terça-feira, 11 de setembro de 2012

Ministério da Pesca entrega à Marinha mais lanchas compradas naquela maracutaia que não puniu ninguém

Vitor Abdala (Agência Brasil)
 
O Ministério da Pesca e Aquicultura vai entregar cinco novas lanchas-patrulha à Marinha do Brasil. Segundo a assessoria de imprensa da Marinha, as embarcações serão usadas prioritariamente na fiscalização da atividade pesqueira e no combate à pesca ilegal, em conjunto com o ministério e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
A previsão é que as cinco lanchas já estejam em operação até o final deste mês. O termo de entrega das lanchas-patrulha está sendo assinado hoje, pelo ministro da Pesca, Marcelo Crivella, e pelo comandante da Marinha, almirante Julio Soares de Moura Neto, no Rio de Janeiro.
Em março, o Ministério da Pesca cedeu à Marinha 11 lanchas-patrulha. Segundo a Marinha, essas embarcações já estão em operação em vários pontos do país.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGInfelizmente, a matéria não cita que se trata daquelas famosas lanchas compradas na maracutaia pelo Ministério da Pesca no governo Lula. As embarcações não tinham utilização e a saída encontrada foi serem doadas à Marinha. Quanto ao escândalo, não aconteceu nada, ninguém foi preso

OBRA-PRIMA DO DIA - PINTURA Portugal e Brasil nos pincéis de Malhoa


Os temas históricos sempre interessaram ao pintor. Recebeu o 1.º prêmio no Concurso para Quadro Histórico promovido pela Câmara Municipal de Lisboa com a “A Partida de Vasco da Gama para a Índia”.
E aqui no Rio, numa viagem feita em 1906, a convite do Real Gabinete Português de Leitura, ele realiza duas obras que remetem aos estreitos laços que nos unem a Portugal. Ambas pertencem à pinacoteca daquela biblioteca.
São duas de suas mais belas telas. Primeiro falo da que retrata o Infante D. Henrique,  um dos filhos de d. João I de Portugal, fundador da Dinastia de Avis, e de Filipa de Lencastre – os pais da chamada ínclita geração, que bem merece esse título.
Do sonho e da fé desse homem extraordinário saíram as viagens marítimas que desbravaram o mundo...
A tela “representa Dom Henrique sentado no desvão de um cachopo, no Promontório de Sagres. Contempla o espadanar das ondas nos rochedos, como se estivesse a estudar o regime dos ventos e os mistérios do mar. Na irisação formada pelas espumas contra o sol e no recorte das nuvens vê a concretização do seu grande sonho: “o sonho bendito que haveria de dar novos mundos ao mundo” (do site do Real Gabinete Português de Leitura)

Deus quere, o homem sonha, a obra nasce. 
Deus quiz que a terra fosse toda uma, 
Que o mar unisse, já não separasse. 
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente, 
Clareou, correndo, até ao fim do mundo, 
E viu-se a terra inteira, de repente, 
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou creou-te portuguez. 
Do mar e nós em ti nos deu signal. 
Cumpriu-se o Mar, e o Imperio se desfez. 
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
(Mensagem: Mar Portuguez, O Infante – Fernando Pessoa)

A outra tela é sobre a chegada de Cabral ao Brasil. E começo pela descrição de Pero Vaz sobre o primeiro escambo e sobre a tranquila soneca do gigante adormecido: 
(...)Viu um deles umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo.
Isto tomávamos nós assim por assim o desejarmos. Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não o queríamos nós entender, porque não lho havíamos de dar. E depois tornou as contas a quem lhas dera.
Então estiraram-se de costas na alcatifa, a dormir, sem buscarem maneira de cobrirem suas vergonhas, as quais não eram fanadas; e as cabeleiras delas estavam bem rapadas e feitas. O Capitão lhes mandou pôr por baixo das cabeças seus coxins; e o da cabeleira esforçava-se por não a quebrar. E lançaram-lhes um manto por cima; e eles consentiram, quedaram-se e dormiram.


É um quadro que desperta minha curiosidade. Explico: a mim me parece que nosso Cabral não tem o ar feliz de quem atinge seu objetivo depois de tantas provações. Tem um ar meio aborrecido... Seria essa a intenção de Malhoa?  Mas vejam bem, isso é a opinião de uma palpiteira...

