segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Vestido de polícia, com documentos falsos de polícia, andando com policiais, ele fez e aconteceu. Agora, está preso



VIDA DUPLA Marinho, ao ser preso: com identidade falsa, o falso policial morava em uma mansão na Ilha do Governador, frequentava boates e dirigia carros de luxo. A bordo de um deles, foi flagrado com 23 carregadores de pistola nas proximidades de uma favela carioca (Foto: Marcos Michael)
VIDA DUPLA Marinho, ao ser preso: com identidade falsa, o falso policial morava em uma mansão na Ilha do Governador, frequentava boates e dirigia carros de luxo. A bordo de um deles, foi flagrado com 23 carregadores de pistola nas proximidades de uma favela carioca (Foto: Marcos Michael)
Reportagem de Leslie Leitão publicada na edição impressa de VEJA

O DISFARCE PERFEITO

Com a fachada de policial exemplar, um dos grandes traficantes de armas do Rio extorquiu, roubou e matou impunemente. Agora, começa a responder por seus crimes
Um homem se infiltra na polícia, usa as gírias da corporação, anda de pistola na cintura, carrega algemas e distintivo e circula em viatura com placa oficial. Aproveita o disfarce para extorquir, roubar e até matar. Descoberto, é julgado e condenado, cumpre pena e, assim que sai da cadeia, retoma a farsa em outro ponto da cidade.
Casa-se com uma moça rica, engambelada pela fachada de homem sério. Parece enredo de filme, mas é o roteiro da vida dupla de um dos maiores traficantes de armas do Rio de Janeiro, Flavio Teixeira Marinho, 40 anos, que vinha se fazendo passar pelo que não era ao longo dos últimos quinze anos, sem ser incomodado. Finalmente, a polícia do Rio o desmascarou pela segunda – e, espera-se, última – vez ao ser flagrado vendendo armas e munições nas imediações de uma favela no subúrbio de Madureira.
Identidade fabricada a partir da ficha de um inspetor de verdade (Foto: Marcos Michael)
Identidade fabricada a partir da ficha de um inspetor de verdade (Foto: Marcos Michael)
A carreira, por assim dizer, de Marinho começou no bairro de Benfica, Zona Norte do Rio, onde foi criado. No fim dos anos 1990, ali ele se casou com a viúva de um policial civil, o primeiro de seus três matrimônios. Ainda sem muita expertise, Marinho colou sua foto na carteira funcional do policial morto, equipou um carro roubado com placas brancas como as usadas pela corporação e, junto com um amigo, montou um esquema de extorsão de traficantes numa região a 30 quilômetros de distância de onde vivia.

Dirceu diz que não vai fugir. É… Fugir de uma democracia para a ditadura cubana pegaria mal…


José Dirceu, o recluso de Vinhedo (SP), que estaria numa espécie de retiro político, alheio ao julgamento, decidiu falar. Concedeu uma entrevista para afirmar que não vai fugir do Brasil se condenado porque tal postura não coincidiria com sua história heroica.

Que bom, né?! Quem andou especulando sobre espetaculosas ações de resistência caso venha a ser apenado pela Justiça foram seus admiradores, não seus adversários. Entende-se o ambiente em que a imaginação dessa gente fermenta saídas rocambolescas.
O Zé, como é sabido por intermédio de algumas de suas escolhas, não é um grande admirador da democracia. Este grande amigo de Cuba, que escolheu aquela ilha para tentar organizar a resistência — consta que teriam faltado ao agora “consultor de empresas”  disciplina e tutano revolucionários —, aprecia um outro padrão de Justiça.
Por aqui, à diferença da ilha de seus sonhos, tem direito à defesa.
Por Reinaldo Azevedo

Como urubus da sorte alheia, petistas gravam em favela em que houve incêndio



O PT demonstra ignorar, definitivamente, qualquer noção de vergonha, de pudor, de limites. Uma equipe de Fernando Haddad, candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, nem esperou os bombeiros concluírem o trabalho de rescaldo no incêndio da favela do Moinho e já estava lá, fazendo proselitismo com a tragédia e o sofrimento alheios. Daqui a pouco saio para o programa da VEJA.com. Na volta, quero lembrar um pouco a história dessa favela. Vou demonstrar como o petismo e suas franjas lutaram contra a remoção de moradores do local. Agora que a desgraça aconteceu, estão lá, como urubus. Leiam o que informa o Estadão:
Por Diego Zanchetta:
Logo após as equipes dos Bombeiros controlarem o incêndio na Favela do Moinho, na zona oeste de São Paulo, uma equipe do candidato Fernando Haddad (PT), com cinegrafista, operador de áudio e dois produtores, pegava depoimentos de famílias desabrigadas. Eram 10h20 quando um dos jornalistas que acompanhava o grupo mandou o câmera focar na desabrigada Joazina Pereira, de 38 anos, que fazia críticas ao bolsa-aluguel da Prefeitura e ao prefeito Gilberto Kassab (PSD).
“Esse Kassab não quer dar moradia para nós, ele quer é deixar a gente na rua, sem nada”, bradava a desabrigada. A equipe que fazia as gravações é da Pólis Produtora, uma das responsáveis por fazer imagens para a campanha do petista. Indagado pela reportagem do Grupo Estado se era de alguma campanha política, o jornalista que estava com o grupo admitiu que fazia imagens para a campanha do PT.
“Sou da produtora do João Santana, vim aqui porque o Haddad tem um trabalho aqui na comunidade”, argumentou o jornalista, que pediu para não ter o nome citado em reportagem. Procurada, a assessoria de imprensa do candidato confirmou que uma equipe foi gravar imagens na favela. “O Haddad já visitou a comunidade e se sensibilizou com a situação dos desabrigados. A equipe esteve no local pela relevância jornalística do fato. Não temos decisão de as imagens serão ou não usadas”, informou a assessoria do candidato.
Os profissionais ligados à campanha do PT estavam entre os primeiros a entrar na favela logo após o incêndio ser controlado, por volta das 9 horas. Eles tentavam fazer depoimentos particulares e tentavam impedir que outros repórteres entrassem na entrevista, para não atrapalhar as imagens. Um fotógrafo e um operador de áudio ajudavam a fazer a “produção”, com perguntas sempre direcionadas para serem respondidas com críticas.
Os produtores também fizeram imagens de barracos destruídos e das famílias desabrigadas que permaneciam acampadas na rua ao lado da favela. Eles também acompanharam o drama da dona de casa Valmira dos Santos, de 36 anos, que perdeu tudo e não tinha para onde ir com o marido e os seis filhos. “Esse bolsa-aluguel do Kassab não resolve nada, nós queremos é moradia”, criticava.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

