domingo, 5 de agosto de 2012

Os 17 erros que acabam com o sucesso









Leia e reflita sobre as atitudes e os erros que podem acabar com o seu sucesso:
  • Ser arrogante e tratar mal as pessoas;
  • Ser desonesto;
  • Faltar com a ética;
  • Oportunista mesmo quando isso pode afetar negativamente muitas pessoas;
  • Ser ingrato;
  • Tentar agradar todos ao mesmo tempo;
  • Excesso de ganância;
  • Falta de convívio familiar;
  • Falta de reconhecimento que não se chega ao sucesso sozinho;
  • Se achar o dono da razão;
  • Não cumprir o que promete;
  • Achar que não precisa de ninguém;
  • Falta de atualização;
  • Falta de confiança e de vontade;
  • Deixar os problemas de lado;
  • Ficar na zona de conforto;
  • Querer se dar bem em tudo. Conhece aquela pessoa que faz de tudo por R$ 10,00, custando sua honestidade e caráter ou não?

Muitas pessoas deixam o sucesso subir a cabeça e por isso tornam-se arrogantes, acham-se insubstituíveis,  com o famoso ditado popular "rei na barriga".  Levanto em conta atitudes assim digo que essas pessoas estão fadadas ao fracasso e perderão todo o prestígio que conquistaram.

Não deixe isso acontecer, aproveite o seu sucesso para conquistar mais objetivos e sonhos em sua vida, seja gentil, dê atenção, não deixe a arrogância dominar, não trate mal as pessoas e agradeça a todos que lhe ajudaram a atingir essa conquista porque é impossível crescer e chegar “lá” sozinho.

Pense bem em tudo que foi escrito, pois se o sucesso ainda não chegou até você fique atendo que ele está lhe esperando!

Um fraterno abraço,
Rafael Ivanhes

Cozinha para quem tem vocação gourmet Princípio do projeto é de que praticidade e ergonomia são obtidas por meio da tecnologia


Praticidade e ergonomia devem ser obtidas por meio da tecnologia. A partir desse princípio, a arquiteta Ingrid Stemmer define cada escolha ao projetar uma gourmeteria para simplificar a vida do principal usuário neste caso, o dono do apartamento:
– Quem gosta de cozinhar usa a cozinha como terapia, onde tudo deve fluir. Procuro criar ambientes que atendam as exigências de cozinha e gourmeteria por questões de espaço e praticidade. Manter abastecidas duas cozinhas é trabalhoso. Neste caso, optei por equipamentos resistentes e de fácil manuseio.
cozinha
A área chique preta com toques de branco e metal dos aparelhos tem 14,65 metros quadrados e se comunica por meio de um passa-pratos
geladeira
Entre os equipamentos escolhidos a dedo, o dois em um de refrigerador e freezer tem um sistema que separa o ar seco do freezer do ar próprio para o refrigerador.
cozinha
É o adeus às verduras murchas no primeiro dia e ao gelo com sabor indesejável.

Tecnologia na cozinha
Ingrid explica as escolhas dos aparelhos:
> Fogão – De aço inox, tem várias possibilidades de cocção, com chamas fortes e modos específicos lentos, para trabalhar chocolate e cremes delicados, em seis queimadores de bronze com reacendimento automático.
> Coifa – Além de ter um desenho lindo, favorece o uso por pessoas altas, deixando a área do fogão liberada. A coifa é de aço inox e oferece opcionais, como o escorredor de pratos e a barra porta-acessórios, que se integram ao design.
> Refrigerador – Escolhido por questões estéticas e funcionais, este side-by-side tem um evaporador e um compressor para o refrigerador e outra dupla para o freezer. A geladeira embutida permitiu aproveitar o espaço para criar duas torres para estoque nas laterais e ainda ficou alinhada com o móvel.
> Batedeira – Com o corpo de metal, tem comandos simples e dez velocidades que permitem precisão ao obter misturas perfeitas.

