domingo, 4 de outubro de 2015

FAZER O DIABO ANTES, DURANTE E DEPOIS DA ELEIÇÃO - PERCIVAL PUGGINA


por Percival Puggina. Artigo publicado em 
 Há muitos anos o TSE vem tratando com desdém todas as manifestações de desconfiança em relação às urnas eletrônicas. Verdade seja dita: Dias Toffoli não foi o primeiro a adotar essa atitude. Ela se prolonga no tempo e é mais uma evidência de que boa parte dos membros dos poderes de Estado simplesmente está se lixando. A brisa é suave, o uísque é bom, a vida sorri. E o resto que se dane. Atrás desses muros é que vivem.
Eleitores bem informados não confiam no sistema de votação. Suas vulnerabilidades já foram apontadas por diversos peritos. Nenhum outro país adota esse tipo de urna. Mas os doutos ministros do TSE empinam o nariz com ar de enfado quando o assunto lhes é apresentado. Convenhamos, isso tem nome na lista das infrações aos deveres do cargo.
A eleição da presidente Dilma deu-se em circunstâncias misteriosas. Os votos foram contados como naquelas mágicas em que o prestidigitador medíocre, para facilitar a vida, encobre com um pano preto o trabalho de suas mãos. A inconfiabilidade das urnas e a sigilosa contagem ajudaram – e muito! – a criar severas incertezas sobre a correção do pleito. Absolutamente natural, portanto, que o Congresso Nacional, ao deliberar sobre alguns itens de reforma política, incluísse preceito para que as urnas passem a imprimir os votos, permitindo que os eleitores, sem contato físico, os confiram e confirmem antes de a máquina depositá-los em urna onde permanecerão para eventual verificação manual.
Pois não é que a presidente Dilma vetou a iniciativa? Um impressionante veto ao voto impresso! Logo ela, cuja eleição se deu rodeada por uma ciranda de suspeitas; logo ela, que quebrou o país para se eleger; logo ela dos gastos sigilosos e milionários com cartões corporativos; logo ela, das comitivas nababescas e dos hotéis suntuosos; logo ela resolveu implicar com o custo envolvido em algo tão indispensável à credibilidade dos mandatos presidenciais quanto a mudança das urnas eletrônicas. Se o Congresso acolher o veto, a próxima eleição estará sujeita ao mesmo descrédito a que foi conduzido seu próprio mandato. O nome disso é fazer o diabo antes, durante e depois da eleição.
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* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.

A volta da levyana CPMF dobrada e o retorno do eterno informante inútil Lula, no Brasil da Corrupção



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Karl Marx, que odiaria ser um petralha emérito, acertou quando proclamou que a "história se repete como farsa". Nos tempos da dita-dura, o sindicalista de resultados Luiz Inácio Lula da Silva atuou como "informante" do falecido delegado Romeu Tuma - do famigerado Departamento da Ordem Política e Social. Na época, ele usava o codinome de "Barba" (na versão do Romeu Tuma Júnior) ou de "Boi" (na versão de militares da famosa comunidade de informações). Ontem, por decisão oficial do supremo Ministro Teori Zavascki, Lula volta à categoria de "informante".

O Supremo Tribunal Federal resolveu que Lula vai depor nos processos da Lava Jato não na condição de "investigado", mas sim de "informante". Curioso é que, juridicamente, a figura do "informante" só existe em processos civis. O STF acaba de inovar ou subverter a ordem jurídica tradicional. Para piorar, o tal informante nem tem a obrigação de dizer a verdade, para não se incriminar. Portanto, qualquer depoimento de Lula, sem data e local ainda marcados, será de grande inutilidade para uma Lava Jato que investiga 58 pessoas, entre elas 23 deputados e 13 senadores.

