terça-feira, 21 de maio de 2013

A culpa não é do mordomo



Gil Castello Branco, O Globo
Os mestres do suspense, Aghata Christie e Alfred Hitchcock, deduziam, frequentemente, que a culpa era do mordomo. Hoje em dia, em raras ocasiões a responsabilidade é do personagem secundário, coadjuvante.
O “drama” de que trata este artigo, no entanto, não provém dos romances policiais britânicos. Diz respeito à administração pública brasileira, especialmente ao Legislativo. Graças à Lei de Acesso à Informação, o jornalista do GLOBO, Vinicius Sassine, fez uma descoberta interessante.
O presidente do Senado, Renan Calheiros, tem à sua disposição na residência funcional um “mordomo”, Francisco Joarez Cordeiro Gomes, que recebeu, em março, R$ 18,2 mil brutos, dos quais R$ 2,7 mil somente em horas extras. Deve ganhar mais do que o Thompson, da novela “Salve Jorge”.
O serviçal comissionado, lotado na Coordenação de Administração de Residências Oficiais, é, desde 2006, “assistente parlamentar”, nomeado por ato secreto assinado pelo então diretor-geral da Casa, Agaciel Maia.
O caso não é atípico. Outros sete assistentes parlamentares estão “lotados” no plenário e na área do cafezinho, atuando como garçons. Em março, receberam entre R$ 7,3 mil e R$ 14,6 mil. Os salários chegam a ser vinte vezes maiores do que o piso da categoria em Brasília.
Um deles, José Antônio Paiva Torres, o Zezinho, recebeu R$ 14,2 mil brutos, sendo R$ 5,3 mil em horas extras. É claro que a culpa não pode ser atribuída ao “Zé”, pelo menos a esse José.
A lista de absurdos parece não ter fim. Apesar das facilidades existentes para a marcação de assentos e confirmação de viagens, o Senado mantém nove funcionários, com remuneração líquida entre R$ 14 mil e R$ 20 mil, para fazer check-in e despachar as malas dos senadores. Enquanto isso, os nobres parlamentares aguardam o embarque em sala VIP paga pelos contribuintes.
Entre os que recebem quantias elevadas para servir de babá para os parlamentares está, por exemplo, o coordenador de apoio aeroportuário, Francisco Farias, que recebeu, em março, R$ 20.959,95 já com as deduções. A presidente Dilma recebeu R$ 19,8 mil líquidos.
Aliás, no que diz respeito aos salários, a consulta no site do Senado exige paciência por parte do interessado. A cada pesquisa nominal o cidadão é obrigado a cadastrar-se no portal informando seu nome, CPF, endereço, estado, cidade, bairro e CEP, declarando ainda, sob as penas da lei, que as informações são verdadeiras. Mas são óbvios os motivos que levam o órgão a dificultar a obtenção das remunerações de cada burocrata.
Enquanto os salários são altos, a assiduidade é baixa. No biênio 2011/2012, em média, cada servidor efetivo da chamada Câmara Alta obteve licenças médicas que o afastaram do trabalho por 36 dias. Ou seja, ganhou 26 meses de vencimentos e não trabalhou em um mês e seis dias para tratar de alguma doença.
Até nas aposentadorias existem falcatruas. Conforme mostrou o “Fantástico” no último fim de semana, ex-servidores aposentados por invalidez, recebendo benefícios mensais superiores a R$ 20 mil, continuam na ativa.
Que o digam dois ex-motoristas inválidos para o Congresso, um dos quais já até exerceu cargo em empresa pública enquanto o outro se candidatou a vereador. Por dia o Senado gasta R$ 2,4 milhões com aposentadorias.
Diante dos fatos, quantas outras barbaridades existirão envolvendo os mais de 6 mil servidores do Senado? Que plano de cargos e salários é esse em que um técnico legislativo recebe remuneração superior à da presidente da República? Quem tornou legais esses vencimentos, licenças médicas e aposentadorias imorais?
Na atual reforma administrativa, promovida a partir de fevereiro, nem todos são iguais. Foi extinto o serviço ambulatorial gratuito, mas os senadores continuam desfrutando de atendimento médico sem limite de reembolso nos hospitais que desejarem.
Até a turma do apoio operacional no Rio de Janeiro — herança da época em que a capital era na cidade — ainda existe, sabe-se lá para quê.
Ademais, como os “cortes” acontecem nas gratificações de menor valor, as despesas globais não mudaram de patamar. Nos primeiros meses pós reforma, março e abril deste ano, os dispêndios de custeio do Senado somaram R$ 551,3 milhões, incluindo pessoal e despesas correntes. No mesmo período do ano passado, sem as tais reformas, as despesas foram de R$ 500,3 milhões. Assim, cadê a economia?
Enfim, inúmeras regalias continuam preservadas e a culpa não é do mordomo. As suspeitas, nesse caso, recaem sobre os patrões. Elementar, meu caro Watson.

