segunda-feira, 14 de março de 2016

Descobertos em Israel selos raros de 2.600 anos


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Após nove anos de escavações, arqueólogos da Autoridade de Antiguidades deIsrael descobriram dois selos raros que lançam nova luz sobre o entendimento do papel das mulheres na Jerusalém do período do Primeiro Templo. As relíquias, datadas em cerca de 2.600 anos, tinham inscritos os nomes femininos de Elihana bat Gael e Sa‘aryahu ben Shabenyahu, indicando que as duas ocupavam posição de destaque na sociedade da época.
“Selos pessoais, como os de Elihana e Sa‘aryahu, eram usados para assinar documentos e, frequentemente, eram incrustados em anéis vestidos pelo dono”, explicaram Doron Ben-Ami, Yana Tchekhanovets e Salome Cohen, diretores de escavações da Autoridade de Antiguidades de Israel. “Na antiguidade eles designavam a identidade, genealogia e status do dono do selo”.
Eles foram descobertos fora dos limites da Cidade Antiga de Jerusalém, no sítio arqueológico Givati, na Cidade de Davi. Estavam no estrato datado do período do Primeiro Templo, dentro de uma estrutura construída em pedra polida. Os pesquisadores acreditam que o edifício, muito bem construído, funcionava como um centro administrativo.
“Encontrar selos com nomes inscritos do período do Primeiro Templo é uma ocorrência pouco usual. E encontrar um selo que pertencia a uma mulher é um fenômeno ainda mais raro”, destacaram os pesquisadores. Um deles é feito com pedras semipreciosas, com a inscrição “Elihana bat Gael” em hebraico antigo. O nome da mulher é mencionado junto com o nome do pai, indicando que o “status elevado de Elihana, que dependia da sua família original, não da família de seu marido”, explicou Hagai Misgav, da Universidade Hebraica em Jerusalém. O nome Eliha é a forma feminina de Eli, conhecido da Bília. A inscrição é parecida com outras encontradas em selos amonitas, indicando uma possível origem estrangeira do artesão ou da própria Elihana, que aparentemente veio do leste do Rio Jordão.
“Parece que Elihana manteve seu direito à propriedade e independência financeira até mesmo após seu casamento e o nome de seu pai foi mantido”, acredita Misgav. “Entretanto, nós não temos informações suficientes sobre as leis em Judá durante este período”.
O segundo selo possui a inscrição “Sa‘aryahu ben Shabenyahu“. O nome Sa‘aryahu aparece em um fragmento encontrado em Arad, e aparentemente significa “o Senhor, que foi revelado na tempestade”, em referência ao capítulo 38 do “Livro de Jó”, no “Antigo Testamento”.
De acordo com Misgav, encontrar selos que pertenceram a mulheres é um feito “extraordinário”, pela raridade desses artefatos por causa do “geralmente status econômico inferior das mulheres” nas sociedades da época. O pesquisador destaca que o nome Elihana “não aparece na Bíblia e que não existe outra informações sobre a identidade desta mulher, mas o fato de ela possuir um selo demonstra seu alto status social”.
No “Livro dos Provérbios”, do “Antigo Testamento”, uma esposa ideal é descrita como provedora das necessidades do lar, enquanto o marido se envolve em questões públicas e legais nos portões da cidade. Por esse motivo, encontrar evidências da independência legal e financeira de mulheres é fato raro na arqueologia. Além dos selos, já foi encontrado um documento no deserto da Judeia, datado do período do Segundo Templo, que descrevia negócios de Babatha bat Shimon, uma mulher dona de terras que tinha status legal.
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Cientistas israelenses melhoram memória de ratos que têm Alzheimer


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Alzheimer
Cientistas da Universidade israelense de Haifa conseguiram melhorar os mecanismos de aprendizagem e memória em ratos de laboratório com o “Mal de Alzheimer” mediante o bloqueio de uma proteína dominante no desenvolvimento da doença. O novo estudo teve êxito em ratos com Alzheimer esporádico, que caracterizam 90% das pessoas que acabam desenvolvendo a enfermidade. O professor Kobi Rosemblum, responsável pelo estudo, afirmou que, durante os últimos 30 anos, a pesquisa da doença foi centrada na patologia, de responder à pergunta do que ocorre no cérebro e que agora a pesquisa está centrada em uma nova perspectiva: a de melhorar a memória. “Não podemos curar a doença, mas sim melhorar o funcionamento cognitivo durante um certo período de tempo e oferecer ao paciente tempo adicional de um funcionamento normal”, explicou. A técnica aplicada foi registrada como patente e os pesquisadores criaram uma empresa startup para sintetizar um remédio apropriado para os seres humanos.