sábado, 24 de novembro de 2012

Dilma sanciona lei que obriga SUS a atender paciente com câncer em até 60 dias


Regra, publicada nesta sexta-feira no DO da União, entra em vigor em 180 dias


RIO - A presidente Dilma Rousseff sancionou na quinta-feira lei que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a iniciar em até 60 dias o tratamento do paciente com câncer, contados a partir da data do diagnóstico. O texto, que entra em vigor em 180 dias, foi publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial da União.
Segundo a regra, o paciente receberá gratuitamente no SUS todos os tratamentos necessários. O texto informa que “a padronização de terapias do câncer, cirúrgicas e clínicas, deverá ser revista e republicada, e atualizada sempre que se fizer necessário, para se adequar ao conhecimento científico e à disponibilidade de novos tratamentos comprovados”.
Será considerado efetivamente iniciado o primeiro tratamento com a realização de terapia cirúrgica ou com o início da radioterapia ou da quimioterapia, conforme a necessidade indicada pelo médico. O texto informa ainda que os pacientes que sentirem dores em consequência do combate à doença terão tratamento privilegiado.
O descumprimento da lei sujeitará os gestores direta e indiretamente responsáveis a penalidades administrativas. Os estados que apresentam grandes espaços territoriais sem serviços especializados em oncologia deverão produzir planos regionais de instalação deles.

População de Brasília tem o pior governo de toda sua História


José Carlos Werneck
Nunca o brasiliense viveu dias de tanta insegurança como os que está vivendo agora. Não há ninguém, entre as pessoas de todas as classes sociais, que não se mostre literalmente apavorado com o aumento da criminalidade no Distrito Federal.
Tanto no chamado Plano-Piloto, como nas Cidades-Satélites e na Região do Entorno, a violência cresce assustadoramente, sem que o governo local tome providências efetivas que requerem urgência, sob pena de que pessoas inocentes, honestas e trabalhadoras engrossem o número das estatísticas de vítimas fatais.
Nas áreas de Saúde e Educação Públicas, a população, também, sofre com o abandono a que foram relegados estes setores, que juntamente com a Segurança Pública devem ser a prioridade de qualquer Governo sério e responsável.
Há poucos dias uma criança recem-nascida morreu porque não conseguiu vaga numa UTI, não obstante seus pais terem conseguido, na Justiça, ordem para imediata internação.
Tanto, na Saúde como na Educação, não se precisa ser nenhum especialista no assunto para constatar o caos. Basta que se faça uma visita a qualquer hospital ou escola pública para que se verifique “in loco” as precárias condições em que se encontram.
No caso da Segurança é só ligar o rádio, a televisão ,acessar a Internet ou abrir o jornal para se tomar conhecimento da violência que assola a Capital do País.
Apesar desse situação caótica, o Governo é generoso ao gastar em publicidade. Para isso não faltam verbas. Contrata, para fazer propaganda, gente famosa como Oscar do basquete e o músico Dinho Ouro Preto, além de exibir na TV anúncios, onde a Saúde e a Educação Públicas beiram a padrões escandinavos.
Uma vergonha!

Espiritismo.Tomografia mostra que regiões do cérebro se 'desligam' em transe de psicografia



