terça-feira, 1 de outubro de 2013

A herança maldita - MARCO ANTONIO VILLA


O GLOBO - 01/10

Em meio a esta barafunda, não causam estranheza o ataque, o controle e a sujeição do Supremo Tribunal Federal à horda lulista



O lulismo vai deixar sinais indeléveis no Estado brasileiro. E, pelo visto, deve permanecer no poder até, no mínimo, 2018. Inexiste setor do Estado em que não tenha deixado sua marca. A eficácia na tomada do aparelho estatal é parte de um projeto de manietar o país, de controlar os três poderes.

O grande empresariado foi se transformando em um dos braços do Estado. A cada dia aumentou sua dependência dos humores governamentais. Ter uma boa relação com o Palácio do Planalto virou condição indispensável para o sucesso. O empresário se tornou capitalista do capital alheio, do capital público. Para a burguesia lulista, nenhum empreendimento pode ter êxito sem a participação dos fundos de pensão dos bancos e empresas estatais, dos generosos empréstimos do BNDES e da ação direta do governo criando um arcabouço legal para facilitar a acumulação de capital — sem esquecer as obras no exterior, extremamente lucrativas, de risco inexistente, onde a empresa recebe de mão beijada, sem concorrência, como as realizadas na África e na América Latina.

A petrificação da pobreza se transformou em êxito. Coisas do lulismo. As 14 milhões de famílias que recebem o benefício do Bolsa Família são, hoje, um importante patrimônio político. Se cada família tiver, em média, 4 eleitores, estamos falando de 1/3 do eleitorado. A permanênciaad aeternum no programa virou meio de vida. E de ganhar eleição. Que candidato a presidente teria coragem de anunciar o desejo de reformar o programa estabelecendo metas de permanência no Bolsa Família?

A máquina do Estado foi inchada por milhares de petistas e neopetistas. Além dos quase 25 mil cargos de assessoria, nos últimos onze anos foram admitidos milhares de novos funcionários concursados — portanto, estáveis. Diversamente do que seria razoável, a maior parte não está nas áreas mais necessitadas. Um bom (e triste) exemplo é o das universidades federais. Foi realizada uma expansão absolutamente irresponsável. Faculdades, campi, cursos, milhares de funcionários e docentes, para quê? Havia algum projeto de desenvolvimento científico? A criação dos cursos esteve vinculada às necessidades econômicas regionais? Foi realizado algum estudo das carências locais? Ou tudo não passou, simplesmente, de atendimento de demandas oligárquicas, corporativas e para dourar os números do MEC sobre o total de universitários no país?

Sem ter qualquer projeto para o futuro, foi acentuado o perfil neocolonial da nossa economia. Vivemos dependentes da evolução dos preços das commodities no mercado internacional — e rezando para que a China continue crescendo. Não temos uma política industrial. O setor foi perdendo importância. O investimento em ciência e tecnologia é ínfimo. A chamada nova economia tem importância desprezível no nosso PIB. A qualificação da força de trabalho é precária. Convivemos com milhões de analfabetos como se fosse um dado imutável da natureza.

A política externa amarrou o destino do Brasil a um terceiromundismo absolutamente fora de época. Nos fóruns internacionais, o país se transformou em aliado preferencial das ditaduras e adversário contumaz dos Estados Unidos. Abandonamos o estabelecimento de acordos bilaterais para fomentar o comércio. Enquanto o eixo dinâmico do capitalismo foi se transferindo para a região Ásia-Pacífico, o Brasil aprofundou ainda mais sua relação com o Mercosul. Em vez de buscar novas parcerias, optamos por transformar os governos bolivarianos em aliados incondicionais.

Entre os artistas, a dependência estatal foi se ampliando. Uma simples peça de teatro, um filme, um show musical, nada mais é realizado sem que tenha a participação do Estado, direta ou indiretamente. Ter bons relações com o lulismo virou condição indispensável para a obtenção de “apoio cultural”. Nunca na história republicana artistas foram tão dependentes do governo — nem no Estado Novo. E cumprem servilmente o dever de obediência ao governo, sem qualquer questionamento.

