quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Alemanha: Candidatos a Asilo Fazem Exigências - Soeren Kern

  • "Traficantes de seres humanos e a mídia na terra natal dos refugiados estão fazendo promessas que não correspondem à realidade". — Hans-Joachim Ulrich, coordenador regional para refugiados.
  • Os migrantes dizem que estavam furiosos porque tiveram que dormir em um grande armazém em vez de apartamentos privativos. Em Hamburgo não há mais apartamentos desabitados. "A cidade mentiu para nós. Ficamos chocados quando aqui chegamos," declarou o refugiado sírio Awad Arbaakeat.
  • "Um dos homens que falava um alemão macarrônico, disse que eles (família de candidatos a asilo da Síria) não estavam interessados em ver o imóvel porque eu era uma mulher... "Fiquei perplexa. Queremos ajudar e somos desprezados, indesejados em nosso próprio país". — Aline Kern, corretora de imóveis.
  • "O estado de direito não pode aceitar ser chantageado". — Marcel Huber, político da Baviera.
  • "eu homem. Você mulher. Eu primeiro". — Homem muçulmano com o carrinho de supermercado repleto de mercadorias.
  • Um candidato a asilo da Somália venceu uma ação judicial contra a Agência Alemã para Migrantes e Refugiados por demorar muito para processar seu pedido de asilo (16 meses). A agência disse que ela está no momento com um acúmulo de 250.000 pedidos de asilo não processados.
  • Setenta por cento dos migrantes do Afeganistão, Iraque e Síria que participaram de programas para trainees não completaram o estágio. Segundo o diretor da Câmara de Comércio de Munique, muitos migrantes mais jovens acreditam que eles estão acima dos programas de aprendizado.
Candidatos a asilo estão incrementando o uso de táticas como greve de fome, ações na justiça e ameaças do uso de violência na tentativa de forçar as autoridades alemãs a aceitarem uma série cada vez maior de exigências.
Muitos migrantes, insatisfeitos com as condições de vida nos abrigos para refugiados da Alemanha, estão exigindo que lhes sejam fornecidos imediatamente casas ou apartamentos. Já outros estão furiosos porque os burocratas alemães estão demorando muito para processarem seus pedidos de asilo. E há também os descontentes em relação aos atrasos quanto a obtenção dos estipêndios da assistência social.
Embora a maioria dos candidatos a asilo na Alemanha tenham um teto para se abrigar, recebem três refeições por dia, bem como roupas e assistência médica, tudo gratuitamente, muitos ainda exigem: mais dinheiro, camas mais confortáveis, mais água quente, mais comida típica de seus países de origem, mais instalações recreativas, mais privacidade e, como não podia deixar de ser, suas próprias moradias.
Segundo estimativas do governo, a Alemanha irá receber nada menos que 1,5 milhão de candidatos a asilo em 2015, incluindo 920.000 somente no último trimestre de 2015. Esse número equivale praticamente ao dobro da estimativa anterior, realizada no mês de agosto desse ano, que projetava 800.000 candidatos a asilo para todo o ano de 2015. A título de comparação, a Alemanha abrigou 202.000 pessoas nos doze meses de 2014.
Considerando que os abrigos para refugiados espalhados pelo país já atingiram sua capacidade máxima e que mais de 10.000 novos migrantes ingressam na Alemanha todos os dias, a Alemanha luta para cuidar de todos os recém-chegados, muitos dos quais mostram ser hóspedes impacientes e mal-agradecidos.
Em Berlim, 20 candidatos a asilo processaram a Agência Estatal da Saúde e Bem-Estar Social (Landesamt für Gesundheit und Soziales, Lageso) na tentativa de forçar as autoridades locais a acelerarem o pagamento dos benefícios do bem-estar social.
Berlim espera receber 50.000 candidatos a asilo em 2015. Os contribuintes alemães irão desembolsar 600 milhões de euros (US$680 milhões) para custear a subsistência deles.
Também em Berlim, mais de 40 migrantes, em sua maioria do Paquistão, tomaram o controle do observatório da torre de televisão da cidade exigindo a suspensão das deportações, emprego e o fim da residência compulsória (Residenzpflicht), um requisito legal dispondo que os candidatos a asilo residam em determinadas áreas, definidas pelas autoridades da imigração. Mais de 100 policiais foram enviados à torre de televisão para retirar os manifestantes. Após serem interrogados, eles foram liberados. A polícia informou que não foi cometido nenhum crime pelo fato dos migrantes terem comprado ingressos para visitarem o observatório, que fica a uma altura de aproximadamente 200 metros acima da capital alemã.
No distrito de Kreuzberg em Berlim, mais de 400 migrantes, em sua maioria procedentes da África, ocuparam uma escola abandonada porque eles não queriam mais viver em tendas na praça ao lado. Quando 900 policiais chegaram para desocupar o edifício, alguns migrantes jogaram gasolina no interior do prédio da escola e ameaçaram atear fogo em si mesmos, enquanto outros ameaçavam pular do telhado. "No momento estamos negociando com as autoridades locais sobre o que fazer", segundo declarou um migrante sudanês chamado Mohammed. "Nós não arredaremos pé até que nossas exigências sejam atendidas (emendar as leis de asilo da Alemanha de modo que eles possam permanecer no país)".