Gil Castello Branco é economista e fundador da organização não governamental Associação Contas Abertas.

O fim da picada: vejam como o governo procura empurrar com a barriga as investigações sobre o escândalo Rosegate



"Rose", a amigona do ex-presidento Lula que traficava influência em pleno gabinete da Presidência em São Paulo: Palácio do Planalto ajuda a empurrar o caso com a barriga (Foto: Jorge Araújo / Folhapress)
Quem quer colaborar, colabora.
Quem não quer colaborar, usa firulas legais para ganhar tempo e empurrar investigações com a barriga.
Desde 23 de novembro de 2012 Lula não disse nada sobre o caso Rose, que, conforme a implacável contagem que realiza o blog de Augusto Nunes, completa hoje 179 dias.
Decorrido todo esse período sob espesso silêncio do ex-presidento — ele é capaz de dar palpite sobre física nuclear ou comentar o tipo de passarinho em que se encarnou o falecido caudilho Hugo Chávez, mas não abre a boca para falar da amigona do peito que transformou o escritório da Presidência em São Paulo em balcão de tráfico de influências –, acho o fim do mundo, o fim da picada e uma pouca vergonha as manobras dilatórias que o Palácio do Planalto está adotando para atrasar e atrapalhar a apuração do caso.
As coisas se realizam por meio do sub do sub, como vocês verão no material abaixo, mas só falta a presidente Dilma dizer que também não sabe nada a respeito disso.
Vejam só e concluam por si mesmos se essa forma de agir é própria de quem quer realmente que o caso de Rosemary Noronha e suas trampolinagens à custa do dinheiro e do cargo públicos seja esclarecido.
Do site de VEJA
GOVERNO NEGA AO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL ACESSO À SINDICÂNCIA SOBRE ROSE
Procuradoria da República em São Paulo diz que recusa é ‘sério obstáculo ao pleno conhecimento dos ilícitos’ praticados por Rose
A Presidência da República negou ao Ministério Público Federal em São Paulo acesso aos documentos da sindicância instaurada para apurar a participação da Rosemary Noronha nas fraudes reveladas pelaOperação Porto Seguroda Polícia Federal. Ex-chefe de gabinete do escritório da Presidência em São Paulo, Rosemary foi denunciada em dezembro por falsidade ideológica, tráfico de influência, corrupção passiva e formação de quadrilha.
Segundo a assessoria do MPF, a subchefia de Assuntos Jurídicos da Casa Civil respondeu que “o chefe do gabinete pessoal da Presidência da República não tem competência para prestar a informação requisitada” e que a lei brasileira determina que pedidos enviados à Presidência da República devem ser feitos pelo procurador-geral da República. O ofício do MPF foi endereçado à chefia de gabinete da Presidência.
Após a negativa, o MPF afirmou que “tomará as providências cabíveis” e que a recusa representa “sério obstáculo ao pleno conhecimento dos ilícitos”.
Coordenada pela Casa Civil, a apuração desvendou como a ex-funcionária usava a influência e a intimidade que desfrutava com o ex-presidente Lula para se locupletar do poder. Ao fim de dois meses de trabalho, os técnicos reuniram provas que resultaram na abertura de um processo disciplinar contra ela por enriquecimento ilícito. Porém,conforme revelou VEJA, a Secretaria-Geral da Presidência da República montou um processo paralelo com a falsa intenção de “acompanhar e orientar” a apuração da Casa Civil – mas que não passava de uma tentativa de sabotar o trabalho de investigação.
O MPF argumenta que a lei 8 112/90 obriga o órgão a encaminhar cópia da sindicância quando o relatório “concluir que a infração está capitulada como ilícito penal”.
Procurada, a assessoria de imprensa da Casa Civil afirmou que ainda se pronunciará sobre o pedido negado ao MPF

