quarta-feira, 3 de setembro de 2014

POEMA DA NOITE Tramway, por Álvaro de Campos


Aqui vou eu num carro eléctrico, mais umas trinta ou quarenta pessoas, 
Cheio (só) das minhas ideias imortais, (creio que boas).
Amanhã elas, postas em verso, serão 
Por toda a Europa, por todo o mundo (quem sabe?!) 
Triunfo, meta, início, clarão 
Que talvez não acabe.
E quem sobe? Que sente? O que vai a meu lado 
Só sente em mim que sou o que, estrangeiro, 
Tem o lugar da ponta, e do extremo, apanhado 
Por quem entra primeiro.
Que o que vale são as ideias que tenho, enfim, 
O resto, o que aqui está sentado, sou eu, 
Vestido, visual, regular, sempre em mim, 
Sob o azul do céu.
Ah, Destino dos deuses, dai-me ao menos o siso 
Ao que em mim pensa a vida de ter um profundo 
Senso essencial, mas certeiro e conciso Da vida e do mundo!
Sei, sob o céu que é que toca as minhas ideias, 
Sob o céu mais análogo ao que penso comigo 
Que este carro vai com os bancos cheios 
Para onde eu sigo.
E o ponto de absurdo de tudo isto qual é? 
Onde é que está aqui o erro que sinto? 
A minha razão enternecida aqui perde pé 
E pensando minto,
Mas a que verdade minto, que ponte, 
Há entre o que é falso aqui e o que é certo? 
Se o que sinto e penso, não sei sequer como o conte, 
Se o que está a descoberto
Agora no meu meditar é uma treva e um abismo 
Que hei-de fazer da minha consciência dividida? 
Oh, carro absurdo e irreal, onde está quanto cismo? 
De que lado é que é a vida?

Álvaro de Campos nasceu em Tavira, Algarve, Portugal, e depois se mudou para Glasgow, Escócia, onde foi estudar engenharia. Primeiro mecânica, depois naval. "Quase se conclui do que diz Campos, de que, o poeta vulgar sente espontâneamente com a largueza que naturalmente projetaria em versos como os que ele escreve; e depois, refletindo, sujeita essa emoção a cortes e retoques e outras mutilações ou alterações, em obediência a uma regra exterior. Nenhum homem foi alguma vez poeta assim" afirmou Ricardo Reis em um de seus apontamentos. Álvaro de Campos é um dos mais conhecidos heterônimos de Fernando Pessoa.

No Estado do Acre, o PT é rei


No Estado onde nasceu Marina Silva, a candidata do PSB é querida por seus conterrâneos, mas não é unanimidade quando o assunto é eleição

