domingo, 23 de agosto de 2015

UFRJ INAUGURA O MAIOR ESTACIONAMENTO SOLAR DO PAÍS.




A universidade economizará até R$ 40 mil por ano gerando energia em painéis solares que fazem sombra para os carros

BRUNO CALIXTO – 18/08/2015

Bruno Calixto
Bruno Calixto

Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) inaugura nesta terça-feira (18) o maior “estacionamento solar” do país – um estacionamento em que os telhados que fazem sombra para os carros são feitos com painéis fotovoltáicos e, portanto, usam a luz do Sol para gerar energia.

"Estacionamento solar"
“Estacionamento solar” da UFRJ (Foto:Divulgação)


São mais de 400 painéis solares que, juntos, deverão gerar cerca de 140 mil kw por ano, em média. Segundo a UFRJ, essa energia é suficiente para abastecer 70 casas por mês. A universidade ligou os painéis solares na rede da Light, a concessionária de energia do Rio, e envia essa energia para a rede. Toda a energia enviada para a Light será descontada da conta de luz da UFRJ. Isso deve render um desconto de R$ 36 mil a até R$ 40 mil por ano.

O projeto só foi financiado graças a uma estratégia de ICMS ecológico. Em 2012, a universidade assinou um convênio com o governo do Rio. O governo prometeu deixar de recolher o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que é cobrado na conta de luz da UFRJ. Esse recurso passou a ser transferido para um fundo, chamado de Fundo Verde, que só pode utilizar o dinheiro emprojetos de sustentabilidade nas áreas de energia, mobilidade e água.

Estacionamento são ótimos espaços para receber painéis fotovoltaicos: grandes áreas abertas em que as coberturas têm como única função fazer sombra. Outros espaços semelhantes, como estacionamentos de shoppings, quadras esportivas de escolas, estádios, entre outros, poderiam seguir esse exemplo da UFRJ.

Aliás, não é necessário ser empresa ou outra instituição para gerar sua própria energia solar. Qualquer consumidor pode fazê-lo em sua própria casa desde 2012, quando a Aneel regulamentou a geração distribuída. A pessoa liga seus painéis na rede elétrica e a energia que consegue produzir é descontada do total de sua conta de luz. Já mostramos, no Blog do Planeta, um relato de uma consumidora que fez exatamente isso. Infelizmente, aindafaltam incentivos para quem quer gerar energia solar em casa.

O GOVERNO DILMA E A SÍNDROME DE ESTOCOLMO


por Percival Puggina. Artigo publicado em 

 Há alguns meses, uma dupla de vagabundos me encostou uma pistola na barriga e exigiu a chave do carro. Ainda sob o impacto do acontecido, fomos, minha mulher e eu, à delegacia mais próxima relatar a ocorrência. Era o que se impunha fazer naquele momento e esperávamos, ademais, que a notificação urgente possibilitasse - quem sabe? - recuperar o que nos haviam roubado. Mas isso não aconteceu.
Estou convicto de que tivemos um comportamento normal. É o que se faz em tais circunstâncias. Reage-se indo à polícia. Espera-se que os criminosos sejam apanhados. Exige-se que as quadrilhas sejam trancafiadas.
Diante do que acabo de descrever, impõem-se inquietante questão: por que, diabos, quando na condição de cidadãos que veem o país ir à gaita, tantos se recusam a admitir que estão sendo roubados? Por que, após serem ludibriados com mentiras, muitos se mantêm defendendo os mentirosos? Que síndrome de Estocolmo (1) social e economicamente sinistra é essa que ainda sai às ruas, assina colunas de jornais, esgrima comentários no rádio e na tevê e se entrincheira nas redes sociais para defender o governo? Agem como vítimas que, após o dano sofrido, saem conversando amavelmente, abraçadas com quem as prejudicou - "Bye, bye, voltem sempre!". (1)Essa síndrome designa o vínculo emocional com os sequestradores, desenvolvida pelos sequestrados durante um roubo a banco na capital da Suécia em 1973.
Recebi, ontem um levantamento segundo o qual, somando-se os filiados ao Partido dos Trabalhadores com os militantes do MST, Via Campesina, MTST, UNE e ONGs financiadas pelo governo federal, acrescidos dos blogueiros, MAVs pagos pelo partido e titulares de cargos de confiança, chega-se a umas 15 milhões de pessoas, ou seja a 7% do eleitorado. E esse seria, portanto, o piso da aprovação ao governo.
No entanto, os números parecem um pouco inflados. Há gente que não se enquadra em qualquer dessas categorias e se conta entre os tais 7%. Quando milhões saem às ruas em centenas de cidades do país, expressando a natural indignação de quem se percebe roubado, ludibriado e vítima de estelionato eleitoral, os protetores do governo tratam de desqualificar suas admiráveis manifestações. Afirmam que são mobilizações exclusivas da classe média, como se um governo que fez mais da metade dos votos e em poucos meses cai para 7% de aprovação, não tivesse perdido apoio de todas as classes sociais.
Nestes dias, o petismo busca salvação no andar mais elevado dos poderes de Estado, reunindo homens  da estirpe de Lula, Sarney, Renan, Jucá, Barbalho. Janta com ministros do STF! Encontra-se secreta e casualmente com Lewandowsky na cidade do Porto. Usa e abusa dos nossos recursos, aumentando os gastos com a publicidade oficial para domar a mídia e distribuindo favores aos currais eleitorais do Norte e do Nordeste.
E tem buscado, inutilmente, arregimentar apoios, também, no andar térreo, convocando os "exércitos" de Stédile (MST) e de Vagner Freitas (CUT). Que fiasco! Para cada cem manifestantes do dia 16, o governo conseguiu, no dia 20, transportar e colocar nas ruas uns 4 ou 5 gatos pingados, que se moviam em visível constrangimento e com a animação de velório de monge budista. Não é humano, não é natural, não é normal, aplaudir corrupção, inflação, desemprego, carestia, recessão e incompetência. Quando isso acontece, ou há interesses em jogo, ou é síndrome de Estocolmo.
* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.

