quarta-feira, 9 de maio de 2012

O barato sai caro: mais de 50% dos produtos perigosos na União Europeia têm origem chinesa


quarta-feira, 09 de maio de 2012 | 18:20

www.tribunadaimprensa.com.br

Reportagem da France Presse mostra que mais de 50% dos produtos notificados como perigosos na União Europeia (UE) têm origem chinesa, mas pela primeira vez, em 2011, o número de queixas diminuiu com a implementação de um sistema de alerta aplicado desde 2004, afirma um relatório divulgado pela Comissão Europeia.
Apesar da China ainda ser o país com maior número de notificações, esta proporção caiu, passando de 58% de todos os casos em 2010 a 54% em 2011, destaca o documento.
No total, 1.803 produtos, em particular roupas, têxteis, brinquedos e veículos a motor, foram notificados como perigosos em 2011, contra um total de 2.244 em 2010.
Esta é a primeira vez também que o número de notificações diminui desde a criação do sistema pelo qual os países europeus indicam produtos considerados perigosos para que sejam retirados do mercado.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG - O caso dos produtos chineses que invadem o mundo é realmente ameaçador. Para usufruir do regime de semi-escravidão, as multinacionais instalaram na China suas indústrias obsoletas, que são altamente poluidoras e/ou fabricam produtos perigosos. Cada país importador, como o Brasil, que se cuide e proíba a entrada desses produtos. Mas como a falta de responsabilidade dos governantes é tradição, aqui no Brasil nem se fala que existam produtos perigosos sendo importados. As autoridades nem se interessam por isso.

Disputa milionária no coração de Brasília


Da redação em 09/05/2012 15:13:23
ÉRICA MONTENEGRO E RAPHAEL VELEDA - METRO BRASÍLIA

O braço imobiliário da Odebrecht,maior construtora do país, aposta em uma manobra jurídica para obter, por menos da metade do preço, um dos terrenos mais valorizados do Distrito Federal. De acordo com estimativas de mercado, o lote localizado na quadra 6 do Setor Hoteleiro Norte vale, pelo menos, R$ 650 milhões no caso de permuta. A construtora ofereceu R$ 259,6 milhões em imóveis para a Universidade de Brasília (UnB), proprietária original da área.

Localizado a apenas 500 metros do estádio Mané Garrincha e a 3,6 quilômetros do Palácio do Planalto, o terreno tem 17.580 mil metros quadrados e é considerado uma joia valiosíssima pelo mercado imobiliário. Além do endereço privilegiadíssimo e da dimensão, outra vantagem é o potencial construtivo. O endereço permite que seja erguido um empreendimento semelhante ao Brasil 21, complexo de sete prédios localizado do outro lado do Eixo Monumental.

Chance única

A Odebrecht enxergou a oportunidade milionária a partir de uma disputa judicial que se arrasta há 19 anos e cinco meses e tem como protagonistas a UnB e o Grupo OK, do senador cassado Luiz Estevão. Em 1991, a UnB firmou um “compromisso de permuta” com o Grupo OK. Pelo acordo, o terreno da quadra 6 do SHN seria trocado por 30 mil m2 de área construída no Distrito Federal: 27,8 mil m2 em salas e garagens em prédios do OK espalhados pela cidade e 2,2 mil m2 em salas no empreendimento que seria erguido no terreno.

De lá para cá, nenhuma das partes cumpriu o acordo e sucessivas ações foram apresentadas à Justiça, tanto pelo OK quanto pela UnB. Na primeira delas, o Grupo OK questionou a UnB por não ter passado a escritura de propriedade. Em resposta, a UnB argumentou que parte dos imóveis já estava nas mãos de outras pessoas e que o padrão de muitos era abaixo do que havia sido prometido.

A primeira decisão da Justiça Federal saiu em 19 de maio de 2011. A sentença determinou a efetivação da permuta entre as partes e multou o Grupo OK em R$ 41,9 milhões referentes ao período em que a UnB não pode desfrutar do patrimônio que lhe havia sido proposto. A sentença também determinou que a universidade seja devidamente indenizada caso o Grupo OK não entregue os imóveis.

A Odebrecht entrou em cena em junho de 2011, quando propôs formalmente substituir o Grupo OK no litígio. A transação judicial permitiria que a construtora assumisse os deveres e direitos do grupo no processo – ou seja, a construtora receberia o lote e pagaria a UnB.