Hora de cobrar a conta Governo seguirá cortando tributos, só que agora o acompanhamento da contrapartida das empresas deverá ser feito com lupa


Adriana Nicacio

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CONTRAMÃO
Empresas beneficiadas com a redução do IPI
ameaçam fechar fábricas e demitir funcionários
Para tentar manter a economia em crescimento na contramão da crise internacional, o governo Dilma Rousseff brindou a indústria com cortes de tributos. Agradou importantes setores da economia, mas perdeu o controle dos efeitos das benesses. A fórmula, que vinha dando certo desde 2008, começou a revelar sinais de exaustão. Neste ano, a renúncia fiscal ficará próxima de R$ 200 bilhões, praticamente dois PACs, mas não tem a contrapartida do setor produtivo em termos de geração de emprego. Indústrias beneficiadas com a redução do IPI, como a General Motors, ameaçam fechar fábricas e demitir funcionários num cenário que remete ao passado. É um ciclo conhecido: o governo abre mão de receita, o empresariado reduz os pagamentos de impostos em troca de promessas de investimentos e manutenção de empregos. Porém, na prática, as empresas preservam lucros, remetem dividendos para o exterior e a sociedade paga a conta.
As medidas de estímulo para o setor automobilístico somam R$ 26 bilhões desde 2010. No entanto, o Banco Central mostra que valores praticamente idênticos às desonerações foram transferidos para suas matrizes fora do Brasil. Se neste ano a Fazenda reduziu o IPI dos automóveis com um impacto de R$ 1,2 bilhão, a indústria enviou quase US$ 5 bilhões para Ásia, Estados Unidos e Europa. Mesmo assim, depois de uma reunião com o secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, e o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, ficou acertado que a redução do IPI será prorrogada até outubro. O governo ainda desconversa, mas o anúncio será dado no final deste mês em conjunto com a promessa de investimentos no País de R$ 22 bilhões até 2015.
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As desonerações tributárias são bem-vindas num país onde a carga tributária é de 36% do PIB, mas o ministro do Tribunal de Contas da União, José Múcio Monteiro, chama a atenção para um ponto importante. “É preciso ter controle e transparência nas renúncias fiscais. A palavra imposto é ruim, mas vira luz, estrada e saúde. O governo não pode perder arrecadação sem saber o que isso representa”, disse Múcio à IS­­T­O­É ao lembrar que os incentivos fiscais superam os gastos com educação, saúde e assistência social. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, diz que o programa de estímulo à indústria automotiva é muito bem-sucedido e, apesar de problemas com a GM, em julho foram criados 1,9 mil novos postos de trabalho. “Verificamos o aumento na geração de empregos. Portanto, o saldo é positivo”, garante o ministro. Num cálculo raso, se a desoneração do IPI de R$ 1,2 bilhão criou 1,9 mil empregos, cada emprego saiu para o governo por R$ 631.578.
O certo é que novos benefícios fiscais virão. O Ministério da Fazenda promete incluir ainda este mês, pelo menos, mais seis setores de serviços na lista de beneficiados pela desoneração da folha de pagamento por meio de uma medida provisória. Atualmente, 19 setores recolhem 1,5% sobre seu faturamento. Mas, nesse caso, fontes do Palácio garantem que haverá um acompanhamento com lupa. “Tem um grupo específico para calcular o retorno para o PIB e o mercado de trabalho. O governo não está de olhos fechados”, diz um importante assessor do Palácio do Planalto.
Mas é preciso acompanhar todos os setores. A desoneração na linha branca que terá um custo de R$ 684 milhões para os cofres públicos foi prorrogada sob as mesmas exigências de preservação de empregos. A Whirpool, por exemplo, dona das marcas Brastemp e Cônsul e de mais de 40% do mercado de eletrodomésticos, garantiu que preservará seus empregos nas fábricas de Rio Claro, em São Paulo, e Joinville, em Santa Catarina, e não cogita dar férias coletivas. Mesmo assim não há um boom de investimentos nem de postos de trabalho, como se viu em 2008, quando as renúncias fiscais ganharam peso na política econômica. Mantega justifica dizendo que o varejo está com dificuldades de encontrar trabalhadores no mercado.
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Mas os resultados são de fato desconhecidos. A Fazenda zerou a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) na gasolina e no diesel, para evitar aumento de preços ao consumidor final. Mesmo assim, apesar da renúncia de R$ 4,7 bilhões, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) investiga 77 casos de formação de cartel para manter o preço dos combustíveis nas alturas. Numa outra frente, auditoria do TCU no Ministério da Cultura apontou diversas falhas na fiscalização de oito mil projetos culturais, financiados com renúncia fiscal pela Lei Rouanet. Nenhum deles precisou prestar contas do dinheiro que não foi pago ao Tesouro Nacional.
Sócio-diretor da Pactum Consultoria Empresarial, Vinícius Piazzeta avalia que, ao privilegiar com desonerações determinados setores da economia, a Fazenda obtém resultados imediatos na elevação de vendas para alimentar o conjunto de boas notícias sobre a economia brasileira. Mas, no longo prazo, há efeitos nocivos, que só serão corrigidos com uma ampla reforma tributária. “A renúncia fiscal só terá um efeito duradouro se for distribuída por todos os setores produtivos”, diz.
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Perdas e ganhos dos bancos


