segunda-feira, 9 de julho de 2012

Memórias de Marin, por Fernando Moraes



Por FERNANDO MORAIS*
A maioria dos brasileiros não deve fazer a mais pálida ideia a respeito de quem seja o novo presidente da CBF, José Maria Marin.
Eu também não, mas nossos destinos se cruzaram numa remota manhã de sábado, no final de 1982 – trinta anos atrás, portanto.
O Brasil se preparava para eleger pela primeira vez seus governadores pelo voto, direito que nos havia sido usurpado pela ditadura militar.
Aqui em São Paulo o governo era disputado pelo senador Franco Montoro, do PMDB, pelo ex-prefeito biônico da capital, Reinaldo de Barros, do PDS, que era o partido da ditadura, por Lula, Jânio Quadros e pelo advogado Rogê Ferreira.
As pesquisas indicavam que o vencedor deveria ser Montoro.
Colado nele, e turbinado pela máquina do governo do estado, vinha Reinaldo de Barros. Os demais candidatos não representavam perigo à candidatura do PMDB.
O governador de São Paulo na época era ninguém menos que o senhor José Maria Marin. Ele era vice-governador do também biônico Paulo Maluf.
Para sair candidato a deputado federal, Maluf havia renunciado ao governo do Estado em maio daquele ano, passando o governo para Marin.
As eleições ocorreriam no dia 15 de novembro, uma segunda-feira.
No sábado, dia 13, o governador Marin requisitou uma rede estadual de rádio e TV com duração de dez minutos, encaixados no filé do horário nobre, entre o telejornal e a novela.
A justificativa de Marin para a requisição da rede era – abre aspas – prestar uma homenagem à democracia por ocasião das primeiras eleições livres desde 1964 – fecha aspas.
Uma equipe da TV Cultura foi convocada ao Palácio dos Bandeirantes no sábado de manhã para gravar a fala do governador.
Terminado o serviço, os profissionais retornaram à Cultura para editar o material.
Às duas da tarde recebi em minha casa um telefonema do Alemão, cameramen da TV estatal paulista, com quem eu trabalhara anos antes.
Ele me ligava de um orelhão para contar que fizera parte da equipe que filmara a fala de Marin – que nada mais era, segundo ele, que uma monumental propaganda do candidato oficial, Reinaldo de Barros. Disse mais: estava tomando um táxi para me levar uma cópia em VHS do pronunciamento oficial, devidamente surrupiada por ele.
Vi aquilo e fiquei de cabelo em pé.
Eram dez minutos de escandalosa, escancarada propaganda de Reinaldo de Barros.
Liguei para o PBX do Tribunal Eleitoral e perguntei quem era o juiz de plantão – já que era um sábado. “Doutor Manuel Alceu Affonso Ferreira”, respondeu a telefonista.
Eu me identifiquei – eu era deputado na época – e pedi para falar com ele. Ao ouvir um “alô” mal humorado do outro lado da linha, cumprimentei-o formalmente:
- Bom dia, desembargador.
O mau humor parecia ter aumentado.
“Não sou desembargador”, resmungou o meritíssimo. “Sou juiz do Quinto Constitucional”.
Meti o rabo entre as pernas e expliquei a ele que o governador José Maria Marin pretendia, naquela noite, fazer propaganda do candidato Reinaldo de Barros, em flagrante infringência da Lei Eleitoral, já que a propaganda eleitoral havia sido suspensa três dias antes.
Dez minutos depois eu estava na sala do juiz com a fita de vídeo e um requerimento, datilografado às pressas, pedindo a suspensão da rede estadual de rádio e TV que Marin pretendia usar horas mais tarde.
O juiz viu o vídeo e não pestanejou em determinar, na hora, que a fala oficial fosse suspensa.
Montoro ganhou a eleição e eu ganhei um grande amigo, o juiz Manuel Alceu Affonso Ferreira – o qual, aliás, viria a se tornar meu advogado.
Ah, sim, e com a repercussão que o assunto teve na imprensa, ganhei espaço nos principais jornais da cidade como o deputado atrevido que conseguiu tirar do ar o governador espertinho. Eu também ganhei a eleição.
Por que é que estou contando essa história?
Porque se o Marin governador fazia essas coisas, é fácil imaginar o que não fará como presidente da CBF.
*Fernando Morais é jornalista e escritor, autor de uma porção de livros dos mais vendidos pelo país afora.