Crise migratória ecoa passado na Hungria



"Lá se vão 600 anos desde que eles chegaram e não aprenderam nada conosco. Continuam querendo viver às custas dos impostos que pagamos para eles desfrutarem das benesses do Estado." Quem fala, em inglês quase perfeito, é Adam, o guia de 28 anos, pele queimada do sol do verão da Europa Central.
"Eles" são os romani, ou ciganos. São a mais robusta minoria ética da Hungria (pouco mais de 3% da população), cuja migração para as áreas que circundam Budapeste começou quatro séculos após os húngaros, vindos da Ásia, fixarem-se em terras disputadas desde antes do Império Romano.
Attila Kisbenedek/AFP
Bandeira húngara é exposta no prédio do Parlamento, em Budapeste, no aniversário da fundação do país
Bandeira húngara é exposta no prédio do Parlamento, em Budapeste, no aniversário da fundação do país
E "nós" é uma alusão aos eleitores do Jobbik, partido de extrema-direita e terceira maior força política do país, desconfiados do namoro cada vez mais assumido do governo do partido conservador Fidesz-KNP, do premiê Viktor Orban, com Moscou.
O inesperado curso de história tem como plateia duas dúzias de turistas de Austrália, EUA, Holanda, Alemanha e Brasil interessados em desfrutar o "melhor passeio de bicicleta por Buda e Peste".
O arremedo de aula, que segue durante o percurso do passeio pelo lado plano da capital, resume a Hungria atual, um país que tem entrado no centro das atenções europeias muito por conta do ressurgimento de sentimentos nacionalistas radicais.
Diante do prédio do Parlamento unicameral, Adam revela em sua capanga um mapa da "Grande Hungria".
A cada parada, nas próximas quatro horas, ele irá lembrar os ciclistas da perda de dois terços do território do país no Tratado de Trianon, em 1920, terras hoje controladas por Eslováquia, Sérvia, Ucrânia, Croácia e Romênia.
Esta última é a vizinha mais preocupada com o populismo nacionalista do premiê Orban. Diante da sede do governo, tremulam desde 2013 duas bandeiras: a vermelha, branca e verde (da Hungria) e a azul e dourada dos Székler, população húngara da Transilvânia.
Desafiando a proibição de Bucareste ao que os romenos veem como separatismo, Orban adotou o símbolo dos Székler e ofereceu aos cerca de 400 mil cidadãos romenos de origem húngara voto nas eleições magiares.
RUSSOS
Mais adiante, na Praça da Liberdade, os turistas são lembrados da tomada da cidade pelos soviéticos, no fim da Segunda Guerra (1939-45), e da repressão aos húngaros por terem auxiliado os alemães na invasão da Rússia. "Os russos foram os piores", diz Adam. "Os soldados não tinham educação, nossas mulheres foram violentadas."
Ali, marcos arquitetônicos da fracassada Revolução de 1956 e do fim da opressão soviética na virada dos anos 1990 despertam menos atenção do que os protestos diários da hoje pequena mas aguerrida comunidade judaica, indignada com um monumento inaugurado em 2014.
Nele, a águia negra do Terceiro Reich ataca um anjo Gabriel que representa uma Hungria inocente, vítima –e não colaboradora– de Hitler.
Historiadores condenaram o revisionismo que joga sob o tapete o auxílio dos húngaros à deportação de ao menos 430 mil judeus húngaros para Auschwitz em 1944.
Parentes e amigos das vítimas criaram um memorial com imagens dos entes queridos ao lado de documentação atestando a participação de Budapeste no Holocausto.
Não por acaso a estátua foi erguida pouco menos de um mês antes das eleições gerais de 2014, as primeiras com participação dos Székler, que garantiram o terceiro mandato ao premiê Orban.
O país vive agora ecos dessa época com o anúncio de que pretende erguer um muro de quatro metros de altura na fronteira sérvia, "para evitar a entrada de imigrantes ilegais", em sua maioria, da África e do Oriente Médio.
O primeiro-ministro sérvio, Aleksandar Vucic, fez questão de lembrar: "Não queremos viver outro Auschwitz".
Orban, fã do modelo político-econômico por ele batizado de "democrático não-liberal", em que inclui China, Rússia, Cingapura e Turquia, já é acusado pela oposição de criar uma "pequena Rússia".
Alheio às críticas dos liberais, a preocupação de Adam é a perda de empregos para os imigrantes, de dentro ou fora da Comunidade Europeia. O guia não vê contradição ao revelar que apurou o inglês em um outro verão, quando "arrumou um bico de barman" no balneário espanhol de Ibiza. 