Carlos Newton
Muito interessante e instigante a reportagem publicada pelo site do G1 (Organização Globo), informando que cientistas da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e da Universidade Thomas Jefferson, nos EUA, mediram as atividades cerebrais de dez médiuns brasileiros enquanto faziam psicografia, ou seja, enquanto, segundo acreditam, um espírito supostamente escrevia um texto usando suas mãos.
A equipe liderada por Julio Peres, do Instituto de Psiquiatria da USP, usou voluntários que têm entre 15 e 47 anos de experiência em psicografia. Eles foram divididos em dois grupos – mais e menos experientes. E foram comparados os resultados da ação de psicografar com a atividade cerebral enquanto redigiam um texto fora do estado de transe, isto é, de “próprio punho”.
Para verificar a atividade cerebral dos dez médiuns, os cientistas injetaram neles um marcador radioativo que permite checar a intensidade dos fluxos sanguíneos em diferentes áreas do cérebro por meio de tomografia. E o resultado foi surpreendente:
“Os autores afirmam que os médiuns experientes apresentaram níveis mais baixos de atividade durante a psicografia, em comparação à escrita normal, justamente em áreas frontais do cérebro associadas ao planejamento, raciocínio, geração de linguagem e solução de problemas. De acordo com os cientistas, isso pode refletir a ausência de consciência durante a psicografia”, diz a matéria, acrescentando:
“Os psicógrafos menos experientes, por sua vez, tiveram atividade mais intensa nessas mesmas áreas enquanto psicografavam, ainda que também inferior à registrada durante a escrita fora de transe. Segundo os pesquisadores, esse fato poderia estar relacionado com uma tentativa ‘mais esforçada’ dos médiuns menos experientes de fazer a psicografia.”
De acordo com Peres, não há ainda uma explicação exata para esses resultados e mais estudos são necessários.
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CIÊNCIA NOÉTICA
A pesquisa é importante para os estudos da chamada Ciência Noética, que estuda fenômenos subjetivos da consciência, da mente, do espírito e da vida, a partir do ponto de vista científico. Neste particular, as experiências de psicografia são notáveis.
A Noética não é nenhuma novidade. Pelo contrário, era estudada muito antes de Cristo. São extraordinárias as reflexões de Sócrates sobre a existência da alma. Ele não escreveu uma só linha, mas seu discípulo Platão copiosamente o fez. Através de seus relatos, podemos saber que muitos textos sobre a alma, existentes na Bíblia, na verdade são compilações dos ensinamentos de Sócrates, que viveu 500 anos antes de Cristo.
O Brasil é um país riquíssimo em fenômenos paranormais. Há um livro impressionante escrito sobre Chico Xavier pelo jornalista Marcel Souto Maior (“Sob o Véu de Isis”), um texto primoroso, que merece constar em toda biblioteca.  Marcel, que se declara ateu, aos 9 anos de idade já era uma poeta de primeira, podendo ele próprio ser um psicógrafo, sem saber.
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REENCARNAÇÃO
Outros fenômenos interessantíssimos são a reencarnação e o “dejá vu”. Há um caso extraordinário, de uma jovem americana que lembrava ter vivido na Irlanda, onde teve vários filhos.  Sabia os nomes deles, suas peripécias de infância, recordava tudo, uma coisa impressionante.
Intrigada, resolveu pesquisar e descobriu que os pseudos filhos estava vivos e moravam no interior da Irlanda. Conseguiu o endereço e se comunicou com eles. Foi ridicularizada, é claro. Mas não teve dúvidas. Pegou um avião e viajou para lá, onde se defrontou com os pseudos filhos (bem mais velhos do que ela), relatou tudo que se lembrava sobre a infância deles  e enfim os convenceu.
Essa história, é claro, ficou famosa e acabou virando um emocionante filme em Hollywood, “Yesterday’s Children ” (“Minha Vida na Outra Vida”), dirigido por Marcus Cole, com Jane Seymour no papel principal. Mas a maioria dos espectadores julga que se trate de obra de ficção.
Como dizia Shakespeare, entre o céu e a terra há mais coisa do que sonha nossa vã filosofia. O assunto é desafiante, qualquer dia voltaremos a falar disso.

Declaração (legendado) do Primeiro Ministro Benjamin Nataniahu sobre a Operação Pilar



A fidelidade, na visão genial de Vinicius



O diplomata, advogado, jornalista, dramaturgo, compositor e poeta , Vinícius de Moraes (1913-1980) foi um poeta essencialmente lírico, notabilizou-se pelos seus sonetos, como o belíssimo “Soneto de Fidelidade”, que transmite uma visão do amor mais realista: a de que o sentimento amoroso deve ser sim, infinito, mas “infinito enquanto dure”. No lugar do platonizante e transcendente, o amor mais cotidiano, sujeito às mudanças que o tempo e que a vida impõe.
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SONETO DA FIDELIDADE

Vinícius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Colaboração enviada pelo poeta Paulo Peres – site Poemas & Canções)

