quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

POPULAÇÃO INTELIGENTE



Assurbanípal
Notícias nos chegam que há prefeitos inteligentes no Brasil. Ilhéus, na Bahia e Petrópolis, no Rio de Janeiro, anunciaram que cancelaram as festas de Carnaval para empregarem o dinheiro em pagamento de dívidas e investir em Saúde. Daí deduz-se que a população também tem sua inteligência.pinhalzinho
Enquanto isso, em uma cidade, Pinhalzinho, São Paulo, o prefeito eleito, aliás ainda pendurado na Justiça Eleitoral, e só pode ser candidato graças a uma liminar concedida em Brasilia, não se sabe como (ou melhor, “imagina-se”) já cassado anteriormente em outro mandato, e reeleito no último pleito, praticamente desativou o hospital municipal, não repondo estoque de remédios para serem distribuídos, demitindo médicos, diminuindo o atendimento à população, para gastar o erário público para a festa de carnaval da cidade. População burra e ignorante. Merecem ir dançar no carnaval com cólicas renais, ferimentos supurados e o cazzo a quatro. E  as coisas permanecem como antes no quartel de Abrantes. O Brasil tem uma “presidenta” com níveis de popularidade nas alturas. Que país esse…
(1) Foto: Portal de Pinhalzinho

ROMARIO 11 x COL (*) 1



Giulio Sanmartini
No dia 18/1 escrevi sobre as como andam os trabalhos para a Copa do Mundo de 2014, que será no Brasil. Tudo está tão confuso e atrasado que faz parecer que, as previsões pessimistas  do ex-jogador e hoje deputado Romário (PSB – RJ) acontecerão. (vide Romário tinha razão. 18/1).
A pouco menos de 500 dias do início do evento, dos 12 estádios que serão necessários, só um está pronto, o de nome Governador Plácido Castelo, mas conhecido como Castelão, em Fortaleza CE.
Valcke e Aldo Rebelo ministro dos Esportes
Valcke e Aldo Rebelo ministro dos Esportes
A fora os jogos, Fortaleza 0 x Sport 0 e Bahia 1 x Ceará 0, a re-inauguração teve a presença de Ronaldo, representando o Comitê Organizador Local, Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, e José Maria Marin, presidente da CBF. Eles, em conjunto com o governador do Ceará, Cid Gomes, anunciaram que os operários que trabalharam no estádio receberão ingressos para um jogo da Copa do Mundo de 2013 num lote extra, de distribuição gratuita.
O próximo a ser inaugurado será o Mineirão em fevereiro, mas o Itaquerão, o estádio do Corinthians em construção, vai para o evento inacabado mesmo. Ontem, durante visita técnica às obras – da qual participaram representantes da Fifa, do Comitê Organizador Local (COL), do Corinthians, da prefeitura paulistana e do governo estadual -, o diretor de Contrato da Odebrecht – construtora à frente do projeto -, Antonio Gavioli, soltou a novidade: o Itaquerão que será entregue em dezembro deste ano estará inconcluso, faltando 8% das obras.
Sobre os que se amontoam entre esses dois extremos, só Deus sabe como ficarão e se ficarão realmente prontos.
Jérôme Valcke, pôs em dúvida a realização da Copa das Confederações de 2013 em seis cidades, como havia sido planejado inicialmente. Na manhã desta terça-feira (29), durante visita ao estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, Valcke voltou a mostrar preocupação com o atraso nas obras.
“Neste momento, não estamos no nível de ter seis estádios prontos para a Copa das Confederações. O que posso dizer é que temos menos. Temos que discutir e ter certeza que alguns estádios estão atrasados – disse Valcke”.
É isso aí!
(*) COL: Comitê Organizador Local

Judiciário cada vez mais distante da sociedade: só 3,7% dos brasileiros acreditam na Justiça