A construtora oferece R$ 259,6 milhões em áreas nos prédios a serem construídos no lote e cita como vantagens a resolução imediata da batalha jurídica, o alto padrão dos imóveis e uma provável receita mensal de R$ 1,5 milhão em aluguéis.

Excesso de leis


Quarta-feira, 09 de maio de 2012 01:40 am


Blog do Ari Cunha
     
     Leis feitas desde 2007 passaram pelo crivo dos componentes do SupremoTribunal Federal. Não se espantem os leitores porque quantidadesenormes são aprovadas pelos Poderes executivos estaduais e DistritoFederal. São leis pedidas tantos pelos eleitores quanto por financiadoresde campanha. Compreendam que não são iscas jogadas contra o Judiciário. 
     A quantidade é tão alta que as já aprovadas são 90% inconstitucionais.Ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal sabe queoitocentos processos são do Rio. Em segundo lugar aparece o Distrito Federal. Pelo que se observa Poderes estão acordes, embora seus membros façam favores aos eleitores, confiando na segura interpretação do Judiciário. Cada um puxa a brasa para a sardinha e a Justiça com sabedoria, prefere sempre o trigo ao joio.
    

Carcará e Falcão contra a liberdade de imprensa


09/05/2012
 às 18:34


Não deixem de ler o excelente artigo do jornalista José Nêmanne, publicado no Estadão de hoje. A propósito de Nêumanne e de uma questão importante, que está em curso — o julgamento dos acusados pela morte de Celso Daniel —, recomendo seu livro “O que sei de Lula”. Ali estão detalhes da agitação que tomou conta do partido quando o prefeito foi assassinado. E também fica evidente a pressão de pesos pesados do petismo para que a polícia encerrasse depressa a investigação e concluísse que tudo não havia passado de crime comum. Segue o artigo desta quarta.
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Rui Falcão, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), e Fernando Collor de Mello, que há 20 anos renunciou à Presidência da República sob acusações de corrupção e atualmente é senador governista, exibiram publicamente seu desapreço comum pela liberdade de expressão.
Como registrou este jornal na editoria Nacional, no sábado, o petista deu uma informação inusitada em encontro realizado em Embu das Artes para discutir estratégias eleitorais do partido. Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff “poderá” (atente para o verbo usado) pôr em discussão o marco regulatório da mídia depois de acertar as contas dos juros altos com os banqueiros. “Este é um governo que tem compromisso com o povo e que tem coragem para peitar um dos maiores conglomerados, dos mais poderosos do País, que é o sistema financeiro ou bancário. E se prepara para um segundo grande desafio, que (sic) iremos nos deparar na campanha eleitoral, que é a apresentação para consulta pública do marco regulatório da comunicação”, pontificou.
Em teoria, a presidente da República tem poderes constitucionais para, por exemplo, declarar guerra aos Estados Unidos ou ao Paraguai. Ninguém acredita que o fará. Mas Falcão espera que ela declare guerra aos meios de comunicação. Ela pode desejar. Mas ele poderá influir ou mesmo informar a respeito, sendo presidente nacional do partido em que milita a presidente e ocupando uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo? Não consta que nenhum de seus cargos o torne porta-voz da presidente ou do governo federal, no qual é um zero à esquerda como o autor destas linhas e a quase totalidade dos que as leem. Como não consta que a presidente da República seja obrigada a cumprir o que determina o principal dirigente da legenda pela qual se elegeu, a autoridade dele para anunciar o que o governo dela fará é igual à de um marronzinho anônimo ou do bispo de Santo André.
Nada há, pois, a temer quanto às consequências de suas bravatas contra a liberdade de imprensa gozada nesta República, que, felizmente, não é uma republiqueta de bananas. Elas devem provocar idêntico susto (que ninguém sentiu) ao de quando Collor assumiu o encargo de atrapalhar a cobertura da imprensa na CPI de Carlinhos Cachoeira.
Há, sim, que esclarecer os motivos do desprezo de ambos pelo jornalismo. Falcão e Collor são profissionais de imprensa. O currículo do petista revela sua passagem por jornais importantes e por ele se constata que dirigiu a redação da Exame, revista que propaga e defende o capitalismo, que o deputado execra. Sabe-se lá que mágoas ele guarda de seus antigos patrões ou os dilemas de consciência que teve de ultrapassar para editar o noticiário e os artigos de uma publicação que nega todos os princípios do socialismo, que ele abraçou e seguiu depois de trocar a profissão de jornalista pela militância política num partido de esquerda. É possível entendê-lo, mas não dá para justificá-lo. A transposição de ódios pessoais para o ideário político não faz bem ao profissional nem ao cidadão.
Ao contrário dele, Collor foi apenas um “foca” (iniciante) que não chegou a seguir carreira, trocando-a pela atividade política, em que atingiu o posto máximo que alguém do ramo pode almejar, sem, porém, conseguir dar nenhuma amostra de mérito pela vertiginosa ascensão. Foi na carreira pública, e não no ofício jornalístico, que o ex-presidente encontrou seus motivos para, mais do que o outro, detestar os meios de comunicação em geral e, em particular, a liberdade de informação e opinião. Afinal, jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão revelaram à sociedade as estripulias da “República de Alagoas”, que ele e seu anspeçada PC Farias aprontaram em Brasília.
O “Carcará Sanguinollento” nunca perde a oportunidade de se dizer inocente das acusações contra ele publicadas, usando como argumento o fato de nunca ter sido condenado pela Justiça. É verdade, contudo, que essa evidência não elimina outra: a de que ele deixou de ser o poderoso presidente de uma “República monárquica” e hoje não passa de um obscuro senador por Alagoas, Estado que governou depois de ter sido prefeito da capital, Maceió. Livre de cumprir condenação judicial e usufruindo sem restrições os bens que amealhou, ele é agora um acólito do baixo clero sempre disposto a fazer o serviço sujo para os novos patrões, por ironia do destino, seus mais brutais algozes, os principais responsáveis por sua derrocada. A ponto de se oferecer, sem que ninguém tivesse encomendado ou mesmo pedido, para atrapalhar a cobertura da CPI no Congresso Nacional
A pouca prática de Collor e a notória carreira de Falcão no jornalismo não bastaram para que ambos aprendessem uma lição elementar: o direito à livre informação e à opinião plural não é dos concessionários dos canais de rádio e televisão nem das empresas proprietárias de jornais e revistas, mas do cidadão. Comunicação não é um negócio como os bancos, mas um ofício que depende da aprovação de seu cliente, o cidadão, que exige ser bem informado para poder decidir sobre o próprio destino. Assim funciona o Estado de Direito.
Aliás, a página deste jornal que expôs o destampatório do deputado também publicou o anúncio feito pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, de que o Judiciário fará “até campanhas esclarecendo o conteúdo da decisão do Supremo (que derrubou a Lei de Imprensa em 2009), que foi pela plenitude da liberdade de imprensa”. Para tranquilidade geral da Nação, que quer continuar a ter acesso à informação livre e à opinião plural, a presidente Dilma Rousseff tem feito reiteradas declarações no mesmo sentido desta. O ódio de Falcão, coerente com o sobrenome, mas contrário ao pedido de “luz” do poeta alemão Goethe, seu segundo nome, e de seu novel companheiro Collor terá, assim, o destino das iniciativas anteriores: o lixo da História.
Por Reinaldo Azevedo

Na CPI, delegado complica Gurgel e sua mulher


 

