quinta-feira, 5 de julho de 2012

Custo Lula (2), por Carlos Alberto Sardenberg


POLÍTICA

Carlos Alberto Sardenberg, O Globo

Uma das broncas do então presidente Lula com a Vale estava no assunto siderúrgicas. A companhia brasileira deveria progredir da condição de mero fornecedor de minério de ferro para produtor de aço, tal era o desejo de Lula.
Quando lhe argumentavam que havia um problema de custo para investir no Brasil — e não apenas em siderúrgicas — o ex-presidente apelava para o patriotismo. As empresas privadas nacionais teriam a obrigação de fabricar no Brasil.
Por causa da bronca presidencial ou por erros próprios, o fato é que a Vale está envolvida em três grandes siderúrgicas — ou três imensos problemas — conforme mostra em detalhes uma reportagem de Ivo Ribeiro e Vera Saavedra Durão, no “Valor” de ontem.
Em Marabá, no Pará, o projeto da planta Alpa está parado, à espera da construção de um porto e de uma via fluvial, obrigação dos governos federal e estadual, e que está longe de começar.
No Espírito Santo, o projeto Ubu também fica no papel enquanto a Vale espera um cada vez mais improvável sócio estrangeiro.
Finalmente, o projeto de Pecém, no Ceará, está quase saindo do papel, mas ao dobro do custo original.
E quer saber? Seria melhor mesmo que não saísse. Acontece que há um excesso de oferta de aço no mundo e, mais importante, os custos brasileiros de instalação das usinas e de produção são os mais altos do mundo.
Não, a culpa não é só do dólar nem dos chineses. Estes fazem o aço mais barato do planeta, com seus métodos tradicionais. Mas o aço brasileiro sai mais caro do que nos EUA, Alemanha, Rússia e Turquia, conforme um estudo da consultoria Booz.
A culpa nossa é velha: carga e sistema tributário (paga-se imposto caro até durante a construção da usina, antes de faturar o primeiro centavo), burocracia infernal e custosa, inclusive na disputa judicial de questões tributárias e trabalhistas, e custo da mão de obra.
Dados do economista Alexandre Schwartsman mostram que os salários estão subindo no Brasil na faixa de 11 a 12% anuais. A produtividade, estimado 1,5%. Ou seja, aumenta o custo efetivo do trabalho, e mais ainda pela baixa qualificação da mão de obra.
Jorge Gerdau Johanpeter, eterno batalhador dessas questões, mostra que a unidade de trabalho por tonelada de aço é mais cara no Brasil do que nos EUA.
Não há patriotismo que resolva. Mas uma boa ação governamental ajudaria. Reparem: todos os problemas dependem de ação política e, especialmente, da liderança do presidente da República. Trata-se de reformas tributária e trabalhista, medidas legais para arejar o ambiente de negócios, simplificar o sistema de licenças ambientais, reforma do Judiciário e por aí vai, sem contar com um impulso na educação.
Se isso não anda, é falha de governo, não do mercado. A crise global é a mesma para todo mundo, mas afeta os países diferentemente, conforme suas condições locais.
O Brasil precisaria turbinar os investimentos, mas não há como fazer isso num ambiente tão desfavorável e tão custoso. O governo cai então no estímulo ao consumo e no protecionismo para barrar e/ou encarecer os produtos estrangeiros. De novo, não conseguindo reduzir o custo Brasil, aumenta o custo mundo.
A situação é ainda mais grave no lado dos investimentos públicos. Uma das obras de propaganda de Lula era a Ferrovia Norte-Sul, tocada pela estatal Valec. Pois o Tribunal de Contas da União verificou que o dormente ali saía por R$ 300, enquanto na Transnordestina, negócio privado, ficava por R$ 220.
O atual presidente da Valec, José Eduardo Castello Branco, nomeado há um ano, depois das demissões por denúncias de corrupção, conta ainda que vai comprar a tonelada de trilho por R$ 2 mil, contra o preço absurdo de R$ 3 mil da gestão anterior, que vinha lá do governo Lula.
Claro que um presidente da República não pode saber quanto custa uma tonelada de trilho, muito menos o preço de um dormente. Nem pode acompanhar as licitações. Mas o ritmo “vamo-que-vamo” imposto pelo ex-presidente, junto com o loteamento político das estatais, criou o ambiente para os malfeitos e, mais importante, porque mais caro, para os enormes equívocos na gestão dos projetos.
O diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, general Jorge Fraxe, também nomeado por Dilma para colocar ordem na casa, conta que encontrou contratos de obras no valor de R$ 15 bilhões — ou “15 bilhões de problemas”.
Quando o mundo vai bem, todos crescendo, ninguém repara. Quando a coisa aperta, aí se vê o quanto não foi feito ou foi feito errado.