Do Presidentro informante, vamos para a Presidenta desinformada - e quase fora do cargo. Dilma ontem reduziu o salário dela em apenas 10%? Se continuar "dobrando a meta", logo valerá nada... Coitada dela? Não! Coitados de nós! Por causa da desastrosa política econômica nazicomunopetralha, em comparceria com os peemedebostas, gerando desequilíbrios macroeconômicos, alta do custo de vida, alopração dos preços relativos e estagflação com recessão, tudo combinado com altos gastos e corrupção, quem teve redução de ganhos ou salários reais fomos nós, os que precisam trabalhar e produzir para sobreviver no Brasil dos 92 impostos, taxas e contribuições.


O que já está ruim ainda pode ficar pior agora, porque estamos muito próximos de sofrer o impacto direto do 93o tributo, o retorno da CPMF, que fará uma dupla cobrança de 0,2% nas operações de débito e de crédito. A genial ideia anunciada ontem pelo novo ministro da Saúde, o peemedebista Marcelo Castro, que deve ter agradado os levyanos da equipe econômica, é "dobrar a meta" de arrecadação. Metade dos recursos ficariam com o governo federal e a outra metade seria dividida entre estados e municípios para ser aplicada na seguridade social, seguindo este magnífico raciocínio de confisco dobrado:

"João dá um cheque a Pedro de R$ 1000. Com 0,2% corresponde a R$ 2. Então saem da conta de João R$ 1002 reais - R$ 1000 do cheque e R$ 2 da CPMF. Entram na conta de Pedro R$ 998 reais: R$ 1000 do cheque com desconto de R$ 2 da CPMF. João continua pagando R$ 2 e Pedro, que não pagava nada, passa a pagar R$ 2. Ninguém se incomoda porque a alíquota continua baixa e o governo arrecada o dobro".

Ninguém se incomoda o CACETE, preclaro ministro Castro. A nova CPMF vai impactar toda a atividade econômica no País em que somos obrigados a trabalhar 2600 horas por ano, apenas para pagar impostos. A recriação deste imposto, sem eliminar dezenas de outros e implantar um modelo justo de tributação, é mais uma agressão ao cidadão-eleitor-contribuinte do País que tem a maior carga tributária do mundo para financiar a maior corrupção existente no planeta Terra. 
O Alerta Total repete por 13 x 13: Implodida politicamente e cada vez mais impopular, Dilma só não foi tirada ainda da Presidência porque não interessa ao PMDB como um todo a realização de novas eleições. Também não serve para uma facção do partido, comandada por Renan Calheiros e Michel Temer, que o trono do Palácio do Planalto caia no colo de Cunha - mesmo antes dele cair em desgraça, como agora. Por isso, o plano em andamento é esperar a metade do mandato chegar, para que Dilma possa sofrer algum processo de impeachment (motivos e pedidos não faltam) para Temer ficar com o lugar dela. Mas só a partir de janeiro...

Até lá, os poderosos das facções planaltinas vão gritando: "Vitória na Guerra"! Até porque, a guerra é de todos contra todos... Como todos já estão informados disto, então salvem-se como puder os "informantes". O juízo final nunca esteve tão próximo em Bruzundanga, porque a classe média (54% da população) está completamente de saco cheio e pronta para chutar o balde (de merda) na cabeça da desqualificada classe política que vive em outro planeta, junto com alguns membros do judiciário deste País da impunidade e do rigor seletivo, cada vez mais injusto...

Promessa é dívida

Mensagem entreouvida ontem à tarde na sacristia da Catedral de Brasília:

"Odeio comer sanduíche industrializado e nem tomo refrigerante. Mas se a Coca-Cola e o McDonalds pedirem a renúncia da Dilma - igual exigiram a do Josef Blatter na Presidência da Fifa, eu juro por Deus que faço um sacrifício para pagar minha promessa"...

General Berzoini?

Não foi só a ida do bom camarada comunista Aldo Rebelo, do PC do B, para o comando do Ministério da Defesa, que deixou os militares mais ainda pts da vida com o desgoverno do Foro de São Paulo.