Temer destitui a funcionaria pública que cuidava de seus negócios particulares em SP. OK. Ficam, porém, faltando duas coisas no caso. Confiram


Ricardo Setti

O vice-presidente Michel Temer: agora, faltam pedir desculpas e algo mais(Foto: Gustavo Miranda / Ag. O Globo)
O vice-presidente Michel Temer: agora, faltam pedir desculpas e algo mais(Foto: Gustavo Miranda / Ag. O Globo)
Conforme publica hoje o site de VEJA, o vice-presidente da República, Michel Temer, destituiu a assessora Gilda Silva Sanchez, servidora pública que recebe mais de 7 mil reais por mês de salário, do cargo de administradora e gerente em uma sua empresa em São Paulo.
O fato veio a público por meio do site de VEJA, a Vice-Presidência apresentou a esfarrapadíssima desculpa de que a designação de Gilda fora um “lapso”, e agora anuncia seu afastamento das funções privadas, vedadas expressamente pelo inciso X do artigo 117 da lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, que dispõe dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.
Muito bem: dois meses e pouco depois de feito, o mal foi desfeito.
Há, contudo, dois poréns:
1. Falta o vice-presidente da República — até para dar exemplo — pedir desculpas pelo “lapso”.
2. Falta o Ministério Público fazer cumprir a lei e, com base nos artigos 121 a 142 da legislação citada, que trata das responsabilidades dos servidores públicos e das penalidades a serem eventualmente impostas aos servidores que violaram o diploma legal, investigar o caso e, dependendo dos resultados, pedir a aplicação de punição aos culpados.
Não custa lembrar que o vice-presidente também é um servidor público.

Eliane: Barbosa não disse nehuma mentira



A colunista da Folha Eliane Cantanhêde concorda com a declaração de Joaquim Barbosa sobre a falta de consistência ideológica dos partidos políticos. « O problema é que há muito mais coisa "de mentirinha", uma delas no próprio Supremo, que é tão atento às escorregadelas dos demais Poderes, mas de vez em quando também derrapa ». Leia:

Tudo de mentirinha


BRASÍLIA - Sem papas na língua (acho que ele se orgulha disso), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, ensinou ontem a estudantes de Brasília que os partidos brasileiros são "de mentirinha". Nem o grosso dos cidadãos vê consistência ideológica e programática nos partidos, nem os líderes partidários estão interessados em ideologia e programas. ...

Ok, um ministro do Supremo não pode sair por aí falando o que todo mundo fala, mas Joaquim não disse nenhuma mentira.

Tanto que líderes de governo e de oposição vestiram a carapuça e se tomaram em brios.

O problema é que há muito mais coisa "de mentirinha", uma delas no próprio Supremo, que é tão atento às escorregadelas dos demais Poderes, mas de vez em quando também derrapa. Conforme os repórteres Eduardo Bresciani e Mariângela Gallucci, a corte gasta fortunas com viagens, inclusive internacionais e durante os recessos, para os ministros e suas mulheres. As viagens são de trabalho ou isso é só "de mentirinha"?

Também os encontros e a cordialidade dos aliados Dilma Rousseff e Eduardo Campos são tão mais "de mentirinha" quanto mais os dois vão se tornando efetivamente adversários. Enquanto Dilma chuta em gol e Campos aplaude na Arena Pernambuco, o PT e o Planalto chutam a canela dos partidários do governador em Brasília. Um deles, o ministro Fernando Bezerra, está até fazendo gol contra (contra o padrinho Campos).

Igualmente "de mentirinha" foi a boataria sobre o Bolsa Família, mas contra os mais pobres, com correria e depredações. Como foi "de mentirinha", e ela admitiria depois, a acusação da ministra Maria do Rosário de que a culpa é da oposição.