Adaíldo Carneiro de Lima, com a camiseta Playboy, em frente a sua casa adquirida pelo Minha Casa Minha Vida. / ALEXANDRE NORONHA
“A Marina é boa, ela conhece tudo por aqui. Mas eu vou votar na Dilma”, diz Adaíldo Carneiro de Lima, de 73 anos, morador de Quixadá, zona rural de Rio Branco, a 40 minutos da capital do Acre. “Ela (Dilma) deu essa casa pra gente. Não posso ser mal agradecido, né?”, explica, em frente à moradia que começou a ser construída há oito meses pelo programa do governo federal Minha Casa Minha Vida.
O vizinho de Lima, Sr. Zé Gomes, de 90 anos, trabalhou no Seringal Bagaço, nome do local onde nasceu Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima, em 8 de fevereiro de 1958, em um lugarejo chamado Breu Velho. “Ela era chamada de ‘macaquinha do bagaço’, porque era muito pequena, magrinha e vivia correndo de um lado para o outro”, conta, rindo, exibindo a dentadura implantada por um programa do Governo Federal. Gomes ainda não sabe em quem vai votar.
Essa pequena vizinhança na zona rural de Rio Branco expõe um pouco a quantas andam as eleições para presidente no Estado natal de Marina Silva. Das 20 pessoas com quem o EL PAÍS conversou, tanto na zona urbana, quanto na zona rural de Rio Branco, três disseram que votariam em Marina para presidenta, sete votariam em Dilma Rousseff, um em Aécio Neves e os nove restantes estavam indecisos entre Rousseff e Silva.
Quando foi candidata à presidência pelo Partido Verde nas últimas eleições presidenciais, em 2010, Marina Silva ficou em terceiro lugar no Acre, com 23,58% dos votos dos 509.000 eleitores do Estado. O então candidato do PSDB José Serra liderou, com 52,18% dos votos, e Dilma Rousseff, quase empatada com Marina, obteve 23,74% dos votos.
Andando por Rio Branco, não há uma pessoa para quem Marina Silva seja uma desconhecida. Todos sabem quem é ela, de alguma maneira. Mas afinal, por que a candidata do PSB não lidera as pesquisas de intenções de votos em sua terra natal?
Para o atual governador do Acre e ex-companheiro de militância, Tião Viana (PT), Marina acabou se afastando de seu legado. “Ela se distanciou muito”, diz. “Nós, até hoje, temos um sentimento de gratidão muito grande pelo (ex-presidente) Lula e pelo projeto nacional do PT, mas ao entrar em uma agenda global, Marina se afastou de tudo isso”, diz.
Marina, na verdade, se distanciou do PT quando entregou sua carta de desligamento em 2008. A ambientalista entrou na política levada pelo líder seringueiro Chico Mendes. Juntos, fundaram a Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Acre em 1985. No ano seguinte, Marina se filiou ao Partido dos Trabalhadores, que havia sido criado seis anos antes. Pelo PT, Marina se elegeu vereadora em Rio Branco (1988), deputada estadual (1990) e senadora por três vezes (1994, 2002 e 2008), sempre com uma quantidade expressiva de votos. Em 2003, foi nomeada ministra do Meio Ambiente do governo Lula, cargo ocupado até 2008, quando se desfiliou do partido após uma série de desgastes. No ano seguinte, Marina se filiou ao Partido Verde, do qual foi militante até 2011, quando saiu para fundar o grupo político Rede, que, até hoje, não foi registrado por falta de assinaturas no tempo determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Para ser candidata nestas eleições, Marina se filiou ao Partido Socialista Brasileiro (PSB) no ano passado. Entre tantas idas e vindas, ela perdeu parte de sua militância e de seu eleitorado no Acre.
O professor de Sociologia do Desenvolvimento da Universidade Federal do Acre, Elder Andrade de Paula, especializado em temas como sindicatos, seringueiros e reforma agrária, fez um pequeno raio-x do eleitorado do Estado e explica por que Marina Silva não é líder em sua própria terra. Começando pelo bloco do agronegócio, que, segundo de Paula, tem resistência aos ambientalistas. “Mesmo sendo alguém do porte de Marina”, diz. A agricultura e o extrativismo são as principais atividades econômicas do Estado.
Outro aspecto do eleitor de Marina que não está no Acre é o grau de escolaridade. “Marina exerce simpatia em uma classe média urbana e na juventude, que foi criada com uma conscientização ambiental, uma coisa de classe média. Mas aqui, como essa faixa de população é mais restrita, ela acaba não ‘lucrando’ com esse tipo de eleitor”, explica.
Os acrianos que moram nas zonas rurais, de acordo com de Paula, também não têm bons motivos para eleger sua conterrânea. “As populações camponesas e indígenas não têm razões para gostar dela porque a sua gestão no Ministério do Meio Ambiente foi dramática”, diz. “Foi na gestão dela que foi criado o Instituto Chico Mendes, que multava e marcava em cima dessas populações. Logo, Marina é encarada por eles como uma encarnação dessa política opressiva”, explica de Paula. “Além disso, foi na gestão dela que foi criada a lei 11.884, que institui florestas públicas para a exploração”, diz, se referindo à lei que transfere ao Governo a gestão de florestas públicas para serem exploradas. “Não há motivo para ela ser bem quista por essa população”.
Outra questão, segundo de Paula, é que a candidata do PSB não toma partido quando o assunto é o PT no Estado, que está no governo há 15 anos. “Marina é parte desse bloco do governo atual, já que seu marido fazia parte dele há até duas semanas [Fábio Vaz de Lima era secretário adjunto na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis do Governo do Acre, e pediu a exoneração no último dia 19], e ela nunca se manifestou contra a administração, nem mesmo quando surgem escândalos de corrupção. Ao mesmo tempo, ela não nasceu nessa oligarquia” diz, se referindo à família Viana, que tem grande popularidade entre os acrianos.
“Eu gosto muito da Marina, mas não vou votar nela”, diz a professora aposentada Maria da Costa Silva, de 65 anos, que lecionou na mesma escola que Marina, o Colégio Estadual Rio Branco, quando a ambientalista dava aulas de história. “A Marina mudou muito, quando ela era senadora ela era ótima, mas agora ela fala difícil”, diz. “Além disso, ela é muito doente, tenho medo que Brasília acabe com a saúde dela”, conta a aposentada que “provavelmente” votará em Dilma.
Na década de 1990, Marina descobriu que havia sido contaminada por mercúrio quando ainda vivia no seringal. A contaminação piorou sua saúde que já era frágil em decorrência de uma leishmaniose, três hepatites e cinco malárias. Por isso, hoje, Marina Silva tem alergia ou restrições a quase tudo, de cosméticos a alimentos.
A secretária geral do Colégio Rio Branco, Maria Nires Nunes da Silva, de 48 anos, foi uma das alunas de Marina Silva na época do colégio. Hoje, é sua eleitora. “Ela era ótima professora, se expressava muito bem e ensinava tudo sem olhar em um livro, só com o que tinha na cabeça”, conta a ex-aluna. “Minha família toda, e eu, votaremos nela. Ela sabia como conquistar os alunos”. Mas para Marina Silva ganhar no Acre, será preciso exercer esse poder de conquista muito além da sala de aula.