O movimento sindical foi apresado pelo governo. Os novos pelegos controlam com mão de ferro “seus” sindicatos. Recebem repasses milionários sem ter de prestar contas a nenhum organismo independente. Não vai causar estranheza se o Congresso — nesta escalada de reconhecer novas profissões — instituir a de sindicalista. A maioria dos dirigentes passou rapidamente pela fábrica ou escritório e está há décadas “servindo” os trabalhadores. Ser sindicalista virou um instrumento de ascensão social. E caminho para alçar altos voos na política.

O filé mignon do sindicalismo são os fundos de pensão das empresas e bancos estatais. Seus diretores — do dia para a noite — entraram no topo da carreira de profissionais do mercado financeiro. Recebem salários e bonificações de dar inveja aos executivos privados. Passam a conviver com a elite econômica. São mimoseados pela burguesia financeira de olho nos recursos milionários dos fundos. Mas ser designado para a direção do Fundo de Amparo ao Trabalhador é o sonho dourado dos novos pelegos.

Em meio a esta barafunda, não causam estranheza o ataque, o controle e a sujeição do Supremo Tribunal Federal à horda lulista. Os valores éticos e republicanos não combinam com sua ação política. Daí a necessidade de aparelhar todas as instâncias do Estado. E colocá-las a seu serviço, como já o fez com o Congresso Nacional; hoje, mero puxadinho do Palácio do Planalto.

Na república lulista, não há futuro, só existe o tempo.

Não basta desejar - ANTÔNIO DELFIM NETO


VALOR ECONÔMICO - 01/10

Inspirada num interessante trabalho promovido pela Fiesp ( Estratégia de Potencial Socioeconômico Pleno para o Brasil ) em que se propõe dobrar o PIB per capita brasileiro num horizonte de 15 anos, a Fundação Getulio Vargas hospedou um seminário com uma pergunta explícita: Quais as restrições macroeconômicas para o Brasil dobrar a renda per capita em 15 anos? .

Antes de tentar responder a tão desafiadora questão, vale a pena lembrar uma estória. Dizem as más línguas que Thomas Carlyle (1795-1881), um duro crítico da economia política de sua época e autor de grandes chistes sobre ela, é o autor da frase você pode transformar um papagaio num economista, se lhe ensinar as palavras: oferta e demanda .

Pois bem, o papagaio de Carlyle não teria dificuldade, ou constrangimento, de responder tranquilamente que, no Brasil de hoje, a condição necessária e suficiente é que a oferta e a demanda cresçam harmoniosamente à mesma taxa de 5,5% ao ano para evitar inflação e déficit em conta corrente .

Mas essa, obviamente, não é a resposta. É o próprio problema! Resolvê-lo é uma questão política: como induzir o poder incumbente a dar incentivos corretos ao setor privado para respondê-la?

A resposta correta à pergunta original é: Criar as instituições adequadas e os incentivos corretos para que o poder incumbente e os agentes econômicos coordenem livremente suas atividades para obtê-la, o que exige, como preliminar, a construção de uma sólida relação de confiança dos agentes entre si e deles com o poder incumbente .

Estamos um pouco longe de responder a tais condições, mas estamos ainda mais longe do apocalipse anunciado por alguns analistas financeiros, agora fortalecidos pelo recente texto da The Economist . Gostemos ou não, ela é a revista econômica de leigos e acadêmicos de todas as convicções ideológicas. É uma instituição com a arrogância e a certeza que lhe dão seus bem vividos 170 anos, mas deve ser entendida com o humor e ironia britânicos. Certamente exagerou para o bem em 2009 e vingou-se exagerando para o mal em 2013. Exagerou, mas não inventou nada.

Para entender nosso problema, é preciso considerar a seguinte identidade: crescimento possível do PIB = crescimento da produtividade do trabalhador ocupado + crescimento do número de trabalhadores ocupados

Nos próximos 15 anos, provavelmente a oferta de mão de obra não crescerá, em média, mais do que 1% ao ano. Logo, para que o PIB per capita cresça a 4,7% ao ano (o que o dobraria em 15 anos), será preciso que o PIB aumente à taxa de 5,7% ao ano, em média, o que, nas condições atuais de pressão e temperatura (internas e externas), é um número cavalar.

De que depende, afinal, o crescimento da produtividade do trabalhador? De uma série de fatores: 1) da sua higidez (saúde); 2) do nível da sua educação; 3) do incentivo à incorporação de tecnologia; 4) da qualidade das instituições e da natureza da regulação da mão de obra; 5) da maior integração com a economia internacional; e 6) da quantidade de capital físico (infraestrutura e investimento privado) por trabalhador.