Denúncia de Valério que envolve Lula tem de ser investigada, diz procurador-geral

Por Laryssa Borges, na VEJA. com:O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse nesta segunda-feira que são “importantes” as revelações feitas pelo publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza sobre o envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão e de como o petista sabia de cada detalhe do esquema de arrecadação de recursos e de corrupção de parlamentares no Congresso. Conforme revelou VEJA, Valério começou a detalhar nuances do pacto que fez com políticos para tentar garantir penas mais leves no esquema do mensalão.
De acordo com VEJA, o publicitário também projeta que o esquema criminoso movimentou pelo menos 350 milhões de reais. O Ministério Público apontou que o mensalão foi abastecido com 55 milhões de reais de empréstimos dos bancos Rural e BMG e cerca de 74 milhões de reais desviados do Visanet, fundo abastecido com dinheiro público e controlado pelo Banco do Brasil. 
“Marcos Valério é uma pessoa que, ao longo de todo o processo, deixou muito claro que é um jogador. Mas é claro que são declarações importantes que devem ser examinadas”, disse nesta segunda Roberto Gurgel ao chegar para a 24ª sessão plenária convocada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar a ação penal do mensalão.
Para o chefe do Ministério Público, como o ex-presidente Lula não detém mais foro privilegiado, uma eventual investigação deveria ser conduzida em primeira instância. Na hipótese de abertura de um processo a partir das revelações de Valério, Gurgel disse que, em tese, seria possível que o publicitário pudesse costurar um acordo de delação premiada. 
“Delação premiada em novo processo é, digamos, possível. Nesse processo do mensalão, não mais”, afirmou o procurador-geral.
PassaportesApesar de ter defendido a prisão imediata dos réus condenados no julgamento do mensalão, Roberto Gurgel evitou afirmar hoje se pretende requisitar a apreensão de passaportes dos 37 réus julgados pela corte para evitar que eles fujam do país.
Por Reinaldo Azevedo

Candidatos mentem mais nos debates do que no horário eleitoral, e jornalismo acaba servindo de escada para pilantras e embusteiros. Ou: Os cachinhos de Chalita


Olhem, até tentei assistir ao debate TV Cultura-Estadão para a Prefeitura de São Paulo… Não consegui. Se eu ler alguma coisa interessante a respeito, comento depois. Mas assistir àquilo? Impossível. Liguei a TV no momento em que Celso Russomanno (PRB) fazia uma pergunta a Carlos Giannazi (PSOL) sobre segurança pública, que estaria muito ruim na cidade.

O homem do PSOL não teve dúvida. Com aquela sua cara que parece uma máscara de cera, paralisada pelo botox, afirmou que a segurança estaria um caos, fora do controle etc e tal. A ironia é que a capital paulista é hoje, consideradas as 27 do país, aquela em que há o menor número de homicídios por 100 mil habitantes.
Se algum outro candidato quisesse prestar esse esclarecimento, não poderia. O jornalismo também está proibido de fazer intervenção. Resultado: os candidatos mentem mais nos debates do que no horário eleitoral. Mais adiante, o mesmo Giannazi afirmou que, se eleito, não vai mais pagar a dívida da cidade com a União porque ela já teria sido paga etc e tal. E que iria governar com o povo, não com partidos conservadores. Ah, agora entendi…
E não é dia de Zorra Total.
“Esta sugerindo censura, Reinado Azevedo?” Uma ova! Estou sugerindo que o jornalismo não seja refém de pilantras. A forma dos debates precisa mudar. O UOL chegou a ensaiar uma proposta interessante, que consiste em dar aos debatedores um banco de minutos, que eles usariam como lhes parecesse melhor. Russomanno não topou. Na forma atual, o jornalismo acaba servindo de escada para pilantras e embusteiros.
De diferente mesmo no debate só o cabelo meticulosamente desalinhado de Gabriel Chalita, com alguns cachinhos caindo na testa, mas com um gel que lhe confere um brilho muito especial… Deve ter sido coisa de seu “personal populêitor Tabajara”…
As emissoras de TV e jornais que promovem debates têm de decidir até quando vão participar do que virou uma pantomima antijornalística — partindo-se do princípio, claro, de que o jornalismo tem um compromisso com a verdade.
Por Reinaldo Azevedo

O São Jorge de bordel nem desconfia que farra foi longe demais e a casa pode cair


