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sexta-feira, 24 de julho de 2015
Poesia da Noite - Jogos de sombras - Hermes Fontes
by Marjorie Salu |
Sempre que me procuro e não me encontro em mim,
pois há pedaços do meu ser que andam dispersos
nas sombras do jardim,
nos silêncios da noite,
nas músicas do mar,
e sinto os olhos, sob as pálpebras, imersos
nesta serena unção crepuscular
que lhes prolonga o trágico tresnoite
da vigília sem fim,
abro meu coração, como um jardim,
e desfolho a corola dos meus versos,
faz-me lembrar a alma que esteve em mim,
e que, um dia, perdi e vivo a procurar
nos silêncios da noite,
nas sombras do jardim,
na música do mar...
Publicado no livro A Fonte da Mata...:
FONTE - http://mirandasa.com.br/?p=59503
Casas de Tolerância - Aileda de Mattos Oliveira
Era um dos eufemismos na época do Brasil simplório, porém, mais educado. “Tolerava-se” o exercício da mais antiga profissão, desde que em locais reservados, sob a vigilância de posturas municipais e sem chocar a então tradicional família brasileira.
O Brasil atual é grosseiro, sem polimento. Degradaram-se as instituições governamentais, corroídas no cerne por bandos de políticos sem identidade cultural, eliminando do organismo social os mais elementares valores de respeito humano, imprimindo no seio da população infantil a promiscuidade sexual como regra de conduta. Chega dessa conversa de “gênero”!
Esse distúrbio mental e comportamental do político reflete-se na parte vulnerável da população brasileira, que toma os exemplos negativos daqueles que deveriam dirigir a Nação para frente e para cima, normas habituais de procedimento.
Adultos e crianças destruídos pela prostituição política, projeto de desgoverno de agentes fanaticamente comprometidos com o objetivo único de eliminação de todas as reservas adversárias que lutam pela manutenção da estrutura tradicional da Nação. Mais uma razão para persistirmos.
O desprezo dos políticos pelo país, ao qual nunca tiveram apego, permitiu a fragmentação dos alicerces do Estado (Família, Educação, Religião), intencional trabalho ideológico de dilaceramento de todo o tecido histórico nacional.
Ignoram a Constituição, mas dela se servem para garantir sob o teto privilegiado de suas leis a imunidade que lhes concede a impunidade, transformando as Casas do Congresso em Casas de Tolerância.
Não que tenham o mesmo significado daquele que definia a outra profissão, mas a condescendência ou submissão que mantêm com as corrosivas organizações transnacionais que interferem na nossa soberania; na Amazônia; na aculturação dos índios em língua estrangeira; na apropriação indébita de refinarias brasileiras; nos saques às instituições financeiras sem que exerçam séria fiscalização, em prejuízo das políticas públicas nacionais.
Essas duas Casas deixaram de ser, há muito, plenários de robustos debates sobre assuntos relacionados ao Brasil; de vigilância aos desmandos do Executivo, para tornarem-se arenas onde combatem as tribos (partidos) numa luta repugnante de interesses pessoais, debitadas as despesas no bolso raquítico do contribuinte.
Outrora, o Valongo, onde se traficavam escravos; hoje, o Congresso, onde se traficam favores, cargos, benesses, a partir de milhões, não se considerando a origem, mas visando-se ao enriquecimento rápido sem se lembrarem de que estão a serviço da Nação. É ou não prostituição política?
Vozes se calam em defesa da sociedade, mas se alteiam em favor de bandidos, meliantes, talvez, por semelhanças de ações. Uns assaltam o privado; outros, os cofres públicos.
Entre as Casas de Tolerância do Brasil Antigo e elegante, e do Brasil do Foro e de Gramsci, as primeiras não passam de inocentes entretenimentos de quem pagava do seu próprio bolso as atrizes da época.
As segundas, visando ao benefício do silêncio cúmplice, deixaram marcas indeléveis na alma da Nação ao renegarem a ética, ao repudiarem o compromisso moral de defender o bem comum, e preferirem naufragar o país em troca das vantagens usufruídas com o dinheiro alheio.