O depoimento do delegado da Polícia Federal Raul Alexandre Marques Souza à CPI do Cachoeira complicou a situação do procurador-geral da República Roberto Gurgel. Arrastou para o epicentro do caso também a mulher de Gurgel, a subprocuradora-geral da República Cláudia Sampaio Marques.
Responsável pelo inquérito que desaguou na Operação Vegas, o delegado Raul falou aos membros da CPI em sessão secreta. Disse que a investigação revelou o envolvimento de congressistas com a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. Citou três nomes: o senador Demóstenes Torres (-ex-DEM-GO) e os deputados Carlos Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO).
O inquérito corria em Anápolis, uma das bases operacionais da quadrilha de Cachoeira. Como parlamentares só podem ser investigados com autorização do STF, o juiz titular da Vara da Justiça Federal da cidade goiana decidiu enviar os autos para a Procuradoria-Geral da República. O processo chegou a Brasília em 15 de setembro de 2009.
Raul relatou aos membros da CPI que, em outubro de 2009, um mês depois do envio do papelório, recebeu um telefonema da subprocuradora-geral Cláudia Marques. Ela o chamou à sede da Procuradoria. Foi obedecida. Na conversa com o delegado, a mulher de Roberto Gurgel informou que, após folhear o inquérito, não detectara indícios suficientes para denunciar Demóstenes e os deputados ao STF.
Nesse ponto, os relatos dos parlamentares que participaram da inquirição sofrem um ruído. O blog ouviu quatro membros da CPI. Um disse que a conclusão sobre a precariedade das provas foi de Cláudia. Três afirmaram que, na versão recolhida de Raul, a subprocuradora apenas repassou ao delegado a avaliação do marido. O próprio Gurgel teria optado por brecar a investigação.
Afora essa divergência pontual, os relatos sobre o depoimento do delegado coincidem no essencial: após repassar verbalmente a avaliação da Procuradoria ao delegado, Cláudia informou que a decisão quanto ao que fazer seria formalizada por escrito. Algo que, segundo Raul, jamais ocorreu. Na prática, o inquérito parou sem que o procurador-geral tenha levado aos autos um documento que expressasse sua posição .
Só em março de 2012, Gurgel tomou providências contra Demóstenes, requisitando a abertura de inquérito contra ele no STF. Posteriormente, a pedido do procurador-geral, o inquérito foi desmembrado. E  os deputados passaram a ser investigados em processos separados. As manifestações do delegado provocaram um efeito instantâneo.
Antes, apenas Fernando Collor (PTB-AL) e a bancada do PT defendiam explicitamente a convocação de Gurgel para prestar esclarecimentos à CPI. Depois da sessão, parte dos congressistas que representam a oposição no colegiado passou a considerar que o procurador-geral precisa explicar por que manteve a Operação Vegas engavetada por três anos.
Ainda não há um consenso sobre a conveniência de convocar Gurgel. Mas inaugurou-se um movimento que pode resultar na convocação da mulher dele. Disseminou-se na CPI a avaliação segundo a qual a inação da Procuradoria não condiz com a cartilha do Ministério Público Federal. Se achavam que os indícios eram fracos, Gurgel e Cláudia tinham dois caminhos a seguir.
Num, mandariam o inquérito ao arquivo. Noutro, requisitariam diligências complementares à Polícia Federal. De acordo com o relato do delegado, nenhuma das duas providências foi adotada. Passada a conversa com a mulher de Gurgel, a Procuradoria silenciou. E a investigação morreu.
Perguntou-se a Raul se a Operação Monte Carlo, deflagrada em fevereiro de 2012, foi uma resposta da Polícia Federal à inoperância do procurador-geral. Ele disse que não. Explicou que a segunda operação nasceu da necessidade de investigar a quadrilha noutra praça, a cidade de Goiânia. Como o alvo do inquérito era Cachoeira, as escutas telefônicas pilharam os mesmos personagens.