Atos de tortura estão disseminados no Brasil, diz ONU



Em relatório, Nações Unidas aponta negligência no atendimento médico a detentos. Foto: Adenilson Nunes/Governo da Bahia
O Brasil foi duramente criticado em um relatório do Subcomitê de Prevenção à Tortura (SPT) das Nações Unidas divulgado nesta quarta-feira 4, por não avançar na solução de problemas já apresentados pela ONU. Após vistorias em setembro de 2011 em delegacias, presídios, centros de detenção juvenil e instituições psiquiátricas no Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo, o SPT apontou que a impunidade por atos de tortura “está disseminada” e decorre do “fracasso generalizado em levar-se os criminosos à Justiça”. Além disso, foram registrados casos graves de corrupção e pouca autonomia para realização de exames forenses.
O relatório aponta casos de pagamento de suborno de 10 mil reais por detentos a policiais para serem libertados, roubo de provas por policiais e “compra” por detentos de banhos de sol. Houve registro de pessoas presas em delegacias que pagaram suborno para serem transferidas a instalações de detenção pré-julgamento. Para evitar isso, o SPT sugere a implementação de uma política firme contra a corrupção, o treinamento de policiais e agentes penitenciários e a revisão dos salários.
As críticas também atingiram os institutos de medicina forense. O Subcomitê destacou que o fato destas instituições serem subordinada às Secretarias de Segurança Pública dos Estados – que controlam a polícia – pode prejudicar a independência dos profissionais forenses na realização de exames médicos ou análise de um detento que sofreu maus-tratos ou tortura.
O atendimento médico aos detidos também foi apontado como falho, devido à falta de recursos financeiros, materiais e a subordinação dos serviços de saúde aos de segurança. A ONU identificou que nas delegacias de polícia não havia acesso a médicos, e nas prisões o atendimento ocorria com grandes atrasos. “Não havia funcionários médicos à noite ou nos fins de semana. A equipe médica era insuficiente e incluía detentos não qualificados para prestar serviços médicos. Em uma prisão visitada, havia somente um médico presente, uma vez por semana, para atender mais de 3 mil prisioneiros”, destaca o relatório. Uma situação que, segundo o SPT, gera casos de presos com doenças crônicas graves, membros quebrados ou outros ferimentos sem tratamento.
Sem informação sobre direitos
De acordo com o Subcomitê da ONU, muitos entrevistados afirmaram não ter sido devidamente informados sobre seus direitos no momento da prisão. Houve diversos casos em que os detidos não puderam informar, por longos períodos de tempo, a uma pessoa de sua escolha sobre sua detenção. Ainda no âmbito do acesso à Justiça, o órgão identificou que, apesar de a assistência jurídica ser gratuita para quem não pode pagar, ela não é disponibilizada a todos que necessitam. O problema seria a falta de autonomia institucional e recursos humanos.
Para o SPT, a definição de tortura na legislação brasileira e as salvaguardas jurídicas existentes estão dentro dos padrões internacionais. Por outro lado, existe uma lacuna entre o aparato jurídico e sua aplicação na prática, “uma vez que a maioria das garantias e dos direitos dispostos na legislação nacional são amplamente ignorados”, diz o documento. Isso inclui o comportamento de juízes, que “raramente perguntarem aos detentos sobre o tratamento recebido ao longo das investigações”. Por isso, o órgão pediu que os magistrados recusem confissões quando houver motivos para crer que elas tenham ocorrido por tortura.
O SPT criticou a superlotação das instituições policiais e considerou que submeter detentos a situações de superlotação extrema “constitui uma forma severa de maus-tratos”. Além disso, mostrou preocupação com a separação de detentos em quase todos os presídios visitados em instalações ou alas com base na facção criminosa a que eram filiados. “A prática de forçar novos prisioneiros que nunca pertenceram a nenhuma gangue a escolher uma ao ingressar no sistema penitenciário é cruel e leva ao inchaço das gangues.” A alocação em uma cela ou ala deve ser baseada em critérios objetivos, diz o relatório.