Augusto Nunes

Em agosto de 2005, num texto publicado no Jornal do Brasil, lembrei que a vida de adolescente em cidade pequena era bem menos divertida antes da revolução dos costumes desencadeada no fim dos anos 60. As moças se casavam virgens, motel só aparecia em filme americano, drive-in era coisa da capital. A esfregação nunca ia muito longe. E também os jovens  nada saberiam de sexo se não houvesse, em qualquer município com mais de 10 mil habitantes, uma zona.
Ninguém chamava pelo nome completo ─ zona do meretrício ─ aquele punhado de casas com uma luz vermelha na varanda, plantadas no difuso território onde a cidade já acabou sem que o campo tenha começado. O mobiliário se limitava à mesa com cinco ou seis cadeiras, um sofá, três ou quatro poltronas e uma vitrola antiga. Às vezes, nem isso. O que não podia faltar eram a cama de casal em cada quarto e o quadro de São Jorge na parede da sala.
Bonito, aquilo. Os trajes de guerreiro, o corcel colérico, a lança em riste, o dragão subjugado, as imagens beligerantes contrastavam esplendidamente com a expressão beatífica. Todo santo de retrato é sereno, mas nenhum se mete com monstros que soltam fogo pelas ventas. Só um São Jorge de bordel poderia arrostar tamanho perigo com aquela placidez  que sublinhava o espetáculo da coragem.
Concentrado no duelo tremendo, o exterminador de dragões não prestava a menor atenção no que acontecia fora do retrato. Na sala, prostitutas e clientes negociavam o acerto que os levaria a algum dos quartos escurecidos pela meia-luz que eternizava o crepúsculo. Deles não paravam de chegar sons muito suspeitos, mas o santo guerreiro nada ouvia. Estava na parede para proteger a zona do meretrício, não para vigiá-la. Quem luta com dragões não perde tempo com batalhas de alcova.
São Jorge de bordel era chamado naquele tempo todo homem que mantinha a cara de paisagem enquanto desfilavam a um palmo do nariz iniqüidades, bandalheiras e delinqüências. O filho abandonara os estudos, a filha se apaixonara pelo cafajeste do bairro, a mulher vivia arrastando vizinhos para o quarto do casal, o sobrinho furtava as economias da avó — e a tudo seguia indiferente o chefe de família. Como um São Jorge de bordel.
Como um São Jorge de bordel sempre agiu Luiz Inácio Lula da Silva. O advogado Roberto Teixeira nunca lhe cobrou aluguel pela casa onde Lula viveu durante oito anos. O inquilino fez de conta que nem notou. Em 2002, sobrou o dinheiro que faltara às campanhas anteriores. Lula não fez perguntas sobre o milagre. Tampouco quis saber quem financiara a milionária festa da vitória na Avenida Paulista.
Instalado no gabinete presidencial, não enxergou as agudas mudanças na paisagem. Bons parceiros como Djalma Bom estacavam na secretária do ajudante de ordens. Entravam sem bater na sala presidencial aliados como Pedro Correia ou Valdemar Costa Neto. Fundadores do PT eram expulsos do partido. Roberto Jefferson ganhava cheques em branco.
Sílvio Pereira e Delúbio Soares se tornaram clientes assíduos da casa, ganharam salas para negociar com a freguesia, assimilaram hábitos de novo-rico. Lula não ouviu o ronco do Land Rover de Silvinho nem a barulheira dos jatinhos de Delúbio. Não percebeu que sindicalistas promovidos a diretores de banco agora usavam gravata borboleta.
Despertado pelo ruído provocado por Waldomiro Diniz, voltou a dormir depois das explicações sussurradas por José Dirceu. Lula não ouviu o governador de Goiás, Marconi Perillo, assombrado com a desenvoltura dos trambiqueiros aliados que tentavam comprar mais deputados. Não quis ouvir a mesma denúncia repetida por Roberto Jefferson. Não enxergou a expansão do pântano. Não viu as marcas de lama nos tapetes do Planalto.
Num prostíbulo de antigamente, a figura protetora desceria da parede para botar ordem na casa. Num Brasil em decomposição moral, o presidente só quebra o silêncio de São Jorge de bordel para berrar improvisos insensatos. Em seguida, volta ao retrato.
Passados sete anos, o São Jorge de São Bernardo faz de conta que nem sabe direito o que se passa no Supremo Tribunal Federal. Jura que, em vez de acompanhar o resgate da roubalheira de verdade, prefere gastar o cérebro baldio seguindo as bandalheiras inventadas pela novela das nove. A fila dos condenados aumenta, mas Lula continua fingindo que nada viu, nada ouviu e de nada soube. Marcos Valério começou a abrir a medonha caixa preta.


Pela primeira vez, como registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, uma alta patente da quadrilha confirmou que falta alguém no banco dos réus do Supremo. Nem assim o chefe da seita se anima a falar em mensalão. Acha que vai ficar até o fim dos tempos pendurado no retrato na parede.
Não percebeu que a farra na zona foi longe demais. Nem desconfia que a casa pode cair a qualquer momento.

Em 1982, a candidatura de Brizola foi inflada como a de Russomanno hoje.



Roberto Nascimento
Em 1982, o regime militar inflou a candidatura do governador Leonel Brizola, que estava em quarto lugar nas pesquisas, para afastar o primeiro da disputa segundo o IBOPE, o deputado Miro Teixeira, e assim abrir caminho para a vitória do candidato oficial da Arena, o hoje ministro Moreira Franco.
Resultado: Brizola cresceu acima do esperado e venceu as eleições, antes tentaram utilizar um denominado Comando Delta nos computadores do TRE para contar votos nulos e brancos para o candidato Moreira. Descoberta a farsa, perderam o bonde da história e Brizola governou pelos  quatro anos alavancando o PDT.
Aqui em São Paulo, de onde escrevo essas linhas, a mesma tática está sendo utilizada tendo como ator principal o candidato Russomanno. No momento, sua pipa está subindo e tirando votos dos eleitores do PT e do PSDB e deixando nas últimas posições, os candidatos Soninha, Chalita e Paulinho da Força Sindical, os quais disputarão o último lugar da tabela eleitoral.
Na parte de cim, os três primeiros travam uma disputa acirrada pelo primeiro lugar no pódio. Pelo andar da carruagem, dificilmente Celso Russomanno deixará a ponta no primeiro turno. Logo, o segundo lugar será definido voto a voto entre Serra e Haddad. Estão tecnicamente empatados. A definição virá nos minutos finais, ou seja, nas vésperas da eleição.
Acredito que os debates na televisão e a contundência dos ataques no horário eleitoral gratuito de lado a lado serão os fatores decisivos na definição do segundo lugar.
Haddad leva pequena vantagem, em virtude da presença constante do ex-presidente Lula e de Marta Suplicy no apoio de seu candidato, enquanto o ex-presidente FHC e o atual prefeito Kassab apóiam timidamente o candidato Serra. Para ganhar uma eleição, não se pode nem ao menos dormir direito, quanto mais agir vagarosamente na campanha. FHC, um intelectual, não fala aquilo que o povo quer ouvir, pois seu academicismo aflora em sua retórica arrastada.
O recado está dado, agora o segundo turno é outra eleição, então o segundo colocado no primeiro vencerá com certa tranquilidade o cavalo paraguaio. Tem sido assim nas eleições majoritárias, ocorrendo o contrário, pode ser considerada uma tremenda zebra.
Vamos esperar para ver. Deixem as paixões de lado e analisem a luz da lógica e da realidade.