COLUNA NO GLOBO


O Itaú perderá este ano R$ 19 bilhões com empréstimos não pagos. A informação é do presidente-executivo do banco, Roberto Setúbal. Isso não ameaça a instituição porque é apenas uma parte do ganho, mas o cálculo absoluto mostra a dimensão do risco. Setúbal admite que os juros são altos e que o governo estava certo em seu movimento pela derrubada das taxas.

Perguntei a Roberto Setúbal a razão de juros tão altos. Há fatos estranhos, como o de que as filiais do mesmo banco Itaú fora do Brasil, no Chile e Uruguai, por exemplo, têm spreads menores. Há diferenças no peso dos impostos, no tamanho do compulsório, mas, com todos os descontos, a diferença ainda é enorme. O banqueiro disse que as condições no Brasil são diferentes e afirmou que o nível de inadimplência aqui está maior do que nos países que enfrentaram recentes crises de crédito.

Nos bancos, os números são todos muito grandes, diz Setúbal, antes de avisar que só o Itaú perderá entre R$ 18 bilhões e R$ 19 bilhões este ano com empréstimos que não serão pagos. Isso representa 40% das margens dos empréstimos. Garante que o Brasil não está em crise de crédito, mas afirma que a inadimplência aumentou demais: 

— O modelo de expansão do crédito não se esgotou, mas no futuro não crescerá como foi até agora. Os bancos ajudaram muito nesse esforço de ampliação do crescimento via crédito, mas daqui para a frente não poderá aumentar na mesma proporção. 

Setúbal me disse — na entrevista para o meu programa na Globonews — que o movimento do governo de reduzir juros foi “adequado” e negou que tivesse havido briga entre o governo e os bancos privados. Foi apenas um mal entendido, segundo ele, ainda que admita: “Quando não somos entendidos, nos sentimos pressionados.” O fato é que os spreads caíram desde que o governo iniciou a campanha pela redução das taxas. Os bancos públicos tomaram a dianteira e foram seguidos pelos privados. E estão perdendo participação no mercado para os estatais.

A entrevista foi feita na sede da instituição financeira, em São Paulo. Ao contrário dos bancos de antigamente, os de agora não têm salas com móveis antigos e pesados para os seus executivos. Normalmente são salas de vidro, com móveis práticos,onde diretores dividem o mesmo espaço.É assim no Itaú. Numa mesma enorme sala, em mesas próximas, estão herdeiros de duas famílias milionárias: Setúbal e Moreira Salles. Roberto é o presidente-executivo do banco que resultou da fusão dos ativos do Itaú e Unibanco. Pedro Moreira Salles é o presidente do Conselho de Administração. Em outras mesas no mesmo espaço ficam os vice-presidentes.

Apesar de a marca que ficou ter sido Itaú, apagando todos os vestígios do nome Unibanco, eles garantem que não foi uma aquisição, mas sim uma fusão. O Itaú cresceu a cada crise. Em 1995, comprou o Francês e Brasileiro; em 97, o Banerj; em 98, Bemge; em 2002, o BBA; em 2005, o Banco de Boston e, em 2008, houve a fusão com o Unibanco, que havia comprado o Nacional em 96. Cinco dos 137 bancos no país são responsáveis por mais de dois terços dos ativos bancários. Mesmo assim, Setúbal garante que não falta concorrência. Ele acha que haverá novas quedas de juros.

O Brasil está naquele momento em que precisa reduzir o custo dos financiamentos, para diminuir os casos de inadimplência, mas ao mesmo tempo não deve estimular ainda mais o crédito, para que o avanço seja sustentável. Como disse o FMI, é preciso evitar que o sistema bancário brasileiro, que alimentou a rápida expansão do crédito, não seja vítima do próprio sucesso.