Em Dortmund, 125 migrantes se queixaram das "catastróficas condições" nas dependências do ginásio de esportes de Brügmann, que agora tem a função de abrigar refugiados. A lista de reclamações inclui: comida ruim, camas desconfortáveis e falta de chuveiros.
Poucas horas após chegarem à municipalidade de Fuldatal, 40 candidatos a asilo procedentes do Afeganistão, Paquistão e Síria começaram a se queixar sobre as condições existentes no abrigo e exigiram que lhes fossem entregues suas próprias moradias. O coordenador regional para refugiados Hans-Joachim Ulrich, disse que os migrantes estão indo para a Alemanha com expectativas fora da realidade. "Traficantes de seres humanos e a mídia na terra natal dos refugiados estão fazendo promessas que não correspondem à realidade", segundo ele.
Em Hamburgo, mais de 70 candidatos a asilo iniciaram uma greve de fome na tentativa de pressionar as autoridades locais a lhes fornecerem melhores moradias. "Estamos em greve de fome", declarou o refugiado sírio Awad Arbaakeat. "A cidade mentiu para nós. Ficamos chocados quando aqui chegamos". Os migrantes dizem que estavam furiosos porque tiveram que dormir em um grande armazém em vez de apartamentos privativos. Em Hamburgo, a segunda maior cidade da Alemanha, as autoridades afirmam que não há mais apartamentos desabitados.
Também em Hamburgo, mais de 100 migrantes se aglomeraram em frente a prefeitura paraprotestar contra a falta de aquecimento em seus abrigos. As autoridades municipais afirmam que elas foram pegas de surpresa pelo frio fora de hora e que todas as tendas serão equipadas com aquecimento antes do inverno. Segundo o Prefeito de Hamburgo Olaf Scholtz, cerca de 3.600 migrantes passarão o inverno deste ano em tendas devido a escassez de moradias na cidade.
De acordo com as autoridades de Hamburgo, 35.021 migrantes ingressaram na cidade nos primeiros nove meses de 2015. Nesse mesmo período, a polícia de Hamburgo foi enviada para os abrigos para refugiados mais de 1.000 vezes, incluindo 81 vezes para controlar tumultos, 93 vezes para investigar agressões físicas e assédio sexual e 28 vezes para impedir que migrantes cometessem suicídio.
Enquanto isso, um documento confidencial vazado para o jornal alemão Bild revela que o Departamento Estadual de Transito de Hamburgo (Hamburger Verkehrsverbund, HVV) determinou que os responsáveis pela fiscalização das passagens "façam vista grossa" sempre que encontrarem migrantes fazendo uso do transporte público sem as devidas passagens. A medida tem como objetivo proteger o HVV da "má publicidade".
Segundo o documento vazado, os fiscais deviam ser tolerantes com os candidatos a asilo porque muitos migrantes são "vítimas de falsificadores profissionais de bilhetes" e outros "mal têm conhecimento" da estrutura tarifária do HVV.
O especialista em meios de transporte da União Democrata Cristã (CDU) Dennis Thering, disse que a política do HVV não pode continuar do jeito que está. "Essa política de vista grossa tem que acabar. Em Hamburgo é possível adquirir bilhetes do HVV com desconto, esse desconto é concedido especialmente para aqueles que recebem benefícios segundo a Lei de Benefícios para Candidatos a Asilo". Cada refugiado recém-chegado recebe uma mesada de 149 euros, todos os meses. Isso inclui 25,15 euros especialmente destinados a aquisição de bilhetes para transporte.
Na cidade de Halle, quatro seguranças ficaram feridos ao tentarem impedir que uma multidão de candidatos a asilo da África e da Síria entrassem no gabinete de bem-estar social da cidade antes do expediente. Os migrantes que lá se encontravam para receber o pagamento de benefícios ficaram furiosos quando parecia que outros migrantes estavam cortando a fila. Mais tarde ficou claro que alguns migrantes estavam lá por outras razões e por isso não deveriam entrar naquela fila.
Em Munique, 30 migrantes iniciaram uma greve de fome para protestar contra os alojamentos coletivos nos abrigos para refugiados. Dois deles foram levados às pressas para o hospital após desmaiarem. "O estado de direito não pode aceitar ser chantageado", afirma Marcel Huber um político da Baviera. "Para esse tipo de atitude nossa tolerância é zero".
Em Nürnberg, seis migrantes do Afeganistão, Etiópia e Irã iniciaram uma greve de fome paraprotestar contra a rejeição de seus pedidos de asilo. Os grevistas, que estão alojados já há alguns meses em tendas no centro da cidade de Nürnberg, exigem conversar com as autoridades locais. Os pedidos de asilo foram rejeitados há seis anos, mas eles ainda permanecem na Alemanha.
Em Osnabrück, um candidato a asilo da Somália venceu uma ação judicial contra a Agência Alemã para Migrantes e Refugiados (Bundesamt für Migration und Flüchtlinge, BAMF) por demorar muito para processar seu pedido de asilo. O juiz determinou que a BAMF tome uma decisão sobre seu pedido de asilo no máximo em três meses ou então lhe forneça uma compensação financeira.
O homem disse que estava aguardando há 16 meses uma resposta da BAMF. Em sua defesa a BAMF disse estar no momento com um acúmulo de 250.000 pedidos não processados e espera que esse número vá disparar à medida que mais candidatos a asilo forem ingressando na Alemanha.
Um porta-voz do tribunal afirmou que a decisão abre um precedente e que provavelmente mais candidatos a asilo entrarão com ações na justiça contra a BAMF em futuro próximo.