Mobília, Conflito e Mediação, por Elton Simões


GERAL


Infelizmente, não dava para culpar o trânsito ou o clima. As ruas organizadas, o tempo bom de fim de verão e o céu azul desautorizavam o trânsito e a meteorologia como desculpas para o atraso no meu primeiro dia na Universidade de Victoria.
Na classe, fui recebido pela professora com um sorriso. Ela coordenava um grupo de pessoas que rearranjavam a mobília da sala, dando instruções detalhada sobre onde cada peça de mobiliário deveria estar. Terminada a atividade, explicou que arrumar a mobília e decidir os detalhes do cardápio são duas das mais importantes atividades do mediador de conflitos.
Eliminar qualquer barreira ao contato físico, maximizar as oportunidades de comunicação entre as partes são duas ferramentas importantes na mediação. Comunicação e contato físico humanizam e melhoram a empatia entre as partes de um conflito. Por isso, a maneira como a mobília é distribuída, combinada e os detalhes de como as refeições são compartilhadas se tornam cruciais para o sucesso de uma mediação.
De fato, a existência do conflito não é por si só, negativa. Conflito é parte da convivência social e, consequentemente, inevitável. Eles oferecem a oportunidade de comparar diferentes abordagens para um mesmo conjunto de fatos ou realidades.
Servem de catalisadores para inovações, mudanças, crescimento e progresso. Os conflitos são, em geral, positivos. É o gerenciamento dos conflitos que pode resultar em violência, desperdício de esforços ou impasses.
Os sintomas de que as partes estão presas em um conflito improdutivo são claros. Em primeiro lugar, elas se dissociam, ou seja, interrompem qualquer tipo de contato com a outra parte e, ao mesmo tempo, intensificam seu comportamento sem qualquer tentativa de comunicação visando à solução da disputa.
O segundo e mais grave sintoma aparece quando as partes em disputa passam a justificar seu comportamento com o argumento de que não existe qualquer alternativa à solução da disputa, independentemente dos seus custos e consequências.
É neste momento que o conflito vira um fim em si mesmo, em uma espécie de Fla-Flu ideológico.
Neste ponto, o beneficio do confronto de ideias se perde e cede lugar à ideia de que a coexistência pacífica de partes com posições diferentes é impossível. As partes atribuem unicamente ao adversário a culpa. Aos adversários, somente é reservado o direito de concordar.
Mediar é promover a comunicação efetiva entre as partes. Ainda que isto requeira rearranjar os móveis da sala. 

Elton Simões mora no Canadá há 2 anos. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria). Emailesimoes@uvic.caEscreve aqui às segundas-feiras

CHARGE DO PAIXÃO

Paixão

SATÂNICA AGÊNCIA NACIONAL



Walter Marquart
Mais uma para sujeitar o Brasil ao cinismo lulo-petista. “Cumprindo minhas funções de Presidente, fica, por meio desta MP, criada a Agência Nacional que regerá a malandragem nacional, existentes ou futuras” (trabalho, o instrumento mais eficaz no combate à criminalidade, fica relegado para as calendas) “Nomeio para Diretora da Agência, a Senhora Governabilidade, a quem tenho a honra de empossar e a quem recomendo sintonizar-se com minha aliada, a ética na politiqueta politiqueira; esquecido.
Para substituir o trabalho, será liberado o complexo “comércio”, que garante o suprimento das drogas. Garantiremos polpudos incentivos fiscais pra que as Farcs colombiana construam “plantas industriais” para a produção de cocaína para suprir a demanda no atacado e varejo. A verba não contabilizada que aproxima os inimigos e destrói os bem-intencionados, será incentivada. O político carcomido pelo retrocesso constrói o seu castelo com muita fantasia, aumentando o número de funcionários e, sempre que possível, aumentando o número de congressistas e seus servidores (estes serão apoiados).A fantasia os leva a decretar planos do tipo cruzado, promulga leis para não serem respeitadas e, para pagar votos, até sugere a criação de Bolsas eleitoreiras e zonas sarneysianas de livre comércio (para facilitar o contrabando e a putaria); Os “narco-sindicialistas”, viajantes de luxo que enchem aero-lulas e o saguão dos melhores hotéis do mundo, esqueceram o trabalho e gargalhando escondem a sua vida corrupta, irresponsável e incompetente governança e onça e o criminoso aparelhamento do Estado; elegeram as privatizações do FHC para exemplificar quão danoso, para o PT que perdeu milhares de postos onde poderiam amontoar milhares de “cumpanhêro” É isto aí!
Fantasiadores sabem que nas zonas de livre opção não existem bobos, todos se tornam “hetero-homo-imorais”, isto é, passam a viver apresentando-se com estilo que não praticam, dizem ser o que não são. Propalam serem defensores do trabalhador e escondem que são os seus algozes. Os que defendem a tese dos recursos públicos para campanha eleitoral devem com urgência, lutar para reduzir o número de picaretas com pele de políticos. Claro que existem servidores honestos, mas Brasília, seus prédios megalômanos e os quereres desonestos, não cabem no PIB brasileiro. A iníqua, injusta e o perdulário costume brasiliense, cada vez mais exigente, não podem mais ser bancados pelo bom senso. Onde não há respeito ao direito alheio, até as leis passam a ter o destino da sola do sapato (servem para pisar na merda e sofrer desgaste). Comunidade pagar campanhas políticas, aprovar fundos públicos de campanha para elegerem compromissados com a corrupção e aprovação de leis iníquas que protegem os nichos dos próprios eleitos? Com um número drasticamente menor de conselheiros e Congressistas, a população não ficaria tão refém dos conluios satânicos mantidos por Brasília, que cria e alimenta os cupins do orçamento.  Quem sabe se até a democrática proporcionalidade do voto voltasse a ser compreendida e reintroduzida, e com ela, os democratas.   A subserviente CLT, os empréstimos consignados na versão sofisticada para compra de votos, em parceria com os cartões plásticos assistencialistas, é a filosofia diabólica que o sindicalismo, que os narco-socialistas introduzirm no lugar do prometido trabalho. Empréstimo consignado é novidade filosófica da escola do ludibrio e da mentira, que dá um refresco e depois deixa a vítima morrer de sede, até que a última prestação lhe seja apresentada na sepultura, e lhe imponham a pecha de inadimplente. O NÃO deve ser a resposta que cem por cento da população dará à pergunta se aprova as super remunerações e a super previdência do setor público; O NÃO será repetido até que anulem as duplicidades de aposentadorias para uns sacanas que se intitulam privilegiados e especiais. Será que ainda conseguiremos retirar o Brasil do fundo do oceano da corrupção?
Brasília, seu peso está afundando o Brasil. A fundada esperança é que os Juízes do STF (Supremo Tribunal Federal, não percam  a oportunidade de entronizar a dignidade. Temos que confiar para que o julgamento do mensalão não venha retirar a independência da Justiça. Sabemos que Lula & Cia estão tentando.
Tuas maluquices são maiores do que o PIB brasileiro
(1) Fotomontagem: Sérgio Roma