Polícia Federal responde para que servem as agências reguladoras



Carlos Newton
Há uma semana, perguntávamos aqui: “Afinal, para que servem as agências reguladoras”? Na sexta-feira a Polícia Federal se encarregou de responder, mostrando as ligações perigosas entre as agências, a Advocacia-Geral da União (AGU) e a própria Presidência da República em São Paulo, ao detonar a Operação Porto Seguro, com o fim de desarticular a organização criminosa que se infiltrou em diversos órgãos federais para a obtenção de pareceres técnicos fraudulentos e beneficiar interesses privados.
As informações são estarrecedoras: o Ministério da Agricultura concedeu registro a um agrotóxico antes que sua marca comercial fosse oficialmente criada, contrariando a legislação para liberação de defensivos agrícolas no país. E o mesmo produto também já havia recebido liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sem ter passado por avaliação do órgão.
A investigação no gabinete da Presidência da República em São Paulo envolve Rosemary Novoa de Noronha, chefe de gabinete na capital paulista, indicada para o cargo pelo então presidente Lula. Era Rosemary quem o assessorava em viagens internacionais e foi responsável pela nomeação dos diretores Paulo Vieira (Agência Nacional de Águas) e Rubens Vieira (Agência Nacional de Aviação Civil).
Os dois e o empresário Marcelo Rodrigues Vieira, todos irmãos, estão entre os presos. Também foram presos temporariamente os advogados Marcos Antônio Negrão Martorelli e Lucas Henrique Batista, ambos em Santos, e Patricia Santos Maciel de Oliveira, em Brasília, que já já foi posta em liberdade.
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PRIMEIRA VÍTIMA
A Folha e S. Paulo informa que o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse ontem que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) agiu corretamente ao exonerar o ex-gerente-geral de toxicologia do órgão, Luiz Cláudio Meirelles, demitido após denunciar irregularidades na liberação de agrotóxicos.
Padilha apoiou a demissão dos dois dirigentes envolvidos no caso: Meirelles, que publicou carta em uma rede social relatando suspeitas de propinas e irregularidades na Gerência de Avaliação de Riscos da Anvisa, subordinada ao seu departamento, e Ricardo Augusto Velloso, responsável pela divisão.
“A Anvisa tomou a atitude correta, porque afastou a pessoa que teve algum tipo de denúncia em relação ao procedimento [Velloso] e também um gerente [Meirelles] que comunicou que já suspeitava há mais tempo de irregularidades e não tinha iniciado apuração”, disse o ministro.
A Anvisa estava sob suspeita desde a atuação de Agnelo Queiroz (hoje, governador do DF) em sua diretoria. Mas a “auditoria” interna feita pelo órgão inocentou Agnelo… Perto da administração do PT o famoso “mar de lama” de Getúlio Vargas não passava de uma pequena poça d’água.

E o novo técnico da seleção brasileira???



Cesar Ramos
Uma equipe de futebol exige disciplina, preparação física, psicológica, e tática de atuação. Nenhum treinador escapa dessas tarefas a serem ministradas ao elenco. Os melhores, os treinadores campeões são aqueles que conseguem harmonizar essas características dentro do grupo. Mano Meneses se alinha entre os cinco mais competentes treinadores com atuação no Brasil. Até a pouco estava à serviço da CBF. O clube que lhe contratar, com certeza, tem na personalidade um passaporte às maiores conquistas.
Diversamente dos treinadores de clubes, sempre limitados à capacidade dos contratantes, o da seleção brasileira pode escolher entre aqueles que entende mais perto da perfeição. Com raríssimas exceções, esses jogadores já chegam consagrados por suas performances nos correspondentes campeonatos.
O técnico do selecionado recebe o jogador já preparado por treinadores muitas vezes até mais competentes do que ele próprio. Ele pode escolher o de melhor drible, o mais rápido, melhor lançamento, o mais eficiente na defesa, o de melhor forma, o que entende com inteligência acima da média, o maior goleador, o que reúne a maior quantidade desses atributos, enfim, formar uma esquadra de fazer inveja a qualquer colega clubístico.
Os jogadores selecionados assim o são justamente pelo alto grau de preparo que apresentam. Quando um treinador de seleção quer mudar as características do jogador, seja querendo aperfeiçoar seu desempenho atlético, técnico, ou tático, ou mesmo inventar alguma estratégia diferente, corre o risco não apenas de estragar o atleta, como principalmente contar com sua antipatia. Nesta perpectiva lembro das raras exceções – Cláudio Coutinho, que apresentou ao mundo o genial overla0pping, e um estrangeiro, Rinus Michel, que ofereceu o Carrossel Holandês. Nenhum desses capacitados coaches, todavia, logrou a Jules Rimet.
Vicente Feola foi o primeiro treinador brasileiro campeão do mundo. Dormia no banco. Coube ao Enciclopédia Nilton Santos e ao magistral Didi escalarem Pelé e Garrincha. Feola sequer conhecia Garrincha.
Aymoré Moreira somente veio a ser o treinador campeão de 1962 graças à seu irmão Zezé Moreira, este sim um profissional já testado nos campos brasileiros. Aymoré não era acostumado a treinar time algum. Pegou o time pronto de 58, e confirmou a supremacia sem maior esforço.
Quando Feola voltou, em 66, requisitou quarenta atletas para colocar no jogo aqueles que obedecessem ao padrão necessário. Maior fiasco não se viu.
Ao sortudo Zagallo recaiu as Feras de Saldanha. Mandou-lhes jogarem.
Parreira aprendeu o dobrado, e apenas sorria
Já presumivelmente testados, e aprovados, numa seleção brasileira, são os craques as grandes estrelas, Se qualquer treinador almejar brilho maior do que os protagonistas, neste momento tenderá ser apagado. E, ainda que dono da maior competência, denodo e conduta ilibada, merecidamente.
Arrisco até a afirmar: a seleção brasileira nem deveria ter treinador, mas apenas um técnico, expert em identificar os verdadeiros craques. Luxemburgo tem bom faro, e sabe tratar “cavalos de raça”. Tite emparelha.