Lotado no Núcleo de Inteligência da Superintendência da PF em Goiás, Raul fez uma exposição técnica. Primeiro, leu um texto preparado com antecedência. Coisa de três páginas e meia. Depois, foi crivado de perguntas. Em vários momentos os inquiridores tentaram arrancar de Raul um juízo sobre a atitude de Gurgel e da mulher. Mas o delegado fugiu dos adjetivos. Limitou-se a relatar os fatos colecionados no inquérito que presidiu. A frieza do depoente foi compensada pelo calor das confirmações.
O delegado confirmou que, já na operação concluída em 2009, ficaram evidenciados os liames da quadrilha de Cachoeira com os políticos e com a Delta Construções. Explicou que, na origem, a investigação destinava-se a apurar a suspeita de vazamentos na própria Polícia Federal.
Segundo Raul, a suspeita foi potencializada numa ação que a PF organizara para apreender máquinas de caça-níquel na cidade de Anápolis. Ao chegar no local em que os equipamentos seriam confiscados, os agentes encontraram um recinto vazio. Avisada, a turma de Cachoeira sumira com as máquinas.
As evidências de que a PF precisava lançar uma lupa sobre suas próprias engrenagens tornaram-se ainda mais claras depois que um delegado federal, Tales Machado, foi abordado por um dos operadores de Cachoeira, Rogério Diniz. Os dois haviam frequentado a mesma escola. Encontraram-se numa festa.
O comparsa de Cachoeira convidou o ex-colega de escola a colaborar com a quadrilha. Em troca, Cachoeira oferecia remuneração mensal de R$ 15 mil. O delegado denunciou a abordagem. E a PF obteve autorização judicial para grampear Cachoeira e o preposto Rogério. As primeiras escutas captaram diálogos inóspitos.
Súbito, Cachoeira cometeu um erro. Comunicou-se com Rogério usando um celular cujo número a PF desconhecia. Era um dos 15 aparelhos de rádio Nextel que o bicheiro adquirira nos EUA para comunicar-se com os integrantes do seu grupo sem o risco de grampeamento. Acionada, a Justiça autorizou a PF a escutar também o novo número de Cachoeira. E a rede que interligava o seleto “clube do Nextel” foi varejada.
Desde então, a PF passou a colecionar os diálogos tóxicos que hoje pululam nas manchetes e nos telejornais. Boa parte dessas conversas constam dos relatórios da Operação Vegas, aquela interrompida em 2009. Em entrevistas e numa nota oficial, sem fazer menção à participação da mulher Cláudia, Gurgel alegou que sobrestou o inquérito à espera do aprofundamento das investigações.
Os parlamentares que ouviram o delegado Raul ficaram com a sensação de que a explicação do procurador-geral não faz nexo. Primeiro porque ele não requisitou as tais diligências complementares. Segundo porque Gurgel precisaria ser vidente para saber que, em 2012, a PF deflagraria uma segunda operação, a Monte Carlo, que converteria o engavetamento da primeira, a Vegas, em algo esquisito.
Quando Gurgel decidiu agir, em março de 2012, Cachoeira já havia se convertido em escândalo nacional. O engavetamento de 2009 também já havia escalado o noticiário. De resto, o procurador-geral incluiu na petição que remeteu ao STF duas dezenas de diálogos telefônicos captados na primeira opração –aquela que a Procuradoria tachara de insubsistente três anos antes.
Nos próximos dias, a CPI terá de decidir o que fazer para obter explicações adicionais de Gurgel. A oposição planejara servir de escudo para o procurador-geral. Alegava-se que o PT alvejava Gurgel com o objetivo de enfraquecê-lo às vésperas do julgamento do processo do mensalão. O que não deixa de ser verdadeiro.
O problema é que o depoimento do delegado Raul como que condenou Gurgel a prover novas explicações. Ele alega que não pode depor na CPI, sob pena de ficar impedido de atuar nos processos do Cachoeiragate. A subprocuradora Cláudia não atua nesses processos. Daí a articulação para levar a mulher de Gurgel ao banco da CPI.