As perguntas que Dilma não quis responder na TV


Presidente-candidata se recusou a participar de entrevista no Jornal da Globo

A candidata Dilma Rousseff (PT) chega para o debate dos presidenciáveis promovido pelo SBT, em 01/09/2014
Dilma não explicou a ausência na bancada do Jornal da Globo (Ivan Pacheco/VEJA.com)
A presidente-candidata Dilma Rousseff (PT) se recusou a participar nesta terça-feira da série de entrevistas feitas pelo Jornal da Globo com os presidenciáveis. Segundo a TV Globo, a petista não informou o motivo – apenas disse não. A ordem dos entrevistados foi escolhida por sorteio. A sabatina é gravada nos estúdios do jornal, em São Paulo, horas antes do programa ir ao ar.

Nesta terça, ela passou o dia na Grande São Paulo e cumpriu agenda de candidata no ABC paulista, reduto petista, com o ex-presidente Lula. Na segunda, também estava na capital paulista, no debate promovido pelo jornal Folha de S. Paulo e pelo SBT. Na ocasião, fez questão de dizer que estava nervosa diante das câmeras – o desempenho ao microfone deixou claro mais uma vez seu desconforto com entrevistas e debates.

A emissora divulgou as seis perguntas que os apresentadores inicialmente prepararam para a petista e informou que é a primeira vez que um candidato à Presidência recusa a sabatina de 25 minutos. Marina Silva, do PSB, foi entrevistada na segunda. Na quarta, será a vez de Aécio Neves. Saiba quais eram as perguntas que Dilma não quis responder:

1. Os últimos índices oficiais de crescimento indicam que o país entrou em recessão técnica. A senhora ainda insiste em culpar a crise internacional, mesmo diante do fato de que muitos países comparáveis ao nosso estão crescendo mais?

2. A senhora continuará a represar os preços da gasolina e do diesel artificialmente para segurar a inflação, com prejuízo para a Petrobras?

3. A forma como é feita a contabilidade dos gastos públicos no Brasil, no seu governo, tem sido criticada por economistas, dentro e fora do país, e apontada como fator de quebra de confiança. Como a senhora responde a isso?

4. A senhora prometeu investir R$ 34 bilhões em saneamento básico e abastecimento de água até o fim do mandato. No fim do ano passado, tinha investido menos da metade, segundo o Ministério das Cidades. O que deu errado?

5. Em 2002, o então candidato Lula prometeu erradicar o analfabetismo, mas não conseguiu. Em 2010, foi a vez da senhora, em campanha, fazer a mesma promessa. Mas foi durante o seu mandato que o índice aumentou pela primeira vez, depois de quinze anos. Por quê?

6. A senhora considera correto dar dentes postiços para uma cidadã pobre, um pouco antes de ser feita com ela uma gravação do seu programa eleitoral de televisão?

BUROCRACIA, by Miranda Sá


MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@ul.com.br)