Nada disso, porém, é tão "de mentirinha" quanto os dados sobre miséria. Segundo o repórter João Carlos Magalhães, basta aplicar a inflação à "linha da miséria" (R$ 70 por mês, desde 2011) que 22,3 milhões voltam para onde estavam. E de onde, no mundo de verdade, nunca saíram.
Fonte: Brasília 247 - 21/05/2013

Combustão espontânea das massas?



Carlos Chagas 
Apesar de passar o dia em Pernambuco, ontem, a presidente Dilma manteve-se atenta, cobrando  de diversos ministros, pelo telefone, providências para o imediato  resultado das investigações sobre os responsáveis pela boataria que tomou conta do país no fim de semana, sobre a interrupção e até a extinção do bolsa-família. O ministro da Justiça ficou o tempo todo ligado com a presidente,  dando conta do trabalho da Polícia Federal, abrangendo os doze estados onde foi maior a exasperação popular. Desde sábado à noite que Dilma passou a exigir a apuração da despropositada notícia.
O governo não admite a hipótese da combustão espontânea. Algum pérfido objetivo, de mais pérfidos personagens,  deu início à difusão da mentira, que as redes sociais absorveram celeremente.
A pergunta que se fazia em Brasília, por exigência da presidente da República, era “a quem interessou o crime?”
Não se pode mais acusar os comunistas, como no passado. Eles já ganharam a  estratosfera. Também fica difícil acusar os tucanos, mesmo tendo eles se reunido em convenção, na capital federal, quando contundentes pronunciamentos foram feitos contra o governo. Afinal, eles reivindicam a paternidade do bolsa-família e não se cansam de repetir que manterão o programa, quando chegarem ao poder.
Identificar a trama na imprensa sempre crítica à administração do PT também não dá. Nenhum jornalão ou rede de televisão abriu espaço para divulgar  o boato, passando todos a registrar apenas seus efeitos em grande número de cidades, onde agencias bancárias foram invadidas. No caso, prevalece a máxima de que a imprensa aumenta, mas não inventa.
Teria sido aquela parcela do empresariado sempre de má vontade com o governo? Jamais nos fins de semana, onde seus expoentes espalham-se entre o mar e a montanha. Dos sindicatos não há que falar, muito menos da Igreja, empenhada em celebrar o Pentecostes.
Aliados descontentes com falta de favores e benesses? Não depois da votação da medida provisória dos Portos, aprovada às custas  de montes de promessas do palácio do Planalto de que agora serão atendidos em seus pleitos. Os sabotadores do PT que ainda sonham com a substituição de  Dilma pelo Lula, como candidato presidencial no ano que vem? Seria mais do que  um tiro no pé, pois na cabeça, se chegassem a tanto.
Fica então o mistério, dentro de um enigma, envolto por uma charada:  que forças desencadearam a crise, em   dado momento levando o governo à exasperação?   Vale  repetir, as redes sociais podem ter servido de instrumento para inocular o medo e a indignação nas camadas beneficiadas pelo bolsa-família, mas não foram a  sua causa. Na hipótese de malograrem as investigações da Polícia Federal, será suficiente alegar  a combustão espontânea  das massas? Melhor convocar Sherlock Holmes, monsieur Poirot e o comissário Maigret, porque esse bando de novos detetives surgidos de medíocres autores policiais não darão para a tarefa investigativa…   
ATENÇÃO NO SUPREMO
É provável que esta semana o plenário do Supremo Tribunal Federal venha  pronunciar-se sobre a validade  ou não dos embargos apresentados pelos advogados dos condenados no processo do  mensalão. O presidente Joaquim Barbosa já se definiu contra a hipótese de iniciar-se um segundo julgamento dos mensaleiros, mas precisará abrir a questão aos demais ministros. Caso não o faça, eles farão, dada a existência de uma corrente que discorda das concepções do presidente. A previsão é para debates acres e veementes a  respeito da possibilidade de revisão de certas penas. Jamais a absolvição, mas a diminuição de algumas condenações. Resta saber se quebrarão as muralhas de Joaquim Barbosa.
AQUELE MALDITO CAFEZINHO
Aparício Torelli, o Barão de Itararé, foi preso diversas vezes pela ditadura do Estado Novo. Numa delas, já permanecia há dois meses no presídio da rua Frei Caneca, no Rio, sem ter prestado depoimento  nem ter sido ouvido. O ministro Castro Nunes, do Supremo Tribunal Federal, ao  investigar as arbitrariedades da polícia de Filinto Muller, conseguiu avistar-se com o bravo jornalista e começou perguntando porque ele estava preso. O Barão pensou um pouco e respondeu: “Excelência, só pode ter sido aquele maldito cafezinho.”
O ministro espantou-se, ia ficando bravo,  quando ouviu a explicação: “Eu estava no meu escritório escrevendo um artigo quando me deu vontade de tomar um cafezinho. Desci ao botequim, fiz o pedido e quando ia levando a xícara à boca apareceu um investigador de polícia, segurou meu braço e disse que eu estava preso. Só pode ter sido por causa do cafezinho…”
Mesmo assim, o Barão foi parar no presídio da  Ilha Grande. 