RASGUEM AS ROUPAS E JOGUEM CINZA SOBRE A CABEÇA



Ralph J. Hofmann
Independentemente do bom desempenho do STF no caso do mensalão há um cheiro de capela funerária pairando sobre o senado e o próprio Supremo desde que Lula optou por indicar um prestador de serviços de pouca experiência para o cargo de um dos supremos magistrados do país.
Lula veria o cargo de ministro do supremo como uma função qualquer, como por exemplo, o ministério da cultura ou o da energia para o qual poderia indicar uma pessoa com os neurônios afetados por consumo excessivo de uma erva qualquer ou um quadro de partido que tenha, no máximo, uma noção de que eletricidade se gera com turbina.
Mas o Ministro do Supremo (maiúsculo pela honra que o cargo merece), especificamente deve ter reputação ilibada e notório saber.
E Toffolli passou pela sabatina do senado, que tinha dever de corrigir qualquer erro de conceito do Sr. Lula. Apesar de ser incapaz de responder adequadamente perguntas do Sr. Álvaro Dias e ponderações do Senhor Pedro Simon, Toffolli acabou aprovado em votação secreta.
Como se a posição de ministro fosse o melhor lugar para aprender a ser magistrado para este advogado que não conseguiu acesso à magistratura por exame para a carreira.
Portanto o senado abdicou de sua função de coibir excessos. Aceitou a premissa de que Lula  pode transformar uma orelha de jegue num sapatinho de cristal, assim como tem tentado fazer com Fernando Haddad.
O luto pela presença de Toffolli o STF se estende ao Senado que não obstou seu acesso, com isto praticamente confirmando a existência de estranhos campos de força nos bastidores (Talvez remunerações, talvez mensalões?).
O país rasga as vestes e joga cinzas sobre a cabeça em luto.
Não pelo trabalho atual do STF, mas porque o país se obriga a ouvir as baboseiras do magistrado atuando  num processo em que deveria julgar se dirigir à corte como se advogado de defesa fosse.
E sim pelo fato de que os dispositivos constitucionais para evitar tal impostura foram totalmente inócuos.
A ação Crime de Responsabilidade movida por dois advogados contra dias Toffolli, que deu entrada no Senado Federal em 22 de agosto. (1)
Possivelmente já exista hoje a vontade do Senado de dissociar-se dos abusos extremos dos últimos anos. Talvez não precisemos tolerar um magistrado mal formado, e até mesmo sem consciência das próprias limitações, por mais 20 ou 25 anos no supremo.
(1) Fonte: O Estado de São Paulo. “José Antonio Dias Toffoli, ministro do Supremo Tribunal Federal, é alvo de denúncia por crime de responsabilidade, que será apresentada nesta quarta-feira ao Senado. Evocando a Constituição e o regimento interno da Casa, os advogados Guilherme Abdalla e Ricardo Salles, filiado ao PSDB, e do Movimento Endireita Brasil, questionam a atuação do ministro no julgamento do mensalão.
Na representação, é descrita a ação de Toffoli como advogado do PT e do ex-ministro José Dirceu, réu no caso: “Compete privativamente ao Senado processar e julgar ministros do STF por crimes de responsabilidade, notadamente quando o denunciado ?proferir julgamento quando, por lei, seja suspeito na causa?”.
Em julho, o advogado Paulo Araújo pediu ao Supremo a suspeição de Toffoli, mas a Corte não considerou a petição.

NO CORAÇÃO DAS TREVAS



Laurence Bittencourt (1)
Uma sabedoria é algo que não se transfere. Precisa de um contato permanente com o outro e de alguma coisa (um olhar atento, uma sensibilidade) que surge não só por hereditariedade e que se mostra como uma lupa aumentando o foco de visão de toda uma coletividade.
Começo esta crônica com essa abertura (mas não um nariz de cera) para falar de uma frase escrita esta semana que passou pelo jornalista aqui da minha terra, Natal/Rn, Vicente Serejo (charge) em sua coluna no jornal vespertino O Jornal de Hoje, que demarca com uma precisão cirúrgica uma mente (ou mentalidade) autoritária (intolerante talvez) de outra que sabe receber critica.
A frase dizia respeito à propaganda eleitoral do candidato Carlos Eduardo (PDT) em oposição à de Hermano Morais (PMDB) por ocasião da disputa eleitoral (pelo voto) a prefeitura de Natal.
A frase pinçada de sua coluna tinha como titulo “Dúvida I” e dizia o seguinte: “O ex-prefeito Carlos Eduardo, na sua propaganda, debulhou as contradições da vida do seu adversário Hermano Morais. Perfeito o disparo. Mas, e se tivesse sido o contrário, ele teria esmurrado seu crítico?”.  Para quem não é de Natal eu explico: recentemente em um debate televisivo o candidato do PDT de dedo em riste se mostrou furioso (quase partiu para o ataque físico) com Hermano Morais demonstrando não só grosseria como descontrole emocional. Nas pesquisas o candidato do PDT está em primeiro lugar mas vem caindo, enquanto Hermano vem subindo.
Mas voltando a frase do jornalista, Serejo não cometeu o erro tão comum a muitos analistas (quase escrevia fanático) que nega a ver positividade numa formulação ainda que tocada de forte crítica. Ao reconhecer a crítica articulada pela campanha de Carlos Eduardo no campo do mérito, nem por isso, deixou de indagar (baseado em constatações e fatos recentes e anteriores) se tivesse ocorrido o inverso, como se comportaria o candidato do PDT. Esse tipo de percepção e constatação é raro, dificílimo, mas corretíssimo. E sutil.
Fazer um ataque pode ser muito bom quando nos traz dividendos e recompensas. O difícil é aceitar (o que caracteriza a mente democrática) quando somos o alvo. É nesse momento que podemos de forma clara distinguir nitidamente um comportamento, ou uma mente (ou mentalidade) autoritária de outra.
Esse debate também aparece em outras esferas da atividade humana, em outras esferas da cultura, tomando aqui a palavra cultura como a representação (em oposição ao natural) de tudo aquilo que é criado pela mão e mente humana, como por exemplo, a literatura conradiana.
No livro “O coração das trevas”, Joseph Conrad seu autor, desenvolve uma alusão semelhante, ao construir um personagem “Charlie Marlowe” que saindo da civilização, vai para o contato com o primitivo e encontra o ex-general Kutz transformado em um totem, ou seja, o totem como símbolo de um líder intocável, que não permite a discordância, a crítica, culminando na intolerância, na barbárie.
Recentemente também tivemos o caso do “pastor” que por abandonar a “lei” Islâmica, mudando de religião, foi condenado à morte por essa mesma religião acusado de apostasia. São casos de intolerância. Há outros obviamente. Resta vislumbrar que ainda há luzes em meio às trevas. Uma bênção.
(1) Jornalista. laurenceleite@bol.com.br

