sábado, 7 de julho de 2012

CARTA ABERTA AO DR. MARCIO THOMAZ BASTOS


SÁBADO, 7 DE JULHO DE 2012



Giulio Sanmartini (carta enviada por Gil C. Paulo de Almeida)
Todos os acusados tem direto à defesa, este é um princípio democrático que deve ser respeitado Todavia quem o defende deve ter a dignidade de não vender-se. Foi isso que fez o ex-ministro da Justiça (governo Lula) o advogado Marcio Thomaz Bastos, que se vendeu para defender o indiscutível bandido e corruptor  Carlos Augusto de Almeida Ramos, vulgo “Carlinhos Cachoeira”.

Foi asquerosa a forma como o advogado e réu, orientado por ele, mangaram dos membros da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) e de todos os brasileiros de bem.
Thomaz Bastos, mostrou o quão indigno pode ser um advogado ao agir como um relés moleque de recados em prostíbulo.  
Leia abaixo a Carta Aberta, de autoria do também advogado Warley Pimentel (30/5).
“Dr. Marcio,
 Foi com imensa vergonha, tristeza,  decepção e indignação que pude assistir V.Sa. na “CPI do Cachoeira”, fazendo parte da mesa em acompanhamento ao Sr. Carlinhos Cachoeira, seu dileto contratante (?), contraventor, chefe de quadrilha, corruptor de políticos e figura das mais nocivas ao Estado Brasileiro.
O ilustríssimo e integro Dr. Marcio Thomaz Bastos, eminente Advogado, competente Professor, prestigiado Autor, combativo Ministro da JUSTIÇA e referência para todos os profissionais do Direito no País, apequenou-se e rebaixou-se ao nível dos porcos que constituem à rede criminosa de seu dileto cliente e comeu com eles seu farelo .
Como pode o Dr. Bastos atuar como advogado de um facínora, instruindo-o a não cooperar com o próprio Estado Brasileiro,  onde exerceu galhardamente o cargo máximo de MINISTRO (ou falta) de JUSTIÇA ?
E não se trata da obrigação profissional de defender seu cliente, pois o Dr. Bastos sabe muito bem que, na CPI,  a participação do Sr. Cachoeira seria  para complementar a lista de bandidos ainda não investigados e que ainda fazem parte da camarilha de políticos corruptos que se instalou no Poder. Leia a íntegra em:  Ex-Ministro da Justiça tomando banho de Cachoeira…

COMEÇARAM A DEIXAR O NAVIO


SÁBADO, 7 DE JULHO DE 2012

Publicado no blog do Horaciocb


Charge de Roque Sponholz e Texto de Giulio Sanmartini
Uma das características do Partido dos Trabalhadores PT e que o fez um partido forte, foi a estreita  união entre seus filiados. Foi esta que o levou à presidência da República em 2003.
Logo no final desse mesmo ano, surgiu a primeira dissidência séria, que resultou na expulsão, dos deputados Luciana Genro (RS) e João Batista, o Babá (PA), ainda da senadora Heloísa Helena (AL), que por não concordarem com as decisões ditas “neoliberai” do setor econômico do PT, passaram a votar contra as determinações do partido, especialmente não aceitando a nomeação de Henrique Meirelles, para a presidência do Banco Central, pois, segundo eles, o PT prometera tomar outros rumos com relação à economia.
Não aceitaram ir para outros partidos e assim fundaram o Partido Socialismo e liberdade PSOL.
Num vale tudo, para ver quem ficava o dono das benesses e da chave do cofre forte nacional, levou o PT  a ser   um partido fragmentado em várias tendências, muitas vezes antagônicas.
Esse ano as desavenças recrudesceram, na escolha dos candidatos à prefeitura das grandes cidades, esta passou a ser uma prerrogativa de quem está mandando, ignorando-se o sistema de escolha por voto interno.
A coisa começou por São Paulo, onde o ex-presidente  Luiz Inácio Lula da Silva, resolveu lançar seu candidato “in pectore” Fernando Haddad, ignorando os outros pretendentes e principalmente a senadora (PT-SP) Marta Suplicy. Está sentiu o golpe, mas continuou no partido a espera do que vai acontecer. O que não foi o caso do deputado federal Maurício Rands (PT-PE), que sentido-se preterido na escolha pelo partido de Humberto Costa, como candidato a prefeito de Recife, saiu do PT e renunciou ao seu mandato na Câmara.
Maurício não saiu silenciosamente, deixou uma carta bomba atrás de si (3/7):
“Carta ao Povo de Pernambuco
Venho aqui me comunicar diretamente com meus eleitores, companheiros, amigos e com o povo de Pernambuco, em especial com os militantes do Partido dos Trabalhadores – PT, que compartilharam comigo tantas lutas pela democracia e pela construção de uma sociedade melhor.
Nas prévias internas de definição do candidato do PT e da Frente Popular, durante dois meses, participei de intenso debate sobre o Recife e a vida partidária. Interagi com os militantes, na compreensão conjunta de que a melhoria na condição de vida na cidade é um processo de construção coletiva no qual o partido tem grande responsabilidade em servir de exemplo na demonstração de práticas democráticas. Testemunhei todo o engajamento desprendido e consciente de milhares de pessoas nesse nobre debate. Destes militantes, levarei sempre as melhores lembranças e a eles sou profundamente grato. Leia a íntegra em Carta ao Povo de Pernambuco Por Mauricio Rands
A “presidenta” Dilma Roussef, que desde o começo vem governando com dificuldades por deficiências próprias e ingerências do PT, a cada da que passa fica mais isolada.

Ministro admite que governo não estava preparado para fim do fator previdenciário


sáb, 07/07/12


por Gerson Camarotti 

O ministro da Previdência, Garibaldi Alves, admitiu que o governo não estava preparado para discutir o fim do fator previdenciário neste momento. E disse que o mecanismo precisa ser substituído por uma alternativa que não prejudique a Previdência Social. Veja a entrevista concedida ao Jornal das Dez, da Globo News:

Publicado às 12h04

Os milionários da Delta



11:26:43

...