O pós-mensalão, por Merval Pereira


Merval Pereira, O Globo

O Palácio do Planalto procura distanciar-se ao máximo do debate que ele suscita, e a presidente Dilma Rousseff já disse a interlocutores que essa é uma dor que o partido tem que sofrer e superar.
Mas não é apenas a oposição que joga suas esperanças num revés petista nesse julgamento. Também alguns partidos aliados não envolvidos nas acusações veem no eventual desgaste petista uma possibilidade de assumirem posições mais destacadas no governo federal.
O julgamento tem o potencial de definir as forças partidárias dentro e fora do PT, realinhando posições políticas e forjando um novo quadro de coalizões, seja qual for o resultado.
Não é à toa que, volta e meia, pessoas ligadas ao PT tentam afastar para longe do partido a palavra mensalão, especialmente em um ano eleitoral.
A tentativa mais alardeada foi a do próprio ex-presidente Lula, que assediou ministros do Supremo Tribunal Federal para convencê-los a adiar o julgamento para depois das eleições.
Tratou do tema diretamente com os ministros Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski, com os quais tem relações de amizade, e esbarrou na indignação do ministro Gilmar Mendes, a quem teria ameaçado com denúncias do PT na CPI do Cachoeira para obter sua adesão à tese.
Mendes levou essa tentativa de intimidação ao presidente do Supremo, e confirmou a manobra de Lula para a imprensa.
O PT reclamou também de o STF usar o termo mensalão em seu noticiário sobre o julgamento, que passou a ser tratado oficialmente apenas como “ação penal 470”.
Outra tentativa foi a de um grupo de advogados ligados ao PT, que enviou à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Carmem Lucia, um pedido para que não permitisse que o julgamento do mensalão fosse usado nos programas eleitorais dos partidos oposicionistas.
Agora, há um movimento para pedir à Justiça que os meios de comunicação sejam impedidos de usar o termo mensalão em seu noticiário, obrigando-os a falar sempre da “ação penal 470” quando se referirem ao julgamento em curso.
Para a presidente Dilma, a condenação do grupo petista que comandou o mensalão significará reforço na sua capacidade de intermediação dentro do partido, hoje dependente do grupo majoritário “Construindo um Novo Brasil”, liderado por Dirceu.
Naturalmente esse grupo sairia enfraquecido na luta partidária, abrindo caminho para os petistas ligados à presidente, que hoje não têm influência decisiva no partido.
A condenação de Dirceu e sua turma levaria ao mesmo tempo à reorganização de forças partidárias dentro da base aliada. Partidos que pouco ou nada têm a ver com o mensalão, como o PSB e o PMDB, sairiam fortalecidos no pós-julgamento.
O PMDB tem dois envolvidos, José Borba e Anderson Adauto, que permanecem no partido e são prefeitos de Jandaia do Sul (PR) e Uberaba (MG).
No entanto, não há indícios de que a cúpula partidária estivesse envolvida, pois na ocasião apenas uma parte do partido estava no governo. Só depois da crise do mensalão é que o partido entrou oficialmente na base aliada.
Já o PSB não tem nada a ver com as negociações do mensalão, com apenas uma participação indireta na regional do Pará, que teria recebido uma ajuda em dinheiro.
O enfraquecimento do PT pode fazer com que os dois partidos assumam maiores responsabilidades na coalizão governamental.
Se, ao contrário do que esperam a oposição e mesmo alguns partidos aliados, petistas mais graduados forem absolvidos pelo STF, notadamente Dirceu, o PT será afetado em sua linha de ação, sendo previsível que o controle do partido fique explicitamente nas mãos do ex-ministro de Lula, que sairia das sombras para comandá-lo novamente.
Nesse caso, Dirceu teria formidável reinserção na vida partidária, com condições de influir decisivamente nos rumos do governo Dilma, voltando a ser a maior liderança política petista na impossibilidade de Lula retomar suas atividades políticas.
Seria também, provavelmente, a implosão da coalizão partidária que sustenta o governo nos moldes atuais.