Proposta indecente altera Lei Orgânica e permite que AGU nomeie sem concurso


Carlos Newton

Em tempo de crescimento da terceirização e de progressivo aparelhamento da máquina administrativa, através dos mais criativos artifícios, o governo acaba de enviar
ao Congresso Nacional projeto de lei complementar alterando a Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União (AGU).
A proposta limita a ação dos advogados e procuradores da AGU e permite a nomeação de pessoas de fora da carreira não concursadas para ocuparem cargos no órgão. Pela proposta, elas serão consideradas integrantes da carreira, com todas as prerrogativas. Hoje, somente o advogado-geral da União pode ser de fora do quadro da AGU. Os demais postos são exclusivos de servidores, incluindo o procurador-geral da União e o consultor-geral.
A AGU tem 7.481 integrantes entre advogados da União, procuradores federais e procuradores da Fazenda Nacional.
O presidente da Associação Nacional dos Advogados da União (Anauni), Marcos Luiz Silva, afirmou que a categoria critica a mudança. Além de se queixar de não ter participado das discussões sobre o anteprojeto, que vem sendo elaborado desde a gestão de Antonio Dias Toffoli na AGU, vejam só que coincidência, a associação afirma que a proposta é “autoritária”, “retrógrada” e visa “ao aparelhamento da instituição”.
Por que esse governo não acaba coloco com os concursos públicos e privatiza os empregos, só para nomear parentes, amigos e correligionários que não conseguem passar nas provas, como o jurista Dias Toffoli? Seria uma atitude mais coerente e honesta.

VALÉRIO BOTOU A BOCA NO TROMBONE



Charge Roque Sponholz. Texto e fotomontagem Giulio Sanmartini
Umas das provas mais marcantes da falta de caráter do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é a forma vil como usam as pessoas e depois as descartam como papel higiênico usado.
O sistema foi usado com o empresário Marcos Valério, recém condenado, por nove dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal STF, pelos crimes de peculato, corrupção e lavagem  de dinheiro, sentiu que tinha sido largado falando sozinho.
Ele, em 2005, havia-se comprometido a ficar de boca calada em troca de promessas: primeiro de impunidade, depois quando a Procuradoria Geral de República mostrou toda a podridão, a coisa foi mudada para penas brandas.
Ele cumpriu sua parte, mas os petista roeram a corda e ele pode ser condenado a uma pena de 100 anos de reclusão. Com todas as atenuantes da lei penal brasileira, não é totalmente improvável que ele termine seus dias na cadeia.
Temendo que possa ter um fim como o de Celso Daniel, ele resolveu botar a boca no trombone e está soprando com toda a força.
Segundo ele, o então presidente era o “fiador” dessas negociações, operadas e registradas num livro pelo ex-tesoureiro do partido, Delúbio Soares. “Lula era o chefe”,afirmou. Valério contou também que os empréstimos do Banco Rural às suas agências só foram autorizados pelo ex-presidente da instituição, José Augusto Dumont, porque Lula deu seu aval. Com ajuda do Planalto, o empresário também teria sido recebido no Banco Central para negociar a suspensão da liquidação do Banco Mercantil de Pernambuco, cuja massa falida era de interesse do Rural.
Valério relatou ter tido encontros com o ex-presidente Lula no Palácio do Planalto, acompanhado do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.
Os ministros do STF já consideram fraudulentos os empréstimos concedidos pelo Banco Rural às agências de publicidade que abasteceram o mensalão. Para Valério, a decisão do Rural de liberar o dinheiro – com garantias fajutas e José Genoino e Delúbio Soares como fiadores – não foi um favor a ele, mas ao governo Lula.
Os empréstimos, repetiu  Valério, não existiriam sem o aval de Lula e Dirceu. “Se você é um banqueiro. você nega um pedido do presidente da República?”
A primeira conversa foi dentro de um carro, em Belo Horizonte, a caminho do Aeroporto de Pampulha. Nessa ocasião, conta, Delúbio lhe pediu ajuda.
“Ele precisava de uma empresa para servir de espelho para pegar um dinheiro”. A parceria deu certo e desaguou no mensalão. Hoje, os dois estão no banco dos réus. Valério se sente injustiçado. Especialmente na parte da acusação que diz respeito ao desvio de recursos públicos do Banco do Brasil. Ele jura que esse dinheiro não caiu no caixa da corrupção.
“No processo tem todas as notas fiscais que comprovam que esse dinheiro foi gasto com publicidade. Não estou falando que não mereço um tapa na orelha. Não é isso. Concordo em ser condenado por aquilo que eu fiz”.
O mensalão, que Lula negou à exaustão a sua existência, está aí mesmo firme, forte e inquestionável.
Agora que a “merda garrou” de verdade para o facinoroso Lula, resta esperar para ver como é que fica.
(1) Fonte: Veja.