Causou ainda mais preocupação a perda de status de ministério do Gabinete de Segurança Institucional, que sofreu uma estranha fusão com a Secretaria de Micro e Pequena Empresa, para virar a tal Secretaria de Governo, que será comandada pelo comissário Ricardo Berzoíni - que estava no estratégico Ministério das Comunicações.

A dívida agora é se, no lugar do General José Elito, o "Genérico" Berzoini vai comandar diretamente a máquina de inteligência oficial do governo federal - o que vai potencializar, em muito, a capacidade gestapiana da petralhada no poder...

Perpétua na Defesa


Os generais também estão de cabelo em pé e barbas de molho com a decisão de quinta-feira passada, publicada no Diário Oficial, autorizando a cessão de uma comunista radical para "trabalhar", pelo menos até dezembro, no Ministério da Defesa.

Cedida pelo governador petista do Acre Sebastião Viana, a beneficiada é a ex-deputada e candidata derrotada ao Senado, a professora e bancária Maria Perpétua de Almeida, desde 1987 filiada ao PC do B.

O bacana é que Perpétua vai botar uns caraminguás a mais no bolso, porque o decreto de cessão, para efeitos de pagamento pelo Ministério da Defesa, tem efeitos retroativos a 23 de fevereiro deste ano de 2015...

Alto Comando reunido


Conforme comentou um injuriado amigo e bom Kamrada:

"É uma esculhambação. Uma zona para com as FF AA. E os nossos comandantes aceitam...

Perfeito para o cargo...


Chega de mamação, Lulu...


Retornando


Fez o dever de casa?


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O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 3 de Outubro de 2015.

ZéMaria, o engenheiro - JOSÉ SERRA


José Serra
José Serra

 José Serra

Os trinta anos de democracia inaugurados com a eleição de Tancredo Neves representam a fase de maiores conquistas políticas e humanas da história do Brasil. Nunca o país conheceu três décadas ininterruptas de democracia. A Nova República caracterizou-se pela ausência de conspirações, quarteladas, golpes e epílogos políticos trágicos, ao contrário do “interregno” democrático de 1946-64. Mais ainda: houve um significativo progresso social, refletido na melhoria dos indicadores de rendimento, saúde e educação

Duas das grandes barreiras ao desenvolvimento foram removidas: o atraso agrícola e a superinflação. Nossa agricultura consolidou novas fronteiras, modernizou-se nas áreas já ocupadas e mostrou-se altamente competitiva. Aquela maldição antiga — inelasticidade da produção quando cresce a demanda por alimentos — ficou para trás.

A superinflação, que infernizou a vida nacional desde os últimos anos do regime militar,  foi derrotada, em 1994, pelo Plano Real, que soube aproveitar lições de planos de estabilização anteriores. Foi, talvez, o melhor momento da política econômica brasileira no pós-guerra. Nem os governos militares, no auge da sua força, com grande capacidade de repressão social e de imposição de leis e normas, conseguiram reduzir a inflação para um dígito.

Essa fase democrática contabiliza, entretanto, dois insucessos em frentes importantes: a Constituição de 1988 e a desaceleração do crescimento.

Apesar de grandes méritos – liberdades democráticas, garantias individuais e efetiva independência dos Poderes – a Carta tem defeitos severos: prolixidade, concessões às corporações, principalmente às estatais, e ausência de um regime único, equitativo e financeiramente viável de Previdência.

A desaceleração do crescimento foi impressionante. Se, entre 1950 e 1980, o PIB por habitante do país aumentou 3,6 vezes, de 1985 até 2015, aumentou só 40%! Nestes últimos 30 anos, o PIB por habitante da Coreia do Sul quadruplicou, e o chinês multiplicou-se por dez!

A principal responsável pela desaceleração foi e tem sido a indústria de transformação, cuja participação no PIB, que chegara a 22% em meados dos anos 1970, caiu para menos da metade no presente, voltando ao nível do pós-guerra.

