quarta-feira, 25 de abril de 2012

Sou um fora-da-lei - Fui multado por pagar escola para os meus funcionários


Silvino Geremia, de 
Acabo de descobrir mais um desses absurdos que só servem para atrasar a vida das pessoas que tocam este país: investir em educação é contra a lei. Vocês não acreditam? Minha empresa, a Geremia, tem 25 anos e fabrica equipamentos para extração de petróleo, um ramo que exige tecnologia de ponta e muita pesquisa.
Disputamos cada pedacinho do mercado com países fortes, como os Estados Unidos e o Canadá. Só dá para ser competitivo se eu tiver pessoas qualificadas trabalhando comigo. Com essa preocupação criei, em 1988, um programa que custeia a educação em todos os níveis para qualquer funcionário, seja ele um varredor ou um técnico.
Este ano um fiscal do INSS visitou a empresa e entendeu que educação é salário indireto. Exigiu o recolhimento da contribuição social sobre os valores que pagamos aos estabelecimentos de ensino freqüentados por nossos funcionários, acrescidos de juros de mora e multa pelo não recolhimento ao INSS.
Tenho que pagar 26 000 reais à Previdência por promover a educação dos meus funcionários? Eu acho que não. Por isso recorri à Justiça. Não é pelo valor, é porque acho essa tributação um atentado. Estou revoltado. Vou continuar não recolhendo um centavo ao INSS, mesmo que eu seja multado 1 000 vezes.
O Estado brasileiro está falido. Mais da metade das crianças que iniciam a 1a série não conclui o ciclo básico. A Constituição diz que educação é direito do cidadão e dever do Estado. E quem é o Estado? Somos todos nós. Se a União não tem recursos e eu tenho, eu acho que devo pagar a escola dos meus funcionários.
Tudo bem, não estou cobrando nada do Estado. Mas também não aceito que o Estado me penalize por fazer o que ele não faz. Se a moda pega, empresas que proporcionam cada vez mais benefícios vão recuar.
Não temos mais tempo a perder. As leis retrógradas, ultrapassadas e em total descompasso com a realidade devem ser revogadas. A legislação e a mentalidade dos nossos homens públicos devem adequar-se aos novos tempos.
Por favor, deixem quem está fazendo alguma coisa trabalhar em paz. Vão cobrar de quem desvia dinheiro, de quem sonega impostos, de quem rouba a Previdência, de quem contrata mão-de-obra fria, sem registro algum.
Sou filho de família pobre, de pequenos agricultores, e não tive muito estudo. Completei o 1o grau aos 22 anos e, com dinheiro ganho no meu primeiro emprego, numa indústria de Bento Gonçalves, na serra gaúcha, paguei uma escola técnica de eletromecânica. Cheguei a fazer vestibular e entrar na faculdade, mas nunca terminei o curso de Engenharia Mecânica por falta de tempo.
Eu precisava fazer minha empresa crescer. Até hoje me emociono quando vejo alguém se formar. Quis fazer com meus empregados o que gostaria que tivessem feito comigo. A cada ano cresce o valor que invisto em educação porque muitos funcionários já estão chegando à Universidade.
O fiscal do INSS acredita que estou sujeito a ações judiciais. Segundo ele, algum empregado que não receba os valores para educação poderá reclamar uma equiparação salarial com o colega que recebe. Nunca, desde que existe o programa, um funcionário meu entrou na Justiça.
Todos sabem que estudar é uma opção daqueles que têm vontade de crescer. E quem tem esse sonho pode realizá-lo porque a empresa oferece essa oportunidade. O empregado pode estudar o que quiser, mesmo que seja Filosofia, que não teria qualquer aproveitamento prático na Geremia. No mínimo, ele trabalhará mais feliz.
Meu sonho de consumo sempre foi uma Mercedes-Benz. Adiei sua realização várias vezes porque, como cidadão consciente do meu dever social, quis usar meu dinheiro para fazer alguma coisa pelos meus 280 empregados.
Com os valores que gastei no ano passado na educação deles, eu poderia ter comprado duas Mercedes. Teria mandado dinheiro para fora do país e não estaria me incomodando com leis absurdas. Mas não consigo fazer isso. Sou um teimoso.
No momento em que o modelo de Estado que faz tudo está sendo questionado, cabe uma outra pergunta. Quem vai fazer no seu lugar? Até agora, tem sido a iniciativa privada. Não conheço, felizmente, muitas empresas que tenham recebido o tratamento que a Geremia recebeu da Previdência por fazer o que é dever do Estado.
As que foram punidas preferiram se calar e, simplesmente, abandonar seus programas educacionais. Com esse alerta temo desestimular os que ainda não pagam os estudos de seus funcionários. Não é o meu objetivo.
Eu, pelo menos, continuarei ousando ser empresário, a despeito de eventuais crises, e não vou parar de investir no meu patrimônio mais precioso: as pessoas. Eu sou mesmo teimoso.