Os dois primeiros devem continuar crescendo lentamente, mas a velocidades decrescentes. O terceiro pode ser estimulado por uma melhora do foco da política em curso. O quarto positivamente vai mal, como revelam os exageros das súmulas vinculantes do Tribunal Superior do Trabalho e as resistências corporativas a quaisquer aperfeiçoamentos (como é o caso, ainda agora, da terceirização), mesmo quando, como deve ser, respeitam integralmente os direitos individuais do trabalhador. O quinto exige a combinação de uma política cambial inteligente com uma ampla reformulação das tarifas efetivas que nos incorpore à nova estrutura integradora do comércio mundial de bens e serviços, e provavelmente não terá efeito sensível em menos de dois anos.

Resta, portanto, aumentar a quantidade de capital físico por trabalhador. Deve começar pelo sucesso dos leilões de concessões de infraestrutura, fundamentais para o aumento da produtividade em dois ou três anos, que é a faísca imediata para reacender a disposição de correr risco do setor privado, com o aumento do seu investimento, cujo efeito será imediatamente antecipado.

A presidente Dilma deu um sinal claro nessa direção na reunião de Nova York na última semana quando disse: Precisamos não só dos recursos, mas da gestão do setor privado, que é mais eficiente, mais ágil e de menor custo .

Diretriz lúcida e precisa, da qual o Brasil tem o direito de esperar consequências práticas. O nosso crescimento não está escrito nos modelos. Depende do que nós, como sociedade, formos capazes de fazer. Só cresce quem crê que pode crescer e constrói as condições para fazê-lo.

Intervenção indevida e descabida


Carlos Chagas
Lula indicou quatro dos atuais  ministros do Supremo Tribunal Federal: Joaquim Barbosa, Dias Toffoli, Carmem Lúcia e Ricardo Lewandowski. Tendo-se como certo que participou da indicação feita por Dilma, de Rosa Weber, Luis Fux, Teori Zawaski e Luis Roberto Barroso, a pergunta que fica é a qual ou quais o ex-presidente  referiu-se  na entrevista a Teresa Cruvinel, dizendo que se fosse indicar um ministro, hoje, “teria  mais critério”.  A afirmação significa a existência de um ou mais integrantes da  Suprema  Corte que o decepcionaram.  Cujas decisões  não contam com sua aprovação, apesar de indicados por ele.
A leitura é clara. Lula está estrilando  diante  de um ou de  alguns ministros cujos votos foram  contrários aos seus  interesses.  “Mais critério”,  no caso, exprime a frustração diante do comportamento de seus indicados,  assim como revela uma concepção distorcida, de que os escolhidos por ele devem-lhe subordinação. Precisariam  ter  votado   de acordo com a sua vontade, em questões envolvendo seus amigos, seu partido  e seu governo.
O desabafo do primeiro-companheiro conduz a grave conclusão, contrária à liberdade e independência dos ministros do Supremo e aponta diretamente para o julgamento do mensalão.  Quanto a fulanizar seu pensamento, é fácil começar por Joaquim Barbosa, relator e hoje presidente da casa, considerado inflexível na condenação dos autores e participantes do escândalo. Mas estarão na fila outros ministros que tem votado com Barbosa.
Fica pior no reverso da medalha. Quanto aos que buscam refrescar os réus, estarão cumprindo a determinação de agir de acordo com os interesses de quem os indicou? Alienaram sua independência e sua liberdade?
Não é provável que o STF venha a reagir à entrevista do Lula. Qualquer atitude formal de discordância equivaleria a vestir a carapuça. Mesmo assim, na intimidade, muitos ministros consideram indevida e descabida a intervenção do ex-presidente. Lembram não ser a primeira vez em que ele se intromete em questões da alçada do Judiciário. Meses atrás, tentou influenciar o voto de Gilmar Mendes, por sinal indicado por Fernando Henrique. Quebrou a cara, porque o ministro denunciou a tentativa, insurgindo-se.
REAFIRMAÇÃO DE FIDELIDADE
Na referida entrevista,  o Lula aproveitou para reafirmar, pela centésima vez, que estará ao lado da presidente Dilma na campanha pela reeleição. Propôs viajar pelo país e até substituir a candidata, sempre que ela não puder comparecer a comícios e visitas. Reafirmou  fidelidade ao segundo mandato da sucessora. Como sempre, bateu firme na imprensa, ou em parte dela, por haver promovido um linchamento dos acusados de participar do mensalão.
Tudo indica que se não sobrevierem inusitados, o respaldo do ex-presidente será essencial para a vitória de Dilma, daqui a um ano. Mesmo assim, existem os que supõem a candidatura do Lula, na hipótese da queda de popularidade da candidata. Ele negou a possibilidade, até informando haver precipitado o lançamento do nome de Dilma para o segundo mandato com o fim de cortar pela raiz especulações a respeito do seu lançamento.
TROCA-TROCA DESENFREADO
Só na sexta-feira saberemos o número certo dos deputados que estão trocando de partido. Eles recebem propostas milionárias  em termos de apoio e até de dinheiro, sem maiores preocupações com programas e ideologias. No fundo, pensam na reeleição ou em subir de patamar político, mas prevalece a regra de que quem muda costume arrebentar-se: perde o que tinha e não conquista o que imaginava. 