TCU, Câmara e Senado fecham questão: contas de 2014 da Dilma serão julgadas em primeiro lugar.
sexta-feira, 24 de julho de 2015
O Congresso poderá furar a fila e pôr em votação as contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff antes de apreciar as prestações de contas de anos anteriores. A informação foi transmitida ontem pelos presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao ministro Augusto Nardes, do Tribunal de Contas da União (TCU). Augusto Nardes é o relator do processo no tribunal. Um dia depois de receber a defesa da presidente para os 13 indícios de irregularidades detectados pelo TCU, Nardes procurou Renan e Cunha para consultar sobre a possibilidade de o parecer do tribunal sobre as contas de 2014 ser votado com prioridade, antes dos demais. Os dois presidentes responderam que isso será possível. O TCU deve julgar as contas de Dilma na segunda quinzena de agosto para, então, encaminhar seu parecer ao Congresso. Nardes foi de manhã à residência oficial do presidente do Senado, onde também estava o ex-senador José Sarney (PMDB-AP). Ouviu de Renan que o início da análise das contas de 2014 da presidente caberá ao Senado. Existe uma alternância entre Câmara e Senado, e a vez, segundo Renan, é dos senadores. O GLOBO apurou que o presidente do Senado também prometeu divulgar um calendário de análise das contas de anos anteriores. Cunha também recebeu Nardes em casa, e admitiu tanto a possibilidade de a fila ser furada quanto a necessidade de fazer um calendário de votações sobre prestações de contas. Na casa do presidente da Câmara estava o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), aliado de Cunha e presidente da CPI da Petrobras. O Congresso não analisa um parecer do TCU sobre contas de governo desde 2002. Estão represadas até prestações do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, dos dois mandatos de Lula e dos três primeiros anos de Dilma. Todo ano, o TCU analisa a prestação de contas e aprova um parecer em plenário. A decisão mais comum tem sido a aprovação as contas com ressalvas. Pela primeira vez, diante da existência de vários indícios de irregularidades, os ministros deram prazo de 30 dias para a presidente se explicar. O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, entregou a defesa na quarta-feira, último dia do prazo. Ele afirma que as “pedaladas fiscais” ocorreram em anos anteriores, desde a década de 1990, e nunca foram reprovadas pelo TCU. Antes de receber a defesa de Dilma, Nardes já havia afirmado que votará pela rejeição das contas de 2014. Fontes do Congresso confirmam que no Regimento Interno não há qualquer impedimento para uma prestação de contas ser analisada antes das de anos anteriores. A decisão é política. O parecer aprovado pelo TCU será enviado à Comissão Mista de Orçamento, que produz seu próprio parecer recomendando a aprovação ou a rejeição das contas. Um projeto de decreto legislativo é elaborado e encaminhado para votação em plenário. As duas Casas precisam julgar as contas. Na quarta-feira, dia em que a AGU entregou a defesa de Dilma, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, telefonou para Nardes e para o presidente do TCU, ministro Aroldo Cedraz, e propôs que quatro ministros do governo fizessem uma apresentação oral da defesa: Adams, da AGU; Nelson Barbosa, do Planejamento; Joaquim Levy, da Fazenda; e Alexandre Tombini, presidente do Banco Central. A idéia era fazer uma reunião com todos os ministros do TCU na próxima segunda-feira. Mas houve reação contrária de parte dos ministros do TCU e o encontro não chegou a ser marcado. A Casa Civil diz que a proposta surgiu no mesmo momento da entrega da defesa, e seria um procedimento corriqueiro. Nardes disse ontem que ainda não estabeleceu prazo para avaliar a defesa do governo, e garantiu que não haverá questões políticas influenciando na decisão do TCU: "Todos nossos auditores são concursados, independentes. Não temos cargos políticos. Não há indicação politica de A, B ou C, como acontece em outras cortes do País".