Com o estelionato eleitoral que levou Lula da Silva à presidência da República, o Brasil foi subtraído de pensamento criador, do desenvolvimento econômico e da consolidação democrática. Além das ameaças às liberdades constitucionais, o potencial de crescimento industrial e agrícola não evoluiu, e o Estado e o Governo se definem pela sua burocracia.
A burocracia governamental e partidária centralizou uma força incontrolável em todos os segmentos da administração pública, apropriando-se do poder e apossando-se da riqueza nacional.
O que é “burocracia”? Cracia vem do grego κρατία ("força, poder"), uma herança lingüística para todo o mundo ocidental. Deu-nos Aristocracia, governo de aristocratas; Democracia, governo do povo; e Plutocracia, governo dos endinheirados...
A “Burocracia”, como definição, é coisa nova.  Surgiu no século 18 na França, aplicado às repartições públicas com um sentido crítico e irônico; a palavra casou o grego “cracia” com o francês “bureaux”, este com vários significados, do escritório à escrivaninha; e, atualmente, o burocrata senta-se às mesas de controle da televisão, de equalização de som e imagem, de computadores, usando telefones, vídeos e infográficos.
O povo, na sua sabedoria, usa o termo “burocracia” no sentido pejorativo, incriminando suas regras complicadas, exigências redundantes e normas desnecessárias...
Infelizmente, a burocracia entre nós é um sistema. Não começou com o PT-governo, que alardeia ser da sua criação tudo que se fez “neste País”. A História registra que a nossa burocracia atravessou o Atlântico com a transmigração da família real portuguesa fugindo de Napoleão. Daí fixou-se no Império e infiltrou-se na República.
Está presente nos regimes democráticos e nas ditaduras. Com o PT-governo se ampliou pela porta escancarada do empreguismo, inchando-se de militantes partidários e arrivistas de sempre. Obesa pela gordura dos aspones irradiou-se na administração pública, corrompendo-a e desviando-a das suas funções constitucionais.
É uma realidade que modificou a relação entre o Governo e a Nação. Através da burocracia lulo-petista, o exercício do poder passou às mãos de uma fração política que favorece a corrupção nos serviços e fornecimentos adquiridos pelo Estado, enriquecendo ilicitamente os governantes e seus filhotes.
A burocracia dos pelegos com ações ilimitadas controla o Orçamento, os impostos, o câmbio, o crédito, os preços e os salários! Por ela, o Brasil tornou-se um grande shopping, onde se compra e se vende consciências, e dissimula os desacertos econômicos pelo criminoso estímulo ao consumismo.
Nos doze anos no poder, o partido hegemônico também se burocratizou; apóia os crimes dos dirigentes e conspira para se manter no poder, preparando golpes de estado “pela via pacífica” com o decreto fascista 8243, um indefinível plebiscito e uma suspeitosa constituinte. Tudo para destruir a Democracia.
Sob seu domínio, estabeleceu a impunidade dos corruptos que assaltam ministérios, autarquias e empresas estatais. Aproveita-se da desilusão dos que se frustraram com o PT e se afastaram; tira vantagem da indiferença dos alienados e dos setores cooptados com verbas públicas
Às vésperas de uma derrota nas eleições (se não houver fraude nas urnas eletrônicas) precipita-se o pavor mórbido dos burocratas de perder as “boquinhas”, e por isso, multiplicam velhas e novas promessas e reciclam as costumeiras falsificações. E falam de “renovação da esperança”, desconhecendo que a Esperança, inseparável da fé e da confiança, não pode se renovar depois delas mortas.
A burocracia lulo-petista tenta fingir por auto-preservação que se refaz, usando métodos superados, maquiagens estatísticas e impostura contábil. Felizmente, as esfarrapadas bandeiras petistas e os discursos da Gerentona fracassada já não emocionam sequer à massa ignara, que não crê mais no País das Maravilhas criado virtualmente para enganar o povo.
Assim se desvanece o idílio do “socialismo bolivariano”, somente acolhido pelos burocratas do andar de baixo. Pelo povo brasileiro, não. Este assiste ao seu deperecimento no malogro das obras inacabadas e nos pífios resultados econômicos.
E aprendeu que o nosso grande inimigo está no desastroso desfile da burocracia lulo-petista que expõe, mesmo sem querer, o PAC das obras inacabadas e o filhote da burocracia econômica, o “pibinho”, anunciando o fim de um ciclo...

EX-DIRETOR DA PETROBRAS ABRE MÃO DE RECURSOS CONTRA SUA PRISÃO

terça-feira, 2 de setembro de 2014


O ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, abriu mão de todos os pedidos de habeas corpus e recursos que havia apresentado contra o decreto de sua prisão. A desistência de Paulo Roberto Costa faz parte do acordo de delação premiada que ele fechou com a Procuradoria da República e a Justiça Federal. Alvo da Operação Lava Jato – investigação sobre super esquema de lavagem de dinheiro que pode ter alcançado R$ 10 bilhões -, Paulo Roberto Costa está preso na Polícia Federal em Curitiba, por ordem do juiz federal Sérgio Fernando Moro. Réu em duas ações criminais por lavagem de dinheiro de corrupção na Petrobrás e por destruição e ocultação de provas, Paulo Roberto Costa é investigado em outros procedimentos. Estima-se que sua pena, se condenado, poderá ultrapassar a que foi aplicada ao operador do Mensalão do PT, Marcos Valério, que pegou 40 anos e 4 meses de prisão. Contra a ordem de prisão decretada pelo juiz Moro, os antigos defensores de Costa ingressaram com sucessivos pedidos de habeas corpus. O argumento central é que a Justiça Federal no Paraná não seria a competente para cuidar do caso porque as empresas do doleiro Alberto Youssef, apontado pela Polícia Federal como parceiro de Paulo Roberto Costa, ficam sediadas em São Paulo. Os primeiros advogados do ex-diretor da Petrobrás chegaram a apresentar reclamação ao Superior Tribunal de Justiça. Em agosto, Paulo Roberto Costa contratou a advogada Beatriz Catta Preta, criminalista que ostenta em seu currículo atuação em causas de grande repercussão sobre crimes financeiros. Catta Preta já atuou, com êxito, em outros processos que abrigaram delação premiada de acusados. Foi assim com o investidor Lúcio Funaro, nos autos do processo do Mensalão do PT. Para demonstrar que está mesmo disposto a colaborar com a Justiça, Paulo Roberto Costa, orientado pela advogada, abriu mão de todos os habeas corpus e recursos que havia interposto contra sua prisão

O bicho vai pegar em quem?

