sexta-feira, 9 de março de 2012

Desindustrialização - O Brasil regride aos tempos do Brasil Colônia e à condição de exportador de matérias-primas.



Alguns analistas apontam há algum tempo que o Brasil é vítima de um processo de desindustrialização.

. No RS, a Fiergs vem batendo na tecla há alguns meses. 

. A própria Associação do Aço do RS, adverte desde o ano passado que sobretudo as importações chinesas substituem produtos industrializados locais, destruindo cadeias produtivas inteiras.

. Os números sobre este cenário inaceitável são cada dia mais abundantes e não se referem apenas ao enorme volume de matérias-primas exportadas, substituindo uma pauta mais interessante, que é a de produtos industrializados, portanto de valor agregado maior.

. Nesta sexta-feira, o jornal Folha de São Paulo revelou dados que demonstram que a participação da produção industrial na formação do PIB caiu para níveis de 1956, quando JK começou a industrialização brasileira em larga escala. Eis os números sobre a fatia industrial na formação do PIB:
1956 – 13,8%
2011 – 14,6%

. O Brasil regride aos tempos do Brasil Colônia e à condição de exportador de matérias-primas.

. Nem sempre foi assim, porque a partir de 1956 o setor secundário avançou no bolo, chegando a deter fatia igual a 27,2% em 19785, quase o dobro do total de 2011. Em 1985, o presidente foi José Sarney, no seu primeiro ano de governo, substituindo o general João Batista Figueiredo. 

. O professor Pierre Salama, da Universidade de Paris, e Gabriel Palma, de Cambridge - com a sensibilidade aguçada de quem examina as coisas com uma pespectiva de fora - foram os primeiros a levantar a hipótese da desindustrialização. Os economistas mais ligados às políticas econômicas do atual governo, bem como os dirigentes do BNDES,  ensaiam o coro de que tal hipótese seria exagerada. O artigo do Roberto Giannetti da Fonseca, retoma o debate e aponta para a existencia, no Brasil lulista e pós-lulista,  de uma preocupante desindustrialização precoce.

Aluguel no Rio já custa mais que em Paris



Cidades brasileiras ficaram entre as 20 localidades com aluguéis mais altos para estrangeiros em 2011

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Julia Wiltgen, de  
Imóveis na região do Jardins, São Paulo
São Paulo, que não estava entre as 20 cidades mais caras em 2010, agora está na 17ª posição
São Paulo – Rio de Janeiro e São Paulo estão entre as vinte cidades com os aluguéis mais caros para expatriados no mundo, segundo pesquisa da ECA International citada pela revistaThe Economist. As duas cidades brasileiras subiram posições de 2010 para 2011: o Rio passou de 16º para 12º lugar, e São Paulo passou do 23º para o 17º lugar. As três cidades com aluguéis mais caros do mundo para expatriados continuam sendo Hong Kong, Tóquio e Moscou, nesta ordem.
A pesquisa da empresa de soluções para profissionais de RH levanta os valores dos aluguéis para propriedades de luxo locadas a estrangeiros em 130 cidades do mundo. A média mundial do aluguel para um apartamento de três quartos sem mobília foi de 3.080 dólares por mês, levando-se em conta imóveis localizados onde os estrangeiros costumam gravitar, geralmente localizados nas áreas mais nobres.
O aluguel médio desse tipo de imóvel no Rio de Janeiro foi de 5.210 dólares em 2011, apresentando uma alta de 20% em reais ou 30% em dólares em relação a 2010. No texto de divulgação da pesquisa, Lauren Smith, gerente geral da ECA International, atribui essa alta ao crescente interesse na cidade em função dos Jogos Olímpicos e da Copa do Mundo, o que teria resultado numa valorização semelhante até em áreas mais populares.
Já em São Paulo, os imóveis de três quartos ficaram em 17º lugar com um aluguel mensal de 4.547 dólares em média. A alta de 2010 para 2011 foi de 17% em reais e 27% em dólares americanos.
Nas Américas, a média do aluguel mensal foi de 3.010 dólares. As três cidades que ficaram acima do Rio foram Nova York, em quarto lugar no ranking geral com aluguel de pouco mais de 8.000 dólares, Caracas, sexto lugar geral com aluguel de 7.000 dólares, e Bogotá, oitavo lugar com aluguel de quase 6.000 dólares. Nas duas últimas localidades, executivos internacionais geralmente vivem em imóveis de alta segurança, com alugueis caros.
O aluguel para expatriados mais caro do mundo é encontrado em Hong Kong, onde o custo mensal de um apartamento de três quartos sai por 11.813 dólares. Em seguida, vem Tóquio, com aluguel de mais de 9.000 dólares, e Moscou, com aluguel de pouco mais de 8.000 dólares. Veja a lista com as 20 cidades com aluguéis mais caros do mundo para expatriados:
LocalizaçãoRanking 2011Ranking 2010
Hong Kong11
Tóquio22
Moscou33
Nova Iorque, NY44
Londres55
Caracas68
Genebra713
Bogotá86
Cingapura99
Lagos107
Zurique1115
Rio de Janeiro1216
Mumbai1311
Seul1412
Sydney1517
Paris1614
São Paulo1723
Xangai1818
Abu Dhabi1910
Nova Délhi2022