Fonte: Veja.com - Edição Nº 2277 - 07/07/2012

Deserção do general mais bonito do mundo é a maior ameaça a Assad em 17 meses de levante


A deserção do general Manaf Tlass, se confirmada, é a primeira verdadeira ruptura dentro do regime de Bashar al Assad.
Seu pai, Mustafá Tlass, foi ministro da Defesa por 32 anos até 2004. Era o braço direito de Hafez al Assad. O filho cresceu com os irmãos Bashar e Bassil, sendo confidente de ambos. Atualmente, aos 48 anos, se destacava como um dos mais proeminetes comandantes da Guarda Revolucionária.
Sunita moderado, liderou a violenta repressão contra os opositores nos subúrbios de Damasco. Depois chegou a um acordo com as milícias para um cessar-fogo. Outros membros do regime não gostaram, provocando o atrito entre Tlass e as forças leais a Assad, especialmente Maher.
Tlass também é a pessoa mais carismática da Síria. Ninguém discute. Boa pinta, recebia elogios até de Bashar por sua aparência, sendo descrito nas ruas de Damasco e Aleppo como o homem mais bonito do mundo.
Sua figura seria ideal para dar garantias aos setores internos na Síria e também na Rússia de que radicais sunitas da oposição, patrocinados pela Arábia Saudita e o Qatar, não assumiriam o poder. Ele é o típico integrante da elite damascena e alepina e agradaria à Rússia, por ter boas relações com os cristãos, tradicionalmente pró-Assad e protegidos por Moscou, com o meio empresarial e militar – seu irmão Firas é um dos mais bem sucedidos executivos da Síria e está nos Emirados Árabes.
Por outro lado, possui sangue nas mãos. Não é diferente de absolutamente nenhum dos outros integrantes da máquina repressora do regime de Assad. Talvez muitos opositores sejam relutantes em aceitá-lo como líder.

A síndrome da bela adormecida



A ciência estuda a estranha doença que leva as pessoas a dormir por até 30 dias seguidos. Infecções virais e causas genéticas podem estar por trás dos surtos

Monique Oliveira
Assista ao vídeo com a britânica Louise Ball, que é portadora da doença, e confira o diagnóstico, os sintomas e o tratamento :
2012_07_05_ED3_ISTOE_BELAADORMECIDA_site.jpg
 

Chamada.jpg
CAMA 
Os pais da inglesa Louise precisam 
acordá-la para que se alimente
A estudante britânica Louise Ball, 18 anos, pode ficar em um estado profundo de sonolência por até dez dias – quando não dorme seguidamente nesse período. A rotina é acompanhada pelos pais com angústia. Eles só conseguem acordá-la para que coma ou vá ao banheiro. A também inglesa Poppy Shingleton, 25 anos, já passou seu aniversário de 18 anos dormindo e, em outro ano, perdeu o Natal e o Ano-Novo porque estava adormecida. Situação semelhante passa o promotor de vendas paranaense Elizeu Domingues, 22 anos. Ele chegou a dormir por um mês seguido. “Quando acordei, fiquei ainda uma semana tonto. Não lembrava de nada”, conta. 

Os três são portadores da Síndrome de Kleine-Levin (SKL), chamada também de síndrome da Bela Adormecida. A doença é rara e conta com mil casos conhecidos no mundo. Seu diagnóstico é difícil e geralmente é dado quando são descartadas outras hipóteses. “Não há um teste específico e o único dado que podemos assegurar é que a condição não é muito comum”, disse à ISTOÉ Tom Rico, coordenador do Centro de Narcolepsia da Universidade de Stanford (EUA) e um dos porta-vozes da Fundação Kleine-Levin, que ajuda portadores da síndrome em todo o mundo. 

A doença costuma surgir entre o meio e o fim da adolescência e apresenta três sintomas recorrentes: hiperfagia (compulsão por comida), hipersexualidade e hipersônia (sono excessivo). Os doentes também podem ter crises de agressividade. Esses sintomas nem sempre estão presentes em todos os casos. “Realizamos o diagnóstico porque raramente o paciente apresenta os mesmos sintomas quando não está em crise”, explica a neurologista Dalva Poyares, do Instituto do Sono e da Universidade Federal de São Paulo. “Em surto, ele entra em estado psicótico, perde o contato com a realidade.”
SONO-03-IE.jpg
O paranaense Elizeu domingues chegou a dormir por 
um mês inteiro. Quando acordou, não se lembrava de nada
Um estudo da Universidade de Brasília relata o caso de um garoto de 16 anos que chegou à unidade psiquiátrica com diagnóstico de esquizofrenia. A hipersônia, no entanto, não estava muito clara. No texto, os médicos descrevem a dificuldade de se chegar a um diagnóstico, já que o paciente também apresentava insônia, provavelmente deflagrada por estresse, amnésia e delírio persecutório. “O atraso para um diagnóstico como esse pode chegar a quatro anos”, escrevem. “A ausência de um episódio de sono profundo durante um longo período dificulta o diagnóstico correto”, explica Rico.

De fato, é mais comum que as pessoas procurem ajuda quando a hipersônia é diagnosticada. “O sono é um dos sinais mais preocupantes identificados pelos familiares porque a pessoa passa a ter pouco contato com os outros”, explica Dalva. É por isso que a doença é registrada e tratada geralmente em instituições especializadas em distúrbios do sono. Em São Paulo, o Instituto do Sono é uma das instituições procuradas. “Já me deparei com oito casos da doença”, explica Dalva.
sono-02-ie.jpg
Poppy shingleton já passou seu aniversário de 18 anos 
dormindo e perdeu natal e ano-novo porque
ficou adormecida mais de uma semana
 
Não há um tratamento específico. Dependendo dos sintomas, antidepressivos e estimulantes podem ser administrados. A literatura médica indica remissão espontânea da doença em oito anos, com ou sem tratamento. “Não tomo remédios para evitar e hoje me sinto mais preparado para os episódios”, diz Domingues. 