Coluna do

Augusto Nunes



Marina pode ser o olho de um furacão que, claro, jamais conseguirá renovar a velha política sólida; mas ela pode criar um 'caos' na vida politica

O Brasil se move por acaso. Os rumos da História, se é que tem rumos, tendem a se enrolar em si mesmos e só fatos, traumas inesperados disparam a mutação. Que quer dizer essa frase? Que não são apenas as “relações de produção” que explicam nossa marcha, mas os detalhes, as ínfimas causas, as bobagens casuais e tragédias intempestivas fazem o Brasil andar.
Getúlio deu um tiro no peito e adiou a ditadura por dez anos. Jânio tomou um porre e pediu o boné, um micróbio entrou na barriga do Tancredo e mudou nossa vida, encarando o Sarney por cinco anos, o Collor foi eleito por sua pinta de galã renovador e acabou “impichado” por suas maracutaias. Roberto Jefferson mostrou sua carteirinha de corrupto, se denunciou junto com os mensaleiros e mudou a paisagem política. E agora Marina Silva pode ser presidente, em vez da Presidenta.
Com a população mal-informada em sua maioria (não falo dos miseráveis e analfabetos, mas de gente de terno e gravata) sobre as complexas questões da política e da economia, a emoção e a catarse movem o país.
Agora, estamos na expectativa; somos o país do eterno suspense: Marina vai ser eleita ou não? Será que o efeito “tragédia” vai se evaporar? A grande mudança seria, claro, a social-democracia apta a desfazer as boquinhas e os pavorosos erros com que o PT nos brindou. Aécio, se eleito, pode trazer a agenda correta. Mas, se Marina ganhar, teremos um outro tipo de mudança, uma virada para um “novo” desconhecido, uma virada psicológica e cultural inesperada. Não adianta analisar Marina com os instrumentos de análise costumeiros.
Agora em vez dos óbvios vexames do PT, estamos diante do mistério Marina.
Marina é “sonhática” ou não? Marina é populista? Marina é de esquerda ou não? Nada. No entanto, amigo leitor, Marina pode ser o olho de um furacão que, claro, jamais conseguirá renovar a velha política sólida; mas ela pode criar um “caos” na vida politica. Talvez até um “caos progressista” pelo avesso. Que é isso que quero dizer? Marina pode vir a bagunçar mais a bagunça existente, mas poderá ser uma “bagunça crítica”, que pode trazer uma espécie de “destruição criadora” nesta zorra instalada.
Para falar em termos de “contradições negativas” que eles tanto amam, o caos que Lula, Dilma e o PT criaram na vida nacional pode ter sido o gatilho para uma revisão em busca de um modelo melhor. Se Marina vencer, será sabotada continuamente pelos vagabundos que se instalaram no Estado, será confrontada pelas barreiras fisiologistas dos parlamentares, talvez quebre a cara tentando. Mas, mesmo que fracasse, teremos um “caos mais moderno”, tirando do poder a velha cartilha regressista dos nossos bolivarianos. Mesmo que ela se perca na selva dos meliantes da política, não será mais irracional que os atuais governantes. O súbito surgimento inconcebível dessa moça da floresta e suas abstratas declarações são uma prova encarnada do delírio político do país. Com a queda do avião, houve uma grande reviravolta trágica que resultou em uma comédia de erros. Ninguém sabe o que vai nos acontecer.
Podemos decifrar, analisar, comprovar crimes ou roubos, mas nada se move, porque a maior realização deste governo foi justamente a desmontagem da Razão. Se bem que nunca antes nossos vícios ficaram tão explícitos, nunca aprendemos tanto de cabeça para baixo. Já sabemos que a corrupção no país não é um “desvio” da norma, não é um pecado ou crime; é a norma mesmo, entranhada nos códigos e nas almas. O caudilhismo sindicalista de Lula serviu para entendermos melhor nossa deformação. Os comentaristas ficam desorientados diante do nada que os petistas criaram com o apoio do povo analfabeto. Os conceitos críticos como “democracia, respeito à lei, ética”, viraram insuficientes raciocínios contra um cinismo impune. Lula com seu carisma de operário sofredor nos decepcionou, revelando-se um narcisista egoísta e despreparado, enquanto o melhor governo que tivemos, do FHC, ficou no imaginário da população como um fracasso, movido pela campanha de difamação sistemática e pela babaquice dos tucanos que não se defenderam. Os petistas têm mania da ideologia da contramão. Fizeram tudo ao contrário do óbvio, movidos por uma ridícula utopia revolucionária, quando na realidade só fizeram avacalhar o país.
Meu Deus, que prodigiosa fartura de novidades fecundas como um adubo sagrado, belas como nossas matas, cachoeiras e flores. Ao menos, estamos mais alertas sobre a técnica do desgoverno que faz pontes para o nada, viadutos banguelas, estradas leprosas, hospitais cancerosos, esgotos à flor da terra, tudo como plano de aceleração do crescimento. Fizeram tudo para a reestatização da economia, incharam a máquina pública, invadiram as agências reguladoras, a Lei de Responsabilidade Fiscal, em busca de um getulismo tardio, com desprezo pelas reformas, horror pela administração e amor aos mecanismos de “controle” da sociedade, esta “massa atrasada” que somos nós. A esquerda psicótica continua fixada na ideia de “unidade”, de “centro”, ignorando a intrincada sociedade com bilhões de desejos e contradições. Acham que a complexidade é um complô contra eles, acham a circularidade inevitável da vida uma armação do neoliberalismo internacional.
Os petistas têm uma visão de mundo deturpada por conceitos acusatórios: luta de classes, vitimização, culpados e inocentes, traidores e traídos. Petistas só pensam no passado como vítimas ou no futuro como salvadores e heróis. O presente é ignorado, pois eles não têm reflexão crítica para entendê-lo. Reparem que Dilma na TV só fala do que “vai fazer”, se for eleita. Por que não fez antes, nos 12 anos da incompetência corrosiva? A solução é mentir: números falsos, contabilidade falsa. Antigamente, se mentia com bons álibis; hoje, as tramoias e as patranhas são deslavadas; não há mais respeito nem pela mentira. É isso aí, amigos, o bicho vai pegar. Em quem?