Ministra defende a volta ao Brasil de menino 'raptado' pelo pai


Enviado por Jorge Antonio Barros - 
25.4.2012
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18h23m
CASO SICOLI


O menino A.B.B.S, de 3 anos, foi levado pela avó para visitar o pai, o professor de educação física Márcio Sicoli, que vive nos Estados Unidos, e não foi mais devolvido para a mãe, Isabel Bierrenbach, que vive no Rio. O pai é técnico das jogadoras de vôlei de praia Walsh e May e a coluna de Ancelmo Gois, do GLOBO, informou no dia 21 que o técnico não veio a Brasília acompanhando as atletas por causa do conflito.
A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República interveio no caso e já conseguiu o apoio do Departamento de Justiça americano para que colabore a fim de que o menino volte para o Brasil e então sua guarda seja disputada na Justiça brasileira. A Secretaria de Direitos Humanos agiu com rapidez após receber a denúncia feita em março pela mãe do menino, Isabel, de que o pai decidira não mais devolvê-la, em fevereiro deste ano. A Secretaria registrou o caso como abdução de crianças (traslado ilícito para outro país mediante o uso de força ou fraude).
O governo brasileiro conseguiu agir no caso com base na Convenção de Haia sobre subtração internacional de crianças, da qual o Brasil e Estados Unidos são signitários.
-- O melhor é que a família pense na criança e entre num acordo porque os processos são morosos e quem sai perdendo é a criança. Não é razoável que exista uma disputa. O nosso primeiro objetivo é mediar o conflito e contribuir para que o menino volte para o Brasil, onde tem moradia. E a disputa pela guarda deveria ocorrer no local onde a criança residia, como determina a Convenção de Haia -- explicou ao blog a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, acrescentando que tem aumentado o número de casos de disputa internacional de guarda de crianças, mas é a primeira vez que se vê diante de um conflito no qual pai e mãe são brasileiros.
O tratado, do qual o Brasil é signatário, tenta garantir os direitos da criança.  Segundo juristas, em casos de abução ou sequestro de menor por um dos pais, a convenção é clara ao determinar o retorno imediato da criança ao país onde morava, cuja Justiça é a responsável por decidir com quem fica a guarda.
Segundo o avô do menino, Reinaldo Bierrembach, o pai, Márcio Scoli, está irredutível e recusou qualquer proposta feita pela mãe, para estar com filho durante vários períodos por ano. Scoli não quer se pronunciar sobre o caso.
-- Ele (o pai) teria toda a liberdade de ver e estar com a criança, mas agora não quer abrir mão de ficar com o menino nos Estados Unidos. E o pior é ele tem dificultado o contato da criança com a mãe. O menino está completamente perdido sem entender nada -- contou o avô.
A história começou quando Márcio Sicoli e Isabel Bierrembach -- formada em Comércio Exterior -- se separaram no ano passado. Eles haviam se casado em 2005 e viviam no Rio de Janeiro. Em 2007, mudaram-se para Los Angeles, onde Márcio foi trabalhar como técnico de vôlei e professor da Universidade de Petterdime, na California. Com a separação, Isabel retornou ao Rio em outubro do ano passado, já com o menino, que nasceu em Harbour County, em Los Angeles, e tem passaporte americano e brasileiro.
Segundo a mãe declarou à Secretaria de Direitos Humanos, o pai concordou com a mudança e teria inclusive participado de decisões importantes como escolha da escola do filho. No Natal, o pai veio visitar o filho e pediu que ele pudesse passar o mês de janeiro com ele em Los Angeles. A mãe autorizou a viagem e, ao final do mês de janeiro, o pai teria informado que, além de não retornar com o filho, ingressou com uma ação de guarda nos EUA.