Também a ciência registrou alguns gatilhos que podem deflagrar as crises. No estudo de Brasília, o garoto manifestou as primeiras alterações de comportamento depois de passar por um abalo emocional – a namorada ficou grávida e perdeu o bebê. Já Louise teve o primeiro surto depois de uma gripe forte. Acredita-se que uma disfunção do hipotálamo, estrutura cerebral que regula funções como o sono, a sexualidade e a temperatura do corpo, esteja por trás dos surtos. 

Agora, o que a ciência tenta explicar com estudos mais complexos é por que especificamente essas pessoas desenvolveram a enfermidade. Um estudo da Universidade de Kumamoto, na província de Kumamoto (Japão), publicado recentemente, aponta para causas genéticas. O texto descreve a síndrome em dois irmãos gêmeos monozigóticos (gerados a partir de um único óvulo). Os primeiros sintomas ocorreram na mesma idade e todas as crises foram precedidas de algum episódio viral, como no caso de Louisie. Outras teorias sobre as causas genéticas da doença envolvem populações inteiras. “Há registros de alta prevalência entre a população asquenase (judeus vindos da Europa Central e Oriental)”, diz Tom Rico, de Stanford. 
IEpag68e69_Sono-2.jpg
fotos: Worldwide Features/Barcroft Me; Phil Burner/Caters News/ZUMAPRESS.com

O diabólico Mick Jagger Sedutor, traidor compulsivo, perdulário e nada sentimental - assim é retratado em nova biografia o líder dos Rolling Stones conhecido como sua majestade satânica


N° Edição:  2226 |  06.Jul.12 - 21:00 |  Atualizado em 07.Jul.12 - 17:08

   Revista Isto É


Marcos Diego Nogueira
Conheça, em vídeo, as principais mulheres da vida do roqueiro:
mickjagger2_site.jpg

01.jpg
MITO REVISTO
Jagger em foto da década de 1980: até hoje,
um dos maiores sobreviventes do rock
Aos 23 anos, o roqueiro Mick Jagger já andava preocupado com as rugas que hoje moldam o seu célebre rosto de pop star: “Tenho medo de envelhecer. São poucas as pessoas velhas que são muito felizes. Quando suas mentes param de pensar sobre o presente e o futuro, elas ficam presas ao pas­sado, e acabam muito chatas”. Lida nos dias de hoje, a declaração soa emblemática: quase 50 anos depois, o próprio cantor se desmentiria ao dizer que sobrevive ao rock and roll com a “ajuda da tecnologia”. Antecipando as comemorações de seus 70 anos, em 2013, sai no Brasil “Jagger, A Biografia” (Benvirá), livro do renomado biógrafo americano Marc Spitz - que já escreveu sobre outro mito da música pop, David Bowie – no qual se desenha a outra face do homem que é definido pelo autor como “a menos sentimental 
de todas as estrelas do rock”. 

Falar de Mick Jagger sem tocar no seu parceiro de banda Keith Richards é como descrever Caim sem lembrar de Abel. Dessa forma, Spitz deixa claro que não difamará Richards – o preferido dos stonianos – para enaltecer seu biografado. Ele mostra como Jagger cunhou em torno de si o mito de bad boy e astro diabólico, ao cobiçar a mulher do melhor amigo ao mesmo tempo em que, por exemplo, autorizou que uma música de sua autoria que faz ode à heroína, fosse usada em um comercial de refrigerantes. Não à toa, o autor detalha com ironia a polêmica nomeação do roqueiro, apelidado de Brenda, como cavaleiro do Império Britânico, em 2003, e a polarização de opiniões que o fato desencadeou na Inglaterra. “Ele não foi o primeiro roqueiro a receber a honraria, mas certamente foi o mais rústico”. Sabe-se que, mesmo nesse quesito, a rivalidade entre Beatles e Stones sempre pintou com as piores tintas as chamadas “majestades satânicas”.
03.jpg
RIVAIS
Keith Richards (à esq.) teve a sua mulher roubada
pelo parceiro musical: relação de amor e ódio
Pelas páginas do livro se depreende logo que Jagger fez o diabo. A começar por sua relação com as mulheres. Considerada a sua primeira musa, a cantora e atriz Marianne Faithfull estava grávida da filha Corinna quando explodiu nos tablóides no outono de 1968 a notícia de que o marido estava tendo um caso com Anita Pallenberg, justamente a mulher de Keith Richards. Mesmo assim, tudo parece continuar bem para nosso herói. Don Juan inventerado do show biz, ele teve até uma relação duradoura com a atriz americana Jerry Hall, que se iniciou em 1977 e sobreviveu a inúmeros casos de infidelidade – entre as beldades aparece a ex-primeira dama francesa Carla Bruni. O casamento com a classuda Jerry terminou 22 anos depois, justamente quando Jagger teve um filho com a brasileira Luciana Gimenez – ela também estava grávida de um menino. Para ilustrar esse momento, Spitz lembra um trecho da música “Waiting on a Friend” em que o vocalista dos Stones declara que “fazer amor e destruir corações é um jogo para os jovens”. O autor alfineta: “É provável que isso seja uma das coisas que o mantiveram jovem”. 