Roberto Monteiro Pinho
O judiciário brasileiro vive a sua mais completa falta de sintonia com a realidade social e com a própria sociedade, em suma, não interage, não se aplica, não se atualiza, (prefere não saber), e com isso descarta processos num piscar de olhos, para isso basta dar um despacho esdrúxulo e a parte que recorra, essa é a tônica, e o constante nos tribunais, quem conhece, sabe disso.
A resposta aos anseios dos 88 milhões (ou já oficiosos 92 milhões), de causas, onde litigantes lutam por direitos no judiciário brasileiro, aceitam essa situação? Evidente que não, as pesquisas de opinião indicam que apenas 3,7% da população acredita na justiça, e os advogados em recente pesquisa, apontam que 93% não estão contentes com o judiciário. Sem resposta, e com o judiciário convalescendo, penaliza o cidadão e enfraquece o Estado Federativo e deforma a imagem da nação perante a sociedade mundial.
Máquina judiciária é um cenário de um “Parque de Diversões”, tem roda gigante, bingos, mulher barbuda, homem que engole espada, carrossel e gulodices, tudo para fertilizar a imaginação do pobre humano que ali despenca em busca da solução do seu conflito.
O JUIZ É O ESTADO
Mas o juiz é o Estado, ensina Carnelutti: Jurisdição é uma função de busca da “justa composição da lide”. A atividade judicial está acoplada à interpretação do ordenamento jurídico e aos preceitos valorativos insertos na Constituição Federal de 1988. O processo não é um fim, mas um meio para que se alcance a Justiça.
Os poderes/deveres do juiz devem estar atrelados aos objetivos maiores de consecução da Justiça social, se isso não ocorre, o estado está moralmente falido. Em consequência a essa anomalia congênita, a deturpação do direito, até mesmo num simples despacho, ao ferir norma legal, agride aos mais elementares princípios da relação Estado/sociedade, e por isso se afasta da sociedade, e fulmina a garantia que a estrutura judiciária/estatal compulsoriamente se comprometeu a dar.
O quadro é deveras melancólico, reflete na agonia de seus integrantes porque deriva dos seus próprios erros, data venia, dificilmente admitidos em suas manifestações públicas, o que aumenta ainda mais a precariedade da máquina judiciária, e a insegurança jurídica. O fato é que não existe em seus quadros uma só voz que venha responder para a sociedade ao menos, seus dois principais entraves – a morosidade e a péssima conduta de seus magistrados no trato com advogados e partes litigantes.

Deixe as paredes da sua casa em terceira dimensão

Adesivos e papéis de parede com estética 3D ajudam a inovar o visual dos ambientes

São Paulo -  A terceira dimensão que já invadiu o cinema, a televisão e os computadores, agora busca um novo potencial de mercado: as paredes da sua casa. Isso mesmo. 

É cada vez maior a oferta de papéis de parede, tecidos e adesivos autocolantes que chegam às lojas, com o objetivo de trazer um diferencial para os ambientes. Se você não vê a hora de aplicar a novidade na parede, fique de olho na galeria descolada que montamos abaixo:

É pedra ou não? O papel de parede da linha Brasilis
é vendido na Think Surface por R$ 630 | Foto: Divulgação

O papel de parede da coleção Ícones simula a ideia de volumes.
Custa R$ 1.450 (rolo com 10 metro) na By Floor | Foto: Divulgação


O papel de parede da coleção Six Designs parece estar amassado.
Vendido por R$ 1.200 (rolo com 10m) na By Floor | Foto: Divulgação

O DEUZ DE SPINOZA



Laurence Bittencourt
É comum dizer que a história é escrita pelos vencedores, uma visão conservadora, certamente, mas que, aos poucos, e isso em quase todas as áreas do conhecimento humano vem sendo questionada através de pesquisas consistentes e novos fatos. Devemos isso sem duvida a democracia e as liberdades civis.
Baruch Spinoza
Baruch Spinoza
No âmbito da história das religiões, por exemplo, muitas certezas já foram postas em questão com relação às fontes que deram origem ao cristianismo nascente, em especial a partir das descobertas em 1945 dos textos encontrados em Nag Hammadi.
Ora, a primeira questão que se pode levantar é que do ponto de vista da historiografia oficial a exclusão de outras versões ou textos significa, no mínimo, a existência de novas versões que justamente por serem opostas ao pensamento oficial foram radicalmente banidas, rejeitadas, sufocadas, excluídas e condenadas. Tidas como heréticas.
Mas a pergunta que se deve fazer nesses casos é: por que o banimento de versões diferentes da oficial? Por que outros escritos e pensamentos foram excluídos e proibidos e tidos como “heresia”? O que os tornou perigosos? Esse tipo de questionamento vale muito (e cada vez mais) para confrontarmos o pensamento e o conhecimento Ocidental.
Hoje sabemos que os chamados Evangelhos Gnósticos circulavam com força intensa durante os primeiros séculos após a morte de Jesus de Nazaré, mas que foram violentamente combatidos e excluídos. Por quê? Que incômodo eles causavam?
Sabemos desse incômodo a partir da descoberta dos 52 textos em Nag Hammadi. Neste sentido recomendo a leitura do livro da historiadora Elaine Pagels intitulado “Os evangelhos gnósticos”. Hoje tem se tornado entre eruditos um campo de pesquisa dos mais férteis e interessantes em todo o mundo.
Claro que a raiz principal do cristianismo continua sendo o judaísmo. Jesus (Yeshua) era judeu, e o que irá se constituir como cristianismo continua sendo uma clara dissidência do judaísmo, amparada em 325 d. C., pelo império romano através do imperador Constantino.
Mas a idéia de exclusão e de excomunhão sempre esteve presente na história do pensamento humano. Basta pensarmos, em outra direção, nos nomes de Spinoza e Karl Marx que sofreram horrores por suas idéias contrárias ao pensamento dominante e oficial. Aliás, ambos judeus (que povo formidável, ainda que sujeito a discordâncias). Cada um em sua linha de entendimento e interesse causaram abalos junto ao pensamento oficial.
E ainda que a vida e as idéias de Marx sejam interessantes, e bem mais conhecidas, o legado e a vida de Spinoza me parece extremamente fascinante. Em seu livro gigantesco “Ética” ele cria uma linha de raciocínio sobre Deus que terminou levando-o a ser excomungado primeiro pelos judeus e depois pelo cristianismo.
Spinoza nasceu em 1632, século XVII. Seu pensamento difícil postula uma idéia de Deus como uma totalidade presente em cada coisa (pedra, água, planta, árvore) que incomodou profundamente a teologia dominante. Cito um pequeno trecho de sua obra em que o próprio Deus se dirige aos fieis, para se ter idéia do incomodo terrível que causou: “Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Ai é onde Eu vivo e ai expresso meu amor por ti” .
Não é à toa que quando perguntaram ao físico Albert Einstein (outro judeu) se acreditava em Deus ele respondeu: “meu Deus é o Deus de Spinoza”. Mas ai já estávamos em outra época.
(1) Jornalista. laurenceleite@bol.com.br