Grávidas chinesas fazem posto de saúde 'falar' chinês em São Paulo

FABRÍCIO LOBEL




"He shui! He shui!", repete a enfermeira Patrícia Pinheiro às gestantes que passam pelo pré-natal na UBS (Unidade Básica de Saúde) da Sé, nos arredores da avenida do Estado, no centro de SP.



A recomendação para que as grávidas bebam água é feita assim mesmo, em mandarim, a um contingente cada vez maior de chinesas que chegam ao local.
Segundo dois médicos, duas enfermeiras e uma tradutora ouvidos pelaFolha, as imigrantes relatam a expectativa de, com um filho brasileiro, garantirem a permanência no país –a lei veta a expulsão de pais de crianças nascidas em território nacional.
"Assim como muitos brasileiros buscam ter filhos em outros países, o mesmo ocorre com estrangeiros aqui. É comum", diz Clóvis Silveira Júnior, médico e coordenador das unidades de saúde municipais no centro de SP.
Além da busca pelo visto, também contribuem para a alta no movimento de chinesas a atuação de tradutores contratados pelas pacientes e o fluxo migratório em si –atualmente são mais de 58 mil chineses legalizados no país, segundo o Ministério da Justiça, sem contar os que estão em situação irregular ou em estágio de regulação.
COMUNICAÇÃO
As grávidas chinesas também buscam consultórios particulares, mas as unidades do SUS registram o maior movimento –principalmente a UBS da Sé, aonde vão mulheres que trabalham no varejo da rua 25 de Março, e a maternidade estadual Leonor Mendes de Barros, no Belém.
Segundo Andréa Garanito, gerente da unidade municipal, cerca de 100 dos 300 pré-natais ativos na UBS são de mães chinesas –há cinco anos, havia a metade disso.
Em uma tarde de quinta-feira, a Folha encontrou, em pouco mais de uma hora no local, sete delas.
Quase todas tinham receio de falar. Uma exceção era a dona de casa Weini Zhou, 33, mãe do menino Lucas, de dez meses, que estava ali buscando ajuda para o filho com dores no ouvido.
Em chinês, traduzido por sua amiga, Weini diz que seria mais fácil se houvesse um tradutor fixo no consultório, mas que o esforço da equipe de saúde ajuda.
Para minimizar a dificuldade de comunicação, a UBS editou uma cartilha em mandarim com recomendações para o pré-natal e os cuidados após o parto -medida que também será adotada pela maternidade Leonor Mendes de Barros, segundo o diretor, Corintio Mariani Neto.
Os ideogramas explicam, por exemplo, que a amamentação reduz sangramentos comuns no pós-parto e o risco de doenças como câncer de mama, diabetes e anemia.
Segundo médicos, muitas imigrantes amamentam os filhos por pouco tempo. A lista de particularidades inclui ainda resistência a ultrassom e interrupção de relações sexuais durante a gestação.
O desafio é superar as diferenças culturais sem falar a mesma língua. Nessas horas, se a cartilha não dá conta, os profissionais apelam a dicionários, tablets, mímicas, Google Tradutor –e, se nada funcionar, à imaginação.
"Tem vez em que a gente até desenha uma lua para indicar que a medicação deve ser tomada à noite", diz a enfermeira Patrícia.
ACOMPANHANTE
Há seis anos, Hsu Hui Min, 60, trabalhava como dentista em São Paulo. Mas decidiu mudar de atividade quando uma amiga chinesa indagou se ela conhecia alguém que poderia atuar como tradutora em uma consulta médica.
Hoje, ela, que é conhecida entre brasileiros como Noemi, cobra R$ 50 sempre que alguma cliente sua chinesa precisa ir ao médico.
"Elas não sabem nada de nada aqui do Brasil, nem aonde ir nem como andar de metrô. Eu ajudo, busco em casa e faço a tradução", diz ela, com sotaque carregado, mesmo depois de décadas morando por aqui.
Na última semana, Hsu acompanhava as gestantes Shuixia Wang, 29, e Yanju Han, 30, em consultas de pré-natal, na UBS da Sé. As duas são donas de casa e mulheres de comerciantes que vieram explorar o mercado popular na região da 25 de Março e do Brás.
Há dois anos no Brasil, Yanju, que espera o primeiro filho, pouco aprendeu da língua portuguesa. Quando muito, diz um encabulado "brigada" aos profissionais de saúde. Sua amiga Shuixia está há oito meses no país e ainda não aprendeu nenhuma palavra local.
Por isso, as duas contrataram os serviços de Hsu, que entra na sala de consultório e acompanha a consulta. Ela traduz as dúvidas das gestantes e as recomendações de enfermeiros e médicos.
A tarefa só é interrompida quando o celular de Noemi toca -o que não é raro. "É assim o dia todo. A gente quase não dorme de tantos casos para atender", afirma.
Ela diz ter atualmente cerca de cem gestantes chinesas como clientes em São Paulo.