EXCLUSIVO – A verdade sobre a privatização das telecomunicações, vista pelo lado de dentro.


Luiz Cordioli

Sobre telecomunicações, dou aqui meu testemunho, porque trabalhei 20 anos para a Telebrás, fabricando e montando torres. Quando entregava duas delas, em 1995, ouvi de um engenheiro da Telebrasília que o Serjão Motta, enquanto alardeava a necessidade de privatizar a Telebrás, ao mesmo tempo, bloqueava sua atuação.
Exatamente naquela época, a Telebrasília havia pedido autorização (acreditem, era assim, pedia autorização para trabalhar!) para instalar 650 mil novas linhas ! Só que o arauto da incompetência da estatal autorizou somente 50 mil linha, ele, Sérgio Motta, o trator…
Este relato é de 1995, eu sou testemunha viva, ainda. Isto posto, peço àqueles que não viveram “por dentro” o lastimável crime de privatizar a Telebrás, que pelo menos saibam como funcionava a “incompetente” Telebrás:
Antes de me comprar uma torre vagabunda qualquer e instalar uns tantos telefones “autorizados”, a empresa tinha primeiro a obrigação de comprar o terreno, com escritura passada e tudo, depois construir as instalações, em seguida preparar as equipes, para só então poder fazer o seu trabalho de fundo: comprar a torre, as antenas, instalar tudo e disponibilizar telefones à população.
Hoje não, as privatizadas alugam topos de prédios, compartilham torres, alugam terrenos etc,, acelerando as coisas. Mas para a Telebrás, repito, isto era proibido!
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DIFICULDADES
Avaliem o custo prévio e o tempo para instalar uma torre completa. Era o governo que obrigava a ser assim, cobrava que fosse assim e impedia que se fizesse de outra forma. Resumindo, a Telebrás não tinha autonomia para empreender e inovar, mormente quando já se preparava a sua entrega “de grátis”, via privatização, a estrangeiros e ao irmão do privatizador Tasso Jereissati, a mando do Serra, de FHC e de tantos outros intere$$ado$.
Prova cabal de que a Telebrás não era este monstro de incompetência que alguns, em todo lugar, por ignorância, alegam a toda hora, inclusive aqui na Tribuna, é que ela era chamada a “Joia da Coroa”. E foi engraçado, muito engraçado mesmo, ver agora um anúncio da Anatel, preparando um plano básico único, a ser aplicado por todas as privatizadas operadoras.
Ora, não sejamos palhaços, isto é concorrência? Então, todo mundo, agora, a mando da Rainha, vai cobrar a mesma coisa, independente de tudo, inclusive da qualidade do péssimo serviço que nos oferecem?
Só para começar, onde está a concorrência alegada para justificar a maldita privatização?
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BANHO DE LOJA
Sem falar no “banho de loja” dado pelo governo antes da efetiva entrega da Joia da Coroa. Confirmo o valor dito pelo Francisco de Assis, constante no livro do saudoso Aloysio Biondi, “O Brasil privatizado”: investimentos do governo na Telebrás pré-privatização de R$ 21 bilhões (R$ 7,5 bilhões em 96, R$ 8,5 bilhões em 97 e R$ 5 bilhões em 98) e que não entraram no cálculo do preço de venda. Resultado da privatização da Telebrás: R$ 22,057 bilhões…
Outra coisa já colocada, mas que poucos querem ou conseguem entender, é o fato de que telefone naquela época era um ativo, de fato, declarado no imposto de renda e tudo, mas valia o que custava.
Só que as tarifas, por outro lado, eram baratas, ridículas, se comparadas com as de hoje, quando em 10 meses você paga em tarifas o preço de um telefone inteiro daquela época, que tinha valor garantido. Telefone era um ativo, hoje é um passivo.
“O que vale na telefonia nunca foi o aparelho. É o serviço, estúpido!”, nos diria ninguém menos que o Bill Clinton…
Não é à toa serem as operadoras as empresas contra quem mais se reclama neste País, conforme noticiário.
Quanto à Telebrás, eu afirmo e confirmo com vários outros analistas que houve exatamente isto colocado acima: foi sabotada, abafada, bloqueada, impedida internamente de ser eficiente, para justificar seu descarte, a preço vil.
Os trouxas – pensavam seus autores – vão acreditar. E estavam certos, pois até hoje tem gente que desconhece o ocorrido e guia-se pelas manchetes da época, todas compradas pelos mesmos intere$$ado$.
Quanto às outras estatais, concluo que houve o mesmo procedimento dos privatizadores, na esteira do que presenciei profissionalmente na Telebrás e do que tenho nos meus arquivos pessoais.