Grupos de migrantes espalhados pela Alemanha têm iniciado greves de fome, exigindo mais dinheiro, camas mais confortáveis, mais água quente, mais comida típica de seus países de origem, mais instalações recreativas além de suas próprias moradias. Em Berlim (à direita), foram necessários 900 policiais para remover mais de 400 migrantes que haviam ocupado uma escola abandonada.

Em Walldorf, uma cidade do Estado de Baden-Württemberg, um grupo de migrantes exigiuque as autoridades locais providenciassem imediatamente apartamentos privativos porque eles estavam cansados de viver em um abrigo para refugiados juntamente com outros 200 candidatos a asilo. O líder do grupo, um refugiado de 46 anos de idade da Síria, disse que ele esperava mais da Alemanha. Já está mais do que na hora dos alemães começarem a "nos tratar como seres humanos", disse ele.
Dando acompanhamento às reclamações, autoridades locais e estaduais inspecionaram o abrigo e constataram que ele estava em condições "totalmente aceitáveis", com espaços reservados para maior privacidade, além de comida e roupas à vontade.
Em Wetzlar, uma cidade no estado de Hesse, migrantes ameaçaram iniciar uma greve de fome na tentativa de forçar as autoridades locais a transferi-los para uma habitação permanente. As autoridades locais disseram que os atrasos se deviam a uma quarentena depois que vários migrantes foram diagnosticados com Hepatite A.
Em Zweibrücken, 50 candidatos a asilo procedentes da Síria iniciaram uma greve de fome para protestar contra o ritmo lento no processo de aprovação dos pedidos de asilo. "Nós temos condições de aceitar as condições de vida nos campos de refugiados, contudo, precisamos de esperança", disse um deles. As autoridades locais disseram que houve um colapso no processo de aprovação devido ao enorme número de pedidos.
Candidatos a asilo também entraram em greve de fome em BirkenfeldBöhlen,GelsenkirchenHannoverWalheim e Wittenberg.
Enquanto isso, professores na Gemeinschaftsschule St. Jürgen, uma escola primária na cidade de Lübeck localizada no norte da Alemanha, determinaram que alunos da oitava série passassem uma manhã no campo de refugiados local e "ajudassem" os migrantes arrumando suas camas, separando suas roupas e trabalhando na cozinha.
Alguns pais se queixaram que estão pedindo aos seus filhos que tragam presentes e alimentos para os refugiados, que já estão recebendo auxílio financiado pelos contribuintes alemães. Uma senhora salienta: "às vezes eu não sei nem como fazer para colocar comida na minha própria mesa".
Outra senhora assinala: "isso está indo longe demais. Espera-se que os alunos arrumem as camas e façam a limpeza em abrigos para refugiados. Estão mandando que o filho de 14 anos de idade de um amigo meu faça esse trabalho!!! Não sou nenhum agitador, sou tolerante, mas isso está indo longe demais. Há um novo curso nas escolas de Lübeck chamado: escravidão???
O diretor da escola Stefan Pabst disse que a reação negativa é uma "catástrofe". Ele disse que fazer com que as crianças trabalharem em um abrigo para refugiados é a melhor maneira delas "compreenderem o comportamento social". A revista alemã Stern se mostrou contrariadaalegando que os pais que discordavam da ideia de crianças trabalharem em abrigos pertenciam a "círculos da direita" e que estavam "espalhando slogans absurdos".
Em Bad Kreuznach, uma família de candidatos a asilo da Síria marcou um encontro para avaliar um imóvel de quatro quartos para alugar, mas a dita família se recusou a visitar a casa porque a profissional era do sexo feminino. Aline Kern a corretora conta que:
"Um dos homens que falava um alemão macarrônico, disse que eles não estavam interessados em ver o imóvel porque eu era uma mulher, loira e também porque eu olhava nos olhos deles. Que era um despropósito terem enviado uma mulher. Minha empresa deveria ter enviado um homem para mostrar o imóvel.
"Fiquei perplexa. Queremos ajudar e somos desprezados, indesejados em nosso próprio país".
Em Idar-Oberstein, uma cidade do Estado de Rhineland-Palatinate, um imã de um abrigo para refugiados se recusou a apertar a mão de Julia Klöckner, uma autoridade pública que visitava o abrigo porque se tratava de uma mulher. Depois que Klöckner, vice-presidente da União Democrata Cristã (CDU), compartilhou com a revista alemã Focus o que ela tinha passado, ela recebeu mais de 800 e-mails de mulheres do país inteiro retratando como elas também já foram destratadas por migrantes muçulmanos.
Klöckner está exigindo que a Alemanha aprove uma nova lei que obrigue migrantes e refugiados a se integrarem na sociedade alemã. Ela disse o seguinte: "precisamos de uma lei de integração. Nosso país é livre e liberal. Se nós desistirmos dos fundamentos da nossa liberalidade, iremos acordar em um país diferente".
Klöckner insiste que os migrantes devem ser informados sobre "as regras do jogo" na Alemanha, já no primeiro dia que chegam ao país. "É necessário que aqueles que querem aqui ficar estejam cônscios, desde o primeiro dia, que devem aceitar e saber que nesse país as religiões coexistem pacificamente e que não é aceitável o uso da força para resolver conflitos", disse ela.
Uma mulher contou como homens muçulmanos cortaram a fila, repetidas vezes, em um caixa de um supermercado. "Enquanto eu estava fazendo as compras em um supermercado alemão, me foi mostrado que eu era cidadã de segunda classe", ela assinalou. Em uma ocasião, um muçulmano adulto com um carrinho repleto de mercadorias furou a fila bem na frente dela. Em um alemão macarrônico ele disse o seguinte: "eu homem. Você mulher. Eu primeiro". Em outra ocasião, um jovem muçulmano deu uma cotovelada em uma mulher enquanto furava a fila na frente dela. "Quando eu disse a ele que eu o deixaria passar na frente se ele me pedisse, sua irmã me informou que rapazes não precisam pedir nada, eles exigem a ponto final".
Uma professora de uma escola vocacional salienta: "os alunos mais problemáticos são os jovens do sexo masculino, que não admitem a autoridade das professoras e que fazem algazarras durante as aulas".
Uma mãe reporta que quando visitava a escola da filha, ela se aproximou de uma mulher, refugiada, toda coberta por um véu e perguntou se ela poderia ajudá-la. "Um homem vestindo um terno impecável e barba por fazer, parecendo ter saído de uma revista de moda da Hugo Boss, se aproximou e disse: minha esposa não fala a língua dos impuros. Quando perguntei quem aqui era impuro, ele respondeu que era eu. Eu lhe perguntei o que isso queria dizer. Ele respondeu que não era nada pessoal contra a minha pessoa, isso porque todos os alemães são impuros e que a esposa dele não deve falar o idioma dos impuros, para que ela possa permanecer pura".
Em Berlim, mais de 150 jovens migrantes do norte da África e da Europa Oriental têm comoocupação, em período integral, arrancar bolsas dos transeuntes e bater carteiras. Também conhecidas como klau-kids (crianças ladras), elas publicam posts dos produtos de seus roubos (smartphones, laptops, óculos escuros de grife) na Internet, provavelmente para provocar a polícia. Um garoto de 16 anos de idade conhecido como Ismat O. foi detido mais de 20 vezes sob suspeita de roubo, mas foi liberado todas as vezes. Walid K. foi detido mais de 10 vezes, também sempre foi liberado.
De acordo com o diretor do sindicato de polícia de Berlim Bodo Pfalzgraf, "não dá para entender que criminosos contumazes desse tipo não sejam mantidos em prisão preventiva". A polícia diz que os jovens são liberados porque os juízes alemães não estão preparados para emitir mandados de prisão para pequenos delitos como roubos de bolsas. E por enquanto, jovens só podem ser deportados se tiverem sido sentenciados a pelo menos três anos de prisão.
Na Bavaria, a Câmara de Comércio de Munique (Handwerkskammer München und Oberbayernreportou que 70% dos migrantes do Afeganistão, Iraque e Síria que participaram de programas para trainees não completaram o estágio. Normalmente a desistência média é de 25%. Segundo o diretor da câmara Lothar Semper, muitos migrantes mais jovens acreditam que eles estão acima dos programas de aprendizado. "Temos que dedicar um esforço descomunal para convencer os jovens a ingressarem em um programa de aprendizado", disse ele. "Muitos alimentam a expectativa de rapidamente ganharem muito dinheiro na Alemanha".
Soeren Kern é colaborador sênior do Gatestone Institute sediado em Nova Iorque. Ele também é colaborador sênior do European Politics do Grupo de Estudios Estratégicos / Strategic Studies Group sediado em Madri. Siga-o no Facebook e no Twitter. Seu primeiro livro, Global Fire, estará nas livrarias no início de 2016.