Movimento contra Renan faz hoje uma faxina na rampa do Congresso, em busca de um político ficha limpa



A rampa do Congresso Nacional terá uma faxina reforçada nesta quarta-feira, dia 30. Manifestantes que organizam na Internet o abaixo-assinado contra a recondução de Renan Calheiros à presidência do Senado vão fazer a lavagem simbólica da rampa, com vassouras verdes e amarelas e bastante sabão. O protesto constará de uma instalação com vassouras, baldes e produtos de limpeza, ao nascer do sol. A lavagem da rampa acontecerá às 15 horas.
O abaixo-assinado na Internet, lançado no fim da semana passada, tem quase 20 mil assinaturas. É um pedido aos senadores para que elejam um presidente ficha limpa, lembrando que “graves denúncias pesam sobre a vida política de Renan e é inaceitável que ele retome um dos mais altos postos da República antes que tudo seja esclarecido”.
O link da petição é o seguinte:
A petição e a manifestação desta quarta em Brasília são iniciativas da organização Rio de Paz, de combate à violência, e do Movimento 31 de Julho Contra a Corrupção e a Impunidade, e tem o apoio de organizações de diversos estados:
Rio de Paz; Movimento 31 de Julho; Instituto de Fiscalização e Controle (IFC); Nas Ruas; Voz do Cidadão; Congresso em Foco; Queremos Ética na Política; Revoltados On Line; Renovadores UDF; OCC Alerta Brasil; Ong Moral; Associação Diamantina Viva; Juventude Consciente; Erga Omnes; Comitê Ficha Limpa DF; Instituto Soma Brasil; Instituto Atuação; Amarribo; e Associação Contas Abertas.
Segue a integra da petição:
“A articulação para a volta de Renan Calheiros à presidência do Senado é um tapa na cara da sociedade brasileira e mais um passo das lideranças políticas que hoje controlam o Congresso Nacional para a desmoralização do Parlamento”.
“Graves denúncias pesam sobre a vida política de Renan e é inaceitável que ele retome um dos mais altos postos da República antes que tudo seja esclarecido. O Senado não pode continuar sendo dirigido por representantes de oligarquias políticas atrasadas e cruéis, que se apropriam em benefício próprio da riqueza do país e do fruto do trabalho do povo”.
“A sociedade não tolera mais a corrupção e o descaso com a saúde, a educação, a segurança, o transporte e demais serviços públicos, que martirizam a vida das pessoas mais pobres. São muito elevadas as responsabilidades do Senado e muito amplos os poderes do seu presidente. Fazemos um apelo aos Senhores Senadores para que escolham um presidente ficha-limpa, comprometido com o desenvolvimento social e que seja capaz de dirigir o Senado com independência e dignidade”.
Outras informações: Antonio Carlos Costa: antonioriodepaz@gmail.com