O ministro e os militares



Lula passou 8 anos no poder e teve poucos atritos com militares. Passaram pelo ministério da Defesa José Viegas Filho, o falecido vice José Alencar, Waldir Pires e Nelson Jobim, que foi o que ficou mais tempo- 4 anos – na pasta.
O mais notável esboço de crise aconteceu quando o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, então comandante militar da Amazônia, fez críticas à política indigenista do governo.
A crise foi resolvida rapidamente com a exoneração do general e a consequente reafirmação constitucional da autoridade do presidente como comandante supremo das Forças Armadas.
A habilidade que sobrou aos antecessores, principalmente a Nelson Jobim, faltou a Celso Amorim, que conseguiu, em muito menos tempo, arrumar mais encrenca com os militares do que o governo anterior em 8 anos de mandato.
Tudo começou com manifestações de desagrado de membros do Clube Militar a respeito da instituição da Comissão da Verdade e de manifestações públicas de duas ministras favoráveis à revisão da Lei da Anistia, cuja legalidade, aliás, foi reafirmada em decisão do Supremo Tribunal Federal.
Os militares de pijama fizeram manifestos, que é o que costumam fazer os militares de pijama. Os militares da ativa ficaram quietos, que é o que a lei determina que eles façam.
Eis que alguma fada maligna inspirou o ministro Celso Amorim a repreender os militares de pijama e mandar que retirassem do ar seus manifestos, além de ameaçar puni-los.
Provavelmente, se o ministro tivesse respeitado a lei 7.524, os manifestos lá jazeriam, sepultados sob a indiferença da maior parte da opinião pública, como jazem tantos outros.
(A lei 7.524 diz: Respeitados os limites estabelecidos na lei civil, é facultado ao militar inativo, independentemente das disposições constantes dos Regulamentos Disciplinares das Forças Armadas, opinar livremente sobre assunto político, e externar pensamento e conceito ideológico, filosófico ou relativo à matéria pertinente ao interesse publico).
A ânsia de demonstrar autoridade, porém, às vezes é mais forte, principalmente para quem acredita que a autoridade nasce da extrapolação do exercício do poder e não da clareza da legitimação moral.
O fato é que a crispação inicial , artificialmente alimentada, transformou-se em crise e as 98 assinaturas iniciais de adesão foram crescendo como uma bola de neve e em poucos dias as assinaturas de adesão já passam de mil, entre militares da reserva e da ativa.
Criou-se um impasse político e semântico: um manifesto de militares critica o ministro Celso Amorim e diz que eles não reconhecem a sua autoridade.
Mas não reconhecem a sua autoridade como ministro, pura e simplesmente, ou não reconhecem a sua autoridade para proibir e mandar tirar do ar o manifesto dos clubes militares?
As palavras têm significados precisos: se for o primeiro caso, os militares estão errados e devem ser punidos.
Se for o segundo caso, os militares estão certos e o ministro realmente não pode sobrepor-se à lei 7.524. Aliás, a nenhuma lei.
Talvez, com essa crise, Celso Amorim aprenda que sempre é melhor governar pelo exemplo do que pela força.

Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez. E.mail: svaia@uol.com.br

Toffoli relata ação contra rival de seu irmão



Processo julgado pelo STF pode deixar inelegível deputado que faz oposição ao prefeito de Marília, José Toffoli


Ministro afirma que nenhuma das partes envolvidas no processo pediu sua 'suspeição ou impedimento'

O ministro José Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, relatou uma ação que atinge um adversário político de seu irmão, o prefeito de Marília, José Ticiano Dias Toffoli (PT).

O Supremo condenou ontem o deputado federal Abelardo Camarinha (PSB-SP) por ter alugado em 2000, quando era prefeito de Marília, um imóvel de uma funcionária de sua confiança com dinheiro público e sem autorização legal. ...

A pena foi fixada em quatro meses de detenção e acabou sendo substituída por pagamento de multa. Mas os ministros consideram que o crime já estava prescrito.

Apesar disso, Camarinha pode ficar inelegível por causa da Lei da Ficha Limpa: mesmo com a prescrição, o deputado foi condenado por um órgão colegiado, o STF um dos requisitos para ser enquadrado na Ficha Limpa.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel. defendia uma pena entre 2 e 12 anos para Camarinha. Relator da ação, Toffoli minimizou o crime para ordenação de despesas não autorizadas.

Como a pena varia de três meses a três anos, o delito já prescreveu, e a decisão de Toffoli (seguida por cinco ministros) beneficiou o adversário do irmão. Outros três defendiam pena mais dura, e um, que a ação não procedia.

Questionado por jornalistas se o deputado pode ser enquadrado pela Lei da Ficha Limpa apesar da prescrição, Toffoli afirmou que isso caberá à Justiça Eleitoral decidir. Ricardo Lewandowski, que é presidente do Tribunal Superior Eleitoral e votou com Toffoli, afirmou que é uma questão que "será examinada".

Gurgel afirmou que trata- se de uma "excelente ideia".

Se Camarinha vier a ser declarado inelegível, tal decisão o impossibilitaria de disputar as eleições pelos próximos oito anos. Existe a possibilidade que ele saia candidato para prefeito de Marília, assim como seu filho, Vinícius Camarinha (PSB).

Os dois fazem oposição ao prefeito e irmão de Toffoli. Ele era o vice, mas assumiu nesta semana após Mário Bulgareli (PDT) renunciar devido a um escândalo de corrupção.

Ao blog "Interesse Público", do jornalista da Folha Frederico Vasconcelos, o gabinete de Toffoli disse que "o ministro não se pronunciará sobre o tema", que é estritamente processual: "Nenhuma das partes legitimadas no processo formulou qualquer pedido de declaração de suspeição ou impedimento".

Por Felipe Seligma

8 gafes que os empreendedores devem evitar



Saiba quais atitudes são consideradas deselegantes e podem até manchar a imagem da sua empresa

