sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Lula não admite que um político acusado de envolvimento em patifarias fique quieto. Que tal começar pelo Caso Rose?

Augusto Nunes

O ex-presidente Lula sempre esbanja valentia quando não há perigo por perto. Ao fim de cada discurseira para plateias amestradas, não pareceria exagero condecorar o orador por atos de bravura em combates imaginários. Sobretudo quando entra em ação nas reuniões da seita que chefia, o espetáculo do destemor é suficientemente impressionante para induzir à rendição sem luta um pelotão inteiro de fuzileiros navais americanos. Foi assim nesta terça-feira, durante o comício de lançamento da candidatura de Rui Falcão a mais uma temporada na presidência do PT.
No meio do palavrório, o palanque ambulante resolveu reiterar aos berros a declaração de guerra a inimigos que insistem em noticiar as delinquências da companheirada. “A imprensa fica 24 horas por dia esculhambando com o político”, encolerizou-se. (Esculhambação, segundo o Glossário da Novilíngua Lulopetista, é qualquer coisa que não atenda aos interesses do mestre e seus devotos). Foi a senha para a entrada em cena da linguagem de cortiço: “Eu fico puto porque os políticos não reagem, fico puto da vida porque eles ficam tão quietos enquanto eles ficam xingando a classe política”.
Por que Lula não aproveita o Caso Rose para desencadear a reação dos ofendidos? Ele anda indignado com jornalistas que se negam a sepultar o escândalo em que se meteu ao lado de Rosemary Noronha. Mas ainda não abriu a boca sobre as patifarias descobertas pela Polícia Federal e divulgadas há 264 dias. Como comprova o post reproduzido na seção Vale Reprise, pelo menos 40 perguntas aguardam respostas. Só podem ser fornecidas pelo homem que instalou uma vigarista no escritório da Presidência da República em São Paulo, presenteou a protegida com passeios internacionais e, a pedido da companheira, infiltrou seus comparsas em agências reguladoras.
O ex-presidente afirma que quem diz coisas assim está “esculhambando” a classe política e não admite que os insultados permaneçam quietos, certo? Pois reafirmo que a parceria com Rose é um caso de polícia. E espero que Lula reaja pondo fim ao silêncio de quem não tem álibi algum a apresentar.

No mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório, VEJA oferece aos leitores quatro páginas de informações sobre o caso Rose

Augusto Nunes

Neste sábado, Lula completará 288 dias de silêncio sobre o escândalo que protagonizou ao lado de Rosemary Noronha. Ele parece ainda acreditar que o Brasil acabará esquecendo as bandalheiras que reduziram a esconderijo de quadrilheiros o escritório da Presidência da República em São Paulo. No mais cruel dos dias para quem tem culpa no cartório, a edição de VEJA tratará de reiterar que a memória da imprensa independente não é tão leviana.
As revelações contidas nas quatro páginas tornarão mais encorpada e mais cinzenta a pilha de perguntas em busca de resposta. Por exemplo: quem está bancando os honorários do oneroso exército de advogados incumbido de  livrar de punições judiciais a vigarista de estimação do ex-presidente? Num depoimento à Polícia Federal, Rose não conseguiu explicar como comprou o muito que tem com o pouco que ganha. De onde vem o dinheiro consumido pela tropa de bacharéis que cobram em dólares americanos?
Lula sabe.

O QUE É O PT, em frase genial de Roberto Campos

Ricardo Setti

Roberto Campos, grande economista, que foi ministro, senador, deputado e embaixador  (Foto: Oscar Cabral)
Roberto Campos, grande economista, que foi embaixador, ministro, senador e deputado (Foto: Oscar Cabral)

É sempre oportuno recordar a genial e ferina frase a respeito do PT produzida por Roberto Campos — embaixador de carreira, grande economista e pensador do Brasil, expert em por a nu malandragens da demagogia, do populismo, do “nacionalismo” interesseiro e de outros males nacionais, e que por isso mesmo passou a vida sendo achincalhado por inimigos ideológicos:
– O PT é o partido dos trabalhadores que não trabalham, dos estudantes que não estudam e dos intelectuais que não pensam.
Quanto à última parte da histórica frase, será que já era uma premonição em relação à filósofa Marilena Chauí?

Na busca da reeleição, o governo do PT entrega cada vez mais emissoras de TV aos pastores evangélicos


