sábado, 5 de maio de 2012

A CPI, a moral e o grampo


Enviado por Ruy Fabiano - 
5.5.2012
 | 13h03m
POLÍTICA


Corrupção é de direita ou de esquerda? A pergunta parece – e é – idiota, mas decorre da tentativa absurda de conferir blindagem ideológica a políticos envolvidos com Carlos Cachoeira.
A CPI foi concebida para crucificar dois pesos-pesados da oposição: o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) e o governador tucano de Goiás, Marcone Perillo, acusados, em graus diferenciados, de relações promíscuas com o contraventor.
Eis, porém, que, na sequência, descobriu-se que mais dois governadores, além de um punhado de parlamentares governistas, jogavam no mesmo time: Agnelo Queiroz (PT-DF) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ). Agnelo, que já era alvo de denúncias do tempo em que ocupou uma secretaria no Ministério da Saúde e em que foi ministro dos Esportes, soma agora mais essa.
Bem mais do que Perillo, seus assessores mostraram-se integrados ao esquema Cachoeira.
Sérgio Cabral é amigo íntimo do dono da Delta, Fernando Cavendish, o que, em si, não constitui nenhum delito. Porém, trata-se de empresa que passou de nanica a gigante na Era Lula, com obras bilionárias no estado que Cabral governa, muitas sem licitação.
A Delta, de quebra, está sob suspeita de integrar ou mesmo de pertencer ao esquema Cachoeira, o que coloca o governador no alça de mira da CPI.
Diante do imprevisto – altamente previsível -, começa um movimento seletivo para poupar os governistas e centrar as investigações nos oposicionistas. Mais especificamente, em Demóstenes e Perillo.
Daí a pergunta inicial sobre corrupção e ideologia. O Código Penal não discrimina ninguém; a política, sim.
O que é óbvio em todo esse imbróglio é que, se há alguém que não exibe qualquer intolerância ideológica, esse alguém é o próprio Cachoeira. Relacionou-se com todos, à direita e à esquerda, mas, por razões óbvias, mais com quem está no poder – e, por conseguinte, dispõe de meios mais eficazes de atendê-lo.
Ninguém monta um esquema invasivo do Estado, nas proporções em que Cachoeira o fez, abrangendo os três Poderes, sem amplas e plurais conexões. Num país em que tudo depende do Estado, que a tudo invade, é inevitável que para lá se desloquem a esperteza e o crime.
Como disse um diretor da Delta, “basta dar uns milhões a um senador” e tudo se resolve. A um senador, a um deputado, a um governador, a um juiz, a um ministro, a um chefe de gabinete ou mesmo a uma secretária, dependendo do que se pretende e com a propina variando de acordo com a instância hierárquica.
Na Era PT, o Estado ampliou os seus domínios, seus tentáculos até a intimidade administrativa de empresas privadas. O episódio da nomeação do presidente da Companhia Vale do Rio Doce, privatizada no governo FHC, é emblemático.
O governo Lula, como se recorda, discordou do nome escolhido e fez a empresa nomear outro. Em tal ambiente, a busca de sucesso empresarial deixa de ser a eficiência e a conquista do mercado e passa ser o âmbito governativo.
Em vez de investir dinheiro no aprimoramento de sua atividade, o empresário é tentado a investi-lo comprando pessoas influentes, que não estão necessariamente apenas no governo, mas também na oposição, como foi o caso de Demóstenes.
O país, afinal, é pluralista e quem é oposição em Brasília pode ser situação em seu estado.
Suponhamos que a CPI, na melhor das hipóteses, atenda as expectativas do público e desmonte o esquema Cachoeira, revelando suas conexões políticas e promovendo uma razoável faxina nos três Poderes (sejamos otimistas). O problema estará resolvido? De modo algum.
Quantos Cachoeiras ou candidatos a circulam nas diversas esferas do Estado brasileiro?
Enquanto este for o responsável pelo sucesso ou fracasso das atividades econômicas, o mal continuará presente, a seduzir ambiciosos e oportunistas.
No caso Demóstenes, o que mais se ouve entre seus pares – governistas e oposicionistas -, antes (ou mesmo acima) de qualquer condenação moral, é uma censura técnica, do tipo “ele foi ingênuo de falar tanto ao telefone”. A lição que deixa, pois, é esta: seja mais discreto ao telefone.
As operadoras, daqui em diante, devem faturar menos no âmbito da Praça dos Três Poderes.

Ruy Fabiano é jornalista

Chico Picadinho aos pedaços


Tratado ora como criminoso comum, ora como incapaz, Chico Picadinho completa 70 anos de idade – 43 deles atrás das grades – e é motivo de queixa contra a Justiça brasileira na OEA