Até meados da década de 90, a causa do retrocesso industrial foi a superinflação. Em seguida, veio a sobrevalorização cambial dos primeiros anos de afirmação do Plano Real. A desvalorização que se seguiu, aliada à bonança externa que agraciou o governo Lula — com alta dos preços das commodities e ausência de perturbações externas até 2008 — permitiu recuperação mais acentuada na década passada. Mas os frutos da bonança foram torrados em aumento do consumo, principalmente de bens industriais importados e turismo externo. Não foram aproveitados para aumentar a competitividade da economia. Ao contrário, promoveu-se um continuado aumento da carga tributária e do custo Brasil.

Em 2008, quando governador de São Paulo, alertei sobre o frenesi fiscal da época: “[a prosseguir a tendência recente], os gastos reais do governo federal até 2012 serão 130% mais elevados do que em 2002. Sem reduzir o superávit primário, isso exigirá um aumento descomunal e sustentado de receita a cada ano”. Claro que esse aumento de carga não pode se materializar e os desequilíbrios criados se intensificaram, chegando ao presente de forma devastadora.

Devido ao novo ciclo de sobrevalorização cambial, no fim da década passada, e ao impacto do custo Brasil sobre a competitividade, a expansão industrial voltou a se retrair nos anos seguintes. Apesar das desonerações tributárias e devido à baixa rentabilidade esperada, os investimentos foram declinando e puxando para baixo a  economia.  Assim, ironicamente, foi sob a presidência de um ex-operário industrial que a desindustrialização brasileira e a marcha forçada do atraso econômico e social ganharam impulso decisivo.

Paralelamente ao esgotamento do modelo petista, as manifestações de rua de 2013 expressaram insatisfação com a qualidade dos serviços públicos, a falta de perspectivas de melhores empregos — duas decorrências do enfraquecimento da economia — e a baixa representatividade do sistema político.

Tudo se agravou no “day after” da reeleição de Dilma: a explosão da crise fiscal, o encolhimento da área social do governo, o desemprego crescente e a percepção traumática dos males trazidos ao país e à política pelo patrimonialismo petista.

A sensação de fraude retirou da presidente reeleita o mínimo crédito de confiança, aquele que se costuma dar aos governantes no início de mandato, necessário para a adoção de medidas de recuperação econômica. Tudo agravado pela proverbial incompetência administrativa, pela falta de traquejo político e pelas deficiências de um programa de ajuste desajustado. Houve erros crassos na previsão de receita tributária, desconhecimento da real magnitude da herança de 2014,  políticas monetária e cambial que conspiram contra o equilíbrio fiscal e péssima relação com o Legislativo.

Querem um exemplo do desnorteamento? As injustificadas operações dos chamados “swaps” cambiais, que custaram ao Tesouro R$ 115 bilhões em 12 meses, gasto superior aos orçamentos da Educação ou da Saúde. São operações sem cabimento num país com déficit externo declinante, e que detém U$ 370 bilhões de reservas cambiais.

A exponencial rejeição popular à presidente e o acirramento das ações corporativistas para escalpelar o Tesouro têm feito a base política do governo no Congresso se esfarelar, gerando um círculo vicioso.

Compartilho da crescente   preocupação de todos com o desfecho da crise. Uma coisa, no entanto, me tranquiliza. À diferença do que muitos dirigentes petistas têm pregado, inexiste risco de retrocesso institucional. O petismo precisa parar de confundir seus delírios autoritários com a história do país, que fez uma escolha inequívoca: a democracia. Por isso mesmo, busca-se uma forma pacífica, e pacífica será, de se ver livre   de um modo de governo que o empurra para o atraso e a melancolia. Vai passar!