Segundo Hsu, em geral, essas imigrantes acreditam que o SUS, por ser controlado pelo governo, é mais confiável do que um consultório privado –pensamento que seria um reflexo da cultura do Estado chinês.
"Aqui é bom, porque elas encontram todos os serviços num mesmo lugar", diz Hsu na UBS da Sé. Ela admite, no entanto, que gestantes com mais dinheiro acabam indo a médicos particulares.
Enquanto isso, o SUS não nega atendimento às imigrantes, pois o sistema de saúde foi desenvolvido para ser universal, sem distinção entre brasileiros e estrangeiros residentes no país.
A dificuldade das chinesas com a língua dá margem à atuação de oportunistas.
A enfermeira Andréa Garanito conta que, certa vez, uma chinesa grávida chegou acompanhada de uma peruana, que havia prometido fazer a tradução da consulta.
"Quando nós falamos que o exame de sangue da chinesa não estava bom, a peruana começou a fazer mímicas e gritou: 'Sangue. Ruim'. Em português", conta. "Para fazer mímica, eu mesma faço", diz. "Se for para se fazer de tradutora, aqui ela não entra mais."
Clique no infográfico: Grávidas chinesas
COSTUME DO FILHO ÚNICO
Quando chegou a sua consulta pré-natal, na UBS da Sé, Yajun Han carregava consigo uma garrafa térmica com água quente. Baseada em interpretações da medicina tradicional chinesa, Yajun diz que o líquido quente serve para manter os órgãos saudáveis, o que ajudaria no desenvolvimento bebê.
"As chinesas atendidas aqui não têm o costume de beber água. E, quando bebem, é água quente. Demorou até que a gente entendesse o motivo. No Brasil, a gente sempre recomenda água fresca para as pessoas", diz a enfermeira Patrícia Pinheiro, que trabalha na unidade.
Além da barreira da língua, profissionais de saúde ouvidos pela Folharelatam que há outros abismos culturais entre o Brasil e a China nos cuidados durante a gravidez.
Segundo o ginecologista e obstetra Hsu Chih Chin, 55, muitas chinesas chegam a seu consultório, na Vila Olímpia (zona oeste de SP), acreditando que não se pode engravidar duas vezes num intervalo de cinco anos.
Para Chin, esse é um dos muitos boatos disseminados na China, na esteira da rígida política estatal de controle de natalidade.
"Algumas mães têm medo de fazer ultrassom, porque acham que o exame pode afetar o desenvolvimento da criança." Para Chin, essa ideia surgiu da recomendação que médicos chineses recebem de não revelar o sexo das crianças aos pais.
Na China, desde o final da década de 1970, está instituída a política do filho único, que, com algumas exceções, impõe multas pesadas a casais que tenham mais de uma criança.
A política de controle do crescimento populacional, que tem se flexibilizado nos últimos anos, causou enormes desequilíbrios demográficos no país e uma série de abortos. Na imensa maioria, os fetos são de meninas, que são preteridas pela família.
A preferência pelo sexo masculino é sentida até nos consultórios brasileiros. "Muitas mães ficam deprimidas ao saberem que estão esperando uma menina. A gravidez de uma menina muitas vezes não é um evento feliz para a família", conta a enfermeira Patrícia.
Outra prática mantida pela comunidade chinesa no Brasil é a abstenção ao sexo durante a gravidez.
Com medo de prejudicar o bebê, as mães evitam ter relações sexuais com o marido. Quando isso ocorre, não é raro que as chinesas concedam que os maridos tenham outras parceiras temporárias.
"Sem métodos contraceptivos, como a camisinha, aumenta a probabilidade de contração de uma doença sexualmente transmissível", explica Patrícia.
LEITE MATERNO
Após o parto, as diferenças culturais continuam. Enquanto médicos brasileiros incentivam exercícios leves após o nascimento do bebê, o costume chinês é de repouso absoluto durante praticamente um mês. "Muitas ficam em quartos sem ventilação", relata o obstetra.
Outro hábito é o da amamentação breve das crianças. É comum ver famílias chinesas alimentando bebês de apenas três meses de vida com leite em pó misturado a ovo de codorna.
A interrupção precoce da amamentação é foco de atenção até do governo chinês, que estuda combater a cultura do leite em pó.
Em 2014, a China anunciou que apenas 28% das crianças de até seis meses de idade são alimentadas exclusivamente com o leite materno. Segundo o governo local, a forte urbanização causou uma mudança na cultura chinesa e a abreviação do período de amamentação.
No Brasil, a alimentação exclusiva por leite materno até os seis meses ocorre em 41% dos casos, segundo dados do Ministério da Saúde. 