O que a França e a Europa Podem Aprender - Bassam Tawil

  • Ao endossar constantemente as políticas pró-palestinas e anti-israelenses, fica óbvio que a França procura agradar os países islâmicos. A França parece estar convencida de que essas políticas evitarão que terroristas muçulmanos ataquem cidadãos e interesses franceses. Agora os franceses correm perigo considerável em acreditar, erroneamente, que os ataques de 13 de novembro ocorreram porque a França não acomodou o suficiente os terroristas muçulmanos.
  • Quando os terroristas percebem que fazer pressão funciona, eles leem que multiplicar a pressão deve funcionar ainda mais!
  • Os franceses e os europeus fariam bem a si próprios se compreendessem que não há nenhuma diferença entre um jovem palestino que pega uma faca e sai para assassinar judeus e um terrorista do Estado Islâmico que assassina dezenas de inocentes em Paris.
  • A razão pela qual os extremistas muçulmanos querem destruir Israel nada tem a ver com as colônias ou com os postos de controle e sim porque eles acreditam que os judeus não têm nenhum direito de estarem no Oriente Médio. E eles querem destruir a Europa porque acreditam que os cristãos, e todo e qualquer indivíduo, não têm nenhum direito de ser qualquer outra coisa a não ser muçulmano.
  • Os terroristas que estão atacando judeus também procuram destruir a França, Alemanha, Grã-Bretanha e, obviamente, os Estados Unidos. É necessário lembrar a esses países que o objetivo maior dos terroristas islamistas é forçar todos não-muçulmanos a sucumbirem ao Islã ou morrerem.
No início do ano, a França fazia parte de um grupo de oito países que apoiavam uma resolução palestina no Conselho de Segurança das Nações Unidas exigindo a retirada total de Israel para as fronteiras anteriores à guerra de 1967 até o final de 2017.
Essa votação denota que a França apóia o estabelecimento de um estado palestino independente, ao que tudo indica, a ser governado pelo mesmo tipo de gente que, na última sexta-feira perpetrou os mais pavorosos ataques em solo francês desde a Segunda Guerra Mundial.

Cenas dos pavorosos ataques terroristas desfechados em Paris na última sexta-feira.