Carlos Newton
A legislação em vigor determina que haja concorrência para outorga de concessões de televisão. Essas normas acautelatórias foram criadas ainda no regime militar. Silvio Santos, por exemplo, teve de se virar para conseguir derrotar a editora Abril e o Jornal do Brasil, na licitação aberta pelo governo João Figueiredo, conseguiu ganhar suas primeiras concessões e iniciou assim a formação da rede nacional do SBT.
Na redemocratização, o governo Sarney começou a bagunçar o setor das comunicações, distribuindo concessões de rádios e televisões para políticos da base aliada, que é uma espécie de gangrena que suga eternamente o Poder, mas tendo sempre o cuidado de mantê-lo vivo, para não exaurir a fonte.
A prática inaugurada por Sarney continuou no governo FHC e também foi adotada pelo PT, é claro. A justificativa é de que a legislação somente se refere a emissoras abertas, porque na época em que foi baixada não existiam canais por assinatura. E como isso legalizou-se o protecionismo, como se a lei tivesse sido revogada.
EMISSORAS ABERTAS
Ocorre que, de lá para cá, o conceito de emissora aberta mudou muito. Hoje, os aparelhos de televisão captam mais de 100 estações, incluindo os antigos canais da TV aberta (que iam apenas do 2 ao 13, lembram?) e os demais, por sistema UHF, como a MTV, a NGT, a TV Justiça, a TV Câmara e por aí em diante. Um verdadeiro festival.
Pois bem. Em busca de sua perpetuação no Poder, a tática do PT tem sido a de fortalecer os pastores evangélicos. Assim, além da Rede Record, que apóia o governo incondicionalmente e se formou com base na riqueza da Igreja Universal do Reino de Deus, estão sendo fortalecidas pelo Ministério das Comunicações (leia-se: Paulo Bernardo, um dos ministros ainda leais a Dilma)  mais duas poderosas cadeias de emissoras evangélicas – uma da Igreja Internacional, do pastor R.R. Soares, e a outra do apóstolo Valdemiro Santiago, ambos egresso da Igreja Universal.
R.R. Soares aluga espaço na Rede Bandeirantes, já tem sua própria operadora de TV por assinatura (“Nossa TV”) e controla mais 60 emissoras abertas, espalhadas pelo país. Agora, acaba de conseguir da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) a permissão para comprar mais três operadoras de serviço especial de TV por assinatura do grupo Abril.
APÓSTOLO CALOTEIRO
Correndo por fora, desponta o líder da Igreja Mundial, Valdemiro Santiago, que se autodenomina “apóstolo”. Ele segue o caminho trilhado por R.R. Soares e também já ganhou do governo um grande número de concessões de emissoras abertas. Desde 2008, arrenda o canal Rede 21, do grupo Bandeirantes, e aluga espaço na RedeTV! durante a madrugada e o início da manhã.
Recentemente, Valdemiro que se diz milagreiro e apto a curar quase todas as doenças, entrou em negociações para comprar a rede MTV. A informação foi confirmada pelo deputado do PSC do Paraná, Ricardo Arruda, administrador de empresas e gestor financeiro ligado à Igreja. Mas ninguém sabe se há veracidade nessa informação, porque Valdemiro alugava 10 horas diárias na CNT e saiu em maio, dando um cano na emissora da família Martinez.
Detalhe importante é que Valdemiro está sendo atropelado pela Igreja Universal. Além de comprar os horários do “apóstolo” na CNT, a Igreja Universal está procurando as outras emissoras que alugam espaços para o dono da igreja Mundial. Chegou a oferecer o dobro do valor e conseguiu  tirar o rival do ar em horário nobre da RedeTV!. E tudo isso em plena crise da Record, com centenas de demissões nos últimos meses.
No meio da confusão, a presidente Dilma está confiante de que terá apoio dessas três maiores seitas evangélicas, que trariam as outras de roldão. Mas as coisas não parecem simples assim. Os líderes das igrejas evangélicas são malandríssimos e gostam de apoiar quem vai ganhar (ou já ganhou) a eleição. Por isso, não fazem acordos e ficam em cima do muro até a undécima hora, como se dizia antigamente.

Um mundo negro e duro, segundo Cruz e Sousa


O poeta João da Cruz e Sousa (1861-1898) nasceu em Desterro, atual Florianópolis, tornou-se conhecido como o “Cisne Negro” de nosso Simbolismo,seu “arcanjo rebelde”, seu “esteta sofredor”, seu “divino mestre”. Procurou na arte a transfiguração da dor de viver e de enfrentar os duros problemas decorrentes da discriminação racial e social, características contidas no soneto“Vida Obscura”.
VIDA OBSCURA
Cruz e Sousa
Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
Ó ser humilde entre os humildes seres,
Embriagado, tonto dos prazeres,
O mundo para ti foi negro e duro.
Atravessaste no silêncio escuro
A vida presa a trágicos deveres
E chegaste ao saber de altos saberes
Tornando-te mais simples e mais puro.
Ninguém te viu o sentimento inquieto,
Magoado, oculto e aterrador, secreto,
Que o coração te apunhalou no mundo.
Mas eu que sempre te segui os passos
Sei que cruz infernal prendeu-te os braços
E o teu suspiro como foi profundo!