Senado dá seguro-desemprego aos ‘domésticos



A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovouprojeto de lei que inclui todos os empregados domésticos no rol dos beneficiários do seguro-desemprego. A menos que algum senador recorra, o texto não terá de passar pelo penário da Casa. Segue direto para a Câmara.
Demitido, o trabalhador doméstico terá direito de receber o seguro por três meses. Basta que esteja em dia com suas contribuições previdenciárias e comprove que manteve vínculo empregatício de pelo menos 15 meses. A proposta é de autoria da senadora Ana Rita (PT-ES).
Hoje, apenas os domésticos inscritos no FGTS (6% do contingente total) têm direito ao seguro-desemprego. O projeto aprovado nesta quarta (9) estende o benefício a todos, mesmo os que não dispõem de Fundo de Garantia.

QUISAS NAZISTAS



Atualizado em  9 de maio, 2012 - 17:15 (Brasília) 20:15 GMT
BBC BrasiL
A Áustria realizou nesta quarta-feira um funeral para cidadãos portadores de deficiência que foram vítimas de experiências nazistas.
Os restos de mais de 60 pessoas foram colocados dentro de uma urna e enterrados em um cemitério no centro de Viena.
As vítimas tinham entre 4 e 86 anos de idade e sofriam de distúrbios psiquiátricos. Os nazistas os consideravam inferiores e os utilizaram como cobaias em pesquisas médicas.
Os restos mortais das pessoas, que acredita-se serem os últimos deste tipo no país, eram mantidos em hospitais de Viena para pesquisas sobre as circunstâncias em que elas foram mortas.