Hoje, qualquer criança palestina sabe que, na melhor das hipóteses, o futuro estado palestino será governado pelo Hamas ou pela Jihad Islâmica e, na pior das hipóteses, pelo Estado Islâmico e seus afiliados. Será que já passou pela cabeça de alguém na Europa que o povo palestino pode não querer viver sob o governo de nenhum desses grupos, tanto quanto os europeus não iriam querer?
A França bem como os demais países da União Européia estão, há muito tempo, trabalhando contra seus próprios interesses no Oriente Médio. Ao endossar constantemente as políticas pró-palestinas e anti-israelenses, fica óbvio que a França procura agradar os países árabes e islâmicos. A França parece estar convencida de que essas políticas evitarão que terroristas muçulmanos ataquem cidadãos e interesses franceses. Esta é provavelmente a razão pela qual os franceses cometeram o erro catastrófico de acreditar que a política de apaziguamento em relação aos árabes e muçulmanos iria persuadir os terroristas islamistas a ficarem longe da França. Agora os franceses correm perigo considerável em acreditar, erroneamente, que os ataques de 13 de novembro ocorreram porque a França não acomodou o suficiente os terroristas muçulmanos.
Lamentavelmente os dois ataques terroristas anteriores ocorridos este ano em Paris, contra a redação da revista satírica Charlie Hebdo e contra o supermercado judaico HyperCacher, não foram o suficiente para convencer os franceses que a política de apaziguamento para com os árabes e muçulmanos não só é inútil como também é perigosa.
Em vez de aprenderem a lição com esses dois equívocos e começarem uma nova política no que tange o conflito israelense-palestino em geral e o extremismo islâmico em particular, os franceses continuaram trilhando a estratégia de apaziguamento, mesmo depois dos ataques à redação do Charlie Hebdo e ao supermercado HyperCacher.
Mais recentemente, a França apoiou os planos da União Européia em rotular os produtosproduzidos em colônias israelenses, sem dúvida acreditando que com essa medida os terroristas muçulmanos ficariam satisfeitos com os franceses. No entanto, conforme mostram os ataques terroristas de sexta-feira, o Estado Islâmico e seus afiliados não estão nem um pouco impressionados com as medidas anti-Israel.
Os terroristas muçulmanos não dão a mínima para as colônias. Para eles isso é coisa sem importância se comparado com seu principal sonho e objetivo: verdade seja dita, matar todos os infiéis e estabelecer um império islâmico. Os terroristas muçulmanos que estãoassassinando judeus em Israel e em outras partes do mundo também procuram matar qualquer um que lhes pareça abraçar valores ocidentais como um todo. Incluem-se aí, sobretudo, os cristãos, sejam aqueles infelizes que ainda estão vivendo no Oriente Médio, como também aqueles que vivem na França ou em algum outro país do Ocidente.
A razão pela qual os extremistas muçulmanos querem destruir Israel nada tem a ver com as colônias ou com os postos de controle. Eles querem destruir Israel porque eles acreditam que os judeus não têm nenhum direito de estarem no Oriente Médio. E eles querem destruir a Europa porque acreditam que os cristãos, e todo e qualquer indivíduo, não têm nenhum direito de ser qualquer outra coisa a não ser muçulmano. Isso também explica porque os muçulmanos não estão particularmente interessados na decisão da União Européia em rotular os produtos fabricados nas colônias israelenses. Vale a pena frisar que a decisão de rotular mercadorias israelenses nem sequer foi uma iniciativa árabe ou islâmica.
A decisão de boicotar produtos provenientes de colônias israelenses sinalizou uma mensagem totalmente errada aos inimigos de Israel e também aos inimigos dos valores ocidentais. Esses inimigos do Ocidente consideram a decisão de rotular produtos israelenses como tão somente o primeiro passo no sentido de rotular todo o Estado de Israel como uma "colônia ilegal". Não causa surpresa o fato dos primeiros a comemorarem a decisão terem sido o Hamas e a Jihad Islâmica.
O que a França e os demais países ocidentais não compreendem é que concessões e gestos são interpretados de forma equivocada pelos terroristas como sinais de fraqueza, fato este que só faz estimular ainda mais a violência. Quando os terroristas veem que fazer pressão funciona, eles leem que multiplicar a pressão deve funcionar ainda mais!
Os boicotes europeus são visto aqui pelo povo palestino como nada mais do que cinismo e crueldade, meras tentativas de cortejar uma liderança usurpadora à custa do povo. Os boicotes são vistos aqui como nada mais do que a manutenção do povo palestino sob domínio de sua liderança corrupta nos induzindo a ver os extremistas de outra maneira, é a única opção que nos resta.
O que os europeus podiam ter aprendido é que os ataques ocorridos em Paris são o que todos nós daqui, muçulmanos, cristãos e judeus, estamos vivenciando por décadas.
Nos últimos 22 anos, todas as concessões territoriais e gestos de boa vontade por parte de Israel, resultaram apenas e tão somente no incremento do terrorismo contra Israel, incluindo contra nós palestinos. Muitos palestinos veem de forma equivocada a retirada israelense da Faixa de Gaza em 2005, veem isto apenas como recuo e sinal de fraqueza. Se atirar em judeus provocou a saída deles da Faixa de Gaza, como parece ser o caso, vamos continuar atirando nos judeus. A consequência desse modo de ver as coisas foi o Hamas ter tomado para si a glória de ter expulsado os judeus da Faixa de Gaza por meio de foguetes e ataques suicidas, rapidamente assumindo o poder.
Na mesma linha, toda vez que Israel solta prisioneiros palestinos, (incluindo dezenas deles com sangue nas mãos) como gesto de boa vontade para com o Presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas ou para com o Secretário de Estado dos Estados Unidos John Kerry, os palestinos consideraram o gesto como prova que suas exigências foram atendidas. De modo que o próximo passo é aumentar a violência e fazer mais exigências. Os palestinos veem a retirada de Israel do sul do Líbano e da Faixa de Gaza e a soltura de prisioneiros palestinos não como sinal de que Israel está interessado na paz e na tranquilidade e sim como recompensa pelo terrorismo.
Há dois meses a França deu mais um passo na tentativa de apaziguar árabes e muçulmanos. Desta vez os franceses votaram a favor de hastear a bandeira palestina na sede das Nações Unidas. "Essa bandeira é um símbolo poderoso, um raio de esperança para os palestinos", segundo declaração do Embaixador da França nas Nações Unidas Francois Delattre. E mais uma vez os franceses, ao que parece, acreditavam que aquele voto satisfaria árabes e muçulmanos e convenceria os terroristas que a França estava do lado deles na luta contra Israel.
A política equivocada da França e da Europa frente ao conflito israelense-palestino não começou no ano passado ou retrasado. Há quatro anos, a França votou a favor de conceder aos palestinos o status de membro com plenos direitos na Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). No mês passado, a liderança da Autoridade Palestina tentou, sem sucesso, usar a UNESCO para aprovar uma resolução declarando o Muro das Lamentações um lugar sagrado apenas para muçulmanos. A resolução foi modificada no último minuto para uma resolução condenando Israel, mas em vez de se opor à resolução, a França, constrangida, optou pela abstenção. A UNESCO, contudo, declarou que dois sítios culturais nacionais judaicos da antiguidade, símbolos do período bíblico, o Túmulo de Raquel e o Túmulo dos Patriarcas, serão daqui em diante considerados sítios culturais muçulmanos. Na mesma semana, outro sítio bíblico, o Túmulo de José, foi incendiado (pela segunda vez, a primeira vez foi em 2000), muito embora a Autoridade Palestina tenha se comprometido em proteger esses lugares de pessoas sob sua responsabilidade.
Nas últimas semanas os palestinos vêm promovendo uma nova onda de ataques terroristas contra os israelenses. Desta vez os palestinos estão usando fuzis, facas, pedras e automóveis para assassinar o maior número de judeus possível. Contudo, até agora não ouvimos nenhuma condenação, nem da França, nem da Europa, nem de ninguém, sobre o terrorismo palestino.
Também não ouvimos a França ou outro país da União Européia exigir que o Presidente Mahmoud Abbas condene os ataques terroristas contra os israelenses. O grosso dos veículos de imprensa além de jornalistas da França, se recusam até mesmo a se referirem aos homicidas como terroristas, apesar de muitos desses terroristas estarem filiados a grupos terroristas que abraçam a mesma ideologia, como por exemplo o Estado Islâmico: Hamas e Jihad Islâmica.
Ao deixarem de condenar os ataques terroristas contra os israelenses e não identificar os perpetradores pelo que eles realmente são, assassinos bárbaros e terroristas, a França bem como os demais países ocidentais estão, mais uma vez, mandando a mensagem errada aos islamistas: que assassinar judeus não é um ato de terrorismo.
O que esses países não compreendem é que os terroristas que estão atacando judeus também procuram destruir a França, Alemanha, Grã-Bretanha e, obviamente, o "Grande Satã" (os Estados Unidos). É necessário lembrar a esses países, todos os dias, que o objetivo maior dos terroristas islamistas é forçar todos não-muçulmanos a sucumbirem ao Islã ou morrerem. Não raramente os terroristas nem sequer têm a paciência de dar essa opção aos "infiéis", simplesmente os matam enquanto eles (infiéis) assistem a um concerto ou uma partida de futebol.
Agora é esperar para ver se os franceses irão acordar e entender que o Islã radical está em guerra com os "não crentes" e com todos aqueles que se recusam a aceitar os ditames do Estado Islâmico ou de outros extremistas muçulmanos. Esta é uma guerra que Israel já está travando há mais de duas décadas, mas lamentavelmente com apoio ínfimo e, amiúde, enfrentando obstáculos malignos de países europeus, incluindo a França.
Os franceses e os europeus fariam bem a si próprios se compreendessem que não há nenhuma diferença entre um jovem palestino que pega uma faca e sai para assassinar judeus e um terrorista do Estado Islâmico que assassina dezenas de inocentes em Paris. Quando os franceses e demais europeus compreenderem essa realidade, será muito mais fácil para eles se engajarem na batalha contra o terrorismo islâmico.
Bassam Tawil é um pesquisador estabelecido no Oriente Médio.