Em palestra a empresários, Barbosa diz que Judiciário brasileiro e uma monstruosidade


Deu no site Conjur
O sistema legal brasileiro é uma “monstruosidade” e não há no mundo Justiça tão confusa quanto a do Brasil. A avaliação, noticiada pelo portalUOL, é do presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministro Joaquim Barbosa, durante palestra do Fórum Exame, voltado para empresários, em São Paulo.
Se no STF Barbosa chefia a corte responsável por zelar pelo cumprimento da Constituição, no CNJ ele comanda o órgão criado em 2004 para, justamente, melhorar o funcionamento Judiciário. Nas palavras da própria corte, sua missão é “contribuir para que a prestação jurisdicional seja realizada com moralidade, eficiência e efetividade em benefício da sociedade”.
Aos empresários, Barbosa disse a morosidade da Justiça causa “graves entraves” à economia. Para ele, esses entraves são “expressões vivas de um bacharelismo decadente, palavroso, mas vazio, e, sobretudo, descompromissado com a eficiência”.
Para o presidente do STF e CNJ, o Brasil adotou o aumento da máquina judiciária para tentar resolver a lentidão dos processos. “A solução fácil de aumento da máquina judiciária é apenas momentaneamente paliativa e não resolve a origem do problema, que está na vetustez barroca da nossa organização de todo sistema judiciário.”
Segundo ele, uma das soluções às mazelas do Judiciário é priorizar a 1ª instância, além de “reduzir o número excessivo de recursos que atualmente permite que se passe uma década sem que haja solução definitiva do litígio”.
Barbosa, que foi nomeado ministro em 2003 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criticou também o modelo de indicação de magistrados. “Um dos fenômenos — que eu chamo de mais pernicioso — é a indicação política. Não há mecanismos que criem automatismo, que, passado um determinado tempo, um juiz seja promovido sem que tenha que sair com o pires na mão”.
Barbosa afirmou que juizes politicamente engajados em alguma coisa são impedidos moralmente de cumprir sua missão, assim como aqueles que são “medrosos”.
O ministro evitou comentar a declaração do ex-presidente Lula ao jornal Correio Braziliense, em que afirmou que, hoje, teria mais critérios ao indicar um ministro para o STF. “Não tenho nada a dizer. Ele foi presidente da República, eu não sou presidente da República, não tenho nenhum papel na nomeação de ministros para o Supremo e nunca procurei exercer influência sobre esse papel, que não me cabe”, afirmou no evento.

Livre pensar é só pensar (Millôr Fernandes)


CHARGE DO SPONHOLZ


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Sem negociar com os trabalhadores há 25 dias, os banqueiros avançam para a total irresponsabilidade.

Por proposta digna, bancários mantêm greve forte

22:39:13


Contra essa postura intransigente, categoria vai fortalecer a paralisação em todos os bancos no DF.

Em silêncio desde 5 de setembro – data da última negociação com os dirigentes sindicais –, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ultrapassou o limite do descaso e da intransigência em relação à greve dos bancários, que chega ao 13º dia nesta terça-feira (1º). Diante da irresponsabilidade dos banqueiros, a categoria continua fortemente mobilizada para que as instituições financeiras apresentem uma proposta à altura do esforço e dedicação dos trabalhadores.  ...