O caso Saboia


Percival Puggina
Há uma regra de ouro para compreensão do que acontece no governo brasileiro: Dilma nunca, jamais, fica furiosa pelos motivos certos. Quando ela explode e sai atropelando o que haja pela frente, é porque alguém fez o que devia e não o que ela tinha determinado ou suposto que fosse ser feito.
No caso do encarregado de negócios do Brasil na Bolívia, Eduardo Saboia, aconteceu exatamente isso. Dilma foi surpreendida pela manifestação de uma raridade. Enfureceu-se diante de algo que dificilmente encontra à sua volta: um homem de caráter, um espírito nobre, para quem os princípios morais situam-se muito acima dos berratórios – da gritaria autoritária e mal educada que alguns despreparados confundem com expressão do próprio poder.
Eduardo Saboia fez o que tinha que fazer. A frase com que explicou sua posição, citando o evangelho de São Mateus, soa como uma bofetada nas bochechas dos nossos mandatários: “Eu escolhi a porta estreita e lutei o bom combate. Eu não me omiti. Eu optei pela vida e salvei a honra de meu país, que defendo sempre.”
Tudo que hoje se sabe a respeito do faz-de-conta jogado entre Brasília e La Paz fez soar nos meus ouvidos aquela belíssima canção com letra de Paul Anka, universalmente conhecida na interpretação de Frank Sinatra. Refiro-me a “My Way”. Há um momento, nessa canção, em que o tom se eleva, e no qual as palavras parecem gritar ao Brasil de hoje o que seja um homem senhor de si mesmo, que diz e age segundo o que em verdade sente. Reproduzo esse trecho como homenagem ao diplomata Eduardo Saboia, levado às barras de uma sindicância por gente muito, muito menor do que ele:
For what is a man, what has he got?
If not himself, than he has naugth.
To say the things he truly feels,
And not the words of one who kneels.
The record shows, I took the blows.
And did it my way!
Desçamos, agora, infinitos degraus. E falemos novamente de Dilma, que durante um ano e meio fez de boba a representação brasileira em La Paz, transformando o asilo do senador em prisão domiciliar. Suponhamos, leitor, que Evo Morales fosse um tiranete de direita e que o senador Roger Pinto fosse um metalúrgico esquerdista, líder da oposição. Qual seria a atitude de Dilma nesse hipotético episódio? Agiria do mesmo modo que agiu (quase incorrendo em delito de cárcere privado)? Claro que não!
Pois é nessas mãos que estamos. É para esse brejo que levamos a Nação, entregando não só o governo, mas o Estado brasileiro, a um grupo que faz política externa desse jeito, que quer mandar no Paraguai e obedece à Bolívia, que convive com bandidos e ameaça com punição gente como o diplomata Eduardo Saboia.

Sintomas do fracasso anunciado: intolerância e inabilidade política


Murillo de Aragão
Tempos atrás, ainda neste ano e antes das manifestações que demoliram a popularidade dos políticos, escrevi que o governo Dilma Rousseff colocava o seu imenso favoritismo para 2014 em xeque. Na ocasião, Dilma tinha mais de 60% da preferência eleitoral na corrida presidencial e as percepções de fracasso na economia ainda não haviam se cristalizado.
No fim do artigo, eu concluía dizendo que o maior adversário de Dilma é seu próprio governo e seu estilo de gestão. Sobretudo a incapacidade de transformar sucesso econômico e popularidade em poder político.
Era uma situação que defini como de fracasso assintomático. O artigo foi escrito em fevereiro deste ano e publicado no “Brasil Econômico”. Pois bem, de lá para cá, passaram-se alguns meses. E o que era assintomático transformou-se em fracasso evidente.
Os cinco problemas que apontei no início do ano somente se agravaram. A rigor, os problemas já existiam antes das manifestações de junho. De fevereiro para cá, tudo piorou.
A relação do Planalto com o mercado financeiro nunca esteve tão ruim desde o início da era Lula. A confiança do empresariado no governo está em baixa histórica. O apoio sindical ao governo está rachado como nunca antes. O diálogo com os movimentos sociais é precário, assim como o diálogo com o mundo político.
SEM ASSESSORIA
Quando o prestígio de Dilma despencou, Lula teria recomendado que ela promovesse diálogos semanais com seu conselho político. A iniciativa foi retomada, mas logo as reuniões deixaram de se realizar.
A intolerância e a inabilidade política do governo estão conseguindo transformar em realidade duas velhas aspirações do Congresso que o Executivo sempre quis evitar: a iminente aprovação do Orçamento impositivo e a rápida votação dos vetos presidenciais. O Orçamento Impositivo foi aprovado pela Câmara com ampla margem de votos e agora está sob análise do Senado. Os vetos presidenciais serão analisados todo mês pelo Congresso Nacional. Já houve reunião dos congressistas em agosto, e a próxima acontece no dia 17 de setembro.
Para piorar, em que pese a honestidade da presidente, o governo fraqueja em evitar escândalos graves e negociatas que ocorrem – nas barbas do Ministério Público – dentro dos ministérios e das empresas estatais. A famosa faxina do início do mandato deixou de prosseguir.
Paradoxalmente, Dilma continua favorita. Seus erros e inconsistências, apesar de tudo, ainda não a retiraram dessa condição. Contribui para isso o caráter amador-juvenil de nossas oposições.
RESSENTIMENTOS…
Como bem disse Elio Gaspari, “o PSDB tem mais ressentimentos do que planos e mais queixas do que projetos”. A presidente, conforme última pesquisa Ibope (15 e 18 de agosto), começa a recuperar parte da popularidade perdida. Os que avaliam o governo da presidente ótimo ou bom subiram de 31%, em julho, para 38% em agosto.
Outro aspecto paradoxal é o fato de que a receita testada e aprovada de Lula para criar consensos foi descaradamente abandonada para se estabelecer um jogo voluntarista de perde-perde.
Não ganha o governo, já que está cercado de dificuldades políticas. Não ganha a base política, por conta do relacionamento precário com o governo. Não ganha a sociedade civil, que perdeu espaços de negociação. Perde, sobretudo, a cidadania, que vê os poderes públicos claudicando justo quando temos, provavelmente, as melhores condições financeiras e fiscais da história econômica do país.
Ultimamente, Dilma resolveu se mexer e viajar pelo Brasil. Porém, não adianta só buscar a “foto do dia” na imprensa. Dilma deve cuidar daqueles que podem multiplicar as boas novas do governo. A receita é simples: bastar ter vontade de ouvir e de conversar.