"Não deixem de ler este artigo" - Como alavancar a inovação?



Em entrevista ao Mundo do Marketing, Luiz Serafim, Head de Marketing Corporativo da 3M do Brasil, explica quais são os passos mais importantes para inovar

Por Sylvia de Sá, do Mundo do Marketing | 24/04/2012

sylvia@mundodomarketing.com.br

inovação,entrevista,3m,luiz serafimO cenário de inovação no Brasil ainda está longe de ser positivo, principalmente se comparado ao status e à importância que a economia do país vem ganhando. A tendência, no entanto, é que este processo se acelere nos próximos anos, com investimentos de empresas locais, do Governo e de players internacionais que trazem para cá seus centros de desenvolvimento, como GE e IBM.

Em entrevista ao Mundo do Marketing, Luiz Serafim, Head de Marketing Corporativo da 3M do Brasil, fala sobre os pontos essenciais da inovação, além das principais dificuldades e obstáculos encontrados durante o processo. “A empresa precisa decidir muito bem o que quer da inovação, criar a sistemática e alocar os recursos para buscar o objetivo que foi definido”, destaca.

O executivo, que também é autor do livro “O Poder da Inovação – Como alavancar a inovação na sua empresa”, lançado pela editora Saraiva, aponta empresas como Natura, Petrobras e Grupo Pão de Açúcar como alguns dos cases de destaque no Brasil. Leia a entrevista na íntegra.

Mundo do Marlerting: Como alavancar a inovação em uma empresa?
Luiz Serafim:  A abordagem que temos e defendemos no livro é que a inovação faz parte de um sistema, um conjunto de crenças, valores e princípios que são cultivados, se complementam e interagem entre si. Em primeiro lugar, a empresa deve definir o que é inovação para ela, ter uma visão estratégica do que quer ver no futuro e alinhar os investimentos em pessoas, laboratório e tecnologia com base nisso.

Outro tópico vital é a capacitação e o desenvolvimento das lideranças da empresa. Todos os líderes da companhia devem atuar juntos, não somente o presidente. Essas pessoas têm um papel fundamental para transformar suas áreas. Precisam ouvir a ideia de um funcionário e respeitá-la para alocar recursos e mostrar reconhecimento. É preciso também criar redes de relacionamento, tanto internamente, para que um funcionário aprenda com o outro, quanto com clientes e parceiros. Para alavancar a inovação, é necessário ter essa dimensão de sistema e trabalhar vários tópicos que vão caminhar nesse sentido.

Mundo do Marketing: Existem ferramentas e metodologias no processo de inovação?
Luiz Serafim: Diria que são duas partes. A primeira é desde os brainstorms e técnicas para gerar ideias de forma inédita, original e diferenciada. Há caminhos para captar a experiência do consumidor, com pesquisas antropológicas e etnográficas, por exemplo, roteiros que você tem que cumprir para poder ir ao ambiente e observar o momento do consumidor. Essas são algumas ferramentas na geração de ideias.