Judiciário sem comprometimento com a sociedade



Roberto Monteiro Pinho
Pesquisa divulgada há pouco aponta que os advogados não mais confiam na Justiça brasileira. Numa escala de 0 a 100, eles deram nota 31,9l. O levantamento foi feito pela Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace), criada por docentes da Faculdade de Administração e Economia da USP de Ribeirão Preto (SP).
A morosidade do Judiciário para solucionar os diversos conflitos que chegam aos 91 tribunais do país é, de acordo com uma sondagem realizada no mês de março de 2010, pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o maior entrave apontado pelo brasileiro no item que trata da confiança da população na Justiça.
Até então, com 70 milhões de processos ativos, o judiciário brasileiro, amargava seu pior momento, eis que 92,6% da população reprovaram o Judiciário no quesito celeridade. O levantamento faz parte do cálculo do Índice de Confiança na Justiça (ICJBrasil) do 1º trimestre de 2010, organizado pela Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que chegou a 5,9 pontos, em uma escala de 0 a 10.
Os resultados da pesquisa Justiça em Números, (realizada pelo CNJ e divulgados em outubro de 2012), mostraram que o volume de processos em tramitação no Poder Judiciário brasileiro chegou a 90 milhões no ano anterior. Ainda de acordo com o CNJ, 63 milhões de processos já estavam pendentes no final de 2010 e continuaram em andamento no ano passado.
Outra pesquisa divulgada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) mostra que maioria dos brasileiros perdeu a confiança nas instituições e órgãos públicos. A pesquisa ouviu 2.011 pessoas em todo o país, com idade acima de 16 anos. O objetivo era o de avaliar a confiança da população nas instituições e órgão públicos; a opinião sobre questões atuais e a imagem do Poder Judiciário.
SEM RESISTÊNCIA
Não dá para fechar os olhos à realidade, ‘contra a força não há resistência’, até mesmo as ações propostas na Justiça do Trabalho em que as partes, mesmo antes do ajuizamento já acertaram os termos de um futuro acordo, comparecendo à audiência apenas para reafirmarem aquilo que já pactuaram extrajudicialmente; o que, via de regra, será chancelada pelo magistrado, tem que ser pela via eletrônica.
Estamos diante de um fato alarmante, onde o ator monocrático fica distante da ação, impedido pela linha imaginária do protocolamento eletrônico, quando na realidade. com tudo acertado, poderia ser resolvido sem o gerenciamento eletrônico?
Na verdade o Processo Eletrônico Trabalhista (PJe-JT) implantado é um acinte contra sociedade, veda o acesso ao Judiciário, traduz à forma com que os integrantes desta Justiça tratam a advocacia, o que, aliás, é uma constante, cujo corporativismo excede até mesmo aos limites elementares da dignidade humana.
Os prejuízos acumulados, por esse “aberratio juris”, tanto material como do direito, aos que litigam nesta Justiça é de tal monta, que jamais será resgatado. Juízes, desembargadores e ministros preguiçosos que extinguem ações sem o menor pudor jurídico, somente com o fito de manter suas estatísticas a níveis baixos, estão se deliciando com mais esta brecha para continuarem praticando suas heresias.