Também foram identificados casos de tortura e maus-tratos cometidos pelas polícias Civil e Militar. Entre as alegações estão: ameaças, chutes e socos na cabeça e no corpo e golpes com cassetetes.
Crianças e adolescentes
O SPT destacou negativamente que a privação de liberdade de crianças e adolescentes não era utilizada como último recurso, indo contra o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As instituições nas quais as crianças e adolescentes eram mantidos foram vistas como semelhantes às prisões comuns para adultos. Além disso, o Subcomitê criticou a falta de ênfase na dimensão socioeducativa do sistema juvenil e o pouco apoio para permitir a reintegração destes jovens.
O Brasil tem seis meses para responder os questionamentos do SPT.

Nova resposta à crise, por Miriam Leitão


ECONOMIA


Miriam Leitão, O Globo
O mundo vive um momento grave da crise que começou em 2008. Ela teve um período de redução de intensidade em 2010, mas voltou a piorar. Neste quadro, é natural a queda do ritmo de crescimento. O governo acertou na redução da taxa de juros, mas não tem tido ânimo para enfrentar a agenda de reformas e mudanças que poderiam melhorar o ambiente de negócios no Brasil. Pior: em seis meses, só investiu 21% do orçamento.
Está na hora de mudar a natureza da resposta à crise. Até agora, o governo apostou apenas em aumento do consumo via endividamento. A família brasileira tem índices de endividamento menores do que os de outros países, mesmo assim, o custo dos financiamentos é muito alto no Brasil. Por isso o fôlego desse tipo de estímulo é mais curto do que em outras economias.
A redução da Selic e o esforço do governo para provocar a queda do spread bancário tornaram as dívidas mais baratas. Mesmo assim, a inadimplência está aumentando, principalmente das pessoas físicas.
O pacotismo serial do governo conseguiu reduzir a crise em poucos setores e por algum tempo, mas não tem sido suficiente. O último dado da produção industrial mostra isso. O setor de linha branca conseguiu segurar a produção em maio, por causa da queda do IPI. Os outros setores despencaram.
Quando sair o dado de junho, os números de produção de veículos serão melhores. Mas nenhuma retomada tem sido sustentada.
Nada disso é estrutural e o governo deveria pensar em outro caminho. Os dados do site Contas Abertas não deixam dúvidas de que o governo tem investido menos do que tem autorização para investir. Bem menos.
Do total previsto para investimentos em 2012 (R$ 90,1 bilhões), a União aplicou até junho só R$ 18,9 bilhões. Mas a notícia pode ser ainda pior: desse montante, apenas R$ 4,8 bilhões foram de investimentos feitos este ano, o restante, R$ 14,1 bilhões, são restos a pagar, ou seja, pendências do ano passado.
— Estamos no meio do ano é só foram investidos 21% do previsto. É muito pouco. Nesse número ainda estão incluídos os restos a pagar — diz Gil Castello Branco, secretário-geral do Contas Abertas.
Se compararmos com o mesmo período do ano passado, a situação está só um pouquinho melhor. Em valores correntes, a União investiu R$ 17,8 bi entre janeiro e junho de 2011, R$ 1,1 bi a menos do que no mesmo período deste ano. Mas os investimentos feitos até agora são inferiores aos do primeiro semestre de 2010 (R$ 19,1 bilhões).
Em valores constantes, atualizados pelo IGP-DI, da FGV, a redução entre o montante investido nos primeiros seis meses de 2010 e as aplicações de 2012 chega a R$ 3 bilhões.
O investimento total melhorou um pouco, quando comparamos os primeiros seis meses de 2011 e 2012, mas os números do Ministério dos Transportes seguem na direção contrária. Gil Castello Branco diz que a pasta aplicou neste primeiro semestre R$ 2,3 bilhões a menos do que investiu no mesmo período do ano anterior. Em valores constantes, são menos R$ 2,5 bilhões.
— A crise tem endereço certo. É Esplanada dos Ministérios, bloco R.
Os escândalos que levaram a substituições no Ministério paralisaram a máquina. Como resultado, há muito investimento que precisa ser feito e outros que foram interrompidos pela metade.
O governo precisa fazer um balanço dos pacotes setoriais anunciados, de quanto houve de renúncia fiscal, do resultado atingido. Eles custam caro, produzem desigualdades dentro do sistema produtivo e não têm tido resultado importante.
Em vez de perseguir um número de PIB, o governo tem que ter uma proposta, uma agenda. Dentro dela, terá que estar a realização dos investimentos previstos no Orçamento.
O governo não investe, nem deixa investir. O ambiente de negócios no Brasil é hostil ao investimento. Custo da energia é muito alto, carga tributária aumenta todos os anos há duas décadas, sistema tributário é complexo e a logística é deplorável.
Enfrentar essa lista é trabalhoso, exige que a presidente lidere a agenda legislativa em vez de apenas apagar incêndio.
Neste exato momento, por não ter feito qualquer proposta relevante, e por ser ano eleitoral, o governo está encurralado pelo Congresso, que prepara aprovações de várias bombas fiscais.