Há outro conjunto de ferramentas de gestão de projetos. Ao gerar um monte de ideias, criar um canal e fazer uma sessão de brainstorm, não se pode trabalhar em tudo. Não há recurso, tempo ou objetivos mais específicos. É necessário primeiro alinhar as ideias a serem trabalhadas, criando um mecanismo de priorização. Depois, em cada ponto de um projeto inovador, há ferramentas para tudo: protótipo, recursos para verifcar viabilidade, se é possível fabricar e distribuir com um determinado custo etc.

Mundo do Marketing: Em relação ao ambiente organizacional, que tipo de cultura a empresa precisa ter para inovar?
Luiz Serafim:  Uma empresa inovadora tem que ser boa para se trabalhar e ter vários ambientes positivos para a inovação. O acesso às pessoas deve ser muito fácil. Independentemente do nível hierárquico, os funcionários precisam chegar e falar com o presidente, o diretor, o gestor, ou qualquer um, de qualquer nível. A outra ideia é a cultura de uma empresa que dá autonomia para o funcionário, princípio que a 3M tem em sua história. Acreditamos que aquele funcionário não é só um robô que executa tarefas, mas deve ser encorajado a tomar suas próprias iniciativas. Dizemos o caminho e ele quem vai buscar. Estimulamos o crescimento da pessoa para ela buscar e se inspirar. Isso é altamente motivador para uma empresa inovadora. O passo seguinte, quando você estimula o empreendedorismo e incentiva as ideias, é reconhecer. Depois que a pessoa sai da zona de conforto e traz uma ideia que dá certo, é preciso reconhecer.

Outro tópico é a tolerância ao erro, presente na própria 3M e em empresas como o Google. Um ambiente de inovação tem que ter essa tolerância ao erro, que não deve ser confundida com tolerância à baixa performance. Gerar um produto inovador, mesmo que use todas as ferramentas, muitas vezes não dá certo, não pega. Neste caso, temos que ter uma cultura que aprenda com esses erros e não traga punição, senão é criada uma cultura de aversão a risco e isso é gravíssimo para uma empresa. É preciso estimular o risco para que haja inovação.

Mundo do Marketing: Quais são os desafios, os obstáculos da inovação?
Luiz Serafim: A organização não definir o que quer da inovação é um obstáculo. Para ter sucesso, é necessário foco. Sem criar métricas e alocar recursos para buscar os objetivos traçados é fatal. A empresa precisa decidir muito bem o que quer da inovação, criar a sistemática e alocar os recursos para buscar o objetivo que foi definido. Uma síndrome famosa é a de arrogância interna. A organização se acha tão poderosa que ela fecha em si mesma e não busca olhar para fora, as tendências que estão acontecendo, as transformações na sociedade, na economia, e não vê as boas práticas que existem nos concorrentes e em outros setores para que possa se inspirar.

Mundo do Marketing: É caro inovar?
Luiz Serafim: Inovação deve ser vista como um investimento, não uma despesa. A primeira parte de trazer ideias pode quase não custar nada, porque se você tem funcionários motivados, engajados, eles podem dar várias ideias e o custo disso é pequeno, mas é necessário ter a ideia do investimento em pesquisa de mercado, observação, e isso custa alguma coisa. Quando se está no desenvolvimento do projeto, na parte de gestão de processos, é preciso desenvolver um protótipo, investir na defesa da propriedade intelectual, registrar o produto, fazer pesquisas para validar o conceito com o consumidor. Isso custa dinheiro. Por isso é importante se você traçou muito bem o objetivo pela inovação para conseguir usar ferramentas que priorizam muito bem o que você quer.

Mundo do Marketing: Há especificidades para inovação?
Luiz Serafim: De forma geral, inovação se faz em qualquer lugar. Na área da agricultura, o Brasil, por exemplo, teve grande desenvolvimento de sementes, técnicas de cultivo, de combate a pragas. Na indústria, há uma série de empresas. Hoje, na área de TI, há um grande pólo de desenvolvimento. Serviços investem em processos, logística, comunicação. Você pode inovar, portanto, em qualquer campo. Agora, dentro de cada setor, eu diria que pode haver, sim, especificidades. Há empresas no Brasil que têm um foco muito grande na parte fabril, talvez o negócio delas não seja desenvolver produtos.