Rede Record virou mais um veículo de propaganda do PT


Joel Carvalho
Basta assistir à TV Record para saber que aquilo virou um veículo de propaganda petista. Aqui mesmo em Brasília, quem tenta sobre podridões no governo local de Agnelo Queiroz, do PT, tem que mudar de canal.
O Edir Macedo, para conquistar, ou melhor, ficar livre de problemas com o governo federal, adotou um discurso pró-aborto e silencioso sobre o movimento gay.  Mas, para quem não sabe, Macedo já foi ferrenho crítico de Lula.
Elogiando o governo petista, Edir Macedo, de conhecida reputação, não corre mais quaisquer riscos. Aliás, já recebeu até condolências de Lula, que afirmou ser solidário ao “sofrimento” de Edir Macedo, citando a prisão do “bispo” em 24 de maio de 1992, acusado de charlatanismo e curandeirismo. Em junho do mesmo anos, depois de contratar por 500 mil dólares o advogado Márcio Thomaz Bastos, Macedo teve o habeas corpus concedido.
E A VEJA?
Quando a Veja publicava os descalabros do Governo Collor, era “queridinha” do PT em 1992. Agora que o PT de extinta ética, e agora recheado de quadrilheiros, tem seus assaltos ao Erário publicados pela mesma revista, então, isso vira coisa de PIG (Partido da Imprensa Golpista).
Já fui um aguerrido petista, até que o governador Agnelo, do PT aqui de Brasília, não me deixou mais dúvidas de que era verdade mesmo tudo o que a revista Veja e demais órgãos de imprensa publicavam sobre a esquerda brasileira. Toda ela. Desde o PSDB, PT até o PSOL. Acordei, e agora fazendo o trabalho inverso, que tive para arrebanhar pessoas para a causa petista, e que ainda estão anestesiados desde a década de 80. Vai demorar um pouco, mas se conseguimos mostrar que no passado o PT seria a “salvação” do Brasil, os fatos mostrarão de per si que, tudo era mentira!

Cubano naturalizado diz que médicos estão sendo explorados


André de Souza (O Globo)
Os médicos de Cuba possuem uma boa formação, mas ganham pouco e têm condições de trabalho ruins quando saem da ilha para trabalhar em outros países, avalia o cubano Carlos Rafael Jorge Jiménez, que fugiu da ilha e, há três anos, trabalha como médico da família no Ceará.
— O Brasil precisa de médicos nas áreas mais carentes, mas que seja de forma correta, e não explorando como estão explorando os médicos cubanos – declarou Jiménez, que tem 30 anos de formado.
Segundo ele, os cubanos dos Mais Médicos, ao ganharem menos que os médicos de outros países e ao não poderem trazer a família, estão sendo discriminados pelos governos do Brasil e de Cuba. Ele afirmou que, em geral, os médicos cubanos em missão no exterior ganham entre 25% e 40% do que é pago pelo país que os recebe ao governo de Cuba. No caso brasileiro, o salário ficaria entre R$ 2,5 mil e R$ 4 mil, frente aos R$ 10 mil que os outros médicos do programa vão receber.Jiménez saiu de Cuba rumo à Bolívia e, de lá, veio ao Brasil, onde fez o exame de revalidação do diploma e se naturalizou. A esposa e o filho vieram depois. A filha, diz ele, ficou oito anos retida em Cuba, mas conseguiu fugir de barco. Ele se diz representante do Movimento Cristão Liberação, de oposição em Cuba, e está em Brasília para participar de um debate na Câmara sobre o programa Mais Médicos, que já trouxe 400 cubanos ao Brasil.
— Saí de Cuba como turista e fiquei. Não voltei.
Apesar dos problemas, Carlos Rafael destaca que o trabalho no exterior é uma oportunidade cobiçada pelos cubanos.
— É pouco em relação ao que fica com os outros médicos. Mas para os cubanos é muito bom. Um cubano ganha em Cuba 25 dólares por mês, ao redor de R$ 60, R$ 70, com uma carga horária de 60, 70 horas por semana. Então, chegar aqui e ganhar 200, 300, 400 dólares, para eles, é uma coisa muito boa. Eu concordo que os médicos cubanos venham ao Brasil, mas em condições iguais às dos outros médicos — afirmou Carlos Rafael.
“COORDENADORES”
Questionado sobre a existência de espiões entre os médicos cubanos, para evitar que eles desertem, Carlos Rafael disse:
— Normalmente vêm. Mas falar se estão vindo ou não, eu não posso falar. É normal que viajem com essas missões. São os coordenadores da missão. (A função deles) É custodiar esses médicos para que não se desvirtuem.
No caso dos médicos cubanos que vêm ao Brasil, a preparação para trabalhar por aqui começou já no ano passado, com aulas de português e sobre o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), contou Jiménez.
— Esses médicos cubanos estão há mais de um ano se preparando em Cuba para vir ao Brasil. Não foi uma coisa de agora. Estão há mais de um ano tendo aula de português e vendo as características do SUS em Cuba — afirmou ele.