A campanha contra o Ministério Público é de um cinismo espantoso



Hugo Gomes de Almeida
Essa tal PEC 37 (Proposta de Emenda Constitucional) é portadora de um cinismo que causa espanto! Por incrível, as entidades civis, de tantas lutas éticas, calam-se nessa hora em que têm o dever de protestar e cerrar fileiras com a causa do Ministério Público — a instituição que pelo atuar altivo e imparcial tem posto freio aos malfeitos de muitos calhordas.
O Brasil precisa aumentar ao máximo o poder de investigação do Ministério Público, ao invés de restringi-lo. Máxime se tivermos em conta que os integrantes da Polícia não contam com garantias constitucionais para levar avante determinadas investigações de meliantes que tenham a proteção do Executivo. Mesmo se possuíssem tais garantias, faltar-lhes-ia a credibilidade de que desfrutam os membros do Ministério Público.
O aparelho policial tende a desprestigiar-se no conceito público ao defender autoprivilégio jurídico, sabidamente afrontante do instituto da moralidade. O Brasil, em fase de afirmação internacional, se efetivar o grotesco retrocesso, ver-se-á diminuído, reduzindo-se ao plano das republiquetas. O ato, além de infame no respeitante à apuração de ações delinquentes, carrega simbologia reducionista que diminuirá mundo a fora o conceito do País.

MONOPÓLIO DA INVESTIGAÇÃO
A quem aproveita esse pretenso monopólio da investigação? Falar-se em monopólio nesta época de pluralidade significa acinte a princípios éticos. Quando precisamos de mais órgãos com poder de investigação, querem justamente atingir o principal deles: o Ministério Público, que se afirma dia a dia no conceito da população brasileira. Não se é de acreditar que os senhores parlamentares queiram posicionar-se na contramão do processo histórico. Será um retrocesso grotesco.
O aparelho policial deve lutar não por adquirir monopólio investigatório, mas por cobrir-se de maiores garantias constitucionais. Para que se equipare, no particular, ao Ministério Público e ao Judiciário. País nenhum pode afirmar-se bem estruturado se abrir mão do poder de investigação conferido a órgão da respeitabilidade do Ministério Público.
Urge apoiem ao Ministério Público as entidades civis e todos os que — do fundo da consciência — desejam o aprimoramento das instituições e lutam por um País mais e mais moralizado.
Hugo Gomes de Almeida
Essa tal PEC 37 (Proposta de Emenda Constitucional) é portadora de um cinismo que causa espanto! Por incrível, as entidades civis, de tantas lutas éticas, calam-se nessa hora em que têm o dever de protestar e cerrar fileiras com a causa do Ministério Público — a instituição que pelo atuar altivo e imparcial tem posto freio aos malfeitos de muitos calhordas.
O Brasil precisa aumentar ao máximo o poder de investigação do Ministério Público, ao invés de restringi-lo. Máxime se tivermos em conta que os integrantes da Polícia não contam com garantias constitucionais para levar avante determinadas investigações de meliantes que tenham a proteção do Executivo. Mesmo se possuíssem tais garantias, faltar-lhes-ia a credibilidade de que desfrutam os membros do Ministério Público.
O aparelho policial tende a desprestigiar-se no conceito público ao defender autoprivilégio jurídico, sabidamente afrontante do instituto da moralidade. O Brasil, em fase de afirmação internacional, se efetivar o grotesco retrocesso, ver-se-á diminuído, reduzindo-se ao plano das republiquetas. O ato, além de infame no respeitante à apuração de ações delinquentes, carrega simbologia reducionista que diminuirá mundo a fora o conceito do País.
MONOPÓLIO DA INVESTIGAÇÃO
A quem aproveita esse pretenso monopólio da investigação? Falar-se em monopólio nesta época de pluralidade significa acinte a princípios éticos. Quando precisamos de mais órgãos com poder de investigação, querem justamente atingir o principal deles: o Ministério Público, que se afirma dia a dia no conceito da população brasileira. Não se é de acreditar que os senhores parlamentares queiram posicionar-se na contramão do processo histórico. Será um retrocesso grotesco.
O aparelho policial deve lutar não por adquirir monopólio investigatório, mas por cobrir-se de maiores garantias constitucionais. Para que se equipare, no particular, ao Ministério Público e ao Judiciário. País nenhum pode afirmar-se bem estruturado se abrir mão do poder de investigação conferido a órgão da respeitabilidade do Ministério Público.
Urge apoiem ao Ministério Público as entidades civis e todos os que — do fundo da consciência — desejam o aprimoramento das instituições e lutam por um País mais e mais moralizado.