CHARGE DO SINOVALDO



Esta charge do Sinovaldo foi feita originalmente para o

CHARGE DO FRANK



Esta charge do Fausto foi feita originalmente para o

A turma da Ilha das Cabras, por Elio Gaspari



Elio Gaspari, O Globo
A investigação da Polícia Federal que abriu à visitação o jardim de Rose Noronha, a chefe do escritório da Presidência da República em São Paulo, produziu um mapa para o estudo do patronato companheiro.
Desde o estouro da quadrilha, em novembro passado, 25.11/12, interceptações telefônicas expuseram uma rede de capilés que vão da privataria no porto de Santos à Advocacia Geral da União.
Há nela o caso da Ilha das Cabras, um bem da Viúva, com uns 50 mil metros quadrados, no litoral paulista.
"Cabras” foi concedida ao milionário ex-senador Gilberto Miranda (PMDB-AM). O doutor ganhou o mimo há mais de vinte anos, construiu um heliporto, um deque e ergueu uma mansão.
Em 1995, a propriedade foi avaliada em R$ 10 milhões e, desde então, o Ministério Público contesta o usufruto desse paraíso particular.
O doutor batalha pela sua ilha. Conseguiu até uma lei da Assembleia Legislativa, mas o então governador Mário Covas vetou-a.
Nos últimos anos recorreu ao companheiro Paulo Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas, flor do jardim de Rose, que, por sua vez, estava na rede de amigos do comissário José Dirceu e de Nosso Guia.
Em abril passado Miranda preocupou-se com sua posse, que precisava de um parecer da Advocacia Geral da União: “Nós estamos perdendo”, mas Vieira tranquilizou-o: “Por que você exige tanto do pobre de mim?... Relaxa, homem, relaxa que vai dar certo.”
Em maio, quando o Supremo Tribunal Federal preparava o julgamento dos mensaleiros, Vieira propusera a Rose “parar o Brasil”: “O julgamento é político e que eles (ministros do STF) não vão sair de lá ilesos (...) o negócio agora é tumultuar o processo.”
Gilberto Miranda, pedia a Vieira “um tiro de canhão” para garantir-lhe a Ilha das Cabras. Segundo Rose, a essa época o donatário ajudava a aliviar os penares do comissário José Dirceu, oferecendo-lhe ajuda de advogados.
Quando estava em Brasília, Miranda celebrizou-se pela generosidade com que emprestava seus jatinhos. Os repórteres Fausto Macedo e Bruno Boghossian acabam de revelar trechos de telefonemas de um assessor de José Dirceu para Gilberto Miranda no dia 9 de novembro passado:
“O Zé não estava querendo descer lá no Santos Dumont, entende? Cinco horas da tarde é um problema porque ele vai chegar lá às 18:40, é um problema...” Mais adiante: “Não tem ninguém domingo às 9h30m, não tem ninguém no Santos Dumont.”
Uma mordomia aérea jogou o comissário no registro de uma trama em que não precisava ter entrado. No dia 14, Vieira recebeu um telefonema do braço direito do Advogado Geral da União: “Consegui.” Em seguida, ligou para Miranda: “Tá sentado? Você não sabe da maior. O consultor da União modificou e se manifestou a favor nosso, tá?”
De fato, um novo parecer atendera aos seus interesses. Nesse mesmo dia Dirceu precisava de outro avião, mas o do ex-senador estava indisponível.
Nos dias 19 e 21, Paulo Vieira contaria que Rose pedira emprestados R$ 650 mil em dinheiro porque “comprou um apartamento novo em Higienópolis”.
Na manhã do dia 23, o advogado-geral adjunto da União, José Weber Holanda, acordou seu chefe, Luis Inácio Adams: “Eu estou com uma busca e apreensão na minha casa, da Polícia Federal. (...) Estão vasculhando tudo.” Seria “alguma coisa ligada com a ilha das Cabras.”

Elio Gaspari é jornalista

É hoje: a CUT usa a sede da ABI para fazer uma manifestação contra o Supremo e a favor de Dirceu e dos mensaleiros



Carlos Newton
Como já informamos aqui no Blog, a CUT-RJ e o Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé promovem hoje um evento pedindo a anulação do julgamento da Ação Penal 470, “devido aos notórios e graves erros cometidos pelo STF”. O ato (falho?) acontece na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI),  a partir das 19 horas, no Centro do Rio de Janeiro.
O ex-ministro José Dirceu, nesse evento, tem o chamado domínio do fato, porque a ideia foi dele, a organização também foi feita por ele. E adivinhem quem será o “convidado especial”? Ao lado de Dirceu, estarão na mesa de debates o jornalista Raimundo Pereira, editor da revista Retrato do Brasil; a dirigente petista Fernanda Carísio, da Executiva do PT-RJ e ex-presidente do Sindicato dos Bancários do Rio; o jornalista Altamiro Borges, coordenador do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé; o advogado Adriano Pilatti, professor da PUC-Rio, e a jornalista Hildergard Angel.
O release que nos foi encaminhado relata que o evento organizado por Dirceu vai se repetir em outras capitais, incluindo Brasília. Conforme já informamos, a mesa de debates não terá nenhum participantes que defenda a posição do Supremo no julgamento do mensalão. Ou seja, não haverá debates, todos defendem a mesma posição. O debate será patético. Ninguém pode perder cenas como essas. É uma espécie de Zorra Total em versão político-judicial.