A política frouxa venceu - ESTADÃO
O Brasil poderá chegar ao fim do ano com mais um buraco nas contas públicas – desta vez, um déficit primário de R$ 17,7 bilhões – e tudo estará bem, oficialmente, se o Congresso tiver aprovado o novo plano fiscal do governo. Com algum otimismo, consegue-se imaginar um resultado pouco menos desastroso, mas, de toda forma, pode-se dar como liquidado e enterrado, sem choro nem vela, qualquer esforço mais ou menos sério de ajuste em 2015. A nota de falecimento foi apresentada pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, no fim da tarde de quarta-feira.
Se neste ano ainda houver alguma austeridade orçamentária, em Brasília, será por causa do aperto causado pela crise econômica. Do governo pouco ou nada se deve esperar. Falta à presidente Dilma Rousseff disposição para comandar, com o custo político inevitável a curto prazo, o reparo dos danos causados pelos erros e lambanças do primeiro mandato.
O ministro da Fazenda, por muitos considerado o avalista da política econômica, foi claramente derrotado pelos defensores de uma gestão mais frouxa das finanças públicas. Até a semana anterior, ele se opôs publicamente à redução da meta fixada inicialmente para 2015 – um superávit primário de R$ 66,3 bilhões, destinado ao pagamento de juros. A presidente o apoiou, durante algum tempo, mas acabou cedendo a outros ministros.
Com a receita em queda, a recessão persistente e os obstáculos políticos às medidas de ajuste, a maioria dos analistas já dava como inalcançável a meta original das contas públicas. O governo poderia, demonstrando realismo e seriedade, rever suas contas e propor um objetivo menos ambicioso para este ano e, talvez, para o próximo. Mas não poderia deixar de mostrar um firme empenho na busca de um resultado significativo. Isso seria aceito pelo mercado e, muito provavelmente, pelas agências de classificação de risco. A mensagem de seriedade seria reforçada se, ao mesmo tempo, o governo se esforçasse para atrair investidores e apontar aos empresários um caminho de superação da crise.
Nada disso ocorreu até agora. Fora da retórica e da publicidade oficial, é muito difícil de apontar qualquer indício de uma nova política de crescimento. Além disso, o anúncio da nova meta fiscal soou como um rompimento com qualquer programa de ajuste. O alvo proposto pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), um superávit primário de 0,4% do PIB, equivalente a pouco mais de R$ 22 bilhões, ainda teria alguma credibilidade. Mas o novo programa apresentado pelo
Executivo, por escolha da presidente Dilma Rousseff, parece uma brincadeira. A meta de R$ 8,7 bilhões, correspondente a 0,15% do PIB, é praticamente nada. Além disso, ainda se incluiu no pacote um espantoso critério de abatimento.
Pela proposta, o governo será autorizado a abater do resultado até R$ 26,4 bilhões, se houver frustração de qualquer de três classes de receitas: R$ 10 bilhões de débitos fiscais em atraso, R$ 11,4 bilhões de impostos sobre recursos mantidos no exterior e nunca declarados e R$ 5 bilhões de concessões de infraestrutura. A primeira é uma simples aposta. A segunda, uma fantasia. A terceira, uma possibilidade. Nenhuma das três é receita recorrente, isto é, componente normal das contas.
Não se pode falar de ajuste quando se depende tanto de dinheiro extra. Essa foi a política do primeiro mandato. Esperava-se agora algo mais sério. Além disso, se o ministro da Fazenda insistia, até há poucos dias, em um objetivo mais crível, sua visão dos números deveria ser diferente da apresentada na quarta-feira. Falava seriamente? Por que terá mudado?
Política fiscal está longe de ser uma questão de gosto. Política frouxa e ajuste prolongado resultarão em dívida pública maior e em mais dificuldades. Mesmo sem o rebaixamento da nota de crédito, o custo do financiamento aumentará e sobrará menos espaço para políticas de crescimento. Alguém deveria contar esse chocante fato da vida à presidente. Com jeito ela talvez entenda.