Chefe de gabinete da Presidência usava nome de Lula para tráfico de influência



Rosemary Nóvoa de Noronha foi indiciada por corrupção ativa e passiva

Laura Diniz
Rosemary Nóvoa
Rosemary Nóvoa (Denise Andrade/AE)
A chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha, usava o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer tráfico de influência, indicam escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal. Rosemary foi indiciada nesta sexta-feira por corrupção ativa e passiva. A investigação da PF começou há mais de um ano. Rosemary foi flagrada negociando suborno em dinheiro e favores, como uma viagem de cruzeiro (que ela depois reclamou não ser luxuoso o suficiente) e até uma cirurgia plástica. Na última conversa dela gravada antes da deflagração da operação, a ex-assistente de Lula pediu 650 000 reais pelos serviços prestados.
Segundo a investigação, o papel dela era fazer a ponte entre empresas que queriam comprar pareceres fraudulentos de órgãos do governo e as pessoas do governo que poderiam viabilizar a emissão dos documentos. Rosemary foi nomeada por Lula para esse cargo em 2005 e, desde então, esteve muito próxima ao petista. O fato de assessorar o ex-presidente fez com que ela própria se tornasse uma pessoa politicamente articulada. Assim, foi capaz de influir na nomeação de homens do alto escalão de agências do governo, como os irmãos Paulo Rodrigues Vieira, diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, diretor de Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ambos presos hoje pela PF.
Rose, como é conhecida, era presença constante nas comitivas presidenciais ao lado de Lula. Também foi assessora do ex-ministro José Dirceu por 12 anos antes de trabalhar diretamente com Lula. Em 2006, o nome de Rosemary constava de uma lista de 65 servidores que efetuaram saques a título de pagamento de despesas da Presidência da República por meio de cartões corporativos. Na época, havia registros de saques no valor de 2 100 reais no cartão dela. Deputados de oposição tentaram aprovar sua convocação para prestar esclarecimentos à CPI que investigou a farra dos cartões corporativos, mas aliados do Planalto conseguiram barrar o pedido.
A operação da PF, chamada de Porto Seguro, atingiu mais de 40 pessoas, entre elas o número dois da Advocacia-Geral da União, José Weber Holanda Alves. Na sede da AGU, foram recolhidos documentos na sala de um alto assessor do órgão. Procedimento interno de apuração foi aberto por determinação do advogado-geral Luís Inácio Adams para investigar a participação de servidores da autarquia no esquema criminoso. 
Investigação - As investigações policiais levaram à desarticulação de uma quadrilha que, infiltrada em órgãos da administração pública federal, negociava a redação de pareceres técnicos fraudulentos para beneficiar interesses privados e praticava tráfico de influência.
Os investigados na operação responderão pelos crimes de formação de quadrilha, tráfico de influência, violação de sigilo funcional, falsidade ideológica, falsificação de documento particular, corrupção ativa e passiva. As penas variam de dois a 12 anos de prisão.
Segundo o superintendente da PF de São Paulo, Roberto Ciciliati Troncon, os mandatos eram de prisão preventiva e temporária. Além dos dois servidores da ANA e da Anac, foram presos três advogados e um empresário – todos de São Paulo. O papel dos irmãos Paulo Rodrigues Vieira e Rubens Carlos Vieira era encontrar funcionários dentro dos órgãos para produzir os laudos fraudulentos, que facilitavam processos das empresas. Já os advogados e o empresário faziam a ponte com o setor privado, oferecendo a facilitação nos procedimentos.
 
