sexta-feira, 6 de março de 2015

Extremistas avançam com bulldozers sobre cidade milenar de Nimrud

Os extremistas do autodesignado Estado Islâmico estão a levar cada vez mais longe a onda de destruição do passado histórico do Iraque. Depois do ataque ao Museu de Mossul, um dos mais importantes do Médio Oriente, ter levado militantes a partirem com martelos, picaretas e berbequins esculturas e frisos milenares, chega agora a vez da cidade assíria de Nimrud, com 3000 anos.
Segundo as autoridades iraquianas, citadas pela imprensa internacional, os jihadistas avançaram sobre este sítio arqueológico nas margens do Rio Tigre, a sul de Mossul, a segunda maior cidade do país, com bulldozers, arrasando várias estruturas.
Nimrud, assim chamada em homenagem ao rei Nimrod, caçador lendário que a Bíblia refere, é um dos principais pólos da antiga Mesopotâmia, tida com um dos berços da civilização, formando com as cidades reais de Nínive e Hatra um triângulo patrimonial de referência. Foi fundada por volta de 1250 a.C. e, quatro séculos mais tarde, tornou-se a capital do império assírio, o mais poderoso do seu tempo, com um território que abarca o que é hoje o Egipto, a Turquia e o Irão.
Os motivos que os extremistas evocam para a destruição em Mossul e na velha Nimrud são os mesmos: as estátuas dos acadianos – povos, como os assírios e babilónicos, que falavam acádio, língua da Mesopotâmia que usava a escrita cuneiforme e é uma das mais antigas do mundo - são vistas como blasfemas, já que são o reflexo de que, no passado, esta região já adorou “ídolos”, desrespeitando o Profeta.
Foi o ministro do Turismo e das Antiguidades que, segundo a agência de notícias francesa, AFP, deu o alerta, garantindo, na quinta-feira, que o grupo terrorista atacara “a cidade histórica de Nimrud, demolindo-a com veículos pesados”. Os extremistas, acrescentou, “continuam a afrontar a vontade do mundo e os sentimentos da humanidade”, escreveu na sua página na rede social Facebook, de acordo com o jornal The Independent.
Outro responsável pelo património, que preferiu manter o anonimato, precisou que o ataque começou depois das orações do meio-dia e que, além dos bulldozers, os militantes levaram camiões para poderem transportar as esculturas mais pequenas, que foram capazes de destacar dos muros e paredes do sítio arqueológico. O tráfico de antiguidades, recorde-se, foi já identificado como uma das fontes de financiamento destes extremistas.
A destruição foi também confirmada, desta vez à agência Reuters, por uma fonte tribal: “Os membros do EI vieram à cidade arqueológica de Nimrud e saquearam tudo o que havia de valor e depois continuaram, arrasando todo o sítio. (…) Havia estátuas e paredes, assim como um ‘castelo’ que o Estado Islâmico destruiu por completo.”
Ainda que a destruição levada a cabo pelo grupo terrorista possa comparar-se à implosão dos budas de Bamiyan, levada a cabo pelos taliban no Afeganistão, em 2001, muitos arqueólogos têm vindo a defender que, no seu ataque ao património, o autoproclamado Estado Islâmico tem sido mais rápido, implacável e abrangente do que os “estudantes de teologia”, lembra esta sexta-feira o jornal britânico The Guardian.
É ainda cedo para determinar a amplitude do ataque, disse à televisão Al-Jazira outro funcionário ligado às antiguidades, embora haja já relatos de que os portões do palácio do rei assírio Ashurnasirpal II foram esmagados. Estes portões são formados por esculturas icónicas que se podem encontrar em cidades como Persépolis e nalgumas das mais importantes colecções do mundo, como as dos museus Britânico, em Londres, do Louvre, em Paris, ou do Metropolitan de Nova Iorque – os lamassu são divindades assírias, representadas com corpo de leão ou de touro, asas de águia e rosto humano. Para os jihadistas promovem a idolatria.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) já classificou este ataque como um “crime de guerra”, apelando a que “todos os responsáveis políticos e religiosos da região se levantem contra esta nova barbárie”.
Ao diário francês Le Monde, Abdelamir Hamdani, arqueólogo iraquiano da Universidade de Stony Brook, em Nova Iorque, disse estar “chocado” com o que aconteceu em Nimrud, mas não surpreendido. Para Hamdani é certo que os extremistas farão o mesmo em Hatra, “é so uma questão de tempo": "Lamento dizê-lo, mas o mundo já estava à espera. O objectivo dos jihadistas é destruir o património iraquiano, sítio após sítio.”

O Iraque a Síria têm sido particularmente visados nos ataques ao património nos últimos anos. Sendo que, lembram especialistas dos museus europeus e americanos, a destruição de artefactos e sítios arqueológicos nesta região do Médio Oriente compromete uma herança comum, já que boa parte da história da civilização passa pelas cidades acadianas. Entre os ataques mais graves está a invasão do Museu de Bagdad, em 2003, que levou à perda irremediável de milhares de artefactos e documentos que terão inundado o mercado negro de antiguidades; o ataque sistemático à Cidade Velha de Alepo, património da humanidade, e agora Mossul e Nimrud.
Fonte: Público
Um animal alado com rosto humano, símbolo da força da civilização assíria, no sítio arqueológico de Nimrud, em 2001
FONTE - http://estoriasdahistoria12.blogspot.com.br/2015/03/extremistas-avancam-com-bulldozers.html

A tabela da propina de Belo Monte: 295 milhões para o PT e 295 milhões para o PMDB - by O ANTAGONISTA