28 de abril de 2012 | 16h 00
Ivan Marsiglia - O Estado de S. Paulo
Há décadas a viagem se repete. Um senhor magro e de gestos ágeis que não denunciam seus 70 anos percorre 130 km de rodovia antes de atravessar o portão de ferro que conduz ao interior do complexo. Ele conhece o procedimento. Diante da funcionária, tira o cinto, os sapatos e passa pelo detector de metais. É conduzido a uma segunda porta, gradeada, que abre e fecha a sua passagem. Um lance de escadas e chega à terceira porta, onde um segundo funcionário fala ao interfone antes de deixá-lo seguir. Só então entra na sala ampla, com uma única mesa e duas cadeiras no centro. Aguarda em silêncio a chegada do outro. Magro e grisalho como ele, entra acompanhado, com as mãos juntas. É a primeira visita em mais de um ano do único amigo que restou a Francisco Costa Rocha – o Franrocha, na caligrafia delicada com que assina suas cartas, ou Chico Picadinho, no apelido que jamais perdeu entre os colegas do presídio de segurança máxima. 
Francisco Costa Rocha, conhecido como 'Chico Picadinho' entre os colegas de presídio - Arquivo/AE
Arquivo/AE
Francisco Costa Rocha, conhecido como 'Chico Picadinho' entre os colegas de presídio
A relação entre esses dois homens há muito deixou de ser profissional. Flávio Markman, criminalista paulistano de estatura análoga a seu 1,83 metro, vinha de uma carreira de 66 defesas de júri sem derrota quando conheceu Francisco. Lembra que foi em outra prisão, a Casa de Detenção de São Paulo, quando um recém-chegado o procurou no Sagra, Serviço de Assistência Gratuita, em que Markman oferecia consultoria jurídica aos detentos. Era o mês de agosto de 1966 e Costa Rocha tinha os mesmos 24 anos que o jovem advogado. Havia cometido um crime inominável, que chocou São Paulo. “Doutor”, disse ele, “para médico e advogado não se mente: eu acordei, vi uma mulher morta do meu lado e não sei se a matei.”
Nos interrogatórios que se seguiram, parte da memória voltou ao “esquartejador da Rua Aurora”, como o assassino ficou conhecido inicialmente. Em um depoimento policial que durou dez horas e meia e foi acompanhado ao vivo por repórteres do Canal 9, da Rádio Marconi e do Jornal da Tarde, contou que conheceu a vítima, a suíça Margareth Suida, de 38 anos, em um bar na região central da cidade, por volta das 23h30. Beberam cerveja e batida de amendoim. Foram ao apartamento de Costa Rocha lá pelas 4h da manhã. E, em algum momento, ele a estrangulou com um cinto. “Nessa hora”, diz ele no relato publicado pela imprensa, “eu fiquei desesperado, vendo que aquela mulher representava a minha vida. Por isso, quis destruir aquele corpo.” Usando facas, tesoura e gilete, esquartejou-a com a intenção de esconder as provas do crime. Diante da impossibilidade, fugiu para a casa da mãe, Nancy, no Rio de Janeiro, onde foi preso.
Em pouco tempo na relação entre advogado e cliente, foi possível a Markman perceber que Chico, que até o crime brutal jamais apresentara qualquer sinal de agressividade, tivera uma infância solitária, um pai ausente e uma relação conturbada com a mãe. Mas é evidente também que sua disposição em defendê-lo não advinha apenas daquela sensibilidade aos aspectos passionais que envolvem certos tipos de crime, que tanto fascinavam o célebre jurista italiano Enrico Ferri, autor de A Imputabilidade Humana e a Negação do Livre Arbítrio (1879). Ou à solidariedade para com os decaídos de que falava o mestre do jovem advogado na arte dramática do júri, o criminalista paulista Valdir Troncoso Peres, morto em 2009. “Era, além de tudo, um grande desafio profissional para mim”, conta Markman.
Quando o grande dia chegou, em 13 de março de 1968, seu talento na Primeira Vara Auxiliar – onde ainda hoje está o prédio do 1º Tribunal do Júri, na Praça da Sé – não prevaleceu diante das evidências, da confissão do réu e da experiência do promotor Vitor Afonso Lopes Teixeira. Mas chegou a irritar o adversário: “O advogado de defesa, Flávio, procura desviar a atenção dos jurados, fazendo gestos exagerados, bebendo água com frequência e batendo os copos”, protestou Teixeira, em dado momento, ao juiz. Uma vitória de pirro, ao final, pois a acusação não conseguiu emplacar os 33 anos de condenação que pedia para Chico. Teve que se contentar com 17 anos e 6 meses. O placar entre os jurados: 6 X 1. “Ainda consegui uma absolvição”, orgulha-se Markman. O cliente cumpriria 6 anos em uma colônia penal em Bauru e sairia em liberdade condicional por bom comportamento em 1974.
Chico se casou com uma descendente de russos, teve uma filha, se separou. Voltou à boemia e à bebida. Até que no dia 18 de outubro de 1976 conheceu Ângela de Souza Silva num bar da Galeria 24 de maio. E tudo se repetiria.
Chico levou Ângela para seu apartamento, na Av. Rio Branco, onde a matou e esquartejou. Em seguida correu para a mãe, no Rio. Foi preso. Dessa vez não houve tribunal: o juiz pediu um laudo médico, que declarou o réu incapaz, e sentenciou-o a pena comum de prisão – fato à época permitido pela legislação.