O Brasil é cenário de uma curiosa passagem do livro, quando Jagger e Jerry Hall filmariam o vídeo clipe da música “Half a Loaf” no Rio de Janeiro, em 1985: “Dezenas de dançarinos, toneladas de luzes e de equipamentos e horas de filmagem para... bem, não se sabe exatamente para quê”. O vídeo musical acabou não saindo e, além de ilustrar o lado perdulário do roqueiro, mostra até que ponto ele se arrisca em suas aventuras. “Jagger foi enrolado por uns travestis brasileiros e terminou fugindo escondido na traseira de um caminhão”, conta Spitz.
02.jpg
Se o músico é retratado como um inconseqüente que rema conforme a maré do prazer, algumas passagens evidenciam um admirável poder de enlouquecer os amigos à sua volta. Um deles foi o escritor Truman Capote. A ideia de ser o assunto de uma reportagem escrita pelo autor de “A Sangue Frio” poderia representar uma armadilha para um astro cheio de idiossincrasias como ele. Convidado a acompanhar os Stones durante a sua turnê americana de 1972, Capote, vinte anos mais velho que os roqueiros, entediou-se com a rotina de festas em andares inteiros de hotéis regadas a “um suprimento infinito de cocaína farmacêutica”. Caiu em depressão. Mais tarde, referiu-se a Jagger no programa de Johnny Carson como “tão sexy quanto um sapo fazendo xixi”. Com Andy Warhol, amigo pessoal do vocalista, ele foi mais ameno. Chamou-o não de cantor, mas sim de ator: “Um dos mais completos que eu já conheci”.
04.jpg
DE A a Z
Livro vai da infância numa família de classe
média ao título de cavaleiro da coroa britânica
05.jpg
Fotos: Michael Putland/Getty Images; Keystone/Hulton Archive/Getty Images; Johnny Boylan/Rex Featur MACARENA LOBOS/AG.O DIA

Começa a aparecer uma herança maldita… de Lula


07/07/2012
 às 16:03 \ Política & Cia
Ricardo Setti - Revista Veja


lula-e-fhc
Lula inventou uma "herança maldita" que teria recebido de FHC. Agora, começa a aparecer uma herança maldita novinha em folha -- a dele (Foto: Dedoc / Editora Abril)
Reproduzo nota publicada no blog Política & Economia na Real, do jornalista José Márcio Mendonça e do economista Francisco Petros.

A nova herança maldita – capítulo I
Semanas atrás informávamos que nos bastidores oficiais de Brasília já se começava a rosnar sobre certa “herança maldita” – uma “nova”, é claro, distinta daquela que Lula atribuía ao ex-presidente FHC sempre que alguma dificuldade aparecia a sua frente em seus oito anos de Palácio do Planalto.
Agora, já não muito discretamente, esta nova herança começa a ser explicitada. O primeiro foco foi a Petrobras, com a revisão de seus planos de investimentos para os próximos cinco anos. Cortando daqui e dali, a presidente da empresa, Graça Foster, disse, sem citar seu antecessor, José Sergio Gabrielli, que as metas anteriores eram irrealistas, que projetos eram aprovados a esmo, sem estarem prontos e daí por diante.
Graça e sua comandante no Palácio do Planalto estão jogando para o alto facas para que estão caindo em suas próprias cabeças : Lula era o presidente dessa fase de irrealismo, mas Dilma foi ministra das Minas e Energia e, portanto, chefe da Petrobras durante uma parte desse período. Durante todo o mandato de Lula, foi presidente do Conselho de Administração da empresa, só sendo substituída por Guido Mantega quando saiu para se candidatar à Presidência da República. [Sem contar sua responsabilidade como principal ministra do governo, ao comanda a Casa Civil de 2005 a 2010.]
jose-sergio-gabrielli
Por que só Gabrielli paga toda a responsabilidade? (Foto: Petrobras)
Por que só Gabrielli paga toda a responsabilidade por uma gestão de claro viés político na maior estatal brasileira ?

E por falar em política
A revisão feita nos investimentos da Petrobras gerou sérios ruídos políticos com aliados preferenciais e complicados de Dilma: a suspensão da construção das refinarias do Ceará e do Maranhão, dois compromissos político-eleitorais de Lula, acendeu a irritação dos suscetíveis e agressivos irmãos Gomes – Ciro e Cid [do PSB]- e o discreto (nas reações), porém não menos agressivo quando se trata de defender seus feudos, senador José Sarney (PMDB-AP).
Sobrou para Lobão aplacar a irritação dos irmãos Cid e Ciro Gomes
Aplacar a irritação dos irmãos Cid e Ciro Gomes sobrou para o ministro Edison Lobão
Sobrou para o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, tourear as feras.
Logo ele, Lobão, que de sua pasta é sempre um dos últimos a saber das coisas.

A nova herança maldita – capítulo II
Há muitas outras línguas coçando em Brasília, além das da Petrobras vindas diretamente do Ro de Janeiro. Das mais inquietas é a área educacional. Mas que está forçada a sofrer calada para não prejudicar o candidato-delfim à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.
Mesmo assim, possivelmente como reflexo da greve dos professores universitários, que além de reivindicarem um plano de carreira, propugnam também por melhores condições de trabalho, a presidente Dilma baixou um decreto, pouco comentado esta semana, tornando mais rígidas as regras para aberturas de novas universidades públicas federais : “A implantação de novas unidades de ensino e o provimento dos respectivos cargos e funções gratificadas dependerá da existência de instalações adequadas e de recursos financeiros necessários ao seu funcionamento”.
Alunos colocam faixas durante ocupação na Unifesp de Guarulhos; situação é precária (Foto: Joel Silva/Folhapress)
Decreto: universidade federal nova não pode estar em pandarecos, como esta, na Grande São Paulo (Foto: Joel Silva/Folhapress)
Um dos orgulhos da dupla Dilma-Haddad é exatamente a criação de uma série de novas escolas federais. Em tempo : essas histórias sobre a nova herança maldita terão ainda muitos capítulos.

