quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A IDIOTICE NO PODER


FONTE: Augusto Nunes - Revista Veja
Os idiotas estão por toda parte, avisou já no título o artigo aqui publicado em 21 de janeiro de 2011 e reproduzido na seção Vale Reprise.  Depois de registrar no parágrafo de abertura que foi Nelson Rodrigues o primeiro a detectar, numa crônica do fim dos anos 60, “a ascensão espantosa e fulminante do idiota”, o texto trata do fenômeno que atingiu dimensões alarmantes no Brasil deste começo de século. No início do 9º ano da Era da Mediocridade, cretinos fundamentais que antes se limitavam a babar na gravata se intrometem em assuntos que ignoram sem constrangimentos nem inibições. A idiotia está no poder.
Em junho passado, no jantar em homenagem ao 80° aniversário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ministro Nelson Jobim evocou a mesma crônica de Nelson Rodrigues para repetir a essência do post. “O cronista dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos”, discursou Jobim. “O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia”. Leitor da coluna, Jobim demorou seis meses para endossar o diagnóstico: a espécie em acelerada expansão está cada vez mais desenvolta e vai ganhando força no governo e na oposição, no Congresso, nos tribunais e na imprensa, na plateia que assiste à passagem do cortejo ou nos andores da procissão das nulidades.
Há exatamente um ano, ao fim de um passeio de helicóptero pela Região Serrana do Rio, Dilma Rousseff prometeu fazer o que Lula jurou ter feito em 2005, solidarizou-se com as famílias assassinadas pela incompetência do Planalto e do governo estadual e elogiou o comparsa Sérgio Cabral. O governador devolveu o elogio, agradeceu a Lula por oito anos de providências imaginárias e debitou o massacre premeditado na conta dos antecessores, de São Pedro, do imponderável e dos mortos.
Dois dias depois, ambos foram desmoralizados por Luiz Antonio Barreto de Castro, demissionário do cargo de secretário de Políticas e Programas do Ministério de Ciência e Tecnologia, durante uma audiência no Congresso. Ao lhe perguntarem que fim levaram as obras prometidas no verão anterior, o depoente encerrou a conversa fiada da dupla com seis palavras: “Falamos muito e não fizemos nada”. A oposição poderia usado a confissão de Barreto de Castro para interditar a reapresentação do espetáculo da inépcia da temporada de 2001. Preferiu fazer de conta que nem ouviu a frase. A idiotia é suprapartidária.
Mas há limites até para a cretinice, precisa aprender o governador Sérgio Cabral, que nesta segunda-feira voltou a comparar o que houve na Região Serrana com a passagem do furacão Katrina por New Orleans em 27 de agosto de 2005. Se Nova Friburgo fosse atingida por um furacão de categoria 5, nível máximo na escala de Saffir-Simpson, não sobraria ninguém para contar a história. Se New Orleans fosse castigada por uma chuva torrencial de 20 horas, só morreriam os que resolvessem suicidar-se por afogamento. A menos que o prefeito da cidade fosse Sérgio Cabral. Quem confunde temporal com furacão não precisa de mais que uma bomba de fabricação caseira para produzir outra Hiroshima