Que General tem medo de Evo Morales?



Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Os Generais brasileiros, da ativa e na reserva, deram gargalhadas, mas levaram muito a sério, o recado dado pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, um dos mais radicais membros do Foro de São Paulo: "Não vamos permitir golpes de Estado no Brasil e nem na América Latina. Vamos defender as democracias e se precisar vamos atacar com nossas forças armadas. Pessoalmente, nossa conduta irá defender Dilma, presidente do Brasil, e o Partido dos Trabalhadores".

Morales deu seu recado direto aos militares brasileiros na Escola Militar em Cochabamba, lembrando o 44º aniversário do golpe militar de 1971, que colocou no poder o coronel Hugo Banzer. Morales recordou que o golpe boliviano teve o apoio dos militares do Brasil e da Argentina, com todo o respaldo do Pentágono dos EUA. Agora, Morales passou o recibo de que pressente um clima para a queda de Dilma Rousseff. Na visão dele, seriam os generais que dariam mais um "golpe" - termo genérico que a esquerda prefere usar para tomadas de poder no estilo de 1964.

Caro cocalero do Foro de San Pablo: uma ação igual àquela, na qual um Marechal ocupou a Presidência da República, que ficou vaga pela fuga de João Goulart, dificilmente vai se repetir. Primeiro, porque não temos mais Marechais. Segundo, porque os militares brasileiros tomaram verdadeira ojeriza por ocupar uma Presidência da República, depois que o General Figueiredo deixou o Palácio do Planalto pela garagem, para não empossar José Sarney, naquele golpe (este sim) dado pelo General Leônidas, co-fundador da Nova República (que já nasceu esclerosada). Terceiro, porque ainda não existe clima, nem pré-condições históricas concretas, para tomadas do poder, pela força, no Brasil.

No entanto, Morales e qualquer idiota enxerga que o cenário político junca foi tão conturbado no Brasil - também assolado por uma crise econômica estrutural nunca antes vista. Nosso modelo esgotou-se. A Presidenta perdeu a credibilidade para governar. O partido dela e sua base aliada desmoralizaram a honradez promovendo a corrupção sistêmica contra a coisa pública. A sujeira aflora no noticiário, e geram descontentamento nas ruas e muita revolta nas redes sociais. Os integrantes da cúpula dos três poderes batem cabeça. Brigam entre si, na chamada "Guerra do Fim dos Imundos". As pessoas comuns não confiam nos tais "poderosos". Pior ainda, estão de saco cheio dos parasitas de um Estado campeão em se servir da sociedade - e não de servir a ela.   