A república da cocaína



10:23:32

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Fonte: Veja.com - Edição Nº 2277 - 07/07/2012

A qualidade da educação oferecida aos cidadãos



Por Marcelo Feitoza em 03/07/2012 na edição 701
Todo meio de comunicação manipula. O que os diferencia ou iguala são as ideias que defendem segundo o nosso ponto de vista.
Subjetivamente, de acordo com determinado conjunto de valores, é possível dividir a manipulação em positiva ou negativa. Resumidamente: positiva, ao transmitir informação correta, ao prestar um serviço à sociedade; negativa, quando vende como verdadeira uma informação falsa e presta um desserviço ao público. Mas manipulação existe, seja na seleção dos assuntos que farão parte da cobertura, seja no enfoque dado a cada tema e isso se dá até mesmo na imprensa independente, considerando que a seleção de conteúdo é feita em todo e qualquer veículo de comunicação.
Do ponto de vista do público, quem teve uma sólida formação normalmente possui informação que permite decidir quais influências estão de acordo com as ideias e o modo de vida que acredita. Dessa forma, essa pessoa escolhe o pintor de sua preferência, o jornal a ser lido todos os dias, a revista semanal que o agrada e assim por diante. Por outro lado, quem não teve essa formação, tende a ser o alvo preferido de determinados grupos que desejam ver maximizadas, para o bem ou para o mal, suas idiossincrasias, sem maiores questionamentos. Parte-se da premissa, e ela é verdadeira, de que pessoas com um nível de informação menos robusto seriam mais facilmente conduzidas.
O fator TV Globo
Logo, é possível deduzir que uma sociedade se desenvolve, inclusive e não somente, pela qualidade da educação que é oferecida aos cidadãos. Assim, o sucesso da manipulação negativa exercida pelos meios de comunicação seria uma das consequências, e não a causa, de um sistema educacional ineficiente e de uma sociedade mais ou menos crítica.
O assunto ganha contornos interessantes quando a análise é feita em cima da influência da televisão aberta, enquanto produto de massa, com mais ênfase no poder que seria exercido pelas telenovelas. O público faz escolhas ruins porque é manipulado pela TV, ou é manipulado pela TV por não ter tido acesso a uma boa educação?
No curso de Jornalismo, não foram poucas as vezes em que debates sobre a influência da TV Globo na população brasileira foram encerrados com a conclusão de que “a Globo fez essa novela e esse corte na edição dessa maneira porque interessa a ela um povo mais alienado”. Que a emissora defende os seus interesses, não resta dúvida. Que sua linha editorial, sobretudo no passado, fez más escolhas para a coletividade, também não se discute. Mas, seria ela a responsável por toda escolha equivocada de cada brasileiro?
Os princípios constitucionais
Argumenta-se, com efeito, que o serviço de radiodifusão no Brasil é público, prestado ou pelo Poder Público, através da Empresa Brasil de Comunicação, ou pela iniciativa privada, através das concessões e permissões, em ambos os casos com um objetivo social. Isso não se discute. No entanto, sabe-se que esse norte de atuação frequentemente se choca com o modelo de negócios da TV aberta no país, calcado na venda de espaço publicitário. Até mesmo por isso, debate-se a necessidade de regulação, nos moldes como é feita em outros setores estratégicos, para que distorções e desvios de finalidade sejam corrigidos. Entretanto, esse não é o foco neste artigo. A incógnita é outra. É obrigação de um canal de televisão educar uma sociedade?
A Constituição Federal de 1988, no capítulo dedicado aos Direitos Sociais, e no capítulo V, art. 221, que trata da Comunicação Social, deixa claro, respectivamente, que a educação é um direito do cidadão e um dever do Estado e que a produção e a programação das emissoras de radiodifusão de sons e imagens terão um norte de atuação voltado para a sociedade.
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação;
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei;
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Que sejam cobrados os responsáveis
Extrai-se do texto constitucional que o serviço de radiodifusão pública, por princípio, pode auxiliar no desenvolvimento social, na promoção de educação e da cultura no país, mas não é ele o responsável pelo sucesso pleno dessas áreas. Educar não é uma competência da televisão. É um norte de atuação.
O que há de concreto hoje e é objeto constante de estudos, é que o sistema educacional brasileiro precisa ser aperfeiçoado e modernizado, tanto na esfera pública quanto na privada. Recentemente, o economista especializado em educação Gustavo Ioschpe, escreveu um artigo em Veja levantando bons tópicos para reflexão, evidenciando que é preciso trabalhar para resolver os problemas na estrutura do sistema, para que se consiga oferecer, e para que a própria sociedade possa exigir, uma educação de melhor qualidade.
Seja como for, esses problemas estruturais não foram criados pela TV Globo, no caso do exemplo, ou pelas demais emissoras. Explorar as deficiências do sistema, com a abrangência e a audiência alcançada pela rede de televisão – e é nesse ponto que entra aquilo que denominei manipulação negativa – é bem diferente de criá-las. Culpar um veículo de comunicação pelo nível sociocultural de uma sociedade é pegar o caminho mais fácil em busca de um grande objetivo. É preciso educar para melhor formar os cidadãos.
Quanto ao desvio de finalidade de uma concessão pública, que é um tema delicado que está sendo conduzido com o cuidado necessário pelo ministro Paulo Bernardo, da pasta da Comunicação, a legislação está defasada a há artigos na CF que nunca foram sequer regulamentados. Neste caso, que sejam cobrados os atores políticos responsáveis por esse processo.
***
[Marcelo Feitoza é jornalista, Rio de Janeiro, RJ]