Presidente do TCU nomeou concunhado do filho no tribunal
Corte de contas anunciou que abriu uma apuração preliminar para investigar o caso
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, nomeou o concunhado de seu filho, Tiago Cedraz, para chefiar a secretaria da Corte de Contas, responsável por processos da área de energia elétrica. Daniel Maia, atual secretário da Seinfra Elétrica, é casado com a irmã da mulher de Tiago. Sua nomeação ocorreu em janeiro deste ano.
A Seinfra Elétrica é responsável por fiscalizar e auditar projetos de energia elétrica. Tiago tem um escritório de advocacia com atuação no tribunal. Segundo levantamento de técnicos da Corte, advogados que integram ou integraram a banca têm procurações em ao menos 130 processos, entre eles os desse setor.
O escritório foi alvo da Operação Politeia, da Polícia Federal, que apura suposto tráfico de influência de Tiago na Corte. Ele foi citado em depoimento pelo dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, um dos delatores da Operação Lava Jato, que afirmou ter negociado pagamento de 1 milhão de reais com o advogado, para que um caso de seu interesse, que envolvia licitação para obras na usina de Angra 3, fluísse.
Tiago nega irregularidades, sustenta que não atuou para a empreiteira na Corte e afirma que processará Pessoa.
O TCU, após pressão de seus auditores, anunciou uma "apuração preliminar", na quinta-feira, para investigar o caso. Segundo autoridades da Corte, Tiago participou da escolha da equipe do pai, visitando gabinetes de ministros, no início do ano, em busca de nomes para compor as secretarias do tribunal.
Em nota, o TCU alegou que, para a nomeação de Maia, "adotou como base critérios técnicos" e que a indicação foi uma decisão colegiada da Comissão de Coordenação-Geral do TCU, a qual reúne três secretários gerais, além do gabinete da presidência e da secretaria de planejamento.
A corte informou que Maia é auditor concursado desde 2008 e que trabalhou na Secretaria de Controle Externo do TCU especializada no setor elétrico entre 2008 e 2013. Nessa secretaria, atuou no cargo de diretor titular ao longo de 2013 e coordenou fiscalizações sobre o setor elétrico. Antes de Aroldo Cedraz nomeá-lo, Maia foi assessor da Secretaria Geral de Controle Externo.
Tiago nega relação com indicações no TCU. Em nota, sua assessoria de imprensa informou que não há "grau direto ou indireto" de parentesco entre o advogado e o concunhado. "A relação entre ambos não envolve nenhuma aproximação profissional."
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/presidente-do-tcu-nomeou-concunhado-de-filho-no-tribunal
O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, nomeou o concunhado de seu filho, Tiago Cedraz, para chefiar a secretaria da Corte de Contas, responsável por processos da área de energia elétrica. Daniel Maia, atual secretário da Seinfra Elétrica, é casado com a irmã da mulher de Tiago. Sua nomeação ocorreu em janeiro deste ano.
A Seinfra Elétrica é responsável por fiscalizar e auditar projetos de energia elétrica. Tiago tem um escritório de advocacia com atuação no tribunal. Segundo levantamento de técnicos da Corte, advogados que integram ou integraram a banca têm procurações em ao menos 130 processos, entre eles os desse setor.
O escritório foi alvo da Operação Politeia, da Polícia Federal, que apura suposto tráfico de influência de Tiago na Corte. Ele foi citado em depoimento pelo dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, um dos delatores da Operação Lava Jato, que afirmou ter negociado pagamento de 1 milhão de reais com o advogado, para que um caso de seu interesse, que envolvia licitação para obras na usina de Angra 3, fluísse.
Tiago nega irregularidades, sustenta que não atuou para a empreiteira na Corte e afirma que processará Pessoa.
O TCU, após pressão de seus auditores, anunciou uma "apuração preliminar", na quinta-feira, para investigar o caso. Segundo autoridades da Corte, Tiago participou da escolha da equipe do pai, visitando gabinetes de ministros, no início do ano, em busca de nomes para compor as secretarias do tribunal.