O romantismo exacerbado de Vicente Celestino



O cantor (tenor), ator e compositor carioca Antônio Vicente Felipe Celestino (1894-1968) lançou um estilo caracterizado pelo romantismo exarcebado, comovendo e arrebatando um grande público durante a primeira metade do século XX, através do teatro, do rádio, de discos e do cinema nacional.
A letra dramática da música “O Ébrio”, repleta de desventuras e imagens beirando a pieguice, era uma perfeita sinopse para o enredo de um filme, desde o prólogo falado à parte musical propriamente dita. Nesta, o contraste da primeira parte, no modo menor, com a segunda, no modo maior, contribui para ressaltar a tragédia do protagonista. “O Ébrio”, lançado em 1946, com Vicente Celestino no papel principal, obteve recordes de bilheteria.
A canção “O Ébrio” gravada por Vicente Celestino, em 1936, pela RCA Victor, também inspirou naquele ano uma peça de teatro e, em 1965, uma novela na TV Paulista.
O ÉBRIO
Vicente Celestino
Nasci artista. Fui cantor. Ainda pequeno levaram-me para uma escola de canto. O meu nome, pouco a pouco, foi crescendo, crescendo, até chegar aos píncaros da glória. Durante a minha trajetória artística tive vários amores. Todas elas juravam-me amor eterno, mas acabavam fugindo com outros, deixando-me a saudade e a dor. Uma noite, quando eu cantava a Tosca, uma jovem da primeira fila atirou-me uma flor. Essa jovem veio a ser mais tarde a minha legítima esposa. Um dia, quando eu cantava A Força do Destino, ela fugiu com outro, deixando-me uma carta, e na carta um adeus. Não pude mais cantar. Mais tarde, lembrei-me que ela, contudo, me havia deixado um pedacinho de seu eu: a minha filha. Uma pequenina boneca de carne que eu tinha o dever de educar. Voltei novamente a cantar mas só por amor à minha filha. Eduquei-a, fez-se moça, bonita… E uma noite, quando eu cantava ainda mais uma vez A Força do Destino, Deus levou a minha filha para nunca mais voltar. Daí pra cá eu fui caindo, caindo, passando dos teatros de alta categoria para os de mais baixa. Até que acabei por levar uma vaia cantando em pleno picadeiro de um circo. Nunca mais fui nada. Nada, não! Hoje, porque bebo a fim de esquecer a minha desventura, chamam-me ébrio. Ébrio…
Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer
Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou
Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer
Não tenho lar e nem parentes, tudo terminou
Só nas tabernas é que encontro meu abrigo
Cada colega de infortúnio é um grande amigo
Que embora tenham como eu seus sofrimentos
Me aconselham e aliviam os meus tormentos
Já fui feliz e recebido com nobreza até
Nadava em ouro e tinha alcova de cetim
E a cada passo um grande amigo que depunha fé
E nos parentes… confiava, sim!
E hoje ao ver-me na miséria tudo vejo então
O falso lar que amava e que a chorar deixei
Cada parente, cada amigo, era um ladrão
Me abandonaram e roubaram o que amei
Falsos amigos, eu vos peço, imploro a chorar
Quando eu morrer, à minha campa nenhuma inscrição
Deixai que os vermes pouco a pouco venham terminar
Este ébrio triste e este triste coração
Quero somente que na campa em que eu repousar
Os ébrios loucos como eu venham depositar
Os seus segredos ao meu derradeiro abrigo
E suas lágrimas de dor ao peito amigo

Revista France Football acusa Ricardo Teixeira de envolvimento em corrupção da Fifa


Na reportagem da revista “France Football” que revelou a eventual compra de votos do Qatar na eleição que designou o país como sede da Copa de 2022, Ricardo Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), é citado como um dos beneficiários do esquema.
De acordo com a publicação francesa, que é parceira da Fifa na premiação “Bola de Ouro”, um amistoso entre Brasil e Argentina, em novembro de 2010, no Qatar, é um forte indício de que o ex-dirigente teve participação no episódio. O jogo rendeu aos cofres das duas confederações U$ 7 milhões cada (R$ 14, 1 milhões). À época, uma partida amistosa renderia, em média, U$ 1,2 milhões (R$ 2,4 milhões) à CBF.
A revista coloca ainda sob suspeita o contrato com a empresa saudita ISE, dona dos direitos de organização dos amistosos da Seleção Brasileira. A France Football revela que a ISE é uma empresa de fachada, que opera nas Ilhas Cayman, conhecido paraíso fiscal. Coincidentemente, o contrato entre as partes foi assinado no Qatar.
Ricardo Teixeira era aliado do xeque Mohamed Bin Hammam, que foi suspenso da Fifa por suspeitas de compras de votos na última eleição presidencial da Fifa. Teixeira, aliás, foi um dos grandes avalistas de sua candidatura.
(artigo publicado no jornal Lance, enviado por Mário Assis)

Dona Dilma governa sem oposição, os raros que discordam são chamados de pessimistas. Esquece que, sem projeto ou programa, pratica o terrorismo administrativo.



