domingo, 15 de dezembro de 2013

Tablets do Mais Médicos não funcionam e pacientes ficam à mercê dos cubanos.

DOMINGO, 15 DE DEZEMBRO DE 2013


Sem uso: 'Serviço facilitaria trabalho', diz médica cubana - JF Diorio/Estadão
Sem contar com Wi-Fi nos postos de saúde onde trabalham, profissionais do programa Mais Médicos não conseguem usar parte dos recursos oferecidos no tablet dado pelo Ministério da Saúde para auxiliá-los no atendimento aos pacientes. No aparelho ficam disponíveis materiais de consulta referentes a protocolos clínicos, informações sobre doenças e tradutor português-espanhol, entre outros recursos. Parte do material, porém, só pode ser acessada se o aparelho estiver conectado à internet sem fio, tecnologia inexistente na maioria das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) onde os médicos atuam.
 
"O tradutor do espanhol para o português, por exemplo, só funciona se tiver internet. Isso acaba dificultando um pouco nosso trabalho porque, quando surge alguma dúvida, temos de interromper a consulta, às vezes sair da sala, para pedir ajuda a um colega. Todos são sempre muito solícitos, mas o serviço no tablet facilitaria", diz uma médica cubana.
 
Aplicativo. Outro recurso do tablet indisponível para os médicos que não têm internet em seus postos é o aplicativo Telessaúde, no qual os profissionais podem enviar suas dúvidas para os supervisores. O Código Internacional de Doenças (CID-10) também só pode ser consultado quando há rede Wi-Fi disponível.
 
Médicos de cidades em que as UBSs têm internet dizem que os recursos do tablet facilitam o trabalho. "Quando preciso consultar detalhes sobre alguma doença ou então tirar uma dúvida do idioma, o tablet já está na mão, agiliza a própria consulta", afirma a médica cubana Mercedes Perez Calero, de 44 anos, que trabalha em Guarulhos, onde 20 dos 67 postos têm internet grátis.

Investimento. Segundo o Ministério da Saúde, até agora, 4.974 médicos já receberam o tablet em todo o País. Cada aparelho custou R$ 1.450, num investimento total de R$ 7,2 milhões. Outros cerca de 1,6 mil médicos que estão no Brasil pelo programa também vão receber o equipamento, diz a pasta. Questionado sobre a dificuldade de uso do material pelos médicos, o ministério informou que todo o material está disponível para acesso remoto.
 
O Estado navegou no tablet e confirmou que o tradutor, o aplicativo Telessaúde e o CID-10 não funcionam sem internet. Já as portarias e vídeos sobre os programas do ministério, protocolos clínicos, cadernos de atenção básica e produções científicas estão disponíveis no tablet mesmo no formato offline. Ainda segundo o ministério, o equipamento tem tecnologia 3G e cabe ao médico contratar um pacote de dados móveis para ativar o serviço. ( Estadão)

CHARGE DO AMORIM


Amorim, hoje no Correio do Povo (RS)

Joe Bonamassa - Miss you, Hate you - Tour de Force Live in London 2013

RENOVAÇÃO NA POLÍTICA, por Rapphael Curvo


imagesA renovação na política não diz respeito única e exclusivamente dos e nos políticos. Esta é uma forma errada de pensar da maioria da população. É verdade que é via políticos que se faz a política. Há, entretanto, caminhos consolidados em que a Nação se impõe e a espinha dorsal dela encaminha as ações políticas dos políticos. Isto só é possível quando há um pensamento nacional, ou seja, a população sabe o quer e onde quer chegar. Neste caso, a ação dos políticos está encaminhada e não permite a ele devaneios e atitudes casuísticas ou até mesmo personalistas. Já existe uma determinação imposta pelo povo e cabe ao político observá-la.
Assistindo a uma palestra do ex presidente Fernando Henrique Cardoso, o assunto renovação veio à tona, mas na forma mudança de representantes políticos como meio de oxigenar o campo político brasileiro, “sair das velhas práticas”. No meu entender é a abertura para novas políticas, mas não foi falado sobre o acompanhamento e entendimento do ato de mudar dos que tem o poder de mudar: o eleitor. Esta ação do eleitor só será possível via campanha de educação política, do ato político e seus resultados. Sem este estímulo, ignorado pelos que querem uma mudança, a alteração do status quo será lenta e nem tanto gradual. São milhares de minutos e de dinheiro jogados fora todos os anos pelos partidos em seu horário gratuito (?) que poderiam estabelecer esta possibilidade de mudança com o ensino do que é política e suas conseqüências. Neste caso, teríamos uma janela para sair das velhas práticas.
Praticar este ensinamento apenas em período eleitoral não será possível buscar por resultados de renovação, é um processo de “catequização”. Até pode chegar ao eleitor a mensagem de que há uma necessidade de novas práticas. Ocorre que a insegurança, que toda mudança instiga, o leva a uma atitude conservadora tipo Tiririca: “pior do que está, não vai ficar”. Antes assim do que correr riscos.
Este procedimento conservador está calcado na falta de um entendimento e pensamento nacional, que absorva o eleitor e se torne um objetivo da população de forma que, o resultado das urnas, será a política de ação dos políticos. Para se chegar a isso, de forma rápida e consciente, cabe aos líderes de boa formação, existem os de péssimas, assumirem esta direção e marquem um “confronto” com a população para ganhar dela a sua confiança e compreensão de que a ela, e unicamente, cabe a responsabilidade de transformação da Nação e não, ficar a espera de favores daqueles que são dependentes dela e não seu patrão.
A renovação política tem que ser de postura, antes de ser de pessoas. Não é possível o aceite geral ante a aberração de ato do governo que pensando econômica e financeiramente, posterga o prazo de lei que preserva a vida, como é o caso da lei que obriga todos os veículos produzidos no Brasil, a partir de 2014, a terem como equipamentos obrigatórios o freio ABS e Airbags. Milhares de sofrimentos aos brasileiros começariam a ser evitados, mas a ganância pela arrecadação, o medo de sua perda ou redução, como em outros atos, levou o governo Dilma Rousseff a prorrogar por mais dois anos a entrada em vigor da lei.
Este é um exemplo gravíssimo de como é necessária uma renovação política, renovação de um pensar político. Outro exemplo: a liquidação da Petrobrás para o governo defender seus interesses, de grupos, partido e de permanência no poder se utilizando do desconhecimento do povo as conseqüências dessa ação. Outro, o Eike Battista, que só o governo e Lulla não viram e jogaram milhões do dinheiro do povo, do Tesouro Nacional, na lata de lixo. Estava claro que ele vendia sonhos, que era o mercador de ilusões.
A essas atitudes não vemos de nenhuma corrente de ação, seja lá de que organização for, de conscientização popular sobre o fato grave e tantos outros. Nem mesmo de partidos que deveriam ser o caminho ideológico do povo, e não de grupos. A Ucrânia dá um grande exemplo ao Brasil do que é o pensamento nacional, da Nação, ao não aceitar a mudança do governo ao seu desejo de participar da União Européia. O povo ucraniano determina a sua política. E o brasileiro, quando vai determinar a sua política? A renovação política é necessária e fundamental, mais que isso, é vital.