Com o apoio do Sindicato, os bancários e bancárias prometem fortalecer a greve em todas as instituições financeiras do Distrito Federal. Mais comitês de esclarecimento serão criados para dialogar com os colegas que ainda não aderiram ao movimento.

“Forte em todos os bancos, nossa greve nacional supera a do ano passado. E para que possamos arrancar uma nova proposta da Fenaban precisamos convencer os colegas que ainda não aderiram a participar da paralisação”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo. “Vem para luta, bancário e bancário”, convidou o dirigente sindical, que representa os trabalhadores de Brasília no Comando Nacional dos Bancários. 

Para o Sindicato, a greve é de responsabilidade exclusiva dos presidentes da Fenaban (Murilo Portugal), do Itaú (Roberto Setúbal), do Bradesco (Luiz Carlos Trabuco), do Banco do Brasil (Aldemir Bendine), da Caixa Econômica Federal (Jorge Hereda), do Santander (Jesús Zabalza) e do HSBC (André Brandão), que fecharam o processo de negociação ao ignorarem a pauta de reivindicações dos trabalhadores.

Nesta segunda-feira (30), a greve nacional dos bancários entrou na terceira semana seguindo exatamente a trajetória da semana passada: muito forte e crescendo em todo o país. Estão paralisados nos 26 estados e no Distrito Federal 10.822 agências e centros administrativos, apesar da intimidação que a Polícia Militar está fazendo em vários estados, a pedido dos bancos.

Em Brasília, o movimento, que está forte desde 19 de setembro – primeiro dia da paralisação – ganha novas adesões a cada dia. A grande maioria das agências permanece de portas fechadas. Nas demais dependências, o movimento paredista segue intenso e ainda com possibilidade de crescimento. 

Na sexta-feira, haviam sido paralisadas 10.633 dependências. Em relação ao primeiro dia da greve, quando foram fechadas 6.145 agências, houve nesta segunda-feira um crescimento de 76,1%.

Os bancários e bancárias já recusaram as propostas apresentadas pela Fenaban, pelo Banco do Brasil, pela Caixa Econômica Federal e pelo BRB. Os banqueiros, que só pensam em inflar seus lucros, desrespeitam os trabalhadores. A resposta contra essas práticas é a ampliação e o fortalecimento da greve.

Intransigentes, bancos ameaçam bancários

Acuados com a força da paralisação, alguns bancos ameaçam os bancários e bancárias que estão de braços cruzados. Antissindical, essa prática vem sendo intensificada nos últimos dias. O Sindicato repudia com veemência qualquer tentativa de enfraquecer o movimento e pede que os trabalhadores não cedam às pressões impostas pelas instituições financeiras.

Para o Sindicato, em vez de ficarem buscando a Justiça para requerer interditos proibitórios, os bancos deveriam ter uma atitude honesta e negociar com os trabalhadores. O Sindicato repudia qualquer ação que vise impedir e/ou enfraquecer a greve, que é um direito garantido pela Constituição Federal.

Cumprindo o seu papel de defensor dos direitos dos bancários, o Sindicato vai apurar todas as denúncias e tomar as medidas cabíveis. No caso de o trabalhador querer dar prosseguimento às ações e optar por formalizar queixa na Justiça e/ou registrar boletim de ocorrência, a entidade dará todas as orientações necessárias para resguardar seus direitos e encaminhará as denúncias ao Ministério Público do Trabalho.
Fonte: Rodrigo Couto-Seeb Brasília - 30/09/2013

Enquanto analfabetismo cresce pela primeira vez em 15 anos, Dilma aplica golpes de marketing


Enquanto a presidente papeava com Dilma Bolada no Twitter, IBGE noticiava que o país tem agora 300 mil novos analfabetos.