Vale repetir por 13 x 13: a guerra do fim dos imundos ainda vai jogar muita sujeira para dentro ou para fora do poluído ambiente da politicagem brasileira. Tudo se encaminha para um agravamento do impasse institucional que tem tudo para redundar em ruptura. Neste instante, a única salvação possível será uma Intervenção Constitucional. Só o poder instituinte da sociedade brasileira tem condições de consertar tanta coisa errada que a falida estrutura capimunista brasileira ajudou a produzir ao longo da História. As Forças Patrióticas vão agir na hora certa.

Do ponto de vista da constitucionalidade e da legitimidade, tal processo não será um "golpe". Militares não sentarão no trono da Dilma. Mas, agora, já receberam o comunicado oficial de que terão de lutar contra o exército do Evo Morales e contra os guerrilheiros do Foro de São Paulo, estruturados nos bem armados "exércitos do Stedile" (já invocados pelo Genérico $talinácio) ou na "pegada de armas" (pregada pelo irresponsável presidente da Central Única dos Trabalhadores). Uma coisa é certa: os comandantes militares do Brasil gostaram nada da bravata do índio cacalero boliviano - que é um dos porta-vozes do autoritarismo bolivariano na América Latina. Morales conseguiu deixar a Onça Pintada, oficialmente, de prontidão...

Existe, sim, um clima de golpe concreto no Brasil. Tal golpe é claramente tramado pela classe política corrupta. Seu objetivo golpista é manter o regime da Nova República, a todo e qualquer custo, no poder. O plano imediato deles é, se Dilma tiver mesmo de ser substituída, que seja por alguém da confiança deles. A situação se complicou porque Michel Temer, Eduardo Cunha e Renan Calheiros - sucessores naturais em casos emergenciais - são cabras marcados para acerto de contas com o judiciário. Além disso, o respaldo popular deles beira a zero. Dos três, Cunha seria o menos impopular, mas só porque tem batido em cachorro morto, para delírio das massas romanas de Bruzundanga. 

Por causa de tanto desgaste de imagem dos principais chefes políticos, a intenção golpista é entronizar um preposto no trono dela. O carcomido poder que escraviza os brasileiros tem vários personagens para ocupar um eventual governo de transição. Certamente, o mais perigoso deles se chama Nelson Jobim. O personagem que já ocupou, milagrosamente, todas as casacas da República (menos a presidencial), age, como nunca, nos bastidores, costurando uma aliança de salvação com tucanos, peemedebistas e alguns petistas. Todos correm contra o tempo, e o desgaste violento imposto pela crise estrutural - que combina o pior na politicagem, na economia quebrada e na falta de moral republicana.

O clima anda tão canalha, mas tão canalha, que a temporada de traições produz ironias imperdoáveis. Imagina qual foi o sentimento de José Dirceu, na cadeia, sabendo que sindicalistas da Força Sindical lhe roubaram o título de "Guerreiro do Povo Brasileiro", usando a expressão para saudar Eduardo Cunha? Imagina qual o sentimento do Zé (Rico e Milionário, porém preso) ao receber mensagens de interlocutores do velho amigo e companheiro Lula, pedindo para ele se desfiliar do Partido dos Trabalhadores que ele também ajudou a fundar (e agora, também, a afundar)? Imagina se a comissão de ética ou o diretório nacional, com pena do antigo "herói", resolver não expulsá-lo da legenda - como deseja Lula?

Haja imaginação... Porque a batalha de todos contra todos, com rigores de sem-vergonhice e muita traição, que pode representar a "guerra do fim dos imundos" no Brasil, só vai chegar ao fim se ocorrer um processo de Intervenção Constitucional. Será inútil e prejudicial à Nação qualquer outra pretensa solução pela via da politicagem ou do conchavo milionário. O único jeito, no Brasil, é proclamar de fato a República. Porque a única coisa concreta, criada em 15 de novembro, foi a fundação do clube que gerou a tal "Nação Rubro-Negra" (uma entidade autogovernável, meio anarquista, que serve para torcer pelo Flamengo, até morrer).

A nossa República, de fato, ainda não foi proclamada. Precisa ser! O quanto antes! Chega de canalhas no poder!

Cadê o Exército do Stédile


Este vídeo de 13 de abril de 2015, que circula entre e-mail de Generais brasileiros, faz uma perguntinha irônica: Onde está o Stédile para defender seu "exército" acuado pelos jovens manifestantes das Forças Patrióticas? 