Exploração dos desgraçados -









Nunca antes na história destepaiz, como diria aquele, na história de São Paulo e, quero crer, na história de qualquer outro país, aconteceu algo como o que está em curso, neste momento, na região conhecida como cracolândia.
Defensores públicos, ACREDITEM, liderados por Carlos Weis, SIMPLESMENTE FECHARAM A RUA HELVETIA, que compõe o quadrilátero da morte, e, apoiados por viciados, impedem a ação da polícia. E o fazem, dizem eles, em nome do “direito de ir e vir”.
DO BOLSO DE UMA DAS DEFENSORAS, HÁ O TESTEMUNHO OCULAR DE ALGUÉM QUE ESTAVA LÁ, CAIU UM CONVITE PARA A TAL “CHURRASCADA” ANUNCIADA POR UM GRUPO QUE PEDE A LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS.
Os defensores querem criar um confronto físico com a polícia. Atenção! Eles não têm o direito de fazer isso; essa ação não está entre as suas prerrogativas. Se a PM agir, sairão gritando aos quatro ventos que o Estado de São Paulo está reprimindo os defensores públicos. Pior: parte da imprensa vai vocalizar essa denúncia estúpida.
Qual é a conseqüência prática da ação dos defensores? Ora, eles estão simplesmente recriando a Cracolândia. Pergunto: vão impedir também o tráfico de drogas do local? Se os consumidores estão ali reunidos, a tarefa dos vendedores será facilitada. Os defensores revistarão todas as pessoas que por ali perambulam para saber se levam consigo a droga para vender? Não! Tanto é assim que, atenção, uma tenda foi armada na rua. Debaixo dela, neste momento, há uns 80 viciados consumindo a droga!
A ação dos defensores, ao recriar a cracolândia, condena os viciados à desgraça e, é forçoso admitir, facilita a vida dos traficantes.
Estamos diante de um acinte e de uma óbvia transgressão legal e constitucional. Um defensor não tem o direito de criar obstáculos à ação legal da polícia. Mais: isso que estão chamando de “direito de ir e vir” de traficantes e viciados, é evidente, corresponde à cassação do direito de ir e vir de quem não é nem traficante nem viciado.
É preciso deixar claro à população de São Paulo quem quer o quê na cracolândia. E, evidentemente, é preciso apelar à Justiça para que estes senhores sejam processados por abuso de poder.
Denuncie este escárnio!
A Defensoria se tornou o braço de um partido político, o PT, que comanda, de Brasília, a resistência à ação correta da polícia.
Atenção, governador Alckmin! Já que o senhor não pode convocar uma rede estadual de TV, reaja de maneira inusitada ao inusitado: vá à televisão, em anúncio pago se preciso, e denuncie a impostura e a violência promovidas neste momento em São Paulo. Converse com a população do seu estado. Eu tenho a certeza de que a esmagadora maioria apóia a democracia, a Constituição Estadual e a Constituição Federal. E não hesite em recorrer à Justiça para punir os que promovem a baderna e a crime.
Leitores, entrem na Rede da Legalidade!
Por Reinaldo Azevedo

Arras ou sinal: cuidados


Postado por: Rodrigo Arruda Sanchez  |  18/01/2012 13:49:58 

Muito comum no dia-a-dia do mercado imobiliário é a fixação de arras (ou sinal) para a garantia do fechamento do negócio. 
Silvio Venosa ensina que
“O sinal desempenha duplo papel na relação contratual. Em primeiro lugar, e primordialmente em nossa lei, é uma garantia que serve para demonstrar a seriedade do ato e tem a característica de significar principio de pagamento e adiantamento do preço. Em segundo lugar, as arras podem servir de indenização em caso de arrependimento...”  
De fato, a principal função das arras é inibir a desistência das partes em contratar, fixando desde já valor mínimo da indenização caso ocorra a desistência de uma das partes. 
Temos dois tipos de arras: aquelas que prevêem direito de desistir (pagando à outra parte o valor como indenização pela desistência) e aquelas que não prevêem o direito de desistência, quando o valor da indenização poderá superar o valor das arras desde que provado prejuízo maior pelo prejudicado. Deve-se notar ainda que, no caso de contrato sem direito de arrependimento (o que é a regra geral), a parte prejudicada tem o direito de optar – ao invés da indenização – a assinatura do contrato, com ou sem o consentimento da outra parte (neste caso, o juiz “assina” no lugar do desistente).  
Assim, quando as partes desejam estipular direito de desistência, devem fazer isto de forma expressa, sob pena de caírem na segunda hipótese, onde não há tal direito e a indenização pode superar as arras dadas. 
Caso as arras não sejam corretamente ajustadas, a parte prejudicada precisará ingressar na justiça e provar o valor do prejuízo, que será analisado pelo juiz. Obviamente que isto demandará maiores complicações processuais e tempo para a solução da questão. 
A estipulação de arras não demanda formalidades, podendo ser estipuladas de forma bastante simples. Podem as partes alterar as conseqüências do desfazimento do negócio, ou colocar outras situações onde seria possível desistir etc. A cláusula admite que as partes pactuem com bastante liberdade o que desejam fazer. 
Por fim, há uma situação ocorrida num momento muito inicial da negociação, onde ainda não se confugura arras. Nestas situações, pelo fato do contrato ainda não ter sido firmado e haver inúmeras situações condicionantes ao negócio, a interpretação do que é dado como “sinal” muitas vezes não trás as conseqüências desejadas pelas partes. Venosa ensina que:  
“Esse sinal é, pois, dado anteriormente à formação do contrato, na fase de tratativas, diferenciando-se das arras confirmatórias, entregues no ato da conclusão do negócio... Nada impede, por outro lado, que se estipule, também aqui, a perda deste sinal em caso de desistência ou a devolução em dobro, mas isso deve vir expresso, porque o negócio é atípico e não se subordina aos princípios gerais das arras.”  
DA LEGISLAÇÃO
O código civil regula as arras no artigo 417 a 420, que pouco alterou o regime do cc1916. Abaixo a redação de ambos:
Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra, a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do mesmo gênero da principal.  
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado. 
Art. 419. A parte inocente pode pedir indenização suplementar, se provar maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras como o mínimo da indenização.
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os casos não haverá direito a indenização suplementar. 