Existe hoje um entendimento de que inovação é muito mais que produto. Envolve dimensões de processos internos, relacionamento com os parceiros, comunicação, marca. Uma empresa de consumo, como Skol e Havaianas, tem várias dimensões de inovação, focando muito em experiência do consumidor e marca. Empresas de serviços, como Starbucks, trabalham muito a dimensão de experiência do consumidor na loja. Empresas industriais, como a Embraer, investem em seu produto, no caso os aviões, mas também nos processos de produção. E cada uma delas terá, provavelmente, investigações e desenvolvimentos tecnológicos diferentes.

Mundo do Marketing: Falando em cases da 3M, o que você destacaria de inovação na operação brasileira?
Luiz Serafim: 
A importância da inovação para a 3M global bate em todas as subsidiárias. Se a meta da 3M é que 40% das vendas até 2016 venham de novos produtos, a subsidiária brasileira tem que seguir esse mesmo objetivo e, portanto, investe e trabalha aqui para que isso aconteça. Temos um esforço e um investimento muito grande em Marketing para conseguir capturar essas experiências que falamos lá no começo e um investimento grande para trazer esses insights e essas oportunidades para desenvolver nos nossos laboratórios.

Em 2008, fizemos um novo laboratório aqui no Brasil e estamos expandindo, trazendo equipamentos novos para acelerar o tempo de desenvolvimento dessas experiências e buscando o domínio que a 3M tem lá nos Estados Unidos em algumas plataformas de tecnologia para trazer para cá competências locais. No Brasil, por exemplo, desenvolvemos uma parceria com a Fiat e conseguimos criar uma tecnologia que permitia, ao comprar o Novo Uno, personalizá-lo com a cara do consumidor.

Mundo do Marketing: Que empresas brasileiras você destacaria em inovação?
Luiz Serafim: Não podemos deixar de falar da Petrobras. A Natura certamente é uma empresa que tem processos muito interessantes de estruturação da organização, metodologias e métricas muito fortes. Outra empresa é o Grupo Pão de Açúcar. Fiquei muito impressionado com o trabalho que eles fazem. Há muito inovação no processo de entender o consumidor e o comportamento de consumo, além da transformação dos pontos de venda. O Grupo tem uma loja verde pioneira em Idaiatuba, além de um programa em parceria com a Unilever de coleta de embalagens e resíduos nas lojas, que comemorou 10 anos. A transformação do portfólio das lojas, tudo isso é inovação.

Mundo do Marketing: Como você vê, daqui para frente, a questão da inovação no Brasil?
Luiz Serafim: O cenário de inovação no Brasil, hoje, ainda não é dos mais positivos. Temos melhorado gradualmente, mas ainda é pouco condizente com o status e o tamanho da economia brasileira. Nossos produtos de exportação são basicamente primários. Existe ainda uma oportunidade muito grande. Por outro lado, nunca houve como agora um envolvimento, um engajamento dos players, dos diversos atores da sociedade brasileira, em promover a inovação. Vemos desde iniciativas do Governo, como incentivos fiscais, até os empresários, com a Confederação Nacional das Indústrias, que tem um movimento que se chama Mobilização Empresarial pela Inovação, lançado há uns 2 anos.

Se formos para a academia, há universidades como USP e Unicamp, que encontram mecanismos de transferência tecnológica, onde a pesquisa se desenvolva e seja aplicada para trazer resultado na economia das empresas. Há ainda ações de grandes companhias como a Vale, a própria Natura e a IBM, que está trazendo um laboratório para o Brasil. A GE também está construindo um centro importante no Rio de Janeiro. Grandes empresas globais escolheram o Brasil como um de seus pólos de desenvolvimento. Acredito em maior velocidade nos próximos anos.