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Priscila Zuini, de Creative Commons/flickr/striatic
Homem com a mão no rosto
São Paulo – Você é daqueles empreendedores que fala o tempo todo sobre o seu negócio? Ou que tem coragem de pedir empréstimo para os amigos no bar? É bom saber que, além de prejudicar a amizade, esses tipos de atitude podem manchar a imagem da sua empresa. “Na verdade, o mundo empresarial oferece grandes oportunidades para se cometer gafes em qualquer momento”, lembra Ligia Marques, consultora de etiqueta.
Palavras, posturas e trajes passam credibilidade e ajudam a formar a impressão do negócio. “Sempre que se fala, é preciso passar a melhor imagem da empresa e da pessoa”, diz Ruth Cronemberger, consultora de comportamento e postura profissional da Lacre Consultoria. Veja a seguir oito gafes que podem destruir a imagem da sua pequena empresa.
1. Cliente não é amigo
A relação entre sua empresa e a clientela é uma das mais preciosas que existem. Saber lidar com o cliente, agradar e tratar bem é a chave para boas vendas. Mas, confundir cliente com amigo e abusar da informalidade é um erro. “Não é o caso de fazer perguntas relacionadas à vida particular. Foque no profissional”, ensina Ruth. O cuidado vale até para os famosos porta-retratos. Não chegue perguntando se é a esposa ou os filhos. Se não for, vai ficar muito chato. “Se o cliente não dá abertura, não queira parecer intimo, em especial com estrangeiros. A informalidade pode fazer mal”, diz a consultora da Lacre.
Outro problema grave com relação aos clientes é ignorar os conhecimentos dele. “Desmerecer o conhecimento do cliente frente ao que ele procura ou colocá-lo em situação de constrangimento é uma gafe”, explica Ligia.
2. Fique em dia com os pagamentos
Evitar o excesso de informalidade vale também com funcionários e fornecedores. Mais do que isso, é importante lembrar que esta relação é pessoal e financeira. Por isso, as especialistas destacam o atraso de pagamentos como uma situação bastante delicada. “Também é deselegante achar que fornecedores e funcionários são seres inferiores e que, por isso, podem ser desrespeitados e tratados com arrogância ou grosserias”, indica Ligia.
3. Desative a “rádio corredor”
Hoje em dia, é quase impossível ficar imune às redes sociais. Uma piada no trabalho ou um convite de almoço logo se tornam praticamente públicos quando vão parar no Facebook, no Twitter ou até no LinkedIn. ”Muitas vezes, as coisas ditas em uma sala logo estão nos corredores. É a chamada ‘rádio corredor’”, explica Ruth. Por isso, nada de colocar tudo que acontece na empresa nas redes sociais ou ficar fazendo fofoca na hora do café.
4. Não abuse dos amigos
Até os empreendedores merecem uma happy hour no final da semana. É o momento do dia em que ele encontra os amigos e pode, finalmente, mudar os ares. O problema é que muitos empresários não se desligam da empresa e ficam falando o tempo todo dos negócios. “Todo assunto que é comentado em exagero acaba se tornando cansativo e a pessoa passa a ficar uma desagradável companhia”, diz Ligia.
Mais desagradável ainda é pensar em pedir dinheiro aos amigos. “Esta é uma situação bastante delicada e deve ser evitada, já que deixa os amigos constrangidos. Vale mais a pena tentar um financiamento em uma organização financeira”, sugere. Ruth lembra que, nestes casos, corre-se o risco de perder a amizade. Se você já escorregou e pediu um empréstimo, priorize o pagamento do valor em dia, sempre.
5. Nada de celular nas reuniões
A etiqueta corporativa para uma reunião de negócios já foi bastante disseminada. Além de focar no importante e ser pontual, tenha um cuidado especial com celulares e outros aparelhos eletrônicos. “Em uma reunião, o celular deve estar desligado”, ensina Ruth. Se for emergencial, avise as pessoas na sala que vai precisar deixar o aparelho ligado, mas lembre-se de tirar o som.
“Se tocar, precisa pedir licença para sair e atender. Na vida corporativa, a discrição é sinal de elegância e ajuda a manter uma imagem intacta”, diz Ruth. Segundo as especialistas, é preciso ter atenção também com atitudes arrogantes e frases do tipo “discordo totalmente”.
6. Vista-se adequadamente
Não saber como se vestir para cada ocasião é deselegante e pode prejudicar o negócio. “É falta de profissionalismo não perceber que a sua imagem fala muito. Olhe a moda e faça o seu estilo profissional, com aquilo que cai bem para o seu porte físico e para sua função”, indica Ruth. É importante ainda saber se vestir para situações variadas. Um empresário não vai a um banco pedir empréstimo com a mesma roupa que vai a um churrasco com clientes.
7. Fale de negócios na sobremesa
Um almoço de negócios pode ser bastante produtivo para a empresa, mas um desastre em etiqueta. Para as consultoras, o básico é mastigar de boca fechada, manter os cotovelos fora da mesa e mostrar-se confortável. “Às vezes, é melhor escolher um prato simples para dar atenção ao cliente ao invés de coisas elaboradas para impressionar e ficar confuso com a comida”, sugere Ruth. Além disso, evite falar de negócios durante todo o almoço. O melhor momento para isso é a sobremesa.
8. Entenda outras culturas
Os negócios globais são cada dia mais comuns. Mesmo nas pequenas empresas, o contato com clientes e investidores estrangeiros tem se tornado um hábito. “Desconhecer as características culturais de um cliente estrangeiro é deselegante e pode prejudicar a empresa”, sugere Ligia.
Nestas horas, é preciso pesquisar sobre a cultura da pessoa e evitar problemas como afeto excessivo e até atitudes que podem ser consideradas rudes. “Nos contatos com as empresas multinacionais ou em viagens de negócios, precisa conhecer bem os clientes. Conhecer e respeitar as culturas é muito importante”, indica Ruth.