PANTOMIMA CERIMONIAL DO PODER: O REI ESTÁ NU



 MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Como zeloso camareiro da História do Brasil, o sociólogo Chico de Oliveira – um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores – despiu o rei da pelegagem, Lula da Silva, arrancando-lhe o manto da seriedade e do caráter no programa Roda Viva, da TV-Cultura.
O respeitável professor, que emprestou seu prestígio ao projeto obreirista da intelligentsia esquerdista da USP, guarda na mesma gaveta das decepções a radiografia de corpo inteiro do trêfego líder petista… E poucas pessoas conhecem Lula como ele.
Também é o que penso. Lula teria inspirado Mário de Andrade, o criador de Macunaíma: para os que cultuam a sua personalidade é um príncipe lindo, e numa metamorfose ambulante, é um índio negro, vira branco, inseto, peixe e até mesmo um pato, dependendo das circunstâncias.
Herói sem nenhum caráter, falso socialista, armou-se fraudulentamente com a lança do sindicalismo e o escudo do esquerdismo rumo à aventura política. Foi pelego da Volkswagen e aproximou-se dos militares em plena ditadura.
Pela Volkswagen fez um Curso de Sindicalismo na Johns Hopkins University, em Baltimore, nos EUA, onde aprendeu e adotou as teses da ALF-CIO, no seu carreirismo desenfreado que os metalúrgicos do ABC seguiram, graças ao inegável carisma e a palavra fácil.
Através do empresário Paulo Villares, das Indústrias Villares, chegou ao todo poderoso general Golbery do Couto e Silva, estrategista do sistema militar implantado de 1964, que lhe presenteou com um partido para impedir a influência do PCB e do PTB quando da redemocratização.
Com uma memória implacável, outro estudioso da História do Brasil, Mario Garnero, revela o apoio que Lula recebeu de Golbery com a colaboração da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. Golbery queria isolar as lideranças políticas dos comunistas e trabalhistas, e a FIESP livrar-se do pelego Joaquinzão, dirigente do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT).
Assim, militares e empresários modelaram o monstro que conquistou as massas sebastianistas, representando a mágica de um operário nordestino, sobrevivente das agruras de uma família camponesa, que chegou para salvar a Pátria…
O certo é que não salvou, nem sequer melhorou. Desfigurou o sindicalismo, enxovalhou a representação popular no Congresso, interveio aeticamente na Justiça e aproveitando-se de ignorante e encabrestada popularidade, impingiu um poste na presidência da República. Literalmente um poste.
Do passado, está no livro de Mário Garnero “Jogo Duro”, ainda encontrado nas livrarias; no presente, está n’ “O Chefe” de Ivo Patarra, e o mais recente perfil de bilionário na revista Forbes. Todos sem desmentidos.
Entre suas mentiras compulsivas, Lula vende a imagem de semi-analfabeto, o que na realidade não é. Os cursos que fez (fora do SESI), tanto em Baltimore, na Johns Hopkins University, já citada, estudou também no Instituto Americano de Desenvolvimento do Sindicalismo Livre (IADESIL).
Como dá para entender, seu aprendizado é a negação do ‘esquerdismo’ auto-assumido, pois os dois institutos norte-americanos preparam contra-revolucionários de liderança sindical. A ‘contra-revolução’ assimilada, talvez explique o solapamento das instituições, como o desprezo pela educação universitária.
Lula sabe que a Universidade é o relé e o rotor da formação humana, contestando o poder, questionando os postulados, programas, doutrinas e ideologias de qualquer espécie. Chico Oliveira é o exemplo da cultura universitária, do conhecimento das contradições sociais e da resistência ao status quo.
Sobre a Universidade, nada melhor que acompanhar a justa greve das faculdades federais, unindo professores, alunos e auxiliares de todos os níveis. Eles reivindicam salários equânimes e mais verbas para pesquisa, formação e hospitais universitários.
A área econômica lulo-petista do Executivo nega os pedidos dos grevistas, e essa negativa é um veto ao futuro soberano da Nação Brasileira. Descobre-se aí o DNA do Pelego.