Exclusivo (Revista Veja) - Como o goleiro Bruno atraiu Eliza Samudio para a morte



Informações inéditas obtidas por VEJA desvendam a trama montada pelo ex-jogador e seus comparsas para eliminar a amante

Leslie Leitão
PLANO B - Na carta interceptada, Bruno convoca o comparsa Macarrão a “ficar aqui” e livrá-lo da condenação pela morte de Eliza: três vezes “Me perdoe”
  PLANO B - Na carta interceptada, Bruno convoca o comparsa Macarrão a “ficar aqui” e livrá-lo da condenação pela morte de Eliza: três vezes “Me perdoe” (Alex de Jesus/O Tempo: Mercelo Theobald/Extra/Ag. Globo)
Nunca houve dúvida de que Eliza Samudio, a jovem que teve um filho com o goleiro Bruno Fernandes, foi vítima de um enredo de barbáries que culminou em sua morte, em 10 de junho de 2010, na casa de um matador contratado pelos comparsas do então ídolo do Flamengo. Mas faltavam peças essenciais da trama, que a Polícia Civil de Minas Gerais desvendou em um inquérito de 8 500 páginas a que VEJA teve acesso. É revelador. Ali estão detalhes técnicos, científicos e testemunhais que mostram a articulação de Bruno e seu bando para atrair, sequestrar, matar e dar sumiço ao corpo da incômoda amante. Agora está claro que a caçada a Eliza foi planejada. Ela durou pelo menos cinco meses. “Espantam a frieza e a determinação do grupo para eliminar essa moça”, diz a delegada Alessandra Wilke, à frente da investigação. Paralelamente, VEJA obteve uma série de novas evidências, exclusivas, que contribuem para fechar ainda mais o anel em torno dos responsáveis. Em Minas, conversou com o homem que apresentou Bruno e seu séquito ao matador, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola. Ouviu ainda de pessoas próximas ao grupo do goleiro que Eliza tinha em seu poder um vídeo comprometedor que ameaçava divulgar e que teria efeito devastador sobre a reputação de Bruno. E obteve uma carta, interceptada por um agente penitenciário, em que o goleiro escreve – de sua cela no presídio de Nelson Hungria, na Grande Belo Horizonte, no qual completa neste dia 7 de julho dois anos de permanência – o que nunca falou.
Fabiano Rocha/Ag. Globo
AMOR VERDADEIRO - Macarrão, o fiel escudeiro: peça fundamental do plano para tirar de uma vez por todas Eliza do caminho de Bruno, o seu “Tigrão”, a quem dedicou uma tatuagem horas antes de sequestrá-la na frente de um hotel na Barra da Tijuca
AMOR VERDADEIRO - Macarrão, o fiel escudeiro: peça fundamental do plano para tirar de uma vez por todas Eliza do caminho de Bruno, o seu “Tigrão”, a quem dedicou uma tatuagem horas antes de sequestrá-la na frente de um hotel na Barra da Tijuca
Endereçada a seu fiel escudeiro Luiz Henrique Romão, o Macarrão (“meu querido irmão”), a carta revela o mesmo Bruno que negava ter estado com Eliza na ocasião de seu sumiço pedindo ao amigo que assuma toda a responsabilidade em seu lugar. É o que chama de “plano B” – o A era simplesmente negar o óbvio, a existência do crime, o que ele próprio já não acha viável, “diante das investigações”. “Eu sinceramente nunca pediria isso para você, mas hoje não temos que pensar em nós somente. Temos uma grande responsabilidade que são nossas crianças”, diz o goleiro. “Você me disse que se precisasse você ficaria aqui e que era para eu nunca te abandonar. Então, irmão, chegou a hora”, acrescenta. E pede perdão – três vezes. Encerra a carta que Macarrão jamais recebeu com a assinatura (comprovada por dois peritos) que, por quase quatro anos, estampou o uniforme de jogador número 1 do Flamengo. Lançar a culpa em Macarrão e alegar que não sabia de nada é a estratégia atual de Bruno para se livrar das acusações de sequestro e assassinato que pesam sobre ele. O advogado do goleiro confirma a tática: “Falei com ele: não adianta ficar negando que essa jovem morreu. Todos têm culpa nesse caso, menos o Bruno, que é inocente, o bobo da corte. O problema dele foi ter o Macarrão como secretário”, diz Rui Pimenta, renomado criminalista de Minas Gerais. Macarrão ainda não se pronunciou sobre esse assunto. As informações que agora vêm à tona, no entanto, não deixam dúvida sobre o papel do goleiro nesse enredo de brutalidades no qual esteve presente do começo ao fim.
A memória do computador apreendido no apartamento da Zona Leste de São Paulo onde Eliza estava morando nos meses que antecederam sua morte é decisiva para destrinchar a teia criminosa. Entre 9 de novembro de 2009 e 7 de maio de 2010 – 35 dias antes de morrer –, ela trocou centenas de mensagens por MSN com amigos. O caso de Eliza com Bruno (que era casado e tinha noiva e uma amante fixa) veio à tona em outubro de 2009, quando ele e Macarrão a procuraram, espancaram, encostaram uma arma em sua cabeça e lhe deram à força um abortivo que não funcionou. Grávida de um filho que dizia ser do goleiro, Eliza denunciou a agressão e, com medo da reação de Bruno, refugiou-se na casa de amigos, sem revelar seu paradeiro. O temor de ser encontrada fica evidente nas conversas, nas quais ela insiste que “Bruno é maluco” e que à “terra do Bruno vou só com passagem de ida. Vão me matar lá”. A partir de janeiro de 2010, um mês antes de o bebê nascer, amigos do goleiro (nunca ele mesmo), sempre por MSN, começaram a pedir a Eliza seu endereço e a tentar atraí-la de volta ao Rio. “O objetivo deles, o tempo todo, era matá-la”, reforça o então diretor do Departamento de Investigações de Minas Gerais, delegado Edson Moreira. Três pessoas ligadas a Bruno e ouvidas por VEJA relatam que Macarrão e outro homem chegaram a ir atrás de Eliza em Santos, pois tinham informações de que ela estaria lá. “O Bruno fala que Macarrão lhe contou que precisava ir a São Paulo para resolver alguns problemas, mas não especificou do que se tratava”, diz o advogado Pimenta. Por fim, Eliza foi vencida pela promessa de um apartamento mobiliado e pela exibição de um contrato em que Bruno se comprometia a fazer exame de DNA e a pagar pensão de 3.500 reais. Chegou ao Rio com o bebê em maio de 2010 e se instalou em um hotel (bancado por Bruno) na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, próximo à casa do goleiro. Trazia na manga, ao que tudo indica, uma arma poderosa e um forte motivo para o atleta querer eliminá-la – além do desejo de se livrar de alguém que havia feito dele motivo de chacota entre os colegas de gramado, por tê-lo supostamente engambelado ao engravidar, e que insistia em tirar dele dinheiro e conforto.