Helio Fernandes
Todos os países são comandados pelo governo propriamente dito e pela oposição. Quanto mais vigorosa e fiscalizadora a oposição, melhor para quem foi eleito presidente. Até nas ditaduras existem os que combatem. Como as ditaduras são violentas e torturadoras, os que se opõem precisam de mais coragem e determinação. No primeiro mandato e agora no segundo, Obama depende do Congresso para “fazer”.
Na França, Mitterrand se elegeu em 1981 derrotando o presidente no cargo, Giscard d’Estaing. Em 1988 se reelegeu, e outra vez fez maioria na Câmara, que precisa aprovar os ministros. Em 1990, eleições gerais, perdeu a maioria, teve que nomear primeiro-ministro o oposicionista Chirac.
Criou-se então uma situação singularíssima, um presidente socialista e um primeiro-ministro conservador, o que foi chamado de “coabitação”. Dois anos depois Mitterrand recuperou a maioria da Câmara, no mesmo dia demitiu Chirac, que dois meses depois se elegia prefeito de Paris, a primeira vez que a grande cidade tinha um prefeito eleito.
Há muitos anos defendo que as eleições presidenciais sejam separadas. Ou junto com senadores. Governadores com deputados federais e estaduais, prefeitos com vereadores. Sempre me contestavam com um único argumento: “será muito caro fazer várias eleições”. Não há preço ou custo condenável para uma representatividade mais autêntica.
O MALABARISMO DA PRESIDENTE
COM APENAS 88 DEPUTADOS EM 513
Dona Dilma se elegeu, foi ao segundo turno sem o menor risco, questão de detalhes. Com essa minoria espantosa, Dona Dilma teve que se compor de qualquer maneira, nesse ineficiente e atrasadíssimo presidencialismo-pluripartidário. Com 29 partidos, alguns sem eleger ninguém, assim mesmo é preciso o popular “toma lá dá cá”.
Geralmente “tomam” logo, e não “dão” nunca, não têm o poder de troca. Lula enfrentou o mesmo problema nos dois mandatos. É urgente-urgentíssima (tipo de voto que está na Constituição) uma reforma partidária séria, profunda, que permita a um presidente governar sem precisar de 39 ministros, que já serão 40 no mês que vem.
Essa bagunça partidária é de tal ordem que o senador Crivella se licenciou para assumir o Ministério da Pesca. Ridículo e absurdo, desapareceu. Esse setor é importante, mas deveria fazer parte de um ministério, digamos o da Agricultura.
DONA DILMA PERDEU O SEGUNDO ANO
DE GOVERNO, GARANTIU: “2013 SERÁ TODO
ADMINISTRATIVO, POLÍTICA SÓ EM 2014”.
Nada vale nada ou representa alguma coisa, nos compromissos de Dona Dilma e do Planalto. No primeiro ano teve que demitir oito ministros, quase todos por irregularidades, prática ou tolerância com a corrupção. Não puniu ninguém, falou em “faxina”, o pluripartidarismo não permitiu mais do que o afastamento do cargo, o mesmo partido indicando outro titular.
Assim gastou o primeiro ano, mais ou menos efêmero em matéria de realização. O segundo, totalmente vazio, escuro, perdido. Inflação alta, não investimento, infraestrutura desaparecida, o PIB inexistente, dispersão de todas as previsões e esperanças.
Mas a oposição não apareceu, vir de onde? Dona Dilma está absoluta, em plena campanha para a reeleição. A chamada oposição não tira seu sono, a preocupação é interna e não externa.
O “PIBÃO GRANDÃO” DE 2013