Como vender um imóvel com segurança


Postado por: Redimob  |  17/01/2012 14:31:33 

Fonte: Redação Redimob

Orientação qualificada, frequência e qualidade na divulgação são alguns dos itens que contam a favor na hora de realizar a transação imobiliária.


A venda de um imóvel não é uma venda qualquer. Requer conhecimento e técnica para que tanto o proprietário do imóvel quanto o comprador possam realizar uma transação imobiliária com segurança e assim evitar prejuízos futuros.
O corretor de imóveis, Guilherme Machado, postou em seu blog algumas dicas para efetuar uma transação imobiliária sem riscos.
1. Orientação qualificada diminui riscos- Guilherme Machado explica que a pesquisa é o primeiro e mais importante passo no processo de venda de um imóvel. “É o seu comportamento aqui que vai direcionar o resultado da comercialização. Por isso, o planejamento é peça fundamental. O ideal é ter objetivos bem definidos e buscar uma imobiliária ou um corretor credenciado que tenha as melhores condições de atender as suas expectativas”.
2. Exclusividade gera comprometimento- Muitas vezes tem-se a impressão de que a comercialização será mais rápida ao deixar um imóvel sob os cuidados de várias empresas. Contudo, na prática, a realidade é outra, garante Machado. “A exclusividade gera um maior comprometimento e significa ter um atendimento personalizado e prioritário. Já vi casos de clientes que visitaram um mesmo imóvel que estava sob a responsabilidade de diferentes imobiliárias nos quais os preços informados foram conflitantes".
3. A frequência e a qualidade na divulgação fazem toda diferença- O seu representante legal é responsável por anunciar o seu imóvel. Por isso, é bom pesquisar quais são as ferramentas de comunicação disponíveis por seu contratado para dar publicidade à sua propriedade.
“Um bom profissional mantém um cadastro atualizado em seu site com imagens, plantas, mapas e informações relevantes sobre os imóveis. Sendo assim, verifique quais sites oferecem as melhores condições de divulgação, analisando, por exemplo, em quais as informações estão mais claras, qual tem a melhor navegação,” afirma o corretor.
4. A percepção visual é um dos principais influenciadores da compra- As pessoas que irão visitar o seu imóvel estão em busca da realização de sonho e assim, todos os detalhes são potencializados no momento de reconhecimento do ambiente. “É importante deixar o imóvel preparado para a venda, reparando possíveis danos, mantendo-o organizado, limpo, bem iluminado e arejado. Já vi clientes que encontram o imóvel adequado ao seu perfil, mas deixaram de fechar o negócio porque o ambiente estava desorganizado e não houve um encantamento na hora da visita," comenta.