Polícia Federal diz que Collor pagou carros de luxo com dinheiro de propina

quinta-feira, 19 de novembro de 2015



Laudo da Polícia Federal anexado ao processo contra o senador Fernando Collor (PTB-AL) no Supremo Tribunal Federal aponta os indícios de que os carros de luxo apreendidos na casa do parlamentar em operação da PF foram comprados parcialmente com dinheiro de propina. As informações são do jornal Folha de S. Paulo. Em agosto, Collor foi um dos primeiros políticos com mandato denunciados pela Procuradoria-Geral da República ao STF por envolvimento no petrolão. Ele é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro. Collor também é alvo de outros dois inquéritos no âmbito da Lava Jato, o mais recente foi aberto na semana passada. Nesta quarta-feira a Procuradoria Geral da República enviou mais dois pedidos de abertura de inquérito no âmbito da Lava Jato contra o senador. O conteúdo dos documentos encaminhados à Corte é mantido sob sigilo e será encaminhados ao ministro Teori Zavascki, relator dos processos sobre o esquema de corrupção na Petrobras. Pelo sistema do STF, até o momento, só é possível saber que os dois novos casos são apurações sobre corrupção passiva. Os novos inquéritos têm como base duas petições mantidas ocultas no Supremo - procedimento que costuma ser usado para abrigar delações premiadas ainda em segredo. A denúncia feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Collor aponta para um esquema de uso de carros de luxo para lavagem de dinheiro. Segundo reportagem da Folha, a PF quebrou o sigilo de 110.000 operações bancárias em onze contas do parlamentar, de sua mulher e de empresas dele. Agentes identificaram depósitos em dinheiro vivo fracionados para o senador - os valores eram geralmente baixos, para não levantar suspeitas. A ação, de acordo com a Polícia Federal, é indicativo de lavagem de dinheiro. Foram identificados 469 depósitos de 2.000 reais, num total de 938.000 reais. Todos eles foram feitos da mesma agência do banco Itaú em Brasília. Justamente a que aparece nos comprovantes apreendidos com o doleiro Alberto Youssef, pivô do esquema de corrupção desvendado pela Lava Jato. "Os pagamentos dos veículos podem ser inequivocadamente associados aos depósitos em espécie", diz o documento, de acordo com o jornal. Os veículos que teriam sido pagos com dinheiro sujo são uma Lamborghini Aventador, uma Ferrari 458, um Bentley Flying e um jipe Range Rover. A coleção custou 6,2 milhões de reais. A Polícia Federal chegou a apreender cinco carros de luxo de Collor durante uma das fases da Lava Jato. No mês passado, no entanto, o ministro Teori Zavascki atendeu a um pedido feito pela defesa do senador, que alegou que os veículos demandam cuidados especiais, e devolveu quatro carros à guarda do senador. Em acordo de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef apontou o senador alagoano como beneficiário de propina em uma operação da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. A distribuição do dinheiro sujo contava com a participação do ex-ministro de Collor, Pedro Paulo Leoni Ramos, dono da GPI Investimentos e amigo de longa data do senador. Na triangulação do suborno, foi fechado um contrato com uma rede de postos de combustível de São Paulo e que previa a troca de bandeira da rede, para que o grupo se tornasse um revendedor da BR Distribuidora. O negócio totalizou 300 milhões de reais, e a cota de propina, equivalente a 1% do contrato, foi repassada a Leoni Ramos, que encaminhava finalmente a Collor. Na explosiva delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, Fernando Collor também foi citado como o destinatário de 20 milhões de reais em propina, pagos pela construtora entre 2010 e 2012, para que o senador defendesse interesses da companhia com a BR Distribuidora.