HUMOR - SP: 1º hospital público para bicho já está em crise


Os superricos escondem 32 trilhões de dólares em paraísos fiscais. (E este é um cálculo conservador).



Paulo Nogueira (Diário do Centro do Mundo)
Uma elite superrica esconde dinheiro em paraísos fiscais num valor calculado, conservadoramente, em 32 trilhões de dólares, o equivalente ao valor combinado da economia dos Estados Unidos mais a do Japão. Se fosse declarado, esse dinheiro geraria impostos no valor de 280 bilhões de dólares.
No mundo inteiro, esta notícia está dominando os sites de notícias. No momento em que escrevo, pouco mais de três da tarde em Londres, é a matéria mais lida na BBC.
O levantamento é obra de uma organização independente chamada Tax Justice Network (TJN), Rede de Justiça Tributária. A TJN foi fundada na Inglaterra em 2003, e é apartidária. Seu comandante é James Henry, que foi o economista-chefe do colosso da consultoria McKinsey. A TNJ, como se lê em seu site, é fundamente antiparaísos fiscais e pró-transparência.
Reproduzo aqui um comentário postado no texto da BBC, e recomendado por um número expressivo de outros leitores, por considerar que ele representa a voz rouca das ruas na Inglaterra e não apenas nela. “Isso é de conhecimento público há muito tempo. Não haveria crise se os ricos pagassem imposto. Quando o governo vai perseguir este dinheiro em vez de tirar da sociedade benefícios que, comparativamente, são uma migalha?”
Por curiosidade, vi pela manhã um vídeo em que o respeitado jornalista britânico Martin Wolf, comentarista do Financial Times, fala a uma platéia de americanos. “O problema de vocês é que vocês não pagam impostos”, disse ele. Risos nervosos percorreram os ouvintes, que talvez pensassem ser uma piada. Não era. “A receita do Estado com impostos, nos Estados Unidos, equivale a 7% do PIB”, continuou Wolf. “Isso é uma piada. Não dá para sustentar decentemente uma sociedade. Não surpreende que na Europa a expectativa de vida seja maior e a mortalidade infantil menor.”
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ASSALARIADO PAGA
Wolf não foi preciso apenas numa coisa: o americano comum, o assalariado, paga sim imposto. Quem não paga são os ricos. Foi preciso que um deles, o bilionário Warren Buffett, se insurgisse contra os privilégios dados a seu grupo para que os Estados Unidos despertassem para a questão da justiça fiscal. Num artigo publicado no NY Times, Buffett notou que pagava menos imposto, proporcionalmente, que sua secretária. E clamava à Casa Branca: “Chega de nos mimar!”
Se não provocou efeito nenhum ainda nos Estados Unidos, o brado de Buffett repercutiu na França, onde o Congresso aprovou uma série de medidas do presidente François Hollande que aumentam o imposto dos ricos.
Alguns milionários franceses vinham ameaçando deixar o país se as novas taxas passassem. Hollande não piscou. Fez bem. Se quiserem partir, boa viagem.
Ricos que não querem pagar imposto são uma receita infalível para arruinar qualquer país. A ausência deles desinfeta a sociedade.
A razão do sucesso extraordinário social da Escandinávia é que lá os ricos entendem que para viver num ambiente saudável eles devem pagar uma taxa alta de impostos.
Lá, ninguém fala em “Custo Suécia”, ou “Custo Noruega”, ou “Custo Dinamarca”, ao contrário de tantos que gritam, por exemplo, contra o “Custo Brasil” — um dos mitos mais perniciosos brasileiros — apenas para pagar ainda menos imposto e perpetuar a iniquidade social.