Pessoas próximas a Bruno falaram a VEJA sobre a existência de um vídeo gravado por Eliza em seu celular com as cenas de uma orgia envolvendo ela própria, Bruno e Macarrão. Esse celular jamais foi encontrado. A mudança de tom nas mensagens de Eliza pouco antes de chegar ao Rio reforça a suspeita de que ela tinha em seu poder um trunfo que assombrava Bruno: em vez de se sentir ameaçada, agora era ela quem fazia amea-ças (“Não sei o que fazer, viu? Estou me contendo. Vou desestabilizar o Fla”, escreveu ao jogador Rodrigo Alvim, então colega de time de Bruno). No dia 4 de junho de 2010, Eliza e o bebê foram sequestrados na porta do hotel por Macarrão e Jorge Luiz Rosa, primo do goleiro, na época menor de idade. Foi nos depoimentos desse primo que a polícia alinhavou a maior parte do roteiro que se segue. No carro, ferida por coronhadas na cabeça, Eliza foi levada para a casa de Bruno. A portaria do condomínio foi instruída pelo próprio goleiro a não deixar ninguém entrar, com exceção de uma pessoa: Fernanda Gomes de Castro, também sua amante, convocada para cuidar do bebê -- o que reforça a ideia de que os passos seguintes já estavam planejados. Detalhe: VEJA apurou que foi nesse dia, mais precisamente cinco horas antes do sequestro (e não meses antes, como afirmava), que Macarrão fez a famosa tatuagem “Bruno e Ma-ka, a amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir, amor verdadeiro”. No dia seguinte, o Flamengo jogou com o Goiás no Maracanã (perdeu de 2 a 1); do vestiário, Bruno ligou quatro vezes para Macarrão, demonstrando estar atento à situação em casa. Duas horas depois do jogo, partiram todos para o sítio do goleiro em Esmeraldas, Minas Gerais – Bruno, o bebê e Fernanda num carro que ele próprio tomou emprestado de um amigo (sem GPS); Macarrão, Jorge Luiz e Eliza, sempre apanhando, no Land Rover do goleiro. No caminho, pararam em um motel, onde se hospedaram em quartos separados. Nos depoimentos, sustentaram a imaginosa versão de que um não sabia da presença do outro, embora Bruno tenha pago a conta inteira: 431 reais.
José Patrício/AE
VENDE-SE - O sítio de onde Eliza saiu para a morte: ninguém se interessou por comprar a propriedade de Bruno. Ali, enquanto a amante ficava trancada em um quarto, o goleiro oferecia um churrasco no quintal, local em que, dois dias depois, queimaria as roupas da moça
VENDE-SE - O sítio de onde Eliza saiu para a morte: ninguém se interessou por comprar a propriedade de Bruno. Ali, enquanto a amante ficava trancada em um quarto, o goleiro oferecia um churrasco no quintal, local em que, dois dias depois, queimaria as roupas da moça
Nesse ponto, entra em cena a figura-chave que se manteve por todo esse tempo à sombra do enredo: José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, então policial na ativa que conhecera Bruno e Macarrão dois anos antes. Foi Zezé quem apresentou ao grupo um matador conhecido na região, o ex-policial Bola -- o que ele admitiu no inquérito e repetiu a VEJA. Justificou-se: o filho de Bola queria ser jogador de futebol. Do motel, Macarrão e Zezé se falaram 23 vezes por telefone; a certa altura, as antenas dos celulares mostram que os dois estavam pertíssimo um do outro e que no quarto 25, de Macarrão, alguém autorizou a entrada de um visitante, que lá permaneceu quarenta minutos. Mas a polícia não conseguiu comprovar um encontro de Zezé com Macarrão ou Bruno. “Eu estava caminhando naquela região”, disse Zezé a VEJA. “Temos a convicção de que ele participou de tudo, mas não conseguimos provar”, diz o delegado Moreira. Os dois grupos seguiram viagem até o sítio do goleiro. Chegando lá, Eliza e o bebê foram trancados num quarto, onde a polícia depois detectou vestígios de sangue no chão. Despreocupado, Bruno organizou um churrasco para cerca de trinta pessoas no quintal do imóvel -- na ocasião os convidados não tinham permissão de entrar na casa, restringindo-se à área do jardim. Nesse churrasco, Cleiton Gonçalves, amigo do goleiro com passagens pela polícia, quis ir ao banheiro, foi impedido e acabou avisado do cativeiro. À polícia, ele disse que percebeu as intenções do grupo e aconselhou o goleiro: “Não mata ela, não”. Ao que Bruno respondeu: “Já fiz m..., agora vou resolver”.
Na noite de 10 de junho de 2010, Macarrão telefonou para Bola. Em seguida, pôs Eliza e o bebê no carro, e, acompanhado de Jorge Luiz, dirigiram-se a um ponto onde encontraram o ex-policial, de moto. Seguiram-no até a casa do matador. Ali, diante dos dois, Bola asfixiou Eliza e carregou seu corpo para outro cômodo. De lá saiu com um saco que disse conter pedaços do corpo da moça e atirou tudo a seus cães rottweiler. Agora está claro para a polícia: era fingimento – ele só queria aterrorizar as testemunhas. Os detalhes sobre os derradeiros momentos de Eliza constam dos depoimentos de Jorge Luiz, que reforçou a veracidade do relato 1) fazendo uma descrição minuciosa do interior da casa e 2) do próprio matador, apontando até uma falha em seu dente que ele tentou disfarçar, dizendo ter sido um acidente com as algemas, mas que foi confirmada pela perícia. Macarrão e Jorge Luiz foram embora com o bebê. Bruno se encarregou de atear fogo à mala de roupas de Eliza em seu sítio. Às 23 horas, todos (menos o bebê, que foi entregue aos caseiros) voltaram para o Rio de Janeiro. O corpo da amante do goleiro nunca foi achado.
O sítio no condomínio Turmalinas, palco do horror vivido por Eliza, está à venda há mais de um ano, sem atrair compradores. Aguardando o julgamento, que deve ficar para 2013, Bruno, hoje com 27 anos, vive numa cela de 6 metros quadrados com chuveiro de água fria, pia e vaso sanitário. Tem TV e rádio, levados por parentes, e uma Bíblia, que lê todo dia. Está sozinho desde abril do ano passado, quando, por determinação judicial, deixou de dividir o local com Macarrão. É considerado um preso de comportamento tranquilo. Por duas horas diárias, aproveita o banho de sol para treinar sozinho, com bola, meia alta e caneleira. De segunda a sexta, trabalha no presídio como faxineiro. Ganha salário de 466 reais. Recebe visitas regulares da avó paterna e de Ingrid Calheiros, sua noiva, com direito a um encontro íntimo por mês. De vez em quando, Macarrão lhe manda o que seu advogado descreve como “cartas de amor”, nas quais é chamado de “Tigrão”. Bruno não responde a elas.
Pedro Silveira/O Tempo/Folhapress e Cristiano Trad/AE
EM CENA - Um executou, o outro assistiu: os depoimentos de Jorge Luiz (de rosto coberto, por ser menor de idade na época), primo de Bruno que assistiu ao assassinato, incriminaram o ex-policial Bola, matador de aluguel que asfixiou Eliza na sua própria casa
  EM CENA - Um executou, o outro assistiu: os depoimentos de Jorge Luiz (de rosto coberto, por ser menor de idade na época), primo de Bruno que assistiu ao assassinato, incriminaram o ex-policial Bola, matador de aluguel que asfixiou Eliza na sua própria casa
Com reportagem de Marcelo Sperandio 