Em nota, o TCU alegou que, para a nomeação de Maia, "adotou como base critérios técnicos" e que a indicação foi uma decisão colegiada da Comissão de Coordenação-Geral do TCU, a qual reúne três secretários gerais, além do gabinete da presidência e da secretaria de planejamento.
A corte informou que Maia é auditor concursado desde 2008 e que trabalhou na Secretaria de Controle Externo do TCU especializada no setor elétrico entre 2008 e 2013. Nessa secretaria, atuou no cargo de diretor titular ao longo de 2013 e coordenou fiscalizações sobre o setor elétrico. Antes de Aroldo Cedraz nomeá-lo, Maia foi assessor da Secretaria Geral de Controle Externo.
Tiago nega relação com indicações no TCU. Em nota, sua assessoria de imprensa informou que não há "grau direto ou indireto" de parentesco entre o advogado e o concunhado. "A relação entre ambos não envolve nenhuma aproximação profissional."
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/presidente-do-tcu-nomeou-concunhado-de-filho-no-tribunal
EM NOME DOS LADRÕES DE GALINHA - CARLOS CHAGAS
Carlos Chagas, no Diário do Poder.
Merecem o Prêmio Nobel da Justiça, se um dia vier a ser inventado, os integrantes do Judiciário, do Ministério Público, da Polícia Federal e demais entidades empenhadas na Operação Lava-Jato. Os mesmos que antes acionaram os processos do mensalão. Cumpriram e cumprem seu dever apesar de obstáculos e pressões, levando montes de corruptos e corruptores para a cadeia.
Feito o preâmbulo, vale passar às peculiaridades, nem sempre tão elogiáveis. Tem empresários condenados no mensalão passando apertado, mas a maioria, nem tanto. Dos oriundos da classe política, todos estão em casa, mesmo submetidos a penas variadas, cumpridas fora da cadeia. O mesmo vai acontecendo com réus do chamado petrolão. Vigaristas que meteram a mão nos dinheiros públicos encontram formulas para não cumprir as pesadas penas a que foram ou serão condenados. Beneficiados pela delação premiada e outros artifícios da lei, gozam do privilégio de ficar presos em suas luxuosas residências, no convívio de suas famílias e de seus amigos, comendo (e bebendo) do bom e do melhor, com ou sem tornozeleiras. Por tempo curto dormiram nas penitenciárias.
Não há como deixar de reconhecer a existência de condenados de primeira classe, ao tempo em que os de segunda, os ladrões de galinha permanecem no abominável sistema penal que nos assola. Os privilegiados sofreram e ainda sofrem, é claro, o desconforto e o constrangimento moral das condenações e, possivelmente, da perda de parte de seus bens, mas não de milionáriospadrões de vida. Não dá para comparar sua sorte com a dos milhares de presos comuns. Dirão os ingênuos que a causa está na lei, ao conceder tantos recursos e vantagens a quem possuir bons advogados. A culpa não é dos juízes que aplicaram as sentenças. Mais ou menos.
Chama a atenção, por exemplo, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, pivô de toda a roubalheira na estatal,condenado a mais de 20 anos de prisão mas destinado a cumprir no máximo dois anos no regime semiaberto domiciliar. Ou Alberto Yussef, doleiro e distribuidor da tramoia, permanecer só três anos em regime fechado, apesar de condenado a oito anos e três meses. Assim como eles, uma legião de privilegiados que tendo recebido ou estando por receber pesadas condenações, tornarão letra morta a voz da Justiça. .
Os crimes de fraude em licitações, corrupção passiva, lavagem de dinheiro, formação de cartel, superfaturamento, desvio de recursos públicos, tráfico de influência e outros serão menos graves do que pular a cerca do vizinho, entrar no galinheiro e levar algumas penosas para alimentar a família?
Procurador ou “Encontrador”?