Coisas da irmandade

Nota oficial da vice-Presidência da República, rebatendo insinuações de que o maçom inglês "coberto" (suspenso) Michel Temer possa ter recebido alguma vantagem dos lobistas de empreiteiras na Lava Jato:

"Michel Temer não conhece Fernando Soares, nunca teve ou tem com ele qualquer relação ou contato de “irmandade”; também não conhece Júlio Camargo. O vice-presidente incentiva apurações sérias, profundas e responsáveis sobre os fatos. Apenas se insurge contra informações falsas e inverídicas".


A Roraimada



Mais um discurso da Dilma que vira motivo de piada!

Partido Nacional Corinthiano


O petista Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians que consegue acumular as funções de deputado federal com a de superintendente de futebol do clube do Parque São Jorge, parece ter ficado pt da vida com protocolo feito na última quarta-feira, dia 19 de agosto, no Tribunal Superior Eleitoral, pedindo a criação do "Partido Nacional Corinthiano":

“Sou totalmente contra (a criação do PNC). Já tem partido demais nesse país. Isso não existe, deve ser brincadeira de mau gosto. A parte jurídica do Corinthians vai pensar se entra ou não com uma ação. O Corinthians é uma marca patenteada. Não pode isso”.

Contra a vontade do petista Sanchez, o objetivo do grupo “corinthiano” é regularizar a situação eleitoral até 2017, obtendo assim a permissão para disputar as eleições de 2018.

O perigo que a turma do PNC corre é que o torcedor Lula resolva abandonar o PT e aderir ao novo partido, para ser o presidente de honra da Fiel...

Mascote oficial do PT



Vale a pena ver de novo

Vídeo de Felipe Moura Brasil: "Lula e José Dirceu - uma longa história de cumplicidade"



Indagação futebolística

Quem consegue ser pior na atual conjuntura?

O desgoverno da Dilma Rousseff, do Michel Temer e do Lula?

Ou o time do Vasco da Gama, lanterna do Brasileirão e, por infeliz azar da conjuntura, segundo time pelo qual Lula torce?

Indícios


Barco do Inferno
´

Todo mundo de preto




© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 23 de Agosto de 2015.

JARBAS: SE DILMA NÃO RENUNCIAR, IMPEACHMENT É INEVITÁVEL


Uma das vozes mais combatidas dentro do PMDB, Jarbas Vasconcelos cobra o afastamento da presidente para o país retomar a economia e respirar melhor'. Isto é o que ele diz para Marcela Mattos, em entrevista que sai neste domingo no site www.veja.com.br

Leia tudo:

Em cinco meses, o governo da presidente Dilma Rousseff já enfrentou três grandes manifestações que emparedaram a gestão petista. Sem nenhuma sinalização do arrefecimento da insatisfação popular, com outra marcha nacional agendada para setembro, o Palácio do Planalto continua sem uma agenda que recupere a popularidade da presidente ou tire a economia da recessão. No cenário político, aliados tentam se descolar do governo para não serem tragados para a turbulência. E a Operação Lava Jato chega cada vez mais perto do alto escalão. Esse panorama, na avaliação do deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), antecede uma pressão popular e tornará a gestão de Dilma insustentável. "Ela deve sair pelo caos que o país está, e foi ela que o levou. O país ainda não chegou ao fundo do poço, mas vai chegar", afirma o ex-governador de Pernambuco. "Quer queira ou não, o impeachment virá, embora eu ache que seja um processo explosivo e traumático", diz. O peemedebista também não poupa os presidentes da Câmara e do Senado, seus correligionários Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL). Para ele, Cunha deve ser afastado imediatamente do posto. Leia a entrevista ao site de VEJA:

Em meio a crise do governo, o presidente do Senado se destacou como um dos principais fiadores do governo. Essa parceria é duradoura? 
O Renan, até bem pouco tempo, era talvez o mais contundente político contra o governo. Ele devolveu a medida provisória da reoneração da folha e se posicionou várias vezes contrário ao ajuste fiscal no aspecto de que poderia provocar desemprego. E depois fez essa travessia, que está muito marcada por interrogações. No fundo, do jeito que ele fez uma travessia, ele faz outra. Não existe problema em relação a isso. O problema maior hoje está dentro da Câmara.

Por que? 
Porque nós temos uma pessoa altamente comprometida com a corrupção, com a lavagem de dinheiro e a formação de quadrilha. Com Eduardo Cunha, a gente teve um primeiro semestre muito medíocre. A Câmara realmente trabalha muito, mas de forma desordenada e precária. Votou coisas importantes como terceirização, maioridade penal e reforma política às pressas. Além disso, conduziu de forma autoritária, buscando muitas vezes um caminho falsamente ético e moral para se votar as coisas. E no final do semestre fez aquele rompimento destrambelhado com a presidente, que já está com menos de 10% de aprovação, como se ser presidente da Câmara e oposição a Dilma pudesse se compatibilizar. E agora foi pego na denúncia. Uma pessoa dessa não tem a menor condição moral e ética para conduzir a Câmara. Há outros deputados que respondem a inquérito e são réus, mas nenhum deles está presidindo a Casa. É incompatível com a função.

