, recomendam cautela do governo na hora de cortar mais uma vez os benefícios que tem sido concedidos à produção, como é o caso da redução de IPI para a comercialização de automóveis e de produtos de linha branca.
Antes – e os efeitos ainda estão aí, na prática - o país via-se afetado por uma política monetária ortodoxa, na qual a escalada da SELIC abortou, por diversas vezes, a manutenção de uma taxa de crescimento razoável e constante, fazendo com que a economia se lançasse a inúmeros “voos de galinha”, que depois foram abruptamente interrompidos pela mudança das regras do jogo .
O país, agora com uma taxa de juros mais próxima do razoável, parece ter se livrado da ditadura das cassandras, que, por meio dos boletins Focus, se dedicavam – e ainda se dedicam, infelizmente – ao esporte de promover a piora das expectativas para se beneficiar direta e indiretamente da alta de juros dela decorrente.
A indústria brasileira precisa de regras estáveis para trabalhar em um mundo cada vez mais competitivo, no qual vários países tentam minorar os efeitos da crise empurrando bens de consumo e mercadorias de todo o tipo para o nosso mercado interno.
Manter intocados por pelo menos um ano os incentivos voltados para a recuperação da produção industrial, incluindo a redução do IPI, ajudaria a dar fôlego ao país para encontrar um rumo em meio à tempestade que assola a economia dos principais mercados mundiais.
Mas isso apenas não basta. Nosso mercado interno, incluindo o automobilístico, não pode continuar entregue apenas a multinacionais. Já passou da hora de o Brasil ter concorrentes nacionais nos diferentes setores da atividade industrial, brutalmente desnacionalizados nos anos noventa, como aconteceu, por exemplo, com o próprio segmento de linha branca e o de autopeças.
Outros países do BRICS, como a China e a Índia, partindo do mesmo patamar (sem falar da Coréia e do Japão anteriormente), conseguiram erguer, graças à participação direta e indireta do Estado, poderosas indústrias automobilísticas nos últimos anos, ou simplesmente adquiriram no exterior, aproveitando a crise ocidental, empresas que já estavam no mercado, detentoras de grandes marcas e de tecnologia avançada, como a Volvo, a Jaguar e a Land Rover.
Aqui, com decisão política e recursos do BNDES, poderíamos fazer o mesmo, em aliança ou não com marcas chinesas ou indianas para conquistar a tecnologia que o primeiro mundo parece não ter o menor interesse em nos deixar desenvolver neste momento.
Afinal, o consumidor que compra um carro fabricado no Brasil - e uma CPI poderia ajudar a desvendar esse mistério – não pode continuar pagando, por modelos similares aos fabricados no exterior, os preços mais altos do mundo.