Esportes espontâneos, por Luis Fernando Veríssimo


GERAL


Não sei muita coisa a respeito de judô. Sempre me pareceu que uma luta de judô consiste em um tentando desarrumar o pijama do outro. Mas uma coisa me surpreendeu, vendo o judô das olimpíadas na TV: como judoca é emotivo.
Tem-se visto manifestações de sensibilidade em outras modalidades, claro. Todo mundo se emociona na vitória ou na derrota, na hora das medalhas e na hora dos hinos. Mas você imaginaria que judocas fossem pessoas duronas, que soubessem conter suas emoções. O simples fato de o puxa-puxa das suas lutas não desandar em brigas de rua, com pontapés e ofensas à mãe (pelo contrário, nada mais civilizado do que as formalidades entre os lutadores antes e depois das lutas), seria uma prova de controle absoluto. Mas não, judocas choram quando ganham e choram quando perdem. O que não deixa de ser muito simpático.
Sempre achei que as olimpíadas se tornariam mais simpáticas se incluíssem o que se poderia chamar de esportes espontâneos. Por exemplo: queda de braço e bolinha de gude. A incorporação destas modalidades populares favoreceria países sem tradição olímpica, que nunca competem nos esportes nobres, mas poderiam muito bem mandar uma delegação vencedora de jogadores de pauzinho (também, conhecido como, desculpe, porrinha).
Qualquer frequentador de bar brasileiro conhece o jogo de pega-bolacha, que consiste em empilhar bolachas de chope na borda da mesa, mandá-las para o alto com um golpe e tentar agarrá-las no ar. Duvido que o Brasil encontrasse adversário à sua altura numa competição de pega-bolacha.
Há esportes espontâneos com uma longa história que quem praticou em criança nunca esquece, como bater figurinha. Com alguns meses de treinamento, qualquer adulto pode recuperar sua habilidade em bater figurinha e ir para os Jogos.
Outras modalidades: embaixada com laranja ou qualquer outra coisa esférica; tiro ao alvo com bodoque; arremesso de invólucro de canudo soprando o canudo; par ou impar. Etc, etc.
E não vamos nem falar nos vários jogos de cartas, como o truco, nos quais nossas chances de ganhar o ouro seriam grandes. Talvez houvesse alguma dificuldade em acordar a delegação do pôquer para o desfile inaugural, e imbuir todo o mundo do espírito olímpico, mas fora isso...