Ex-diretor da Petrobras inicia delação premiada. Ele começou a contar as sujeiras do PT e do governo Dilma.

Ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa iniciou seus depoimentos para ajudar a polícia a desvendar, com detalhes, um esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo doleiro Alberto Youssef;. O acordo de delação premiada precisa, ainda, ser homologado pelo Supremo Tribunal Federal e pela Procuradoria-Geral da República.

O que as empresas querem de você (Extraído do livro Talento Para Ser Feliz – Leila Navarro)

O QUE AS EMPRESAS QUEREM DE VOCÊ


Estão em alta qualidades como criatividade, afetividade, generosidade e intuição, que todos nós, sem exceção, possuímos e que muitas vezes se expressam em atividades banais.
Acho espantosa, por exemplo, a extraordinária facilidade com que algumas pessoas recebem uma visita inesperada para o jantar. São capazes de fazer uma festa com uma panela de feijão, alguns ovos, duas ou três batatas e uma xícara de arroz. A técnica de “por mais água no feijão”, é, para mim, uma demonstração clara de criatividade doméstica – assim como muitos dos truques que nos acostumamos a fazer em casa constituem soluções dignas de alguns poucos experts em vencer desafios. Se pensarmos bem, nos daremos conta de que, se lidamos com o inesperado em nossa casa, podemos fazer o mesmo em nossa vida profissional.
Uma dona-de-casa, por exemplo, abriu um pequeno negócio. Como era inexperiente, simplesmente procurou agir como se estivesse controlando o orçamento doméstico, o horário dos filhos, as roupas do marido. Deu certo. Mesmo sem noções de administração e ignorando os modelos modernos de gerenciamento, ela deixou que emergissem sua criatividade, sua experiência de vida, seu espírito empreendedor e seu bom senso.
“Mas certamente ela tinha dinheiro, tempo e pouca ambição”, talvez comentem os desmancha-prazeres. Minha experiência diz exatamente o contrário: ela tinha um objetivo, não teve medo de tentar e colocou em prática o que sabia – e que muitos não valorizam.
Charles Handy, que se autodenomina filósofo social, acredita que a partir de agora as pessoas devam assumir maior responsabilidade por si próprias e estabelecer propósitos de vida. Segundo ele, a tendência é as empresas trabalharem com apenas metade dos funcionários a que estão habituadas. A outra metade será constituída do que ele denomina “trabalhadores de portfólio”, ou seja, especialistas em determinada área que vendem suas competências profissionais a várias organizações. Essa situação levará, provavelmente, à criação de mais empresas especializadas em marketing pessoal, que farão a ligação entre as necessidades do mercado e a oferta de competências.
Handy também acredita que devemos nos preparar para ter várias carreiras, nos conscientizar de que a era do emprego seguro acabou e assumir a responsabilidade de criar uma sociedade melhor, mais justa, e não apenas maior ou mais rica. Precisamos nos levar mais a sério, investir em nós mesmos, sem achar que se trata de um caminho aberto pelas empresas apenas para obter maior comprometimento dos seus funcionários ou de uma manifestação egoísta nossa, ditada pela necessidade de levar vantagem em tudo.
Você já percebeu como temos uma tendência a criticar os mais esforçados e aplicados, aqueles que, na gíria escolar, costumávamos chamar pejorativamente de cê-dê-efes? Nada mais preconceituoso e injusto, pois são pessoas que se dedicam a investir, com consciência, no único capital que efetivamente lhes pertence: elas mesmas. Afinal, na empresa Ser Humano S.A, você é o capital, a marca, o produto e o serviço – uma verdade tanto para o autônomo quanto para o empregado. Em qualquer das situações, vencerá quem tiver os atributos e um estilo de vida compatíveis com os novos tempos.
Faça de conta agora que sou uma espécie de mensageira de paz entre você e a organização. Minha função nesse sentido é facilitar o diálogo entre essas duas partes tradicionalmente antagônicas, aparando arestas, explicando o que uma às vezes não consegue dizer à outra. A título de exemplo, examinemos, primeiro, quais as qualidades – ou competências – exigidas por algumas empresas importantes na contratação de um profissional.
XEROX
· Captação de conhecimento
· Cultura geral
· Educação
· Boa formação familiar
· Espírito empreendedor
· Dinamismo
· Trabalho em equipe
· Flexibilidade
· Formação acadêmica compatível
· Conhecimento de idiomas
· Conhecimento de microinformática
· Alguma experiência internacional
MICROSOFT
· Conhecimento técnico de informática
· Habilidades comerciais e administrativas
· Conhecimento e visão estratégica de mercado
· Smart (no sentido de esperteza)
· Sensibilidade
· Inteligência
· Criatividade
· Energia
· Independência, mesmo em grupo
· Raciocínio e respostas rápidas
· Dinamismo, com nível de liderança
· Percepção do meio ambiente, de tal forma a analisar e tirar conclusões
ITAUTEC
· Talento
· Criatividade, espírito inovador, energia, transparência e abertura para ouvir
· Flexibilidade
· Abertura para mudanças
· Disposição para trabalhar em diversas áreas
· Capacidade para acumular funções
· Capacidade de se relacionar facilmente com os outros
· Empreendedorismo
· Cultura geral
· Formação acadêmica
· Conhecimento de inglês
· Conhecimento de informática
· Caráter
PETROBRÁS
· Conhecimento técnicos
· Capacidade de trabalho em equipe
· Empreendedorismo
· Flexibilidade
· Gosto pela pesquisa
· Cultura geral
· Dinamismo
(Fonte: Revista T & D)
Isso é o que as organizações querem de você! Com base no exame cuidadoso das competências exigidas por essas empresas, pode-se concluir muito. Por exemplo: possivelmente já temos muitas dessas qualidades – caráter, transparência, dinamismo, criatividade, etc. Elas não são aprendidas na escola; fazem parte da herança familiar ou do nosso estilo de vida. Portanto, você não é assim tão despreparado para o mercado de trabalho, e encontrar a empresa certa pode não ser tão difícil quanto imaginava. Precisa apenas refinar e valorizar o que já se sabe e se esclarecer sobre alguns pontos do diálogo empresa/profissional.
Uma sugestão: faça, agora, uma lista do que você quer das organizações.
Difícil Você sabe muito bem? Depende? Sim, tem razão, depende. Depende de você saber o que quer e o que não quer. Depende de você saber sobre sua missão. Para alguns, talvez, essa seja uma situação bem resolvida, mas para a maioria dos brasileiros, de acordo com o que tenho pesquisado, não é.
Por Leila Navarropalestrante.
“Leila Navarro é autora de vários livros e uma das palestrantes mais requisitadas do Brasil, ministrando palestrasem todo o Brasil e na Europa.”