​José Serra – Senador da República, ex-Prefeito e ex-Governador de São Paulo ​

A COBERTURA DE LULA! SOMOS TODOS PALHAÇOS. ELE ZÔA COM A CARA DOS BRASILEIROS - LEUDO COSTA


by Leudo Costa
Bancar melhorias na Casa da Dinda, a residência de Fernando Collor, no Lago Norte, em Brasília, era uma das muitas maneiras de agradar ao então presidente, deposto do cargo por corrupção em 1992. A mesma tática foi e está sendo usada por empreiteiras para demonstrar afeição ao ex-presidente Lula. Em meados de 2014, depois de quase dez anos de espera, a ex-primeira-­dama Marisa Letícia viajou à Praia das Astúrias, no Guarujá, para buscar as chaves do apartamento dos sonhos da família. O refúgio dos Lula da Silva no litoral é um tríplex de 297 metros quadrados. São três quartos, suíte, cinco banheiros, dependência de empregada, sala de estar, sala de TV e área de festas com sauna e piscina na cobertura. Ah, sim, para um eventual panelaço das elites, o tríplex tem varanda gourmet no 1º andar. O plano de comemorar o réveillon no imóvel foi adiado pela decisão de fazer ali uma reforma. O porcelanato e os acabamentos de gesso foram refeitos, a planta interna foi modificada para abrigar um escritório e um elevador privativo, interligando os ambientes do 1º andar com a ala dos quartos, no 2º nível, e a área de festas, na cobertura. Acompanhada de perto por dona Marisa, a obra não custou um centavo à família do ex-presidente. Do primeiro parafuso ao último azulejo, tudo foi pago pela OAS, uma das empreiteiras envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras.
VEJA teve acesso a documentos e a fotos (em VEJA.com) que detalham a reforma do tríplex presidencial e mostram que os serviços foram contratados pela empreiteira. O trabalho foi feito pela Tallento Inteligência em Engenharia, uma empresa conhecida no mercado por executar obras de alto padrão em prazos curtos - duas exigências dos contratantes, mas não as principais. A exigência maior era a discrição. As investigações da Lava-Jato revelariam meses depois as razões disso. Iniciada em 1º de julho de 2014, a reforma transcorreu sob medidas de segurança incomuns. A fechadura da porta de acesso era trocada toda semana. A reforma da cobertura tríplex chamou a atenção dos moradores do prédio.
"Nos dias em que eles marcavam para visitar a obra, a gente tinha de parar o trabalho e ir embora. Ninguém era autorizado a permanecer no apartamento. Só ficamos sabendo quem era o dono muito tempo depois, pelos vizinhos e funcionários do prédio, que reconheceram dona Marisa e o Lulinha (Fábio Luís Lula da Silva, o filho mais velho do ex-presidente)", disse a VEJA um dos profissionais que colaboraram na reforma. O ex-presidente Lula esteve no tríplex algumas vezes. O segredo durou até dezembro do ano passado, quando o jornal O Globo publicou detalhes de uma investigação sobre a Coo­pe­rativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop). Controlada pelo PT, a entidade faliu e deixou 3 000 famílias sem receber seus imóveis. O tríplex destinado a Lula, com uma das melhores vistas do Guarujá, avaliado em 2,5 milhões de reais, foi um dos poucos a ser entregues. VEJA revelou em abril passado que, depois de um pedido feito pelo próprio ex-presidente a Léo Pinheiro, executivo da OAS, seu amigo, preso na Operação Lava-­Jato, a OAS assumiu a construção do prédio, que estava parada. Além de Lula, parentes do tesoureiro petista João Vaccari Neto, também preso, sindicalistas e familiares de Rosemary Noronha, a amiga íntima de Lula, foram contemplados com apartamentos em outros prédios da Bancoop assumidos pela OAS. Revelado o privilégio, e diante da repercussão negativa, desapareceu o entusiasmo da família Lula pelo imóvel.
O ex-presidente passou a negar ser o proprietário do tríplex, embora admita que sua esposa seja dona das cotas de um apartamento no mesmo edifício, o Solaris. Não é mentira. É apenas uma meia verdade. No papel, o tríplex ainda está em nome da OAS. Funcionários da empreiteira procurados por VEJA confirmaram que o apartamento pertence aos Lula da Silva, está parcialmente mobiliado, permanece fechado e está à venda por 2,3 milhões de reais. "Para entrar aí, só com autorização da cúpula da construtora. Só eles e o Lula têm a chave", disse a VEJA, na semana passada, um funcionário da própria OAS.