Olhando em retrospecto, parece espantoso que até aquele segundo crime ninguém tivesse pedido uma avaliação oficial da sanidade de Chico. Mas, no primeiro julgamento, como advogado, Flávio avaliou que “declará-lo inimputável seria condená-lo a nunca mais sair de um manicômio judiciário.” A promotoria, por sua vez, diante das chances claras de êxito na corte, tampouco quis um laudo de sanidade. No entanto, Markman revela que, pouco antes do julgamento, solicitou a uma amiga, a psiquiatra Luiza Jacob, que entrevistasse Chico em caráter privado. A médica alertou que em circunstâncias semelhantes ele poderia repetir o crime. Quando a possibilidade de fato se concretizou, foi um choque para Markman. Mas ele se apoia no dever profissional: “Busquei o melhor para meu cliente”.
Essa ambiguidade está no centro das contradições que cercam o caso do preso mais antigo do sistema penitenciário brasileiro. Levado para a Casa de Custódia de Taubaté em 1976, nunca recebeu tratamento psiquiátrico. Ainda assim, atravessou quatro décadas encarcerado sem que tivesse, nas palavras do amigo, “nem uma rusga sequer com ninguém”. Leitor voraz de Kafka e Dostoievski – a quem já chamou de “Deus” em uma entrevista –, foi escolhido pelos funcionários para organizar a biblioteca do presídio, com cerca de 300 volumes. Ele se dedica à pintura e escreve com português impecável. “Acho que foram suas cartas que me mantiveram ligado a ele por todos estes anos”, conta o único visitante regular depois da morte de d. Nancy. Entre as grades, sobreviveu às rebeliões do PCC, que surgiu no presídio de Taubaté nos anos 90.
Pena sem fim. Em junho de 1998, Francisco Costa Rocha cumpriu a pena máxima permitida pela Constituição brasileira – que não admite “caráter perpétuo”. Seu alvará de soltura chegou a ser expedido pelo juiz de execuções penais do Estado. Mas a promotoria de Taubaté interveio para impedir a libertação. Era o ano em que João Acácio Pereira da Costa, o Bandido da Luz Vermelha, ganhou as ruas após 30 anos de prisão e acabou morto, meses depois, em uma briga de bar. Havia grande temor na opinião pública em relação ao tema. O recurso jurídico para mantê-lo preso foi uma interdição civil dizendo que ele era incapaz de tomar decisões sozinho.
Nessa época, escreveu a Markman uma de suas cartas mais angustiadas: “Será que agora que vejo as trevas e as luzes da alma humana, tendo me decidido pelo caminho da luz, iria novamente trilhar o outro caminho, por duas vezes conhecido, que conduz ao abismo??? Não. Francamente, não. Pensar o contrário seria negar a evolução da espécie, a evolução humana. A vida não caminha para trás. Nada está definitivamente estático. A sentença de interdição em regime fechado é extremamente preventiva, exacerbada, desnecessária. Por favor, dr. Flávio, queira ver o que pode ser feito por mim, pela recuperação do ser humano, pois eu me tornei humano”.
Em agosto de 2003, o advogado José Fernando Rocha, curador designado para cuidar dos interesses de Chico, recorreu ao Supremo Tribunal Federal, mas o habeas-corpus foi negado pelo então ministro Sepúlveda Pertence. “Francisco nunca teve atendido seu pedido de indicar um perito médico de sua confiança que fosse independente do Estado para que pudesse exercitar seu direito de defesa”, alega o curador. “Além do mais, não há justificativa para que ele permaneça em um local onde não recebe nenhum tratamento.”
Sem outra instância a recorrer, Fernando Rocha encaminhou, em agosto passado, queixa à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos (OEA), que ainda não se manifestou a respeito. “Manter um homem em pena perpétua pela mera presunção de que ele possa vir a cometer um crime é um absurdo que, como legalista, não posso admitir”, inconforma-se Flávio Markman.
A escritora Ilana Casoy, autora de Serial Killers Made in Brasil (Ediouro, 2007), que analisa, entre outros, o caso Chico Picadinho, também se recusa a entrar no mérito da discussão sobre sanidade ou riscos: “O fato é que ele era um preso comum e cumpriu sua pena. Quando a gente dobra a lei de acordo com as circunstâncias, é o começo de um regime totalitário”. Por diversos meses, a reportagem do Aliás tentou entrevistar Francisco Costa Rocha em Taubaté, mas ele não quis falar por temer a forma como seria retratado. Em um postal enviado à redação, com uma pintura de sua autoria no verso, explicou: “Não posso atendê-lo, visto que firmei decisão, faz tempo, de não conceder entrevista à imprensa”.
Na sexta-feira, data do aniversário de 70 anos do amigo, Flávio Markman telefonou a Taubaté para ter notícias dele. Ninguém parecia se lembrar da data. “Fico imaginando o que deve ser passar décadas sozinho em uma cela de 4 m por 4 m, comendo o mesmo arroz com feijão e bife intragáveis que servem lá. Penso na quantidade de frutas que ele nunca provou, nos sabores que jamais vai conhecer.” Naquele último encontro, achou Chico particularmente amargurado. Entrou carrancudo e custou a sorrir. Entregou a Markman a cópia que recebera da petição feita à OEA, mas parecia não ter esperança. Só pouco antes do ex-advogado e amigo sair, repetiu o pedido enunciado em tantas correspondências: “O meu desejo, doutor, era morrer em liberdade”.