OBRA-PRIAM DO DIA - PINTURA Hieronimus Bosch: Os Sete Pecados Capitais (final)


Enviado por Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa - 
5.7.2012
 | 12h00m

Os Sete Pecados Capitais está entre as obras que Felipe II da Espanha mandou levar para o Escorial em 1574 (ver Guerra dos Oitenta Anos) . É triste e depressivo saber, mas é um fato: quantas obras de arte da melhor qualidade surgiram da História das Guerras e quantas foram saqueadas e hoje enriquecem museus longe de onde foram criadas...
O painel em madeira era obra de devoção e meditação e, ao que parece, encontrava-se nos aposentos do rei junto a outro quadro do mesmo pintor, Os Sete Sacramentos.

Nos quatro cantos do painel Bosch colocou círculos nos quais representou as etapas finais da vida humana: a Morte do Pecador, o Juízo Final, o Inferno e o Paraíso. Ei-los:

 A Morte do Pecador: o anjo e o demônio pesam a alma do moribundo...

 
O Dia do Juízo Final

Inferno ou a punição pelos sete pecados capitais

Paraíso ou Glória

De areia, por Luis Fernando Veríssimo


Enviado por Luis Fernando Veríssimo - 
5.7.2012
 | 10h02m
GERAL


O homem estava caminhando na praia e passou por um garoto que fazia uma construção de areia. Parou para olhar. Lembrou-se do seu tempo de garoto, quando também gostava de fazer aquilo.
— Bonito, o seu castelo de areia — disse o homem para o garoto.
O garoto olhou para o homem. Depois falou:
— Não é castelo.
— O que é então?
— Condomínio fechado.
Mais tarde, no grupo que se reunia para um papo à beira-mar, todos mais ou menos da mesma idade, o homem contou que o que lhe parecera serem as torres do muro do castelo na verdade eram guaritas para os guardas do condomínio, segundo o garoto.
— Vejam vocês. Que fim levaram os castelos de areia da nossa infância?
— A realidade do garoto é essa — disse alguém. — No outro dia minha neta quis saber por que a Cinderela não deu o número do celular dela pro príncipe.
— O curioso é o pulo, de castelo para condomínio fechado. Do feudalismo para a paranoia contemporânea, sem etapas intermediárias. Quinhentos anos de arquitetura ignorados.
— Mas os castelos feudais não deixavam de ser condomínios fechados. E os condomínios fechados não deixam de ser fortalezas medievais.
— Portanto o garoto, na verdade, é um gênio da síntese.
No dia seguinte o homem avistou o garoto no mesmo lugar da praia. Viu com satisfação que ele dava os retoques finais na sua obra, fazendo escorrer areia molhada da mão nos pontos mais altos da sua construção. Talvez ele tivesse decidido fazer um castelo, afinal. Castelos eram irresistíveis, seu fascínio atravessava o tempo e as gerações. O homem perguntou se o que o garoto estava fazendo eram ornamentos para os torreões do castelo.
— Não — disse o garoto.
— O que é então?
— Antenas parabólicas.
O homem seguiu seu caminho, suspirando.

