sábado, 28 de setembro de 2013

PINTURA DO DIA 1 - Frederico Uribe








Federico Uribe A partir de um material banal – simples cadarços de sapato – Federico Uribe cria quadros que lembram os dos antigos impressionistas como Van Gogh e Monet

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Um enigma dentro de um mistério, por Carlos Chagas



Carlos Chagas
Vale começar com ela:  a reforma política sumiu? Pode ser que esta semana o Senado aprove a proibição do voto secreto no Congresso, mas apenas para processos de cassação de mandatos. Nos demais casos, continuaria, quer dizer, na apreciação dos vetos presidenciais a projetos aprovados e na seleção de autoridades judiciais e diplomáticas indicadas pela presidência da Republica.
As demais propostas discutidas semanas atrás foram para o espaço: financiamento público das campanhas, votação em listas partidárias nas eleições para deputado federal, extinção da figura dos suplentes de senador, redução do número de partidos através da cláusula de barreira, fim   das coligações partidárias, eleição dos candidatos que receberem mais votos, revogação da reeleição, com a extensão dos mandatos de presidente da República, governador e prefeito para cinco anos, criação do voto voluntário em vez do obrigatório, perda automática do mandato para parlamentares condenados na Justiça  a certas penas por determinados crimes, voto distrital misto ou integral e quantas outras?
Na verdade, poucos  queriam, no Congresso, uma reforma ampla das instituições. Quem sustentava uma, opunha-se a outras, conforme seus interesses. As parcelas não completaram a equação e o resultado ai está: zero para a reforma política, apenas o começo de um elenco de mudanças essenciais a que o país não se desintegre.
Houve tempo, felizmente deixado para trás, em que a ditadura militar ousou mudar parte das instituições através de atos institucionais e complementares. Fizeram uma lambança de  vastas proporções, em nome da supressão de certos privilégios e da conservação de muitas benesses. Começaram mal e terminaram pior. Só que com a volta à democracia e a Constituição de 1988, voltou tudo atrás.
Seria necessária outra ditadura para se limitar os excessos e as impropriedades hoje vigentes? Nem pensar. Os militares, como corporação, podem estrilar, mas encontram-se vacinados contra o germe do arbítrio e da prepotência, já que no poder nem resolveram os impasses político-institucionais, quanto mais os econômicos e sociais.
Fazer o quê, então? Traduzir em leis a indignação das ruas, só com a aprovação dos representantes do povo. Como eles representam cada vez menos, transformados em casta situada acima e além do pensamento e das necessidades  nacionais, não se espera que do Congresso venha a emergir solução alguma.  Muito  menos confia-se em messias e salvadores da pátria apenas capazes de sensibilizar maiorias   em fugazes espaços de tempo.
Lá atrás, no passado, adotou-se fórmula salvadora para evitar o caos determinado pela ausência de saídas para o impasse nacional: “todo o poder ao Judiciário!”
Também não dá, apesar de todo o respeito que nos merecem os tribunais.  Seus ministros  caíram na armadilha, seja tornando a Justiça cada vez mais cara e lerda, seja pleiteando, como acaba de fazer o presidente do Supremo Tribunal Federal, vencimentos de 40 mil reais para seus ministros. Imaginam-se tão acima assim da população que recebe o salário-mínimo ou o bolsa-família?
Há os que defendem a prevalência das leis do mercado, que nem é mercado e nem dispõe de leis. São os mesmos a clamar por reformas para acabar com o que sobrou das leis trabalhistas e apostam na livre competição entre quantidades desiguais para   locupletar-se e dividir ainda mais a sociedade. Também não dá.
Recorrer à Igreja, ou às igrejas, seria transferir para o  Além questões prementes de um país necessitado de encontrar-se consigo mesmo antes de desintegrar-se. Fica, assim, um enigma dentro de um mistério: o Brasil necessita  encontrar uma saída,  mas onde? Com quem?

Charge do Duke


Charge O Tempo 28/09/2013

Dize-me com quem andas…


Percival Puggina
Não ouvi a fala da presidente Dilma na ONU. Espero que não tenha iniciado o discurso com aquele seu horroroso refrão: “Eu queria dizer para vocês…”. Aliás, é inacreditável que nenhum assessor ainda lhe tenha dito que se ela está de pé, se tem a intenção de falar, se está com o microfone na mão, … basta falar. Não precisa dizer que quer dizer. Isso a gente já sabe.
Pois bem, não ouvi o discurso, mas li a respeito. Pelo resumo do que li, a presidente puxou as orelhas de Obama em virtude da espionagem que a ANS vem fazendo na nossa privacidade. E soube, também, que Obama, no seu turno de falar, puxou as dela com seu silêncio sobre o assunto. Por outro lado, assisti o inteiro relato que o ministro José Eduardo Cardozo fez durante a audiência pública a que foi convidado pela Câmara dos Deputados na última terça-feira.
Segundo contou, já ocorreram as duas reuniões que haviam sido acertadas entre Brasil e EUA. A primeira delas, de natureza técnica, foi inteiramente inútil porque quando os técnicos brasileiros perguntavam sobre o que foi feito e como foi feito, os norte-americanos afirmavam que eram questões de segurança interna que não podiam ser reveladas. A reunião política, posterior, à qual o próprio ministro compareceu, começou e terminou com evasivas e lero-lero tipo “vamos tomar providências” e “voltaremos a conversar sobre esse assunto”, etc. e tal. Para usar com propriedade uma palavra da moda – “enrolation“.
Ficou evidente que o governo norte-americano não têm a menor intenção de conversar sobre sua bisbilhotice e que Dona Dilma, com o alvoroço que causou, acabou se enfiando numa saia justa. Descobriu, talvez, que os EUA não são como o Brasil. Ela falou para surdos, engrossou o tom contra quem não lhe deu atenção. O silêncio de Obama e a falta de repercussão de suas palavras no plenário foram uma lição para a vida. Agora, só lhe resta queixar-se a Bento XVI que no papa Francisco ela já deu uma canseira.
ESPIONAGEM
Essa espionagem, vista na perspectiva dos interesses brasileiros, é uma violência e um profundo desrespeito à nossa soberania e aos bons costumes nas relações entre os Estados nacionais. No entanto, a espionagem é um mau costume que integra de modo permanente a história dos povos. Tolo é quem se deixa surpreender e não se prepara para evitá-la. A contra-espionagem está para espionagem assim como a polícia está para o bandido.
Na perspectiva norte-americana, a situação se apresenta de modo diferente. O partido que hegemoniza o poder no Brasil integra o Foro de São Paulo, organismo político que articula a esquerda continental, embora a imprensa brasileira teime em fazer de conta que não existe. Nossa imprensa sabe, perfeitamente, que esse poderoso órgão, “criado para restabelecer na América Latina o que foi perdido no Leste Europeu”, se reúne uma vez por ano para definir objetivos e estratégias. Sabe que os membros do FSP, partindo do zero em 1991, já governam 16 países do continente. Mas o nosso jornalismo não se interessa pela organização nem quando seus membros se reúnem em São Paulo. A imprensa sabe, mas faz questão de que você, leitor, não saiba.
A despeito do fingimento da mídia brasileira, os órgãos de segurança dos EUA estão perfeitamente a par de tudo. Sabem que o partido que nos governa integra o FSP. Sabe que Lula foi seu fundador, junto com Fidel Castro. Sabe que entre partidos organizados, socialistas e comunistas, também participam do Foro grupos guerrilheiros como o MIR chileno e as FARC colombianas. Sabe o quanto as convicções políticas de todo o grupo são anti-americanas. Reconhecem o peso do Brasil no contexto regional e sabem que o governo brasileiro não consegue esconder sua simpatia e afeição a quem quer que, na cena política mundial, se revele adversário dos EUA, em especial os atuais governos de Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, Peru, Nicarágua, Argentina, Uruguai, Irã e Palestina. Será preciso mais para motivar os ianques, especialmente em tempos nos quais o país se percebe vulnerável dentro do próprio território? Se o governo brasileiro não quiser ser espionado, que se acautele. Afinal, até eu gostaria de saber o que eles andam tramando.