Determinados parâmetros das religiões jamais podem mudar


Francisco Bendl
Debatemos, discutimos, mas as questões referentes a Deus e à Ciência continuarão distantes, embora não sejam irreconciliáveis. Entretanto, nossas próprias limitações impedem essa aproximação.
Por outro lado, acredito que a religião não deve mudar, não deve acompanhar a evolução que, admito, é inevitável, haja vista que a moral que deve nortear o ser humano é imutável mesmo com o tempo e desenvolvimento científico e tecnológico.
Roubar, matar, mentir, enganar, prejudicar são comportamentos que a Humanidade deplora desde seus primórdios, que as religiões repudiam e que agora não devem ser maleáveis por conta de nos tornarmos mais tolerantes em certos aspectos e menos tolerantes em outros.
A maleabilidade, adaptabilidade, ajustar-se aos novos tempos, tudo isso compete ao ser humano, em busca do que é melhor para si e do que consegue alcançar, mas, a religião deve se manter ortodoxa, conservadora. Os limites existem para ser obedecidos em quaisquer circunstâncias e momentos, por mais tentadores os caminhos que possam nos desviar de uma conduta adequada e apropriada à retidão de caráter. É preciso ter personalidade e autoridade de seres humanos para com seus filhos, por exemplo, assim como de chefes para subalternos, comandantes para comandados, sob a necessária e imprescindível autoridade moral.
ETERNOS MISTÉRIOS
Quanto aos mistérios do Universo ou aos poucos conhecimentos que temos dos fenômenos da Natureza, Física Quântica, Buracos Negros, tudo isso não deve atrapalhar a crença em Deus, muito pelo contrário. Embora da mesma forma, paradoxalmente, podem alimentar a convicção dos ateus sobre a inexistência de um Criador, justamente ocasionando este impasse como necessário à pesquisa e descoberta sobre quem tem ou não razão.
Famosos filósofos se debruçaram neste aspecto sem concluírem definitivamente sobre a existência de Deus, surgindo a Filosofia, Ontologia, Metafísica, Epistemologia, métodos cartesianos, enfim, como se a comprovação de Deus existir fosse modificar a vida terrena, o período de vida, alterar o tempo, e termos curas para nossas doenças e males da mente, tudo resolvido finalmente!
Ledo engano. A vida segue, mas ela deve ter parâmetros, balizas, que se não são oferecidos pelas religiões, o Estado estabelece na forma de leis, através de punições neste mundo, que serão o freio necessário para vivermos em sociedade e entre desconhecidos, assim como somos obrigados a conviver com o que desconhecemos com base na fé ou na crença que valores e princípios são inatos ao ser humano, quando, na verdade, somente os exemplos é que nos fazem compreender as suas importâncias e absoluta necessidade de que sejam cultuados diariamente, com Deus ou sem Ele, mas através de nossos comportamentos interpessoais e sociais, valorizando, sobremaneira, o ser humano, a nós mesmos, o homem, o próximo!

CHARGE DO CAZO


Esta charge do Cazo foi feita originalmente para o

Dez dicas de onde encontrar novos clientes



1) Tenha sempre cartões de visitas ou folhetos com você!! O verdadeiroprofissional de vendas diverte-se, tem vida social, vai a festas, etc. sem jamais perder o “faro comercial”.

2) Esteja sempre atento a tudo e todos!! O universo dá sinais claros de grandes oportunidades se você estiver “conectado”. Olhe para todos os lados!!


3) Facilite o acesso ao crédito. Quem jamais pôde ter seu produto, pode agora!! Quem já comprava, pode aumentar suas compras.

4) Saia da mesmice!! Vá visitar clientes por outro caminho, em dias diferentes, fale com mais pessoas no seu cliente. Vire seu mapa “de ponta cabeça”!!


5) Mostre atenção, educação e simpatia a todos que cruzarem seu caminho. Seu novo cliente pode estar ali.

6) Questione as regras!! “Nunca vendemos para tal segmento...Por quê? E se mudarmos nosso enfoque, nossa abordagem ou fizermos simples adequações em nossos produtos?” Lembre-se: a Coca-Cola não era para ser refrigerante...


7) Faça uma “pesquisa pessoal” junto ao seu comprador. O que o levou a comprar seu produto, qual apelo emocional pesou na decisão? Use essas informações em suas novas abordagens, para públicos diferentes. Vá direto ao que dá certo!!

8) Saia da toca! Não espero por clientes passivamente em seu lugar!! Vá à luta, mostre a cara, apresente-se ao Universo!!


9) Vá além de ser criativo!! A palavra da vez é a INOVAÇÃO!! Crie VALOR para você e, principalmente, para seu cliente!!