Milhares de PCs no mundo podem ficar sem acesso à web este mês


Vírus criado por um grupo de estonianos infectou computadores mundo afora e é alvo da operação Ghost Click, comandada pelo FBI

Do Portal Terra
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No próximo dia 9, milhares de canadenses e centenas de milhares de pessoas no mundo correm o risco de ficar sem acesso à internet. De acordo com o site Huffington Post, o FBI (polícia federal norte-americana) irá desligar temporariamente determinados servidores DNS implantados para conter uma fraude massiva na rede. É o estágio final da operação "Ghost Click", investigação internacional que teve dois anos de duração e foi oficialmente encerrada em novembro do ano passado.
Entretanto, um vírus chamado DNSChanger continou infectando computadores rede afora, mesmo após o final da operação. Portanto todos os computadores que continuam usando servidores associados ao malware irão se deparar com um bloqueio virtual em 9 de julho e não poderão acessar a internet até que suas máquinas estejam completamente livres de qualquer rastro do vírus.
O DNSChanger, vírus customizado que se espalhou através de canais convencionais como e-mails infectados, sites de sergurança duvidosa e scripts de malware, força computadores contaminados a se conectar a falsos servidores, direncionando-os para locais de escolha dos próprios malfeitores, muitos destes de natureza fraudulenta.
 
O FBI, associado a reforços internacionais, rastreou a origem do vírus e prendeu seis estonianos que usavam uma empresa de fachada para disseminar um sofisticado sistema de falsos servidores DNS. Quando o grupo de hackers foi desmantelado, o FBI estabeleceu servidores temporários "limpos" para que os computadores infectados não perdessem sua conexão subitamente.
 
De acordo com o presidente e fundador do Internet Systems Consortium (ISC), Paul Vixie, o malware atingiu aproximadamente 650 mil computadores no mundo inteiro, dentre os quais 25 mil estão no Canadá. Ele também diz que estima-se que o esquema rendeu quase US$ 20 milhões, em um período de quatro anos, àqueles que estão por trás da fraude.
 
Desde o final do ano passado, o número de computadores infectados foi reduzido para 275 mil no mundo inteiro e a sete mil no Canadá, graças aos esforços do FBI e das empresas de segurança que orientaram usuários a seguir instruções para verificar suas máquinas e remover o DNSChanger.
 
No entanto, as centenas de milhares de máquinas que seguem infectadas continuarão redirecionando o vírus, daí a decisão de deixá-las sem acesso à internet até que o malware esteja completamente eliminado.
 
Como saber se o seu computador está infectado
 
Uma das fontes para verificar e remover o vírus é o DNSChanger Working Group (DCWG). Você pode fazer o teste para verificar se possui esse malware no site oficial do DCWG. Ao acessar a página, você encontrará um link para fazer o teste. Basta clicar nele. Se o computador estiver limpo, você receberá uma mensagem. Se estiver infectado, o aviso voltará marcado em vermelho.