Construtora OAS e GRU Airport apanhadas por trabalho escravo


Do Repórter Sindical
A fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, em conjunto com o Ministério Público do Trabalho, resgatou 111 operários em condições análogas à escravidão em alojamentos precários da construtora OAS nos arredores do Aeroporto de Guarulhos. Os trabalhadores estavam sendo explorados nas obras de construção do Terminal 3.
De acordo com o Ministério Público, eles passavam fome e frio nos alojamentos, onde não havia colchões nem cobertores. “Os trabalhadores não estavam alimentados, nem estavam vestidos corretamente”, relatou o auditor do Trabalho Renato Bignami, descrevendo a situação nos 11 alojamentos flagrados em três operações de fiscalização entre 6 e 21 de setembro.
Oriundos de Pernambuco, Piauí, Maranhão e Bahia, os operários foram aliciados em seus Estados de origem por funcionários e “prepostos” da construtora, com a promessa de salários de R$ 1.400,00 mensais.
A OAS e o consórcio GRU Airport, que administra o aeroporto, tiveram bens bloqueados pela Justiça do Trabalho no valor de R$ 15 milhões.
RETORNO
A OAS, que detêm 24,4% do capital social do consórcio Invepar, vencedor do leilão do aeroporto de Guarulhos, também teve de pagar R$ 700 mil a título de verbas rescisórias, indenizações e custeio da hospedagem e despesas de transporte para o retorno dos trabalhadores para suas casas.
“Todos foram devolvidos a seus Estados às custas da empresa. Além das multas a OAS poderá ter seu nome incluído no cadastro de empresas que utilizam trabalho escravo”, afirmou Bignami.

Transcrito do Blog Tribuna de Imprensa

Justiça decide que Blog é obrigado a moderar comentários


Gabriel Mandel
(site Conjur)
Quando os princípios da liberdade de imprensa e o direito à honra do cidadão entram em choque, deve prevalecer o último, especialmente se há intenção difamatória. O entendimento foi adotado pela 1ª Câmara de Direito Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina para rejeitar apelação ajuizada por um blogueiro. Ele tentava reverter decisão de primeira instância que determinou o pagamento de R$ 10 mil por danos morais a um servidor público por conta de comentários feitos por leitores em seu blog.
Relatora do caso, a desembargadora substituta Denise de Souza Luiz Francoski explica que o funcionário atingido não se manifestava contra a reportagem que foi publicada no blog, mas sim contra seus comentários, que traziam ofensas pessoais, incluindo palavras como idiota, mula, safado, vagabundo e futriqueiro.
OFENSAS
A desembargadora cita que a livre manifestação do pensamento não pode ser acompanhada por ofensas à integridade moral de indivíduos, tomando duas decisões como precedente no TJ-SC (Apelação 2007.029691-8 e Agravo de Instrumento 2003.021003-2). Como são ofensivos, os comentários extrapolam o limite da liberdade de expressão e violam o direito à honra do funcionário público, o que justifica a indenização por danos morais.
Caberia ao blogueiro moderar os comentários e evitar postagens ofensivas, algo que ele admitiu ter feito em outras ocasiões. Em outro caso (AI 2011.053663-3), o TJ-SC já decidira que o responsável pelo blog devem fazer a moderação de seu conteúdo, afirma ela. Assim, a negligência do acusado ao publicar as mensagens foi o que gerou o abalo sofrido pelo funcionário público, conclui ela.
Em sua defesa, o blogueiro questionava o fato do funcionário ter questionado apenas a parte dos comentários que versava sobre sua má administração. O recurso falava ainda em uso do Judiciário para vingança pessoal, questionando o desinteresse em identificar os autores das mensagens ofensivas. Além disso, a defesa dizia que todo homem público está sujeito a críticas.