PARA DILMA, IMPOSTOS ALAVANCAM A ECONOMIA. PINÓQUIO CONCORDA.


Percival Puggina

Percival Puggina
Percival Puggina

 A presidente da república, durante a reunião do G-20, na Turquia, afirmou que a criação da CPMF seria um estímulo à economia e não um tributo para elevar as despesas. “Não é para gastar mais; é para crescer mais” esclareceu. Pinóquio concorda. “E o grilo falante, não diz coisa alguma?” perguntará o leitor. Ora, meu caro, o grilo morreu, vai para mais de 12 anos.

 APinoquio_Lula_e_Dilmao ler a notícia lembrei-me daquela confusão envolvendo o currículo da presidente durante sua primeira campanha eleitoral. Ao fim das contas, ela não tinha, como economista, as titulações que lhe eram atribuídas, como mestre e doutora porque não concluíra, nos dois cursos, as teses necessárias para apresentação, defesa e, posterior, adjudicação dos respectivos títulos.

 Ouvir-se de uma economista que um novo imposto vai produzir desenvolvimento é disparate que não se diz nem mesmo diante de crianças sem produzir risadinhas. Se fosse boa essa estratégia “desenvolvimentista”, que suprimirá da sociedade recursos no montante de R$ 38 bilhões, melhor ainda seria elevar bastante a alíquota, para obter muito mais desenvolvimento.

O que o governo pretende com a CPMF é buscar, no bolso e na capacidade de consumo dos cidadãos, o dinheiro que jogou fora em demagogias para eleger-se em 2014. A CPMF é dinheiro para tapar buraco, cobrir despesas já feitas, diminuir o déficit. Os pacientes que se danem. E os impacientes, também.


Gil comenta: A CPMF passada me deu muito prejuízo, por que sou teimoso à beça. Durante sua vigência, deixei de fazer muitos negócios para não fornecer à essa cambada de aproveitadores mais do que o mínimo necessário. Não ganho mas também não sou explorado. Sigo o exemplo de um arquiteto amigo que ao ser condenado à pagar uma pensão alimentícia para ex-esposa dondoca (que sustentava amante) largou a profissão e foi vender limonada na praia.  Se me pressionarem muito, transfiro o pouco patrimônio que tenho para outro país. Ou passo a viver de palestras para empreiteiras, lobbies e consultorias fantasmas que não pagam impostos. E ainda deixo uma palavrinha de consolo aos fiscais petralhas.


FONTE - https://prosaepolitica.wordpress.com/2015/11/19/para-dilma-impostos-alavancam-a-economia-pinoquio-concorda/

ACORDO INDECENTE ENTRE DILMA E CUNHA INCLUI LEWANDOWSKI E JANOT - Carlos Newton


Tribuna da Internet

Agora, já não há mais dúvidas. O acordo indecente entre a presidente Dilma Rousseff e o deputado Eduardo Cunha, costurado pelo ex-presidente Lula e pelo ministro Jaques Wagner, da Casa Civil, é mesmo para valer e os dois serão mantidos nos respectivos cargos. Não haverá processo de impeachment de Dilma nem processo de cassação de Cunha, e a política brasileira ficará mais enlameada do que as águas do antigo Rio Doce.
Reportagem de Débora Álvares e Ranier Bragon, na Folha, revela que Cunha disse a deputados da bancada do PMDB que não aceitará nenhum dos pedidos de abertura de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, sob alegação de que a campanha perdeu força. Depois de ter dado sucessivas declarações de que decidiria sobre os pedidos até o final de novembro, Cunha agora diz que a questão ficará para 2016, no mínimo.
“Ele disse ter a impressão de que a possibilidade de impeachment perdeu força, que não há nesse momento apoiamento popular, embora o ocorrido nas contas da Dilma [o Tribunal de Contas da União rejeitou a contabilidade de 2014] seja fato para levar o impeachment adiante”, afirmou o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA), aliado de Cunha e que participou do jantar em que o assunto foi tratado
Segundo o deputado do PMDB do Maranhão, Cunha condicionou a possibilidade de deferir um pedido de impeachment somente se o Congresso ratificar a decisão do TCU pela rejeição das contas de Dilma. “Se isso acontecer, ele disse que a deflagração do impeachment volta à tona com toda a força, mas que neste ano não há a menor possibilidade de isso acontecer”, completou Rocha.
Não causa espanto o fato de autoridades como Dilma Rousseff e Eduardo Cunha celebrarem esse tipo de acordo rasteiro, de troca de favores institucionais, tão grave e surpreendente que chega a ser difícil de acreditar e impossível de aceitar. Trata-se de pessoas desclassificadas, sem o menor compromisso com a honra, a dignidade, o decoro e – sobretudo – o interesse nacional. Comportam-se como se estivessem acima da lei e da ordem, como se pudessem dispor das instituições nacionais a seu bel prazer, como se dizia antigamente.
O pior é que este acordo só pode existir se tiver a conivência e cumplicidade das três outras autoridades máximas do país – o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, e o presidente do Congresso, Renan Calheiros.
Recordar é viver. Janot pediu a abertura de inquérito no Supremo contra Cunha, anexou provas abundantes de irregularidades cometidas pelo deputado e há mais de um mês a Procuradoria vazou à imprensa informes de que seria oficialmente pedido seu afastamento  da presidência da Câmara. No dia 27 de outubro, Cunha reagiu, ameaçando aceitar o pedido de impeachment, caso Janot solicitasse seu afastamento da presidência da Câmara. Estranhamente, nada aconteceu, Janot se recolheu e só tem investido com o senador Fernando Collor, deixando Cunha de lado, sinal de que está no esquema.
O ministro Ricardo Lewandowski soltou a franga e anunciou na semana passada que considera “um golpe” a possibilidade de ser aberto o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.  Na condição de presidente do Supremo, ele jamais poderia dar esse tipo de declaração, pois a possibilidade de impeachment está expressamente prevista na Constituição e dois pedidos que aguardam despacho do presidente Eduardo Cunha já foram aprovados pela Assessoria Jurídica da Câmara – o requerimento do advogado Luiz Carlos Crema e o novo pedido dos juristas Helio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal. Ou seja, Lewandowski já está no esquema.
Por fim, o presidente do Congresso, Renan Calheiros, está empurrando com a barriga o exame do parecer unânime do Tribunal de Contas da União, que pede a rejeição das contas da presidente Dilma no ano de 2014, por causa das pedaladas fiscais, que configuram crimes de responsabilidade, na forma da lei, além dos dez decretos ilegais liberando despesas não autorizadas pelo Congresso. Portando, Renan também está no esquema.
Tradução simultânea de tudo isso: as cinco autoridades máximas do país entraram por caminhos escuros, totalmente à margem da lei, em benefício próprio e desprezando os interesses nacionais. Isso não é democracia, em que as leis têm de ser cumpridas por todos, especialmente por aqueles que se encontram no poder. Na verdade, este acordo escuso significa formação de quadrilha. Mas quem se interessa?