10) Quais são seus concorrentes diretos e, principalmente, indiretos? Lembre-se: o bolso do consumidor é um só e ele pode estar comprometido com outros segmentos. Entenda esse processo e aja fora da esfera de preço. Surpreenda-o, mostrando-se comprometido com o interesse DELE!!

Autor: Dill Casella

Sobre o Autor
Consultor empresarial e palestrante em vendas, atendimento ao cliente, liderança e motivação. Engenheiro, pós em Marketing, especialização em Desenv. Gerencial e Empreendedorismo. Practitioner em PNL, compositor, músico, escritor e ator amador

Fonte: Artigos.com 

Manual de autoajuda para deputados


by Eberth Vêncio
Se conselho fosse deputado, o povo não dava, comprava.
De gente boa, o plenário e o inferno estão lotados.
O que outras pessoas pensam de ti — embora seja a mais pura verdade — não é da conta deles, mas sim, da polícia federal.
Não leves as escutas telefônicas tão a sério. Sem a devida autorização judicial, valem menos que discurso de vice-presidente num feriado da Independência.
Se não puderes destacar pelo talento, bajula os vaidosos, cria uma ONG de fachada ou arruma um cargo comissionado no governo.
Se alguém esbofetear a tua face esquerda, oferece a ele um cruzado de direita bem no queixo.
Sê frio e calculista: se deputados lessem poesia, não seriam deputados. Para parlamentares homofóbicos de verdade, a meiguice é pura viadagem.
A pressa é inimiga da votação secreta. O conchavo é um prato que se come frio.
Cavalo dado não se olha os dentes. Aceita o agradinho, que é de bom coração.
Põe tento. Contas secretas num paraíso fiscal engordam é com o olhar do dono.
Político velho não mete a mão em cumbuca.
Plenário cheio é oficina do diabo.
Sossega. A cassação não chega na véspera.
A mão que balança o berço é a mesma que recebe um terço em propina.
Atrás de um grande homem há sempre uma grande sombra.
A César o que é de César, e adeus a Deus.
Antes calar que mal delatar.
Em cada cabeça de juiz do supremo, uma sentença.
Nunca digas: nesta emenda eu não votarei.
Quem tem boca de urna vai eleito. Roma é só consequência.
Diga-me com quem faz alianças que eu direi o que tu és.
Eu não te disse? Nada como um mensalão após o outro.
Se um dia te sentires fraco, a vacilar, abra o cofre e sinta a gostosa fragrância de um maço de dólares novinhos.
Nunca arrependas dos conluios que fizeste, mas dos que deixaste de fazer.
Quem ama dinheiro cuida. Cuida do dinheiro, é claro.
Vão-se os dedos, ficam os anéis. Afinal, a mão não é tua mesmo.
Emenda parlamentar oportunista no projeto dos outros é refresco.
Pra político velho o remédio é partido novo.
Rir da cara do povo é o melhor remédio.

MOTIVO DE PIADA MUNDIAL, por Anhangüera


As Mil e Uma Noites...
Ilustração de as Mil e Uma Noites…
Estamos no limite. Só falta um ministério para sermos o que eu disse no título. Como na obra Ali Babá e os 40 ladrões, contido no livro da Mil e Uma Noites, conhecido em todo o planeta. O artigo de Merval Pereira, O Limite da Ineficiência, tem sido difundido pelo grupo Guararapes (de origem militar, tão quietos mas não dormindo).
“Já que a principal qualificação da presidente Dilma Rousseff é a excelência gerencial, pelo menos na propaganda oficial, analisemos seu governo à luz da organização de sua estrutura administrativa, agora que mais uma secretaria com status de ministério, a da Micro e Pequena Empresa, foi criada. São 24 ministérios, mais dez secretarias ligadas à Presidência e cinco órgãos com status de ministério, ao todo 39 ministérios, um recorde na História do país, além de uma dimensão que está dentro do que se conhece como “coeficiente de ineficiência”, definido em estudo, já relatado aqui na coluna, de três físicos da Universidade Cornell, Peter Klimek, Rudolf Hanel e Stefan Thurner, depois de analisarem a composição ministerial de 197 países.
O estudo chegou à conclusão de que os governos mais eficientes têm entre 19 e 22 membros. O Brasil estaria no mesmo nível de ineficiência ministerial do Congo (40); do Paquistão (38); de Camarões, Gabão, Índia e Senegal (36), entre outros. O empresário Jorge Gerdau, que atua como consultor do governo para melhorar sua gestão, perdeu a paciência com a situação e disse, em recente entrevista, que “tudo tem o seu limite. Quando a burrice, ou a loucura, ou a irresponsabilidade vai muito longe, de repente, sai um saneamento. Nós provavelmente estamos no limite desse período”.
Para Gerdau, o país poderia ter apenas uma meia dúzia de ministérios, que são os que realmente a presidente Dilma controla diretamente. Os demais “ministros” raramente estão com a presidente, e alguns nunca foram recebidos por ela em audiência nestes mais de dois anos de governo. Napoleão Bonaparte concordava com Gerdau e dizia que nos altos níveis não se comanda com eficiência mais de sete subordinados.
O número de ministérios no Brasil tem aumentado a partir da eleição de Tancredo Neves, em 1985, segundo o cientista político Octavio Amorim Neto, da Fundação Getulio Vargas do Rio, um estudioso da formação de governos, e seu levantamento vale a pena ser republicado por refletir a necessidade crescente de composições políticas, acrescida da busca desenfreada de minutos de propaganda eleitoral. Antes de Tancredo, o governo Figueiredo tinha 16 membros, além dos cinco ministérios militares: Marinha, Exército e Aeronáutica, SNI e Emfa. Eleito, uma das primeiras coisas que Tancredo Neves fez foi aumentar o número de ministérios, para acomodar na sua coalizão uma série de facções do PMDB e do antigo PDS, transformado em Frente Liberal.
O primeiro Ministério de José Sarney, herdado de Tancredo, tinha 21 ministros, com três ministérios novos: da Cultura, da Reforma e Desenvolvimento Agrário, e o de Ciência e Tecnologia. O governo de Fernando Collor reduziu radicalmente o Ministério para dez, chegando a 12 no final, antes do impeachment, o que alimenta a tese de que ele caiu por não ter mantido bom relacionamento com o Congresso, e não pelas falcatruas de que era acusado.
Quando Itamar Franco assumiu, na crise da deposição de Collor, uma das primeiras coisas que fez foi ampliar o número de ministérios para 22, tendo sido criado o Ministério do Meio Ambiente. O tamanho dos ministérios ficou em torno desse número no governo Fernando Henrique Cardoso, embora também ele tenha criado mais três pastas: a do Planejamento, a da Defesa e a do Esporte, e uma série de secretarias para acomodar facções políticas. A partir dos governos petistas, especialmente depois da crise de 2005, a criação de ministérios disparou: saltou das 21 pastas do último ano do governo Fernando Henrique Cardoso para 34 no primeiro mandato de Lula, 37 no segundo e, agora, 39 com Dilma.”