“Educação para a vida deveria incluir aulas de solidão”


“Educação para a vida deveria incluir aulas de solidão”

Quem nunca sentiu em plena luz do dia o mundo cinzento e circunspecto à sua volta, levante a mão. As palavras saindo da boca sem ordem e sem juízo. O discurso atrapalhado, estendendo os braços por detrás de sentenças inteiras sobrepostas umas sobre as demais.
Brincadeira ainda verde de cabra-cega, esgueirando os restos de infância através de um corpo decididamente maduro. Quem nunca ansiou compor de quietude seus gestos e de apaziguamento sua mente? Confesse enquanto há tempo.
Afinal, qual a diferença entre solidão e o se sentir solitário?
Solidão é algo imenso, calmo, às vezes até grandioso. Uma nobreza ímpar — tingida, com frequência, de um lilás bem clarinho.  Uma cor que se mantém delicada e transparente mesmo em dias de vento forte.
Em um de seus líricos desabafos, Machado de Assis sentenciou: “Desesperado, cuidei que o ar e a solidão me aplacassem o ânimo”.
Os dicionários comentam da qualidade feminina e substantiva da solidão. Entretanto, há controvérsias que se agitam nas definições. Alguns arriscam entendê-la como um “estado de quem está totalmente só; imerso em Isolamento moral e interiorização espiritual”.
Outros atribuem modalidades ásperas, ariscas, queixumes de abandono a esta palavra, que se preenche inteira de suas singulares percepções.
Estados particulares de experimentar momentos quase orientais de aprofundamento e introspecção.  Um mergulho calmo e visceral, recheado de possibilidades de se constatar como alguém único.
Faremos agora um passeio pelo cotidiano. Pela existência opaca de muitos de nós, enfiados frequentemente em relacionamentos sem eco e sem ruídos. A não ser diante das sublevações caseiras, em cujo contexto antecipam-se fagulhas de raiva acumulada, impropérios contra a falta de dinheiro, negado pelo marido para as multicompras sonhadas naquele shopping sofisticado e  inaugurado recentemente.
“Eu quero, eu preciso daquele vestido!” a mulher se exaspera, ameaça iniciar um escândalo a varejo, dentro do quarto e sala sem varanda, e nem vaga de garagem.
Um antigo ditado sentencia: “antes só do que mal acompanhado”. Mas quem aguenta a própria e mirrada companhia, confundida com uma legião de avatares dispersos nas comunidades de infinitas redes sociais.
Admita: você nunca se multiplicou em tantos personagens, nos dias atuais e nem se sentiu tão sozinho. São as frágeis promessas da vida virtual que o cercam, enroscadas em carências de todos os tamanhos e procedências.
Não é vergonha, porém, flagrar-se habitando um imóvel vazio, tedioso e mofado que é o seu próprio corpo. Mais que depressa, entretanto, em regime de semi-histeria, e diante de desalentadora situação, a ordem é cobrir-se  de tatuagens estranhas, algumas agressivas, bizarras,  iconoclásticas.  Outras simbolizando seres míticos, tracejados por dragões, serpentes e guerreiros medievais.
Conferir um upgrade na potência de existir, afinal, faz bem à vaidade, e também, a um difuso sentimento de insegurança. Introduzir piercings e próteses debaixo da pele, adereços de contornos surreais, traduz-se em gesto solidário para combater a própria solidão.
Imiscuir-se no álcool e em outras deleitáveis drogas traz um conforto sem precedentes a tantas criaturas toscas que vagueiam pelas noites à espreita de minguados e provisórios contatos físicos. Porque convenhamos, agora você tira sarro é do seu smartphone, dos tablets e gadgets afins ávidos de sua plena atenção.
O casal almoçando aos sábados sempre no mesmo restaurante — há alguns anos ungido pelo sagrado exercício do matrimônio, mas sem emitir qualquer som, durante o pretenso momento de lazer, é digno de registro. As conversas, convém elucidar, foram esquecidas no sótão da casa onde moram, junto a utensílios em desuso.
Separação? Nem pensar. Imagine o que os casais amigos, as famílias em comum comentarão do fracasso conjugal? Sorrir é preciso, a qualquer preço — ainda que o esgar desarticulado no rosto sem esperanças resulte de antidepressivos. Transmitir alegria a dois — mais um dentre os indiscutíveis deveres sociais.
“Antes mal acompanhado do que só” —  é a máxima vigente nos mínimos intercâmbios cotidianos. Decidir pela separação assemelha-se para muitos a um ato deplorável. Nada mais lamentável e desolador, resolver quebrar as algemas daquela funesta união.
Poucos são os que fruem de uma solidão próspera, rica de pormenores tão íntimos quanto os discretos recantos da alma. Solidão grávida de inventividade, carisma, originalidade e prazer, por que não?
A solidão fecunda, enraizada nos jardins das legítimas escolhas pessoais gera milagres, encantos, deliciosas  singelezas. Talvez quase ninguém se dê conta disso, nesta “Era do Vazio”, título, aliás, de uma obra do  pesquisador Gilles Lipovetsky,  centrada no  hipernarcisismo e individualismo contemporâneos.
Sentir-se solitário, entretanto, faz-se acompanhar de muletas de toda espécie. Drogas, sexo indistinto e em profusão, gula gigantesca, fala interminável, saídas compulsivas para programas em todos os lugares, apenas com o intuito de se livrar da própria tenebrosa e asfixiante companhia.
Os eremitas, anacoretas, monges silentes deslizando por mosteiros enormes soam incompreensíveis às regras de bem-viver coletivo, delineadas pelas instituições, família, escola, igreja, antes mesmo de nascermos.
A solidão para muitos significa exílio e prisão. Sem entender que estes  raros e consentidos encontros devem ser  brindados especialmente  Com um champanhe dos deuses, sorvido prazerosamente em taças do mais puro cristal francês.
Transcrito da Revista Bula

À beira do caminho, Gaievski ameaça fazer delação premiada para detonar Gleisi Hoffmann e o PT


Bomba-relógio – Abandonado pelo PT, à espera de pesadas penas de prisão por crimes de pedofilia, mergulhando em processo depressivo, o ex-assessor especial de Gleisi Hoffmann na Casa Civil,Eduardo Gaievski, está disposto a radicalizar.
Após a ainda ministra Gleisi declarar que não pretende cumprir a promessa de visitar o ex-assessor na prisão e renegá-lo em público, o que permitiria avançar na negociação de uma assistência jurídica nos padrões Mensalão e Rose Noronha, com combinado, Gaievski acredita não ter mais dívida ou compromisso com o PT e principalmente com Gleisi Hoffmann.
Ciente também de que nada mais tem a perder e que dificilmente receberá algum tipo de ajuda por parte do PT ou mesmo de Gleisi, o delinquente sexual já considera a possibilidade de delação premiada, como forma de eventualmente abrandar as penas que certamente o alcançarão, apesar de crimes hediondos, como é o estupro de vulnerável, não prever esse benefício.
Prefeito de Realeza, no interior do Paraná, por dois mandatos, Gaievski incluiu no pacote de negociação uma radiografia completa do modo petista de arrecadar fundos nada ortodoxos nas prefeituras comandadas pelo partido. Fora isso, os seis meses em que esteve assessor especial da Casa Civil lhe forneceram munição privilegiada, de alta poder explosivo, capaz de mandar pelos ares boa parte da “companheirada”. Eduardo Gaievski está certo de que tudo o que sabe é de interesse do Ministério Público.
“Estão fingindo que não me conhecem, estão me tratando como um leproso”, diz Gaievski, cada vez mais revoltado com aqueles que o paparicavam quando era o prefeito de Realeza ou o todo-poderoso assessor especial da Casa Civil que liberava verbas federais para os municípios do Paraná como se nas mãos tivesse uma varinha de condão.
Na longa lista de rancores de Gaievski se destacam os nomes do presidente do PT do Paraná, Enio Verri, que foi célere ao suspender o pedófilo dos quadros do partido, sem qualquer chance de defesa. Outro nome que está no poço de mágoas de delinquente sexual é o da deputada petista Luciana Rafagnin, que o assediava para fazer dupla nas eleições de 2014, mas que agora se diz horrorizada com o “companheiro”.
Por fim, a lista traz o nome de Gleisi Hoffmann, que prometia apoiar o ex-assessor na eleição para deputado estadual no próximo ano, além do compromisso de, em caso de vitória da petista, convidá-lo para ocupar a chefia da Casa Civil do governo paranaense.