dilma joinha1 Enquanto analfabetismo cresce pela primeira vez em 15 anos, Dilma aplica golpes de marketing
Era 27 de setembro de 2013, também conhecido como “sexta-feira passada”. Às 10 horas e 5 minutos daquela manhã, o portal Terra trazia uma das piores manchetes referentes ao governo brasileiro em 2013. Dizia ela que o analfabetismo no Brasil cresceu pela primeira vez após 15 anos:
O analfabetismo no País, que vinha em queda constante desde 1998, voltou a crescer no ano passado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram identificadas 13,2 milhões de pessoas que não sabiam ler nem escrever, o equivalente a 8,7% da população total com 15 anos ou mais de idade. Em 2011, eram 12,9 milhões de analfabetos, o equivalente a 8,6% do total. Em 2004, a taxa de analfabetismo brasileira chegava a 11,5%. Os dados estão na Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad 2012), divulgada nesta sexta-feira. O levantamento consultou 147 mil domicílios em todo o Brasil.
(grifos nossos)
Você talvez não tenha ficado sabendo. Porque, naquele dia, a chamada “mídia golpista” passou a dar maior destaque a algo que aconteceu 113 minutos depois, quando a presidente do país resolveu voltar à internet forjando um diálogo um tanto constrangedor com um perfil de humor que muitos já desconfiavam estar a serviço do planalto:
dilma bolada1 Enquanto analfabetismo cresce pela primeira vez em 15 anos, Dilma aplica golpes de marketing
Perfil de humor este que já destratou gratuitamente alguns conhecidos…
dilma bolada2 Enquanto analfabetismo cresce pela primeira vez em 15 anos, Dilma aplica golpes de marketing
…e outros nem tanto:
dilma bolada3 Enquanto analfabetismo cresce pela primeira vez em 15 anos, Dilma aplica golpes de marketing
Perfil que, mesmo sabendo da confusão que muitos fazem com a própria pessoa de Dilma Rousseff, já brincou com coisa bem séria:
dilma bolada4 Enquanto analfabetismo cresce pela primeira vez em 15 anos, Dilma aplica golpes de marketingPerfil que, como diz a gíria popular, já “deu carteirada” se aproveitando da própria fama para fazer ameaças:
dilmabolada21 Enquanto analfabetismo cresce pela primeira vez em 15 anos, Dilma aplica golpes de marketing
São atitudes questionáveis mostrando que o “vale-tudo” por 2014 começa a dar suas caras. Entre notícias recentes, tem-se sobre o governo Dilma:
  1. Uso político do Minha Casa Minha Vida
  2. Denúncia de uso político do CADE
  3. Mais abuso de gastos em viagens ao exterior
  4. Dinheiro público bancando corte de luz prometido por ela
  5. Dívida pública estourando
  6. Tentativas de privatização fracassando
  7. Pior avanço na reforma agrária das últimas décadas
  8. Pior aumento de salário mínimo do plano Real
  9. Mentiras e mais mentiras sobre o Mais Médicos
  10. Insegurança jurídica nas mãos do seu ministro da fazenda
  11. E muito mais.
No entanto, o que tem feito a presidente acerca de tudo isso? Vem tentando forjar a imagem de uma mulher dura que perde a ternura jamais ao discursar na ONU contra um de seus maiores parceiros comerciais e brincar com perfis de humor no Twitter. Quando na verdade ela não possui força nem sequer para peitar economias como a da Bolívia e defender (ou respeitar) o trabalho de seus diplomatas.
O que dá para dizer é que, se a solução para reeleger Dilma em 2014 for de fato marketing puro, o marketeiro terá de fazer hora extra. Ou alguém consegue entender o que ela quis dizer neste trecho de seu discurso em Nova York no último 26 de setembro?
Tem uma infraestrutura muito importante para o Brasil, que é também a infraestrutura relacionada ao fato de que nosso país precisa ter um padrão de banda larga compatível com a nossa, e uma infraestrutura de banda larga, tanto backbone como backroll, compatível com a necessidade que nós teremos para entrarmos na economia do conhecimento de termos uma infraestrutura, porque no que se refere a outra condição, que é a educação, eu acho importantíssima a decisão do Congresso Nacional do Brasil em relação aos royalties.

Renan diz que não afastará namorada de Dirceu


Josias de Souza

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não tem a mais remota intenção de desalojar a namoradade José Dirceu, Simone Patrícia Tristão Pereira. Por meio da assessoria, disse que, não sendo chefe direito da personagem, não lhe cabe avaliar se o desempenho dela orna com o salário que recebe: R$ 12.800.
Simone é mesmo namorada de Dirceu, confirma a assessoria do condenado-mor do mensalão. O casal tem uma filha. Mas ele jura que não moveu um dedo para beneficiá-la. Patrícia teria um “histórico de serviços prestados ao Congresso.” Bem que Renan tinha avisado que modernizaria o Senado. Já se vê pus no fim do túnel.

CHARGE DO CÉSAR


Esta charge do César foi feita originalmente para o