Por que o caso do dissidente Chen Guangcheng é tão importante para China e EUA?


Huang Jing
Atualizado em  5 de maio, 2012 - 11:44 (Brasília) 
Policial entre dois cartazes com rosto de Chen (AP)
Pequim e Washington estão unidos na vontade de solucionar o caso
O caso Chen Guangcheng criou uma crise para Pequim e Washington.
Para o governo chinês, o caso intensificou ainda mais a luta pelo poder na elite do país, que havia sido deflagrada pela queda de Bo Xilai - ex-chefe do Partido Comunista em Chongqing.

Para Pequim, uma solução rápida é necessária para evitar que a crise aumente e se transforme em um movimento de massas contra o domínio do Partido Comunista.Além disso, o pedido de proteção que Chen fez à embaixada americana novamente chamou a atenção para os abusos de direitos humanos na China. Os dois casos têm abalado a própria legitimidade do sistema político do país.

Mas o caso também produz um desafio formidável para o governo americano, que tem tentado manter um aceitável relacionamento com a China para tratar de uma diversidade de assuntos - desde o programa nuclear de Pyongyang à estabilidade financeira global - que são fundamentais para a paz global e o desenvolvimento.
Estimativas recentes sobre a eleição presidencial nos Estados Unidos mostram que a candidatura do presidente Barack Obama poderia ser consideravelmente prejudicada tanto por uma redução no ritmo da economia como por uma crise do petróleo.
A cooperação chinesa é necessária para sustentar a recuperação econômica dos EUA, assim como para evitar uma crise envolvendo as ambições nucleares do Irã.
Chen entrou na embaixada americana poucos dias antes de um encontro diplomático entre a secretária de Estado Hillary Clinton e o vice-premiê Wang Qishan.
Chen Guangcheng (Reuters)
A divisão entre líderes chineses pôs por terra um acordo que parecia bom para os dois lados
Washington e Pequim não poderiam permitir que as atenções desse diálogo fundamental fossem dispersadas pelo caso de Chen, principalmente quando as duas potências se preparam para uma fase de transição de cúpula, no caso da China, e eleições, no dos EUA.
É irônico que Pequim e a Casa Branca estejam exatamente no mesmo barco. Ambos precisam encontrar uma solução rápida para desfazer a confusão.

Divisões de liderança

O fato de uma delegação americana liderada pelo secretário de Estado assistente, Kurt Campbell, ter partido imediatamente para se encontrar com uma equipe chinesa liderada pelo vice-chanceler Cui Tiankai indica que os dois lados levaram o caso a sério e estavam determinados a solucioná-lo por meio da diplomacia secreta.
Parecia que uma solução vantajosa para todos havia sido negociada a portas fechadas.
Chen deixou a embaixada dos EUA por vontade própria, com a promessa de que poderia se reunir com sua família. Eles então teriam a segurança garantida e poderiam ficar longe de Shandong, a província natal de Chen. Além disso, o ativista seria considerado um "homem livre" e poderia estudar em uma universidade de direito chinesa.
Mas não foi isso que aconteceu. Imediatamente após Chen chegar ao hospital em Pequim e encontrar sua mulher e seu filho, a situação tomou um rumo que poderia acabar em um pesadelo para o governo chinês e a administração de Obama.
Em primeiro lugar, os líderes chineses não estão agindo uniformemente sobre o assunto.
Enquanto o presidente Hu Jintaou e seu grupo tentam costurar um acordo, outros líderes chineses continuam tentando silenciar Chen e seu grupo de ativistas com medidas coercitivas que até violam as próprias leis chinesas.
Pouco tempo após chegar ao hospital, Chen e sua família foram isolados do mundo exterior e privados de liberdade. Enfrentando pressão crescente, o ativista mudou de ideia e pediu para se refugiar nos EUA com a família.
Isso mudou dramaticamente a situação de um acordo vantajoso para os dois países para uma situação caótica, na qual diferentes interesses e agendas tentam controlar o desfecho do caso.
Até agora, as autoridades chinesas autorizaram Chen a ir aos EUA sob o pretexto de estudar - o que pode abrir uma janela para a solução do caso.

Panorama

Apesar de o futuro do caso ainda estar incerto, a notícia é boa para Obama, que já está sendo atacado tanto pela direita como pela esquerda de seu país.
Enquanto os grupos de direitos humanos estão extremamente frustrados, conservadores como Mitt Romney não perderam tempo e classificaram o caso como "um dia vergonhoso" para Obama.
Bo Xilai (Reuters)
O caso Chen apareceu no momento em que o partido comunista tentava lidar com a queda de Bo Xilai
Em Pequim, os recentes eventos expuseram ainda mais as divisões da liderança e, mais importante, a natureza do sistema político chinês - no qual a política é feita a portas fechadas, a participação política é oprimida e o Estado de Direito é uma fachada sob a qual direitos humanos são violados.
Mas é importante não se distrair com questões políticas internas da China ou dos EUA para não se perder a noção do cenário como um todo.
A China está em uma encruzilhada de reforma política; a repercussão geral e os protestos da população chinesa sobre o caso Chen mostram que esta pode ser uma oportunidade de virada no desenvolvimento político da nação.
É neste sentido que o caso de Chen pode exercer um impacto profundo na transição da China rumo à democracia.
Huang Jing é diretor do Centro de Ásia e Globalização na Escola de Políticas Públicas Lee Kuan Yew na Universidade Nacional de Cingapura. Ele é especialista em política, relações exteriores e questões de segurança na China.