Conciliação, revanchismo, retaliações e afrontas


sábado, 28 de setembro de 2013


Gen Marco Antonio Felício da Silva 

O afastamento dos chefes militares das decisões advindas da cúpula do poder e a consequente perda de influência política, originaram-se da imposição “goela abaixo” do MD, moeda de troca política e entregue a incapacidade de civis, contrariando todo um contexto, histórico, social, político, econômico e militar, próprio de nosso País.

Há anos que os comandantes das Forças Armadas (FFAA) convivem, em nome de uma reconciliação unilateral, diante de retaliações e afrontas, amistosamente e em silêncio obsequioso, com diferentes chefes e autoridades de governo, independentemente de ideologias esdrúxulas que tentam impor à Nação, da corrupção e do nefasto aparelhamento que permeiam os poderes, jamais opinando quanto aos graves problemas de toda ordem que envolvem o País, incluso sobre aqueles que colocam a Segurança da Nação em risco e/ou atingem diretamente a existência de um Estado Democrático de Direito.

Em verdade, durante todos esses anos, oriundos de diferentes governos e autoridades, traduzindo tratamento vil e irresponsável por atingir a soberania e a segurança nacionais, revanchismos inconsequentes geraram retaliações e afrontas com o intuito de desmoralizar e enfraquecer as FFAA. Entre outros, baixos vencimentos ao lado de orçamentos diminutos, que jamais passaram de simples migalhas diante das necessidades básicas de sobrevivência das Forças, e promessas enganadoras e permanentemente adiadas, embora demonstrações de conciliação unilateral como a distribuição de medalhas imerecidas, ofendendo a quem as recebeu por merecimento ao longo de toda uma carreira plena de sacrifícios.

A visita da malsinada Comissão da Verdade ao quartel onde funcionou o DOI/RJ, no dia 23 setembro, seguida da proibição da palestra sobre 31 de Março de 1964, programada pelo Comandante da 11 RM, Brasília, as mais recentes das afrontas e retaliações, certamente não as últimas, comprovaram, mais uma vez, que a busca da conciliação unilateral é apenas uma balela que se prolonga e que incita a novas retaliações e afrontas, pois, não há um basta firme ao revanchismo predador e aos revanchistas que prosseguem dividindo para melhor conquistar. Vêm, eles, o País por retrovisores, vivendo odiosamente o presente e sem qualquer projeto de Nação, sem visão de futuro; políticos ideologicamente na contramão da História, demagogos que buscam notoriedade, incendiários, irresponsáveis, adeptos do atraso. Com ideias importadas, como a do fim da Anistia, fraturam a sociedade nacional em nome da pseudo defesa das minorias, dos direitos humanos, do ambientalismo e de políticas indigenistas.

Será que, ainda, os militares, responsáveis pela segurança da Nação, não os conhecem, que ideologia professam, como procedem, quais objetivos desejam atingir ou como o atual governo os apoia e incentiva? Se o sabem, qual a razão do silêncio, pois, quem cala consente.

Ressaltando que a segurança da Nação repousa em suas Forças Armadas, não será hora de um basta a retaliações e afrontas e aos descalabros que se sucedem, inesgotáveis, e que colocam em risco o destino da Nação?

Alerta à Nação: Eles que venham. Por aqui não passarão!

Transcrito do blog do Horaciocb

Cliente ganha indenização por ter moto furtada em hipermercado


17/09/13

Sentença homologada pela 1ª Vara do Juizado Especial Central de Campo Grande julgou parcialmente procedente a ação movida por F.M.A. contra um Hipermercado da Capital, condenando-o ao pagamento de R$ 3.607,00 por danos materiais, e R$ 2.044,17 referentes às despesas que o autor teve com transporte, devendo tais valores serem corrigidos monetariamente pelo IGPM/FGV.
Narra o autor da ação que no dia 18 de julho de 2012 foi fazer compras no hipermercado e deixou sua motocicleta no estacionamento reservado para clientes do estabelecimento e que, ao voltar, constatou que seu veículo tinha sido furtado.
F.M.A. disse ainda que, logo após o incidente, comunicou a gerência do local e realizou Boletim de Ocorrência. Deste modo, pediu pela condenação da ré para que ela efetue o pagamento de R$ 4.500,00 pelo valor estimado da moto, além das despesas com transporte, lucros cessantes e indenização por danos morais.
Conforme a sentença homologada, “no momento em que o reclamante ingressou no estacionamento, a reclamada assumiu o dever de guarda, passando a ser o guardião do veículo estacionado no estacionamento”.
Ainda é possível analisar que a alegação de que o estacionamento do hipermercado é gratuito e público não deve ser levada em consideração, uma vez que o preço do local destinado aos veículos dos clientes está embutido no custo das mercadorias adquiridas. Além disso, o estacionamento da ré tem a clara intenção de atrair clientes, “não sendo o seu estacionamento uma mera cortesia e sim um meio de angariar lucros”.
Desta maneira, o hipermercado deverá arcar com o valor estimado da motocicleta roubada, pois não cumpriu eficazmente o seu dever de guarda e vigilância em relação ao bem que foi colocado à sua disposição.
Por fim, a restituição das despesas que o autor teve com transporte foi julgada procedente, pois com o roubo de sua moto, ele necessitou utilizar o transporte público.
Da decisão cabe recurso.
Processo nº 0813119-29.2012.8.12.0110
Fonte: TJMS