Os motivos da decadência do Orkut


Tecnologia

FONTE: Marcelo Pelegrini - Carta Capital


Internet


A rede social do Google é ultrapassada pelo Facebook após sete anos de predomínio
Foi a primeira febre no Brasil. De repente, a turma formada dez anos antes poderia trocar ideias, atualizar as novidades, combinar reencontros e acompanhar os últimos melhores momentos da vida de cada um por meio de álbuns de fotos e mensagens compartilhadas em comunidades temáticas. A maior prova de afeto era quando alguém abria o computador e lia um novo testemunho.
Ligado ao Google, o até então maior site de relacionamento da internet viveu seu auge entre 2004 e 2008. A partir de então, experimentou uma decadência anunciada já acusada por números de usuários – e pela assiduidade de quem ainda mantém conta no antigo site favorito.
O declínio do império tem nome, mas demorou a se consolidar. Ainda em 2008, seu primeiro ano sob o domínio “.br”, o Facebook tinha apenas 209 mil usuários no Brasil. Um arranhão perto dos milhões ainda sob o efeito da “Cultura do Orkut”. Aos poucos, a situação mudou.
Em quatro anos, a cria de Mark Zuckerberg conseguiu vencer a resistência brasileira com um ritmo de crescimento pungente (192% de dezembro de 2010 a dezembro de 2011). Firmou-se, em dezembro, como a maior rede social em usuários únicos do Brasil.
Atualmente com 36,1 milhões de usuários, o Facebook triplicou em tamanho sua audiência e cresceu sete vezes em engajamento para assumir a posição de liderança no mercado brasileiro, segundo os últimos dados da consultoria em redes sociais comScore.
No último mês de 2011, o usuário do Facebook passava 4,8 horas mensais, em média no site – em dezembro de 2010, o tempo gasto era de apenas 37 minutos. No mesmo período, foram consumidas uma média de 500 páginas de conteúdo no site, que foi visitado cerca de 27 vezes pelo mesmo usuário durante dezembro de 2011.
Vantagem que virou desvantagem
Conhecido por seu domínio no mercado brasileiro, o Orkut jamais conseguiu repetir o sucesso que fez no Brasil internacionalmente – apenas na Índia e no Brasil a rede possui a maioria dos usuários locais. Em parte porque, segundo o Google, o perfil do usuário do Orkut é um retrato fiel do País. “Possui todas as classes sociais, de todos os lugares do país”.
Na avaliação de Alex Banks, diretor-executivo da comScore, o fato de ser um produto quase exclusivamente brasileiro tornou-se um ponto negativo para o Orkut. É como se as fronteiras transformassem o produto em algo pequeno demais para quem vive no País. Com o crescimento da classe média brasileira e do turismo internacional, o usuário passa a procurar referências de fora justamente num site com ramificações em vários países. “Com a classe média crescendo e viajando mais para outros países é normal que haja mais interesse do brasileiro em fazer parte de uma rede que permita a ele manter contatos com estrangeiros”.
Além disso, um fator que contribui para o crescimento do Facebook é o peso de sua marca. Segundo Banks, é mais provável que um usuário que acessa a Internet pela primeira vez faça um perfil no Facebook do que no Orkut. “Hoje, a marca Facebook, além de internacional, é mais forte. Hollywood não fez filme sobre Orkut, fez sobre o Facebook”, afirma.
Para a especialista em Mídias Digitais da USP, Elizabeth Saad, o declínio do Orkut explica-se como o fim de um ciclo de predomínio. “Toda inovação tecnológica possui um ciclo, e os pioneiros geralmente sofrem. Os concorrentes que surgem depois, como o Facebook, esperam os efeitos-teste do pioneiro, para depois entrarem no mercado. Se o pioneiro não se recicla, ele tende a desaparecer”, defende.
Cultura Orkut
Engana-se, porém, quem se apressa em dizer que o Orkut está morto. Com 34,4 milhões de usuários, a rede ainda é muito usada e abrangente em todo o País, principalmente fora da região Sudeste.
“No médio prazo, é muito difícil de o Orkut voltar a lidera o mercado brasileiro. Ao mesmo tempo, a “cultura Orkut” que se criou no Brasil depois de anos de supremacia e uso desta rede não vai desaparecer tão cedo”, afirma Banks.
O consultor explica que a região sudeste foi apenas a percussora de uma tendência e que outras regiões do País também devem passar a utilizar o Facebook. “O Sudeste foi, sem dúvida, a região onde a ascensão do Facebook ao topo da categoria começou. Há um ano, esta região representava 75% das visitas. Agora, representa apenas metade das visitas do Facebook no Brasil. Isso demonstra a adoção generalizada do site em todo o País”, conclui Banks.
Google+
Longe de ser uma prioridade do Google Mundial, o Orkut passou a ter concorrente, a partir de julho do ano passado, dentro da própria casa. O Google + é hoje a principal aposta mundial da empresa.
Segundo o Google, o objetivo da nova rede é compartilhar informações na internet da maneira parecida com a vida real. “Você divide coisas diferentes com pessoas diferentes. Nós começamos este projeto para ver se a gente conseguiria criar um modo melhor de se conectar com as diferentes pessoas que existem nas nossas vidas”, segundo a empresa.
Na opinião de Elizabeth, o Google+ é um grande investimento, que utiliza o Orkut como laboratório. “O Orkut tem se esforçando por meio de melhorias. Mas penso que em médio prazo o ciclo de vida tende a decair. O próprio Google não tem o Orkut em sua estratégia global, senão, não teria criado o Google+”, avalia.
Atualmente com 4,3 milhões de usuários, de acordo com dados de dzembro de 2011, a audiência combinada, sem duplicação, do Google+ com o Orkut alcança uma audiência de 34,9 milhões de usuários, ainda atrás do Facebook
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BANCADAS POLÍTICAS ACIMA DA LEI


