O que mais vejo nas redes sociais são manifestações religiosas ou manifestações contra essas manifestações.
Parece que as pessoas não levam mais a sério o sábio pensamento que “religião e futebol não se discutem”.
E essa discussão, de fato, não deve acontecer, porque não levará a nenhuma conclusão. No fundo, não há muita diferença entre o religioso e o ateu.
Ambos são egocêntricos, arrogantes e atacam um ao outro para esconderem essas mazelas.
Afinal, é sempre mais fácil culpar o outro pelos problemas do mundo. Enquanto o religioso acredita que tudo de ruim acontece por falta de Deus no coração das pessoas ou, talvez, porque o fim do mundo está próximo, o ateu prefere acreditar que tudo é culpa da falta de inteligência das outras pessoas, pois, ninguém pode ser mais inteligente que um ateu.
A seguir listei alguns tópicos que mostram a semelhança paradoxal entre esses dois sujeitos:
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O religioso
É um chato que fica aproveita todo assunto para falar de Deus.
Não há mérito ou demérito, apenas vontade divina.
Está sempre disposto a retirar alguém da vida mundana e mostrar-lhe a verdade que há na sua igreja.
Não consegue aceitar outra forma de pensar que não seja aquela determinada pelo líder do seu rebanho.
Fica extremamente nervoso quando lhe dizem que não aceita outras formas de pensamento.
Ajuda o próximo para se sentir bem e conquistar um lugar para sua alma no céu.
É contra julgar os outros, porém, acredita num julgamento final onde haverá separação entre os certos e os errados.
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O ateu
É outro chato de carteirinha. Em toda conversa ele faz referência sobre a ingenuidade dos religiosos.
Nunca é culpado de nada. O mundo está do jeito que está por causa da ingenuidade dos religiosos.
Reclama da lavagem cerebral feita nas igrejas, porém, acharia muito bom se conseguisse converter alguém ao ateísmo.
Prega que cada um é livre para pensar e agir como quiser, entretanto, tira sarro dos religiosos por não pensarem como ele.
Ajuda o próximo. Mas, é só para mostrar que caridade não é uma exclusividade dos religiosos.
Sentem-se vítimas, porém, na primeira oportunidade atacam com palavras pesadas alguma religião.
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Assim seguem suas vidas atacando um ao outro e defendendo ferrenhamente suas causas santas, ou não.
Os religiosos procurando as mensagens subliminares nos desenhos infantis que levam o demônio para dentro de suas casas, enquanto, os ateus vão lutando por coisas significativas para a sociedade, como por exemplo, tirar a frases das cédulas do nosso dinheiro.
E eu? Bem, ao contrário do que me ensinaram na infância, hoje eu prefiro ser morno. Não quero defender nenhum desses “ísmos” aí. Caminho em uma via neutra entre os dois universos.
E se for para defender algum “ísmo”, que seja o humanismo.
Prefiro acreditar no Cristo humano, pois, assim como outros grandes líderes da humanidade, consigo me inspirar e colocar em prática alguns dos seus ensinamentos.
Quando se santifica algo e o coloca num altar, é como se aquilo fosse inacessível. E acho que isso estimula a falta de atitudes positivas de religiosos. Já cansei de ouvir como desculpa pessoas falando: “ah, mas é por isso que ele é filho de Deus, eu sou humano e erro mesmo”.
Concordo plenamente que o erro é humano, porém, temos muitos exemplos humanos que nos fazem evitar alguns erros e nos incentivam a fazer coisas boas. Jesus Cristo é um desses.
Eu quero ser o cara que não joga a pedra na prostituta porque não se deve jogar pedras em prostituas. E não porque, no alto da minha santidade, tenho piedade de quem está no submundo da promiscuidade.
Seguir o Jesus que deixaria a puta ser puta, se essa fosse a vontade dela, é bem mais coerente do que seguir alguém que acha que na vida há apenas um caminho certo. Alguém que logo depois de te ajudar, te chama para conhecer a sua igreja.
Algumas pessoas não entendem que a maior ajuda que se pode dar para o outro é aceita-lo da forma que ele é e sem segundas intenções de convertê-lo futuramente.
Ateus e religiosos estão bem mais preocupados em mostrar o que são para a sociedade do que, realmente, fazer algo de útil para ela. Eles precisam, diariamente, de alimento para oego. Não basta enxergarem no espelho que são pessoas castas ou que são inteligentes. É precisam que lhes digam isso.
Ingenuidade de ambos. Afinal, é enquanto seu comportamento ficar condicionado a aprovação dos outros, você será infeliz. Na vida não há certo ou errado, apenas atos e consequências. Coisas boas e coisas ruins.
Filosofias de vida não podem ser classificadas como certas ou erradas. Acreditar ou não acreditar em algo só tem sentido se te faz sentir bem. É questão de escolha e não de salvação.
Portanto, pregar para os outros a sua crença ou descrença não irá garantir a sua santidade ou muito menos lhe render um Prêmio Nobel de Ciência, mas, te tornar um chato intransigente.
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