Bradesco é condenado a indenizar cliente que teve o cartão clonado


27/09/13





Segundo os autos, em junho de 2010, o instrutor tentou utilizar o cartão mas não conseguiu. Ao pedir orientação a um funcionário da agência, foi informado de que a conta estava bloqueada. O motivo teria sido cinco operações feitas acima do limite permitido, totalizando R$ 3.400,00. As operações foram executadas em loja denominada Centro Fitness, com endereço no Rio Grande do Sul, entre outros estados.
F.E.J.S. mora no bairro Mondubim, em Fortaleza, e afirmou que nunca comprou no referido estabelecimento comercial. Por isso, F.E.J.S. ingressou na Justiça requerendo indenização por danos morais e materiais. Alegou falha da segurança no serviço prestado pelo banco.
Em setembro de 2011, o Juízo da 20ª Unidade do Juizado Especial Cível e Criminal de Fortaleza reconheceu que o Bradesco agiu de forma negligente ao não proteger o cliente. Em função disso, condenou a instituição ao pagamento de R$ 15 mil, a título de danos morais e materiais.
Objetivando modificar a decisão, o banco interpôs recurso (nº 032.2010.921.670-8). Sustentou não ter cometido nenhum ato ilícito, e que os procedimentos realizados obedeceram todos os ditames legais.
Ao julgar o processo nessa segunda-feira (16/09), a 1ª Turma deu parcial provimento ao recurso e diminuiu a indenização. A relatora do processo, juíza Helga Medved reconheceu que o banco não demonstrou que adotou as cautelas necessárias para coibir o uso de cartão clonado por terceiro, agindo de forma negligente e, por isso, deve ser responsabilizado pelos prejuízos causados.
Destacou que “dada a extensão do sentimento negativo experimentado pelo recorrido e a capacidade financeira da recorrente, tenho que a importância de R$ 6.000,00 revela-se suficiente para compensá-lo pelo sofrimento na esfera subjetiva”. A magistrada levou em consideração o princípio da razoabilidade e os parâmetros utilizados pela Turma Recusal em casos semelhantes.
Fonte: TJCE

A política do ‘jeitinho’


Por Luciano Martins Costa em 27/09/2013 na edição 765
Comentário para o programa radiofônico do Observatório, 27/9/2013
A manchete da edição de sexta-feira (27/9) da Folha de S. Paulo resume e dramatiza o grande desafio do Brasil contemporâneo e o principal obstáculo ao desenvolvimento de um projeto de nação. Diz o título da reportagem: “Novos partidos oferecem verba para atrair deputados”.
Analisado assim, isoladamente, o texto apenas faria o leitor distraído balançar a cabeça e produzir um desses comentários genéricos sobre a falta de seriedade dos políticos. Mas há muito mais entulho por trás dessa manchete. Observe-se, por exemplo, o mesmo assunto tratado por outros jornais.
Estado de S. Paulo registra na primeira página: “Empresário e petistas ajudaram a criar o PROS” – explicando como a nova agremiação, que tende a reforçar a aliança que apoia o governo federal, conseguiu, quase na clandestinidade, obter o registro que a Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, tem dificuldade para conseguir.
Globo, também na primeira página, aponta, sob o título “Troca-troca partidário”, que “para filiar deputados, partidos negociam cargos em diretórios e prometem candidaturas”.
Recorde-se o leitor ou a leitora que, na quinta-feira (26), a Folha havia anotado que o “troca-troca partidário já envolve 9% da Câmara”, mostrando como a legislação estimula uma rotatividade que denuncia a total ausência de compromisso programático de parte dos parlamentares. Na mesma quinta, oGlobo observava que os dois partidos recentemente avalizados pelo Tribunal Superior Eleitoral, o PROS e o Solidariedade, já nasciam com um capital de R$ 600 mil cada um, referente à dotação anual do Fundo Partidário. Já o Estado de S. Paulo publicava que as duas novas agremiações deveriam desencadear migrações envolvendo até 50 deputados federais.
Esse noticiário traduz o resultado das normas criadas pela Constituinte de 1988, que, sob a bela intenção de modernizar o arcabouço do Estado brasileiro, criou instituições desconectadas da sociedade. Aquilo que era solenemente chamado, durante as negociações, no processo da redemocratização, de “pacto da sociedade civil organizada”, acabou degenerando em um grande comércio de lobbies.
Mais do mesmo
Esse é o contexto que se oculta atrás da mercantilização da representação democrática: o que agrega muitos protagonistas da política institucional não são as ideologias – arcabouços de ideias que deveriam apoiar as alternativas para o desenvolvimento de um país moderno –, mas as oportunidades de empreendimentos cuja mercadoria é o poder.
Sem o compromisso com programas e sem prestar contas do significado político de cada decisão que devem tomar no exercício de seus mandatos, muitos parlamentares ficam disponíveis para atuar em favor deste ou daquele interesse específico, transformando-se em meros despachantes de negócios.
O Brasil deu grandes passos, nos anos recentes, para superar alguns de seus mais graves problemas. Produziu-se, por aqui, o fenômeno da mobilidade social em massa, com a criação de uma classe de renda média elevada da condição de pobreza, graças, em grande parte, a políticas sociais eficientes que enfrentaram a frieza dos dogmas do neoliberalismo. Na sexta-feira (27), os jornais voltam a registrar nova queda no desemprego e o aumento da renda média do trabalhador, que se recupera após cinco meses de relativo desgaste.
São notícias alvissareiras que, no entanto, precisam ser ponderadas com o restante do cenário oferecido pela imprensa.
Junto a esses indicadores é preciso considerar também o fato de que uma nova pesquisa de intenções de voto aponta para a rápida recuperação da popularidade da presidente da República: após o desgaste provocado por uma interpretação questionável dada pela mídia tradicional à onda de protestos de junho, a presidente Dilma Rousseff ressurge com chances ainda maiores de vencer a eleição de 2014.
Com a popularidade em alta, é mais provável que a aliança governista ganhe novos adeptos, desidratando ainda mais uma oposição que, mesmo apoiada claramente pela imprensa hegemônica, só atua no varejo e não se mostra capaz de produzir um projeto de país.
Some-se uma coisa com outra, e teremos o quadro institucional recorrente ao qual nos referimos no começo desta conversa. Tendo recuperado a confiança de grande parte da sociedade, o governo é tentado a continuar fazendo mais do mesmo, porque, como se diz, não se mexe em time que está ganhando.
A relativa proximidade da eleição, um tempo curto em termos institucionais, induz a pensar que, nesse período, dificilmente o Executivo e o Congresso irão apressar as reformas há muito prometidas.
Pelo jeito, vamos seguir dando um jeitinho aqui e ali.