24/07/2015 por Ricardo Kohn em Ambiente, Gestão e etiquetado como Balaiada,Corrupção, Lava-Jato, Revolução civil, Sabinada
Por Zik Sênior, o eremita.
Com base em minha experiência de vida, que afinal não é pequena [mais de um século], sinto-me à vontade para afirmar que o Brasilperdeu as pernas para caminhar. Foram decepadas pela ação solerte da corja instalada no poder.
A sociedade civil está perplexa: financia, a pagar taxa de juros escorchantes, as práticas de umabominável setor público. Sabe que esse cenário foi causado pela corrupção continuada em autarquias, estatais e bancos públicos. Enfim, tem absoluta consciência que esse teatro de horrores foi montado por súcias associadas aos três poderes da República: “independentes, mas harmoniosos na ladroagem”.
Em síntese, uma previsão: graças ao decano desgoverno instalado há 12 anos, a estrutura do Estado foi saqueada de tal forma, que é razoável estarmos ancorados sobre uma pré-revolução civil[1]. A meu ver, este é o estado de ânimo de 200 milhões de brasileiros. Com essa intensidade, como arrotava o ladrão-apedeuta, “nunca na história desse país” ocorreu roubo similar.
Através da “Operação Lava-Jato” [iniciada em março de 2014], a Polícia Federal investiga o ataque frontal aos cofres da Petrobras e órgãos financiadores. Decerto, quer iluminar os meandros tortuosos seguidos pelas quadrilhas. Até por que, numa parceria público-privada, afanaram somas astronômicas.
Muito embora não tenha como estimar até onde chegaram esses criminosos, meu chute é que o roubo do Tesouro Nacional foi da ordem de 80 bilhões de dólares, no mínimo. Ao que tudo indica, não ocorreu somente na Petrobras. É bem provável que Eletrobras, BNDES, Fundos de Pensão, Caixa Econômica e Banco do Brasil, hajam sido saqueados pelas mesmas quadrilhas público-privadas.
Creio que no poder judiciário haja um grande número de procuradores, muito bem pagos com o nosso dinheiro. Procuram bastante em pilhas de papel, mas nada acham. Então, faço aqui uma proposta: mudem esse cargo para “encontradores” e soltem-nos nas ruas como cães de ataque.
Do contrário, as quadrilhas continuarão a saquear, inaugurar obras superfaturadas e sorrir descaradamente para fotos.
……….
[1] Conflitos dessa ordem no país sempre receberam apelido de movimento social, rebelião de massa ou mesmo títulos estranhos, como Balaiada,Cabanagem, Sabinada e Guerra Paulista, que nada significam para ignorantes. Todavia, de fato, todas foram revoluções civis, sempre funestíssimas para os derrotados. A propósito, será que a sociedade brasileira será mais uma vez derrotada?
Lula e a lenda do Golem
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Célio Pezza
A rejeição ao governo da presidenta Dilma alcançou, em junho deste ano, a marca de 65% de ruim e péssimo. No ABC paulista, o berço do PT, chegou a 75%. No dia 18 de junho, durante uma reunião no Instituto Lula, com várias lideranças religiosas, o ex-presidente Lula analisou esses resultados e disparou contra sua pupila, chegando a dizer que ela está no “volume morto”, numa alusão ao volume de água nos reservatórios de São Paulo.
Reclamou de Dilma pela falta de notícias positivas e disse ter perguntado a ela quando tinha sido a última notícia boa para o país. Não teve uma resposta, o que mostrou a situação dramática atual do governo petista e do próprio Partido dos Trabalhadores. Evidente que Lula está tentando de todas as formas sair mais uma vez como uma vítima ao invés do grande articulador e responsável pela situação atual.
Essa sua posição lembra a história do Golem na cabala judaica. O Golem era um ser artificial e sem vontade própria, criado para satisfazer as vontades de quem o criou. Embora sem inteligência, ele podia executar tarefas simples. O problema era que, repentinamente, ele ficava sem controle, se tornava muito perigoso e desativá-lo, era tarefa muito difícil, mesmo para os maiores rabinos e cabalistas.