Clássico - Liza Minnelli e Joel Grey - Money


Enviado por Ricardo Noblat - 
9.7.2012
 | 16h04m
HORA DO RECREIO




A mãe de todas as eleições


09 de julho de 2012 | 3h 04

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO - O Estado de S.Paulo
Se você não conhece um candidato a vereador pessoalmente, melhor repensar sua inserção na vida política da sua cidade. Nas próximas eleições, mais de 400 mil pessoas devem se candidatar a um assento numa câmara municipal. É 1 candidato a vereador para cada 320 eleitores, na média brasileira. Ou seja, há uma boa chance de qualquer um ter um primo, um vizinho, um colega de trabalho ou escola que seja candidato.
As probabilidades, é claro, variam de lugar para lugar. Quanto maior a cidade, menor a chance. Em São Paulo, o risco de trombar com um postulante (1 em 7 mil) é uma pequena fração do que é em Araguainha (MT), com seus 21 candidatos para 925 eleitores. Isso não serve de desculpa, todavia. É improvável que a Câmara da pequena cidade mato-grossense empregue um garagista com salário de R$ 23 mil - até por falta de garagem. A de São Paulo sim.
Na média, o candidato a vereador é cinco anos mais novo do que o candidato a prefeito, além de ter passado menos tempo na escola. Tem 45 anos, é homem e não chegou a completar o ensino médio. A maioria é de casados, embora 1 em cada 3 ainda seja solteiro. Tem uma boa chance de ser servidor público municipal. Se não, é provável que seja agricultor ou comerciante. Se for mulher, dona de casa ou professora.
A Câmara Municipal não é a única porta de entrada para a política partidária. Nenhum dos últimos presidentes brasileiros foi vereador. Nem Dilma Rousseff, nem Lula, nem FHC, nem Itamar Franco (tentou mas não conseguiu), nem José Sarney nem Fernando Collor - muito menos os militares. O último - e talvez o único - presidente que havia sido vereador foi Jânio Quadros. OK, não é o melhor exemplo. Mas que não sirva de desencorajamento.
Se ninguém está olhando, vereadores podem se sentir à vontade para fazer de conta que compareceram a sessões nas quais nunca estiveram, terceirizar seu voto para funcionários da Câmara e sabe-se lá mais o que. A prudência recomenda procurar conhecer pessoalmente um candidato a vereador e acompanhar o que ele vier a fazer, se for eleito. Nem que seja para ter um pistolão e se candidatar àquela vaga de garagista.
Tudo bem, seu negócio não é política e você não é muito bom em manobrar carros. Mesmo assim, as eleições municipais são mais importantes do que parecem. É muito mais do que o início de uma carreira política promissora. É a base onde todos os partidos, sem exceção, assentam suas pretensões políticas. Não há partido grande sem base municipal. Sem vereadores é difícil eleger prefeitos, e, sem prefeitos, não se elegem deputados federais.