Anti-marketing - Ronaldinho Gaúcho perde contrato de publicidade milionario



A imagem que irritou a Coca Cola
A Coca Cola decidiu encerrar o contrato de publicidade de Ronaldinho Gaúcho que lhe renderia 1,5 milhão de reais por ano até 2014.
A gota d’água foi a entrevista de apresentação do jogador ao Atlético Mineiro com duas latinhas de Pepsi na mesa.
Por Lauro Jardim

Aquele outubro - Miriam Leitão


Enviado por Míriam Leitão e Valéria Maniero - 
7.7.2012
 | 
9h00m
COLUNA NO GLOBO


Nos dias que antecederam a prisão de Vladimir Herzog, houve uma série de outras prisões de jornalistas. Era uma ofensiva de intimidação. Herzog foi o décimo segundo a ser preso. Quem conta é Audálio Dantas que, à época, era presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Por que em pleno governo Dilma o Brasil informa a uma corte internacional que não pode investigar os responsáveis pelo crime?
O procurador regional da República em São Paulo Marlon Weichert diz que há um conflito entre o que entende o Supremo Tribunal Federal e os tribunais internacionais.
— A Corte Interamericana de Direitos Humanos acha que não se pode aplicar leis, como a de anistia, nos crimes de execução sumária, prisões ilegais, sequestros, crimes sexuais, nessas graves violações de direitos humanos. O Brasil é integrante dessa Corte, por um ato soberano e, por isso, tem a obrigação de conciliar as duas interpretações — diz o procurador.
O caso Herzog é emblemático por tudo o que se sabe dele, mas também por ser um exemplo de como o Estado brasileiro, governo após governo, deixa-se aprisionar nas mesmas armadilhas da paralisia. O Brasil está no sexto presidente civil, Herzog foi assassinado há 37 anos e ainda hoje está escrito em sua certidão de óbito “suicídio”, a versão dos assassinos.
— O que a família exige do governo, ao menos, é que dê outro atestado de óbito. Isso o governo brasileiro tem o dever de fazer — afirma Audálio.
Entrevistei Audálio e Weichert na Globonews num programa sobre o caso Herzog e a Justiça de Transição, nome dado às soluções jurídicas para os dilemas pós-período autoritário.
O governo de Dilma informou à Corte Interamericana que não poderia investigar o caso Herzog, por causa da Lei de Anistia. O procurador acha que há aí um erro jurídico.
— Eu, como cidadão e como jurista, fico impressionado que se dê uma resposta dessas. O Direito Internacional desde Nuremberg, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, entende que crimes dessa natureza não podem ser perdoados por leis internas. Qualquer que seja seu nome, é lei de impunidade. Se o Brasil não investigar e punir esses crimes, vai continuar recebendo condenações internacionais e vai permitir que esses crimes sejam julgados pela justiça de outros países, o que seria, convenhamos,uma vergonha — disse Weichert.
Aquele outubro de 1975 começou — conta Audálio — com uma série de prisões e sequestros de jornalistas iniciada no dia 5, no Rio, com o jornalista Sérgio Gomes da Silva.
— Vlado foi o décimo segundo da escalada. Uma parte da repressão estava convencida de que a imprensa estava dominada por comunistas. Os policiais chegaram no dia 24, à noite, na TV Cultura e houve uma negociação dos colegas e da direção com os policiais para que o deixasse pôr o jornal no ar. No dia seguinte, sábado, 25 de outubro, Vlado se apresentou, como combinado, às 8h da manhã, para prestar esclarecimentos. Às 5h da tarde, estava morto sob tortura — lembra Audálio.
Audálio escreveu um livro que será lançado em outubro pela Civilização Brasileira chamado “A segunda guerra de Vlado Herzog”, com o relato desses dramáticos momentos.
— Há testemunhas auditivas das torturas sofridas por Herzog, os jornalistas Rodolfo Konder e Duque Estrada. Eles foram chamados para acareação com Vlado — conta Audálio.
Diante do comunicado do II Exército sobre a morte de Herzog, o Sindicato dos Jornalistas soltou uma nota responsabilizando o Estado pela vida dos que estão sob a sua guarda e convocando todos para o funeral no dia seguinte. Isso impediu que ele fosse enterrado às pressas, como era comum naquele tempo.
— A reação da sociedade foi uma espécie de grito inicial. Ele foi o primeiro preso assassinado dentro de uma prisão e a não ser sepultado em silêncio. No dia 31, foi feito na Sé o ato ecumênico para o qual compareceram 8 mil pessoas. Não couberam na catedral. Isso apesar de o coronel Erasmo Dias, secretário de Segurança na época, ter montado 383 barreiras policiais em todas as grandes vias de acesso para impedir a passagem de pessoas. Foi o ato mais importante desde a decretação do AI-5. Ali, a ditadura começou a cair — relatou Audálio.
Tudo é tão mal resolvido nesta questão no Brasil, que Audálio encontrou resistências, no ano passado, na procura de dados para escrever o livro.
— Eu busquei no Arquivo Nacional os documentos do SNI sobre o Herzog. A diretora do arquivo me pediu por escrito o atestado de óbito de Vladimir Herzog. Eu perguntei: qual? Aquele baseado no laudo do legista Harry Shibata, da ditadura? Tive que ir ao ministro José Eduardo Cardoso para ter acesso aos dados e constatei que houve um apagão sobre Vlado. Há apenas relatos posteriores sintetizados. Quem retirou esses documentos? — pergunta.
A luta contra a ditadura era a segunda guerra enfrentada por Herzog. A primeira, enfrentou na infância: contra o nazismo, por ser judeu. Sua família fugiu da Iugoslávia quando ele tinha 4 anos.
— Enquanto não há investigação, as famílias ficam sem o direito de saber as circunstâncias em que seus entes queridos morreram. Conhecer a história é um direito básico das vítimas e da sociedade — disse o procurador.