Um circo repleto de Mercenários.


pmdb guloso e dilma chargeA melhor análise do circo armado pelo Partido dos Mercenários do Brasil (leia-se PMDB) foi dada pelo excelente editorial de hoje do Estadão. Vale a leitura.
EstadaoO PMDB como ele é
Estadão - Editorial
Nada é mais tristemente representativo da realidade política brasileira do que esse poderoso partido-ônibus – porque nele cabem todos – chamado PMDB. Sua liderança mais expressiva – Michel Temer, não por acaso vice-presidente da República – é a figura emblemática desse fenômeno político-partidário que sintetiza a lógica segundo a qual o que justifica a existência de um partido político é a luta pelo poder. No caso peculiar do PMDB, contudo, é preciso esclarecer: qualquer poder. Não há outra explicação, por exemplo, para a legenda comandada por Michel Temer ser há anos a principal aliada de um governo fortemente estatizante – no qual ocupa hoje nada menos do que sete ministérios – e simultaneamente defender um programa de governo, a “ponte para o futuro” proposta pela Fundação Ulysses Guimarães, que, entre outras coisas, contém propostas para reduzir o papel do Estado.
Essa é uma contradição admissível no caso de coalizões de emergência destinadas a superar crises graves que colocam em risco a estabilidade institucional. Poderia até ser o caso no Brasil. Mas não é – pelo menos por enquanto – seja porque as instituições fundamentais de nosso sistema democrático se têm demonstrado suficientemente sólidas, seja porque as principais lideranças políticas, especialmente as que estão no poder, revelam-se incapazes de compartilhar de fato esse poder para tirar o País do impasse político e do atoleiro econômico. Ninguém demonstra desprendimento ou disposição de colocar em risco seus ativos políticos em favor do bem comum.
E foi exatamente isso que fez o PMDB no curioso encontro que promoveu na terça-feira em Brasília, no qual foi tudo montado para mostrar que o partido é exatamente aquilo que cada uma de suas muitas facções quer que ele seja. Na fala principal, Michel Temer exercitou a retórica da conciliação do inconciliável, colocando-se suficientemente distante de Dilma Rousseff para manter animados os defensores do rompimento com o governo petista, mas também minimamente fiel à aliança com o Planalto para tranquilizar os muitos correligionários que desfrutam das benesses do poder.
Temer recorreu a uma sucessão de clichês: “Nós estamos juntos procurando soluções para o País. Não é de hoje que temos falado em reunificar o pensamento nacional e pacificar a Nação. Não é da índole do brasileiro a disseminação do ódio”. E ainda se permitiu um rasgo de modéstia – “por enquanto não, obrigado” – quando grupos entoaram o coro “Brasil/Pra frente/Temer presidente”. E estendeu-se na explicação: “Vamos esperar 2018. Vamos lançar um grande nome do PMDB. Estou encerrando minha vida pública”. Acredite quem quiser, até porque ele já contratou um advogado especialista em legislação eleitoral para tentar desvincular sua candidatura a vice em 2014 da candidatura de Dilma Rousseff, de modo a impedir que eventual cassação do mandato da presidente pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atinja também seu mandato de vice-presidente, impedindo-o de assumir a chefia do governo.
Em resumo, o “congresso” peemedebista, que chegou a ser visto como primeiro passo para a formalização do rompimento com Dilma, resumiu-se a uma encenação da qual o PMDB saiu exatamente como entrou: confortavelmente instalado no governo e à espera da melhor oportunidade para assumir o papel político a que se considera destinado diante da falência do projeto de poder do PT. Essa oportunidade parece estar reservada para o meio do próximo semestre, quando os previsíveis agravamentos da crise econômica e do enfraquecimento político de Dilma e do PT coincidirão com a Convenção Nacional do PMDB, agendada para o mês de março.
Até lá – certamente Temer torce também para isso – o partido pode ter-se livrado do constrangimento de ostentar como uma de suas principais lideranças o mendaz presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, alvo de hostilidades na reunião de Brasília. E, acima de tudo, o País estará a apenas sete meses das eleições municipais, estratégicas para o fortalecimento da hegemonia política de um partido que fará o possível para poupar seus candidatos de qualquer tipo de associação com tudo o que o PT representa.