Viu o sutiã? (por Felipe Patury)


Felipe Patury, Leonel Rocha e Igor Paulin publicam notícias inéditas e relevantes de política, economia, negócios e entretenimento



Sumiram 7 mil sutiãs, 10 mil pares de meias e milhares de perfumes doados pelo Fisco ao Distrito Federal. Eles foram entregues ao então secretário local de Ciência e Tecnologia, deputado Izalci Lucas (PR), para ser doados aos beneficiários do programa de inclusão digital. O que sutiãs têm a ver com computador e internet? Não se sabe. Onde eles estão? Izalci diz que os deu. Está entendido?
Marcelo Rocha 

Na raiz dos juros por Miriam Leitão


Enviado por Míriam Leitão - 
5.5.2012
 | 
9h00m
Querer ter taxa de juros a níveis internacionais é um bom objetivo. Isso remove mais um pouco da herança do período hiperinflacionário. É preciso, no entanto, ter a mesma ousadia na meta de inflação. Há anos o Brasil tem como meta 4,5%, altíssima para os padrões da Europa, Estados Unidos ou Japão, que têm metas — explícitas ou não — em torno de 2%. O Banco Central comemorou quando fechou em 6,5% no ano passado.
A fórmula de remuneração da poupança era um obstáculo para a queda das taxas de juros abaixo de 8,5%. Mas não é o único. O mais importante obstáculo é a inflação. Juros de 5% seriam considerados altos no mundo. No Brasil, é taxa de juros negativa porque a inflação está acima disso.
A presidente Dilma acertou quando mirou os enormes spreads bancários, mas errou quando passou a tratar disso como um discurso político. Na racionalidade, o assunto fica mais bem tratado. Racionalmente é preciso reconhecer que o governo tem razão quando diz que os bancos cobram spreads abusivos. Parte do spread é engordado pelo próprio governo, que cobra imposto alto sobre a intermediação financeira.
Além disso, o mercado de crédito brasileiro tem uma distorção que reduz a potência da política monetária. As grandes empresas têm acesso a juros abaixo da taxa Selic, que, em alguns momentos, chegam até a ser negativos. Quando a inflação sobe, o Banco Central tem que subir as taxas para conter o acesso ao crédito e assim reduzir o ritmo da economia e controlar a alta dos preços. Só que o crédito do BNDES não é afetado por essa ação do BC e, para compensar, os juros tem que subir ainda mais para que se atinja o efeito de aperto monetário.
Ao politizar a questão dos juros, a presidente deixa o Banco Central no córner. E se a inflação subir? O BC poderá contrariar a presidente? Se o BC puder fazer seu trabalho, haverá menos apostas na alta de preços. Se houver a percepção de que ele deixou de ter metas de inflação para ter metas de juros, a previsão dos agentes econômicos será de mais elevação de preços.
No ano passado, o governo anunciou como uma vitória o fato de que a inflação terminou o ano em 6,5%. Era como se essa fosse a meta, e não os 4,5%. Assim também se comporta o Banco Central. É como se a meta tivesse se movido para o teto. Se for leniente com a inflação, o Banco Central terá mais dificuldade de atingir o objetivo de juros baixos por longo tempo no Brasil.
Nos próximos meses a tendência é de queda da inflação em 12 meses, mas no final do ano haverá pressões inflacionárias. Naturalmente, a economia passará por períodos de maior ou menor estresse nos preços, provocados por choques externos ou por fatores internos. Se o Banco Central está impedido de elevar os juros ele não poderá fazer o seu trabalho.
O lado bom desse movimento da presidente é que o mercado bancário foi sacudido. O spread é construído por uma superposição de fatores. Alguns são provocados por políticas governamentais, como os tributos ou o recolhimento compulsório. Mas os bancos colocam no spread seus custos administrativos, uma cobertura para a inadimplência, e uma parte para o retorno do capital. O que significa que eles podem ser ineficientes porque o custo operacional é distribuído aos tomadores dos seus recursos. Isso sem falar nas tarifas. Tem margem gorda para cobrir o risco, mesmo quando a inadimplência é alta. E coroando tudo tem a fatia do seu lucro reservada. Em qualquer setor, o lucro é consequência da eficiência e competência da empresa e não garantia a priori.
A pressão sobre os bancos pode levar a mais competição, mais eficiência, e menor risco de inadimplência porque torna a dívida mais fácil de ser paga. Portanto, é um movimento que aperfeiçoa a economia. O erro está no tom acima que a presidente deu a partir do Primeiro de Maio. Não pode ser uma cruzada santa contra os bancos. Tem que ser um movimento para aumentar a eficiência, a competição e a segurança no mercado de crédito brasileiro.
O governo está ficando aflito com a falta de reação da economia aos estímulos. O economista José Júlio Senna, da MCM consultores, avalia que a economia tem vários sinais antecedentes de que não está retomando o crescimento.
— Os sinais não estão bons, o número da produção industrial de março, que saiu esta semana, fará com que o PIB do primeiro trimestre seja revisto para baixo. Estávamos com 0,6%, na margem. Será o terceiro trimestre seguido de PIB fraco. Os dados antecedentes de abril também estão fracos, houve a quarta queda seguida do indicador PMI, dos gerentes de compras, as vendas de veículos caíram, os estoques estão elevados — disse o economista.
Todos os sinais mostram uma economia fraca. Na avaliação de Senna, grande parte do esfriamento veio de fora. Ontem, o ministro Guido Mantega disse que o crédito não está crescendo a contento. Os bancos estão mais cautelosos porque aumentou a inadimplência e eles estão tendo que fazer provisões contra o risco. A oferta de crédito tem que respeitar a capacidade do tomador de pagar a dívida. Do contrário, alimenta-se a bolha, como o mundo acabou de nos ensinar.