A oposição oficial insiste em esconder dos milhões de brasileiros desinformados a história do plano que acabou com a inflação


04/07/2012
 às 16:47 \ Direto ao Ponto


O 18° aniversário do Plano Real, ocorrido neste domingo, não animou a oposição oficial a soltar um único rojão, um só buscapé , sequer um traque de festa junina. A chegada à maioridade da ousadia econômica que domou a inflação só serviu para reafirmar que Fernando Henrique Cardoso, o grande protagonista da façanha, foi vítima de outra molecagem consumada em parceria por adversários boçais e aliados bisonhos.
O governo Dilma-Lula fingiu esquecer a data para que o país nem lembrasse as cafajestagens promovidas pelo PT para enterrar o Real. A oposição oficial só esqueceu outra vez o que jamais valorizou. Se os herdeiros presuntivos do legado de FHC fossem menos idiotas, usariam repetidamente a TV para contar, no horário eleitoral e no espaço reservado aos partidos, a história que milhões esqueceram e outros tantos ignoram.
Os incontáveis brasileiros que hoje tem 30 anos ou menos tinham no máximo 12 em 1° de julho de 1994, quando o Plano Real nasceu. Não são muitos os que sabem o que efetivamente aconteceu, como aconteceu, quem fez acontecer e quem procurou impedir que acontecesse. Como atestam os textos e ilustrações que se seguem, não seria difícil contar o caso como o caso foi.
Em 28 de fevereiro de 1986, acuado pela escalada da inflação, o governo do presidente José Sarney não se limitou a cortar três zeros do cruzeiro, como fizeram vários antecessores. Também aposentou a velha moeda e criou o cruzado.
Três anos depois, ainda no governo Sarney, novamente sumiram três zeros e o cruzado foi substituído pelo cruzado novo.
Em 1990, dois meses depois da posse, o presidente Fernando Collor repetiu o truque: matou o cruzado novo e ressuscitou o cruzeiro ─ com três zeros a menos.
Em agosto de 1993, já com Itamar Franco no lugar de Collor, o governo amputou três zeros do cruzeiro e criou o cruzeiro real.
Em 1° de julho de 1994, último ano do governo Itamar, o real nasceu no bojo do plano com o mesmo nome concebido por uma equipe de economistas comandada por Fernando Henrique Cardoso, nomeado ministro da Fazenda em maio do ano anterior. Passados 18 anos, a moeda continua  exibindo a excelente saúde que faltou às versões anteriores, todas fulminadas pela inflação descontrolada.
Instados a lidar com a maldição cinquentenária, Itamar Franco e FHC dispensaram-se de lamúrias, enfrentaram sem hesitações o inimigo aparentemente invencível e enjaularam a inflação que parecia indomável. Herdeiro de um país financeiramente estabilizado, Lula foi o único presidente, além do antecessor, que não precisou encomendar à Casa da Moeda cédulas com outro nome, zeros a menos ou zeros a mais. Desde 1994, da menor fração em centavos à cédula de 100 reais, nada mudou.
“Recebi um país em péssima situação”, mentiu Lula durante oito anos. “Nós assumimos um país com a inflação descontrolada”, continua mentindo Dilma Rousseff. A permanência, a longevidade e a solidez da moeda são a prova mais contundente de que Lula, beneficiário da herança bendita, tratou a verdade a pontapés para expropriar de FHC a paternidade do histórico ponto de inflexão. O colecionador de fraudes e falácias faz de conta que foi ele que livrou o Brasil do convívio com a inflação mensal acima de dois dígitos.
Em nações mais altivas, pais-da-pátria que assassinam a verdade em público se arriscam a ter a discurseira interrompida por chuvas de dinheiro metálico. Graças a FHC, Lula e Dilma seguem desfiando lorotas sem se expor a tal perigo: desde 1994, ninguém joga fora sequer moedas de 5 centavos. A dupla que inventou o Brasil Maravilha adoraria assumir a paternidade do Plano Real. A família que participou dos trabalhos de parto finge que mal reconhece a criatura admirável.
A performance dos candidatos do PSDB nas campanhas presidenciais de 2002, 2006 e 2010 grita que a oposição oficial ainda não enxergou com nitidez a importância histórica do Plano Real. O que não houve neste 1° de julho avisa que nunca enxergará.