Há uma correlação estatística quase perfeita entre a quantidade de votos para prefeito que um partido recebe e o número de representantes que a mesma sigla elege dois anos depois para a Câmara dos Deputados. O coeficiente é de 0,96 num máximo de 1. Nenhum dos maiores partidos brasileiros recebeu, em 2008, menos do que 150 mil votos a prefeito por deputado federal eleito em 2010. A proporção parece esdrúxula, mas não é.
Os prefeitos são os principais cabos eleitorais dos deputados. Sem algumas centenas de prefeitos um partido não elege uma dezena de deputados. O tamanho dos eleitorados governados pelos prefeitos faz diferença, mas, na média, um partido médio ou grande precisa eleger 12 prefeitos para levar um deputado à Câmara no pleito seguinte. Alguns precisam mais, outros menos.
O PT precisou de seis prefeitos por deputado; o PTB, de 20. Mas os deputados petistas foram empurrados também pela campanha de Dilma e a popularidade de Lula. O PT, portanto, é a exceção. A regra é o PMDB e o PSDB, que precisaram eleger 15 prefeitos em 2008 para cada deputado federal eleito dois anos depois. Ou o PP, que precisou de 13; ou ainda DEM e PDT, de 12; PSB e PR, de 9. Por isso, os voos partidários em 2014 decolam este ano.
Na política brasileira, há dois astros (PT e PSDB) em torno de qual orbitam quase todas as outras siglas. O número de satélites varia em função de qual dos dois está no poder. A grande exceção, por ora, é o PMDB, que tenta ser o fiel da balança sem o qual é impossível governar. Mas há duas novidades em cena, disputando o papel dos protagonistas.
O PSB de Eduardo Campos pretende em 2014 (mais difícil) ou em 2018 (mais provável) se tornar um astro com candidato a presidente viável. E o PSD de Gilberto Kassab quer ser o novo PMDB. O sucesso ou fracasso desses planos depende, principalmente, do desempenho de PSB e PSD nas próximas eleições. Para chegarem ao estrelado, precisão eleger mais prefeitos do que têm hoje. Por isso 2012 é a mãe de todas as eleições.

CUBA E PANAMÁ







 

Chegou a hora de conhecermos um pouco das belezas de um dos mais fascinantes e alegres destinos turísticos da América Central: “Havana, Varadero e a Cidade do Panamá”. Uma viagem especial, muito agradável, um paraíso de belezas naturais e compras.
  


A República Caribenha de Cuba é formada pela ilha de Cuba com seus 1.200km, a Ilha da Juventude e quase 4.200 recifes e ilhotas. Encravada na foz do Golfo do México, fica a apenas 177 km da Flórida. Com sua animada vida noturna, maravilhosa cultura e bonita arquitetura, a colorida capital Havana é o coração do país. Fora da maior cidade do Caribe, em milhares de lindas praias, no resort de Varadero e na ex-capital Santiago de Cuba, a vida segue com a mesma tranquilidade.

Cuba se abre ao turismo internacional, venha conhecer uma cultura completamente diferente do que você pode imaginar, costumes que parecem não existirem ainda nos dias de hoje, algo para o turista se surpreender mesmo, isso sem falar em suas belezas naturais.