A cor da elite (Prof. Cristóvão Buarque)


Enviado por Ricardo Noblat - 
5.5.2012
 | 9h02m
POLÍTICA


Anos atrás, visitando o campus da UnB – Universidade de Brasília com uma professora norte-americana, perguntei qual a diferença da paisagem arquitetônica do nosso campus para um campus nos EUA. Esperei que dissesse: “São parecidos”. Mas, depois de olhar ao redor, ela disse: “Não têm negros”. Respondi que no Brasil, como também nos EUA, os negros não têm boas escolas na educação de base. Ela perguntou: “Por que não adotam cota para negros, como nos EUA?”.
Na próxima semana, o Brasil completará 124 anos da abolição sem ter embaixadores negros. Atualmente há no Congresso Nacional apenas um senador negro e 43 deputados federais que assumiram serem afrodescendentes; temos apenas 2% de médicos, 10% de engenheiros e 1% de professores universitários que podem ser considerados negros.
Os Estados Unidos já elegeram um presidente negro, mas o Brasil dificilmente terá um presidente negro nas próximas décadas.
Na semana passada, depois de nove anos de adotada pela UnB, as cotas raciais foram reconhecidas como legais pelo STF – Supremo Tribunal Federal. Nesse período, três mil alunos foram admitidos pela cota racial na UnB e mil concluíram seus cursos, graças ao ingresso usando as cotas.
Todos os estudos mostram que esses alunos tiveram um desempenho, no mínimo, equivalente à média dos demais alunos. Isso se explica porque todos os alunos beneficiados pelas cotas são necessariamente aprovados no vestibular.
Apesar disso, por quase 20 anos, um intenso debate vem sendo feito entre os que são a favor e os que são contrários a esse sistema, porque até hoje não houve entendimento correto do instituto das cotas raciais e seu propósito, nem entre os favoráveis, nem entre os opositores.
Os opositores dizem, com razão, que este é um “jeitinho” equivocado, porque a verdadeira solução para resolver a desigualdade racial na universidade seria uma educação de base de qualidade para todos. Realmente a maneira correta de resolver esse problema é a educação de base com qualidade e igual para todos.
Temos bons jogadores de futebol negros porque a bola é redonda para todos, mas nossas escolas são redondas apenas para os poucos que têm renda para cursar uma boa escola no ensino fundamental e no ensino médio.
Mas fazer todas nossas escolas redondas, com qualidade, e dar resultado na mudança da cor da cara da elite serão necessários 20 anos. Isso se nós estivéssemos fazendo hoje o nosso dever de casa para mudar a educação. E não estamos.
Tanto os que são contrários às cotas raciais, quanto àqueles favoráveis, enfocam o assunto pelo lado individualista de oferecer uma escada social a um jovem negro. Continuam pensando que as cotas visam beneficiar o aluno que obtém a vaga.
Não percebem o papel da cota racial como o caminho para o Brasil apresentar com orgulho uma sociedade com elite tão multirracial quanto seu povo.
A cota social beneficia o aluno, a cota racial beneficia o Brasil, possibilitando o ingresso de jovens negros na carreira profissional de nível superior. Certamente jovens escolhidos entre aqueles de classe média, que concluíram o ensino médio e passaram no vestibular porque foram bem preparados em uma boa escola, portanto provavelmente não-pobres.
Serão pessoalmente beneficiados, mas prestarão um serviço patriótico ao ajudarem, pelo estudo, a mudar a cor da cara da elite brasileira.
A cota racial para a universidade nada tem a ver com a cota social. Esta atenderia jovens pobres para compensá-los pelo que lhes negamos na infância. É um benefício justo; a cota racial não é um assunto de justiça, é um assunto de dignidade nacional; não é social, é patriótica.
Os que lutam pela cota racial nas universidades não lutam pela erradicação do analfabetismo entre adultos negros, nem para que os negros pobres tenham escolas com a mesma qualidade dos ricos brancos.
E aqueles que defendem as cotas sociais no lugar das raciais não defendem cotas sociais no ensino fundamental e médio, nos colégios federais e mesmo nas escolas particulares de qualidade. Esta sim seria cota social.
A cota social na Educação de Base nunca atraiu os defensores da cota racial nem aqueles que se opõem a ela e que usam a ideia de social contra a de racial. Os que defendem cotas sociais para as universidades, ao invés das cotas raciais, provavelmente ficarão contra as cotas sociais nas boas escolas da educação de base, obrigando as escolas caras a receberem alunos pobres, sem mensalidade ou com uma bolsa do tipo Prouni.

Cristovam Buarque é professor da UnB e senador pelo PDT-DF.

Dica do Dia: Vá além do networking



Posted: 04 May 2012 07:44 AM PDT
Dica da Revista Exame em sua revista online:


Participar de eventos, trocar cartões e fazer contatos são atitudes mínimas que um empreendedor deve ter, mas nem sempre trazem resultados efetivos. Para o professor do Insper, o segredo é levar o negócio para todos os lugares, até onde parece que não faz sentido. “Para uma empresa pequena, o dono deve ter uma rede de contatos de trabalho e pessoal, mas deve aumentar o ciclo e percorrer diversos grupos e nichos”, diz Buoro.
Quem pratica um esporte pode falar sobre a empresa com os colegas de jogo. Para quem tem filhos pequenos, aproveitar o contato com os pais dos amiguinhos na porta do colégio também pode trazer surpresas agradéveis para o negócio. “Em tese, o custo disso é o seu tempo”, afirma o professor do Insper. 