Sob intervenção do COL por Juca Kfouri



Todos negarão, mas é óbvio que o COL sofreu uma intervenção do governo federal.
Oportuna e obrigatória, diga-se, porque é quem paga mais de 95% da conta (quer dizer, somos nós).
Ressalta-se que também estavam ontem em Zurique os diretores de Planejamento e Operação do COL, respectivamente Joana Teixeira Havelange e Ricardo Avelino Trade, ambos com R$ 74.600 de salário.
E nenhum dos dois teve assento na reunião com a Fifa, embora uma seja quem é (ou talvez por isso mesmo) e o outro seja tratado pela imprensa bajulatória como “homem forte do COL”.
Forte apenas na folha salarial, como se vê, porque sem presença nas reuniões essenciais e sob intervenção.
O que significa, em última análise, que há ricos cargos em risco na apertada sede do COL, na Barra da Tijuca.

Falta racionalidade na questão dos juros (Editorial)


Enviado por Ricardo Noblat - 
9.5.2012
 | 16h08m
POLÍTICA


O Globo
Uma questão de fundo técnico, a formação das taxas de juros no mercado, resvala para um embate político entre governo e bancos, inclusive com arroubos mais adequados a palanques eleitorais.
Não se tinha notícia, antes do último Primeiro de Maio, de o tema frequentar discurso presidencial no Dia do Trabalhador. Pois aconteceu, com a presidente Dilma, em cadeia nacional, acusando a “lógica perversa” do sistema financeiro nacional, por não acompanhar em seus guichês a proporção da queda da taxa de juros básica (Selic).
O problema existe e se deve aos elevados spreads praticados pelos bancos no Brasil — a diferença entre quanto a instituição financeira remunera o investidor ao captar dinheiro e os juros cobrados, na outra ponta, ao tomador de empréstimo.
A distorção gera desalinhamentos escandalosos: enquanto a inflação anual é menos de 6% e a Selic se encontra em 9%, há modalidades de crédito que subtraem do orçamento do credor mais de 10% ao mês — se ele estiver financiando compras pelo cartão de crédito, por exemplo.
Convertida a questão dos juros em algo como uma cruzada — o que não é mau, a depender das armas utilizadas —, o governo acionou os dois grandes bancos estatais com atuação no varejo, BB e Caixa, para cortar spreads e jogar taxas para baixo. Bom estímulo à competição, embora a tal portabilidade entre bancos seja pouco usada pela clientela.
Está no campo de ação da presidente mandar os bancos oficiais reduzir custos de crédito. Mas, se isso gerar prejuízos às instituições oficiais, a conta deverá ser paga, em algum momento, pelo contribuinte, por meio de aportes de capital do Tesouro ao BB e à CEF. Isso já ocorre na injeção de recursos no BNDES pela perigosa via da ampliação do endividamento público.
Os bancos alegam, com razão, haver obstáculos concretos para a aceleração da queda das taxas efetivas. É preciso compensar a inadimplência, por exemplo. A presidente diz, também com razão, que o Brasil precisa ter juros nos níveis internacionais.
Mas, ao contrário do mundo exterior, só no Brasil existe a exigência de os bancos manterem volumosos depósitos no BC e uma carga tributária pesada sobre transações financeiras.
Há, ainda, no sistema financeiro uma grande parcela de crédito subsidiado — BNDES, agrícola etc. —, que não só reduz a eficácia da política monetária (juros) como trava a oferta, em mais um fator de manutenção de taxas elevadas no mercado.
O assunto é complexo e não poderá ser resolvido “no grito”. Não são boas as relações entre o governo e os bancos, representados pela Febraban. Mas a troca de frases cáusticas de lado a lado nada produz de objetivo.
Ganhariam todos se medidas concretas fossem tomadas para eliminar os obstáculos à queda dos spreads e houvesse ações para estimular a concorrência no setor bancário, atividade muito concentrada (80% do mercado estão com dez grupos).
O Planalto pode aumentar ainda mais a popularidade numa “guerra” contra os bancos auxiliado por marqueteiros. Mas será inócuo. Apenas repetirá o equívoco observado em certos países latino-americanos em que assuntos intrincados são tratados em meio a jargões inflamados em praça pública.