Espaço VitalMarco A. Birnfeld 123@marcoadvogados.com.br

Espaço Vital
Notícia da edição impressa de 23/12/2011







Na política brasileira, há vícios de todos os tipos. O expediente parlamentar é curto, os feriadões são frequentes, as mordomias são grandes e a impunidade garante os desvios de conduta. As Casas Legislativas têm servido até mesmo de refúgio para gente que, segundo decisões dos tribunais superiores, poderia estar na cadeia. Recente mapeamento feito pela revista IstoÉ mostrou os casos registrados nas diferentes esferas judiciais e encontrou 15 condenados à prisão que continuam a exercer seus mandatos parlamentares.
Há exemplos por toda parte. No Congresso, dois deputados federais, Natan Donadon (PMDB-RO) e Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), já estão condenados pelo Supremo, mas, graças a recursos, eles continuam nos cargos com tudo a que têm direito. Donadon foi condenado a 13 anos de reclusão por desvio de recursos públicos e peculato; Asdrúbal  recebeu pena de três anos de prisão por praticar esterilização cirúrgica em troca de votos. Por conta de embargos declaratórios, em que pedem explicação para os acórdãos, ambos continuam a circular livremente pelos corredores do Congresso.
Enquanto esperam que seus recursos caminhem na fila dos milhares de processos pendentes no STF, políticos como Donadon ainda legislam em causa própria. Apresentam projetos de lei que muitas vezes servem justamente para aumentar o espaço para a corrupção. É de autoria do peemedebista uma proposta que cria órgãos destinados a fiscalizar os Tribunais de Contas nos Estados; outra permite que empresas inidôneas continuem executando contratos com órgãos públicos, mesmo depois de denunciadas.
Mais outros
  • A Justiça também já tentou mandar para a cadeia os deputados Anthony Garotinho (PR-RJ) e Paulo Maluf (PP-SP). O ex-governador do Rio foi condenado a dois anos e seis meses de prisão por formação de quadrilha. Mas a pena foi revertida em serviços comunitários aliada à proibição de assumir cargos públicos. Mesmo assim, Garotinho recorreu e segue exercendo seu mandato na Câmara.
  •  No caso de Paulo Maluf, que responde a mais de 20 processos, uma dezena de pedidos de prisão se acumula e o ex-governador de SP está na lista negra da Interpol. Se deixar o Brasil, pode ser preso na primeira escala internacional. O deputado, a propósito, é padrinho da polêmica proposta que limita os poderes do Ministério Público, seu principal algoz.
  • Além dos nomes famosos, pelo menos em oito Estados há políticos que poderiam estar na cadeia e não nas cadeiras parlamentares. O deputado estadual de Alagoas João Beltrão (PRTB), é um exemplo. Condenado a oito anos de reclusão pelo assassinato de um PM, o político estava foragido e foi diplomado este ano graças a uma procuração. Ele seria preso na porta da Assembleia Legislativa por policiais civis que o aguardavam para cumprir a decisão da 17ª Vara Criminal de Maceió. Mandou o filho em seu lugar e só apareceu em público quando adquiriu a imunidade parlamentar.
  • O mandato também livrou o deputado estadual do Amazonas, Abdala Fraxe (PTN), de começar a cumprir
  • Em Rondônia, o deputado estadual Marcos Donadon (PMDB) – irmão de Natan Donadon – também deveria estar preso, não fossem as inúmeras possibilidades de recursos previstos. O peemedebista teria de cumprir pena de 16 anos de reclusão determinada pelo TJ estadual por crimes de peculato, formação de quadrilha e desvio de dinheiro público.
O Estado ajoelhado
  • O livro “Espírito Santo” expõe como o crime organizado é capaz de ameaçar a hegemonia de um Estado, revelando o perigo de uma rede criminosa que se mistura às instituições públicas. Segundo os autores, “a criminalidade colocou o Poder Público de joelhos”.  O livro se desenrola a partir do assassinato do juiz Alexandre Martins de Castro Filho, em março de 2003.
  • “No Espírito Santo, a rede foi tecida em profundidade e extensão - contando com a impunidade, disseminando o medo que promove a omissão das autoridades e, depois, conquistando sua cumplicidade ativa e despudorada. Quase todo o aparelho do Estado foi capturado pelo crime” - relatam os autores, que são o juiz Carlos Eduardo Lemos, o antropólogo Luiz Eduardo Soares (ex-secretário nacional de Segurança Pública e coautor de “Elite da Tropa” ) e o delegado federal Rodney Miranda.  (Editora: Objetiva; páginas: 240; preço: R$ 12,90).