O que as urnas farão com as ruas? Seria uma pena que o ódio ganhasse as ruas, criasse mártires e prejudicasse quem mais precisa


RUTH DE AQUINO
20/08/2013 07h30 - Atualizado em 20/08/2013 12h54


A pergunta, feita por um jovem durante debate na Casa do Saber, no Rio de Janeiro, provocou um silêncio pesado e ensurdecedor, na plateia e na mesa. Ninguém ousaria responder. O medo da radicalização se instalou nas casas, nas famílias, nos locais de trabalho. As ofensas de baixo calão na internet mostram que uma simples divergência de opinião leva pedradas e balas de borracha. O gás lacrimogêneo nubla a lucidez, o spray de pimenta favorece o extremismo. Não se prevê sequer o que acontecerá no próximo dia 7 de setembro. As redes sociais convocam todos os brasileiros para “o grito do gigante” contra a corrupção política.

Um tema válido e nacional, que causa a repulsa de todo cidadão de bem e transcende partidos. “Não existe corrupção do PT, do PSDB ou do PMDB. Existe corrupção. Não há corrupção melhor ou pior. Dos ‘nossos’ ou dos ‘deles’. Não há corrupção do bem. A corrupção é um mal em si e não deve ser politizada”, disse o mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Roberto Barroso. Concordo. Espero que a declaração de Barroso signifique que todos serão punidos. E não que todos serão inocentados, sob o argumento de que “sempre se roubou” no Brasil. Caso contrário, o julgamento dos mensaleiros virará uma chicana.

Barroso poderia acrescentar que os abusos e desvios não se restringem ao Legislativo. Contaminam o Executivo e também o Judiciário, Poder que ele representa. Há mordomias imorais para todo gosto entre os excelentíssimos representantes do povo. Ou Barroso acha válido que a gente pague R$ 101 milhões de auxílio-alimentação retroativo a juízes? Por isso, as ruas se levantaram com tanta indignação. Não porque as pessoas estão felizes e querem mais.

A corrupção mina a democracia e contribui para o padrão quinto-mundista de nossos serviços públicos: saúde, educação e transporte. O que mais tira o meu apetite são as condições dos hospitais públicos. Não tenho estômago para ver uma grávida de 16 anos parindo em frente às grades de um hospital, depois de não ter sido aceita no hospital anterior. Ou para ver idosos sentados em cadeiras ou amontoados em macas por dias, na emergência de hospitais à espera de um leito, tendo sofrido fraturas ou derrames. Ou saber que pacientes esperam um ano para fazer uma endoscopia. Ou olhar as filas imensas de doentes diante dos hospitais. São violações de direitos humanos. Diárias.
Esse escândalo me dói mais que as fotos do Congresso Nacional de novo às moscas, com seus plenários vazios e votações em apenas dois dias da semana. O que fazer para forçar esse pessoal a trabalhar? Na quinta-feira, quase 400 congressistas marcaram o “ponto” e se mandaram. Nenhum projeto foi votado. “Se o povo sai das ruas, o Congresso sai dos trilhos”, disse o senador Álvaro Dias. Onde estava o presidente do Senado, Renan Calheiros? Liderando uma comitiva para visitar em São Paulo o senador José Sarney, internado no Hospital Sírio-Libanês.