MAIS UM GOLPE DO PT



Anhangüera
Saibam a verdade por trás dessa medida que o (des)governo petista pretende. São várias discussões, editadas de 3 telejornais, inclusive com um discurso de um parlamentar na Câmara Federal. O PT vem comendo a pizza pelas beiradas, e percebendo que a maneira como vem agindo, aparelhando escolas do país todo, via professores, o que vem fazendo há mais de 20 anos, não está fácil, agora decidiram implantar agentes políticos, mesmo que sejam médicos, para preparar o golpe que sempre pretenderam dar, mudando a consciência do povo simples, já comprada pelas bolsas. Dessa forma, não precisarão gastar dinheiro comprando parlamentares para seus objetivos. Assistam por completo, pois não quero fazer proselitismo político e depois, formem sua própria opinião. O simples fato de tentarem isentar os médicos cubanos da prova de revalidação, apenas para esses, porque para os outros países a prova está mantida, deixa muito claro os objetivos não tão obscuros dessa canalha comunista que tomou conta do país. Que pena que os militares brasileiros, na época, não fizeram direito sua lição de casa. Parece que, apesar d’eu não desejar isso, vai ter que acontecer novamente.Acorda Brasil copy

Os melhores revestimentos para banheiro



20/05/2013
Para cada detalhe do seu banheiro, o melhor revestimento
Na hora de decorar ou fazer mudanças em casa, todos os cômodos devem ser planejados com atenção, inclusive o banheiro. Este espaço, mais que qualquer outro, deve priorizar a beleza e o conforto, já que o local serve de abrigo para os momentos mais íntimos de qualquer família. Diante disso, um aspecto essencial, dentre todos os detalhes da decoração do ambiente, é a escolha dos revestimentos.
Para isso, antes de tomar a decisão final, é preciso conhecer as diferentes opções disponíveis no mercado. Nesse sentido, o primeiro fator a ser considerado é a umidade do banheiro. Esta característica inevitável exige peças menos lisas ou escorregadias e, preferencialmente, antiderrapantes.
Cada parte do banheiro exige um tipo de revestimento específico | Foto: Mulher UOL

Além disso, cada parte do ambiente requer um revestimento diferente. Ou seja, o material escolhido para a parede, por exemplo, não precisa necessariamente ser o mesmo que aparece no chão, conforme as informações abaixo. Dá só uma olhada!
Granito: excelente para impedir o surgimento de mofo e manchas, o granito é uma rocha decorativa que pode ser utilizada em pias e banheiras, por exemplo, por ser impermeável e possuir baixa porosidade;
Porcelanato: utilizado geralmente como piso, o porcelanato é um tipo de cerâmica produzida a partir de matéria-prima nobre que absorve pouca umidade e, por isso, oferece bastante segurança e boa durabilidade;
Pastilha de vidro ou porcelana: com bastante potencial decorativo, as pastilhas de vidro conferem ao ambiente melhor iluminação e muita elegância, enquanto as de porcelana são mais resistentes à água e, por isso, podem ser usadas no Box ou em locais que possuam maior nível de umidade;
Mármore: pode ser usado como piso, na parede ou em bancada. Contudo, é um dos tipos de revestimento mais caros, exigindo ainda aplicação de impermeabilizantes para diminuir a absorção de umidade.
Na hora de escolher cada detalhe para decorar o seu banheiro, além de saber qual é o material certo, vale consultar a opinião de um decorador de interiores, que entende do assunto. Assim, o ambiente fica do jeito que você quer, sem deixar de ser funcional.