Inescapável, por Fernando Henrique Cardoso


POLÍTICA


Diante da duração e da profundidade da crise, são necessárias medidas verdadeiramente keynesianas para garantir a sustentabilidade dos investimentos e o incremento da produtividade
Nos jornais: só dá mensalão e Olimpíada. Não é para menos, mas é pouco.
Consolou-me haver lido uma matéria de David Brooks sobre a campanha eleitoral em seu país. Basta ler o título, “A campanha mais tediosa”, para que o leitor se dê conta do baixo-astral que envolveu o comentarista ao seguir os embates entre Obama e Romney. Isso a despeito de os americanos ainda estarem sufocados pela crise e de haver muito que debater sobre como sair dela e sobre o papel dos Estados Unidos em um mundo cheio de incertezas. Mas o cotidiano não se alimenta de decisões históricas...
Como seria bom que pudéssemos apenas nos deliciar com a sensibilidade e a inteligência da crônica de Roberto Da Matta sobre os elos humanos que aparecem na novela Avenida Brasil,não tão diferentes dos que relacionam o antropólogo com seus objetos de estudo. Ela nos dá um banho de vida.
Infelizmente, nesta semana não dá para falar apenas das estrelas. A dura realidade é que nela começa um julgamento histórico sobre o qual não faltaram palavras sensatas. Uns, como José Nêumanne, mostraram as falácias e enganos acerca do mensalão de maneira crua e direta.
Outros, como Dora Kramer, desvendaram a falsa dicotomia entre julgamento técnico e julgamento político.
Outros ainda, como Elio Gaspari, sem negar que torcer faz parte da alma humana, insistem em que o importante é que os magistrados julguem de maneira compreensível para o povo. Que não nos confundam com o jargão da toga.
E há os que abrem o jogo, mostram suas apostas, como o Zuenir Ventura, para logo dizer que tudo é mero palpite, pois não se pode saber o que passa na cabeça dos julgadores.
Por mais que se deseje ser objetivo, tenho tentado, e, por mais prudente que se deva ser na antevéspera do julgamento (no momento em que escrevo este artigo), é inegável a sensação de que talvez estejamos no começo de uma nova fase de consolidação das instituições democráticas.
Existe também o temor de que ela se perca. É isso que produz ansiedade e faz com que os comentaristas mais perspicazes (incluo neles Merval Pereira), ao falar sobre o tema, acabem por deixar transparecer o que gostariam que acontecesse.
De minha parte torço para que não haja impunidade. Calo sobre quem deva ser punido e em que grau, mas não se deve obscurecer o essencial: houve crime.
Embora, portanto, esteja engrossando o número dos obcecados com o mensalão, não posso esconder certa perplexidade diante da despreocupação com que recebemos as notícias sobre a crise internacional, como se, de fato, a teoria da marolinha tivesse substituído o bom senso na economia.
Não dá para ignorar que com toda a inundação de dólares a baixo custo, feita pelo Fed americano, a economia do país não reage. Na Europa, por mais que seu Banco Central se diga disposto a cobrir qualquer parada dos especuladores, os mecanismos para tornar efetiva a gabolice estão longe da vista. Resultado: mal-estar social e desemprego crescente.
A própria China, bastião da grandeza capitalista mundial,parece mergulhar em taxas decrescentes de crescimento, as quais, se bem nos deem água na boca (entre 6% e 7%), são insuficientes para atender aos reclamos dos chineses e, mais ainda, para sustentar a maré dos preços elevados das matérias-primas, principalmente minerais.
Tudo indica, portanto, que os efeitos da crise mundial,somados à inércia nas transformações de fundo da economia que marcou o governo Lula, acabaram por levar nossa economia, se não às cordas, ao canto do ringue.
O governo atual, não querendo beijar a cruz, embora já ajoelhado diante da realidade, despejou uma série de paliativos de todos conhecida: redução setorial de impostos, créditos de mãos beijadas a alguns setores beneficiados, expansão dos gastos públicos correntes e até desvalorizações da moeda e redução das taxas de juros.
Em situações “normais” de crise, o receituário funcionaria. Um pouco de sustentação da demanda, jogando-se nos ombros de Keynes a responsabilidade pela ligeireza de certas medidas, animaria o consumo e daria aos empresários o apetite para investir.
Diante, entretanto, da duração e da profundidade da crise atual, é pouco. Serão necessárias medidas verdadeiramente keynesianas que dizem respeito à sustentabilidade dos investimentos, públicos e privados, e ao incremento da produtividade. Desafio duro de roer e que não se pode levar adiante só com os recursos públicos nas mãos de uma burocracia politizada.
É este o desafio que o governo Dilma Roussef tem pela frente. Quem sabe, premido pelas circunstâncias, ele finalmente reconheça, na prática, o que o lulo-petismo sempre negou: que as reformas que meu governo iniciou precisam ser apoiadas e retomadas com maior vigor.
Nem as estradas, nem os aeroportos e muito menos as fontes de energia darão o salto necessário sem alguma forma de privatização ou de concessão. Elas terão de vir se quisermos de fato crescer mais aceleradamente.
Só com estabilidade jurídica, aceleração dos investimentos em infraestrutura e educação, e melhor balanceamento energético, será possível despertar, não apenas como está na moda dizer, o “espírito animal” dos empresários, mas a crença de todos nós no futuro do Brasil.
Ao contribuir para a consolidação da Justiça como um valor, parte essencial da modernização do Brasil, o julgamento do mensalão poderá ser um marco histórico. Basta que seja sereno e justo para injetar mais ânimo em nossa política e para que esta volte a olhar o país com a clareza de que somos um país capaz de andar com as próprias pernas graças a nossa seriedade e aos conhecimentos que desenvolvemos.
Só assim deixaremos de flutuar ao sabor das ondas favoráveis às economias primário-exportadoras para poder dar rumo próprio a nosso futuro.