Diante do fracasso ostensivo de 2012, Dona Dilma “passou recibo”, fez essa afirmação, garantindo: “2013 será todo administrativo, política só em 2014”. Mas logo, logo quebrou o pacto com ela mesma, “confidenciou” ao governador de Pernambuco: “Serei candidata à reeleição em 2014”. Dentro do combinado, ele divulgou amplamente a “confidência”. Nada contra ele, presidente não faz confidência.
Agora, administrativamente 2013 já acabou. Dona Dilma está em plena campanha eleitoral, no Planalto ou fora dele. Com isso, todos os partidos também se jogaram nas ruas ou na televisão, fazem a mesma coisa, só que não têm a responsabilidade de comandar um país.
PSDB: NEM CAMPANHA NEM OPOSIÇÃO
Deveria ser o grande aglutinador de oposição, quase tão importante quanto o governo. Só que o PSDB não consegue se aglutinar nem internamente. Os mesmos personagens que integraram o retrocesso dos 80 anos em 8 de FHC (frase que estabeleci com FHC no Poder, numa oposição diária e intransferível da Tribuna imprensa e deste repórter) vivem acordados ou desacordados sem saber o que fazer. Pensam (?) em 2018, que parece ser o objetivo geral, excluídos Lula e Dilma, presentes em 2013 para a conquista de 2014.
O governo Dilma vai desmoronando, nem precisa de oposição para isso. O PSDB, sem nenhuma convicção ou identidade, ameaça (?) novamente com Serra, Alckmin ou Aecio Neves, que corre o risco de se transformar em “jovem Mathusalem”. FHC já confidenciou a amigos: “Se eu tivesse menos 6 ou 7 anos”.
CHÁVEZ SE COMUNICANDO
Gostaria que fosse verdadeira essa carta assinada por Chávez. Mas a cúpula chavista é tão desmoralizada, que fica difícil acreditar. E por que não aparecem comunicados médicos sobre seu estado, como era feito com Tancredo Neves?
Por outro lado, como já se passou mais de um mês da cirurgia, pode estar havendo uma resistência fora do comum. Por que não informar à comunidade da Venezuela e do mundo? E a tal carta, foi escrita e ditada por ele? Em qualquer das duas versões, positivas, por que esconder?
GENOINO ESTRÉIA HOJE
Reunião da bancada do PT, liderada pelo seu irmão. Ele vai pela primeira vez, apesar de não estar muito satisfeito. Motivo: queria fazer um discurso, na primeira quarta-feira depois do recesso. Foi aconselhado ou desaconselhado a esperar.
Perguntou irritado: “Esperar até quando? Seria então o discurso de despedida, quando deixar a Câmara. É isso que vocês querem?”. Ninguém respondeu, dizer o quê a um camarada como ele?
TUMULTO, PÂNICO E CONFUSÃO NA CNC
Oliveira Santos, depois de 33 anos de poder e mordomias, apavorado, “sentindo” que seu mundo desmoronava. Reuniões e mais reuniões, nenhuma solução. O “grande presidente”, que quase não falava com ninguém, só a cúpula, agora quebra o silêncio.
Duas afirmações dele, em tom de “heroísmo” e não de fim da ditadura. “Não podemos ser derrotados por um órgão hierarquicamente inferior”. E a seguir: “Temos que resistir e responder a esse pessoal que sempre nos bajulou”. Nenhum comentário.
AS CONSULTAS DE RENAN
O ex e quase futuro presidente do Senado tem conversado muito com advogados e até juristas. A pergunta única: “Se o Supremo examinar e aprovar a denúncia do Procurador-Geral, depois de eu já ter sido eleito presidente, podem me tirar?”. Nenhuma resposta, motivos óbvios.