Prostituta implorou por pagamento a agentes dos EUA

Posted: 04 May 2012 11:32 AM PDT
Dania concede entrevista à emissora Caracol
A prostituta envolvida no escândalo dos agentes do serviço secreto do presidente Barack Obama em Cartagena, Colômbia, disse que durante horas implorou para receber de um deles o dinheiro que lhe era devido, em entrevista nesta sexta-feira à Caracol TV e Rádio W.

"Eu disse para ele: temos um problema, pois se eu tivesse vindo por gosto, seria totalmente diferente, mas eu não vim por gosto. Praticamente implorei a eles, das 6h30 da manhã até as 10h, para que desse meu dinheiro", contou a jovem, que se identificou como Dania Londoño.

Segundo seu relato, ela e uma colega conheceram os agentes em um bar de Cartagena, mas, sem saber que integravam a equipe do serviço secreto. Dançaram e tomaram duas garrafas de vodca antes de irem para o hotel onde os americanos estavam hospedados.

"Eu disse para ele: bom, meu amor, você tem que me dar US$ 800; esse é o presentinho que eu quero antes de ir contigo. Ele me disse: ok baby, vamos para o hotel", contou. "Nem minha amiga nem eu sabíamos que eles eram agentes de Obama", acrescentou.

Yo tampoco confío en Nadien, como Dania Londoño Suárez no Facebook
Mas quando, no dia seguinte, pediu seu dinheiro, o agente falou em inglês: "sai, puta (sic), que não vou te pagar nada". Segundo ela, o agente só pagou 50.000 pesos (US$ 27) para o táxi.

O escândalo do serviço secreto explodiu quando Obama se encontrava em Cartagena para a VI Cúpula das Américas, em 14 e 15 de abril. Por causa do incidente, seis agentes do serviço secreto deixaram suas funções.

Apenas US$ 27 por orgia que varou a noite com
agentes do serviço secreto, denuncia prostituta



Corretor de imóveis: torne-se o melhor captador


Clipping Imóveis - 



Corretor de imóveis captador
A captação de um imóvel é atualmente um grande desafio para os profissionais do mercado imobiliário. A atividade envolve a procura, a descoberta e a formalização da entrada de novos imóveis no rol de ofertas de uma imobiliária ou de um corretor de imóveis. 

Quem já passou pela experiência de fazer um trabalho inverso ao que é comum no seu dia a dia sabe o quanto é importante entender o processo da captação, pois o objetivo do corretor nessa situação não é vender um imóvel para o cliente e sim convencer um proprietário de que é o profissional capacitado para realizar a venda de um determinado empreendimento. Você concorda?  

O mercado imobiliário possui particularidades que acabam por exigir maior empenho e dedicação dos profissionais que atuam na área. Diferente de uma loja em que o gerente, ao perceber a falta de uma mercadoria, logo liga para um fornecedor para repor o estoque, no segmento de imóveis não há essa facilidade. O corretor de imóveis não tem a sua disposição uma central de distribuição para a qual ele ligue e tenha prontamente 10 apartamentos de três quartos, por exemplo. 

Nosso segmento exige um rico banco de dados, pois se corretor não tem em sua carteira de empreendimentos um imóvel que atenda ao perfil do cliente, ele não tem o que oferecer. 

Por esta razão, resolvi refletir hoje sobre algumas dicas de como se tornar o melhor captador. O profissional que quer se destacar no mercado tem que saber transitar entre as diferentes áreas do setor de imóveis. Não basta apenas ser um bom vendedor, também é imprescindível saber captar, pois as chances de melhorar os seus resultados serão potencializadas. 

Atuamos em um mercado no qual lidamos a todo instante com pessoas e, diante desse cenário, saber estabelecer boas conexões é primordial. A construção de um bom relacionamento deve ser o primeiro objetivo dos profissionais da captação. 

O envolvimento do corretor que visa à captação com o proprietário de um imóvel deve estar baseado em uma relação de confiança, de conhecimento do mercado, de compromisso com a venda da unidade em questão. E isso requer persistência, paciência, dedicação e acima disso gostar do trabalho que se propõe a fazer, pois se o corretor não gostar de atuar nessa área, dificilmente terá o engajamento necessário. 

E uma das táticas que sempre usei ao longo da minha carreira para me tornar um melhor captador foi ter no porteiro dos prédios o meu maior parceiro e aliado. 
Este profissional muitas vezes conhece as pessoas que por ali circulam, participa da rotina desses proprietários e, normalmente, ouve os comentários de quem deseja vender uma unidade, seja naquele prédio ou em outros espaços. 

O porteiro até pode se tornar uma boa estratégia de divulgação para quem quer vender um imóvel, pois ele ocupa um local estratégico no qual se relaciona com muitas pessoas durante o dia. Daí a importância do corretor de imóveis construir um bom relacionamento com este profissional. 

Ir até eles, se apresentar, esclarecer quais são suas pretensões são algumas estratégias importantes, pois diante de situações de tanta insegurança é necessário estabelecer uma relação de confiança e até mesmo de cumplicidade com esses porteiros. Pense nisso!