Imóveis em Porto Alegre valorizaram 11%


Painel EconômicoDanilo Ucha | ucha@jornaldocomercio.com.br

Painel Econômico
Notícia da edição impressa de 16/01/2012
Imóveis em Porto Alegre valorizaram 11%
JOÃO MATTOS/JC
João Paulo Galvão, da Lopes Imobiliária.
João Paulo Galvão, da Lopes Imobiliária.
A valorização média dos imóveis, em Porto Alegre, em 2011, foi de 11% e a tendência é de que o crescimento continue, em 2012, segundo informação de João Paulo Galvão, diretor-executivo da Lopes para a região Sul. Perspectivas como esta é que colocaram o Brasil como o segundo melhor país para investimentos na área imobiliária. Galvão acredita que, em 2012, investidores de todo o mundo buscarão o País, onde o investimento no setor ainda é relativamente baixo. “O somatório total relacionado ao crédito imobiliário, no Brasil, chega a 4% do PIB, enquanto em outros países, como o Chile, é de 20%. Nos Estados Unidos, é maior do que 70%”, diz. Com o aumento da população e a estabilidade da economia e, principalmente, da renda, investir em imóveis no País se tornou um bom negócio. Os compradores, em Porto Alegre, é que terão que mexer mais no bolso. Segundo Galvão, quem deixou de comprar, em 2010, porque achou que estava caro, hoje já está pagando até 30% mais pelo mesmo imóvel.

Otimismo
Informações como a dos investimentos imobiliários tendem a criar um clima de otimismo sobre o comportamento da economia brasileira em 2012. Nem todos, porém, são totalmente otimistas. Os analistas da NGO Corretora de Câmbio, por exemplo, temem que esteja existindo excesso de otimismo. O economista Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da corretora, antevê reflexos negativos mais consistentes da crise internacional do que os ocorridos ao longo de 2011. Ele entende que o governo precisa ser otimista em suas manifestações, mas acredita que “há precauções já adotadas e  não expostas publicamente”, cabendo ao setor privado “uma visão mais analítica e cautelosa ante um cenário global que recomenda precaução”.

Indicadores

O presidente do Sinmetal, Gilberto Porcello Petry, chama a atenção para a distorção representada pela diversidade de indicadores da inflação existentes no Brasil. “Só em nosso país é que isto acontece em tal escala, pois são 15 os índices. Isto é um verdadeiro absurdo, pois, naturalmente, a inflação de um país é uma só, seja por que índice for”. Petry, que é graduado em Economia, lembra que quando cursava a faculdade a inflação era calculada pela FGV e o índice era o IGP-DI (Índice Geral de Preços no conceito de Disponibilidade Interna). “Aí veio o IBGE e passou a calcular seus índices e hoje virou uma salada de frutas”. E pergunta: “Como explicar a um aposentado que a inflação de 2011 que o governo divulgou foi de 6,50%,  mas o reajuste das aposentadorias acima de um salário-mínimo  foi de 6,08%? Por outro lado, os empresários também sofrem com a falta de coerência na aplicação dos índices, pois, frente a uma inflação de 6,50% e para um PIB de 2,9% em 2011, arcam com o reajuste de 14% do salário-mínimo”, conclui