charge do Jorge Braga



Esta charge do Jorge Braga foi feita originalmente para o

CHARGE DO CAZO



Esta charge do Cazo foi feita originalmente para o

Trabalhe menos ou você vai ser demitido



Paulo Nogueira (Diário do Centro do Mundo)
Os coreanos são um modelo de dedicação ao trabalho. Num levantamento feito pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a Coreia do Sul ficou na ponta entre os 30 países pesquisados no quesito carga horária dos trabalhadores.
Em média, o coreano trabalha 2 193 horas por ano. Isso representa mais de 500 horas acima do tempo gasto no escritório por empregados de países como Inglaterra, França e Holanda. (No Brasil, costuma-se falar em 1 800 horas.) Raros coreanos tiram de uma só vez as duas semanas de férias a que têm direito anualmente.
Em geral, quebram o descanso em pequenas partes. Um sinal da presença dos coreanos nas empresas são as torres de escritórios iluminadas até altas horas em cidades como Seul, a capital. Palmas, portanto, para os coreanos?
Não é bem assim. O governo e muitas empresas do país estão batalhando para que as pessoas trabalhem menos — e melhor. No mesmo estudo da OCDE, a Coreia do Sul ficou entre os lanternas em produtividade, medida pelo cruzamento entre o produto interno bruto do país e as horas trabalhadas.
“Trabalho contínuo em grande quantidade é um resquício da era industrial”, disse um líder coreano. Na era digital, a palavra-chave para a prosperidade de empresas e países é inovação. E inovar pode não combinar com trabalho exaustivo, até porque este leva as pessoas a reproduzir procedimentos, à falta de tempo para criar e experimentar.
ELOGIO DA PREGUIÇA
Num livro provocativo do final do século 19, ainda hoje reverenciado por esquerdistas, o escritor Paul Lafargue fez o “elogio da preguiça”. Segundo ele, os empresários é que estavam ardilosamente por trás do culto às jornadas longas de trabalho, uma vez que o benefício era exclusivamente deles.
Lafargue escreveu em pleno desabrochar da era industrial. Mais de 100 anos depois, o mundo corporativo teria caminhado na direção das teses controvertidas de Lafargue?
Caso se estabeleça um consenso entre as empresas de que a inovação demanda alguma espécie de ócio, a resposta parece ser: sim. Mas, a despeito do caso coreano, não existem ainda sinais suficientes para afirmar que esse consenso seja iminente.
Mesmo assim, vão aparecendo aqui e ali histórias que deixariam Lafargue satisfeito. Numa delas, a Netflix, empresa americana do ramo de aluguel de DVDs e vídeos que fez da Blockbuster sucata, aboliu o controle de férias. “Esse tipo de coisa é da era industrial”, justificou a direção da companhia.
A Netflix afirma estar em busca de alto desempenho, e não de “funcionários acorrentados às mesas de trabalho”. Lá, o empregado sai de férias quando quiser e pelo tempo que desejar — desde que cumpra com excelência suas tarefas.
No mundo das coisas concretas, isso significa que hoje cada funcionário da Netflix tira cerca de 25 dias de férias por ano, o dobro da média americana. A Netflix tem sido presença frequente nas listas das melhores empresas para trabalhar nos Estados Unidos.
NOVA ZELÂNDIA
Alguns países parecem estar mais próximos da utopia lafarguiana do que outros. Um estudo mostrou que apenas 6% das empresas da Nova Zelândia esperam que seus empregados estejam disponíveis nas férias. Em países asiáticos, como Singapura, esse número sobe para 90%. É mais ou menos este o patamar da Coreia, mas medidas fortes estão sendo tomadas para mudar isso.
Um dos principais bancos locais, o Shinhan, decidiu bloquear o acesso dos empregados em férias ao sistema corporativo de computação.
“Se o funcionário tentar acessar nosso sistema quando estiver de folga, não vai conseguir”, diz Kim O-hyun, executivo do Shinhan em Seul. Mudar a cultura de devoção ao trabalho tão arraigada entre os coreanos é tarefa de proporções épicas, sobretudo na velha geração que tirou o país da miséria no pós-guerra à base de suor, suor e ainda suor.
Veja, por exemplo, o caso do presidente do Banco Central da Coreia, Kim Choong-soo, de 63 anos. Num jantar oferecido à imprensa para comemorar seu primeiro ano no Banco Central, Kim disse o seguinte: “Não vale a pena sequer conversar com alguém que não tenha passado pela experiência de varar pelo menos três noites seguidas para conseguir alguma coisa. Não entendo as pessoas que não trabalham duro. Nunca vi ninguém morrer de trabalhar. Você morre porque bebe muito, ou fuma demais, e não por excesso de trabalho”.
As maiores esperanças de mudança, compreensivelmente, estão depositadas nos jovens, também eles pressionados por uma carga excessiva nas escolas e universidades. Têm causado indignação os repetidos casos de suicídio entre estudantes, e os jovens buscam hoje uma vida melhor.
“A velha guarda, que esteve por trás do boom econômico da Coreia, simplesmente é viciada em trabalhar o tempo todo”, diz Yang Yoon, professor de psicologia da universidade coreana Ewha Womans.
A tecnologia, evidentemente, tem papel decisivo no acúmulo de horas trabalhadas. Aparelhos como o iPhone e o iPad podem deixar as pessoas conectadas ao escritório em regime de 24 por 7. Caso você se vicie nos gadgets, são enormes as chances de que sua carga seja exponencialmente elevada.
“WORKLIDAY”
Num artigo recente, a jornalista Lucy Kellaway, do jornal inglês Financial Times, se confessou adepta do que ela chamou de “worliday”, uma mistura de work com holiday. Isso significa trabalho e férias simultaneamente. “Traférias”, ou coisa parecida, caso queiramos verter para o português.
Ela descreveu assim um dia típico de suas férias de verão inglês: “Eu acordava, mandava alguns e-mails e depois dava uma caminhada à beira-mar. Mais tarde, escrevia um artigo sentada debaixo de uma janela com vista para um riacho”.
Lucy, convém notar, estaria impedida de gozar seu “worliday” se trabalhasse para o banco coreano Shinhan. Seu caso — em que virtualmente todo executivo moderno pode se enxergar — mostra quanto é complicado, na era digital, separar folga de trabalho para, assim, reduzir as jornadas.
Frequentemente, como acontece com Lucy, a iniciativa de misturar as coisas parte do empregado, e não da empresa. Se a pessoa não se controla, pode acrescentar um novo número ao regime de trabalho de 24 por 7: o 365. O pensamento convencional — tão bem captado no passado por Lafargue — afirma que as empresas ficariam felizes com isso.
Mas olhe mais uma vez para a Coreia. A luta, ali, para mudar a cultura de sobretrabalho é sugestiva. Se se espalharem por outras partes suspeitas de que a inovação sofre com horas ilimitadas no escritório, as companhias mundo afora talvez tenham de imitar gestos como o do Shinhan.
Nesse quadro, os empregados ouviriam de seus empregadores uma frase que poderia sair dos lábios radicais de Paul Lafargue: “Trabalhem menos”.