Além disso, outra tática é o mapeamento de regiões estratégicas para o público com o qual me relaciono. Ao levantar esses espaços, é interessante estar mais próximo desses locais a fim de identificar as possibilidades de captação. 

Por isso, é estratégico estabelecer conexões com os diferentes perfis do local como o dono do açougue, da farmácia, da padaria, entre outros. Essas pessoas conhecem as dinâmicas dos bairros e as pessoas que ali residem, e assim como os porteiros, acabam sendo fontes de informação sobre quem está querendo vender um imóvel. 

Ao se relacionar com esses diferentes atores, o corretor de imóveis acaba por se tornar uma referência em soluções imobiliárias para determinada comunidade, e essa comunidade, por consequência, se torna potencial catalisadora de novos negócios. 

É importante perceber que o bom captador deve trabalhar, sobretudo, com a perspectiva da captação para comercialização em exclusividade. Na maioria das vezes, os donos de imóvel têm a impressão de que, ao deixar o seu bem sob a responsabilidade de venda de vários profissionais, as chances de realizar o negócio serão mais ágeis. 

Entretanto, os corretores de imóveis diferenciados e profissionais entendem a importância da exclusividade e devem saber passar os diferenciais desse sistema durante o processo de captação. É fundamental lembrar aqui, que os órgãos reguladores da corretagem de imóveis,     como os conselhos regionais e o conselho federal,defendem veementemente a venda em exclusividade.  

Para isso, é importante ser um eterno estudioso do mercado. O melhor captador é aquele que se antecipa às tendências porque está sempre atento às variáveis do segmento, tem as informações necessárias para sustentar suas argumentações e isso gera maior segurança e credibilidade para o corretor perante o prospect. 

Além disso, é fundamental que o corretor de imóveis explicite bem os benefícios em ter a venda do imóvel em exclusividade e nesse processo deve ser destacado o que a imobiliária ou o profissional independente tem de melhor para oferecer, quais são os seus recursos. 

Dentre eles, um dos argumentos mais importantes deve ser empenho da equipe em comercializar o mais rápido possível determinado imóvel, pois é isso que as pessoas querem quando optam por vender um bem. 

Além disso, é fundamental apresentar um planejamento para a divulgação do imóvel. O seu prospect precisa ter noção de quais ferramentas você dispõe, quais são as vantagens de estar presente nesses espaços, como você pretende trabalhar a divulgação em cada um deles. 

Diante das oportunidades geradas pela internet, é interessante explorar no planejamento de divulgação asoportunidades oferecidas por esse meio. Uma das ferramentas que utilizei bastante e que gerava grandes resultados era o tour virtual. Por ele, o comprador tem a chance de conhecer detalhadamente o empreendimento,o que reduz a necessidade de visita física ao local em função de uma melhor visualização. 

O tour virtual permite, por exemplo, que o cliente avalie melhor se tem ou não o desejo de adquirir determinado imóvel e só irá conhecer pessoalmente a unidade se realmente houver a chance de efetivar a compra. 

Alinhar junto ao proprietário do imóvel em captação os esquemas de controle e acompanhamento do processo de vendas, tais como: relatório de visita de compradores, dar feedback dessas visitas, combinar uma rotina de apresentação do imóvel para os corretores estratégicos da equipe de vendas para que esses possam construir os melhores argumentos para comercialização, são ações fundamentais para se tornar o melhor captador e passar confiança e segurança para o cliente. 

O corretor de imóveis também deve saber avaliar o imóvel, entender de documentação, saber valorar o imóvel, tudo isso para prestar uma consultoria qualificada. Os donos dos imóveis, na maioria das vezes, sentem-se inseguros e procuram por profissionais que possam harmonizar esse desejo de venda. 

É fundamental deixar esses pontos bem alinhados junto aos proprietários do imóvel para que o processo ocorra de forma transparente, ética e segura. Esse tipo de cliente precisa ver no corretor de imóvel um parceiro de vendas, alguém que vai dar o seu melhor para alcançar um objetivo comum

Por fim, é importante lembrar aos amigos corretores que a captação de imóveis, além de enriquecer a sua carteira de ofertas de imóveis, é uma excelente oportunidade de melhorar os resultados financeiros dos profissionais da intermediação. 
Normalmente, quem capta um imóvel também recebe uma participação sobre a venda, mesmo que não tenha sido o responsável pela comercialização. O corretor se torna assim, um grande gerador de novos negócios e receitas.   

As dicas abordadas neste artigo são algumas das práticas que exercitei no meu dia a dia, e não tenho a pretensão de criar normas rígidas e sim compartilhar com meus colegas de profissão o que tem dado certo comigo. Essas reflexões podem e devem ser aprofundadas, adaptadas e aperfeiçoadas de acordo com a particularidade de cada profissional. 

Vamos construir juntos? Você já ousou captar algum imóvel ou ainda tem a sua atuação restrita à venda direta? Algumas das reflexões que propus já foram colocadas em prática na sua rotina de trabalho? Você já haviarefletido sobre a importância da captação? Como tem sido a sua prática de captação? Compartilhe conosco suas experiências. Vamos juntos fazer um mercado imobiliário cada vez melhor. 


Guilherme Machado
Administrador com Pós em Gestão Empresarial. Expertise no desenvolvimento de equipes comerciais com foco em resultado. Palestrante e Coach.