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sábado, 11 de abril de 2015
Cuba exporta repressão para o Panamá
sexta-feira, 10 de abril de 2015
Com medo de que dissidentes políticos ganhassem voz no Panamá durante a VII Cúpula das Américas, a ditadura dos irmãos Castro enviou ao país grupos de repressão. Em Cuba, eles são conhecidos pelo nome de Brigadas de Resposta Rápida. São os mesmos que atacam os cubanos que ameaçam fazer demonstrações pacíficas na ilha. No Panamá, eles agrediram cubanos e pessoas de outros países, como Nicarágua e Argentina, que se dispuseram a participar das mesas de trabalho com os dissidentes. "Os grupos de discussão foram desmontados por grupos violentos do governo cubano e venezuelano. Eles começaram a gritar e a dizer que não haveria reunião. Eram umas vinte pessoas", diz a dissidente Rosa Maria Payá, que participava de uma mesa de trabalho sobre Participação Cidadã. Rosa é filha do opositor Oswaldo Payá, que morreu há dois anos em um atentado perpetrado pela ditadura em Havana. Rosa e os demais participantes tentaram encontrar outro lugar para seguir o trabalho. "Não foi fácil. Eles parecem ter acesso a todas as salas. Ou a segurança simplesmente os deixou passar. Eles não se moviam", diz Rosa. Segundo ela, os baderneiros enviados pelo governo bateram em todos que tentavam entrar nos fóruns, inclusive nas mulheres. A violência contra os dissidentes não aconteceu apenas a portas fechadas. Na quarta-feira, 8, castristas dispersaram a pancadas uma manifestação pacífica do grupo opositor Aliança da Resistência Cubana em frente ao busto de José Martí, próximo à embaixada de Cuba. Após alguns minutos, enquanto gritavam palavras como "liberdade" e "Cuba livre", foram confrontados por apoiadores do regime cubano, que já esperavam à espreita. Testemunhas afirmam que o governo panamenho compactua com a repressão. Todos os doze detidos no conflito de quarta-feira eram dissidentes. Ao chegar ao Panamá, opositores de Havana foram identificados, interrogados e ameaçados. Ao aterrissar, Rosa foi detida por agentes da imigração que a ameaçaram de deportação caso ela participasse de manifestações ou levasse algum tipo de banner. O mesmo aconteceu com pelo menos outros cinco dissidentes cubanos. "Isso é um exemplo do que se vê nas ruas de Havana. Cuba começou a exportar o regime da repressão até para países democráticos como o Panamá", diz a cubana especialista em direitos humanos Maria Werlau, diretora da ONG Cuba Archive, nos Estados Unidos.
Conselheiros investigados na Zelotes permanecem nos cargos
sexta-feira, 10 de abril de 2015
Os nove conselheiros que aparecem nas investigações da Operação Zelotes, que investiga um esquema de corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), continuam nos cargos. O Ministério da Fazenda, ao qual o órgão é vinculado, não afastou os investigados, apesar dos fortes indícios apontados pela Polícia Federal, como tráfico de influência, e até lavagem de dinheiro. Eivanice Silva, filha do ex-secretário-adjunto da Receita, Eivany Silva, e irmã de José Ricardo da Silva, apontado pela Polícia Federal como um dos chefes do esquema, continua como suplente da primeira câmara do tribunal. Meigan Sack Rodrigues, filha do ex-presidente do Carf, Edison Rodrigues, também continua na lista de conselheiros do órgão. Ela é apontada como uma das personagens centrais do escândalo. Paulo Roberto Cortez, auditor aposentado, mantém sua cadeira no conselho. Segundo a Polícia Federal, ele trabalhou no escritório da família Silva e é sócio de Adriana Oliveira, outra envolvida nas fraudes. Valmir Sandri, que estaria envolvido no tráfico de influência em processo do grupo Gerdau, também continua no cargo. Outro conselheiro é Valmar Fonseca de Menezes, que teria participado do acerto de uma decisão favorável à Gerdau. Orlando José Gonçalves Bueno, outro conselheiro citado nas investigações, teria participado do esquema para beneficiar empresas. Como os demais, mantém assento no Carf. A lista de investigados também inclui João Carlos Cassuli Júnior, Moisés Giacolmelli Nune da Silva e Ângela Sartori. As sessões do Carf foram suspensas, por isso eles não julgaram novos processos, mas continuam com acesso a todos os documentos do órgão. O Ministério da Fazenda disse que não afastou os conselheiros investigados porque, como o processo é sigiloso, "desconhece oficialmente a extensão das investigações e eventuais envolvidos e, por isso, aguarda o desfecho para adotar as providências no âmbito de suas competência administrativa". Na primeira entrevista que em que falou sobre a crise no Carf, o secretário da Receita, Jorge Rachid, saiu em defensa do trabalho da Receita e afirmou que a corrupção no conselho tem que ser apurada e punida. "O Carf não é a Receita. É um conselho que não é vinculado à Receita", disse ele, numa tentativa de dissociar do esquema a imagem do Fisco. As decisões do Carf foram colocadas sob suspeita com as descobertas feitas pela Zelotes, abrindo margem para insegurança jurídica em relação aos julgamentos feitos pelos conselheiros. "Se tiver algum problema (nas decisões" tem que ser revisto. Por que não?", disse. A origem da Operação Zelotes foi uma carta anônima de duas páginas, entregue em um envelope pardo na coordenação-geral da Polícia Fazendária, no edifício-sede da Polícia Federal, em Brasília. A carta, intitulada "Dinheiro público sendo desviado", cita nomes de conselheiros e empresas relacionadas ao que seria "um impressionante esquema de tráfico de influência e corrupção em Brasília, responsável pelo desvio de bilhões de reais nos últimos anos"
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