Na tradição esotérica, o Golem tinha a palavra Emeth, que significa Verdade em hebraico, na sua fronte ou debaixo de sua língua e para desativá-lo, seu criador precisava apagar a primeira letra e transformar a palavra em Meth, que significa morte. Na lenda original, para desativá-lo, o preço custou muitas vidas, inclusive a de seu criador.
Lula criou um Golem e agora está tentando desativá-lo. Não vai ser fácil e, se a lenda estiver correta, isso irá custar muitas vidas. No meio desse caos político, Lula foi citado, na 14ª fase da Operação Lava Jato, como facilitador de negócios de empreiteiras fora do país. Mensagens interceptadas pela Policia Federal revelaram que o ex-presidente tinha o apelido carinhoso de “Brahma”, junto aos empreiteiros investigados.
Em um trecho da conversa gravada pela Polícia Federal, os executivos das construtoras falam sobre as diferenças do governo Brahma e da senhora atual que, segundo eles, tem um discurso fraco, confuso e falta carisma. O criador agora tenta se salvar da tormenta que bate à sua porta. Para isso, como sempre, vale tudo, até sacrificar sua criatura.
Célio Pezza é colunista, escritor e autor de diversos livros, entre eles: As Sete Portas, Ariane, A Palavra Perdida e o seu mais recente A Tumba do Apóstolo. Saiba mais emwww.facebook.com/celio.pezza
Brasil caminha para convulsão social
Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Estrangeiros, sobretudo os controladores britânicos da economia globalitária, nunca fazem análises isentas e descompromissadas sobre o Brasil. Não foge a esta tendência a pancada analítica mais recente, dada pelo diário britânico Financial Times (que o grupo Pearson confirma estar vendendo, provavelmente para os japoneses do mundo digital). O grande interesse dos patrocinadores do jornal é aproveitar a crise estrutural tupiniquim para adquirir o controle de nossas principais empresas - inclusive usando chineses como "laranjas".
O virulento texto do FT, tão festejado pela pretensa "oposição" e por alguns analistas midiáticos sem noção da realidade, peca por elementar burrice analítica. No editorial “Recessão e corrupção: a podridão crescente no Brasil”, o editorialista comete estupidez ou erro de paradigma analítico ao afirmar que "as instituições democráticas no Brasil têm força". Só quem está muito de fora (e por fora) do problema estrutural brasileiro consegue defender esta "tese" ingênua e incorreta.
Na verdade nua e crua, o impasse institucional brasileiro, combinado com a crise econômica, a insegurança do Direito, a corrupção sistêmica, a impunidade e a violência urbana sem controle, empurram o Brasil para um estágio de pré-convulsão social. O Brasil parece cada vez mais com aquela velha República de Weimar que antecedeu à escalada nacional socialista de Adolf Hitler na Alemanha. Recessão, estagflação, radicalismo ideológico e fraqueza das instituições costumam levar qualquer lugar ao caos - que demandará "força autoritária" como pretensa solução...
O risco de uma convulsão, com ruptura institucional, é um cenário cada vez mais próximo e possível - mesmo no Brasil em que se cultua o falso mito de uma passividade e pacifismo de um povo. O maior risco que o processo de convulsão social pode gerar interessa demais aos controladores globalitários: a divisão do Brasil, não em uma república federativa (coisa que, de verdade, nunca conseguimos implantar desde o golpe de Estado que derrubou o Império em 15 de novembro de 1889), mas sim na criação de estados fragmentados.
Todos os desgovernos a partir da chamada Nova República (1985) vêm colaborando para gerar as pré-condições históricas para que o separatismo artificial seja incluído na agenda. O Brasil precisa de um federalismo de verdade, igual ao modelo norte-americano, onde o governo da União mantém a unidade nacional, a partir do estrito respeito constitucional à soberania dos estados membros. O problema nosso é que o Brasil não passou por uma revolução, igual a dos EUA, que implantou um federalismo equilibrado. Nosso modelo resultou de uma ação interventora do Poder Federal - que causa, originariamente, todas as nossas falhas estruturais da Nação.