CHARGE DO ERASMO



Esta charge do Erasmo foi feita originalmente para o

As fotos do Homem de Vermelho



18 de setembro de 2012
O Kadão publicou fotos do Homem de Vermelho no Almanaque Gaúcho de ontem.
O Homem de Vermelho.
Eis aí um personagem que estampa com nitidez como o Brasil mudou, e em que direção foi a mudança. 
O Homem de Vermelho, como o nome diz, vestia- se todo de vermelho, sapato vermelho, calça vermelha, camisa vermelha.
Sobre a cabeça, usava um quepe também vermelho e, em letras brancas e faiscantes, levava impressa nas costas a palavra terrível:“ COBRADOR”.
A função do Homem de Vermelho era envergonhar o devedor inadimplente do comércio.
Quando o Homem de Vermelho batia à porta de uma casa, toda a vizinhança sabia que ali se homiziava alguém que devia e não pagava.
Um escândalo.
O maior medo de quem cevava uma conta em uma loja era ser acossado pelo Homem de Vermelho.
Esse recurso, obviamente, é abusivo.
Afronta os direitos do consumidor, do cidadão e tudo mais.
Certo.
Mas não seria por isso que, hoje, o Homem de Vermelho perderia o emprego.
Seria porque ninguém lhe daria bola.
Pela singela razão de que hoje ninguém sentiria vergonha de dever e não pagar.
Imagine, perplexo leitor, que hoje há escritórios de advocacia especializados nisso: em ajudar o devedor a não pagar.
O cara assina um contrato e, depois, questiona- o na Justiça.
Eu assinei, mas não posso pagar.
Por que o assinou? Meu avô, que já morreu, acharia errado.
Mas meu avô sentia medo do Homem de Vermelho.
Sentia vergonha, o que é uma coisa muito antiga.
Houve uma ruptura moral no Brasil.
Aconteceu no momento em que o brasileiro passou a ter mais consciência dos seus direitos, como o legítimo direito de o devedor não ser constrangido publicamente pelo credor com ações reprováveis como as do Homem de Vermelho.
É evidente que isso é uma coisa boa.
É ótimo que as pessoas saibam de seus direitos e lutem por eles.
Mas, no inconsciente coletivo do Brasil, essa evolução produziu uma distorção: o brasileiro passou a acreditar que pode tudo e não deve nada.
Ele é amassado pelos poderosos.
Logo, sua reação aos poderosos é justificada.
Quando ele afronta o pai, o professor, o Estado, o patrão ou o credor, ele é o certo, porque ele está afrontando o poder.
Não interessa a afronta.
Pode ser uma ofensa, um roubo ou uma agressão qualquer.
Importa é afrontar.
A autoridade, qualquer autoridade, foi desmoralizada no Brasil.
Para o brasileiro, toda autoridade é opressora e está a serviço dos grandes contra os pequenos.
Foi essa a ruptura, e ela se deu mais ou menos nos anos 70 – as fotos publicadas pelo Kadão são do final de 1960.
O futebol brasileiro acompanhou essa tendência.
Quando a Lei do Passe foi abolida, apregoou- se que ali se estava abolindo a escravidão do jogador brasileiro.
Era a Lei Áurea da bola.
Hoje, o jogador brasileiro conta com todos os direitos garantidos pela CLT.
Ele pode processar o clube por atraso de salários ou não pagamento de impostos trabalhistas, como qualquer proletário.
Mas é claro que ninguém aceitaria que um clube“ encostasse” o jogador na previdência em caso de lesão grave, como ocorre com qualquer proletário.
Enquanto vige o contrato, o clube tem de pagar o jogador, mesmo que ele não jogue – muito justo.
Mas o jogador, se não quer cumprir o contrato, se quer ir para outro clube, vai, e aí ele pode usar variados meios de pressão, entre eles alegar que está“ desmotivado” para jogar bem.
Nenhum jogador sente vergonha de dizer que está desmotivado, por mais centenas de milhares de reais que ganhe.
Nenhum.
Assim como ninguém mais sente vergonha de dever e não pagar.
Natural.
São os novos tempos do Brasil.
Blog do Davi Coimbra em 18/9/2012

CHARGE DO GENILDO