Desembargadores: rendimentos em alta, produtividade em baixa

by Fábio Pannunzio

Em junho, os desembargadores do país receberam, em média, remunerações superiores ao atual teto constitucional brasileiro, o que, mesmo assim, não tem representado alta produtividade no andamento dos processos. A conclusão é de levantamento realizado pelo GLOBO, que cruzou a folha de pagamento dos tribunais de Justiça estaduais com pesquisa realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a taxa de congestionamento das ações que correm na segunda instância do Judiciário.
O GLOBO pesquisou folhas de pagamento dos 16 tribunais de Justiça que cumpriram, total ou parcialmente, a determinação que obrigou a divulgação nominal dos salários de magistrados e servidores. O vencimento médio dos desembargadores, no mês de junho, foi de R$ 31,8 mil, montante acima do teto constitucional, de R$ 26,7 mil.
A última edição da Pesquisa Justiça em Números, do CNJ, apontou no Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJ-MT), no qual o rendimento médio dos desembargadores chegou a R$ 49.501,97, que a taxa de congestionamento foi de 52,6%, acima da média nacional, que é de 48,2%. No período, os maiores valores foram pagos aos desembargadores Paulo da Cunha (R$ 64.708,54) e Dirceu dos Santos (R$ 57.383,31). O órgão de justiça alega que o mês foi atípico, uma vez que os magistrados receberam parte da indenização de férias não gozadas, “após o acúmulo de dois períodos”.
Com uma taxa de congestionamento de 35,1%, o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) pagou em junho aos seus desembargadores um valor médio de R$ 39.878. O maior rendimento foi do desembargador Plinio Pinto Coelho Filho, que recebeu, no período, R$ 119.764,07, o maior valor encontrado pelo GLOBO nas folhas de pagamento. No Rio, 30% dos desembargadores e juízes receberam acima do teto. O menor vencimento foi recebido pela juíza Ana Paula Rodrigues Silvano ( R$ 11.028,40).
No Ceará, que possui a maior taxa de congestionamento do país, 70,5%, os desembargadores tiveram um rendimento médio, em junho, de R$ 33.331,66. Em São Paulo, o maior TJ do país, que teve um percentual de 63,2% de congestionamento, apresentou uma média salarial de R$ 30.404.
No Amazonas, média salarial alcançou R$ 55,9 mil
Em meio à discrepância entre rendimentos e produtividade, o levantamento constatou casos de órgãos que apresentaram rendimentos altos, porém com baixo índice de congestionamento. O caso mais emblemático foi no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), cujos desembargadores receberam, em média, no mês de junho, R$ 55.985,94.
A taxa de congestionamento foi uma das menores do país, de 25,1%. Por lá, o salário mais alto foi o da desembargadora Maria das Graças Figueiredo, que teve um rendimento, no período, de R$ 79.036.57.
Um outro episódio semelhante foi o do Tribunal de Justiça do Amapá (TJ-AP), no qual os desembargadores tiveram uma média salarial de R$ 37.299,44. O porcentual de congestionamento, segundo a última edição da Justiça em Números do CNJ, foi de 19,9%. No estado, o desembargador Mário Gurtyev de Queiroz recebeu, no período, R$ 71.706,89.
No Maranhão, a taxa de congestionamento foi de 29,5%, enquanto a média salarial chegou a R$ 34.185,86

Nos bastidores, ministros apontam fragilidade na acusação do mensalão


Felipe Recondo e Fausto Macedo
A contundência da sustentação oral do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que incluiu pedidos de prisão de 36 dos 38 réus do processo do mensalão, não livrou seu trabalho de críticas reservadas de ministros do Supremo Tribunal Federal e de autoridades que acompanharam as investigações do escândalo.
O potencial beneficiário de alegadas falhas no trabalho do Ministério Público Federal é o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado como "mentor intelectual" do que Gurgel chamou de "mais atrevido caso de corrupção e desvio de recursos no Brasil com o objetivo de comprar parlamentares".
A corte está dividida. Alguns ministros do Supremo usarão o que consideram fragilidades da acusação para votar pela absolvição dos principais réus do processo, que começou a ser julgado na quinta-feira, 2. Outros magistrados, mesmo com reprovações à peça acusatória, mostram-se dispostos a condenar os protagonistas do escândalo que abalou o governo Luiz Inácio Lula da Silva em 2005.
Denúncia. "É uma denúncia para a galera", disse uma autoridade que acompanha o caso desde o início. Segundo ela, o erro da acusação foi não ter imputado a Dirceu o crime de lavagem de dinheiro - o ex-ministro responde por corrupção ativa e formação de quadrilha. No início, acrescentou, acreditava-se que tinha sido "bobeada" do Ministério Público Federal, do então procurador-geral Antonio Fernando de Souza, autor da denúncia.
Além de Dirceu, na avaliação de especialistas, deveriam ser denunciados formalmente por lavagem de dinheiro o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares - ambos assinaram empréstimos com o Banco Rural que o Ministério Público afirma serem de fachada, feitos para não serem pagos e o dinheiro, usado no pagamento de compra de votos no Congresso.
"Os que tinham o domínio financeiro do esquema ficaram de fora da lavagem de dinheiro. Formação de quadrilha, apesar de apelo midiático, não leva a nada", disse outra autoridade que acompanha de perto o processo.
Assim como Dirceu, também Genoino e Delúbio respondem por formação de quadrilha e corrupção ativa. Ambos ficaram de fora do enquadramento por lavagem de dinheiro, atribuído aos deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT) e ao ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.
O crime antecedente à lavagem - requisito obrigatório para caracterizar o crime - foi o desvio de dinheiro público, segundo autoridades que participaram das investigações sobre o esquema. "A lavanderia foi pensada por eles. O PT se viu na necessidade de criar um sistema financeiro. Dirceu precisava de uma estrutura de lavagem de dinheiro. Delúbio tinha domínio, Dirceu tinha domínio, Genoino tinha domínio, eles não tinham que responder por lavagem de dinheiro?", questiona um técnico que assessorou do início ao fim a CPI dos Correios.
Para esse técnico, prender no auge da investigação o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como operador do mensalão, seria o tiro no coração do esquema.
"Ele (Marcos Valério) não resistiria. Havia motivos para a prisão, estava destruindo provas, foi flagrado. Mas a prisão do Marcos Valério não foi decretada", lamenta o técnico.