Sobre essa relação de Cunha com a corrupção, o senhor refere-se exclusivamente à denúncia do MP ou isso é tratado internamente? 
Eu sabia que ele era lobista, que tinha envolvimento com algumas coisas, mas não desse nível que está começando a se desnudar através da denúncia do Ministério Público. Ele distribuiu uma nota em que tenta imputar o governo de articular contra ele. Isso é uma história de carochinha. Que condições tem Dilma, lá embaixo, quase no fundo do poço, de comandar qualquer coisa?

O senhor acha que já há condições para o impeachment de Dilma? 
Eu acho que a gente deveria evitar o impeachment, que é uma coisa traumática. Ela deve sair pelo caos que o país está, e foi ela que o levou. O país ainda não chegou ao fundo do poço, mas vai chegar. E vai chegar porque os pressupostos da economia estão todos desajustados, com perspectiva de inflação alta, desemprego e redução de salários. E haverá um aperto geral que vai ser maior ainda. Então isso tudo leva a um caminho para a gente forçá-la a renunciar. A Dilma não tem formação para isso, foi guerrilheira e não quer abrir mão. Mas ela vai chegar a um ponto de pressão popular e de dentro do próprio governo que não vai ter saída. E o Cunha não pode nunca presidir esse impeachment, até porque ele é suspeito em relação a ela, já que assumiu uma bandeira de oposição e está envolvido em corrupção. O lugar de se explicar sobre isso não é da tribuna da Câmara. É no tribunal.

Mas a crise acaba com a renúncia? 
O Brasil vai passar por um processo de ajustamento, com a retomada da economia, o país respirando melhor e um apelo para que a Lava Jato chegue ao término. Tudo isso pode acontecer com a saída dela. O caminho será institucional e tem de ser com Michel Temer. E, se ela não renunciar, o impeachment é inevitável. Ele vem quer queira ou não, embora eu ache que seja um processo explosivo e traumático.

Com qual embasamento? 
Com o embasamento legal que vai aparecer com o Tribunal de Contas da União e com a Lava Jato. A Camargo Corrêa fez um entendimento para denunciar as coisas. Como isso pode não bater no Planalto? Temos de aguardar a Lava Jato ser concluída, ainda tem muita coisa pela frente.
E qual o posicionamento do Temer sobre essa proposta? Eu não cheguei a aprofundar a conversa com o Temer sobre isso. Ele me disse que o compromisso com a Dilma era com o ajuste fiscal. Isso já está encerrando. Então, na minha opinião, o Temer tem de ter um papel de equilíbrio, saber do papel que ele tem a cumprir, que pode ser chamado a fazer uma travessia mais longa, um governo de entendimento nacional, e que isso não é fácil. O país não aguenta mais Lula, PT e Dilma. Não tem condições de continuar esse processo comandado por essas coisas.

O senhor também pensa que Renan Calheiros deve ser afastar da presidência da Casa? 
Ele sequer foi denunciado. Mas, esse abraço dele com o governo me lembra uma história que eu ouvi falar em Pernambuco. Falava-se de alguém que tinha feito muita besteira, era um náufrago e iria se abraçar até com um tronco pensando que é gente. Esse é o encontro de Renan com a Dilma. No fundo, eles vão se entender. Mas, se o país caminhar para a renúncia, não tenha dúvidas de que o Renan se afasta dela.

Quando o senhor fala que o país vai chegar ao fundo do poço, remete-se também ao Legislativo? 
Em meio a crise, bem ou mal, o poder Legislativo funciona. O Judiciário, até agora, tem tido uma boa conduta e não há porque suspeitar que ele vá deixar de julgar poderosos. E a primeira instância tem sido um exemplo de dignidade e de correção com a figura do juiz Sérgio Moro. Então só o que não está funcionando é o governo. A crise está lá.

O senhor tem um posicionamento duro em relação ao seu partido. Há alguma retaliação? 
Eu pago um preço por isso, como não receber projetos para relatar. Eu sou uma pessoa isolada. Mas eu sabia do risco que estava correndo.

Mas o senhor cogita trocar de partido? 
Não, não. Prefiro ficar no PMDB como dissidente. Porque não teve reforma política, que foi uma piada, e não se criou condições de fazer partidos para valer no Brasil.