UM LEITOR "CRISTÃO COMUNISTA"



             Pois eis que um leitor, desses que vai mensagem, vem mensagem, lá pelas tantas se declarou "defensor do comunismo cristão e da felicidade nele contida, apoiado na regra dos primeiros apóstolos". Ou seja, respaldado em quanto está dito no texto abaixo.
 " A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava como próprias as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum. Com grandes sinais de poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. E os fiéis eram estimados por todos. Entre eles ninguém passava necessidade, pois aqueles que possuíam terras ou casas, vendiam-nas, levavam o dinheiro, e o colocavam aos pés dos apóstolos. Depois, era distribuído conforme a necessidade de cada um." (Atos dos Apóstolos 4, 32-35)
             Eu queria ter um real por vez que essa citação me foi feita por seguidores da tal teologia da libertação. De início, coisa de 40 anos já passados, essa interpretação era dita "leitura do Evangelho com chave marxista". Aos poucos, foi ganhando status de reflexão teológica. E acabou em inevitáveis apostasias e heresias. Mas isso é outra história. O que importa é entendermos a que se refere o texto em questão.
             Perceber que estamos diante do relato de uma experiência não exige grande capacidade de análise. Basta saber ler. Trata-se, ademais, de uma experiência singular, que não se reproduziu em qualquer outra das comunidades de fiéis daquele período inicial do cristianismo. O episódio, uma vez mencionado, não retorna à pauta, permitindo presumir que terminou com o fim do estoque. Os estudiosos mais interessados na verdade do que na utilização das Escrituras para fins ideológicos e políticos entendem que aquele grupo inicial de cristãos estava convencido de que a volta de Jesus para o Juízo e para o fim dos tempos era coisa imediata. Provisões para o futuro não teriam, pois, serventia alguma.
             O apóstolo Paulo nos socorre na compreensão daqueles primeiros momentos quando menciona que as "comunidades da Macedônia e da Acaia houveram por bem fazer uma coleta para os irmãos de Jerusalém que se acham em pobreza" (Rom 15,26). Referências a essas dificuldades se repetem aos Coríntios (2 Cor 9,7). Também a sentença do apóstolo - "Quem não trabalha que não coma" (2 Tes 3,10) - se relaciona com o fato e mostra que aquele "comunismo" favorecia ao ócio. Ou seja, as coisas já não iam muito bem por lá. Passara a haver necessidades e necessitados, ociosos e oportunistas.
             Foi o que expus ao meu leitor fã do "comunismo cristão primitivo" sobre a perspectiva histórica. Na perspectiva doutrinária, acrescentei ser preciso muita imaginação para supor que, ante as circunstâncias daquele momento, a pequena comunidade dos cristãos de Jerusalém estivesse empenhada em propor à humanidade e aos milênios seguintes uma ordem econômica e social. Deduzi-lo do relato acima é pura sandice ideológica, com severos riscos de incorrer em farisaísmo se não for aplicado à vida concreta de quem o propõe aos demais. Em outras palavras, como aconselhei ao leitor: muito mais útil a ele aplicar pessoalmente o modelo de repartição que sugeria do que pôr-se a oferecê-lo aos povos e nações. Bastava-lhe reunir outros que pensassem assim, juntarem os respectivos trecos e partilharem tudo. Dado que discursos propondo comunismo ao mundo não faltam em parte alguma, não lhe seria difícil reunir parceiros para viverem segundo sua regra. Que ele e os que pensam como ele começassem dando o exemplo e partilhando o que lhes pertencia. Continuo esperando resposta.
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Percival Puggina (67) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site www.puggina.org, articulista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões.

Com baixa produtividade, Câmara custa R$ 398 milhões por ano - Legislativo municipal do Rio custa R$ 63 a cada carioca e só aprova 8% dos projetos





Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro
Foto: Agência O Globo / Thiago Freitas
Câmara de Vereadores do Rio de JaneiroAGÊNCIA O GLOBO / THIAGO FREITAS
RIO - A Câmara Municipal do Rio, a segunda mais cara entre as capitais do país, segundo a ONG Transparência Brasil, custa aos cofres públicos R$ 398 milhões por ano, ou R$ 7,8 milhões por vereador. É como se cada carioca tivesse que desembolsar, anualmente, R$ 63 para manter a estrutura em torno de seus 51 representantes. Este investimento significativo, porém, tem dado pouco retorno quando se verifica o nível de produtividade de seus parlamentares. Segundo levantamento feito pelo GLOBO, de fevereiro a junho deste ano, apenas 8% dos projetos apresentados foram aprovados pela Casa.
Das 244 propostas apresentadas no primeiro semestre deste ano, só 20 foram aprovadas. As demais aprovadas pelos parlamentares foram apresentadas entre 2004 (início da gestão anterior) e 2011. Essa morosidade tem provocado um acúmulo de projetos, que não têm previsão de serem votados.
Além disso, o cancelamento de sessões no plenário por falta de quorum provoca acúmulo de projetos. Só este ano, 13 das 71 sessões foram canceladas. O GLOBO registrou sessões que contaram com apenas três parlamentares; o mínimo para iniciar é de sete. As sessões são às terças, quartas e quintas.
Prefeitura usa regime de urgência
Dos 20 projetos aprovados em segunda discussão este ano, 13 são projetos de lei (PL). Destes, nove são de autoria da prefeitura. Segundo a assessoria de imprensa da Câmara, não houve prioridade em aprovar só projetos do Executivo este ano. A explicação é que as matérias da prefeitura entram em regime de urgência, com tramitação mais rápida pelas comissões do que PLs.
Segundo assessores e parlamentares que não quiseram se identificar, os próprios vereadores escolhem os projetos que devem entrar na ordem de votação. Mas eles acabam escolhendo os de sua autoria ou de aliados. O objetivo é fortalecer a sua imagem dentro da Câmara e tentar prejudicar os adversários.
Em várias ocasiões, os vereadores combinam faltar à sessão ordinária, para participar somente da extraordinária, que começa mais tarde, às 18h. O motivo seria combinar votos, ou mesmo vetar projetos de parlamentares da base adversária no plenário.
Na opinião do diretor executivo da ONG Transparência Brasil, Cláudio Abramo, o número excessivo de projetos apresentados é, na verdade, uma forma de os vereadores se autopromoverem:
— Os parlamentares apresentam os projetos não só para serem transformados em leis, mas também para fazer figuração dentro da Câmara. Existem projetos de lei surreais, como, por exemplo, limitando lucros de empresas, o que é fora da alçada deles. No entanto, a atividade legislativa não é a principal do parlamento, e, sim, fiscalizar o Executivo, coisa que eles não fazem.
O número total de projetos acumulados na Câmara não foi informado pela Câmara de Vereadores. Segundo a assessoria, não existe uma contabilidade final das matérias apresentadas que ainda não foram votadas.
A vereadora Teresa Berguer (PSDB), que na semana passada entrou com um ofício na Mesa Diretora da Câmara para que sejam divulgadas as faltas dos vereadores, informou que um dos fatores que provocaram o acúmulo de projetos foi um número significativo de sessões canceladas no ano passado por falta de quorum.
— O outro fator que provoca esta lentidão na aprovação dos projetos é que, antes de votar as propostas, os vereadores precisam analisar os vetos do Executivo, e isso acaba tomando grande parte do tempo da sessão — ressaltou.
Em maio deste ano, o vereador Rubens Andrade (PSB) protestou durante uma das sessões de votação no plenário. Na ocasião, o painel eletrônico de presença registrava 48 parlamentares, mas apenas 20 estavam no local.
— Esta é a segunda semana (em que ele tentava votar um projeto sem quórum). Estou me sentindo prejudicado — reclamou Andrade à época. Nesta semana, o vereador minimizou: — De lá para cá, o Legislativo acelerou os trabalhos de votação. Mas ainda estamos longe de alcançar o ideal.
Sobre a votação de projetos de anos anteriores, a assessoria de comunicação da Câmara informou que na ordem do dia podem constar até cinco projetos de cada vereador, independentemente do ano em que a proposta foi criada. Os parlamentares encaminham os requerimentos solicitando a inclusão de matérias para entrarem na pauta de votação. A assessoria ressaltou que a ordem do dia é organizada pela presidência da Casa, todas as sextas-feiras, para vigorar na semana seguinte.