Novo consumidor pede imóvel segmentado


Os diferentes modelos de família que surgem vão exigir das incorporadoras projetos específicos para cada público

As incorporadoras precisarão segmentar seus empreendimentos para atender às necessidades de moradia dos diferentes perfis de consumidor brasileiro. A afirmação foi feita nessa quinta-feira, 13, pelo diretor geral da UBS Escola de Negócios e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar), Eduardo Terra, em palestra na Convenção Secovi. O evento faz parte da programação da Semana Imobiliária, promovida pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP), em São Paulo, entre segunda e sexta-feira. 

Os diferentes modelos de família exigirão que as incorporadoras desenvolvam projetos específicos para cada público. "Os solteiros e casais sem filhos já representam mais de um quarto da venda de imóveis novos em São Paulo", disse Terra.

Para esse público, por exemplo, não faz sentido lançar condomínios que destacam diferenciais como playground ou piscina infantil. "Seria mais interessante apostar em academia e terraço gourmet", conclui Terra.

O risco das construtoras é restringir demais seu público-alvo. "Há cidades em que a segmentação é feita apenas por número de dormitórios", disse Terra. A vantagem do setor imobiliário é poder lançar produtos adequados para cada nicho, sem ter de posicionar a marca para atender exclusivamente a esse público.

Terceira idade

Um dos nichos com potencial crescente é a terceira idade. As projeções sinalizam para uma mudança na pirâmide demográfica brasileira e para um maior porcentual de idosos entre a população. Em 2010, o Brasil somava 19,3 milhões de pessoas acima de 60 anos, número que deve chegar a 28,3 milhões em 2020, um salto de cerca de 45%, segundo dados do IBGE.

A construtora Tecnisa começou a prestar mais atenção nesses consumidores em 2009. A empresa observou que 15% dos compradores de um empreendimento focado em casais jovens com poucos ou nenhum filho foi vendido para pessoas com mais de 55 anos. "A população da terceira idade está se posicionando como um público ativo, que viaja, trabalha, casa novamente e compra apartamentos novos", disse a diretora de projetos da Tecnisa, Patricia Valladares.

A percepção levou a Tecnisa a contratar uma equipe especializada em gerontologia, formada por geriatras e arquitetos, para auxiliar no desenvolvimento de projetos para esse público. Hoje, quatro empreendimentos da companhia já incorporaram adaptações para os idosos. São funcionalidades como a construção de uma pista de caminhada mais larga para permitir que um idoso com andador utilize o espaço. E a piscina do condomínio recebe uma escada de alvenaria, em vez de uma de alumínio.

"Focamos na terceira idade, mas terminamos com projetos melhores para todos. O custo de adaptar um espaço para o uso de idosos é maior do que se projetá-lo para contemplar essas necessidades", disse Patricia.

Internet

As mudanças de hábitos dos consumidores também influenciam nas estratégias de venda e marketing do mercado imobiliário. Mais de 80 milhões de pessoas têm acesso à internet no trabalho ou em casa, segundo dados do Ibope Nielsen. "A compra do imóvel começa online", disse o professor da UBS Escola de Negócios.

Segundo ele, as empresas e os corretores precisam se adaptar para atender o cliente na internet. A maioria das grandes incorporadoras e imobiliárias já adotou a função de "corretor online", que oferece informações em salas de bate-papo. Quase nenhuma, no entanto, oferece na internet todas as informações relevantes, principalmente o preço do imóvel na planta. A tendência, segundo Terra, é que essa barreira seja rompida.

Por: Marina Gazzoni

CRÔNICA Cartas de Londres: Topless, a tentação proibida



A Duquesa de Cambridge, Kate Middleton, com os seios à mostra foi o assunto mais comentado nos últimos dias, aqui na Inglaterra. E a semana promete, pois sabe-se que uma revista italiana deve publicar (ainda hoje) fotos inéditas do ensaio involuntário da princesa durante as férias na França.
Os ingleses “couldn’t care less”, mas parece que a história vai ter desdobramentos mais sérios. O porta-voz da família real já afirmou que o casal William e Kate processará a publicação francesa responsável pela divulgação das fotos. Com isso, a briga pode durar meses, anos até.
A relação entre a família real inglesa e a imprensa local nunca foi de camaradagem, mas desde a morte da Princesa Diana os editores dos principais veículos de comunicação resolveram dar uma trégua. O próprio príncipe William, enquanto estudante universitário, conseguiu levar uma vida praticamente normal, graças ao acordo feito entre o Palácio de Buckingham e a Imprensa.
Jornalistas e estudiosos da área reconhecem, no entanto, que a lei de imprensa nacional é ainda muito frágil, no que se refere às questões de privacidade. Na verdade, não há normas legais específicas que garantam os direitos de privacidade do cidadão inglês. O que se tem, na verdade, é um conceito de vida privada que vem da Convenção Europeia de Direitos Humanos.
Na França, por exemplo, a coisa não funciona assim. A lei francesa é rígida no que toca à intimidade alheia, e talvez aí esteja a explicação para o “relax” da Duquesa ao resolver fazer topless na varanda do chateau.

Chateau d'Aulet, na Provence, onde o casal passava férias

Para que se tenha ideia, a publicação explosiva deverá custar à revista francesa um processo criminal, por “reproduzir imagem de uma pessoa em propriedade privada sem o seu consentimento”, entre outras acusações. Caso os responsáveis sejam condenados, poderão ser presos e pagar uma multa de mais de 40 mil euros.
Mesmo frente a tamanho rigor da lei francesa, as revistas daquele país parecem dispostas a manter a tradição de revelar escândalos do país vizinho. Lembram-se das fotos do Príncipe Charles totalmente sem roupa na varanda de um castelo (originalmente publicadas na Alemanha, e depois reproduzidas na França?) E da problemática Duquesa de York, Sarah Ferguson, também flagrada fazendo topless?
Ainda não se sabe como a história vai terminar, mas os coleguinhas jornalistas ingleses já tremem, porque mesmo sem ter culpa no cartório, serão eles os primeiros a sofrer a retaliação mal-humorada do Palácio de Buckingham.
Mesmo assim, não será fácil resistir à tentação de estampar fotos de duquesas britânicas com as "tetas ao vento", como dizem os portugueses...