Heróis da pátria amada - DANTE MENDONÇA


GAZETA DO POVO - PR - 27/09

Infeliz do país que precisa de heróis. Feliz é o Brasil que precisa de super-heróis. Os ídolos das histórias em quadrinhos. Muitos bandidos e poucos mocinhos, os males do Brasil são. Nossos facínoras não estão no gibi e nos faltam justiceiros com suas aventuras de final feliz.

Primeiro episódio: Numa sala secreta, alguns ministros do Supremo Tribunal Federal analisam o futuro dos mensaleiros: “Desisto, Barbosa! O julgamento será um emaranhado de embargos infringentes para os próximos cem anos!” “Concordo, só mesmo um mágico para tirar um coelho desse caixa 2.” “Você está pensando o que eu estou pensando?” “Estou! Essa é uma missão para o Mandrake!”.

Segundo episódio: Reunião nervosa no Palácio do Planalto: “Presidenta, o que temíamos aconteceu!” “Os piratas do Barack agiram outra vez?” “Na calada da noite, entraram no seu horóscopo! Acionamos uma cartomante, em vão! Não temos tecnologia para conter os invasores!” “Então é por isso que eu vivo de pá virada. Só nos resta uma alternativa!” “Chamar o ministro da Tecnologia! Como é mesmo o nome dele?” “Sei lá, meu filho! Só existe um homem para encarar esse tipo de crime: essa é uma tarefa para o Flash Gordon!”

Terceiro episódio: Na caverna do Batman, depois de avistar o sinal do morcego nos céus de Gotham City, os super-heróis se reúnem para a assembleia geral extraordinária. O dono da caverna comanda os trabalhos, enquanto Robin se diverte com a Mulher-Gato num aposento ao lado: “Amigos do bem, o Brasil está nos chamando! Não esqueçam de levar suas credenciais. Lá tem muito mascarado se achando super-herói. Eis a missão de cada um: o Vigilante Rodoviário vai investigar o preço dos pedágios; Tarzan, Jane e a Chita vão controlar a fronteira com o Paraguai; Jim das Selvas, Fantasma e Capeto estão incumbidos de combater os desmatamentos na Amazônia; Super-Homem executa a transposição do Rio São Francisco; Dick Tracy, Nick Holmes e o agente secreto X-9 precisam conter a corrupção generalizada; Capitão Marvel e Capitão América estão sendo convocados pelo Exército Brasileiro; o Surfista Prateado deve vigiar as reservas do pré-sal; Homem-Aranha vai auxiliar a Polícia Federal no combate à sonegação fiscal nos arranha-céus da Avenida Paulista; Príncipe Valente será infiltrado nas elites corruptas do Lula; e ao incrível Hulk restou a missão impossível de baixar os juros dos cartões de crédito. Para encerrar, Robin e eu vamos limpar os subterrâneos do poder. Mulher-Gato, Barbarella e Valentina foram convidadas para trabalhar na novela das oito, que o brasileiro não é o Homem de Ferro.”

Quando o cinismo e a inépcia atrasam o país - ROBERTO FREIRE


Brasil Econômico - 27/09

Anunciado com toda a pompa marqueteira que tão bem caracteriza os governos petistas, o Programa de Investimento em Logística amargou um fracasso retumbante logo no primeiro leilão para a concessão de rodovias, especificamente em um trecho da BR-262 (MG-ES) pelo qual não houve nenhum interessado. Apesar de oito concorrentes terem se apresentado para levar o outro trecho leiloado, da BR-050 (MG-GO), o modelo adotado pelo PT vem se mostrando ineficiente e tem atrasado ou impedido parcerias coma iniciativa privada, fundamentais para a recuperação da economia.

Além da incompetência do governo de Dilma Rousseff, que em quase três anos não conseguiu enfrentar os gargalos de nossa infraestrutura, o próprio PT parece sofrer de uma crise existencial quando trata das chamadas “concessões”. Por mais de uma década, o partido demonizou as privatizações levadas a cabo por Fernando Henrique Cardoso e mobilizou sua militância para desqualificar o que considerava um atentado à soberania nacional. Em um misto de cinismo e desfaçatez, os petistas hoje reconhecem, tardiamente, a necessidade de que sejam feitas parcerias com a iniciativa privada, mas esse processo vem sendo conduzido de forma desabrida e irresponsável.

A falta de coordenação entre os órgãos envolvidos na concessão de rodovias é um dado da realidade capaz de afugentar investidores. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não fala a mesma língua do órgão regulador do setor, a Agência Nacional de Transportes Terrestres, que, por sua vez, não se acerta como Ministério dos Transportes.

Às empresas, não são oferecidos parâmetros mínimos que, se estipulados com antecedência, trariam maior segurança sobre a rentabilidade dos empreendimentos. No caso da BR-262, em que o maior investimento deve ser feito na duplicação de todo o trecho de 375 quilômetros, a falta de credibilidade do governo ficou latente. Houve o compromisso das autoridades federais de que o Dnit duplicaria 180 quilômetros para amenizar os altos custos da fase inicial da concessão, mas o histórico recente do órgão, afundado em denúncias de corrupção e responsável por constantes atrasos em obras, espantou possíveis interessados.

Mais dramático ainda é saber que o problema não está restrito às rodovias, já que o próprio governo anunciou que terá de editar medida provisória ou projeto de lei para dar base jurídica à futura concessão das ferrovias, que pode ficar só para 2015. Já o leilão do aeroporto de Confins (MG) foi adiado em um mês para que mais concorrentes se disponham a entrar na disputa.

Por fim, gigantes petroleiras como a norte-americana Exxon Mobile as britânicas BP e BG desistiram de participar do primeiro leilão de áreas para exploração de petróleo e gás natural na região do pré-sal, no Campo de Libra, o que limitou a competição a 11 empresas. Caminhando a passos de tartaruga, o governo do PT está longe de oferecer soluções para desatar os nós do país.