OBRA-PRIMA DO DIA - ENGENHARIA MILITAR Fortalezas de Portugal: Castelo de Guimarães (século XII)


Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - 
9.7.2012
 | 12h00m

O Castelo de Guimarães ostenta com orgulho o moto “Aqui nasceu Portugal". Donde podemos concluir que ali nasceu o Brasil.
Portugal, “jardim da Europa à beira-mar plantado”, é semeado de lindos castelos, todos magníficas construções que guardam belas histórias. Nesta semana vamos conhecer algumas dessas obras-primas em pedra.
Originalmente um mosteiro, por sofrer constantes ataques de mouros e normandos, os monges resolveram construir uma fortaleza para se proteger e à comunidade cristã que se instalara em torno do convento. Assim foi criado o que depois veio a ser chamado Castelo de Guimarães.
No século XII, por ocasião da criação do Condado Portucalense, o antigo mosteiro passa a ser residência do conde D. Henrique e de D.Teresa. Ali, reza a lenda que é inteiramente plausível, nasce o filho do casal, D. Afonso I de Portugal, mais conhecido como dom Afonso Henriques.
Conquistador da independência portuguesa em relação ao Reino de Leão e Castela, vitorioso que foi na batalha de São Mamede, em 1128 e na batalha de Ourique, em 1139, D. Afonso Henriques derrota os mouros e se autoproclama rei de Portugal.


É longa a história do castelo e da participação que teve na história de Portugal. Com as mudanças havidas tanto na arte da guerra como no feitio das habitações, os castelos medievais foram sendo abandonados, o que hoje em dia, quando se dá mais valor ao passado, vem sendo deplorado.
De origem românica, o castelo possui diversas características góticas, pois terá sido remodelado já nos finais do séc. XIII e durante o século seguinte, sendo acrescentada a torre de menagem e a alcáçova, possivelmente construidos sobre construções já existentes.
A planta do castelo tem o formato de um escudo facetado. Quatro torres dominam as muralhas que são cortadas por quatro portas, sendo que a oeste fica a conhecida como Porta da Traição. O passadiço entre as ameias pontiagudas era alcançado por escadas, uma em cada torre.


Para ir da Torre de Menagem até o caminho entre as ameias há uma ponte de madeira. A torre, com 27 metros de altura, imponente, bem no centro da praça de armas, apresenta planta quadrangular, com poucas aberturas assinalando os pavimentos, ligados internamente por escadas de madeira e de pedra.
Considerado o berço da nacionalidade, o Castelo de Guimarães é além de local histórico do maior valor para os povos de língua portuguesa, um belo representante do que há de mais engenhoso na engenharia militar da Idade Média.

Oliveira do CasteloGuimarães, Distrito de Braga, Portugal

HUMOR A Charge do Amarildo



 

Novo presidente da CUT ameaça ir para as ruas contra o STF



Pirou o novo presidente Central Única dos Trabalhadores, Vagner Freitas, 46 anos. Pirou ou estava de porre quando foi ouvido pela Folha de S. Paulo sobre o julgamento dos acusados pelo mensalão do PT.
Um trecho do que ele disse:
- Não pode ser um julgamento político. Se isso ocorrer, nós questionaremos, iremos para as ruas.
Os ministros do Supremo Tribunal Federal estão de acordo com Vagner: não pode ser um julgamento político. E, segundo todos eles, não será.
Mas ao fim e ao cabo, quem decidirá se o julgamento foi ou não político? Vagner? Será ele?
Poderá haver condenações e Vagner entender que o julgamento foi técnico? Ou o julgamento só não terá sido político caso todos os acusados acabem absolvidos?
Vagner pretende o quê com o que disse? Pressionar os ministros do Supremo? Assustá-los? Agradar seus patrocinadores à frente da CUT?
Pressionar abertamente ministros do Supremo é crime ou apenas perda de tempo?
Vagner é um fiel discípulo de Lula.
Se Lula pode cabalar votos de ministros mediante até ameaças por que Vagner não pode?
Dilma disse a algumas pessoas que o PT deveria ficar quieto. E se conformar com a decisão que o Supremo venha a tomar sobre os mensaleiros. Sem provocar marolinha.