“É possível que haja funcionários de outros órgãos e localidades envolvidos, mas até agora se identificou que toda a interação da quadrilha acontecia no estado de São Paulo”, disse Troncon. Segundo o superintendente, foi investigada a atuação da quadrilha na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), no Ministério da Educação e no Tribunal de Contas da União (TCU) – além de Anac, ANA e AGU.
 
Segundo Troncon, a operação será concluída em 60 dias. A próxima fase será pedir a autorização da Justiça para o compartilhamento das provas da investigação com as corregedorias dos órgãos envolvidos para que possam aplicar suas medidas administrativas. O superintendente informou que os servidores agiam por conta própria e que não houve conivência dos órgãos, que ajudaram nas investigações.

Delação –
 Participaram da operação em São Paulo e Brasília 180 policiais. A quadrilha foi descoberta graças a um servidor do Tribunal de Contas da União (TCU) que foi cooptado pelo esquema com a oferta de receber 300 000 reais para produzir um laudo falso. “Ele chegou a receber a primeira parcela de 100 000 reais e fez o laudo, mas se arrependeu, devolveu o dinheiro e denunciou o esquema”, contou Troncon.

O sorriso e o esgar, por Augusto Nunes



A foto de Dida Sampaio é mais que o registro do momento em que Dilma Rousseff, presidente da República há quase dois anos, cumprimentou o ministro Joaquim Barbosa, que acabara de assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal.
A imagem documenta a colisão frontal, estridentemente silenciosa, entre sentimentos antagônicos.


O chefe do Poder Judiciário está feliz. A chefe do Poder Executivo está contrafeita, nas fímbrias da amargura. Joaquim Barbosa é o anfitrião de uma festa. Dilma Rousseff é a conviva involuntária que nada tem a festejar.
Ele se sente em casa e pensa no que fará. Ela pensa no que ele anda fazendo e se sente obrigada a enviar um recado fisionômico aos condenados no julgamento do mensalão: se pudesse, estaria longe dali.
Só ele sorri. O sorriso contido informa que o ministro não é homem de exuberâncias e derramamentos. Mas é um sorriso. Os músculos faciais se distenderam, os dentes estão expostos, o movimento da pálpebra escava rugas nas cercanias do olho esquerdo.
O que se vê no rosto da presidente é um esgar. A musculatura contraída multiplica os vincos na face direita, junta os lábios num bico assimetricamente pronunciado e desvia o olhar do homem à sua frente.
O descompasso das almas é sublinhado pelas mãos que não se apertam. A dele ao menos se abre. A dela, nem isso. Dilma apenas toca Joaquim com a metade dos quatro dedos. Ele cumprimenta como quem chegou. Ela cumprimenta como quem não vê a hora de partir.
Conjugados, tais detalhes sugerem que, se Joaquim Barbosa sabe que chefia um dos três Poderes independentes, Dilma Rousseff imagina chefiar um Poder que dá ordens aos outros.
O julgamento do mensalão já deixou claro que não é assim. A maioria dos ministros é imune a esgares.
Os que temem carrancas nem precisam disso para atender aos interesses do governo. Não são juízes. São companheiros.

POEMA DA NOITE - À noite - Vitor Paiva

À noite as maquinas choram
Ou mesmo de dia
quando ninguém olha
Derramam suas sentimentalidades
por entre os vãos dos ferros
fios botões telas placas chips
Lágrimas vazam das maquinas
Quiçá um suspiro há de se ouvir
Finalmente agora podem
não precisam mais ser calculistas afinal
Aliviadas
à noite as máquinas choram
enquanto bichos
maquinam

Vitor Paiva (3 de março de 1983) - Além de poeta, é músico, escritor e produtor cultural. Oriundo do CEP 20000 (Centro de Experimentação Poética) é fundador e baixista da banda Os Outros. Publicou os livros de poemas 'Tudo que Não é Cavalo' em 2004, e 'Boca Aberta' em 2007. Contribuiu com crônicas e artigos para diversos meios de comunicação, dentre eles Jornal Brasil, Pasquim 21 e a Revista da MTV.