SUPERFUNCIONÁRIOS DO SENADO - Número de funcionários comissionados é maior do que os efetivos


Posted: 04 Aug 2012 04:25 AM PDT

Filipe Marques
Do Contas Abertas


O Senado Federal tem mais servidores comissionados, contratados sem concurso, do que concursados: são 3.190 contra 3.174. As informações são do portal da Casa, que divulgou na última terça-feira (31/07) os salários dos servidores, mas manteve os nomes sob sigilo, por causa de liminar obtida pelo sindicato da categoria.

Apesar de os comissionados serem maioria, o salário médio dos servidores efetivos é muito superior: R$ 24,9 mil contra R$ 6,5 mil. Em média, um servidor do Senado, independentemente se concursado ou não, recebe cerca de R$ 15,7 mil.

Além disso, o Senado gastou em julho quase R$ 100 milhões com a remuneração dos servidores no mês de julho. Desse total, mais de R$ 79 milhões são gastos com servidores efetivos. Já os comissionados são responsáveis pela despesa mensal de R$ 20,7 milhões.

Caso o custo dos salários seja anualizado, os gastos chegariam a quase R$ 1,3 bilhão. Esse valor seria o suficiente para arcar com todos os custos de um semestre do Bolsa Família na Bahia, estado com o maior número de favorecidos. Segundo o Portal da Transparência do Executivo Federal, o Bolsa Família beneficia mais de 1,7 milhão de famílias na Bahia e gasta, em média, R$ 204,5 milhões por mês.

Os maiores salários

O campeão em salário bruto foi um técnico legislativo que foi efetivado como servidor do Senado em 1976: R$ 47,5 mil. A justificativa para o ganho acima do teto constitucional de R$ 27,6 mil é um abono permanência de R$ 17,6 mil. O abono permanência é pago a servidores que, mesmo atendendo aos requisitos para aposentadoria, preferem continuar no serviço público e não compõe a base de cálculo do teto constitucional, conforme garantido por uma emenda constitucional aprovada em 2003. Descontados o imposto de renda e a contribuição previdenciária, a remuneração líquida é superior a R$ 33,6 mil, ganho também recordista entre os salários líquidos.

A lista divulgada pelo Senado traz o salário de 6.364 servidores, além de 89 parlamentares – nessa lista também estão incluídos os senadores licenciados e aqueles que foram nomeados como ministros e secretários, mas preferiram receber pela Casa. Desses, 1.504 servidores efetivos tivera remuneração bruta acima do teto. O número de servidores efetivos que ganham pelos menos R$ 20 mil bruto é de 1.247. Entre os salários brutos de R$ 20 mil e R$ 10 mil, são 283 servidores efetivos. Apenas 140 servidores recebem menos de R$ 10 mil.

Entre os comissionados, o maior salário bruto foi o recebido por um assessor técnico: R$ 22,5 mil. Descontados o imposto de renda e a contribuição previdenciária, a remuneração líquida é de R$ 16,9 mil. Além do campeão entre os comissionados, mais 591 servidores ganharam bruto acima de R$ 10 mil. São 789 os servidores que recebem remuneração bruta entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. Já o número de servidores comissionados que tiveram o salário bruto inferior a R$ 5 mil é de 1809.