O Antagonista antecipa aqui quanto as grandes empreiteiras do consórcio construtor de Belo Monte teriam pago de propina ao PT e ao PMDB. Nosso cálculo parte do furo do jornal O Globo, segundo o qual Dalton Avancini, diretor-presidente da Camargo Corrêa, dirá ao juiz Sergio Moro e aos procuradores da Lava Jato que a empresa, com 16% de participação no orçamento total da hidrelétrica no Pará, destinou 1% da sua fatia para o PT e outro para o PMDB -- ou 51 milhões de reais para cada partido.
A tabela da propina em Belo Monte:
Andrade Gutierrez: 18% de participação no orçamento total da obra = 5,7 bilhões de reais = 57 milhões de reais para o PT e 57 milhões de reais para o PMDB
Camargo Corrêa: 16% de participação no orçamento total da obra = 5,1 bilhões de reais = 51 milhões de reais para o PT e 51 milhões de reais para o PMDB
Odebrecht: 16% de participação no orçamento total da obra = 5,1 bilhões de reais = 51 milhões de reais para o PT e 51 milhões de reais para o PMDB
Queiroz Galvão: 11,5% de participação no orçamento total da obra = 3,6 bilhões de reais = 36 milhões de reais para o PT e 36 milhões de reais para o PMDB
OAS: 11,5% de participação no orçamento total da obra = 3,6 bilhões de reais =36 milhões de reais para o PT e 36 milhões de reais para o PMDB
Contern: 10% de participação no orçamento total da obra = 3,2 bilhões de reais = 32 milhões de reais para o PT e 32 milhões de reais para o PMDB
Galvão: 10% de participação no orçamento total da obra = 3,2 bilhões de reais == 32 milhões de reais para o PT e 32 milhões de reais para o PMDB
Assim, se a porcentagem da propina era idêntica para todas as empreiteiras do consórcio, PT e PMDB embolsaram, cada um, 295 milhões de reais, no mínimo.
Mas o PT e o PMDB disseram sim, sim, sim

Atritos e broncas podem tirar Levy do governo - by Claudio Humberto



 Madame é intratável

Isolamento, críticas e esculachos podem tirar Levy do governo

 Ele não esta habituado às broncas, nem às críticas públicas

Cláudio Humberto



Amigos do ministro Joaquim Levy (Fazenda) não apostam que ele fique no cargo por muito tempo. Isolado no governo, sem apoio do PT e aliados e hostilizado pelos sindicatos, não gostou de ter sido criticado publicamente por Dilma, após chamar de “brincadeira” e “grosseiras” as ações de política fiscal dos antecessores. Levy também ficou sentido com a bronca por não atender prontamente as convocações Dilma.

Controladora, Dilma saber de cada passo do ministro, mas às vezes Levy não pode atender a convocação imediatamente, e isso a irrita.

Levy também enfrenta dificuldade, dizem os amigos, de tomar broncas seguidas de esculachos, em meio a palavrões impublicáveis.

Quando era convocado para despacho com Dilma, o subserviente Guido Mantega chegava a tomar quatro horas de chá-de-cadeira.

Após classificar Joaquim Levy como “uma ilha no mar de mediocridade do governo”, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga.

A fome de Dilma - NELSON MOTTA


O GLOBO - 06/03

É um apetite que nunca passa, que justifica as explosões de fúria dos mais serenos e multiplica a ira dos enfezados



Na mentira, o que mais ofende e enfurece é o mentiroso achar que somos idiotas para acreditar nela. E quando a maioria da população acredita que a presidente é mentirosa, não há campanha publicitária que restaure a confiança perdida.

Mas omissões podem ser piores do que mentiras, quando reveladas. Quem pode acreditar que a presidente do conselho que mandou na Petrobras durante tanto tempo nunca desconfiou de nada errado? Como uma economista formada não percebeu a deterioração das contas públicas e foi enganada durante quatro anos pela contabilidade criativa do secretário do Tesouro, Arno Augustin? Ou pior: ele cumpria ordens dela?

Eles não imaginaram as consequências? Quando os acionistas americanos lesados pela Petrobras ganharem suas indenizações na Justiça dos Estados Unidos, vão acusá-los de ataque à nossa soberania.

Enquanto isso, os acionistas brasileiros da Petrobras não vão ser indenizados em nada, embora vítimas da mesma incompetência e corrupção que fizeram o valor da empresa desabar. E nem serão: se forem, a empresa quebra. Aí vão dizer que é uma conspiração para sucatear a Petrobras e vendê-la a preço de banana para os gringos.

No Rio de Janeiro, Dilma parecia grogue num córner, dizendo frases desconexas... O destino da cidade é ligar o morro ao litoral... Eduardo Paes é o melhor prefeito das galáxias... e inventando uma canção em que o Centro histórico se desdobra para dentro do mar. Talvez fosse a fome.

Todo mundo sabe que poucas abstinências, depois do tabaco e do álcool, irritam mais do que passar fome numa dieta severa, meses a fio. Não há humor que resista, é uma fome que nunca passa, uma inveja mortal dos que comem, que justifica as explosões de fúria dos mais serenos, e multiplica a ira dos enfezados.

Mas uma pessoa tomar decisões graves, arbitrar disputas complexas e dialogar com interesses conflitantes, em busca de soluções urgentes, nesse estado, é uma temeridade. OK, Dilma quer ficar mais saudável e bonita, mas o melhor para o país é que ela volte a comer. O dulce de leche de Montevidéu deve ter adoçado seu café da manhã com o PMDB. Come, Dilma !

CHARGE DO NICOLIELO

Esta charge do Nicolielo foi feita originalmente para o