Favela: um condomínio sem estatuto e com muitas regras implícitas


Diário das Classes C,D e E
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Postado por Hilaine Yaccoub - 25/04/2012
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Morar num espaço de favela tem algumas questões que só morando mesmo para entender. A princípio não há com quem reclamar... Se o vizinho fala alto e briga com os filhos e te atrapalha a ver novela ou Jornal Nacional, ou se rola briga entre marido e mulher, como se meter? Para quem interfonar? Se a coisa ficar violenta chamamos a polícia????

Se há uma infiltração é preciso muito tato para falar com o vizinho de cima, muitas vezes é melhor arcar com o prejuízo. Estabelecer boas relações com os vizinhos para garantir uma boa convivência é vital, seja na hora do aperto porque é ele que muitas vezes irá te salvar na hora de uma doença ou uma necessidade (um copo de açúcar, ou leite, ou ovos) ou na hora de estabelecer condutas e regras de convivência, que devem ser conversadas com muito jeitinho.

Uma vizinha me contou que morar no andar do meio de qualquer sobrado na favela é a pior coisa que existe. E eu acabo de alugar um, no segundo andar de um miniprédio de 3 andares (se posso dar essa classificação edilícia). Primeiro ela aponta que quem mora no último andar tem acesso às caixas d’água e ao terraço, espaço muito valorizado, a laje é espaço criado, este lugar serve de entretenimento e quintal, portanto, tem privilégios. Além disso, pode servir de base para a construção de um outro andar... E a favela assim se verticaliza.

Quem mora no andar térreo não precisa subir escadas, que normalmente são mal construídas e disformes, com degraus diferentes e estreitos, e por muitas vezes muito íngremes. Os moradores do térreo têm livre acesso à rua, podem colocar a cadeira na porta de casa, aproveitar o espaço da rua, que logo vira um quintal.
E quem mora no meio?
Quem mora no meio convive com os barulhos vindos de cima e debaixo. Tem moradores do andar de cima passando na porta da sua casa (subindo escadas) falando alto. As paredes são finas e dá para escutar tudo, conversas, um copo quebrando, os programas de TV em canais diferentes... E quando os filhos adolescentes do seu vizinho adoram um estilo musical, mas o mesmo gosto não é compartilhado por você? A solução é aguentar.
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A população brasileira como um todo está habituada a viver para dentro da casa, o espírito familiar é a nossa unidade de referência no mundo e não espirito de comunidade, independente de nível ou classe social. Não pense que as pessoas bem nascidas e abastadas conseguem viver em condomínio e prezam pelo bem de todos! Para isso há o estatuto do condomínio, as multas e o papel do síndico que fazem valer a sua autoridade sempre que necessário.

Da mesma forma que a noção de público e privado se misturam nas favelas, assim também ocorre na cidade regular, não se enganem! É uma questão que vai muito além da condição socioeconômica e sim da ordem da estrutura social dos indivíduos, valores e práticas que se aprende e se reproduzem a todo instante ao longo de nossas vidas. E, para conviver com elas, ou aceita e vive-se de acordo, ou aceita e vive-se de acordo.

Frase do dia: A definição de sucesso


O post de hoje não chega a ser uma dica, mas espero que te sirva de inspiração para ter um dia melhor.

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A definição de sucesso
“Rir sempre e muito; ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das crianças; conquistar a apreciação de críticos sinceros e sobreviver à traição de falsos amigos; apreciar a beleza e enxergar o melhor nos outros; deixar o mundo um lugar melhor, seja através de uma criança saudável, um lindo jardim ou retorno dado para a sociedade; saber que uma vida respira com maior facilidade por sua causa.
Isso é ser bem sucedido”
Ralph Waldo Emerson

Qual a diferença entre marca, logotipo, ícone e avatar?