CUSTO BRASIL, por Magu


Primeira charge por Roque Sponholz e a segunda desconheço.
Vi, por estes dias, um artigo de Gustavo Cerbasi, especialista em educação financeira, que logo no título me despertou interesse. Ele o chamou de “O custo Brasil e a culpa do consumidor”. Antes de iniciar a leitura, pensei comigo mesmo: Como é possível? Pareceu-me, de imediato, de uma ilogicidade tremenda. Vencida a resistência inicial, dediquei-me à leitura. Não é que o redator apresenta razões sólidas para pensar mais profundamente? Vamos ao texto e os leitores poderão julgar por si mesmo, em vez de ler linhas escritas por quem não é do ramo:
images“Que atire a primeira pedra quem nunca contribuiu para o custo Brasil – aquela ideia de que tudo é mais caro aqui do que lá fora. Na busca por culpados, muito se fala da carga de impostos, da incompetência governamental, do lucro inflado dos empresários, dos juros bancários e da falta de infraestrutura. Tudo isso é verdade. Poucos percebem que o comportamento do consumidor também tem alto impacto em nossos preços.
Para começar, nosso consumo é de má qualidade. A mania de ostentação nos leva a comprar casas que não podemos decorar, carros que não levamos para viagens, smartphones poderosos que não ganham aplicativos úteis. Isso porque o dinheiro não dá para tudo. Pagamos caro pelo hardware e ignoramos que precisamos de verba para o software. Quando esse software é mesmo necessário, sua compra leva as contas ao vermelho.
O custo Brasil surge, nesse caso, da inadimplência dos maus compradores e da escassez de dinheiro resultante do pagamento excessivo de juros sobre crédito de má qualidade. É muita gente cobrindo contas no vermelho, recorrendo a empréstimos pessoais e consumindo crédito que deveria ser usado para criar novos negócios e gerar renda.
As pessoas compram menos, a cadeia produtiva vende menos. O crédito que deveria fomentar novos negócios acaba usado para cobrir falhas de planejamento, por isso sai mais caro. Como as vendas são menores, lojistas, produtores e distribuidores precisam trabalhar com margens maiores sobre suas magras vendas, se quiserem cobrir o investimento e o risco de seus negócios.
Outro problema de consumo é a concentração no fim de ano. Em razão do excesso de compras parceladas, os orçamentos das famílias são menos flexíveis e sujeitos a fugir do controle diante de qualquer imprevisto. O cidadão chega em novembro com dívidas acumuladas e ávido pelo 13º, que deveria ser usado para pagar impostos e grandes compromissos de janeiro, mas acaba servindo para quitar dívidas e tirar o atraso no consumo. Como não sabemos esperar, o dinheiro chega no fim de ano e consumimos na mesma época, na onda dos preços inflados – aqueles que garantirão o fechamento do ano do lojista no azul.
Sem verba para o janeiro caro, o brasileiro, então, parcela tudo e passa o ano sem consumir, acumulando dívidas, pagando juros e torcendo pela chegada do próximo 13o para se sentir aliviado. O custo Brasil surge aí, na estrutura produtiva e de comércio, preparada para o pico de demanda de dezembro e ociosa no resto do ano. Loja vazia, funcionário parado e poucas vendas são custo. O custo Brasil seria bem menor se a sazonalidade de consumo fosse menos extremada e menos endividada. Para fazer isso, a receita começa com menos compras a prazo.
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