O Brasil precisa ser reinventado se quiser continuar sendo o País que parece ser. Por isso, é chover no molhado e perder tempo dar importância à análise do FT sobre a “incompetência, arrogância e corrupção quebraram a magia” do país ou à frase que tanto chocou a cúpula de nossa politicagem governamental: ”O Brasil hoje tem sido comparado a um filme de terror sem fim”. Os britânicos só acertam, enxergando o óbvio ululante, que “pode ser que tempos mais difíceis estejam adiante do Brasil”.
Nosso problema central não é se Dilma vai cair por impeachment ou pedir para sair (inventando alguma doença). Se a saída dela acontecer, o que a pressão político-popular torce que acontece o mais breve possível, fica a maior das dúvidas: como será o dia seguinte. O famoso "day-after" não está totalmente desenhado. Soluções para o aprimoramento institucional existem. No entanto, não são consensuais entre o que se pode chamar de "Elite Moral". A massa, sempre pragmática, sempre torce pela fórmula mágica promovida por algum "salvador da pátria".
Golpe? As instituições já estão golpeadas pela governança do crime institucionalizado, sem previsão de punição, a não ser com o rigor seletivo contra os inimigos de ocasião (no caso atual, os empresários corruptos). Alguns políticos, parceiros deles, podem entrar também pelo cano. No entanto, a realidade de sacanagem e roubalheira não vai mudar radicalmente, porque o sistema continuará o mesmo. As punições, se realmente ocorrerem, vão atingir algumas moscas varejeiras. O modelo continuará intocável - a não ser que a crise gere alguma "revolução".
Nas condições atuais, se depender da cúpula dos militares, não haverá apoio imediato a nenhuma espécie de "intervenção constitucional". O famoso e sempre temido "golpe militar", então, nem se fala. Trata-se de um fenômeno fora de cogitação - a não ser que as legiões sejam tiradas da "zona de conforto" (aliás, nada confortável). O fato concreto é que as condições de hoje tendem a degenerar em convulsão política e social. Aí sim, querendo ou não, as Forças Armadas podem ser forçadas a entrar em campo. Ocorre que é consenso entre analistas na caserna que, se isto acontecer, será uma "intervenção pontual".
Por enquanto, Bruzundanga está naquele ritmo de (nem) pagar para ver. Banqueiros já começam a se preocupar, seriamente, com a inadimplência e o calote - que saem do controle. Os juros altos, as taxas absurdas e o fornecimento de crédito de forma irresponsável, mais para o consumismo que para a produção, criaram um monstro que se volta contra os criadores rentistas - que comemoram recordes de lucros, enquanto a ignorante sociedade brasileira paga a conta do modelo equivocado e da estrutura ineficiente, gastadora e falida - moral e economicamente. O medinho da banqueiragem é o componente novo no cenário de caos que tende a se aprofundar no Brasil.
A confusão - ou convulsão - que vem adiante não consegue ser prevista pelos estrangeiros. Enquanto isto, continuamos assistindo às ilusões de poder da Rainha Dilma e de seu vice Michel Temer, agora rompido com a cúpula da Maçonaria Inglesa que o fez chegar ao grau de Mestre Maçom. O teatro da politicagem se torna cada vez mais patético. Os três poderem pagam tradicomédia. Na hora do pega-pra-capar, a grande dúvida é quem conseguirá se salvar. Miami vai ficar pequena para tanto autoexilado...
Giro complicado
Pegou muito mal o adiamento da entrevista que Dilma Rousseff daria à bela Mariana Godoy, na Rede TV!: tudo indica que foi o temor de mais um megapanelaço nunca antes visto e ouvido na história mal contada do Brasil...
Empurrando a extradição
Preferência Nacional
A Petrobras já está saindo da Argentina...
Diga não à corrupção
© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 24 de Julho de 2015.
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