Brasil. Como sobreviver?



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Adriano Benayon

As TVs e a grande mídia promovem intensamente a candidata   que surgiu com a morte do desaparecido na explosão. Marina da Silva costuma ser apresentada como defensora do meio-ambiente e como diferente de políticos que têm levado o País à ruína financeira e estrutural, como foram os casos, em especial, de Collor e de FHC.

Mas Marina não representa ambientalismo algum honesto, nem qualquer outra coisa honesta.  O que tem feito é,  a serviço  do poder imperial angloamericano, usar a preservação do meio ambiente como pretexto para impedir - ou retardar e tornar absurdamente caras - muitas obras de infraestrutura essenciais  ao desenvolvimento do País.

Pior ainda, a tirania do poder  mundial, com a colaboração de seus agentes locais, já ocupa enormes áreas, notadamente na região amazônica, para explorar não só a biodiversidade, mas os fabulosos recursos do subsolo, verdadeiro delírio mineral, na expressão do falecido Almirante Gama e Silva, profundo conhecedor da região e, durante muitos anos, diretor do projeto RADAM.

Além da pregação enganosa sobre o meio ambiente, o império vale-se de hipocrisia semelhante  em relação  à pretensa proteção aos direitos dos indígenas, a fim de apropriar-se de imensas áreas, que os três poderes do governo têm permitido segregar do território nacional, pois brasileiro não entra mais nelas.

As ONGs ditas ambientalistas, locais e estrangeiras, financiadas pela oligarquia financeira britânica, como  a Greenpeace e o WWF (Worldwide Fund for Nature) trabalham para quem as sustenta, não estando nem aí para o meio-ambiente.

Isso é fácil de notar, pois não dão sequer um pio contra a poluição dos mares, produzida pelo cartel anglo-americano do petróleo: a mais terrível poluição que sofre o planeta, pois os  oceanos são  a fonte principal do oxigênio e do equilíbrio da Terra.   

Marina foi designada ministra do meio ambiente,  em Nova York, quando Lula, antes de sua posse, em janeiro de 2003, foi peitado por superbanqueiros, em reunião após a qual anunciou  suas duas primeiras nomeações: Henrique Meirelles para o BACEN e Marina Silva para o MME. 

Empossada no  MME, Marina,  nomeou  imediatamente secretário-geral do ministério o presidente da Greenpeace, no Brasil. 

Marina foi dos poucos brasileiros presentes, quando o príncipe Charles reuniu, na Amazônia, outros chefes de Estado da OTAN e caciques das terras que ele e outros membros e colaboradores da oligarquia mundial já estão controlando por meio  de suas ONGs e organizações “religiosas”, como igreja anglicana, Conselho Mundial das Igrejas etc. 