Mariana Caminha é formada em Letras pela UnB e em jornalismo pelo UniCEUB. Fez mestrado em Televisão na Nottingham Trent University, Inglaterra. Casada, mora em Londres, de onde passa a escrever para o Blog do Noblat sempre às segundas-feiras. Publicou, em 2007, o livro Mari na Inglaterra - Como estudar na ilha...e se divertir

Livre pensar é só pensar (Millôr Fernandes)



Vídeos de Obras em Construção (EarthCam)








O que esperar do mercado imobiliário nos últimos quatro meses de 2012?



O que esperar do mercado imobiliário nos últimos quatro meses de 2012?


mercado imobiliário brasileiro vem passando por um crescimento acentuado nos últimos anos. Afinal, a casa própria ainda está entre os maiores desejos de consumo da população, e não é à toa que este sonho provoca tanto o imaginário das pessoas.
Em função desta expansão, o segmento tem se configurado como um dos mais promissores da economia nacional e isso faz emergir diversos tipos de questionamentos quanto ao futuro do setor. Estamos caminhando para o final de 2012 e é comum surgirem dúvidas em relação ao que esperar do mercado nestes últimos quatro meses que restam para fechar o ano.
Contudo, antes de compartilhar com você quais são as perspectivas que acredito que conduzirão o comportamento do segmento neste quadrimestre, vale a pena darmos uma revisada no nosso passado para nos direcionarmos a uma percepção mais assertiva do nosso futuro.
Lembro-me da época em que crédito imobiliário era escasso em nosso país, e isso acarretava várias previsões de que o mercado iria estagnar. Ao passar pela crise imobiliária dos Estados Unidos em 2008, vivíamos sobre a frequente pressão de estourarmos também uma bolha imobiliária por aqui e até hoje este é um posicionamento que gera controvérsias entre os especialistas e estudiosos do mercado.
Mas o fato é que presenciamos uma realidade oposta ao que se esperava: as linhas de crédito se expandiram, a economia vem se estabilizando, a renda da população tem melhorado, o número de lançamentos aumentou e o mercado segue aquecido.
Alia-se ainda a este cenário a contribuição inegável dos programas do Governo como o “Minha Casa Minha Vida” que revolucionaram o acesso à moradia no Brasil. Sempre fomos um país de grandes desigualdades sociais, mas na última década temos vivenciado consideráveis mudanças.
Não tenho a pretensão de, neste artigo, sentenciar de maneira irrevogável o futuro que nos aguarda, mas baseado nas análises do cenário econômico brasileiro que faço, frequentemente, nas minhas vivências e no relacionamento que construí com os mais diversos setores que abarcam o mercado imobiliário, avalio este final de ano como um momento positivo para o  setor de imóveis.
Viemos de um primeiro semestre onde as empresas se engajaram para baixar os estoques: promoções foram feitas, vários brindes e descontos foram dados e os maiores beneficiados deste processo, certamente, foram os clientes.
Para esta segunda etapa do ano, a expectativa é de que as construtoras e incorporadoras voltem a lançar novos empreendimentos que tendem a estar  cada vez mais personalizados de acordo com o perfil do futuro comprador e da região onde ele será erguido.
Outro fator que ficará ainda mais evidente, não só neste final de ano, mas que será uma tendência para o mercado nos próximos anos é que estamos caminhando para um equilíbrio e um crescimento cada vez mais sustentado do setor.
Não será difícil perceber uma estabilização dos preços dos imóveis. Em um cenário dinâmico como o nosso, nenhum preço se mantém alto demais ou baixo ao extremo durante um longo período, pois o próprio comportamento do mercado trata de harmonizar estas variações.
Nesse sentido, é fundamental entender que houve uma desaceleração necessária do segmento de imóveis. Continuamos com um aquecimento nas vendas, mas em um ritmo diferente do que há seis anos, quando o que se lançava era vendido em um prazo muito  curto. No entanto, o planejamento das ações nesta época era quase inexistente.
Hoje, vivemos um mercado mais maduro e consciente e por isso, o planejamento e a execução do mesmo ganham cada vez mais relevância.
Integra-se ainda a esse caminho de equilíbrio uma gestão imobiliária mais criteriosa. A política de crédito no Brasil é mais rigorosa se comparada a outros países. A crise gerada pela “bolha imobiliária” nos Estados Unidos ligou o botão de alerta no mundo todo e o Brasil, que já praticava uma política diferente da dos americanos, ficou ainda mais atento a esta ameaça.
Por aqui não se empresta sem antes avaliar, cuidadosamente, a capacidade do tomador do crédito de quitar a sua dívida.
Diante desse cenário, vale destacar ainda a transformação também no perfil do comprador. Atualmente, as pessoas estão em busca do imóvel para usufruir prioritariamente como moradia, o que faz surgir um cliente mais crítico e exigente, que sabe exatamente o quer e por isso demanda profissionais cada vez mais qualificados.
Tal realidade nos coloca diante dos maiores desafios do segmento imobiliário: a profissionalização do setor que engloba desde a construção civil até o atendimento ao cliente com o corretor de imóveis. No entanto, esta não será uma demanda que será resolvida em curto prazo.
No segmento imobiliário, como em outros setores da nossa economia, temos uma carência de preparação preventiva, ou seja, aquela na qual eu me preparo para crescer. O que temos visto no Brasil é que os diversos segmentos têm se desenvolvido, mas a qualificação profissional não acompanha o mesmo ritmo.
Por isso, não raramente, vemos o crescimento das demandas e a busca desenfreada por profissionais qualificados que possam desempenhá-las. Sendo assim, a procura por trabalhadores diferenciados é uma realidade que nos espera não só para este final de 2012, mas ainda por um longo período, uma vez que nosso déficit habitacional conta com elevados índices.
Nosso país já passa e deverá continuar a passar nos próximos anos por um grande processo de reestruturação de sua infraestrutura. Construção de novas rodovias, portos, ferrovias, novas alternativas para a mobilidade: esse é um país em crescimento e que demandará mão de obra qualificada, sobretudo, da área da construção civil, elementos esses que certamente impactarão também no mercado de imóveis.
Quem souber interpretar este cenário com suas várias facetas, verá um Brasil forte, aberto a diversas oportunidades de novos negócios, de crescimento profissional e de consolidação do setor.
Estamos diante de um mercado altamente promissor, que cada vez mais dá sinais de sua força e revela seus importantes avanços. Temos que direcionar a nossa percepção para potencializarmos este momento favorável de forma planejada e estratégica.