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Muita gente confunde marca com logotipo, assim como logotipo com ícone e avatar. Conceitualmente eles são bem diferentes, mas estes três últimos são quase que fundamentais para o sucesso de uma marca.
marca é o sentimento que uma pessoa tem em relação a uma entidade (empresa, produto, serviço ou outra pessoa). É algo marcado mais pela emoção e paixão do que pela razão e pelos sentidos vitais (como a visão).
Exemplo: quando queremos comprar uma Ferrari, estamos sendo movidos pela paixão de ter uma Ferrari, e não a simples necessidade de comprar um carro.
O exercício da razão e dos sentidos vitais fica por conta dos logotipos, ícones e avatares.
Um logotipo é uma representação gráfica do nome da empresa, por meio de uma tipografia específica. Ela funciona como uma assinatura, sendo estampada desde nas notas fiscais até nos seus produtos.
Exemplo de logotipos
Exemplos de logotipos: Panasonic, Sony, Microsoft, Fiat, Claro, Vivo, Ford, Coca Cola e Google
Um ícone é um símbolo visual que representa o posicionamento no mercado, a aplicação da entidade ou mesmo o sentimento pela marca. Muitas vezes elas substituem os logotipos ou aparecem complementando-as.
Exemplos de ícones:
Exemplos de ícones: Pepsi, Audi, Polo, Firefox, Globo, Ferrari, Lacoste, Chevrolet e Nike.
Quanto ao avatar, pode-se dizer que é a evolução do logotipo e do ícone. É uma representação que pode envolver todos os sentidos humanos, usando principalmente animações e sons.
Exemplos de avatares
Exemplos de avatares: THX, Vivo e Intel
Este post foi inspirado no livro The Brand Gap (O Abismo da Marca) – editora Bookman.

Cabritos tomando conta da horta: quase todos os conselheiros do Tribunal de Contas do Amapá afastados por suspeita de roubalheira


Ricardo Setti - Revista VEJA 24/04/2012
 às 17:23 

Ainda bem que, com críticas que lhes fazemos e tudo, ainda temos um Judiciário — e um Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Mas é absolutamente desalentador saber que foi necessária uma decisão enércia do STJ para afastar “por tempo determinado” nada menos do que 5 dos 7 conselheiros do Tribunal de Contas do Amapá (quase todo o tribunal), suspeitos de envolvimento no desvio de 100 milhões de reais. Eles permanecerão nessa situação, e proibidos sequer de ingressar na sede do TC, enquanto o STJ analisa as provas fornecidas pelo Ministério Público, autor da denúncia.
O ex-presidente do tribunal, Miranda Coelho, tinha carrões de luxo, como este Ferrari, e até um jato executivo (Foto: DPF)
Vejam bem: trata-se de conselheiros do Tribunal de Contas — ou sejam, aquelas autoridades que, supõe-se, devem zelar pelo correto andamento das contas públicas.
Cabritos tomando conta da horta!
Os conselheiros afastados são o presidente do tribunal, Reginaldo Wanderley Salomão, o corregedor Manoel Antônio Dias — o corregedor, amigos leitores, aquele que tem por obrigação cuidar da lisura do trabalho dos demais conselheiros — e mais José Júlio Miranda Coelho, Margarete Salomão de Santana Ferreira e Amiraldo da Silva Favacho.
Segundo o Ministério Público, o desvio teria ocorrido por meio da emissão de cheques e saques da conta do tribunal diretamente na boca do caixa e mediante essa brasileiríssima invenção de pagamentos a funcionários fantasmas.
O relator do caso, ministro João Otávio de Noronha, considerou as suspeitas como “extremamente graves” e refletem “uma situação de desmandos” no Amapá — Estado que o ex-presidente José Sarney representa há 21 anos no Senado.
O pior é que o TC do Amapá é reincidente: há dois anos, descobriu-se uma série de bandalheiras, que começavam com a do ex-presidente da corte, José Júlio de Miranda Coelho, cujas subtrações dos cofres públicos lhe propiciaram uma frota de carros de luxo, começando por uma Ferrari, e um jato executivo Cessna, apreendidos e levados posteriormente a leilão.