Todos deveriam saber que os cartéis britânicos da mineração praticamente monopolizam a extração dos minerais preciosos, e a maioria dos estratégicos, notadamente no  Brasil, na África, na Austrália e no Canadá.

Os menos desavisados entenderam por que Marina desfilou em Londres, nas Olimpíadas de 2012, única brasileira a carregar a bandeira olímpica.   

É difícil inferir que o investimento da oligarquia do poder mundial em Marina da Silva visa a assegurar o controle absoluto pelo império angloamericano das riquezas naturais do País?

Marina e os índios em 2009

Algo mais notório: a mentora ostensiva da candidatura de Marina é a Sra. Neca Setúbal, herdeira do Banco Itaú, o que tem  maiores lucros no Brasil, beneficiário, como os demais,  das absurdas taxas de  juros de que eles se cevam desde os tempos de FHC, insuficientemente reduzidas  nos governos do PT.

Não há como tampouco ignorar as conexões do Itaú e de outros bancos locais com os do eixo City de Londres e Wall Street de Nova York.

D. Marina nem esconde desejar que o Banco Central fique ainda mais à vontade para privilegiar os bancos a expensas do País, que já gasta 40% de suas receitas com a dívida pública, sacrificando os investimentos em infraestrutura,  saúde, educação etc.

Contados os juros e amortizações pagos em dinheiro e os liquidados com a emissão de novos títulos, essa é despesa anual com a dívida pública, a qual, desse modo, cresce sem parar (já passa de quatro trilhões de reais).

Ninguém notou que Marina - além de regida pelo Itaú - já tem, para comandar sua  política uma equipe de economistas tão alinhada com a política pró-imperial como a que teve o  mega-entreguista FHC, e como a de que se cercou Aécio Neves? 

Como assinalou Jânio de Freitas,  Marina e Aécio se apresentam com programas idênticos. Na realidade, é um só programa, o do alinhamento com tudo que tem sido reclamado pela mídia imperial, tanto pela do exterior, como pela doméstica. 

Da proposta de desativar o pré-sal – a qual fere mortalmente a Petrobrás, que ali já investiu dezenas de bilhões de reais, e beneficia as  empresas estrangeiras, as únicas, no caso, a explorá-lo -  até à substituição do MERCOSUL por acordos bilaterais -  como exige o governo dos EUA -  Marina e o candidato do PSDB estão numa corrida montando  cavalos do mesmo proprietário, com blusas idênticas, diferenciadas só por uma faixa.

Por tudo, a figura de Marina antagoniza o pensamento do patrono do PSB, João Mangabeira, e o de seu fundador, Miguel Arraes, cujas memórias estão sendo rigorosamente afrontadas.

Não há, portanto, como admitir que os militantes do PSB fiquem inertes vendo a  sigla tornar-se instrumento de interesses rapinadores das riquezas nacionais e prestando-se a que oligarcas internos e externos se aproveitem do crédito que os grandes nomes do Partido granjearam no coração de milhões de brasileiros de todos os Estados.

Há, sim, que recorrer a medidas apropriadas, previstas ou não, nos Estatutos do Partido, para que este sobreviva e ajude o Brasil a sobreviver. 

De fato, estamos diante de   um golpe de Estado perpetrado por meios aparentemente legais, incluindo  as eleições.   Parafraseando o Barão de Itararé, há mais coisas  no ar, além da  explosão de avião contratado por um candidato em campanha. 

A coisa começou quando políticos e parlamentares notoriamente alinhados com os interesses da alta finança, e outros enrustidos, articularam a entrada de Marina na chapa do PSB, acenando a Eduardo Campos com o potencial de votos e de grana que ela traria.

Fazendo luzir a mosca azul, a Rede o pegou como peixes de arrastão.

Alguém viu a foto de Marina sorrindo no funeral do homem? Alguém notou que, imediatamente após a notícia da morte dele, a grande mídia, em peso, dedicou incessantemente o grosso de seus espaços à tarefa de exaltar D. Marina?

Os golpes, intervenções armadas e n outras interferências, por meio de corrupção, praticadas a serviço da oligarquia financeira angloamericana, em numerosos países, inclusive o nosso, desde o Século XIX, deveriam alertar-nos para dar mais importância a contar com bons serviços de informação e de defesa.

Golpes de Estado podem ser dados através de parlamentos, poderes judiciários, além de lances como os que estão em andamento. Agora, a moda adotada pelo império angloamericano, como se viu em Honduras e no Paraguai, na suposta primavera árabe, na Ucrânia etc., é promover golpes de Estado, sem recorrer às forças armadas, as quais, de resto, no Brasil, têm sido esvaziadas e enfraquecidas, a partir dos governos dirigidos por Collor e FHC.


Adriano Benayon é doutor em economia, autor do livro Globalização versus Desenvolvimento e ainda filiado ao PSB.