CPI do Cachoeira: Desmoralização institucional do Congresso


7.7.2012
 | 11h55m
POLÍTICA


Não há desserviço pior para a democracia que a desmoralização de suas instituições. A CPI, que, no passado recente, serviu de instrumento para o impeachment de um presidente da República e para a cassação de parlamentares corruptos, é hoje palco de espetáculos políticos.
A política do espetáculo não passa disto: um jogo de cena, em que nada é para valer, mas que transmite ao espectador desinformado – a maioria - a ideia de que algo de importante está em jogo, sobretudo quando não está.
Esta semana, a CPI do Cachoeira, depois de resistir durante seguidas sessões em convocar o presidente da Delta, Fernando Cavendish, detentor da maioria das obras do PAC e suspeito (vá lá) de estar atrelado ao esquema do contraventor, decidiu intimá-lo. Aparentemente, um gesto de rigor e isenção.
No duro, porém, um engodo. Outro. No mesmo dia em que a CPI aprovou a convocação de Cavendish, adotou, paralelamente, uma regrinha que autoriza o depoente que não quiser falar – e dispuser para tanto do aval do Supremo Tribunal Federal - a se retirar do recinto sem ser incomodado por ninguém.
Ou seja, Cavendish, que apelará à mesma regra que permitiu que Cachoeira zombasse em silêncio da CPI, será poupado de ouvir impropérios e perguntas incômodas.
Apenas comunicará, por meio de seu advogado, que está sob a proteção da Constituição, que lhe garante o direito de não produzir provas contra si mesmo. Feito isso, agradecerá o convite – que, na verdade, é uma intimação – e se retirará. Em silêncio.
Nesses termos, para quê CPI, se ao intimado nem mesmo é imposto o desconforto de ter de dizer que permanecerá em silêncio, de ouvir perguntas que lhe mostram em que grau de suspeitas está envolvido? O mais grave, porém, é o ilusionismo.
O eleitor, que não articula as duas informações, pois só teve conhecimento de uma – a da convocação -, supõe que a maioria, enfim, admitiu, pondo de lado seus interesses partidários, a importância do depoimento daquele personagem para as investigações. Honesta maioria, imaginará.
Passará, então, a respeitá-la, sem perceber a trapaça de que é vítima. Ao se dar conta, em algum momento, agravará sua frustração – com as CPIs, com o Congresso, com a democracia.
A partir daí, passará a ser menos inflexível – ou mesmo simpático – ao discurso autoritário, concluindo que a ditadura, apesar de todos os pesares, é menos permeável à corrupção (o que, sabemos, não é verdade) – e mais funcional.
Nenhum governo desmoralizou mais as instituições que os do PT. Nenhum dos três Poderes foi poupado. O Mensalão tingiu de lama Executivo e Legislativo, numa manobra sem precedentes na já de si tão depreciada história da República brasileira.
Tão grave – ou mais ainda – que o Mensalão é a tentativa de negá-lo, como lembrou recentemente o ex-procurador Geral da República, Antonio Fernando de Souza, que encaminhou a denúncia ao STF, classificando seus mentores de “organização criminosa”.
Pois nessa tentativa estão envolvidos o ex-presidente Lula, o ex-deputado e ex-ministro José Dirceu e diversos outros próceres da República. Nem percebem – ou fingem não perceber – que, ao fazê-lo, estão incriminando as instituições responsáveis pela condução do processo: o Ministério Público, que encaminhou a denúncia, e o STF, que a aceitou.
Lula, não satisfeito em negar o Mensalão, sustentando o disparate de que não passou de uma tentativa de golpe de Estado – não obstante ter pedido desculpas por ele -, ainda se deu o direito de pressionar juízes do STF para tentar adiar o julgamento.
Nem mesmo o Itamaraty, instituição de Estado que nem mesmo o regime militar profanou, foi poupado. Tornou-se um instrumento a serviço do PT e do Foro de São Paulo, intervindo em questões internas de países vizinhos não alinhados ideologicamente com o governo, como ocorreu antes em Honduras e agora no Paraguai.
Em meio a tal reboliço, a imprensa, claro, não poderia escapar. É, ao contrário, alvo predileto dessa ação predadora, desde o início. Uma vez amordaçada, como pretende o plano de comunicação do PT, nada mais obstará a política de terra arrasada em curso.

Ruy Fabiano é jornalista