Nenhuma promessa em relação a transporte e corte de despesas foi cumprida. Ah, houve uma providência no Ceará: o governador Cid Gomes contratou um bufê de R$ 3,4 milhões para abastecer a cozinha da residência oficial e seu gabinete de bombinhas de escargot, salmão com caviar, camarões ao sol nascente, crepe de lagosta e sushi tropical, entre outras iguarias. Está no Diário Oficial e em reportagem no jornal O Globo.

Foi por tudo isso que a população apoiou a explosão de protestos em junho. Eram mais pacíficos, mais apartidários, mais familiares, tinham a “cara limpa” de quem nada deve, a emoção da solidariedade, a esperança de um Brasil mais justo. Seria uma pena que o ódio, de lado a lado, ganhasse as ruas, criasse mártires e prejudicasse quem mais precisa. Admiro os “coletivos” de jovens ansiosos para fazer diferença num país que não protestava. Critiquei quando um repórter da Mídia Ninja foi preso. Os vídeos feitos pelos ninjas foram essenciais para recolocar a cobertura e denunciar armações e “vandalismos” dos fardados. Mas, quando mascarados atacam hospitais – como ocorreu em São Paulo, na emergência do Sírio-Libanês – e agridem jornalistas profissionais... isso é coisa de fascista.

Vi uma menina de comunidade carente, na Casa do Saber, dizer, contrariada, que “os 100 mil que estavam nas ruas do Rio não eram os 100 mil que a gente queria, eram pessoas estranhas”. Talvez porque fossem de classe média. Cuidado com a intolerância. Os manifestantes de hoje podem ser os ditadores de amanhã. A História está cheia de exemplos de irmandades que começam a lutar a boa luta e depois renegam a livre expressão. Torturam e matam seus próprios irmãos ninjas quando a dissensão se instala.

Parece que foi o Professor Hariovaldo que escreveu... mas é só o Sr. Luiz de Orleans e Bragança


Posted: 05 Sep 2013 04:38 PM PDT

COMUNICADO DE DOM LUIZ DE ORLEANS E BRAGANÇA,
CHEFE DA CASA IMPERIAL DO BRASIL

É com o espírito carregado de graves apreensões que venho considerando os mais recentes acontecimentos de nossa vida pública. As instituições são desrespeitadas, a insegurança jurídica aumenta, a faculdade de opinar vai sendo ameaçada, insuflam-se conflitos entre brasileiros, sobre as forças dinâmicas da Nação se abatem legislações cada vez mais sufocantes e até nossa diplomacia – outrora reconhecida por seu equilíbrio e sutileza – é vilipendiada.
Aumenta, dia a dia, em considerável parte de nossa população – afável, ordeira e laboriosa – o sentimento de inconformidade e rejeição ante os crescentes desmandos de algumas de nossas mais altas autoridades, obstinadamente comprometidas com metas ideológicas avessas ao sentir da alma cristã de nosso povo.
O País assiste nestes dias, estupefato e incrédulo, ao que algumas vozes ponderadas já não hesitam em qualificar de um moderno tráfico de escravos ideológicos.
A classe médica e considerável parte da população vê com aversão a vinda ("importação"!) para o nosso País de médicos cubanos como "solução" para um sistema estatal de saúde em boa medida falido, devido ao descaso do próprio governo.
Enviados para o Brasil – a mando das autoridades que há décadas envolvem a outrora pérola do Caribe nesse ambiente obscuro, miserável e trágico, típico das nações-masmorras sobre as quais se abateu o comunismo – tais médicos são massa de manobra de inconfessados desígnios.

Enquanto é legítimo duvidar dos conhecimentos científicos de muitos deles, não é difícil conjecturar que alguns aqui desembarcarão como agentes da ideologia socialo-comunista vigente em Cuba, como tem acontecido em países como a Venezuela e a Bolívia. Além disso, muitos, separados propositalmente de seus familiares, aqui ficarão confinados em seus locais de trabalho, sem que seja clara a garantia de sua liberdade de ir e vir, bem como de outros princípios básicos de nosso Estado de Direito. Isso para não mencionar que parte do pagamento deste trabalho escravo hodierno será enviado pelas autoridades brasileiras às autoridades do regime cubano.
A se consolidar esta espúria operação, o Brasil terá sido empurrado decididamente para os descaminhos do totalitarismo. Hoje escravidão de pobres cubanos, amanhã talvez de brasileiros.
É, pois, com repulsa que vejo autoridades da República, com profundos laços ideológicos com o regime comunista de Cuba, fazerem semelhante acordo, favorecendo ademais a sobrevivência de uma ditadura que visa estender pelo território brasileiro os males com que o expansionismo castrista fustiga há décadas países de nosso Continente.
Para que o Brasil prossiga sua trajetória histórica sem conhecer as discórdias, agitações e até morticínios que têm caracterizado as revoluções de índole socialo-comunista, urge que os brasileiros, das mais diversas condições, abandonem certa inércia desavisada na qual se encontram e se articulem para fazer refluir as ameaças que, contrárias ao modo de pensar, de agir e de viver, da grande maioria de nossa população, vão baixando sobre o País.
É neste sentido que elevo minhas preces a Nossa Senhora Aparecida, a quem Dom Pedro I consagrou o Brasil, logo após nossa Independência, como Padroeira e Rainha.
Dom Luiz de Orleans e Bragança
1º de setembro de 2013