Seja pela incompetência inerente àqueles que administram mal ou pela ambiguidade de quem hoje encampa as privatizações com indisfarçável constrangimento, o fato inescapável é que rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e até mesmo a exploração do pré-sal estão empacados, enquanto a população espera por melhorias que não virão. Quando a inépcia se une ao cinismo, afinal, não há propaganda que esconda o desastre.

Há três anos, apontei aqui a tendência que resultaria no aumento do analfabetismo: governo ignorou o assunto, e a petezada partiu pra porrada, como sempre… Eis aí!


O Brasil teve um grande ministro da Educação. Seu nome: Paulo Renato Souza. Foi, mais de uma vez, alvo da máquina de destroçar reputações criada pelo PT, por intermédio, no caso, de seu braço sindical. Em junho de 2011, por ocasião de sua morte, escrevi aqui um post sobre os números da educação brasileira, desfazendo alguns mitos. O décimo item da minha lista era este, que reproduzo na íntegra (em azul):
“10 – Cresceu o número de analfabetos no país sob o governo Lula – e eu não estou fazendo graça ou uma variante do trocadilho. Os números estão estampados no PNAD (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios), do IBGE. No governo FHC, a redução do número de analfabetos avançou num ritmo de 0,5% ao ano; na primeira metade do governo Lula, já caiu a 0,35% – E FOI DE APENAS 0,1% ENTRE 2007 E 2008. Sabem o que isso significa? Crescimento do número absoluto de analfabetos no país. Fernando Haddad sabe que isso é verdade, não sabe? O combate ao analfabetismo é uma responsabilidade federal. Em 2003, o próprio governo lançou o programa ‘Brasil Alfabetizado’ como estandarte de sua política educacional. Uma dinheirama foi transferida para as ONGs sem resultado – isso a imprensa noticiou. O MEC foi deixando a coisa de lado e acabou passando a tarefa aos municípios, com os resultados pífios que se veem.”
Retomo
É isso aí. Com base nos dados no PNAD, apontei, então, que caía o ritmo da redução de analfabetos, o que estava a indicar o constante aumento do número absoluto de analfabetos. Mantida a tendência, é claro que acabaria acontecendo o que agora se verifica: haveria um aumento da taxa — pela primeira vez em 15 anos. É matemática, não tem jeito. Os “companheiros” podem até achar que essa ciência só existe para sabotar seus propósitos, mas a gente sabe que não é assim.
O dado, que reproduzi no texto de novembro de 2011, já estava num artigo que escrevi em agosto de 2010. Três anos depois, o fatal acontece.
Notem: quando, então, naquele agosto de 2010, apontei que havia a tal redução da queda do analfabetismo, eu não o fazia porque, afinal de contas, não comungo — e não comungo mesmo, com todo o direito que tenho! — dos valores petistas (ou da falta deles). Eu o fiz porque era um dado da realidade, haurido dos números oficiais.
Alguns abestalhados acharam que se tratava apenas de má vontade, uma forma de negar os formidáveis avanços obtidos pelos companheiros na educação. Já então Fernando Haddad estava sendo treinado para vir a ser um “líder” no petismo. Deu no que deu. Imaginem o escândalo que não se faria nas redes sociais e na máquina de propaganda das esquerdas e assemelhados se uma reversão dessa natureza tivesse se dado num governo tucano.
Analfabetismo universitário
No ano passado, a ONG Ação Educativa e o Instituto Paulo Montenegro divulgaram dados sobre o Alfabetismo Funcional (Inaf) segundo a escolaridade. O quadro é este.
Em 2001/2002, 2% dos alunos universitários tinham apenas rudimentos de escrita e leitura. Em 2010, essa porcentagem havia saltado para 4%. Vale dizer: 254.800 estudantes de terceiro grau no país são quase analfabetos. Espantoso? Em 2001/2002, 24% não eram plenamente alfabetizados. Um número já escandaloso. Em 2010, pularam para 38%. Isso quer dizer que 2.420.600 estudantes do terceiro grau não conseguem ler direito um texto e se expressar com clareza. É o que se espera de um aluno ao concluir o… ensino fundamental!
Concluo
Sim, meus caros, o diabo é invariavelmente mais feio do que se pinta — ou não seria o diabo, mas outra coisa de menor malignidade. Aquela taxa lá do alto, que aumentou, é do analfabetismo mesmo, a parte do Brasil que forma a sociedade ágrafa. Caso se leve em consideração o analfabetismo funcional, aí é que a gente se defronta com uma parte do Brasil real que o discurso ufano-triunfalista esconde.
Nas democracias convencionais, exemplos escandalosos de ineficiência, como o que se vê acima, costumam ser levados para as campanhas eleitorais. É o certo. “Você prometeu fazer e não fez etc.” É um direito da sociedade confrontar intenções com gestos. No Brasil jabuticaba, como tenho tratado aqui há tempos, não só inexiste um grande partido conservador que seja alternativa de poder (única democracia da Terra com essa característica) como inexistem forças políticas capazes de fazer essa cobrança. Ao contrário: todas as campanhas eleitorais, da oposição ou da situação, exploram o Brasil grande, o Brasil que vai pra frente, o ninguém segura este país.
Algumas drogas perigosas atentam contra o nosso futuro: o ufanismo sem lastro é uma delas.
Quando apontei a redução do ritmo da queda de analfabetismo, algo deveria ter sido feito. Já estaria dando resultado. E deveria não porque fui eu a apontar, claro!, mas porque eram números extraídos de dados oficiais. Mas quê… Fernando Haddad saltou do Ministério da Educação (“o melhor ministro da históriadestepaiz”, segundo Lula) para a Prefeitura de São Paulo. Ele tinha uma grande tarefa a cumprir: prometer o Arco do Futuro e, no presente, devolver o Centro de São Paulo aos traficantes e consumidores de crack. “O que uma coisa tem a ver com outra?” Só estou evidenciando como o processo político brasileiro, por um conjunto de razões que não cabem neste artigo, premia a ineficiência.  
Por Reinaldo Azevedo

