sábado, 6 de abril de 2013

PISANDO NO TOMATE



Charge da fotomontagem de Roque Sponholz e Texto de Giulio Sanmartini
Um fato análogo, quando o Brasil era um país sério, chegou  até a derrubar um poderoso ministro da Fazenda. (1).
Agora aconteceu fora do Brasil, não vai dar em nada, mas fará parte da lista das grandes gafes diplomáticas.
Pepe Mujica & Cristina
Pepe Mujica & Cristina
O presidente  do Uruguai, ex-guerrilheiro tupamaro, José Pepe Mujica na quinta feira (4/4) literalmente pisou no tomate com os dois pés, haja vista que naquele país o vegetal, ainda não atingiu o preço de R$ 10,00 por quilo como no Brasil.
Ele foi capturado pelo comentarista Hermenegildo Barroso quando dizia, sem saber que o microfone estava aberto, o que realmente pensa de Néstor Kirchner, o vesgo que já fechou os olhos, e de Cristina Kirchner, a Viúva de Tango: “Essa velha é pior que o vesgo … O vesgo era mais político, ela é teimosa”.
A afirmativa aconteceu durante uma reunião com o prefeito da cidade uruguaia de Florida . A reação foi a de praxe, o Governo Argentino, no mesmo dia, manifestou seu “profundo mal-estar” com os “comentários depreciativos” do presidente do Uruguai.
Este é o segundo incidente diplomático entre o Uruguai e a Argentina, provocado por um microfone aberto. Em 2002, o então presidente do Uruguai, Jorge Batlle, fez um desabafo no fim de uma entrevista, achando que a câmera de televisão tinha sido desligada: “Os argentinos são um bando de ladrões, do primeiro ao último”, disse. Na época, a crise argentina estava afetando a economia uruguaia. Batlle viajou a Buenos Aires para pedir desculpas ao então presidente Eduardo Duhalde (antecessor de Néstor Kirchner).
(1) Em setembro de 1994, o então ministro da Fazenda Rubens Ricúpero conversava com o repórter Carlos Monforte, no estúdio da Globo em Brasília, pouco antes da gravação de uma entrevista. O tema do bate-papo informal era o IPC, o índice de preços ao consumidor, de agosto, publicado pelo IBGE. Ricúpero considerava alto o número apontado pelos pesquisadores. O então ministro não sabia mas o microfone estava ligado e captou o diálogo. Estimulado pelo repórter a revelar as previsões do IPC de setembro, ele diz que deveria conversar antes com os economistas da Fazenda: “Senão eles me matam. Vão dizer: ‘Pô, você proibiu da vez anterior quando (o índice) era ruim, agora que é bom…’ No fundo é isso mesmo. Eu não tenho escrúpulos. O que é bom a gente fatura, o que é ruim, esconde”.
(2) Texto de apoio: Augusto Nunes.