O DESEMBARGADOR QUE GANHA 100 MIL POR MÊS, EM CASA, SOB SUSPEITA DE LIGAÇÃO COM OS NARCOS - LEUDO COSTA


by Leudo Costa

Afastado de suas funções por suspeita de vender sentenças a facções criminosas, Otávio Henrique de Sousa Lima continua recebendo salário, que ultrapassa R$ 100 mil...  -Raul Montenegro (raul.montenegro@istoe.com.br)
O que leva um magistrado que ganha mais de R$ 100 mil mensais a associar seu nome ao crime organizado? Essa é uma das perguntas que duas investigações, conduzidas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e pela Procuradoria-Geral de Justiça do Estado, tentam responder. O suspeito é o desembargador Otávio Henrique de Sousa Lima, 67 anos, que foi afastado no fim de setembro de suas funções no TJ por liberar Welinton Xavier dos Santos, o “Capuava”, considerado o maior traficante do estado de São Paulo. A conexão entre o desembargador e o bandido foi detectada após a polícia paulista fazer a maior apreensão de entorpecentes do ano, em julho. Foram 1,6 tonelada de cocaína achada num sítio que servia como refinaria na cidade de Santa Isabel. Também foi encontrado no local um extenso aparato para produção de drogas e um arsenal contendo uma pistola e quatro fuzis de calibre pesado, capazes de derrubar até helicópteros. Cinco pessoas foram presas, entre elas Capuava. Diante das evidências, não seria de se espantar se os envolvidos fossem condenados e ficassem na cadeia por muito tempo, mas menos de 20 dias depois Sousa Lima aprovou um habeas corpus permitindo que o suspeito respondesse às acusações em liberdade. A decisão foi revertida depois, mas o traficante já havia fugido. De acordo com o Órgão Especial do TJ, o desembargador não justificou adequadamente sua decisão, está envolvido em outras liberações contestáveis de traficantes e recebeu a liminar através de um número falso, o que indica a existência de um esquema envolvendo funcionários da corte. “Não vamos julgar com corporativismo. Cortaremos na própria carne se necessário”, diz Hamilton Elliot Akel, Corregedor-Geral da Justiça paulista e membro do Órgão Especial que cuidará do caso. Apesar do afastamento e da investigação em vários órgãos, Sousa Lima continua recebendo seu gordo salário. Em agosto, foi de R$ 97 mil.

Dilma teria ameaçado Lula

sábado, 3 de outubro de 2015


A sessão Radar, da Veja, relata que, em 2 de maio de 2014, um Lula radiante foi ao Encontro Nacional do PT, em São Paulo, com discurso pronto para lançar a sua candidatura à Presidência da República. Dilma Rousseff, abatida, chamou-o para uma conversa a sós. Lula, diz a coluna, saiu abatido e Dilma, radiante. Ela foi aclamada candidata. Segundo a sessão Radar, passado um ano e quatro meses, o assunto da conversa foi a compra da refinaria de Pasadena, o pior negócio da história do capitalismo mundial que, segundo Nestor Cerveró, rendeu 4 milhões de reais à campanha de Lula, em 2006. Ou seja, para ser candidata à reeleição, Dilma teria ameaçado Lula. É uma história forte, que talvez possa - se é que não foi - confirmada por Fábio Barbosa. Ele fazia parte do Conselho de Administração da Petrobras, juntamente com Dilma, na ocasião da compra de Pasadena, foi presidente da Abril e ainda recebe a pauta da revista com antecedência.