Planalto mantém o cerco implacável a Rosemary e Lula se finge de morto


Carlos Newton
Totalmente empenhado na reeleição da presidente Dilma Rousseff, o Planalto mantém a pressão sobre Rosemary Noronha, a ex-segunda-primeira-dama de Lula. A ordem é destruir a ex-chefe de Gabinete da Presidência em São Paulo, usando as duas armas disponíveis – a Controladoria-Geral da União e a Comissão de Ética da Presidência.
O verdadeiro alvo, lógico, é o ex-presidente Lula, e a facção de Dilma Rousseff tenta desesperadamente inviabilizar a candidatura dele à Presidência da República. Dentro do PT, porém, a estratégia do Planalto está tendo efeito inverso. A perseguição está pegando mal e o próprio ex-presidente Lula se sente traído por Dilma, Jorge Hage (CGU) & Cia.
Em situação idêntica (a demissão da então ministra Erenice Guerra), flagrada em casos de corrupção muito mais graves, pois na época a chefe da Casa Civil era a personagem principal, enquanto Rosemary é apenas coadjuvante, Lula era presidente e não fez carga contra Erenice, em respeito à profunda ligação íntima dela com Dilma Rousseff, digamos assim.
ADVOGADOS PROTESTAM
A equipe que defende Rosemary tentará anular a decisão da Controladoria-Geral da União que puniu a ex-chefe do gabinete regional da Presidência da República em São Paulo com afastamento de 5 anos do serviço público.
Os advogados Leonardo Bissoli, Sebastião Tojal e Sérgio Renault afirmaram que “não se respeitou o legítimo direito de defesa”, fato que já havia sido denunciado há vários meses pelo outro advogado que atua na causa, Fábio Medina Osório, especialista em improbidade administrativa.
Em nota divulgada ontem, eles afirmaram que testemunhas indicadas pela ex-assessora presidencial foram rejeitadas pela Controladoria-Geral – entre elas o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência). Os advogados dizem ainda que não obtiveram acesso aos autos do processo administrativo disciplinar.
Esse dois fatos (são fatos, não especulações), denunciados fartamente por Medina Osório sem que o Planalto tomasse providências,  comprovam cerceamento de defesa e demonstram a que ponto chegou a perseguição oficial à ex-segunda-primeira-dama de Lula, deixando o ex-presidente furioso, como qualquer um pode avaliar.
A REDE GLOBO ACORDOU
Havíamos explicado aqui que o sonho do Planalto era ver o caso Rosemary no Jornal Nacional, mas a TV Globo não entrava no assunto por causa do affaire anterior, envolvendo o então presidente FHC e a repórter Miriam Dutra, do próprio Jornal Nacional.
Como se sabe, para agradar ao então presidente, a TV Globo enviou Miriam Dutra para férias eternas (e bem remuneradas) na Espanha, e FHC ficou muito agradecido, o romance foi sendo esquecido e o jovem fruto do amor presidencial acabou sendo reconhecido juridicamente pelo suposto pai, um final feliz tipo novela.
Depois, um inconveniente exame de DNA mostrou que o rapaz nem era filho de FHC (que além de volúvel era também corno), porém não tinha mais jeito, o jovem já se tornara herdeiro de grande fortuna, porque quando se reconhece um filho é para sempre, não se pode voltar atrás e dizer “desculpe, foi engano”.
Voltando à TV Globo, só porque dissemos aqui no Blog que o Jornal Nacional estava fugindo do assunto, dois dias depois eles deram uma matéria enorme, aproveitando nossa pauta, pois anunciamos com total exclusividade a punição da CGU a Rosemary( que ainda nem aconteceu).
Caramba! Não sabíamos que o Blog da Tribuna era lido com tamanha atenção pelo jornalismo global. A audiência nos honra. Afinal, significa que também sabemos dar Ibope.

Concursos públicos tentam eliminar obesos


Leonardo Girundi
A Organização Mundial da Saúde (OMS) procura limitar a obesidade no mundo, ao estimular as autoridades nacionais de vários países a estudar possíveis impostos sobre os alimentos e bebidas prejudiciais à saúde.
O relatório “Estatísticas Mundiais de Saúde 2012” da OMS afirma que a obesidade é a causa de morte de 2,8 milhões de pessoas por ano. A OMS estima que 12% da população mundial é considerada obesa.
Somados aos problemas naturais da obesidade estamos nos deparando com outros mais modernos e mais alarmantes, destacando o preconceito e ainda o de discriminação na relação empregatícia. Dados revelam que os obesos, ou mesmo os gordinhos, possuem maior dificuldade de se relacionar e de conseguir emprego. E a última notícia que temos visto é que candidatos a concursos públicos aprovados na fase das provas são considerados inaptos ao exercício da função devido à obesidade.
“REPROVADOS”
Não é a primeira vez que o Estado de São Paulo adota tal conduta. Em 2011, o Brasil conheceu o caso envolvendo a eliminação de candidatos a professores da rede pública ocorrida durante a realização dos exames de saúde, e motivada pela obesidade.
Depois do mal-estar nacional da notícia, o governo paulista reavaliou a situação de 304 professores aprovados neste concurso público, mas que foram considerados inaptos pela perícia médica do Estado. Desses, 223 foram admitidos.
A obesidade, em suas diversas causas, consoante a Classificação Internacional de Doenças (CID), de fato é considerada uma doença. Entretanto, se esse mal for considerado um óbice à ocupação de cargo na rede escolar, também deverão ser inadmitidos no serviço público tantos quantos forem os portadores de outras doenças, tais como os portadores de doenças visuais (miopia, astigmatismo, hipermetropia etc.), os diabéticos, enfim, os portadores de diversos outros males que também são internacionalmente classificados como doenças.
ILEGALIDADE
Nesse sentido, inclusive, deverão ser inadmitidos no serviço público os portadores de necessidades especiais, que hoje, aliás, são cotistas em concursos públicos, por expressa determinação constitucional constante do artigo 37, inciso VIII, da Constituição.
O caso dos candidatos gera debate acerca da constitucionalidade da eliminação. O interessante é que existem muitas decisões judiciais favoráveis a limitação dos obesos aos cargos públicos, mas a grande maioria dos juízes entende que essa limitação aos “gordinhos” não possui previsão legal. Será que resolveremos os problemas da obesidade não permitindo que esses possam trabalhar? Se eles não estão aptos ao serviço público, por que estariam para o serviço privado? Não concordo com essas limitações e acredito que “socialmente” ainda estamos muito distantes de respostas para esses casos. Na dúvida, comunico que vou começar um regime amanhã.(transcrito de O Tempo)