Alguns analistas apontam há algum tempo que o Brasil é vítima de um processo de desindustrialização.
. No RS, a Fiergs vem batendo na tecla há alguns meses.
. A própria Associação do Aço do RS, adverte desde o ano passado que sobretudo as importações chinesas substituem produtos industrializados locais, destruindo cadeias produtivas inteiras.
. Os números sobre este cenário inaceitável são cada dia mais abundantes e não se referem apenas ao enorme volume de matérias-primas exportadas, substituindo uma pauta mais interessante, que é a de produtos industrializados, portanto de valor agregado maior.
. Nesta sexta-feira, o jornal Folha de São Paulo revelou dados que demonstram que a participação da produção industrial na formação do PIB caiu para níveis de 1956, quando JK começou a industrialização brasileira em larga escala. Eis os números sobre a fatia industrial na formação do PIB:
1956 – 13,8%
2011 – 14,6%
. O Brasil regride aos tempos do Brasil Colônia e à condição de exportador de matérias-primas.
. Nem sempre foi assim, porque a partir de 1956 o setor secundário avançou no bolo, chegando a deter fatia igual a 27,2% em 19785, quase o dobro do total de 2011. Em 1985, o presidente foi José Sarney, no seu primeiro ano de governo, substituindo o general João Batista Figueiredo.
. O professor Pierre Salama, da Universidade de Paris, e Gabriel Palma, de Cambridge - com a sensibilidade aguçada de quem examina as coisas com uma pespectiva de fora - foram os primeiros a levantar a hipótese da desindustrialização. Os economistas mais ligados às políticas econômicas do atual governo, bem como os dirigentes do BNDES, ensaiam o coro de que tal hipótese seria exagerada. O artigo do Roberto Giannetti da Fonseca, retoma o debate e aponta para a existencia, no Brasil lulista e pós-lulista, de uma preocupante desindustrialização precoce.